Post on 17-Apr-2015
Instrumentos de Gestão
Ambiental
Eng. Dr. André Luiz Tachard
Setembro / 2011
Roteiro do curso
Parte I : Apresentações Sustentabilidade e Gestão Ambiental Gestão Ambiental pública
Parte II : Instrumentos de Gestão Ambiental Empresarial (1)
Parte III : Instrumentos de Gestão Ambiental empresarial (2)
Apresenta 12 ferramentas de Gestão Ambiental + 2 capítulos de “abordagens”
Divide as ferramentas em 2 grupos: As amplamente aceitas e disseminadas,
mas muitas vezes aplicadas de forma limitada;
As que começam a ser incorporadas pelas empresas, até mesmo em nível de projeto piloto
Necessário entender as especificidades e relações de complementariedade
Surgidas nos anos 60 e 70, mas aprimoradas, disseminadas e reconhecidas no anos 90
Roteiro do curso
Abordagens:
Ferramentas de Gestão Ambiental:
Avaliação de Impacto Ambiental
Sistemas de Gestão Ambiental
Auditoria Ambiental
Ecoeficiência em serviços Rotulagem Ambiental
Passivos Ambientais
Gerenciamento de Riscos
Educação Ambiental Marketing Ambiental
Avaliação do Ciclo de Vida
Ecodesign
Gestão da cadeia de suprimentos
Produção Mais LimpaResponsabilidade Corporativa
Roteiro do curso
Duas reflexões iniciais:
“Empresa privada é obrigada a ter responsabilidade social?”
Responsabilidade legal x comportamento ético x contribuição voluntária a uma causa específica
Responsabilidade corporativa
Responsabilidade corporativa
Evolução da inserção socioambiental: Modismo? Tendência específica de alguns setores? Inserção, irreversível, inequívoca e generalizada Resultado do aumento da abrangência das atividades e do
caráter da atuação
Histórico: Anos 50: conceito teórico de RSE – definições ambíguas e
vagas Anos 60: responsabilidade das empresas vai além dos lucros Anos 70: RSE faz parte do debate público dos problemas
sociais Anos 80: preservar a qualidade socioambeintal pode ser
uma oportunidade de ganhos futuros Anos 90: desenvolvimento sustentável + códigos de conduta
corporativa
Responsabilidade corporativa Decisões e atividades dos negócios tem consequências empresas
devem assumir responsabilidades e responder exigências da sociedade
Presente nas políticas, princípios, valores e crenças, formal ou informalmente
Modelos:
Filantrópica
Ética
Legal
Econômica
Empresa
Gestores
Comunidadelocal
Governo
Clientes
Funcionários
Fornecedores
ONGs
Acionistas
Teoria do Stakeholder(Freeman)Pirâmide de Carroll
Outras considerações: Definir o que é um “comportamento socialmente responsável
ou pelo o que as empresas devem ser responsáveis nem sempre é consensual
Atualmente não existe um conceito formal sobre o termo responsabilidade social, mas o mesmo apresenta-se através de muitos pontos de vista, que envolvem uma gama de questões de cunho ambiental, social, econômico, ético e cultural
Deve ser ressaltado que a responsabilidade social consiste no desenvolvimento de atividades das quais a sociedade necessite e que não sejam obrigatórias por lei.
Indicadores: Balanço Social SA 8000 OHSAS 18001
Responsabilidade corporativa
ISO 26000 AA 1000 GRI
Rotulagem Ambiental
Declarações que constam nos rótulos (folhetos, anúncios) dos produtos, indicando seus atributos ambientais Pode ser uma ferramenta benéfica para a mudança de hábitos ou, Uma arma de enganação do consumidor
Três conceitos: Autodeclarações (“eu sou bom”) Selos verdes (“ele é bom”) Relatórios ou fichas ambientais
Origem remonta à década de 70 Necessidade de diferenciação e comunicação com o
consumidor
Rotulagem Ambiental - Autodeclarações
Não há verificação por terceira parte
Empresa é inteiramente responsável pela comprovação da declaração
Ponto fraco: credibilidade; ponto forte: transparência É mais fácil contestá-la – ônus está em cima da empresa
É mais forte nos países anglo-saxônicos, principalmente EUA EUA: menor desconfiança em razão do forte sistema jurídico
sobre pessoas e empresas que mentem
Rotulagem Ambiental – Selos Verdes
Marca emitida por uma entidade que atesta que o produto é ambientalmente superior aos demais na mesma categoria
Critérios determinados para que apenas uma minoria consiga Entidade operadora pode ser uma associação normativa, ONG ou agência
do governo
Surgidos no norte da Europa
Divulgação é essencial campanhas + educação
Normalmente, uma entidade estabelece critérios e outras credenciadas (auditorias, ONGs, inst. de pesquisa) fazem a verificação e certificação
Empresa certificada paga à certificadora pela auditoria e uma taxa periódica à operadora do selo
Risco de serem barreiras comerciais? ISO 14001: não é selo verde (checa o SGA do local)
Rotulagem Ambiental – Selos Verdes
“Anjo Azul”Alemanha, 1978Governo + outrosMaior programa do gêneroAlta credibilidade3.700 produtos (2004)
“Nordic Swan”Países nórdicos, 1989GovernoAmpla divulgação Forte pressão de ONGs e consumidores
“Environmental Choice”Canadá, 1988GovernoPrivatizado em 1995Grande variedade
AAO e IBDBrasil, 1989 e 1990AssociaçõesAlimentos orgânicos
FSC – Forest Stewardship CouncilMundo, 1993ONGsValorização do bom manejo florestal
ProcelBrasil, 1993GovernoConsumo de energia
Rotulagem Ambiental – Relatórios ambientais
Relatório de várias páginas, ou ficha com vários dados
Possibilita ao consumidor avaliar eventuais “trade offs”
Uso ainda incipiente
Tipo de rotulagem de grande valia para bens duráveis ou produtos industriais
Visam criar padrões aplicáveis no mundo inteiro, baseados em práticas comuns de mercado
Estabelecidas em 1999 (exceto a 14.025)
Rotulagem Ambiental – Normas da ISO
ISO 14020 Norma geral para todos os tipos de rotulagem ambiental (norma chefe)
Nove princípios gerais:• Declarações não podem ser enganosas;
• Basear-se na ciência
• Considerar o ciclo de vida, etc.
ISO 14020 Norma geral para todos os tipos de rotulagem ambiental (norma chefe)
Nove princípios gerais:• Declarações não podem ser enganosas;
• Basear-se na ciência
• Considerar o ciclo de vida, etc.
ISO 14021 (Tipo II)
Ordena as auto declarações
Empresa deve disponibilizar informações para checagem
Define 11 declarações (reciclável, compostável, redução de resíduos, etc.)
Logomarca da empresa não pode ser alterada
ISO 14024 (Tipo I) Dirige-se a entidades que visam criar e operar um selo verde
Devem ter mais do que um critério, e claros, evitando criar apenas entraves a produtos estrangeiros
Consultar partes interessadas
Explica os passos que o programa deve seguir
ISO 14025 (Tipo III)
Voltada aos relatórios ou fichas ambientais
Estabelece o uso da ACV
Opositores acham o uso da ACV muito incipiente
Exige banco de dados
Voluntária, mas na prática pode funcionar como barreira técnica para exportações
Outras considerações: Não existe um selo verde mundial, reconhecido em todos
os países (desafio);
Não existe um selo verde da ISO, nem a norma em si é um selo verde;
Programas sofrem críticas de favorecerem os fabricantes do país em questão, geralmente na Europa;
NÃO são declarações ambientais (não tratam de atributos): Símbolos de identificação de materiais, como plásticos, metais,
etc.; Símbolos e dizeres relacionados a patrocínio de ONGs ou
institutos; Símbolos de programas compulsórios europeus de coleta seletiva
Normas só funcionarão bem se houver fiscalização de toda a sociedade
Rotulagem Ambiental
Marketing Ambiental
Revisão das práticas mercadológicas são consequência do repensar da atividade produtiva
“Marketing”, nesse contexto, não está restrito a “propaganda”, “venda” Kotler: marketing deve identificar necessidades, desejos e
demandas e incorporá-los ao desenvolvimento de produtos
Consumidor verde marketing ambiental: atendimento ocorre com um mínimo impacto ao meio Oferta de produtos e serviços ecologicamente responsáveis
Pela experiência do analista
Consumidor verde: quem são?, qual sua atitude?
Marketing Ambiental
Marketing verde: ajuste de estratégias das empresas às exigências dos consumidores a um compromisso firme
Três ondas de construção das marcas 1ª.:base essencialmente racional; atributos do produto 2ª.: base emocional; aspiração ou emoção ao consumidor 3ª.: consumidor quer identificar a “alma” da marca –
importância da construção do “brand equity”
Três fatores motivacionais para implementação Empresas reativas: fazem apenas o necessário para atender
regulamentações / demandas e satisfazer ambientalistas Empresas proativas: tornaram verdes seus produtos por
enxergarem oportunidade de negócio Empresas propositivas: incorporam o valor ambiental aos seus
processos, produtos e até às sua cultura, e educam
Marketing Ambiental
Outras considerações:
Empresas preocupadas com a adição do valor ambiental à imagem já descobriram que o marketing verde é benéfico ao negócio
Redução de custos, pela correção de processos ineficientes, e maior facilidade na obtenção de financiamento (BID)
No Brasil, basta atender às legislações e ter a ISO 14001? “Consumidores brasileiros não estão sensibilizados ao valor ambiental no preço final”?
Administrar prejuízos pontuais é mais barato que investir em sistemas de gestão ambiental?
Atenção ao “greenwashing”: inverdade / omissão / imprecisão dos benefícios / majoração dos acertos
Fiscalização à comunicações / propagandas “verdes” ?
Gestão da cadeia de suprimentos
Produto entregue ao cliente contém a totalidade das atividades, custos e benefícios produzidos pela cadeia de suprimento, bem como dos impactos ambientais
Evita que impactos sejam colocados “debaixo do tapete” – (“Nimby” - “not in my backyard”)
Gestão das relações à montante e à jusante com fornecedores e clientes para entregar mais valor a um custo menor para a cadeia como um todo
Integração é a palavra-chave Gestão se dá por meio de colaboração, negociação,
influências e lideranças por meio de pressão e incentivos
Gestão da cadeia de suprimentos
“Empresa focal” – estabelece regras ou governa a cadeia. Responsabilidade pelo mau desempenho ambiental e social pode recair sobre ela
Poder de barganha – pode limitar as ações pró-ativas de uma empresa na cadeia
Conceito de ciclo de vida está intimamente ligado
Quatro propostas são particularmente importantes: ecoeficiência, P+L, DfE e logística reversa
Logística Reversa em circuito aberto: pulverizada; forma novas cadeias; produtos de consumo de massa
Circuito fechado: mais rastreável; se integram ao fluxo direto; bens de consumo durável