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Disciplina de Professora Especialista em Libras: Marinélia Soares
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Professora: Marinélia Soares
Disciplina: Língua Brasileira de Sinais - Libras
A História do Surdo e sua educação
Como os deficientes eram visto no passado?
Eram entendidas como "NÃO HUMANOS"
Seres desqualificados e inferiores
Eram vistos como animais que precisavam competir pela sobrevivência.
Isto não foi
"privilégio" de um
único povo, nem ficou
restrito a uma única
cultura. Esta prática
não era algo que
causasse escândalo
em sua época ou em
sua sociedade, pois
fazia parte da cultura
do povo.
Antiguidade
No Egito os surdos eram adorados,
como se fossem deuses, serviam
entre os deuses e os faraós, sendo
temidos e respeitados pela população.
Na Grécia os surdos não
recebiam educação: Aristóteles,
em 355 a.C., defendeu que os que
nasciam surdos, por não terem
linguagem, eram incapazes de
raciocinar. Eram marginalizados,
juntamente com os doentes e os
débeis mentais.
Roma Lançavam as
crianças surdas,
possivelmente apenas as
pobres, ao rio Tibre, ao
cuidado das Ninfas. Em 529
d.C., os surdos que falavam
tinham direitos legais.
Podiam ter propriedade,
casar e redigir testamentos.
• Idade Média Santo Agostinho (354-430 d.C.) acreditava que aqueles que
tinham filhos surdos estavam a pagar os seus pecados. Também
defendia que os surdos podiam aprender e transmitir conhecimento
através dos gestos, que seriam assim equivalentes à fala para a
salvação da alma.
Na Grécia e na Roma eram condenados à morte – lançados abaixo do topo de rochedos. Os sobreviventes viviam miseravelmente como escravos ou abandonados.
Existiam leis que proibiam os surdos de
receberem heranças, de votar e enfim, de todos
os direitos como cidadãos.
No passado, os surdos eram considerados incapazes de
ser ensinados, por isso eles não frequentavam escolas.
•Não davam tratamento digno aos surdos, colocavam-os à morte nas imensas fogueiras da inquisição, freqüentemente eram feitas apedrejamentos contra eles.
Final do século XV
Não havia escolas especializadas para surdos;
Ouvintes tentaram ensinar os surdos
Giralamo Cardamo, médico italiano afirmava que os
surdos podiam ser postos em condições de “ouvir lendo
e falar escrevendo”.
Principais registros
sobre a História da
Educação dos Surdos
Rodolfo Agrícola (século XIV) Argumentava quanto à possibilidade de instruir surdos. Ele faz distinção entre surdez e mudismo.
Girolamo Cardomo (1501-1576) - Médico italiano que teve um filho surdo. Estudou o ouvido, a boca e o cérebro. Argumentava que o sentido do ouvido (o ouvir) e a vocalização da palavra não eram indispensáveis para a compreensão das ideias. Inventor de um método para ensinar pessoas surdas a ler e escrever. Disse: “eles são considerados incapazes de se expressar somente porque ninguém os pode compreender”.
Foi o primeiro professor de surdos;
Fundou uma escola para surdos,
em Madrid e dedicou grande parte
da vida ensinando os filhos surdos,
de pessoas nobres.
Desenvolveu um alfabeto manual,
que ajudava os surdos a soletrar as
palavras.
Ponce de Leon não fez
registro acerca de seu método.
Pedro Ponce de Leon, (1520-1584) - um monge beneditino espanhol que utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios; Ensinava-os a falar, ler, escrever, rezar e a conhecer as doutrinas do cristianismo. Alguns conseguiram aprender latim
Nos séculos seguintes destacaram-se alguns professores
à educação dos surdos.
Juan Pablo Bonet, (1579-1629) (Espanha) aproveitando o trabalho iniciado por León, foi estudioso dos
surdos e seu educador.
Escreveu o primeiro livro conhecido sobre o ensino de surdos;
Defendia tanto o uso da escrita como a ideia de que tutores e pais
a empregassem na educação da criança desde cedo;
Atribuiu grande importância à existência de um ambiente linguístico
rico, além de priorizar o uso do alfabeto manual juntamente com a
escrita para o ensino da fala;
Defendia que o treino da fala fosse iniciado precocemente;
Proibia o uso da língua gestual, optando pelo método oral.
Outros educadores seguiram os passos de Juan Pablo com
algumas pequenas diferenças.
Willian Holder (1616-1698) -
Desenvolveu técnicas
específicas de treino de leitura
labial, e John Wallis (1618-
1703), ao contrário de seus
colegas, separava o
treinamento articulatório do uso
do alfabeto manual, todavia
todos eles tinham em comum o
fato de privilegiarem a escrita
como primeira língua, o que
garantia aos surdos o acesso
ao poder e à riqueza de sua
família em caso de herança.
Foi o “criador” da Língua Gestual, contudo,
sabemos que já existia Língua Gestual
antes dele. O seu grande mérito foi ter
reconhecido que esta língua existia, se
desenvolvia e servia de base comunicativa
essencial entre os surdos. Ensinava os
surdos, primeiramente por motivos
religiosos. Iniciou seu trabalho com surdos
por casualidade.
Abade L’Epée (1712-1789) – França
Fundou a primeira escola pública para surdos em
Paris.
Aprendeu a Língua de Sinais com surdos pobres de
Paris e utilizou-a em seu método de ensino que ficou
conhecido como Sistema de Signos Metódicos. A sua
escola iniciou em 1760, com poucos alunos, mas em 1785, já
contava com setenta estudantes.
Atribuiu aos surdos do estatuto de humanos, ao
reconhecer a existência da sua língua; Demonstrações a
nobres, filósofos e educadores, comunicando em Língua
Gestual, e os surdos respondendo por escrito.
Reconheceu que ensinar o surdo a falar seria
perda de tempo, antes devia ensinar-lhe a língua gestual.
Muitos o consideram criador da língua gestual, adotando o método de educação coletiva. L‘Epée reconheceu que essa língua realmente existia e que se desenvolvia (mas não considerava uma língua com gramática).
Jacob Rodrigues Pereira-França Educador, 1715-1780
Jacob Rodrigues Pereira foi educador de surdos, francês, que
embora usasse gestos, defendia que os surdos deveriam ser
oralizados. Modificou o alfabeto manual de Bonet, fazendo
corresponder a cada gesto, um som. Embora toda a vida tenha
defendido que a fala era necessária ao surdo, nos últimos anos
aceitou a ideia de que a língua gestual era a melhor forma de
comunicação entre surdos.
Idade Contemporânea
Houve uma rivalidade entre os métodos oralistas e
os métodos baseados na Língua Gestual
Portuguesa. O grande objetivo dos educadores
oralistas de surdos era fazer com que estes se
parecessem o mais possível com os ouvintes.
Abade Sicard-França Abade, 1742-1822
Sicard fundou a escola de surdos de
Bordéus, em 1782.
Jean Massieu - França SURDO, 1772-1846
Frequentou a escola para surdos de Bordéus
que havia sido fundada e supervisionada pelo
Abade Sicard. Massieu foi um dos primeiros
professores Surdos em todo o mundo.
Samuel Heinicke (1778) na Alemanha, dirige a
primeira escola de ensino exclusivamente oral
para surdos,
Rejeitando todos os outros métodos que qualificava de
inúteis e fraudulentos.
Defensor do método oral. Mantinha debates e
correspondência com L’Epée acerca da controvérsia
Defendia unicamente a predominância da voz,
transformando-a em objetivo único do que consideram ser
o “tratamento educativo interdisciplinar” dos sujeitos
surdos.
Gestos ou sinais de qualquer natureza eram considerados
como caminhos para a língua de sinais, portanto eram
expressamente proibidos.
Abade Sicard - Diretor
do Instituto fundado por
L’Epée em Paris a partir
de 1791. Considerado,
na época, notável
autoridade na Educação
dos Surdos.
.
Em 1814 Jean Marc Itard,
médico e cirurgião, tornou-se
residente no Instituto Nacional
de Surdos-Mudos em Paris.
A surdez para Itard era reconhecida como doença e,
portanto, passível de tratamento.
Segundo Itard, a única esperança para
surdo se salvar era o desenvolvimento da
fala e isto só poderia acontecer através
de treinamento articulatório e da
restauração da audição, pois se esta
fosse restaurada, a fala também seria.
Tentativas para descobrir as causas da
surdez:
Carga elétrica
nos ouvidos
dos surdos;
Sanguessugas
para provocar
sangramentos
Furou as
membranas
timpânicas
de alunos.
Fraturou o crânio de
alguns alunos
infeccionando pontos
atrás das orelhas
...o surdo só pode
ser realmente
educado através
da língua de
sinais.
Após dezesseis anos de tentativas e experiências
frustradas de oralização e remediação da surdez, Itard chegou a conclusão que...
Em 1880, Congresso Internacional, em Milão- Itália.
Decidiu-se que a linguagem gestual fosse praticamente banida como
forma de comunicação.
Todos os surdos deveriam ser ensinados pelo Método Oral Puro.
E o ensino de disciplinas como História, Geografia e Matemática, foi
relegado a segundo plano.
O fatídico Congresso Internacional de Milão, em 1880, foi o momento mais obscuro na História dos Surdos. Nesse Congresso, um grupo de ouvintes, educadores de Surdos, decidiu excluir a Língua Gestual do ensino de Surdos e impôs, como principal objetivo das escolas de surdos, o ensino da fala . A partir daí, consagrou-se a tendência oralista na educação de surdos, em todo o mundo, durante o final do séc. XIX e grande parte do séc. XX.
No Congresso Internacional da Alemanha
houve uma atitude positiva.
A Língua de Sinais que, mesmo durante a opressão
oralista, conseguiu manter-se viva.
Final do século xx
Os surdos assumiram a direção da única
Universidade para Surdos do Mundo (Gallaudet
University Library - Washington - EUA)
Passaram a divulgar a Filosofia da
Comunicação Total.
Na década seguinte, a partir das pesquisas da professora de Lingüística Lucinda Ferreira Brito
começa a ganhar força no país a filosofia do
Bilinguismo A língua de sinais,
considerada a sua língua natural
(L1)
Somente como segunda língua deveria ser ensinada a língua oficial do país, mas preponderantemente na sua forma escrita
1986 Língua de Sinais passou a ser defendida no
Brasil
No dia 24 de abril , foi homologada a Lei Federal nº
10.436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais
como língua oficial da comunidade surda brasileira.
2002
Em 22 de dezembro o
presidente Luiz
Inácio Lula da Silva,
sanciona o Decreto nº 5.626,
considera-se pessoa surda
aquela que, por ter perda
auditiva, compreende e
interage com o mundo por
meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura principalmente
pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
2005
ACRE No ano de 1984 , em Rio branco foi criada a escola especial para surdos – CEADA, atualmente Centro Estadual de Educação de Surdos – Profª Hermínia Moreira Maia – CEES. Em 24 de janeiro de 2003 foi homologada a Lei Estadual nº 1.487 que reconhece a Língua de Sinais Brasileira como língua oficial da comunidade surda acreana.
Em 2008 Criada a Associação dos Surdos
do estado do Acre
Ano 2005 implantação do Centro de Formação
de Profissionais da Educação e de Atendimento
as Pessoas Com Surdez - CAS/AC na capital Rio
Branco, também a interiorização do curso de
LIBRAS nos municípios do Estado.
• Ano 2010 tem fim o Centro Estadual de Educação
de Surdos - Hermínia Moreira Maia, no Acre,
sendo todos os alunos surdos incluídos na rede
regular de ensino.
• Ano 2013 Implantação do Centro de Apoio ao
Surdo Rio Branco, onde a Secretaria Municipal de
Educação Municipal passou a oferecer cursos
básicos de Libras e Oficinas de Libras nas escolas
do Ensino infantil e Fundamental atendendo 14
escolas atualmente.
Em 10 de junho do ano de 2014 implanta-se o CIL
Central de Interpretação de Libras no centro de
Rio Branco
PROPROSTA
PEDAGÓGICAS
OU
TENDÊNCIAS
OU
FILOSOFIAS
Oralismo: enfoque terapêutico, pois pressupõe a
reabilitação dos surdos e a aquisição da fala.
Resultado: O maior mérito do Oralismo está no diagnóstico psiconeurológico de forma precisa, no aproveitamento dos resíduos auditivos, na estimulação precoce e na amplificação sonora.
• Comunicação Total: é um modelo educacional na educação de Surdos que inclui uma gama de instrumentos Linguísticos, entre eles:
• Lingua de Sinais • Língua oral • Gestos • Fala • Leitura labial • Alfabeto manual • Leitura da escrita • Ritmo • Dança Foi desenvolvida em meados de 1960, após o fracasso do Oralismo puro para muitos sujeitos surdos, que não tiveram o sucesso esperado na leitura de lábios e emissão de palavras. Em sua prática incorpora ainda o desenvolvimento da fala mediante uma atividade com repetição ritmada, dos restos auditivos com o treinamento do som para estimular através de uso constante, por um longo período de tempo, aparelhos auditivos. A comunicação Total consistia no uso simultâneo de palavras e sinais, ou seja, no uso simultâneo de uma língua oral e de uma língua sinalizada. Resultado: melhora na comunicação geral, mas apresenta muitas deficiências, sobretudo na escrita. O aluno não adquire competência em nenhuma língua.
Educação bilíngüe
são denominadas escolas ou classes de
educação bilíngue aquelas em que a Libras e a
modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam
línguas de instrução utilizadas no
desenvolvimento de todo processo educativo.
Decreto 5.626/05 elucida que:
2ª FASE:
EDUCAÇÃO ORAL
Com visão clinica da surdez, a educação especial com rejeição ou “normalização” da surdez
3ª FASE:
EDUCAÇÃO BILINGUE
Respeito pela identidade, pelo individuo surdo, inclusão respeitando as suas características lingüísticas.
1ª FASE:
EDUCAÇÃO GESTUAL
Os surdos adultos nas Escolas Especiais, participavam no processo educacional.
1823-1905
1906-1991
a partir de 1992