Post on 21-Apr-2015
III-118 - Impactos ambientais e sociais decorrentes da disposição dos resíduos sólidos na área do Aterro da Muribeca município de Jaboatão dos Guararapes-PE e Aterro de Aguazinha município de Olinda – PE
Autora: Elvira Cristina Carneiro Mergulhão
Recife, junho 2012
INTRODUÇÃO
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
REGIÃO METROPOLITNA DO RECIFE (RMR)
PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Produção de objetos de consumo em larga escala
Introdução de novas embalagens no mercado
Aumento do volume e diversidade de resíduos
Enfrenta sérios problemas causados pela disposição de resíduos sólidos urbanos
Pesquisadores dedicam-se na busca de soluções para a problemática de resíduos sólidos afim de minimizar os impactos ambientais
OBJETIVO
Analisar os impactos ambientais e sociais existentes na área do Aterro da Muribeca no município de Jaboatão dos Guararapes e Aterro de Aguazinha no município de Olinda, PE
ÁREAS ESTUDADAS:
ATERRO DA MURIBECA
Entrou em funcionamento em 1985, como lixão
ATERRO DA MURIBECA
Em 1994 inicia-se um programa de recuperação ambiental
ATERRO DA MURIBECA
Em 1994 inicia-se um programa de recuperação ambiental
ATERRO DA MURIBECA
Programa de Recuperação
Construção: 9 célulasCélulas: 200m x 200m Altura: 20 a 70m
Aterro da Muribeca
Localização: Região Metropolitana do RecifeÁrea: 60 haVolume diário: 3.000 t/dia
Estação de tratamento de lixiviado, entra em funcionamento em 2002
ATERRO DA MURIBECA
Monitoramento realizado pelo GRS/UFPE
ATERRO DA MURIBECA
Associação dos recicladores Conta com a colaboração da ONG SOS Brasil (Belga)
ATERRO DA MURIBECA
•Catadores cadastrados: 1914•Catadores Associados : 50 •Concentrados na frente de serviço: 1864
Foto: Cecília Lins (2004)
ATERRO DE AGUAZINHA•Localização: Município de Olinda –RMR •Área: 19 ha. •Volume diário: 420 ton/dia •Início das operações: 1986 (como vazadouro a céu aberto (lixão) •Recuperação: 1998 / 2004
•Catadores cadastrados:300•Catadores Associados : 50 •Concentrados na frente de serviço: 250
ATERRO DE AGUAZINHA
Entrou em funcionamento em 1986, como lixão
Fotos: Cecília Lins (2004)
ATERRO DE AGUAZINHA
Em 2004, inicia-se um programa de recuperação ambientalCecília, 2004
Projeto para construção da ETC
Célula Tratamento primário: recirculação de 50% do chorume gerado
Tratamento secundário: Lagoa de Equalização e Filtro Biológico
Tratamento terciário: Barreiras reativas de solo e fitorremediação
ATERRO DE AGUAZINHA
Fonte: Cecília Lins (2004)
ATERRO DE AGUAZINHA
Monitoramento realizado no Aterro de Aguazinha (GRS/UFPE)
Foto: Cecília Lins (2004)
Associação dos recicladores
ATERRO DE AGUAZINHA
Foto: Cecília Lins (2004)
Levantamento bibliográfico
Visitas às áreas comuns aos dois aterros
Obtenção in loco de informações e registros referentes a impactos ambientais e sociais comuns aos dois aterros
Registros fotográficos
Visitas às associações
Contato com a área administrativa e operacional comuns aos dois aterros
METODOLOGIA UTILIZADA
Aplicação de questionário aos catadores da frente de serviço e da associação de ambos Aterros (fevereiro a março 2005)
Entrevistas com funcionários de ambos os Aterros (fevereiro a março 2005)
Entrevista com o coordenador do Grupo de Resíduos Sólidos e do programa de monitoramento dos aterros da Muribeca e Aguazinha (GRS/UFPE)
Os métodos estatísticos são necessários a todas aquelas situações em que os resultados não podem ser reproduzidos com exatidão, como é o caso de pesquisas que envolvem uma população
A coleta dos dados foi efetivada através de questionários contendo perguntas objetivas
METODOLOGIA UTILIZADA
Para o dimensionamento das amostras referenciadas neste trabalho fez-se uso da estatística descritiva e inferencial
ESTATÍSTICA APLICADA
qpZNd
NqpZn
ˆ.ˆ.)1.(
.ˆ.ˆ.22
2
Onde:
pq ˆ1ˆ
N = tamanho da populaçãod = erro amostralZ = abscissa da normal padrão
= estimativa da proporção (1 – estimativa de proporção)
p̂
Os cálculos estatísticos utilizados para o dimensionamento das amostras conferiram nesta pesquisa uma confiabilidade concreta e fiel de 90% nos resultados finais com uma margem de erro de 10%
Dimensionamento das amostras
Localidade Situação Total de catadores
Total da /Amostra
Muribeca Associados 50 25
Não Associados 1864 41
Aguazinha Associados 50 24
Não Associados 250 33
Total 2214 123
ESTATÍSTICA APLICADA
Idade dos catadores da Muribeca
0
10
20
30
40
18 à25 25 à 35 35 à 45 45 à 55
Idades
Pe
rce
ntu
al (
%)
da
s r
es
po
sta
s
não associados
associados
Demonstrativo da faixa etária dos catadores do Aterro da Muribeca
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ativa
Perfil dos catadores do Aterro da Muribeca
Falta de oportunidade no mercado de trabalho (desemprego)
Idade dos catadores de Aguazinha
01020304050
18 à 25 25 à 35 35 à 45 45 à 55
Idades
pe
rce
ntu
al (
%)
da
s r
es
po
sta
s
Não associados
Associados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Muitos catadores nasceram e foram criados dentro do próprio aterro, permanecendo neste ambiente
Presença de mulheres
Facilidade das moradias estarem no entorno do aterro
Perfil dos catadores do Aterro de Aguazinha
Renda mensal dos trabalhores da Muribeca
0
50
100
> 260 260 à 520
Renda
pe
rse
ntu
al
(%)
da
s
Re
sp
os
tas
Não associados
Associados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Associados: melhor remuneração em relação aos não associados
Presença dos atravessadores, também chamados de deposeiros, presentes nas frentes de serviço do aterro
Associados: forma de trabalho mais organizada e assistida (renda superior a um salário mínimo)
<
Renda mensal dos catadores de Aguazinha
0
50
100
> 260 260 à 520
Renda
pe
rce
ntu
al
(%)
da
s
res
po
sta
s
Não associados
Associados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Renda mensal tanto para os catadores da frente de serviço quanto os associados faixa de menos a um salário mínimo
Constatada em virtude do próprio interesse dos catadores em vincular-se a associação
Onde o que prevalece é a lei da oportunidade, ou seja, se a necessidade do momento exigir, os catadores mesmo associados, vendem seu material no próprio local de coleta
Fatores básicos para falta de interesse e vinculação à associação:
competitividadefalta de confiança entre si geração imediata do capital
Vinculação em associação ainda é muito pequena
Associação ainda não possui uma organização em nível de associativismo
<
Satisfação com local de trabalho catadores de Muribeca
0
50
100
Sim Não
Trabalho
Per
cen
tual
(%
) d
as r
esp
ost
as
Não associados
Associados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Satisfação 100% associados: virtude da organização e da infra-estrutura em que se encontra a associação
Não associados: 50% de satisfação.Um dos maiores problemas: atravessadores que compram o material por um preço inferior ao negociado na associação
Satisfação com local de trabalho catadores de Aguazinha
0
50
100
Sim Não
Trabalho
Pe
rce
ntu
al
(%)
da
s
res
po
sta
s
Não associados
Associados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Índice de insatisfação dos catadores da frente de serviço é evidenciado com um percentual de 62,9%
Relacionado a presença dos deposeiros, atravessadores que se utilizam da necessidade diária dos catadores para manipular preços inferiores aos praticados na associação
Associados apresentam-se divididos :50% satisfeitos. Percentual equilibrado justificado em virtude do catador mesmo sendo associado não sentir obrigação em vender seu material exclusivamente através da associação, dependendo da necessidade diária, o catador vende seu material no próprio local de coleta
Alguns critérios:
tempo de funcionamento como aterro controlado limite diário de resíduos sólidos recebidoquantidade de catadores presentes em cada aterrocapacidade física da área estrutura administrativadisponibilidade de recursos financeiros dos municípios projetos já concluídos e em fase de conclusão
Análise comparativa da situação dos dois aterros
Trabalho de recuperação é evidenciado na parte operacional
Os caminhões levavam cerca de 40min para descarregar os resíduos, atualmente esse tempo está em torno de 15min (volume 3000ton/dia)
No aspecto de impactos ambientais, o maior problema ainda se reverte para minimização dos poluentes líquidos e gasosos
Dentro das observações realizadas, é evidente a urgência da construção da usina de triagem
Análise comparativa dos dois aterros
Aterro da Muribeca
Aspectos, físicos, operacionais e ambientais
Tem menor capacidade física, recebendo uma média diária de 400 ton/dia de resíduos, conta com uma verba municipal inferior ao Aterro de Muribeca e representa o único receptor de lixo da cidade de Olinda
A Prefeitura de Olinda preocupada com os impactos ambientais e sociais, inicia no Aterro de Aguazinha um projeto de recuperação ambiental, visando aumentar a vida útil do Aterro
Devido a processos de interdição os projetos foram paralisados e só voltaram ser retomados no ano de 2004
Hoje o impacto visual que outrora era visível já foi minimizado porém um fator ainda preocupante são os poluentes líquidos e gasosos
Análise comparativa dos dois aterros
Aterro de Aguazinha
Aspectos, físicos, operacionais e ambientais
Os dois aterros possuem programas de erradicação do trabalho infantil, onde os menores e adolescentes são encaminhados as respectivas secretarias e introduzidos em projetos sociais
Muribeca x Aguazinha
Análise comparativa dos dois aterros
A questão social é um agravante para ambos os aterros, tornando-se um dos maiores problemas enfrentados pelas administrações
Aspectos sociais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com os resultados obtidos neste trabalho evidencia-se que as atividades de disposição de resíduos:
geram empregos a diferenciadas faixas etárias renda variável entre um a dois salários mínimos a maioria dos catadores do sexo masculino (Muribeca) presença significativa de mulheres (Aguazinha)
Os impactos ambientais e sociais observados nos aterros são diferenciados em virtude de:
tempo de trabalho de recuperação ambientaltecnologias já aplicadasárea útil de cada aterroprojetos já executadosprincipalmente pela parte orçamentária que cada prefeitura dispõe para operacionalidade e tratamento dos seus resíduos
AGRADECIMENTOS
Grupo de Resíduos Sólidos (GRS / UFPE).
Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE).
Prefeitura Municipal do Recife (PMR).
Prefeitura Municipal de Olinda (PMO).
elvira_cristina@hotmail.com
Praia de Porto de Galinhas -PE