Ilpi puc - outubro 2013

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Instituição de Longa

Permanência Para

IdososVirgílio Garcia Moreira MD MSc

Programação Objetivo: Partilhar com o grupo um panorama geral

das ILPIs no Brasil e no Mundo como Modelo de Gestão da Saúde do Idoso

Envelhecimento populacional e os cenários de atuaçãodo profissional de saúde junto ao idoso;

História das ILPIs;

Papel das IPIs e perfil epidemiológico da populaçãoadscrita;

Trajetória da Legislação sobre as ILPIs e normasoperacionais;

Vivência Prática e o dia a dia na ILPI;

Envelhecimento Populacional

Envelhecimento Populacional

Cuidados com dependentes

Papel da família?

Quem é a família?

Redução da fecundidade

Mudanças de nupcialidade

Participação da mulherno mercado de trabalho

ESTADO X MERCADO PRIVADO

O Que é a ILPI?

Cocoon – Ron Howard – 1985

História das ILPIs Cristianismo e o amparo aos idosos

“Há registros de que o primeiro asilo foi fundado pelo Papa

Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa em um hospital

para velhos”.

Alcântara AO. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. Campinas: Alínea; 2004.149 p.

Domenico di Bartolo, Care of the Sick in the Pellegrinaio, 1440, fresco, Siena,

Ospedale di Santa Maria Della Scala

História das ILPIs Até Sec. XVIII – hospital como local de internamento:

assistência material e espiritual aos doentes, pobres,

devassos, loucos e prostitutas. Local de separação e

exclusão.

Sec. XVIII – abrigo de mendigos;

Sec. XIX – Sapêtrière – 8,000 mil doentes (3 mil

idosos) – considerada a primeira instituição geriátrica;

Beauvoir S. A velhice. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1990. p. 711.

Foucault M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal; 1979. p. 99-128.

História das ILPIs Brasil Colônia

Conde de Resende defendeu que soldados velhos mereciam uma

velhice digna e descansada.

Em 1794, no Rio de Janeiro, inicio do funcionamento da

Casa dos Inválidos, não como ação de caridade, mas

como reconhecimento àqueles que prestaram serviço à

pátria, para que tivessem uma velhice tranquila.

História das ILPIs Asilo São Luiz para Velhice Desamparada – 1890

Visibilidade à velhice

Mundo a parte: romper laços com família e sociedade

www.casasluiz.com.br

Groisman D. Asilos de velhos: passado e presente.

Estudos interdisciplinares sobre o envelhecimento 1999; 2: 67-87.

História das ILPIs No Brasil, quando sem instituições específicas para

idosos, inclusão nos nichos de doentes mentais,

criancás abandonadas, desempregados, etc.

Sec XIX Santas Casa abrigava mendigos, porém, com

o aumento de internação de idosos, passou a definir-se

como instituição gerontológica em 1964.

Born T. Cuidado ao idoso em instituição. In: Papaléo Neto M, et al, organizadores. Gerontologia. São Paulo: Atheneu; 2002. p. 403-13.

História das ILPIs Modelo Asilar Brasileiro

Instituições totais – Ultrapassadas

“um local de residência e trabalho, onde um grande número de

indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais

ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada

e formalmente administrada”

Cidadãos violados em sua individualidade, sem controle

da própria vida, sem direito a seus pertences sociais e à

privacidade, com relação difíciol ou inexistente com

funcionários e o mundo exterior.

Goffman E. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva; 2003. p. 11-157.

Definições Asilo = ásylos grego / asylu latim consideravam como

casa de assistencia social onde eram recolhidas, para

sustento ou também para educação, pessoas pobres e

desamparadas, como mendigos, crianças

abandonadas, órfaos e velhos – Lugar onde ficam

isentos da execução das leis, os que a ele se

recolhem;

Definições Long Term Care

Assisted Living Facilities = idosos independentes;

Nursing Facility = Nursing Home = Long-term care

Facility = subacute care unit = nursing home care unit

= idosos dependentes;

Ambientes fora do nicho hospitalar clássico ou a parte

em unidade hospitalar;

ILPIs e o Rio de Janeiro

Padrão

Excelência

Política Macro / Meso / Micro

Equipe multiprofissional

Médico / Enfermeiro / Técnico de enfermagem / cuidador

Fisioterapia / Terapia ocupacional / Fonoaudiologia

Musicoterapia / Tai Chi Chuan / Pa Tuan Chin / Medicina Tradicional Chinesa

Espaço água / Espaço horta / Espaço caminhada / Espaço Teatro / Espaço Pintura

Espaço Físico

Ensino

Casa Gerontológica de Aeronáutica

Brigadeiro Eduardo Gomes

Valorização da autonomia e independência

Refeitório

Atividades lúdicas

Reunião sindical

Grupo de recepção

Bailes

Jogos

Etc

Casa Gerontológica de Aeronáutica

Brigadeiro Eduardo Gomes

Casa Gerontológica de Aeronáutica

Brigadeiro Eduardo Gomes

Definições

Definições

RDC 285/2005 Estabelecer o padrão mínimo de funcionamento ILPIs

Abrangência

A toda instituição de Longa permanência para idosos,

governamental ou não, destinada à moradia coletiva de

pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou

sem suporte familiar

RDC 285/2005 Grau de Dependência do Idoso

Grau de dependência I: idosos independentes, mesmoque requeiram uso de equipamentos de auto-ajuda;

Grau de dependência II: idosos com dependência ematé 3 AVDs/AIVDs sem comprometimento cognitivoou com alteração cognitiva controlada;

Grau de dependência III: idosos com dependência querequeiram assistência em todas as aividades de autocuidado para vida diária ou comprometimentocognitivo;

RDC 285

Modalidades de Atendimento

Modalidade I: ILPI destinada a idosos com até umaAVD comprometida e com capacidade cognitivapreservada, mesmo que requeiram o uso de algumequipamento de auto-ajuda; Capacidade máximarecomentada por unidade – 40 pessoas; Quartos com no máximo 4 pessoas

Modalidade II: ILPI destinada a idosos com até 3 AVDs afetadas e com comprometimento cognitivocontrolado, que necessitam de auxílio e de cuidadosespecializados e exijam controle e acompanhamentoadequado por profissionais de saúde; Capacidademáxima recomentada por unidade – 30 pessoas;

SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.

Modalidades de Atendimento

Modalidade III: ILPI destinada a idosos com 4 a 5

AVDs comprometidas, com quadro demencial e/ou

agitação alterada. Necessita de equipe

multiprofissional. Capacidade máxima recomendada

por unidade – 30 pessoas;

Modalidade IV: ILPI destinada a idosos dependentes

que requeiram assistência total nas AVDs, Necessita

de uma equipe multiprofissional de saúde.

Capacidade máxima recomendada por unidade – 30

pessoas;

SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.

SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.

SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.

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Novas demandas da Institucionalização

Qual o Caminho a Seguir?

Como Garantir a Assistência à Saúde?

• RDC 283/05 – ANVISA

• A instituição deve elaborar, a cada dois anos,

um Plano de Atenção Integral à Saúde dos

residentes, em articulação com o gestor local

de saúde.• Ser compatível com os princípios da universalização,

equidade e integralidade;

• Indicar os recursos de saúde disponíveis para cada

residente, em todos os níveis de atenção, sejam eles

públicos ou privados, bem como referências, caso se

faça necessário;

Aula Dr. José Luiz Telles

Como Garantir a Assistência à Saúde?

• RDC 283/05 – ANVISA• prever a atenção integral à saúde do idoso,

abordando os aspectos de promoção, proteção e prevenção;

• conter informações acerca das patologias incidentes e prevalentes nos residentes;

• A instituição deve avaliar anualmente a implantação e efetividade das ações previstas no plano, considerando, no mínimo, os critérios de acesso, resolubilidade e humanização;

• A Instituição deve comprovar, quando solicitada, a vacinação obrigatória dos residentes conforme estipulado pelo Plano Nacional de Imunização de Ministério da Saúde;

Aula Dr. José Luiz Telles

Como Garantir a Assistência à Saúde?

• RDC 283/05 – ANVISA

• Em caso de intercorrência médica, cabe ao RT

providenciar o encaminhamento imediato do

idoso ao serviço de saúde de referência previsto

no plano de atenção e comunicar a sua família

ou representante legal;

• Para o encaminhamento, a instituição deve

dispor de um serviço de remoção destinado a

transportar o idoso, segundo o estabelecido no

Plano de Atenção à Saúde.

Aula Dr. José Luiz Telles

Como Garantir a Assistência à Saúde?

• Desafios para a Assistência

1. Recursos Humanos – cuidadores ou

profissionais de saúde?

2. Gestores Locais – como estabelecer o

compromisso do gestor com as instituições

de longa permanência?

3. ILPIs – Residências Coletivas ou

Instituições de Saúde?

Aula Dr. José Luiz Telles

O Perpétuo aguardar…

Desejos Necessidades

Ambiente

Cultura

Família

Dinheiro

Prazer Metas

Prochaska JO. Decision making in the transtheoretical model of behavior change. Med Decis Making. 2008 Oct.;28(6):845–849.

Prochaska JO. Decision making in the transtheoretical model of behavior change. Med Decis Making. 2008 Oct.;28(6):845–849.

Cotidiano…

Motivação…

Objetivo…

Avaliação Geriátrica Ampla

West Middlesex Hospital

Avaliou e reabilitou pacientes crônicos que praticamente residiam no hospital

Muitos voltaram a viver na comunidade

Criou as bases da medicina geriátrica

(1897-1960)

MATTHEWS, DA. Dr. Marjory Warren and the Origin of British Geriatrics. JAGS, 1984

Síndrome da Fragilidade

Instituições de Longa Permanência e a Síndrome da Fragilidade

Qual o Perfil da

Instituicão?

Instituições de Longa Permanência e a Síndrome da Fragilidade

Qual o Tamanho da Equipe?

Instituições de Longa Permanência e a Síndrome da Fragilidade

Aspectos Clínicos

ILPI e AGA

O que identificar?

O que buscar?

Qual perfil de

avaliação?

Longa

Permanência

Perfil Funcional do

Idoso

ModalidadesAGA

Plano de Condutas

Instrumentos de

Avaliação

Discussão com

Equipe

Nível de dependência

Perfil Cognitivo

Deambulação

Suporte Social

Visão

Audição

Isolamento

Continência

Sono

Dentição

Protocolo CIAPE

Instituições de Longa Permanência e a Cuidados Paliativos

Perfis Clínicos Multimorbidade

Manifestações atipicas de doenças

Exame físico

Exames complementares

Família e suas demandas

Cuidadores e senso percepção

Informação

CAMARANO and KANSO,. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2010, vol.27, n.1, pp. 232-235.

Modelos Assistenciais

para Idosos Hospital

Altamente medicalizado, focado no diagnóstico e com

ampla utilização da tecnologia

Unidade SubAguda – “Nursing Home”

Focado no continum de cuidado iniciado no hospital,

menor contato médico e investigações diagnósticas

Long Term Care

Suporte de enfermagem com cuidados para os frágeis e

portadores de síndrome demencial

Nursing Home

Alimentar-se sem ajuda:

- 67% para 53%

Vestir-se sem ajuda:

- 30% para 13%

Perfil dos indivíduos:

• Média de 85 anos idade;

• 3 ou mais limitações funcionais;

• Média de 6 condições crônicas;

• 50% com comprometimento cognitivo;

• Insuficiente perfil financeiro ou equipe de

cuidados para domicílio;

• Skilled nursing facilities

• Focados na equipe multidisciplinar;

• Infusões de drogas venosas;

• Cuidados com feridas;

• Monitoramento pós-agudo em idosos

complexos;

Hazzard. Textbook of Geriatrics and Gerontology, 2009.

Ouslander J, Osterweil D, Morley J. Medical Care in the Nursing Home. 2nd ed. New York, New York: McGraw-Hill; 1996.

Perfil dos indivíduos – Instrumentos de avaliação:

• InteRAI – Minimum Data Set;

• Em até 2 semanas – AGA;

• Em até 21 dias plano de condutas;

Hazzard. Textbook of Geriatrics and Gerontology, 2009.

www.medicare.gov/NHCompare

Acolhimento

Privacidade

Individualidade

Qualidade no encontro entre os sujeitos

"Há pouco, andava quase que como o voar de um beija flor.

Com o tempo, vou manso, bem devagar.

Bem há pouquinho, era o sol.

E de repente, anoiteceu.

Lembro-me que era ontem, bem recente;

frescor, fragrância, textura de pêssegos recém-colhidos.

Vieram passos, nesgas, marcas bem marcadas.

Me olhei,

e vi que ali no espelho, era eu." * José Ortega y Gasset