IDENTIFICAÇÃO DE SERPENTES - HERPETOFAUNA · IDENTIFICAÇÃO DE SERPENTES Paulo Sérgio Bernarde...

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IDENTIFICAÇÃO DE SERPENTES

Paulo Sérgio Bernarde

www.herpetofauna.com.br

Para correr uma chave taxonômica irá contar as escamas:

- Dorsais

- Ventrais

- Subcaudais

Observa-se também a forma das:

- Cefálicas

- Placa anal

FOLIDOSE = Disposição das escamas

Escamas dorsais

Lisas: Presentes em todos

Elapidae e na maioria dos

Colubridae e Dipsadidae.

Carenadas ou quilhadas:

Presentes em Viperidae, mas

também em alguns

Colubridae e Dipsadidae.

Algumas apresentam apenas

algumas fileiras de dorsais

carenadas. Exemplo: Spilotes

e algumas Chironius

Escamas Lisas

Escamas Carenadas ou Quilhadas

Exemplo de escamas dorsais lisas

Exemplo de escamas dorsais carenadas.

Viperidae

Exemplo de escamas dorsais carenadas.

Viperidae

Colubridae Drymobius rhombifer. Note que no ápice (ponta) de cada escama dorsal

apresenta dois pequenos sinais, são as fossetas apicais, que é uma outra

característica a ser observada especialmente na identificação de espécies

Colubridae e Dipsadidae.

Fossetas apicais

Exemplo de escamas dorsais carenadas.

Pseustes sulphureus

ESCAMAS DORSAIS

Conta-se a primeira dorsal que está em contato com as ventrais e vai ao longo do

dorso da serpente nessa sequência até o encontro das ventrais novamente!

Conta-se em três regiões:

-Próximo a cabeça.

- Meio do corpo.

- Próximo a cloaca.

ESCAMAS DORSAIS

ESCAMAS DORSAIS

Em Colubridae e Dipsadidae, a maioria das espécies apresenta 15, 17 ou 19

escamas dorsais no meio do corpo.

Nas chaves de identificação existe um passo onde se verifica que as

escamas dorsais são em número par ou ímpar no meio do corpo. Os gêneros

Chironius e Spilotes são os únicos que apresentam fileiras de escamas

dorsais pares no Brasil (10, 12 ou 14 escamas no meio do corpo).

Outra característica que se observa nas identificações é se ocorre redução

no número de escamas dorsais, da região próxima a cabeça até a próxima à

cloaca. Exemplo: 19/17/15, 17/17/15, 21/19/17.

Ou se não ocorre redução. Exemplo: 17/17/17, 15/15/15.

A região próxima a cabeça para ser contada seria mais ou menos duas vezes

o comprimento da cabeça; no meio do corpo pega-se a serpente e coloca o

focinho da cobra junto a cloaca e daí define a metade da distância entre

essas partes; Próximo a cloaca seria mais ou menos duas vezes o

comprimento da cabeça antes de chegar na cloaca.

PLACA ANAL

Placa anal inteira

Placa anal dividida

Escamas ventraisPlaca

anal

Inteira

Subcaudais

divididas

Exemplo!

SUBCAUDAIS

A maioria das cobras apresentam subcaudais divididas. Exemplos de gêneros

com todas subcaudais inteiras são Crotalus e Pseudoboa.

Orifício entre a narina e o olho!

Pupila redonda

Drymarchon corais

Pupila vertical ou elíptica

Imantodes cenchoa

Pupila subelíptica

Leptodeira annulata

Escamas ou escudos cefálicos

Geral de um Colubridae e Dipsadidae e também de Elapidae.

Viperidae e Boidae apresentam escamas dorsais pequenas.

Exemplo: Drymarchon corais.

Apresenta dorsalmente: duas internasais (IN), duas pré-frontais (PF), duas supra-oculares

(SO), uma frontal (F) e duas parietais (PA).

Lateralmente (De cada lado!): do focinho para trás: Uma nasal (N), uma placa loreal (PL), duas

pré-oculares (PR), duas pós-oculares (PO), duas temporais anteriores (TA), duas temporais

posteriores (TP) e oito supralabiais (SL) estando a quarta e quinta em contato com a orbicular

(olho).

NPLPR

PO

PO

PR

TATA

SO

F

PF

IN

PA

TP

TP

SL

SLSL

SL SL SL SLSL

Exemplo: Chironius scurrulus (Juvenil).

Pré-frontal (PF); nasal (N); uma placa loreal (PL); duas pré-oculares (PR); duas pós-oculares (PO);

uma temporal anterior (TA); uma temporal posterior (TP); nove supralabiais (SL) “estando a quarta,

quinta e sexta” em contato com o olho; 11 infralabiais (IL).

NPLPR

PO

PO

PR

TATA

SO

F

PF

IN

PA

TP

TP

SL

SLSL

SL SL SL SLSL

PR

SL

SLSL

SL

SL

SL

SL

SL

SL

PLN

PO

PO

TATP

PA

PF

ILILIL

IL

IL

IL

ILILILIL

IL

A Placa Loreal (Não confunda com Fosseta Loreal de Viperidae!) que é uma

escama situada lateralmente entre a nasal e a pré-ocular pode estar presente ou

ausente. Quando ausente a nasal está em contato com a pré-ocular.

O número de escamas Temporais Anteriores pode ser uma, duas ou nenhuma.

Quando a temporal anterior está ausente as supra-labiais ficam em contato com

a parietal.

O número de supra-labiais em contato com o olho também é uma variável,

podendo ser duas ou três.

Suboculares (ficam entre o olho e as supralabiais) estão presentes em

Hydrodynastes.

As internasais e pré-frontais são escamas duplas, entretanto podem estar

fundidas formando uma única escama em alguns gêneros.

Helicops apresentam internasais fundidas em uma única escama.

Características de algumas famílias

BOIDAE DIPSADIDAE COLUBRIDAE

VIPERIDAE ELAPIDAE

ESCOLECOFÍDIOS

(TYPHLOPIDAE, LEPTOTYPHLOPIDAE e ANOMALEPIDIDAE)

-Apresentam escamas ventrais indistintas das dorsais.

- Escamas dorsais e ventrais de formato ciclóide.

- Dentição áglifa.

BOIDAE

- Escamas dorsais da cabeça pequenas.

- Pupila do olho elíptica ou vertical.

- Dentição áglifa.

ANILIIDAE

- Escamas ventrais pouco mais largas que as dorsais.

- Dentição áglifa.

Olhos pequenos situados dentro de uma única escama.

COLUBRIDAE e DIPSADIDAE

- Escamas grandes no dorso da cabeça.

- Dentição áglifa ou opistóglifa.

- Pupila do olho arredondada ou elíptica.

- Escamas dorsais lisas ou carenadas.

ELAPIDAE

-Dentição proteróglifa.

- Escamas Dorsais 15/15/15.

- Escamas grandes no dorso da cabeça.

VIPERIDAE

-Dentição solenóglifa.

- Fosseta Loreal presente.

- Escamas pequenas no dorso da cabeça.

- Escamas dorsais carenadas.