Hca a cultura do salão o neoclassicismo

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História da Cultura e das Artes

Módulo 7 – A Cultura do salão

O neoclassicismo

Ano Letivo 2016/2017

Prof. Ana Sofia Victor

• Em meados do século XVIII, o Barroco e o Rococó foram substituídos por uma expressão artística mais sóbria, austera e racional: o Classicismo.

• As mudanças culturais, sociais e politicas e o gosto por formas mais de acordo com o espirito racional e cientifico da época, contribuíram para o aparecimento deste estilo.

O Neoclassicismo: o regresso à ordem

• A Igreja também perdeu o seu papel enquanto encomendante principal. Agora, as instituições públicas, os industriais, a burguesia cada vez com um peso maior, queriam uma arte mais secular, inspirada nos ideais igualitários, racionais e progressistas do Iluminismo.

• Via-se agora a arquitetura como tendo um papel a desempenhar em relação à comunidade. Ela tinha de ser mais útil e funcional.

O Neoclassicismo: o regresso à ordem

• Denis Diderot, o mentor da Enciclopédia, vai mesmo manifestar-se pela renovação das artes, nos seus textos Salons, considerados os primeiros de crítica de arte.

• Nestes, refere que arte deve ter como objetivo representar os valores sociais da época, exprimir os ideais do individuo e ter uma finalidade moral.

O Neoclassicismo: o regresso à ordem

Obra Salon de Diderot, Edição da Atualidade

• Esta obra criou um novo estilo literário e uma nova área do conhecimento, a crítica de arte.

• A arte começou a ser pensada de forma mais democrática, deixando de estar apenas reservada às elites.

O Neoclassicismo: o regresso à ordem

Obra Salon de Diderot, Edição da Atualidade

• O Iluminismo e o seu interesse pelo conhecimento provocou uma busca pelo passado histórico que motivou a redescoberta das civilizações da Antiguidade Clássica e Pré-Clássica.

• Foi neste contexto que Napoleão Bonaparte empreendeu campanhas no Egito (1798-1799) onde “recolheu” um importante espólio artístico que ainda hoje se encontra distribuído pelos museus de Paris (Museu do Louvre), Londres (National Gallery) e Berlim.

O Neoclassicismo: o regresso à ordem

Civilizações pré-clássicas

• Civilização Egípcia

• Civilizações da Mesopotâmia

• Civilização Hebraica

• Civilização Fenícia

Civilizações clássicas

• Civilização grega

• Civilização romana

O Neoclassicismo: o regresso à ordem

Deriva da palavra latina classĭcu que significa ”de primeiraclasse”.

Espólio Egipcío em Museus Europeus

Pedra da Roseta, National Gallery, Londres, desde 1802.

Espólio Egipcío em Museus Europeus

Pedra da Roseta, National Gallery, Londres, desde 1802.

• É neste século que surge a Arqueologia, fruto do interesse pelo passado e da atividade de eruditos, estudiosos e colecionadores.

• Os iluministas foram os responsáveis pelo revivalismo neoclassicista ao serem favoráveis ao pragmatismo, à simplicidade e à clareza. Numa época nova, viam a herança clássica como a que melhor traduzia os ideais da nova sociedade por ser estável, universal e verdadeira.

O Neoclassicismo: o regresso à ordem

• Roma passou a ser olhada como repositório arqueológico e referência para os estudiosos da Antiguidade investigarem as ruínas da cidade, as coleções particulares e a do próprio Vaticano.

• Johann Winckelmann (1717-1768) elabora a obra História de Arte Antiga, em 1764 que cria o estudo moderno da história de arte.

O Neoclassicismo: o interesse pela Antiguidade

• Johann Joachim Winckelmann (1717- 1768) -historiador de arte e arqueólogo alemão. Era um Helenista e foi o primeiro a estabelecer distinções entre arte Grega, Greco-Romana e Romana. Isso foi decisivo para o surgimento e ascensão do neoclassicismo durante o século XVIII.

• É considerado o pai da história da arte.

O inicio da História de Arte e da Arqueologia

The only way for us to become great, or even inimitable if

possible, is to imitate the Greeks.Johann Joachim Winckelmann

O inicio da História de Arte e da Arqueologia

História de Arte Antiga, publicada em 1764

• Nesta obra, Winckelmann rompeu com a antiga historiografia de arte, feita por Vasari, no século XVI, que era baseada na biografia dos artistas.

• Também aplicou ao estudo da arte clássica um sistema de análise formal que lhe permitiu determinar a sua evolução histórica e estabelecer os princípios estéticos que a regeram.

O Neoclassicismo: o interesse pela Antiguidade

• Fizeram-se descobertas arqueológicas importantes como Herculanum (1738) e Pompeia (1748), em Itália, cujas escavações Winckelmann e Anton Mengs (1728-1779), orientaram.

• Soterradas sob as lavas do Vesúvio em 79 d.c, estas cidades conservaram-se em condições exemplares ficando como testemunhos arqueológicos da cultura romana, o que contribuiu para acentuar o gosto pelo Classicismo.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

As descobertas em Pompeia, Itália

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

• Pompeia foi, outrora, uma cidade do Império Romano situada a 22 km da cidade de Nápoles, na Itália.

• A antiga cidade foi destruída durante uma erupção do vulcão Vesúvio em 79, que provocou uma chuva de cinzas que sepultou completamente a cidade. Ela manteve-se oculta por 1600 anos, até ser reencontrada por acaso em 1748.

• Cinzas e lama protegeram as construções e objetos dos efeitos do tempo, moldando também os corpos das vítimas.

• As escavações proporcionaram uma visão detalhada na vida de uma cidade dos tempos da Roma Antiga.

• Está classificada como património mundial pela UNESCO.

A descoberta de Pompeia

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

As descobertas em Pompeia, Itália

• As descobertas arqueológicas entusiasmaram os espíritos cultos da época, que as consideraram importantes para a sua formação.

• Desenvolveu-se entre aristocratas, burgueses ricos e magnatas eclesiásticos, o gosto pelas viagens de estudo que incluíam nos seus roteiros, quase obrigatoriamente, Roma, Nápoles, Pestos e até o Egito.

• Surge o colecionismo.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

• Giovanni Piranesi (1720-1778) realizou várias reproduções em gravuras dos principais monumentos de Roma.

• As suas ilustrações, que enalteciam a arquitetura romana, eram testemunhos de uma civilização passada e serviam de modelo para o presente, sendo também fontes de informação e estudo para o ensino nas Academias.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

• As primeiras manifestações de mudança surgiram nas ilhas Britânicas que tinham rejeitado a extravagância do Barroco e do Rococó e que preferiam valores formais mais elementares e puros.

• Em 1732, surge em Londres, os Diletantti(diletantes), amantes de arte empenhados na divulgação da arte clássico e na aplicação dos seus modelos à arquitetura inglesa.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

• Esta sociedade empreendeu expedições à Grécia e ao Próximo Oriente que permitiram um contato direto com a arte clássica, com ruínas arquitetónicas e com peças escultóricas, muitas das quais foram levadas para Londres.

• Daqui resultaram várias publicações, tais como As Antiguidades de Atenas de Stuart e Revett, que contribuíram para a entrada do Classicismo na Europa.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

Reconstituição do Pártenon, do livro Antiguidades de Atenas, James Stuart e Nicholas Revett, Londres, 1755

Foram feitos vários estudos em Atenas, no século XVIII, que influenciaram a introdução da arquitetura grega na Europa. Esta foi a primeira reprodução exata deste monumento, considerado o paradigma da arquitetura clássica.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

Vistas de Roma, Varie Vedute di Roma Antica e Moderna, Giovanni Battista Piranesi, 1745.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

Vistas de Roma, Varie Vedute di Roma Antica e Moderna, Giovanni Battista Piranesi, 1745.

Piranesipublicou uma série de gravuras na obra Varie Vedute diRoma Antica e Moderna que revelam a obsessão pela magnificência da arquitetura romana.

• O Tratado Os quatro livros de Arquitetura publicado em 1570, por Andrea Palladiotambém foi difundido pela Inglaterra.

• A primeira tradução inglesa deste tratado surgiu em 1715 e foi um importante fator que levou à difusão de Palladio em Inglaterra.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

Chiswick House, Lord Burlington e William Kent, Londres, 1726-1729

Obra inspirada na Villa Rotonda de Palladio, esta obra é um manifesto do neoclassicismo inglês contra os “abusos” e “desvios barrocos”.

Villa Rotonda, Itália, 1566

• O iluminismo trouxe o surgimento do neoclassicismo, materializado numa aproximação revivalista à arquitetura, pintura e escultura da Grécia Antiga, que se baseava na simplicidade das formas, na restrição à ornamentação e na rejeição do dinamismo e da plástica do Barroco e do Rococó.

• O espirito neoclássico expressou-se através da recuperação da arquitetura antiga e das formas clássicas, agora reinterpretadas depois de uma pesquisa mais aprofundada dos edifícios mais antigos.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

• Fez-se a distinção entre a arquitetura grega e romana através da descoberta dos templos dóricos de Paestum, no sul de Itália e Agrigentum, na Sicília, e ainda mais ficou a dever-se à publicação de Antiguidades de Atenas, de Stuart e Revett.

• Pela primeira vez, eram disponibilizadas boas ilustrações de edifícios da Grécia Antiga.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

Capitólio de Washington, William Thornton, Benjamin Latrobe e Thomas Walter, Washington, EUA, 1793-1866.

Veiculando os ideais e valores subjacentes à revolução americana e à democracia recentemente fundada, o Capitólio de Washington segue fielmente os preceitos neoclássicos e, principalmente, a inspiração na Igreja de Santa Genoveva, de Soufflot, que serviu de referência para o desenho da cúpula.

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

O Capitólio dos Estados

Unidos é o edifício onde reúne

o congresso dos EUA, formado

pelo Senado (câmara alta) e

pela Câmara dos

Representantes (câmara baixa).

Fica localizado em Washington,D.C.

Capitólio em Washington, EUA

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

O Neoclassicismo: o interesse pelo passado

• Alguns teóricos defenderam o regresso da arquitetura à sua essência e à sua origem primordial. Foram o caso de Marc-Antoine Laugier (1713-1769) e de Carlo Lodoli (1690-1761). Este último, italiano, defendeu que a arte devia ser racional, funcional e exprimir o uso e função que iria desempenhar.

• O próprio Diderot considerou que, para além de útil e bela, a arte devia ser instrutiva e com isso, ter um sentido moral.

O Neoclassicismo: os valores originais

• Também os artistas, os historiadores e os eruditos do século das luzes consideravam a Antiguidade Clássica, uma referência sólida, estável e universalista que estava de acordo com os novos ideais e valores culturais que pretendiam difundar e implementar na nova sociedade.

• A linguagem artística clássica era laica, materialista, pragmática e inspiradora dos ideais da igualdade, liberdade e fraternidade saídos da Revolução.

O Neoclassicismo: os valores originais

• Jacques-Germain Soufflot (1713-1780), arquiteto francês, foi quem traduziu estes novos princípios em obra, com a construção da Igreja de Santa Genoveva, em Paris.

O Neoclassicismo: o inicio em França

Igreja de Santa Genoveva- Panteão de Paris, Jacques-GermainSoufflot, Paris, 1764-1790

O Neoclassicismo: o inicio em França

Igreja de Santa Genoveva -Panteão de Paris, Jacques-Germain Soufflot, Paris, 1764-1790

O Neoclassicismo: o inicio em França

Interior da Igreja de Santa Genoveva - Panteão de Paris, Jacques-Germain Soufflot, Paris, 1764-1790

Aqui estão enterrados o poeta Vitor Hugo e o iluminista Voltaire. Inicialmente dedicada a Santa Genoveva, esta igreja passou a Panteão Nacional após a Revolução Francesa.

• Simplicidade

• Uso dos elementos clássicos: pórticos, frisos, frontões, ordens gregas e romanas.

• Interior decorado com murais e relevos

• SobriedadePanteão de Paris, Jacques-Germain Soufflot, Paris, 1755-1790

Arquitectura Religiosa

O Neoclassicismo: o inicio em França

Panteão de Paris, Jacques-GermainSoufflot, Paris, 1755-1790

Arquitetura Religiosa

O Neoclassicismo: o inicio em França

Caraterísticas:

Inspirada no Panteão de Roma e na Basílica de São Pedro;

Planta em cruz grega;

Estrutura com colunas, entablamentos e frontões, sem decoração;

Pórtico da fachada com colunas coríntias e frontão triangular;

Simplicidade, pragmatismo e racionalidade;

O Neoclassicismo: o inicio em França

Caraterísticas:

Usa a linguagem clássica greco-romana como inspiração conferindo-lhe unidade, proporção, harmonia, simetria e sobriedade.

Preconiza uma nova arquitetura, a arquitetura neoclássica, marcada pelo realismo estrutural, pela clareza formal e pela expressão purista.

O Neoclassicismo: o inicio em França

O neoclassicismo expandiu-se por toda a Europa e respetivas áreas de influência tendo-se tornado uma arte universal.

Entre 1750 e 1760, tratados, livros, desenhos, gravuras e pinturas espalharam-se por França, Alemanha, Inglaterra ou EUA, difundindo o formulário clássico.

A expansão do Neoclassicismo pela Europa

Templo da Glória, atual Igreja da Madeleine, Pierre-Alexandre Vignon, Paris, 1807-1842

Foi projetado por Napoleão como um monumento às suas vitórias militares e como um repositório para os seus troféus.

Em 1842, foi convertido na Igreja de La Madeleine.

Inspirado no Pártenon ateniense, reflete o interesse e fidelidade à Antiguidade Clássica.

A expansão do Neoclassicismo

Templo da Glória, atual Igreja da Madeleine, Pierre-Alexandre Vignon, Paris, 1807-1842

A expansão do Neoclassicismo

A expansão do Neoclassicismo

Arco do Triunfo, Chalgrin, Paris, 1806-1836Arquitectura Civil

A expansão do Neoclassicismo

A expansão do Neoclassicismo

Os romanos criaram estemonumento como formade comemoração devitórias militares.

O Arco do Triunfo francêsfoi originalmenteconstruído para enaltecera grande vitória doimperador francêsNapoleão Bonaparte.

Arco do Triunfo, Chalgrin, Paris, 1806-1836

Arquitetura Civil

A expansão do NeoclassicismoPouco depois, aoregressar à Françaem 1806, Napoleãoordenou aconstrução do Arcodo Triunfo.

O Arco de Titoserviu deinspiração para asua conceção.

Arco do Triunfo, Chalgrin, Paris, 1806-1836Arquitetura Civil

Museu Britânico, Londres, 1753Arquitectura Civil

A expansão do NeoclassicismoO Museu

Britânico (Britis

h Museum)

localiza-se

em Londres e foi

fundado

em 1753.

A sua coleção

permanente

inclui peças

como a Pedra de

Roseta e os

frisos

do Pártenon de A

tenas, trazidos

ao museu

por Lord Elgin.

A expansão do Neoclassicismo

O Neoclassicismo nos EUAThomas Jefferson (1743-1826),

terceiro presidente dos EUA,

teve, neste país, um importante

papel de difusão deste estilo.

Enquanto embaixador

americano em Versalhes,

contatou com a cultura

clássica, onde assimilou o

palladianismo inglês.

Inspirando-se na Villa Rottonda

de Palladio, desenhou a sua

casa em Monticello, Virginia. Retrato oficial de Thomas Jefferson, Rembrant, 1800

O Neoclassicismo nos EUA

Foi este presidente americano, o terceiro, autor também da Declaração da Independência dos EUA que introduziu o Classicismo neste país.

Casa de Thomas Jefferson, Thomas Jefferson, EUA, 1796-1806.

O Neoclassicismo na Alemanha

Na Alemanha, destaca-se Karl Schinkel (1781-1841) com uma obra de inspiração grega.

Altes Museum, Karl Schinkel, Berlim, 1825-1830. É o mais antigo museu de Berlim e foi encomendado pelo rei da Prússia. Internamente tem uma rotunda, inspirada no Panteão de Roma, decorada com esculturas de deuses da antiguidade.

O Neoclassicismo na Alemanha

“FRIDERICVS GVILHELMVS III. STVDIO ANTIQVITATIS

OMNIGENAE ET ARTIVM LIBERALIVM MVSEVM CONSTITVIT MDCCCXXVIII

AltesMuseum, Karl Schinkel, Berlim, 1825-1830. Foi parcialmente destruído durante a II guerra mundial.

Porta de Brandeburgo, Carl Gotthard Langhans, 1788-1791, Berlim (antiga porta da cidade)

Arquitectura civilFoi encomendada pelo rei Frederico Guilherme II da Prússia. Sofreu danos

consideráveis durante a II guerra mundial.

O Neoclassicismo na Alemanha

Cumberlance Terrace, John Nash, Regent´s Park, Londres, 1826-1827

Em Inglaterra destacou-se o papel do arquiteto John Nash.

O Neoclassicismo na Inglaterra

O Neoclassicismo e o surgimento de novas tipologias de arquitetura civil

Surgiram novas tipologias de edifícios com o nascimento dos estados democráticos:

Hospitais Museus Bibliotecas Escolas Ópera Teatros Bancos Sedes de governo

A pintura neoclássica

• Os dois grandes centros de irradiação do Neoclassicismo foram Paris e Roma.

• Paris era a capital e o símbolo da Revolução francesa que trouxe os novos ideais da “liberdade, fraternidade e progresso”.

• Os pintores deste período, opõem-se ao barroco redescobrindo a estética clássica e procurando atingir o ideal clássico de beleza.

Temas:

• Históricos, relacionados com o passado

• heroicos inspirados no Iluminismo e na Revolução.

• Alegóricos e mitológicos importados da época clássica.

• retratos

A pintura neoclássica

Caraterísticas formais:

• Composição geométrica• Harmonia, equilíbrio, proporção e equilíbrio.

Caraterísticas técnicas e plásticas: • telas de grande dimensão• Desenho rigoroso e linear• Tratamento muito elaborado da luz e do claro-escuro.• Predominância da linha, do volume e do contorno sobre a cor.• Pintura como cobertura da forma• Cores sóbrias• Tom geral frio sem grande variedade cromática• Apelo à razão e não à emoção. • Estética naturalista.

A pintura neoclássica

Pintores mais significativos:

• Jacques Louis David (1748 – 1825)

• Antoine-Jean Gros (1771 – 1835)

• Jean Dominique Ingres (1780-1867)

A pintura neoclássica

Jacques Louis David (1748 –1825)

- Foi o principal pintor da estética neoclássica, “artista oficial” da Revolução e o responsável pela iconografia de Napoleão.

A pintura neoclássica

A pintura neoclássica

O General Bonaparte, Jacques-Louis David, 1812.

Retrato heroico, onde o protagonista é tratado com sobriedade e altivez, num olhar forte que prenuncia o futuro imperador.

A pintura neoclássica

O Juramento dos Horácios, Jacques-Louis David, 1784, Museu do Louvre.

Quadro histórico, com uma versão alegórica.

A pintura neoclássica

Napoleão atravessando os Alpes, Jacques Louis David, 1800.De todas as imagens que David concebeu de Napoleão, esta é a mais icónica. Foi inspirada no protótipo do retrato equestre - a estátua equestre de Marco Aurélio (c. 166-180 d.c.) e associou a figura de Napoleão à de um imperador.

A pintura neoclássica

O Rapto das Sabinas, Jacques-Louis David, 1799.Retrata um episódio lendário da história de Roma.

A pintura neoclássicaMarat Assassinado, Jacques-Louis David, 1793.

A personalidade retratada foi um dos principais protagonistas da Revolução. Tema heróico na medida em que retrata Maratcomo tal.

Jean Dominique Ingres (1780-1867)

- Foi discípulo de David. Notabilizou-se pelo tratamento do retrato sóbrio e inexpressivo, pelas atmosferas sensuais e exóticas, pelo desenho sumptuoso do nu feminino, deixando adivinhar a estética romântica. Aproximou-se da representação da beleza clássica e privilegiou a serenidade e a suavidade das modelações dos corpos.

A pintura neoclássica

A pintura neoclássica

Napoleão no seu trono Imperial, Jean-Auguste Ingres, 1806.

Esta tela sofreu a inspiração de uma gravação de uma jóiaromana representando Júpiter, guardião do Império Romano.

• Foi na escultura que mais se fizeram sentir as influências das descobertas arqueológicas e do novo interesse pela antiguidade.

Principais escultores:

Bertel Thorvaldsen (1770-1844) – dinamarquês radicado em Roma.

Antonio Canova (1757-1822) – Italiano

Jean Antoine Houdon (1741-1828)

A Escultura neoclássica

Antonio Canova (1757-1822) – Italiano

Um dos mais importantes escultores do séc. XVIII. Assimilou a plástica clássica mas, superando-a criou peças de calma contida, contornos suaves e luz serena.

As suas obras aproximam-se do ideal de beleza neoclássico.

A Escultura neoclássica

António Canova, Pauline Bonaparte como Vênus vencedora (1804-1808)

A Escultura neoclássica

• Temas: históricos, literários, mitológicos e alegóricos, representação e propaganda de politicos/figuras importantes.

• Tipologias: estátuas, bustos e relevos.

• Materiais: mármore e bronze

A Escultura neoclássica

Caraterísticas:

• Sentido alegórico e honorífico dos relevos presentes nas frontarias dos edificios.

• Cópia das formas de representação da antiguidade clássica: corpos nus ou seminus, de formas reais, com expressão serena e posições simples

• Pouca imaginação ou liberdade criativa.

• Representação de mulheres e homens com roupas semelhantes aos deuses gregos e romanos

A Escultura neoclássica

A arquitetura neoclássica em Portugal

A conjuntura económica deste período, em Portugal, foi difícil.

Principais acontecimentos da época:- Terramoto de 1755- Invasões francesas (1807-1810)- Fuga da família real para o Brasil (1807)- Domínio inglês com Beresford- Perda do Brasil em 1822- Revolução liberal de 1820 e inicio da monarquia

constitucional- Regeneração Fontista de 1851

• Os tímidos sinais do neoclassicismo manifestam-se em Portugal, através de duas vias de influência:

- no Porto, uma influência inglesa de raiz neopalladiana, derivada da presença inglesa aqui existente.

- em Lisboa, uma influência italiana com a presença de artistas italianos em Portugal e bolseiros nacionais que se encontravam em Roma.

A arquitetura neoclássica em Portugal

• A reconstrução de Lisboa já evidencia esse retorno ao neoclássico devido à sua racionalidade, simetria e austeridade tipológica e formal.

• Outras obras significativas da estética neoclássica portuguesa foram: o Teatro de S. Carlos, o Palácio da Ajuda, o Teatro Nacional D. Maria II e a Assembleia da República.

A arquitetura neoclássica em Portugal

Hospital de Santo António, John Carr, Porto, 1770

A arquitetura neoclássica em Portugal

Palácio da bolsa, Joaquim de Costa Lima, Porto, 1842

A arquitetura neoclássica em Portugal

Salão Árabe, Palácio da bolsa, Joaquim de Costa Lima, Porto, 1842Neste período, a cidade do Porto sofreu um impulso urbanístico e arquitetónico motivado pelo crescimento da cidade derivado do comércio do vinho. Aqui se reflete a influência inglesa de raiz neopalladiana.

A arquitetura neoclássica em Portugal

Teatro D. Maria II, Fortunato Lodi (italiano), Lisboa, 1842-1846

No frontão, encontra-se Gil Vicente, o fundador do teatro português.

A arquitetura neoclássica em Portugal

Assembleia da República, Miguel Ventura Terra, Lisboa, 1896-1940

A arquitetura neoclássica em Portugal

Palácio Nacional da Ajuda, José da Costa e Silva e Francisco Xavier Fabri, Lisboa, 1802

A arquitetura neoclássica em Portugal

• Sofreu influências de Roma porque daí vinham os tratados clássicos, eram italianos alguns mestres que operavam em Portugal e foi para Itália que foram os bolseiros portugueses. O mesmo aconteceu com a pintura.

• Surgiram as Academias de Belas-Artes, em Lisboa e no Porto em 1836.

• Representaram também as temáticas alegóricas, mitológicas, históricas e o retrato.

• A maior parte das encomendas destinaram-se a decorar palácios régios.

A Escultura neoclássica em Portugal

Principais escultores:

• Joaquim Machado de Castro (1731-1822) –marca ainda o barroco mas vem a aderir a este programa estético.

• João José de Aguiar (1769-1841) – teve formação romana, obtendo lições de Canova chegando a trabalhar com Machado de Castro no Palácio da Ajuda.

• Oficinas: Mosteiro de Mafra e Palácio da Ajuda

A Escultura neoclássica em Portugal

• A pintura neoclássica viveu dois momentos distintos:

• - artistas nacionais e estrangeiros que produziram obras ao gosto clássico.

• - afirmação dos pintores Vieira Portuense e Domingos Sequeira.

A pintura neoclássica em Portugal

Principais pintores:

• Vieira Portuense (1765-1805)

Foi bolseiro em Itália e vem a ser nomeado pintor régio.

Apresenta influências de Carraci, de Ticiano e da pintura inglesa.

Vieira Portuense, «D. Filippa de Vilhena», onde esta é representadano momento em que arma os seus filhos, 1801 (Tema Histórico)

A pintura neoclássica em Portugal

Principais pintores:

• Domingos Sequeira (1768 -1837)

Foi bolseiro em Itália onde contactou com o classicismo.

Pintou obras religiosas e retratos psicológicos.

Contactou com alguns vultos internacionais da pintura do seu tempo.

Foi nomeado pintor régio.

A pintura neoclássica em Portugal

Domingos Sequeira, D. Carlota Joaquina, 1802.

A pintura neoclássica em Portugal

O Milagre de Ourique, Domingos Sequeira, 1793 (Musée Louis-Philippe)