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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E GESTÃO
ESCOLAR
8,5
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA ALFABETIZAÇÃO
Lygia Regina de Oliveira
lygiaprofessora@hotmail.com
Orientador: Prof: Ilso Fernandes do Carmo
BRASNORTE/2013
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E GESTÃO
ESCOLAR
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA ALFABETIZAÇÃO
Lygia Regina de Oliveira
Orientador: Prof: Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e Gestão Escolar.”
BRASNORTE/2013
DEDICATÓRIA
Dedico a meu Orientador Prof. Ilso Fernandes do Carmo pelo incentivo,
simpatia e presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e
normatização desta Monografia de Conclusão de Curso.
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus pelas oportunidades que me foram dadas na vida,
principalmente por ter conhecido pessoas especiais, mas também por ter vivido
fases difíceis, que foram matérias-primas de aprendizado.
Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los, sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem. Drummond
RESUMO
Esta pesquisa objetivou coletar dados que demonstrassem as possíveis
dificuldades encontradas pelos professores da Escola Municipal Adilson José
Schumacher ao trabalharem com o lúdico no processo de alfabetização dos alunos
do 1º ao 4º ano. Para a realização do trabalho realizou-se uma pesquisa
Bibliografica. A pesquisa foi respaldada por expressivos referenciais teóricos,
permitindo afirmar que a prática do lúdico quando, bem aplicadas, certamente
ajudarão no desenvolvimento da educação psicomotora e consequentemente, no
processo escolar, assim como na alfabetização. A importância das atividades lúdicas
na alfabetização, visto que jogos e brincadeiras são, conforme os estudiosos,
experiências afetivas que se correlacionam ao ambiente e devem ser aplicadas nas
crianças em fase escolar. A conclusão final permitiu ressaltar os principais aspectos
da pesquisa que certamente farão com que os professores motivem-se para a
realização de novos estudos sobre o tema abordado além de se dedicar mais quanto
a elaboração de suas metodologias voltadas para a ludicidade.
Palavras-Chave: Atividades lúdicas; alfabetização; jogos e brincadeiras; processo
escolar;
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................07
1.0-MARCO TEÓRICO ..............................................................................................09
1.1. LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.......................................09
1.2. O LÚDICO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA...........................................................10
1.3. A CRIANÇA E O LÚDICO ..................................................................................13
1.4. AS BRINCADEIRAS E OS JOGOS NA ALFABETIZAÇÃO................................15
2.0. O JOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM...............................................18
2.1 BRINQUEDO, BRINCADEIRA E JOGO...............................................................19
2.2 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM........................................21
2.3. O PAPEL DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL....................23
3.0- QUANDO E COMO USAR OS JOGOS NO DIA-A-DIA DA SALA DE AULA.....25
3.1- O QUE É BRINCAR? .............................................................................................25
3.2- POR QUE É IMPORTANTE BRINCAR? ............................................................26
3.3-BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS......................................................................27
3.4- A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO
DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR..............28
3.5-ATIVIDADES LÚDICAS NO DIA-A-DIA DA SALA DE AULA...............................28
CONSIDERAÇOES FINAIS.......................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................32
INTRODUÇÃO
O termo “lúdico” tem sido muito discutido na atualidade entrepesquisadores
e estudiosos de diversas áreas do conhecimento. Considerando as resistências
inovadoras no processo de ensino aprendizagem e também afaixa etária dos alunos
no ambiente pesquisado, a pesquisa foi desenvolvida para analisar a ludicidade no
processo de alfabetização dos alunos do 1º ao 4º ano.
O trabalho foi estruturado em quatro capítulos, sendo que o primeiro discorre
sobre os pressupostos teóricos, embasando os argumentos citados em vários
autores que enfatizam e defendem a prática do lúdico. O segundo capítulo aborda a
importancia de trabalhar jogo no processo de aprendizagem embasado na coleta de
dados bibliográficos. O terceiro capitulo refere sobre como o rofessor trabalhar os
jogos e brincadeira em sala de aula.
NATUREZA DO OBJETO DA PESQUISA
Esta pesquisa objetivou coletar dados biblograficos que demonstrassem a
importância das atividades lúdicas na alfabetização. Para tanto é importante o
resgate do lúdico como processo educativo e demonstrar que ao se trabalhar
ludicamente não se está abandonando a seriedade e aimportância dos conteúdos a
serem apresentados à criança, pois as atividades lúdicas são indispensáveis para o
seu desenvolvimento sadio e para a apreensão dos conhecimentos, uma vez que
possibilitam o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos
sentimentos. Por meio das atividades lúdicas, a criança comunica-se consigo
mesma e com o mundo,aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais,
constróiconhecimentos, desenvolvendo-se integralmente.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo” ese a palavra
se achasse estruturada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao
jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo.
A evolução semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas
origense acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser
reconhecido como traço essencial do comportamento humano. De modo que
adefinição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade
lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. A presente pesquisa
sobre Ludicidade no processo de alfabetização do 1º ano a 4º ano ensino
fundamental.
PROBLEMA DA PESQUISA
Qual a necessidade de transformar a escola num espaço agradável, alegre,
impulsionador da interatividade?
Como compreender a importância da atividade lúdica como elemento imprescindível
no desenvolvimento infantil?
JUSTIFICATIVA
Devido às constantes resistências inovadoras no processo de ensino-aprendizagem
e considerando também a faixa etária dos alunos no período de alfabetização é que
surgiu a necessidade de compreender o que alguns teóricos relatam nesse
processo, intencionando assim contribuir qualitativamente para a educação das
crianças da Municipal Adilson José Schumacher ao trabalharem com o lúdico no
processo de alfabetização dos alunos do 1º ao 4º ano. Além de ser pré-requisito
para o trabalho de conclusão de curso de Pós- Gradução em Metologia do Ensino
Fundamental e Gestão Escolar Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do
Juruena Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena - ISE
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1.0-MARCO TEÓRICO
A perspectiva teórica que dará base a esta pesquisa está amparada no
pressuposto de que as dificuldades da prática docente, quanto a aprendizagem e o
desenvolvimento dos alunos podem ser construídos e influenciados por um contexto
histórico, social e cultural. Para tanto serão utilizados construtos teóricos fornecidos
por vários autores, fazendo-se necessário, em primeiro lugar, discutir as diversas
concepções existentes sobre a definição do termo lúdico.
1.1. LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Com o pensamento obsessivo de que a alfabetização se limita às quatro
paredes da sala de aula e o método adequado dá ao professor o controle da
alfabetização de seus alunos, o próprio professor entra em conflito frente àsituação
de que o número de crianças com acesso à alfabetização aumentou etrouxe como
conseqüência, o fracasso escolar notável. Tradicionalmente, as investigações sobre
as questões de alfabetização giram em torno de uma única pergunta: “como ensinar
a ler e escrever?”. Segundo POPOVIC (1968), “a prontidão para alfabetização
significa terum nível suficiente sob determinados aspectos para iniciar o processo
dafunção simbólica que é a leitura e a sua transposição gráfica que é a escrita.”
Como a escrita é uma função culturalmente mediada, a criança se desenvolve numa
cultura letrada e está exposto aos diferentes usos dalinguagem escrita e ao seu
formato, tendo diferentes concepções a respeitodesse objetivo cultural ao longo de
seu desenvolvimento.
A principal condição necessária para que uma criança seja capaz de
compreender adequadamente o funcionamento da língua escrita, é, segundo
POPOVIC (1968), que essa criança descubra que a língua escrita é um sistema de
signos que não tem significado em si. Os signos representam outra realidade, isto é,
o que se escreve, tem uma funçãoinstrumental, funcionando como suporte para a
memória e a transmissão de idéias e conceitos.
[...] A criança que cresce em um meio “letrado” está exposta à influência de uma série de ações. E quando dizemos ações, neste contexto, queremos dizer interações. Através das interações adulto- adulto, adulto-criança e crianças entre si, criam-se as condições para a inteligilidade dos símbolos. A experiência com leitores de textos informa sobre a possibilidade de
interpretação dos mesmos, sobre as exigências desta interpretação e sobre as ações pertinentes, convencionalmente estabelecidas [...]. A criança se vê continuamente envolvida, como agente e observador, no mundo “letrado”. Os adultos lhe dão a possibilidade de agir como se fosse leitor – ou escritor -, oferecendo múltiplas oportunidades para sua realização (livros de histórias, periódicos, papel e lápis, tintas, etc.). O fato de poder comportar-se como leitor antes de sê-lo, faz com que se aprenda precocemente o essencial das práticas sociais ligadas à escrita. (FERREIRO, 2001, p. 59-60).
Portanto, a criança ao crescer em volta de adultos letrados que fazem uso
cotidianamente de uma diversidade de materiais escritos, tem sua curiosidade
aguçada a respeito deste objeto de conhecimento, e assim, da mesma forma como
acontece com a linguagem falada, a criança sente a necessidade de conhecer este
objeto cultural do qual os adultos tanto seutilizam. Nesse processo de descoberta a
criança obtém informações das maisdiversas formas como, por exemplo, quando a
mãe recebe uma correspondência de uma pessoa, quando esta presencia um ato de
leitura, a escrita de um bilhete, todos esses elementos vão sendo reunidos pela
criança, viabilizando a elaboração de hipóteses acerca deste mundo
aindadesconhecido para ela, o do ler e do escrever.
E durante esse processo de descobertas a utilização de atividades lúdicas utilizando os conhecimentos quea criança tem no ambiente familiar é fundamental. Entretanto, muitas vezes, esta criança ao chegar à escola, não tem esses conhecimentos reconhecidos como válidos, passando então a seranalisada tendo como parâmetro uma série de pré-requisitos, tais como ashabilidades motoras, perceptíveis e visuais. Com relação a estes aspectos Bolzan argumenta: Os pré-requisitos não podem ser entendidos como habilidades que a criança deve ter desenvolvido para ingressar em certo nível na escola. Precisam ser entendidas, sim, como aquelas hipóteses, conceitos, relações, que a criança já construiu antes de ingressar em uma instituição formal de ensino. (BOLZAN, 2007, p.25).
Nessa perspectiva, as hipóteses infantis necessitam ser consideradaspelo
professor, pois este conhecimento que a criança já traz de casa, somado ao
conhecimento que o professor alcança na sala de aula, possibilitará que acriança
confronte os conhecimentos e tire suas conclusões. Desta forma, ela estará
construindo seu conhecimento.
1.2. O LÚDICO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
A maioria das escolas tem didatizado a atividade lúdica das crianças restringindo-as a exercícios repetidos de discriminação viso-motora e auditiva, através do uso de brinquedos, desenhos coloridos, músicas ritmadas. Ao fazer isso, ao mesmo tempo em que bloqueia a organização independente das crianças para a brincadeira, essas práticas pré-escolares, através do trabalho lúdico didatizado, enfatizam os alunos, como se sua
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ação simbólica servisse apenas para exercitar e facilitar para o professor, a transmissão dedeterminada visão do mundo, definida a priori pela escola. É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção... como se fora brincadeira de roda... (MARCELINO,1996, p.38).
O papel da educação, segundo MARCELINO, (1996), é formar pessoas
criticas e criativas, que criem, inventem, descubram, que sejam capazes de construir
conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram,
aceitando tudo o que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam
ativos, que cedo aprendem a descobrir, adotando assim uma atitude mais de
iniciativado que de expectativa.
Considera-se função da educação infantil, segundo WAJSHOP (1995.),
promover o desenvolvimento global da criança; para tanto é preciso considerar os
conhecimentos que ela já possui e proporcionar a criança vivenciar seu mundo,
explorando, respeitando e reconstruindo. Nesse sentido a educação infantil deve
trabalhar a criança,tomando como ponto de partida que está é um ser com
característicasindividuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa, inventiva
e acimade tudo crítica.
Quando o aluno chega à escola, segundo CUNHA (1994), traz consigo uma
gama de conhecimento oriundo da própria atividade lúdica. A escola, porém, não
aproveita esses conhecimentos, criando uma separação entre a realidade vivida por
ela na escola e seus conhecimentos. A escola agindo desta forma estará
comprometendo a própriaespontaneidade da criança, que não se sentirá tão à
vontade em sala de aula aponto de deixar fluir naturalmente sua imaginação e
emoção.
A ação de brincar é algo bem natural da criança e por não serconsiderada
uma atividade sistematizada e estruturada e sim espontânea, acaba se tornando
expressão de vida de cada criança. RIZZI e HAYDT, convergem para a mesma
perspectiva quando afirmam: “O brincar corresponde a um impulso da criança, e
este sentido, satisfazuma necessidade interior, pois, o ser humano apresenta uma
tendência lúdica.” (1987 p. 14).
Nessa perspectiva o professor precisa está atento pra perceber esse
impulso que faz bem essa criança, ou seja, descobrir quais as brincadeiras queela
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mais gosta e assim direcioná-las para que satisfaçam as necessidades dasmesmas
na medida do possível dentro das atividades de ensino aprendizagem.
O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para
aaprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais
dinâmicas e prazerosas. CUNHA (1994), ressalta que a brincadeira oferece uma
“situação deaprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de
respeitar enutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva
em seu processo, ou do contrário perde-se a riqueza que o lúdico representa.
Neste sentido acredito que é responsabilidade do educador, na educação
infantil, ajudar acriança a ampliar de fato, as suas possibilidades de ação.
Proporcionando àcriança brincadeiras que possam contribuir para o seu
desenvolvimentopsicossocial e conseqüentemente para a sua educação. O lúdico
enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma sériae usado de maneira
correta, pois a funcionalidade da educação lúdica sóestará garantida se o educador
estiver motivado e preparado profissionalmente para realizá-lo.
Sendo que o papel do educador é, intervir de forma adequada, deixando que
o aluno adquira conhecimentos e habilidades, suas atividades visam sempre um
resultado, e uma ação dirigida para a busca de finalidades pedagógicas que
contribua na aprendizagem. É fundamental que a escola ofereça a criança ambiente
agradáveis onde se sinta bem e a vontade, pois a criança deverá se sentir como
integrantedo meio em que está inserida. A criança aprende através da atividade
lúdica a encontrar na própriavida, nas pessoas reais, a complementação para suas
necessidades. Nesse sentido, OLIVEIRA afirma: “Privar a criança de agir, é
incapacitá-la para própriavida.” (1998, p.112). Conceber o lúdico como atividade
apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo é uma concepção
ingênua e sem fundamento.
A educação lúdica, segundo CUNHA (1994), é uma ação inerente na criança
e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a algum
conhecimento. Os professores das escolas infantis precisam manter um
comportamento ético para com as crianças durante as atividades lúdicas e fazer o
possível para que as crianças nãos sejam expostas ao ridículo ou que passem por
situações constrangedoras. Intimidar as crianças na tentativa de fazer com que
elassejam obedientes transmite pra elas sentimentos de insegurança e
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desamparo,além de fazê-las se sentirem temerosas e perder o afeto, a proteção e
aconfiança dos adultos. O professor precisa estar atento à idade e às capacidades
de seusalunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados.
Afirmo que o material, deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como
pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de que são feitos.
Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que
favoreçam a criatividade das crianças. Uma observação atenta pode indicar o
professor que sua participação seria interessante para enriquecer a atividade
desenvolvida, introduzindo novos personagens ou novas situações que tornem o
jogo mais rico e interessante para as crianças, aumentando suas possibilidades de
aprendizagem.
Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um
caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a
pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se
como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a
pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus
valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá
encontrar. Educar é preparar para a vida. (KAMI, 1991, 125.)
As maiores aquisições de uma criança, segundo REGO (1995), são
conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de
ação real e moralidade. A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa. Portanto a
escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se deatividades lúdicas que criem um
ambiente alfabetizador para favorecer oprocesso de aquisição de autonomia de
aprendizagem. Para tanto o saberescolar deve ser valorizado socialmente e a
alfabetização deve ser umprocesso dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos,
brincadeiras emusicabilidade.
1.3. A CRIANÇA E O LÚDICO
A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja
presente na escola desde a educação infantil para que o aluno possa secolocar e se
expressar através de atividades lúdicas – considerando-se como lúdicas as
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brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou seja, atividades
que mantenham a espontaneidade das crianças. Para OLIVEIRA (1990, p.85), “as
atividades lúdicas é a essência da infância.” Por isso, ao abordar este tema não
podemos deixar de nos referir também àcriança.
Ao retornar a história e a evolução do homem na sociedade, segundo
OLIVEIRA (1990), vamos perceber que a criança nem sempre foi considerada como
é hoje. Antigamente, ela não tinha existência social, era considerada miniatura do
adulto, ou quase adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo, nas classes
altas eraeducada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava
quandoela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda familiar.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela, WAJSHOP (1995),
tem características próprias e para se tornar um adulto, ela precisa percorrer todas
as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Por isso, foi
preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criançana sociedade
para que se pudesse associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas,
sugerindo como decorrência à valorização dos jogos e brinquedos. É na brincadeira
que a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de
seu comportamento diário.
“A criança vivência uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior
do que a realidade, o brinquedo fornece estrutura básica para mudanças das
necessidades e da consciência da criança.” (VYGOTSKY (1992, p.117.) Com a
brincadeira a criança ultrapassa seu comportamento do dia-a-dia,desenvolvendo
habilidades a cada necessidade e experiências vividas em cada brincadeira. Nesse
processo de desenvolvimento se inicia na família,posteriormente, esse grupo se
amplia com os colegas de brincadeiras e aescola.
Na escola, segundo ALVES (1994), a intervenção do professor é necessária
para que ascrianças possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar
suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das
diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e
idéias adquiridos durante as brincadeiras. Para isso, o educador deve conhecer e
considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, com as
quaistrabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização.
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A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente,integrando-se
ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do
conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica,
promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de
transformação e modificação do meio. (ALMEIDA 1995, p.41). Com esta
compreensão posso entender que a escola necessita repensar quem ela está
educando, considerando a vivência, o repertório e aindividualidade do mesmo, pois
se não considerar, dificilmente estarácontribuindo para mudança e produtividade de
seus alunos.
O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do
desenvolvimentoinfantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e
hoje é questão de consenso a importância do lúdico. Dentre as contribuições mais
importantes destes estudos, segundo NEGRINE (1994, p. 41), posso destacar:
atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois permitem e possibilitam a formação do autoconceito positivo; desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente. Brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da Brincar é uma necessidade básica assim como é a criança na sociedade; Brincar ajuda a criança no sua nutrição, a saúde,a habitação e a educação; desenvolvimento físico, afetivo,intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança formaconceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade,integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento. Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa,nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua e cria.
O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil,
possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade,
habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças e
com os adultos.
1.4. AS BRINCADEIRAS E OS JOGOS NA ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização, segundo BOLZAN (2007), se constitui numa etapa
necessária para o início do processo de escolarização e também uma etapa do
desenvolvimento do indivíduo que está incluindo em sua formação global, sendo
também um instrumento político de conscientização e politização que possibilitará
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oportunidades aos indivíduos de refletirem criticamente acerca de suas condições de
vida e assim saber viver com outrem, com respeito entre autonomias distintas,
condição indispensável para o fortalecimento da justiça, direitos e liberdades
fundamentais. Nessa perspectiva as brincadeiras o os jogos podem influenciar
contribuindo nesse processo.
Com brincadeiras e jogos o espaço escolar pode-se transformar em
umespaço agradável, prazeroso, de forma a permitir que o educador
alcancesucesso em sala de aula. Os educadores têm que ser multifuncionais, ou
seja, não apenas educadores, mas filósofos, sociólogos, psicólogos,
psicopedagogos, recreacionistas e muito mais, para que se possa desenvolveras
habilidades e a confiança necessária ao educandos. VYGOTSKY (1998, p. 137)
afirma: “A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do
significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento
e situações reais.”
Essas relações irão permear toda a atividade lúdica da criança. Será
também importante indicadodo desenvolvimento da mesma, influenciando sua forma
de encarar o mundo.
Acredito que as brincadeiras devem acompanhar a criança da educação
infantil, pois nesse período da vida da criança, são relevantes em todos os aspectos
de sua formação. NEGRINE (1994, p.95), em estudos realizados sobre
aprendizagem edesenvolvimento infantil, afirma que "quando a criança chega à
escola, trazconsigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências,
grandeparte delas através da atividade lúdica." Segundo esse autor, é fundamental
que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na
interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta
pedagógica. A criação de espaços e tempos para os jogos e brincadeiras é uma das
tarefas mais importantes do professor.
Creio, segundo BOLZAN (2007), que cabe aos professores organizar os
espaços de modo a permitir as diferentes formas de brincadeiras, de forma, por
exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não
sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais
mobilidade e expansão de movimentos, ou seja, observando e respeitando as
diferenças de cada um. Nos tempos atuais, as propostas de educação infantil
16
dividem-se entreas que reproduzem a escola elementar com ênfase na alfabetização
e números (escolarização) e as que introduzem a brincadeira valorizando a
socialização ea re-criação de experiências.
Relembrando que brincar é um direito fundamental de todas as crianças no
mundo inteiro, cada criança deve estar em condições de aproveitar as oportunidades
educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.
Portanto, a escola deve oferecer oportunidades para a construção doconhecimento
através da descoberta, invenção, brincadeiras e criatividade,elementos estes
indispensáveis para a participação e aprendizagem ativa da criança no seu meio.
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CAPITULO II
2.0. O JOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e
intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos
tempo. Através deles, a criança desenvolvem a linguagem, o pensamento, a
socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz
de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas
suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no
desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e
ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a
imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de
hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos
princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando
obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc.
(CAMPOS, 1998).
O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao
contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de
extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o
desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa
individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. Estimula a observar e
conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Através do jogo o
indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua
espontaneidade criativa. O jogo é essencial para que a criança manifeste sua
criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral. É somente sendo
criativo que a criança descobre seu próprio eu. (TEZANI, 2004).
O jogo é mais importante das atividades da infância, pois a criança necessita
brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A
importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática
pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser
explorados só para lazer, mas também como elementos bastantes enriquecedores
para promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando
encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu
relacionamento com o mundo. Os professores precisam estar cientes de que a
brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento
da habilidade de aprender e pensar. (CAMPOS, 1998)
2.1 BRINQUEDO, BRINCADEIRA E JOGO
Em todos os tempos, para todos os povos, os brinquedos evocam as mais
sublimes lembranças. São objetos mágicos, que vão passando de geração a
geração, com um incrível poder de encantar crianças e adultos. (VELASCO, 1996).
Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e
uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras
que organizam sua utilização. (KISHIMOTO, 1994)
O brinquedo contém sempre uma referência ao tempo de infância do adulto
com representações vinculadas pela memória e imaginações. O vocábulo
“brinquedo”, segundo (KISHIMOTO, 1994)
Segundo KISHIMOTO, (1994), não pode ser reduzido à pluralidade de
sentidos do jogo, pois conota a criança e tem uma dimensão material, cultural e
técnica. Enquanto objeto, é sempre suporte de brincadeira.
O brinquedo, segundo KISHIMOTO (1994), é a oportunidade de
desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e
confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a
autonomia, proporcionam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração e da atenção.
O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto
provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de
impotência da criança. Brincando, segundo KISHIMOTO, (1994), sua inteligência e
sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidade que
estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e de brinquedos garante
que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem.
A brincadeira transmitida à criança através de seus próprios familiares, de
forma expressiva, de uma geração a outra, ou pode ser aprendida pela criança de
forma espontânea. (MALUF, 2003).
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É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras de jogo, ao
mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma
brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se
confundem com o jogo. (KISHMOTO, 1994).
Para a criança, a brincadeira gira em torno da espontaneidade e da
imaginação. Não depende de regras, de formas rigidamente estruturadas. Para
surgir basta uma bola, um espaço para correr ou um risco no chão. (VELASCO,
1996).
Segundo VYGOTSKY (1984), a brincadeira possui três características: a
imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de
brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como ainda
nas que exigem regras. (BERTOLDO; RUSCHEL, 2004).
A brincadeira não é um mero passatempo, ela ajuda no desenvolvimento
das crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo
(MALUF, 2003).
No primeiro caso, o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto
social. Enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade
lhe atribui. É este aspecto que nos mostra porque, dependendo do lugar e da época,
os jogos assumem significações distintas.
No segundo caso, um sistema de regras permite identificar, em qualquer
jogo, uma estrutura seqüencial que especifica sua modalidade. Tais estruturas
seqüenciais de regras permitem diferenciar cada jogo, ou seja, quando alguém joga,
esta executando as regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma
atividade lúdica. O terceiro sentido refere-se ao jogo enquanto objeto.
Os três aspectos citados, segundo MALUF (2003), permitem uma primeira
compreensão do jogo, diferenciando significados atribuídos por culturas diferentes,
pelas regras e objetos que o caracterizam.
Através do jogo, segundo MALUF (2003), a criança libera e canaliza suas
energias; tem o poder de transformar uma realidade difícil; propicia condições de
liberação da fantasia; é uma grande fonte de prazer. O jogo é, por excelência,
integrador, há sempre um caráter de novidade, o que é fundamental para despertar
o interesse da criança, e à medida em que joga ela vai conhecendo melhor,
20
construindo interiormente o seu mundo. Esta atividade é um dos meios propícios à
construção do conhecimento.
2.2 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se
se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao
jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido
como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a
definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade
lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. (ALMEIDA, 2003).
O Lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana.
Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente
pedagógica. A criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino,
porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa. (NUNES (2001), Para
BERTOLDO; RUSCHEL (2004), é uma verdade que o brinquedo é apenas um
suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com a imaginação. Mas é
verdade, também, que sem o brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade
lúdica, porque é ele que permite simular situações.
A ludicidade, segundo BERTOLDO; RUSCHEL (2004), tão importante para
a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e
educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o
direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as
pessoas e com os objetos.
O lúdico, segundo BERTOLDO; RUSCHEL (2004), possibilita o estudo da
relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a
importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica e
do jogo, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas,
integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e
desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando.
A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem, segundo
BERTOLDO; RUSCHEL (2004), proporcionará a criança estabelecer relações
21
cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções
culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa
prática.
De acordo com NUNES (2001), a ludicidade é uma atividade que tem valor
educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido
utilizada como recurso pedagógico. Segundo TEIXEIRA (1995), apud NUNES
(2001), várias são as razões que levam os educadores a recorrer às atividades
lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo de ensino-aprendizagem:
• As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste
sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma
tendência lúdica;
• O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço
espontâneo.
Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o
indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto
de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional,
capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de
prazer dentro da qual se desenrola, segundo NUNES (2001), a ludicidade é
portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um
esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são
excitantes, mas também requerem, segundo NUNES (2001), um esforço voluntário:
• As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e
mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações
mentais, estimulando o pensamento.
Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de um outro de caráter
apenas lúdico é este: desenvolve-se o jogo pedagógico com a intenção de provocar
aprendizagem significativa, estimular a construção de novo conhecimento e
principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o
desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica
que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e
culturais e que o ajude a construir conexões. (NUNES, 2001).
22
PIAGET (1973), mostra claramente em suas obras que os jogos não são
apenas uma forma de desafogo ou entretenimento parta gastar energia das
crianças, mas meios que contribuem enriquecem o desenvolvimento intelectual.
Para PIAGET (1973), os jogos e as atividades lúdicas tornam-se
significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre manipulação de
materiais variados, ela passa a reconstituir, reinventar as coisas, o que já exige uma
adaptação mais completa. Essa adaptação só é possível, a partir do momento em
que em que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas,
que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita que é o abstrato.
Se o lúdico é tão discutido por psicólogos e pensadores, não seria este o
momento da escola parar e refletir também sobre a importância do lúdico (jogos e
brinquedos) para a criança?
Quais os benefícios para ela? Como utilizar essas atividades lúdicas para
aquisição da linguagem escrita e do conhecimento como um todo? Com o passar
dos anos, a deixa o meio familiar e vai ao encontro de uma outra realidade: a
escolar. Como será esta escola? O que acontecerá? Como se comporta? São
questões que passam pela cabecinha desse pequeno ser que, muitas vezes,
encontrará na escola o mesmo ambiente familiar. No entanto, se ela consegue uma
escola comprometida com o seu desenvolvimento e que compreenda as suas
necessidades de correr, brincar, jogar, de expandir-se em vez de torna-se prisioneira
por várias horas, com certeza será uma criança alegre e feliz. A escola deve
aproveitar todas as manifestações de alegria da criança e canalizá-la
emocionalmente através de atividades lúdicas educativas. Essas atividades lúdicas,
quando bem direcionadas, trazem grande benefícios que proporcionam saúde física,
mental, social e intelectual à criança, ao adolescente, até mesmo ao adulto.
2.3. O PAPEL DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
VYGOTSKY (1984), atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição
do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado
cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma
relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.A criança,
23
por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu
próprio pensamento.
A linguagem, segundo VYGOTSKY (1984), tem importante papel no
desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e
ainda colabora na organização dos processos em andamento. De acordo com
VYGOTSKY (1984, p.97), a brincadeira cria para as crianças uma “zona de
desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível
atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou
com a colaboração de um companheiro mais capaz.
Por meio das atividades lúdicas, segundo ANTUNES (1998), a criança
reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e
pelo faz-de-conta, são reelaboradas. Esta representação do cotidiano se dá por
meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de
interpretações e reproduções do real, de acordo com suas afeições, necessidades,
desejos e paixões.
Estas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem. Tanto
para VYGOTSKY (1984), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse
trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a
capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta
capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e
é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceitos.
NEGRINE (1994, p.19), sustenta que as contribuições das atividades lúdicas no
desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no
desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente
vinculadas: a inteligência.
24
3.0- QUANDO E COMO USAR OS JOGOS NO DIA-A-DIA DA SALA DE AULA
Os jogos devem ser utilizados no dia-a-dia da sala de aula, dentro de um
objetivo. O importante é que seja proposto de forma que a criança possa tomar
decisões, agir de maneira transformadora. Os jogos devem ser usados para fazer
com que a criança reflita, ordene, desorganize, destrói e reconstrói o mundo a sua
maneira. Para Celso Antunes (1998:40):
o jogo somente tem validade se usado na hora certa e essa hora é determinada pelo seu caráter desafiador, pelo interesse do aluno e pelo objetivo proposto. Jamais deve ser introduzido antes que o aluno revele maturidade para superar seu desafio e nunca quando o aluno revelar cansaço pela atividade ou tédio por seus resultados.
As atividades realizadas em forma de jogos, utilizadas na hora certa e de
maneira correta, segundo Celso Antunes (1998), proporcionam à criança condições
para desenvolverem as relações sociais, aprendendo a se conhecerem melhor e a
conhecerem e aceitarem a existência dos outros. O educador deve procurar
despertar o espírito de cooperação e de trabalho conjunto no sentido de metas
comuns. A criança precisa de ajuda para aprender a vencer, sem ridicularizar uma
atitude de compreensão e aceitação.
Vejo que quando o clima da sala de aula é de cooperação e respeito mútuo,
a criança sente-se segura e emocionalmente e tende a aceitar mais facilmente o fato
de ganhar ou perder como algo normal, decorrente do próprio jogo. Cabe ao
professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer metodologias e condições para
desenvolver e facilitar este tipo de trabalho.
3.1- O QUE É BRINCAR?
O brincar é uma realidade cotidiana na vida das crianças, e para que elas
brinquem é suficiente que não sejam impedidos de exercitar sua imaginação. A
imaginação é um instrumento que permite relacionar seus interesses e suas
necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem. É por meio das
brincadeiras que as crianças se interagem no universo dos adultos, universo que já
existiam quando elas nasceram e que só aos poucos elas poderão
compreender. WINNICOTT (1975, p. 63), estudioso do crescimento e
desenvolvimento infantil, considera que:
(...) o ato de brincar é mais que a simples satisfação de desejos. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprio, um fazer que se constitui de experiências culturais, que é universal e próprio da saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo (a criança) e com os outros (...).
WINNICOTT, também coloca o brincar como uma área intermediária de
experimentação para qual contribuem a realidade interna e externa. Nesse sentido,
a criança pode relacionar questões internas com a realidade externa, e tornar-se
capaz de participar de seu contexto e perceber-se como um ser no mundo.
Analisando a concepção acima, posso dizer que no ato de brincar, tanto o
adulto quanto a criança estão plenamente libertos para a criação. E é através da
criatividade, que o indivíduo torna-se pleno e sincronizado com a vida, dando valor a
esta, percebendo suas potencialidades, além da importância das trocas
interindividuais.
Posso ver que na alfabetização o brincar é de fundamental importância para
resolução dos problemas emocionais que fazem parte do desenvolvimento da
criança.
Brincar é uma atividade lúdica criativa, no brinquedo, entra em ação a
fantasia. O indivíduo criança ou adulto ao brincar, segundo WINNICOTT, (1975),
transforma a realidade e a realidade o transforma; cria personagens e mundos de
ilusão, coloca-se diante do risco, do imprevisto, do suspense. Não há necessidade
do resultado a alcançar.
3.2- POR QUE É IMPORTANTE BRINCAR?
O brincar, segundo CUNHA (1994), é importante porque proporciona uma
ética da aprendizagem em que as necessidades básicas da criança podem ser
satisfeitas. Essas necessidades incluem as oportunidades de praticar, escolher,
preservar, imitar, imaginar, dominar, adquirir competência e confiança, de adquirir
novos conhecimentos, habilidades, pensamentos, entendimentos e de conhecer e
valorizar a si mesmo e as próprias forças, e entender as limitações pessoais.
MALUF (2003, p. 20), diz que “é importante a criança brincar, pois ela virá se
desenvolver permeada por relações cotidianas, e assim vai construindo sua
identidade, a imagem de si e do mundo que o cerca.” Para as crianças, o brincar é a
26
forma mais perfeita de se comunicar, é um meio para perguntar e explicar, um
instrumento que ela tem para se relacionar com outras crianças. Ainda insiste
MALUF (2003, p.31): “Brincar é a forma mais perfeita para perceber a criança e
estimular o que ela precisa aprender e se desenvolver.”
De acordo com a colocação acima, podemos ver que por meio da
brincadeira temos uma visão mais ampla da criança. Sendo assim, podemos ajudá-
las no que mais precisam para aprender e se desenvolver. Brincando, as crianças
aprendem mito sobre o mundo que as cerca e têm a oportunidade de procurar a
melhor forma de se integrar a esse mundo que já encontraram pronto ao nascer.
3.3-BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
O brinquedo caracteriza-se, ainda, segundo TEZANI ,(2004), pela presença
do outro. Brincar é estar junto com o outro. É sentir o gesto, o olhar, o calor do
companheiro. O brinquedo aproxima as pessoas, torna-as amigas, porque brincar
significa sentir-se feliz.
Walter Benjamim (1984:42), diz que: “O brinquedo sempre foi e sempre será
um objeto criado pelo adulto para a criança. Mesmo os brinquedos antigos como a
bola, a pipa, desenvolveram as fantasias infantis.” Os brinquedos e brincadeiras
propõem um mundo imaginário tanto as crianças quanto os adultos.
O brinquedo e a brincadeira possuem um papel de grande importância no
desenvolvimento da criança. Esse papel é, sem dúvida, fundamental para a
aprendizagem da leitura e da escrita, permitindo o desenvolvimento da iniciativa, da
imaginação, da criatividade e do interesse.
A criança vive um intenso processo de desenvolvimento. Nela se expressa a
própria natureza, e cada instante, surge uma nova função. Ao entrarem em ação, a
criança busca atividades que lhe permita manifestar-se de forma mais completa. A
primeira atividade é brincar e é através desse brincar, que ela desperta para o
mundo, sendo o começo de uma série de outras atividades que se desencadeiam à
medida que se tornam ação, levando-a a descobrir novas formas de aprendizagem.
27
3.4 - A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO DE
SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR
As atividades lúdicas têm, segundo CHIZZOTTI, (2006), o poder sobre a
criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o
progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. Ao
ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-mental, pois, até
então, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.
Na escola, a criança permanece durante muitas horas em carteiras escolares nada
adequadas, em salas pouco confortáveis, observando horários e impossibilitada de
mover-se livremente. Pela necessidade de submeter-se à disciplina escolar, muitas
vezes a criança apresenta uma certa resistência em ir à escola. O fato não está
apenas no total desagrado pelo ambiente ou pela nova forma de vida e, sim, por
não encontrar canalização para as suas atividades preferidas.Os jogos e as
brincadeiras são muito importantes no processo de socialização da criança. É
primordial que o brinquedo, o jogo, o lazer, o prazer marquem sempre um encontro
com a criança na sala de aula. A brincadeira pode ser entendida como um diálogo
simbólico entre a criança e a realidade em que está inserida.
Walter Benjamim (1984, p.70), sinaliza: “A criança quer puxar alguma coisa
e torna-se cavalo, quer brincar com areia e torna-se ladrão ou guarda.”
Posso ver, segundo FRIEDMANN (1996), que em cada unidade, há
propostas de jogos, atividades lúdicas que visam incitar e excitar a imaginação das
crianças e criar uma situação de aprendizagem. A criança brinca de bonecas, por
exemplo, é uma brincadeira em que se aprende a compartilhar e a respeitar opiniões
diferentes. Quando brinca de médico, geralmente reproduz formas de agir de
médicos que já a atenderam ou que atenderam pessoas com as quais convive.
Quando ela representa um médico, sua ação reproduz não um médico particular,
mas um médico em geral, que realiza ações que ela pôde observar em suas
diferentes experiências com médicos. A criança reproduz o que é típico, geralmente
o que pode ser generalizado em uma situação, no caso de nosso exemplo, o que a
criança sabe o que ela já conhece sobre ser médico.
3.5-ATIVIDADES LÚDICAS NO DIA-A-DIA DA SALA DE AULA
28
Para que um professor introduza atividades lúdicas no dia-a-dia de sua sala
de aula ou que planeje atividades que contenham características necessárias para o
desenvolvimento da criança, precisa, segundo HAGUETTE, (1997), em primeiro
lugar, reconhecer nas atividades lúdicas um espaço sobre diferentes aspectos do
meio social e cultural em que as crianças vivem. É preciso que o professor coloque
as crianças em situações de aprendizagem de aspectos da realidade que elas estão
inseridas.
Segundo ALVES (1994), o lúdico apresenta valores para todas as fases da
vida humana. O brincar é uma atividade natural, espontânea e necessária para a
criança, constituindo-se por isso em peça importantíssima na sua formação. Seu
papel transcende o mero controle de habilidades , é muito mais abrangente. Através
das atividades lúdicas a criança constrói seu próprio mundo. Jogar, responde à
necessidade de garantir uma posição ativa de ser sujeito em uma
experiência,dominando-a. No jogo de papéis , a criança assume papéis da vida
adulta, e isso proporciona que ela faça mediação entre o real e o imaginário.
Através dos jogos, segundo KISHIMOTO ( 1994), o educando explora
muito mais sua criatividade, melhora sua conduta no processo ensino –
aprendizagem e sua auto estima, porém, o educador deve ter cuidado de como são
afixados os jogos em seus fins pedagógicos, para que não se transformem em
atividade dirigida e manipuladora. Se isso ocorrer o jogo deixará de ser jogo pois
não será caracterizado com liberdade e espontaneidade.Uma das alternativas
adotadas pelos educadores para que este problema da anulação do sentido do
Lúdico não aconteça é evitar a intervenção no jogo.
Creio, segundo HAGUETTE, (1997), que o papel do professor é de
fundamental importância para a difusão e aplicação de recursos lúdicos. O professor
ao se conscientizar das vantagens do lúdico, adequará a determinadas situações de
ensino, utilizando-as de acordo com suas necessidades. Uma aula inspirada no
lúdico, não é necessariamente aquela que ensina conteúdos com jogos, mas aquela
em que as características do brincar estão presentes, influindo no modo de ensinar
do professor, na seleção dos conteúdos, no papel do aluno.
Entendo que professor interessado em promover mudanças, como
pesquisador estará em busca de ações educativas eficazes. Utilizando o lúdico o
aprendizado se daria em um ambiente mais agradável, pontuado pela coragem de
29
professores que não tem medo de sonhar. Uma aula lúdica é uma aula que se
assemelha ao brincar - atividade livre, criativa, imprevisível, capaz de absorver a
pessoa que brinca, não centrada na produtividade. A tensão do direito de saber, a
vontade de participar e a alegria da conquista estarão presentes em todos os
momentos desta aula. Através do lúdico o aluno desenvolve potencialmente sua
criatividade e o indivíduo criativo é um elemento importante para o funcionamento
efetivo da sociedade, pois é ele que faz e promove mudanças.
Através do Lúdico pode-se trabalhar vários conteúdos, pude perceber isto ao
realizar trabalhos envolvendo contação de histórias, música, teatro , artes visuais,
confecções de brinquedos ou jogos de sucatas e que muitas vezes estavam
entrelaçados com assuntos diversos como meio ambiente, numerais , leitura e
escrita, entre outros.
30
CONSIDERAÇOES FINAIS
Ao concluir esta pesquisa foi possível identificar as facilidades edificuldades
na incorporação do lúdico na prática docente e descrever osbenefícios que o lúdico
traz para o processo ensino-aprendizagem dos alunosdo ensino fundamental menor.
Todos os objetivos foram alcançados, obtendo assim respostas favoráveis com
relação a problemática da pesquisa.
A Atividade lúdica, representada por jogos e brincadeiras, podedesenvolver
sim o aprendizado da criança dentro e fora da sala de aula: olúdico se apresenta
como uma ferramenta de ensino para o desempenho edesenvolvimento integral dos
alunos. O jogo na escola traz benefícios a todasas crianças, proporcionando
momentos únicos de alegria, diversão,comprometimento com o aprender e
responsabilidade. No entanto é importanteressaltar que também há várias atividades
lúdicas que podem ser realizadassem a utilização de materiais concretos. Para tanto
para a incorporação do lúdico de forma eficiente no âmbitoescolar faz-se necessário
uma política educacional que garanta além deformação profissional, recursos e
condições de trabalho.
RECOMENDAÇÕES
Ao concluir este trabalho, recomendo aos professores e coordenadores
pedagógicos a necessidade de aprofundamento em estudos permanentes sobre a
prática docente, pois eles se deparam com transformações constantes no contexto
educacional, sendo necessárias reflexões contínuas sobre a realidade, para que na
prática continue desempenhando a função educacional, social e política com
profissionalismo e qualidade. Nas reflexões e análises feitas sobre a visão dos
professores a respeitodo lúdico no processo de alfabetização da referida escola,
percebemos queestes ainda encontram certas dificuldades com relação à prática do
lúdico, poisse encontram presos apenas em trabalhos com material concreto.
Ficouevidente a atuação destes profissionais sobre prática do lúdico,
portantorecomendo também trabalhos com projetos e a efetiva participação de
todacomunidade escolar, assim como a criação de uma brinquedoteca com oauxílio
dos alunos.
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