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7/23/2019 Helmar Spamer
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CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). M emórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-15.
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IMIGRAÇÃO POMERANA NO ESPÍRITO SANTO: TERRITÓRIO E
IDENTIDADES
Helmar Spamer 1
ResumoEste trabalho é uma proposta de pesquisa vinculada ao Programa de Iniciação Científica e aoLaboratório de Estudos do Movimento Migratório da Universidade Federal do Espírito Santo,e o que se propõe neste artigo é apresentar sua fundamentação teórico-metodológica. Pormeio da História Oral e à luz de uma bibliografia já existente pretende-se analisar os aspectossocioculturais, econômicos e políticos que caracterizam o deslocamento migratório dos
pomeranos dentro do Espírito Santo. Assim como discutir as características utilizadas para
identificar o povo pomerano como grupo social étnico nesse estado. Por fim, entender arelação dos pomeranos com a terra no cotidiano campesino e sua importância na concepçãodo território e as práticas sociais. O objeto de estudo será uma comunidade pomeranalocalizada no município de Pancas, mais especificamente no distrito de Laginha, ao noroestedo estado.Palavras-chave: Espírito Santo; Pomeranos; Território; Identidades.
Abstract This paper is a proposal of research linked to the Scientific Initiation Program (PIBIC) and tothe Laboratory of Studies on Migratory Movements of the Federal University of EspíritoSanto, and what is proposed in this article is to present its theoretical and methodological
basis. By means of the Oral History and in the light of a pre-existent biography, it pretends toanalyze the sociocultural, economic and political aspects that characterize the migratorymovements inside the Brazilian state of Espírito Santo. As well as to discuss thecharacteristics used to identify the Pomeranian people as an ethnical social group on this state.At last, comprehend the relation between the Pomeranians and the land in the peasant day-to-day and its importance to the conception of territory and to the social practices. The object ofstudy will be a pomeranian community located at the village of Pancas, more specifically inthe district of Laginha, at northwest of the state.Keywords: Espírito Santo; Pomeranians; Territory; Identities.
Introdução
A imigração europeia marcou a história do Espírito Santo. Desde meados do século XIX o
Estado passou a receber grandes levas de imigrantes, dentre os quais se encontravam os
Aluno do curso de Bacharelado em História, vinculado como voluntário ao Programa de Iniciação Científica
(PIVIC) da Universidade Federal do Espírito Santo.
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pomeranos, tema de estudo deste trabalho. Eram oriundos da antiga região da Pomerânia que,
após Segunda Guerra Mundial, deixou de existir no mapa europeu.
Os pomeranos foram grandes desbravadores das terras capixabas, estabelecendo-se
inicialmente na região das montanhas e, posteriormente, no final do século XIX e início do
século XX, migraram também para o Norte do estado, em direção ao Vale do Rio Doce.
Nosso objeto de pesquisa é uma comunidade pomerana localizada no Município de Pancas ao
norte do Espírito Santo, mais especificamente no distrito de Laginha. Pretende-se entender a
dinâmica de deslocamento transmigratório dos pomeranos dentro do estado do Espírito Santo
e analisar os aspectos socioculturais, econômicos e políticos que caracterizam esse
deslocamento. Além de fontes orais, que ainda serão colhidas, nos utilizamos também deoutras fontes disponíveis como registros religiosos, documentos oficiais e material
iconográfico para obter maior coleta de informações e promover melhor discussão e análise
da problemática em questão.
Os imigrantes pomeranos apresentam estreita ligação com a terra e com o seu cultivo. Isso
decorre devido ao assentamento dos imigrantes em pequenos lotes de terra – minifúndios –
aspecto que caracteriza o Espírito Santo até os dias atuais. Assim como nas demais
comunidades pomeranas da região norte do Espírito Santo, em Laginha predomina-se a
produção do café como principal fonte de renda. Há de se observar que na região serrana do
estado as comunidades pomeranas destacam-se pelos hortifrutigranjeiros. Discutimos, nesta
pesquisa, questões que permeiam o conceito de território no cotidiano campesino,
considerando que território não se restringe somente ao material, a terra, por exemplo.
Segundo o geógrafo Milton Santos, território é o lugar onde o homem manifesta a sua
existência e todas as suas relações, o exercício da vida.
Mesmo em meio ao intenso deslocamento migratório dos pomeranos no estado do Espírito
Santo, muitos traços culturais ainda permanecem firmes e são expressos nas tradições
pomeranas. No entanto, alguns costumes se perderam no decorrer do tempo. Além disso,
elementos culturais foram transformados e reelaborados. Assim, trabalhamos também com o
conceito de identidades, no intuito de discutir essas transformações culturais e como elas se
estabelecem e são identificadas no cotidiano pomerano, com vistas a compreender as
características utilizadas para identificar o povo pomerano como grupo social étnico no
Espírito Santo.
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Os pomeranos no Espírito Santo
A entrada de imigrantes no Brasil passou a ser política de Estado no século XIX. A partir de
então o Espírito Santo recebeu as primeiras levas de imigrantes germânicos. Dentre estes,
destaque para os pomeranos. Assim como os demais imigrantes, os pomeranos chegaram aqui
com a missão de ocupar extensas porções de terra ainda não desbravadas e construíram vida
nova em meio à densa Mata Atlântica do Espírito Santo.
O auxílio prometido pelo governo brasileiro beneficiou apenas as primeiras levas de
imigrantes. Além disso, o tamanho dos lotes de terra foram reduzidos com o passar dos anos
(BAHIA, 2011, p. 11). Dessa forma, mesmo desamparados pelo governo e se comunicando
em língua estrangeira incompreensível aos habitantes locais, os imigrantes foram enviados a
regiões de floresta nativa e desbravaram porções de terras antes somente ocupadas pelos
indígenas.
Tal processo de ocupação e povoamento resultou na formação de comunidades de imigrantes
no interior do estado muitas vezes isoladas ou pouco acessíveis. Comunidades estruturadas
principalmente em pequenas propriedades rurais. Atualmente, os pomeranos situados mais ao
norte do estado fazem da produção do café sua principal fonte de renda. Também há de se
observar que as comunidades pomeranas localizadas na região serrana destacam-se pelos
hortifrutigranjeiros, em decorrência das condições climáticas e manuseio da terra.
Os imigrantes germânicos foram os fundadores da primeira colônia imperial no Espírito Santo
– a Colônia de Santa Isabel – criada em 1847. Trinta e oito famílias foram instaladas às
margens do Rio Jucu, que atualmente corresponde ao distrito de Santa Isabel, município de
Domingos Martins (WAGEMANN, 1949, p. 22). Em 1857 o estado recebeu um novo
contingente de imigrantes germânicos, que foram instalados na Colônia de Santa Leopoldina.
Essa colônia foi o destino da maioria dos imigrantes germânicos, que marcaram presença em
boa parte dos núcleos da colonização capixaba, desde seu início ou até mesmo
posteriormente, final do século XIX até meados do século XX, mais ao norte do Rio Doce.
Em termos quantitativos, os imigrantes germânicos no Espírito Santo perdem apenas para os
italianos, que representavam maioria absoluta entre os anos de 1812 e 1900
(FRANCESCHETTO, 2003, p. 20).
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Entre 1846 e 1900, o Espírito Santo recebeu cerca de quatro mil imigrantes germânicos.
Desse montante, aproximadamente 56% eram provenientes da região da Pomerânia,
principalmente entre os anos de 1872 e 1873 (FRANCESCHETTO, 2003, p. 29). APomerânia era uma província da Prússia, próxima ao Mar Báltico, subdividida em Pomerânia
Anterior (a oeste) e Pomerânia Posterior (a leste) (RÖELKE, 1996).
Desde 1945, ao término da Segunda Guerra Mundial, esta região não consta mais no mapa da
Europa. Com o Tratado de Potsdam, a República Democrática Alemã ficou com a parte
correspondente a Pomerânia Anterior e ao território polonês foi anexada a Pomerânia
Posterior, de onde é originária a maioria dos pomeranos que imigraram para o Espírito Santo.
O berço da colonização germânica foi constituído na região centro-serrana do Espírito Santo,
área montanhosa em extensões de terras altas, também conhecida entre os imigrantes como
“terra fria”. Atualmente, as antigas colônias de Santa Isabel e Santa Leopoldina, com
predominância de imigrantes germânicos, são formadas pelos municípios de Domingos
Martins, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá. Além desses, os distritos de Alto Santa
Maria e Vinte e Cinco de Julho, do município de Santa Teresa, também são habitados
principalmente por imigrantes alemães (BAHIA, 2011, p. 21).
Os pomeranos tiveram uma notável expansão no território capixaba. Partindo das primeiras
colônias, criaram novos núcleos nas direções sul e oeste, mas expandiram-se principalmente
para o norte, na vertente sul do Vale do Rio Doce. Na década de 1920 esse rio foi transposto e
eles se espalharam pela vertente norte de seu vale, que se tornou a nova fronteira agrícola do
Estado (SALETTO, 1996, p. 135).
No final do século XIX e início do século XX, alguns pomeranos migram em direção ao
sudoeste do Rio Doce, região situada a noroeste da chamada Terra Fria. Sua abrangência
corresponde aos atuais municípios de Afonso Cláudio, Laranja da Terra, Itaguaçu, Itarana,
Baixo Guandu e parte de Colatina (RETZ, 2005, p. 32).
Na década de 1920 se inicia outro período migratório em direção ao norte do Rio Doce, região
conhecida entre os pomeranos como “terra quente”. Essa região corresponde hoje às
localidades de Alto Mutum Preto, Pancas, Novo Brasil e Linhares (RETZ, 2005, p. 34).
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A partir de 1930 até a década de 1950 ocorre outra intensa migração rumo ao norte do estado.
Esta colonização atingiu os atuais municípios de São Gabriel da Palha, Nova Venécia, Barra
de São Francisco, Vila Valério e Vila Pavão (RETZ, 2005, p. 38).
Há de se considerar que muitos pomeranos migraram em direção ao estado de Minas Gerais,
onde também fundaram comunidades. Além disso, a partir do final da década de 1960 e
principalmente na década de 1970, muitos pomeranos saíram do Espírito Santo rumo ao norte
do país, mais especificamente para Rondônia.
Dessa forma, a partir do assentamento inicial de imigrantes na região montanhosa central do
Espírito Santo e da migração interna até a segunda metade do século XX, majoritariamente
em direção ao norte do estado, em maior ou menor proporção, os colonos germânicos
marcaram presença nos atuais municípios capixabas de: Domingos Martins, Marechal
Floriano, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Afonso Cláudio, Laranja da
Terra, Brejetuba, Baixo Guandu, Itarana, Itaguaçu, Colatina, Pancas, São Gabriel da Palha,
Águia Branca, Vila Valério, Vila Pavão, Vitória, Vila Velha e Serra (KILL, 1998, p. 23).
Mesmo em meio ao constante processo de migração os pomeranos preservaram seu modo
singular de viver, rico em suas expressões e simbolismos. Naturalmente que algumas
características se perderam no decorrer do tempo. No entanto, muitos traços culturais
permanecem, ou foram reelaborados, no cotidiano pomerano: a língua, a culinária, a
religiosidade, os rituais, a música, a dança.
Laginha: o distrito pomerano de Pancas
Pancas é um município localizado ao noroeste do estado do Espírito Santo. Faz divisa com os
municípios de Baixo Guandu, Colatina, São Domingos do Norte, Águia Branca e Alto Rio
Novo e, também, com o estado de Minas Gerais. Possui uma área de 825 quilômetros
quadrados e está a uma distância de 190 quilômetros da capital do estado, Vitória2.
Atualmente, o município de Pancas tem dois distritos: Vila Verde e Laginha.
Até a década de 1920 a região de Pancas era majoritariamente habitada por indígenas
conhecidos como Botocudos. A partir de então, vieram os primeiros imigrantes colonizadores
2 Disponível em <http://www.pancas.es.gov.br/default.asp> Acessado em 13 de novembro de 2013.
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provenientes da região de Minas Gerais. Entre os estes temos referência aos nomes das
famílias dos primeiros pomeranos e o ano a chegar à região: família Ross, 1922; família
Romais, 1922; família Klemz, 1924; família Ohnesorge, 1925; família Sthur, 1928; famíliaHaese, 1928; família Ebert, 1928; família Binow, 1928 (RETZ, 2005, p. 45-56).
A migração para norte do estado ganhou intensidade a partir da conclusão da Ponte Florentino
Avidos, sobre o Rio Doce, em Colatina, no ano de 1928 (RETZ, 2005, p. 58). Em seguida
surgiram os primeiros núcleos populacionais de imigrantes no norte do estado. Dentre os
quais se encontravam os pomeranos.
A década de 1920 marcou o início da colonização na região de Pancas. O primeiro povoado
que surgiu recebeu o nome de Nossa senhora da Penha, em 1924, com sede no atual distrito
de Vila Verde. Em 1926, a sede do vilarejo foi transferida para a atual cidade de Pancas. Seu
segundo nome foi Santa Luzia do Pancas, posteriormente Vila Pancas. No ano de 1953
ocorreu a primeira tentativa de emancipação do município, que foi anulada pelo Supremo
Tribunal Federal em 1955. Somente em 1963 é criado o município de Pancas, desmembrando-
se de Colatina (PANCAS, 1994, p. 304).
Durante a colonização dessa região os pomeranos se destinaram, em sua maioria, a ocupar a
parte que hoje corresponde ao distrito de Laginha. Destaque para algumas famílias pioneiras
nessa área: Entringer, Schram, Klipel, Schwambach, Hoffmann, Tesch, Borchardt, Ost,
Pagung (RETZ, 2005, p. 66). Laginha se tornou distrito oficial do município de Pancas
somente no ano de 1949.
As terras adquiridas não tinham nenhum registro oficial. Eram demarcadas por algum ponto
de referência como rios, árvores, pedras. Somente por volta do ano de 1942 que o governo do
estado passou a registrar essas terras junto a Secretaria Estadual de Agricultura (RETZ, 2005,
p. 67). O abastecimento com água encanada em Laginha se deu no ano de 1964 e a energia
elétrica chegou em 1970. A primeira escola, Ginásio Germano Gerhardt, foi fundada em
1966. Um posto dos Correios foi inaugurado em 1950 e o Posto Telefônico foi instalado
somente em 1982. O Posto de Saúde já funcionava desde 1978. E o calçamento das ruas
começou em 1980 (RETZ, 2005, p. 72-75).
A maioria dos habitantes de Laginha é descendente de pomeranos. A maior parte destes vive
em pequenas propriedades rurais familiares, com uma produção agrícola diversificada voltada
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para a subsistência. Sua maior fonte de renda provém da produção do café. Vale salientar que
muitos descendentes pomeranos migraram da zona rural e atualmente residem na vila de
Laginha. Estes sobrevivem pelo comércio – mercearias, bares, material de construção, produtos agrícolas – ou ainda mantém laços com a produção rural, trabalhando na lavoura e
morando na cidade.
Dois motivos principais justificam a escolha de estabelecer os descendentes pomeranos de
Laginha/Pancas como objeto de pesquisa deste trabalho. Inicialmente quero esclarecer que
sou natural de Laginha e grande parte da minha família ainda reside no local. Há quase uma
década me mudei para Vitória, capital do estado, por virtude de estudos e trabalho, onde
resido atualmente. O interesse em desenvolver essa pesquisa resultou, a princípio, de umaquestão pessoal. Após alguns anos morando em outra cidade e convivendo com outros
hábitos, na ocasião em que voltava para visitar meus familiares, algumas pessoas, com as
quais tive convívio na infância e adolescência, me questionavam sobre minha
“pomeranidade”. Muitos chegavam a dizer – alguns ainda dizem – que não sou mais
pomerano. A partir de então passei a me indagar: O que me faz ser pomerano? Por que não
sou mais reconhecido como tal? Seria possível definir uma identidade pomerana?
Alguns aspectos socioculturais são comuns a muitos pomeranos. Vivem em comunidades
interioranas basicamente estruturadas em pequenas propriedades rurais. Além do português,
ainda utilizam o dialeto pomerano para comunicação entre si. Expressam fortes traços
culturais através da dança e da música e festejos carregados de ritos e simbolismos, como os
casamentos, por exemplo. Outro aspecto é a religiosidade, a maioria dos pomeranos confessa
o Luteranismo, tanto na Igreja de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) quanto na Igreja
Luterana do Brasil (IELB).
Entendemos que não se pode fixar a identidade de um povo baseado em características
teoricamente comuns a todos os seus componentes, como se não ocorressem mutações no
decorrer do tempo. Ou até mesmo reduzir a identidade por meio da seleção de características
que se considera senso comum. Por meio dessa pesquisa pretendemos, então, entender como
os pomeranos de Laginha/Pancas se vêem como grupo social étnico no espírito santo. Além
disso, a chegada dos pomeranos na região de Pancas ocorre já nos últimos anos do intenso
processo migratório que este povo teve dentro Espírito Santo. Dessa forma, há de se
considerar a influência dessa migração nos hábitos e costumes pomeranos.
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Outra questão importante relacionada aos pomeranos localizados em Laginha/Pancas permeia
o conceito de território, e envolve um dos aspectos mais marcantes da trajetória pomerana,
que é sua ligação com a terra. Toda a bibliografia sobre o tema utilizada nesse trabalho éunânime em afirmar que a busca de novas terras é o principal motivo que impulsionou a
migração pomerana no território capixaba. No entanto, cabe ressaltar que apesar da terra ser
uma questão importante, ela não define a identidade pomerana.
Em 2002, por meio de decreto, foi criado o Parque Nacional dos Pontões Capixabas. Uma
área de preservação ambiental localizada nos municípios de Pancas e Águia Branca, com o
objetivo de preservar os ecossistemas ali existentes, possibilitando a realização de pesquisa
científica e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e de turismo ecológico3. No entanto, uma área de preservação ambiental na categoria de parque não permite a
habitação humana e produção. Nessa condição, diversas famílias seriam desapropriadas.
Dentre elas, muitas famílias pomeranas do distrito de Laginha.
No ano de 2008, também por meio de decreto presidencial, foi alterada a categoria da unidade
de conservação Parque Nacional dos Pontões Capixabas para Monumento Natural dos
Pontões capixabas4. A diferença é que na nova categoria é permitida a utilização das terras e
dos recursos naturais do local pelos proprietários, desde que não comprometam a preservação
dos pontões, da fauna e da flora associadas e da paisagem, conforme disposto no Plano de
Manejo da unidade. Atualmente, a discussão das partes interessadas se consiste na elaboração
desse Plano de Manejo. As famílias afetadas alegam que são a principais responsáveis pela
preservação ambiental do que ainda resta da Mata Atlântica na região e questionam o fato de
que a área de preservação atinja diretamente o campesinato e a produção de alimentos,
deixando de lado as grandes propriedades e as áreas de extração de rochas. Diante dessa
questão, pretendemos analisar a relação dos pomeranos para com a terra e seu cultivo, nointuito de compreender a relação do território como componente da identidade de um povo.
3 Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/DNN/2002/dnn9796.htm> Acessado em 14 de novembrode 2013.4
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11686.htm> Acessado em 14de novembro de 2013.
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Territórios e Identidades
Os pomeranos passaram por intenso fluxo migratório dentro do território capixaba. Neste
trabalho, dedicaremos atenção especial aos aspectos gerais que caracterizam esse
deslocamento. Temos por objetivo a identificação e análise dos motivos pelos quais tantos
pomeranos se arriscaram na busca de novas terras no decorrer de sua trajetória. Motivos nos
âmbitos político, econômico e social.
Paralelamente ao fluxo migratório, trabalharemos as questões culturais deste processo. Ao
considerar que as identidades não são fixas, mas que podem ser produzidas em momentos
particulares no tempo (WOODWARD, 2007, p. 28). Analisaremos os aspectos culturais que
normalmente são utilizados para caracterizar a identidade do povo pomerano. Os pomeranos
ainda carregam fortes traços culturais bem característicos, expressos em tradições e costumes,
mesmo em meio às migrações e mudanças. Comportamentos e hábitos típicos ainda são
encontrados no cotidiano desse povo, mesmo que reelaborados.
A afirmação das identidades étnicas normalmente exige alguma forma de autentificação.
Muito frequentemente, essa autentificação é feita através da reivindicação da história do
grupo cultural em questão. No entanto, há a necessidade de se questionar a existência de uma
história única e verdadeira que possa ser recuperada. Tratamos de versões históricas
singulares que têm sua própria veracidade, mas, por outro lado, são dependentes umas das
outras (WOODWARD, 2007, p. 25-26).
As identidades não são unificadas, são cada vez mais fragmentadas e estão em constante
processo de mudança e transformação. Diferentes contextos sociais fazem com que os
indivíduos se envolvam em diferentes significados sociais. Apesar de nos vermos como sendo
a mesma pessoa em todos os nossos diferentes encontros e interações sociais, não é difícil
perceber que somos diferentemente posicionados, em diferentes momentos e em diferentes
lugares, de acordo com os diferentes papéis sociais que exercemos (HALL, 2007, p. 08-12).
Dessa forma, as identidades são as posições que o indivíduo é obrigado a assumir, mesmo
ciente de que elas são representações socialmente construídas.
A identidade se estabelece pela diferença e estão em uma estreita relação social de
dependência. Assim, sua definição está sujeita a vetores de força, a relações de poder. As
identidades e diferenças não são simplesmente definidas, são impostas e disputadas (SILVA,
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2007, p. 81). Para a teoria cultural contemporânea, a identidade e a diferença estão
estreitamente associadas a sistemas de representação. É também por meio da representação
que a identidade e a diferença se ligam a sistemas de poder. Quem tem o poder de representartem o poder de definir e determinar a identidade. Assim, questionar a identidade e a diferença,
nesse contexto, significa questionar os sistemas de representação que lhe sustentam (SILVA,
2007, p. 91).
O conceito de representação permite vincular estreitamente as posições e as relações sociais
com a maneira como os indivíduos e os grupos se percebem e percebem os demais
(CHARTIER, 2010, p. 49). As representações do mundo social ou cultural são sempre
determinadas pelos interesses de grupo que as forjam. As lutas de representações sãoimportantes para compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor, a
sua concepção de mundo social, os seus valores e o seu domínio (CHARTIER, 1990, p. 17).
Há um conflito entre um espaço local, espaço vivido por todos os vizinhos, e um espaço
global, habitado por um processo racionalizador e um conteúdo ideológico de origem distante.
Quando se fala de mundo, está se falando, sobretudo, em mercado, que hoje atravessa tudo,
inclusive a consciência das pessoas (SANTOS, 1998, p. 18). Se o mundo hoje é marcado por
processos de globalização, onde quem comanda são as redes construídas pelas grandes
corporações financeiras e do comércio transnacional, nem assim elas conseguem ter pleno
controle sobre a organização do espaço mundial. Isto porque, além de algumas reações
sociopolíticas e culturais contrárias à globalização, ocorre a proliferação de redes econômicas
e de poder ilegais que o sistema formalmente instituído não consegue controlar ou cooptar
totalmente (HAESBAERT, 2009, p. 124).
A globalização, como nova ordem mundial, produz diferentes resultados em termos de
identidade. A homogeneidade cultural promovida pelo mercado global pode levar ao
distanciamento da identidade relacionada à comunidade e à cultura local. Mas, também, pode
gerar uma resistência que venha fortalecer e reafirmar algumas identidades locais ou levar ao
surgimento de novas posições de identidades (HALL, 2011, p. 69).
O fluxo migratório vivenciado pelos pomeranos incontestavelmente gerou mudanças
culturais. Hábitos, tradições, costumes e comportamentos foram transformados ou perdidos
no decorrer do tempo. Na presente proposta de trabalho têm-se como objetivos estudar os
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motivos dessa intensa migração, juntamente às mudanças culturais dela resultante. Também
se pretende analisar a questão do impacto e da receptividade dessas mudanças perante a
comunidade, ou seja, a forma com que os sujeitos pomeranos lidam com essas transformaçõesno seu cotidiano. Além disso, propomo-nos a discutir questões que permeiam o conceito de
território no cotidiano campesino, considerando que território não se restringe somente ao
material, a terra, por exemplo.
O território é o fundamento do trabalho, o lugar de moradia, das trocas materiais e espirituais.
É o lugar onde desembocam todas as ações, poderes, forças e fraquezas, onde a história do
homem se realiza a partir das manifestações de sua existência (SANTOS, 2007, p. 13-14).
Dessa forma, o território não se define apenas por um princípio material de apropriação, mas,também, por um princípio cultural de identificação, de pertencimento. Sua carga simbólica é
tamanha que o território é um construtor de identidade (HAESBAERT, 1998, p. 51). Assim, o
conceito de território vai além da dimensão natural, compreende também as relações de poder.
No território é que se manifestam as forças políticas, econômicas e socioculturais.
Metodologia de pesquisa
A interdependência entre prática, metodologia e teoria produz o conhecimento histórico. Mas
é a teoria que oferece os meios para refletir sobre esse conhecimento, embasando e orientando
o trabalho dos pesquisadores, independentemente das fontes trabalhadas: oral ou não
(AMADO; FERREIRA, 1996, p. 17).
A pesquisa partiu de um levantamento bibliográfico sobre o tema. Seguido de uma leitura dos
textos mais relevantes dentre os selecionados como referência bibliográfica. Dessa forma, os
estudos foram condicionados sob a perspectiva do contexto histórico relacionado ao temaabordado.
A história oral será a base de pesquisa deste trabalho. Entendemos que a história oral apenas
estabelece e ordena procedimentos de trabalho, assim como todas as metodologias,
funcionando como mediadora entre teoria e prática. Utilizar-se da história oral como método
implica em definir e analisar os diversos tipos de entrevistas e as implicações de cada um
deles para a pesquisa, as várias possibilidades de transcrição de depoimentos, suas vantagens
e desvantagens, as diferentes maneiras de o pesquisador relacionar-se com seus entrevistados
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CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). M emórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-15.
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e as influências disso sobre seu trabalho (AMADO; FERREIRA, 1996, p.16). Portanto, a
história oral é um procedimento, um caminho para produção do conhecimento histórico. Traz
em si um duplo ensinamento: sobre a época enfocada pelo depoimento – o passado – e sobre aépoca na qual o depoimento foi produzido – presente. A história oral não é um compartimento
da história vivida, mas, sim, o registro de depoimentos sobre essa história vivida
(DELGADO, 2006, p. 15-16).
A entrevista de história oral – gravada e transcrita – documenta uma versão do passado. Trata-
se de ampliar o conhecimento sobre acontecimentos e conjunturas do passado através do
estudo aprofundado de experiências e versões particulares, de procurar compreender a
sociedade através do indivíduo que nela viveu, de estabelecer relações entre o geral e o particular através da análise comparativa de diferentes testemunhos, e de tomar as formas
como o passado é apreendido e interpretado por indivíduos e grupos como dado objetivo para
compreender suas ações (ALBERTI, 2005, p. 19).
Ressalta-se que outras fontes também foram utilizadas durante a pesquisa, como registros
religiosos, documentos oficiais e material iconográfico. Todos estes analisados como material
de apoio juntamente a bibliografia selecionada. Os registros religiosos e os documentos
oficiais são de extrema importância no intuito de conseguir informações mais precisas e
quantitativas em relação a datas e população habitante. Já as fotografias expressam hábitos,
costumes e ritos do cotidiano sociocultural pomerano e suas representações.
Quando se trata de depoimentos, lidamos com a memória. Atento para o fato de que a
memória do indivíduo está relacionada aos grupos de convívio e aos grupos de referência
peculiares a esse indivíduo – família, classe social, escola, igreja, profissão. É muito comum
atribuirmos a nós mesmos as ideias, as reflexões, sentimentos e emoções que nos foram
inspiradas pelo nosso grupo. Muitas vezes expressamos, com uma convicção que parece
muito pessoal, reflexões tiradas de um jornal, de um livro ou de uma conversa
(HALBWACHS, 2006, p. 64).
Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com
imagens e ideias de hoje, as experiências do passado. Por mais nítida que nos pareça a
lembrança de um fato antigo, ela não é a mesma imagem que experimentamos no passado,
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porque nós não somos os mesmos de então e porque nossa percepção alterou-se e, com ela,
nossas ideias, nossos juízos de realidade e de valor (BOSI, 1994, p. 54-55).
O passado se conserva por si mesmo, automaticamente e inteiro. Ele nos segue a todo
instante: o que sentimos, pensamos, queremos, debruçado sobre o presente que a ele irá se
juntar (BERGSON, 2006, p. 47-48). As lembranças pessoais constituem o último e mais
amplo invólucro de nossa memória. Essencialmente fugazes, só se materializam por acaso,
seja porque uma determinação acidental precisa de nossa postura corporal as atraia, seja
porque a própria indeterminação dessa postura deixa o campo livre para a sua manifestação
(BERGSON, 2006, p. 59).
A fase de entrevistas será organizada previamente com a definição de um questionário
elaborado para atender as necessidades e objetivos deste trabalho. Caso ocorra a necessidade,
é possível que as entrevistas sejam conduzidas na linguagem dos entrevistados – dialeto
pomerano. Posteriormente à gravação e transcrição desses depoimentos, segue-se a análise
das fontes coletadas em diálogo contínuo com a bibliografia selecionada. Dessa forma, se fará
uso da história oral como método de pesquisa, auxiliado por uma bibliografia que atenda às
necessidades teórico-metodológicas, no intuito de que os objetivos deste trabalho sejam
alcançados.
Referências
OBRAS DE APOIO
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AMADO, Janaina; FERREIRA, Marieta de Moraes (Org.). Usos & abusos da história
oral. Rio de Janeiro: FGV, 1996.
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SITES ACESSADOS
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/DNN/2002/dnn9796.htm> Acessado em 14 denovembro de 2013.