Post on 22-Sep-2018
INTEGRAÇÃO LAVOURA/ PECUÁRIAINTEGRAÇÃO LAVOURA/ PECUÁRIA
Wilson José Rosa Wilson José Rosa
Coordenador Técnico Estadual de CulturasCoordenador Técnico Estadual de Culturas
DEPARTAMENTO TÉCNICO - EMATER-MGDEPARTAMENTO TÉCNICO - EMATER-MG
- No Brasil o Sistema de Integração Lavoura Pecuária, sempre foi bastante utilizado, principalmente na abertura de áreas - O que é novo é a aplicação deste Sistema com Plantio Direto
Embora haja muitos paradigmas a respeito da entrada deanimais em áreas de lavoura, principalmente em áreasde Plantio Direto, há um forte crescimento na adoção da tecnologia, principalmente no Centro Sul do País e é umaprática comum entre os Agricultores Familiares
No Sul do Pais, o enfoque tem sido na rotação de cultura, na diversificação de atividades, mas principalmente como alternativa de renda e utilizaçãono período de entre safra
Já no cerrado, o enfoque da Integração Lavoura Pecuária tem sido na
rotação de culturas e de recuperação de pastagens degradadas.
Não importa os diferentes enfoques, no contexto mundial, nacional e ou
regional a Integração Lavoura Pecuária tem sido associada sempre a:
-redução de custos-intensificação do uso da terra-melhoria dos atributos do solo-redução de pragas e doenças-consequentemente aumento da renda do produtor-excelente ação mitigadora contra o aquecimento global
Por isto há um grande interesse nos Sistemas de Produção Integrada,devido capacidade deste conceito de produção, em mudarpositivamente a imagem da exploração agrícola, cuja a intensificação, associada a especialização de atividades, utilizada nos últimos 40 anos, provocou uma perda de Biodiversidade e Poluição Ambiental nos sistemasintensivos de exploração vegetal e animal
PLANTIO CONVENCIONALPLANTIO CONVENCIONALConsiste na utilização de operações de preparo de soloConsiste na utilização de operações de preparo de soloque envolvem:que envolvem:Arado de discoArado de discoArado de aivecaArado de aivecaGrade aradoraGrade aradoraGrade niveladora, uma duas ou mais vezesGrade niveladora, uma duas ou mais vezes
CARACTERÍSTICAS- Grande eficiência no controle de plantas daninhas- Revolvimento do solo- Exposição do solo à radiação solar- Decomposição rápida da matéria orgânica- Aumento da erosão- Degradação do solo ao longo do tempo, com exigência de doses crescentes de fertilizantes
PLANTIO DIRETOHISTÓRICO:- Iniciado no Brasil na década de setenta em decorrência de trabalhos Americanos e Ingleses, com o surgimento do primeiro herbicida de contato, o Paraquat, no início dos anos sessenta.- Quando o Brasil começou o Plantio Direto, os EUA já tinha 2 milhões de hectares com Plantio Direto- Hoje o Brasil tem mais de 23 milhões de hectares com Plantio Direto
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA
CARACTERÍSTICAS- Plantio sobre a palhada- Rotação de culturas- Menor intensidade dos raios solares incidindo sobre o solo- Melhoria das características físicas e químicas do solo: - adição de matéria orgânica - elevação da CTC
CARACTERÍSTICAS- Não revolvimento do solo- Aumento dos microorganismos do solo- Maior infiltração da água no solo - Maior abastecimento do lençol freático- Menor arrastamento de solo para os mananciais- Melhora a qualidade da água
ÁREA DE LAVOURAS NO BRASIL
Fonte – CONAB- Levantamento out/2007
CULTURA ÁREA PLANTADA EM
(1000 Ha)ALGODÃO 1.086,00ARROZ 2.891,60
FEIJÃO TOTAL 3.922,90MILHO TOTAL 14.748,60SOJA 21.222,70TRIGO 1.818,90DEMAIS PRODUTOS 1.487,80TOTAL DE LAVOURAS 47.170,80PASTAGEM TOTAL 180.000,00PASTAGEM CERRADO 60.000,00PASTAGEM CERRADO DEGRADADAS 45.000,00TOAL PAST DEGRADADAS + LAVOURAS 92.170,80
INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA
Sitema de Produção Integrada, entre lavoura e Pecuária, na mesma área
Onde no período das águas planta-se lavoura junto co gramínea que na época da seca vira pastagem.
INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA
Nova visão de um sistema de exploração agrícola onde, dentro de um planejamento bem feito o produtor intensifica sua exploração.
A propriedade deve ser planejada de forma a recuperar as pastagens degradadas, utilizando lavouras, por talhões de forma que num curto espaço de tempo, toda a propriedade estará recuperada
A partir daí, inicia-se um uso intensivo destas áreas, podendo ser as mesmas glebas de forma a utilizar as pastagens para a cobertura morta para o plantio direto, sempre com utilização de uma gramínea forrageira, que servirá de pasto na entressafra da cultura ou se tornará uma pastagem cada vez mais rica por período de dois, três, ou quatro anos, mas sempre antes de se degradarem, são novamente cultivadas tendo como parceira a cultura, para diluição dos custos e produção de grãos e ou forragem conservada para o período seco do ano.
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA- Utilização intensiva da terra- Melhoria sensível dascaracterística físicas e químicas do solo- Maior infiltração da água no solo- Integração das explorações agrícolas e pecuária- Benefícios para a lavoura- Benefício para a pastagem- Benefício para o agricultor
BENEFÍCIOS PARA A LAVOURA- Fornece palhada para o Plantio Direto- Melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo- Aumenta a Matéria Orgânica- Reduz pragas e doenças- Minimiza a erosão
BENEFÍCIOS PARA A PECUÁRA- A lavoura melhora a fertilidade do solo- A adubação de manutenção mantem este novo patamar de produção- Aumenta o período de pastejo e a disponibilidade de forragens- Produção de forragem para ser armazenada na forma de silagem
BENEFÍCIOS PARA O PRODUTOR- Produtividade- Aumento do rebanho- Lucro na atividade- Produção diversificada- Menor vulnerabilidade aos efeitos do clima- Aumento da produção de grãos- Valorização da propriedade
MODELO DE UM SISTEMA DE ILP Nº 11º ano Lavoura
leguminosaPastagem degradada
Pastagem degradada Pastagem degradada
Pastagem degradada
2º ano Pastagem + Milho
Lavoura leguminosa
Pastagem degradada Pastagem degradada
Pastagem degradada
3º ano Pastagem de 1º ano
Pastagem + Milho
Lavoura leguminosa Pastagem degradada
Pastagem degradada
4º ano Pastagem de 2º ano
Pastagem de Pastagem + Milho Lavoura leguminosa Pastagem degradada
5º ano Pastagem de 3º ano
Pastagem de 2º ano
Pastagem de 1º ano Pastagem + Milho Lavoura leguminosa
6º ano Pastagem de 4º ano
Pastagem de 3º ano
Pastagem de 2º ano Pastagem de 1º ano Pastagem + Milho
7º ano Lavoura leguminosa
Pastagem de 4º ano
Pastagem de 3º ano Pastagem de 2º ano Pastagem de 1º ano
MODELO DE UM SISTEMA DE ILP Nº 2
1º ano Milho + Pasto Pastagem Degradada Pastagem Degradada
2º ano Pastagem de 1º ano Milho + Pasto Pastagem Degradada
3º ano Pastagem de 2º ano Pastagem de 1º ano Milho + Pasto
4º ano Pastagem de 3º ano Pastagem de 2º ano Pastagem de 1º ano
5º ano Milho + Pasto Pastagem de 3º ano Pastagem de 2º ano
O aumento do teor de Matéria Orgânica no Solo (MOS), está associado à melhoria de diversos atributos do solo, sejam elesquímicos, físicos ou biológicos, uma vez que vários processosque ocorrem no sistema solo e suas interfaces estão intimamenterelacionados à sua dinâmica e teor no solo, servindo inclusivecomo indicador de qualidade do solo (Mielniczuk, 1999)
O acúmulo de Carbono no solo vai depender do sistema de manejoempregado no solo, desde o preparo do solo até as sequência das culturas.Diferença significativa foi observada na camada 0 a 5 cm, onde os sistema com presença de pastagem apresentaram valores superioressistemas apenas com lavouras (Fabrício & Salton)
Diferenças significativas foram observadas na camada mais superficialem sistema com presença de pastagem e não foi observado alteraçãode estoque de carbono em camadas mais profundas. Isto pode fortalecera importância da senescência de folhas da pastagem (Fabrício & Salton)
O pastejo excessivo , sem sobras de material em quantidade suficientepara suprir a necessidade de carbono no sistema o balanço de carbono fica negativo
Integração Lavoura Pecuária em Sistema de Plantio Direto(SPD):
A experiência da Fazenda Boa Fé – Grupo Ma Shou Tao
Uberaba-MG 2006
Fazenda Boa Fé
Diversificação de cultura
Verticalização
Profissionalização
Integração
Integração lavoura
+
Pecuária
• SPD (Sistema de plantio direto) – 1994
• Rotação de culturas: Soja - Milho: 50%-50% (3,6 ton/há) (10 ton/há) 61%- 35%
• Desafio: Implantar ILP (Integração Lavoura Pecuária) por meio da cultura de milho sem que o alto nível de produtividade fosse afetado.
Plantio de Milho e Capim
• Plantio de milho.
• Nível de adubação (N-P-K) o mesmo do milho solteiro.
• Plantio Capim: 20 dias após plantio do milho, na entrelinha do milho, associada e segunda cobertura.
• Herbicida pós-emergência apenas suspensão, não eliminação.
• Controlar planta daninhas.
• Mesmo nível de produtividade do milho.
Experimentos com cinco tratamentos e três repetições
Tratamento 1: Milho solteiro
Tratamento 2: Milho e Brachiaria decumbens
Tratamento 3: Milho e Brachiaria rizozhiensis
Tratamento 4: Milho e Brachiaria brizantha
Tratamento 5: Milho e Panicum maximum
1ª Fase: Plantio
O plantio é feito 20 dias após o plantio do milho, associado a operação da segunda cobertura, evitando a competição na cultura principal.
Em todos os tratamentos, o nível de adubação de base e de cobertura não foi alterado na cultura do milho, mantendo-se o padrão de N, P e K fornecido a cultura.
Melhores tratamentos
Os melhores tratamentos foram o da Brachiaria brizantha e Brachiaria rizizhienses, que atingiram a mesma
produtividade do tratamento padrão (em torno de 10 ton/há), porem no período seco pós-colheita de maio a
setembro, a brizantha se comportou melhor no que se diz respeito a adaptação e adequação para suporte de
pastejo.
2ª Fase: Pastejo
Esta fase se caracteriza pelo descanso pós- colheita da forragem em torno de 50 a 60 dias que teve a entrada de 400 animais da raça nelore entre machos e fêmeas
com idade de 12 a 24 meses e peso médio de 9@ liquidas num período total de 150 dias.
Resultados técnicos-econômicosLotação media por hectare: 2 U.A.
Ganho de peso diário médio: 780 g/dia
Número de ciclos de pastejo: 3,33 ciclos
Número de dias de pastejo por piquete: 11
Número de dias de descanso: 44
Custo total do projeto por hectare: R$ 228,76
Receita bruta/ha: R$ 519,68
Receita liquida/há: R$ 291,22
Percentagem de cobertura do solo em função do
preparo do solo (1982/88).Preparo do solo % Cobertura
A. Aiveca 10A. Disco 10P. Direto 90G. Pesada 35Esc. + Grade (CM1) 70Escarificador (CM2) 80FONTE: Oliveira et al; 1982/88 - OCEPAR
* Rotação Trigo x Soja
EFEITO DE DIFERENTES QUNTIDADES DE RESÍDUOS EFEITO DE DIFERENTES QUNTIDADES DE RESÍDUOS CULTURAIS NO ESCORRIMENTO SUPERFICIAL DE ÁGUA, CULTURAIS NO ESCORRIMENTO SUPERFICIAL DE ÁGUA,
INFILTRAÇÃO E PERDA DESOLO, EM DECLIVE DE 5%INFILTRAÇÃO E PERDA DESOLO, EM DECLIVE DE 5%
ResíduosResíduost ha-¹t ha-¹ Escorrimento % Infiltração % Perda de solo t ha-¹Escorrimento % Infiltração % Perda de solo t ha-¹
0,0000,000
0,5500,550
1,1021,102
2,2052,205
4,4104,410
45,345,3
24,324,3
0,50,5
0,10,1
0,00,0
54,754,7
74,774,7
99,599,5
99,999,9
100,0100,0
13,6913,69
1,561,56
0,330,33
0,000,00
0,000,00
Cobertura da superfície do solo, em percentagem,
em função da rotação de culturas e sistema de manejo do solo.
Aiveca Escarificador Plantio DiretoMilho contínuo 2,5 25,5 65,0Milho após soja 2,0 34,5 62,0Soja após milho 0,5 3,5 40,0Soja contínua 0,5 3,0 39,5
Sistema de manejoRotação
FONTE: Cruz (1982)
Funções da cobertura morta
Reduzir o impacto das gotas de chuvas protegendo o solo contra a desagregação de partículas e compactação
Dificulta o escorrimento superficial, aumentando o tempo e a capacidade de infiltração da água de chuvas
Como conseqüência, há uma redução nas perdas de solo e água pela erosão
Protege a superfície do solo da ação direta de raios solares reduzindo a evaporação e conseqüentemente mantendo maior quantidade de água disponível no solo
Reduz a amplitude hídrica e térmica favorecendo alta atividade biológica
Aumenta a matéria orgânica no perfil do solo, aumentando a disponibilidade de água para as plantas, a CTC do solo e melhorando suas características físicas
Ajudar no controle de plantas daninhas, por supressão ou por ação alelopática.
Efeito da quantidade de palha na superfície do
solo sobre a produtividade do milho.
kg/ha %0 4110 100,03 4365 106,26 4603 112,09 4727 115,012 5710 124,3
RendimentoPalha t/ha
FONTE: Embrapa Milho e Sorgo. Dados não publicados.
Efetividade de resíduos na redução de evaporação
Superfície Cobertura (%) Evaporação-Potencial relativo0 1,0010 0,9020 0,7830 0,7040 0,6750 0,6360 0,6170 0,5980 0,58
FONTE: D. R. Linden, et al. 1987
Efeito da palha de milho sobre o teor de umidade do solo (%) na profundidade de 0-5cm de um latossolo vermelho típico cultivado com milho em função do
prolongamento do veranico.Tratamento
2 5 10Palha (t/ha)
0 24,22 23,71 18,683 24,68 24,51 18,776 25,82 24,96 21,279 25,52 25,61 20,57
12 26,50 26,12 21,13
Época veranico 25,35 a 24,98 a 20,08 b
Dias após última chuva
FONTE: Andrade e Alvarenga (1997).
Temperatura do solo
Em função da quantidade e durabilidade da cobertura morta na superfície do solo, o plantio direto apresenta menor temperatura do solo (1 a 10ºC) a menos
OBRIGADO
Engº. Agrº. Wilson José RosaCoordenador Técnico Estadual de CulturasTelefone (31) 3349 8170E.mail wjrosa@emater.mg.gov.br
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