INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ: itinerário para formar discípulos...

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DOC 107 CNBB

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ:

itinerário para formar discípulos

missionários

ESTRUTURA DO DOCUMENTO

Introdução Capítulo I: Um ícone bíblico: Jesus e a

samaritana Capítulo II: Aprender da História e da

Realidade: VER Capítulo III: Discernir como Igreja:

ILUMINAR Capítulo IV: Propondo caminhos:

AGIR Conclusão

JESUS E A SAMARITANA• Não há homem nem mulher que

não se encontre na esperança de encontrar que seja satisfeito o desejo mais profundo do coração, o único que pode dar significado pleno à existência.

• Jesus apresenta à samaritana 03 grandes possibilidades: o dom de Deus;

a água viva; aquele que oferece a Graça.

• A água que Jesus oferece faz do sedento uma fonte de água viva, jorrando para a vida eterna (Jo 4,14).

• Para receber da nova água a samaritana tem que tomar consciência dos próprios descaminhos, das infidelidades e dos pecados.

• Os muitos ídolos não a saciaram...

• Jesus diz à samaritana que ela (e seu povo) podem ser incluídos entre os adoradores que o Pai procura (Jo 4,23).

• 4,26: “SOU EU , que falo contigo.” – ápice do encontro.

• Aquele cântaro apontava para um cotidiano escravizador...

• VINDE E VEDE!!!• A fé em Jesus nasce a partir de um

ENCONTRO com Ele.• Muitos samaritanos acreditaram por causa

da PALAVRA DA MULHER (Jo 4,39) = Testemunho e Anúncio.

• Muitos outros creram por causa da PALAVRA DELE (Jo 4,41) = Encontro Pessoal.

• A mulher apresenta Jesus à comunidade. A comunidade lhe revela que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo.

• Há uma reciprocidade entre a pessoa e a comunidade.

VER: Aprender da História e da realidade

• Jesus formou discípulos instruindo-os a: acolher compreender valorizar as pessoas (especialmente os marginalizados)

No séc. II estrutura-se o processo do catecumenato: pessoas que aceitavam entrar e prosseguir por um caminho bem articulado de aperfeiçoamento do propósito de conversão celebrado na recepção dos “sacramentos da iniciação cristã”: banho batismal, unção pós-batismal e primeira participação na Ceia do Senhor.

• Séc. V:declínio do processo catecumenal com o advento da cristandade: a transmissão da fé se dá agora por herança; por tradição familiar e social.

• O batismo de criança tornou-se comum, desligando de sua relação com a crisma e a eucaristia.

• Após o Concílio de Trento (1545-1563), elaboram-se os Catecismos que passam a ser a referência oficial de transmissão da fé.

O caminho feito até aqui:• O Vaticano II nos exortou a procurar

novos caminhos para a transmissão da fé:DCG (1971); RICA (1973); CT (1979); CIgC (1992);DGC (1997);Compêndio CIgC (2005);Sínodos da evangelização, catequese,

família, Palavra de Deus, eucaristia, vocação, missão dos leigos e leigas, etc.

Caminho feito no BrasilPastoral da Eucaristia e dos Sacramentos

de Iniciação à Vida Cristã (1974);CR (1983);DNC (2006) IVC (estudo 97 – 2009);Comunidade de comunidades (2014);Itinerário catequético (2014).

A complexa realidade atual revela que a fé cristã se encontra hoje em um estado generalizado de busca e recomeço.

Fica para trás um determinado modelo eclesial e desponta um processo de renascimento de um modelo de Igreja pobre com os pobres.

Para que o anúncio do evangelho aconteça é preciso estar atento aos desafios da realidade:

economia de exclusão; idolatria do dinheiro; desigualdade social que gera violência; cultura do provisório; proliferação de novos movimentos religiosos

fundamentalistas; promoção de uma espiritualidade sem Deus; perda do compromisso com o comunitário; relativismo moral; fragilidade dos vínculos familiares.

Um caminho a ser percorrido

• Os sinais dos tempos exigem de nós: – humildade, – atitude de acolhida, – criatividade, – capacidade dialogal• A inspiração catecumenal é uma dinâmica,

uma pedagogia, uma mística que nos convida a entrar sempre mais no mistério do amor de Deus.

• A mística é a entrada nesse movimento de busca de Deus, que para a fé cristã, concretiza-se no encontro com o outro.

• O importante é cultivar a mística do encontro fazendo com que nossos interlocutores sejam auxiliados a ouvirem e a falarem com Deus.

• Tertuliano (160-220): “os cristãos não nascem, se fazem.”

• O querigma é trinitário: Jesus Cristo, enviado pelo Pai, ama e dá a sua vida para salvar, e agora vive conosco todos os dias, pelo Espírito para iluminar, fortalecer, libertar.

• O Espírito ocupa o centro da atividade evangelizadora e de toda iniciativa de renovação eclesial.

• O processo continua por uma ação pastoral mistagógica importante em nossos dias; uma progressiva introdução no mistério de Cristo.

ILUMINAR: discernir como Igreja• Os processos de iniciação supõem uma Igreja em

estado permanente d emissão, dedicada não só ao anúncio, mas também à busca de caminhos que consolidem a vida cristã.

• Eles se fundamentam na Sagrada Escritura e na liturgia; educam para a escuta da Palavra e para a oração pessoal.

• Na Igreja antiga a iniciação à fé coube à liturgia e à catequese. Ambas andavam de mãos dadas.

• Tudo acontecia num clima de espiritualidade, oração, celebrações e ritos: um clima mistagógico.

• O Vaticano II impulsionou uma revisão teológica e pastoral da IVC com a proposta de que é preciso garantir o resgate adaptado do catecumenato.

• Isso implica reatar a parceria e união catequese e liturgia!

• É preciso redescobrir a liturgia como lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo.

• A comunidade inteira deve se envolver no processo de IVC.

• Nele é preciso que entre novos temas:– Ecumenismo;– Ecologia;– Comunicação moderna;– Questões sociais;– Ter flexibilidade para atender às situações concretas dos catecúmenos.

• Cada etapa do caminho da IVC não está fechada à outra, mas aberta à seguinte em um crescimento dinâmico.

• A pessoa precisa ser iniciada por meio de experiências que a toquem profundamente e a impulsionem à sua conversão.

• O MERGULHO NO MISTÉRIO DE DEUS, QUE ORIENTA TODO O PROCESSO INICIÁTIVO, POSSUI CARÁTER FORTEMENTE SIMBÓLICO.

• O símbolo aponta para ALGO MAIS.

• O RITO é um importante símbolo religioso. Ele mexe com sentimentos, envolve a comunidade e se repete fortalecendo o que já foi assumido.

O mergulho no mistério de Cristo• O acolhimento do mistério da pessoa de Jesus exige a

participação fiel e responsável, na vida e missão da comunidade eclesial, fazendo escolhas éticas coerentes com a fé cristã.

• A IVC tem uma dimensão cristológica (nos insere no mistério da paixão, morte, ressurreição, ascensão de Jesus; no envio do Espírito e no retorno glorioso) e eclesiológica (cremos com a Igreja e na Igreja).

• A IVC é Graça que se desenvolve num dinamismo trinitário: no Batismo assumimos a condição de filhos do PAI; a Crisma nos unge com a unção do ESPÍRITO e a Eucaristia nos alimenta com o próprio CRISTO, o FILHO.

• Para os Padres da Igreja somos sempre neófitos...

• Dimensão pneumatológica: a presença do Espírito se realiza através de três formas fundamentais no processo catecumenal;– Ele é precursor (vem antes, impulsiona);– Ele é acompanhante (está presente em

cada momento);– Ele é continuador (leva adiante;

aperfeiçoa a identidade do discípulo); A iniciação à oração pessoal,

comunitária e litúrgica é componente essencial do ser cristão, para mantê-lo em comunhão com o Senhor e na disponibilidade e generosidade para a missão.

Imersão em Cristo mediante a Igreja• É na Igreja que podemos falar em IVC. Toda a

comunidade cristã é o sujeito indispensável dos processos de IVC.

• O processo de IVC requer: a acolhida o testemunho a responsabilidade da comunidade

• Quem busca Jesus precisa viver uma forte e atraente experiência eclesial.

• A comunidade é ponto de partida e de chegada do processo de IVC.

Igreja: comunidade mistagógica e materna

• A Igreja deve voltar seu olhar para Maria, para aprender dela como ser próxima, carinhosa, solícita e presente em todas as ocasiões.

• Uma Igreja mistagógica e materna é forte e terna, é justa e amorosa, é sensível e percebe tanto os mínimos sinais do Evangelho como os grandes acontecimentos.

• “Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para o seu seguimento, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora”.

• O processo catecumenal inspirado no RICA levará a:– integrar a comunidade;– relacionar-se ao mistério pascal e ao ano

litúrgico;– unir fé, liturgia, vida e oração;– incluir etapas definidas, ritos, símbolos e sinais,

especialmente bíblicos e litúrgicos; – relacionar melhor os sacramentos do Batismo,

Crisma e Eucaristia e– dialogar com a cultura local.... – uma verdadeira “escola de fé”.“INICIAR” É MAIS QUE “ENSINAR”...

• Urge recuperar a unidade pastoral entre os três sacramentos da IVC;

• Isso implica favorecer, na ação pastoral, uma compreensão mais unitária do percurso de IVC no qual a Eucaristia seja compreendida como a realidade para a qual tende toda a iniciação;

• Não significa que eles devam ser celebrados simultaneamente...pode haver períodos de tempos entre eles, sem que a unidade seja quebrada.

AGIR: propondo caminhos

1. Ter um projeto Diocesano de IVC: propor um itinerário que reveja toda a ação pastoral a partir da IVC e que garanta a iniciação de adultos, jovens e crianças de forma gradativa no seio da comunidade.

2. O objetivo principal é desenvolver um processo que leve a uma maior conversão a Jesus Cristo, forme discípulos, renove a comunidade eclesial e suscite missionários que testemunhem sua fé na sociedade.

3. Os interlocutores da ação pastoral não são destinatários, mas sujeitos do processo.

CARACTERÍSTICAS DO PROJETO1. Ter seu fundamento na Palavra de Deus;

2. Reafirmar a unidade entre Batismo, Crisma e Eucaristia;

3. Promover a integração entre catequese e liturgia;

4. Catequese catecumenal numa pastoral de conjunto;

5. Conselho Presbiteral e CDP sejam ouvidos;

6. Colaboração entre comunidades e paróquias seja possibilitada;

7. Comunidade garanta recursos para formação das pessoas e aquisição de material didático e espaços para os encontros;

8. Iniciação vá além da mera instrução na fé;

9. A catequese não vise só a preparação para os sacramentos.

METAS

1. Aprofundar a temática da IVC com presbíteros, diáconos, consagrados e seminaristas;

2. Oferecer formação sobre metodologia de inspiração catecumenal para os leigos (coordenadores de pastorais, movimentos e serviços) especialmente catequistas e liturgia;

3. Realizar a revisão do processo formativo dos catecúmenos dos sacramentos da iniciação para evitar que sejam vistos como ponto final da catequese, mas como início do discipulado;

4. Priorizar a IVC com adultos;5. Apresentar proposta comum sobre a idade mais propícia para

iniciar o itinerário catequético;6. Organizar novo tipo de preparação para pais padrinhos;7. Mostrar os compromissos que cada sacramento exige que

assumamos em nível pessoal, comunitário e social;8. Organizar planejamento da IVC, garantindo um calendário em

vista dos objetivos a serem alcançados;9. Garantir recursos dos fundos diocesano e paroquial para

subsidiar a formação de pessoas e prover materiais necessários.

Interação com a Liturgia• Não significa meramente copiar o RICA, mas perceber

as celebrações como passos importantes para superação de uma visão de celebrações como meros ritos para a celebração dos sacramentos.

• As celebrações da entrega da Palavra, do Creio e do Pai-Nosso expressam, na comunidade, a tradição de entregar os tesouros da fé às novas gerações.

• Os ritos de exorcismos expressam o desejo de que Deus nos livre de todo o mal, como pedimos no Pai-Nosso.

• Os candidatos adultos devem receber os sacramentos da iniciação, preferencialmente, na Vigília Pascal.

• Nas celebrações considerar a assembleia litúrgica. Celebrações com crianças, adolescentes e jovens supõem maior atenção aos recursos de linguagem, símbolos e referenciais utilizados.

Papa Francisco: “É preciso ter a coragem de encontrar os novos sinais, os novos símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra”.

• Na IVC a piedade mariana há de ser valorizada reconhecendo em Nossa Senhora o modelo de fidelidade a Deus.

Como propor o Querigma?• Narrativa e testemunhal: falo da minha própria história com

Jesus;• Atraente: quem anuncia proclama a fé de modo breve,

inteligente e convincente (At 8,26-40);• Expositiva: pode-se apoiar na vida de um santo, num texto

bíblico, numa obra teológica, num filme ou em fatos atuais para mostrar como é bom crer!;

• Estética: através da contemplação da natureza, de uma obra de arte (pintura, escultura, filme, poema, parábolas modernas, etc);

• Dialógica: intercâmbio de pessoas que buscam o sentido da vida;

• Litúrgica: celebrações da Eucaristia, Exéquias, Matrimônio, Batismo podem ser ocasiões para aproximar os afastados da comunidade;

• Caritativa: O contato com o pobres pode facilitar uma experiência da misericórdia de Jesus e engajamento pela transformação social.

Quem apresenta o querigma?• O primeiro anúncio é feito por quem fez a

experiência do encontro com o Senhor e se tornou discípulo-missionário;

• Esses são os introdutores que acompanham de forma personalizada os que desejam se aproximar da fé cristã (é preciso instaurar esse ministério em nossas comunidades) – acompanhar sem pressionar;

• Os interlocutores prioritários do primeiro anúncio são adultos que não passaram pelo processo de IVC (às vezes batizados, mas com formação insuficiente).

CATECUMENATO• É o encontro pessoal com Jesus Cristo, e não o

simples conhecimento de doutrina, que vai sustentar e fazer crescer a fé que vai ser a grande fonte animadora de nossa vida.

• Os conteúdos da IVC implicam em uma atenção inseparável às realidades humanas. Isso requererá elaboração de subsídios adaptados à realidade local garantindo, é claro, o elementos próprios do processo de iniciação: o Símbolo dos Apóstolos e narração da História da Salvação, além do CIgC que fundamenta a moral cristã, a partir do mandamento do amor, das bem-aventuranças e dos 10 mandamentos.

Todo material produzido deverá contemplar:• Fidelidade à Doutrina dos Apóstolos (Creio);

• Centralidade da Palavra de Deus;

• Inserção na comunidade favorecendo encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo;

• Integração com a liturgia da comunidade e interação fé e vida;

• Metodologia interativa com diálogos, vivências e troca de experiências, evitando o estilo escolar;

• Iniciação à vida de oração pessoal e comunitária;

• Estímulo ao compromisso com a justiça e o serviço à caridade propondo participação na política, na cidadania, no cuidado com a criação;

• Visão global da pastoral: visão ecumênica, ação social, vida familiar, missão, etc.

PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO• A Quaresma é o tempo de “preparação

imediata para a iniciação sacramental”. Valorizar as celebrações

da Palavra: os ritos penitenciais no catecumenato de crianças;

MISTAGOGIA

• Celebrados os sacramentos do Batismo da Crisma e da Eucaristia, a comunidade, unida aos recém-iniciados, vai progredindo no conhecimento mais profundo do mistério pascal e em sua vivência cada vez maior pela meditação do Evangelho, participação da Eucaristia e prática da caridade.

• Celebrar o aniversário de batismo do recém-iniciados.

Formação a)Centralidade da Palavra de Deus (curso

bíblico, Leitura Orante, etc);b)Formação litúrgica inicial e continuada

(liturgia é “catequese em ato”);c) Crescimento na fé pela beleza e arte (o

espaço litúrgico e catequético primem pela beleza com simplicidade e sobriedade);

d)Cuidado com a linguagem (descobrir a linguagem adequada para expressar sua fé em tempos modernos);

e)Caridade, ecumenismo e diálogo como práxis e não só como conteúdo.

Acompanhar e integrar

• O processo de IVC implica o envolvimento constante da comunidade em favor dos iniciados que os acompanhará por meio da oração pela sua perseverança, garantirá sua formação continuada, os estimulará a participarem da vida comunitária e a engajarem-se nas causas sociais.

Instâncias formativas• Cursos de extensão universitária e pós-

graduação;• Encontros regionais e diocesanos sobre IVC –

devem ser celebrativos, orantes, fraternos e motivadores para o aprofundamento da fé;

• Catequética, Liturgia, Sagrada Escritura e Teo Pastoral devem constar nos currículos dos cursos de Teologia;

• Troca de materiais, programas de formação entre paróquias, dioceses e regionais; sugestão de assessorias (maior atenção às regiões mais carentes);

• Difusão dos documentos da Santa Sé e da CNBB – estimular a versão popular desses documentos;

• Organizar escolas bíblico-catequético-litúrgicas diocesanas integrando conteúdo e método na perspectiva da IVC;

SUJEITOS DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

• Família – o Batismo dos filhos é oportunidade para uma experiência catecumenal;Os catequistas do Batismo devem visitar a

família para acolher suas motivações e anunciar o amor de Deus em Jesus (querigma);

Apresentação da criança à comunidade, antes da celebração do Batismo;

Estimular a Leitura Orante da Bíblia;Estimular os pais a serem sujeitos ativos da

catequese;Melhorar a preparação ao sacramento do

Matrimônio: acompanhamento antes, durante e depois da celebração do sacramento;

• Adultos: que buscam a IVC por decisão pessoal devem ver na participação da comunidade nos ritos e celebrações um testemunho da experiência que ora eles realizam;

• Adolescentes e jovens: ir além da sensibilização e do entretenimento. Maior entendimento entre Crisma e Setor Juventude.– Convite para as atividades paroquiais; auxílio nos

eventos e ações pastorais, missões jovens;– Valorizar a cultura midiática, sem esquecer que a

riqueza da cultura digital não substitui a beleza do encontro, da proximidade e da convivialidade presencial.

• Crianças: no processo de IVC com crianças devem predominar a convivência em clima de fé, amor como caminho para a experiência do que lhe é comunicado sobre Deus com a vida prática: dinâmicas, música, literatura infantil, parábolas podem envolvê-las, levando-as a acolher o que lhes é anunciado.

• Aprender com a pedagogia das perguntas e das respostas, para se chegar ao que realmente elas querem expressar.

• Pessoas com deficiência: escutar como a pessoa realiza suas atividades na vida diária, para melhor acolhê-la, incluindo-a e não criando grupos específicos só para elas;Considerar as questões de acessibilidade atitudinal,

comunicacional, arquitetônica, locomoção, adaptação do mobiliário para melhor acolhê-las.

• Grupos culturais (afro-brasileiros, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, ciganos, migrantes, etc): com esses grupos é preciso criar espaços de experiência de fé, adequados às inquietações, características e possibilidades de cada um deles (p. 90).

• Pessoas em situações específicas (doentes, portadores de HIV, pessoas prostituídas, presidiários, toxicodependentes, divorciados, recasados, homoafetivos): é preciso identificá-las, acompanhá-las com misericórdia e paciência (p.92).

• Adultos não suficientemente evangelizados: essas pessoas têm histórias diversas e precisam ser ouvidas. Precisam ser auxiliadas a perceber que a Palavra de Deus dá sentido à sua vida.

• Comunidade: o processo de IVC deve levar a uma conversão da comunidade em comunidades missionárias.

• Bispos: a ele cabe incentivar e acompanhar a implantação dos processos de IVC com inspiração catecumenal.– Ele pode oferecer, em tempos oportunos,

uma “catequese mistagógica” para toda a Igreja diocesana.

• Presbíteros: especialmente a estes compete cuidar para que os processos formativos de suas comunidades passem do estilo da instrução para o da iniciação.

• A mistagogia é uma das principais tarefas dos presbíteros hoje.

• Seminaristas, candidatos ao diaconato e à vida consagrada conheçam e experimentem o processo da IVC.

• Vida consagrada: os consagrados devem contribuir para a formação dos leigos para o processo de IVC.

• Movimentos apostólicos e novas comunidades: mais do que arrebanhar adeptos para si mesmos, é preciso que esses movimentos e comunidades iniciem seus membros na comunidade eclesial. Estejam em sintonia com as DGAES.

Revisão da ordem dos sacramentos da iniciação

• É importante organizar estudos de aprofundamento que verifiquem a oportunidade de se recuperar a sequência original dos Sacramentos da Iniciação, conforme as primeiras comunidades: Batismo, Crisma e Eucaristia.

• Necessidade de recuperação da unidade que, teologicamente, os sustenta.

• Batismo, Crisma e Eucaristia constituem a última etapa da Iniciação à Vida Cristã, embora a formação cristã seja tarefa para a vida inteira.

• Conclusão: esse novo paradigma precisa ser construído sobre uma compreensão ampla de catequese, entendida mais como proclamação e vivência do Evangelho do que uma ação pastoral de um grupo eclesial específico.

• Neste novo paradigma, a catequese está a serviço da Iniciação à Vida Cristã.