Post on 15-Jun-2015
JESUS E AS
SINAGOGAS
EVANGELHO À LUZ
DO ESPIRITISMO
Depois de reconhecido e anunciado por João Batista como o Messias, Jesus já fizera alguns discípulos e realizara a transformação da água em vinho nas
bodas de Caná.
Entretanto, ainda não pregava abertamente.
Quando ouviu dizer que o Batista fora preso, Jesus saiu da Judéia e foi para a Galiléia; ali deixou a
cidade de Nazaré e passou a morar em Cafarnaum.
Então, mais abertamente começou sua
tarefa, produzindo fenômenos e
pregando com as mesmas
palavras que João costumava
usar:
"O tempo é chegado,
arrependei-vos pois o reino dos
céus está próximo." (Mt.
4vs. 12/22, Mc. 1 vs. 14/ 15 e Lc. 4 vs.
14/15.)
E era aclamado por todos". (4
vs. 14/15.)
Jesus sempre falava do reino dos céus, ensinando as verdades espirituais, aonde quer que fosse.
Mas procurava especialmente visitar os locais onde os israelitas habitualmente se reuniam para o trato das coisas espirituais.
Em Jerusalém, era no Templo. Nas demais cidades, era nas sinagogas, onde não havia cultos e oferendas mas, nos
sábados, se estudavam a lei e os profetas e se faziam orações.
Narra Mateus (4 vs. 23/25) que "Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o evangelho do reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.
Sua fama espalhou-se por
toda a Síria: traziam-lhe os
doentes e os enfermos, os possessos, os lunáticos, os paralíticos.
E ele curava a todos.
Grandes multidões
acompanharam-no da Galiléia, e da Decápole, de Jerusalém, da Judéia e dos
países do outro lado do Jordão".
Lucas acrescenta um importante detalhe
esclarecedor: "Jesus, então, cheio de força do Espírito,
voltou para a Galiléia.
E a sua fama divulgou-se por toda a região. Ele ensinava nas
sinagogas.
Quando Jesus se dirigiu para Nazaré (onde fora criado), a fama de seus feitos já havia chegado lá.
Ele entrou na sinagoga, num dia de sábado, "segundo o seu costume" (todo bom israelita fazia assim), e levantou-se para ler a escritura (qualquer homem israelita podia fazer isso, desde que convidado pelo dirigente da sinagoga).
NA SINAGOGA DE NAZARÉ (Mt. 13 vs. 54/58, Mc. 6 vs. 1/6, Lc. 4 vs. 16/30 e Jo. 4 vs. 43/45.)
Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Jesus desenrolou o livro (rolo de papiro ou pergaminho)
e escolheu a passagem onde estava escrito:
"O Espírito do Senhor está sobre mim, pois que me ungiu; e
enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, anunciar
aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os algemados, para
apregoar o ano da graça do Senhor".
Era costume que, depois de ler, a pessoa comentasse a passagem.
Mas Jesus leu, fechou o livro, deu-o ao ministro e se sentou. Todos na sinagoga ficaram de olhos fixos nele, em expectativa, até que Jesus falou:
"Hoje se cumpriu esta Escritura que acabais de ouvir".
Estava se anunciando como o Messias prometido!
Deve ter dito ainda outras coisas mais, porque os judeus,
perplexos, se indagavam:
"Donde lhe vem isso?
Que sabedoria é essa que lhe foi dada?
Não é ele o carpinteiro, o filho de
Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão?
Não vivem aqui entre nós também suas
irmãs?
Quanto aos fenômenos que ouviam dizer que Jesus realizara, comentavam incrédulos:
"Como se operam por suas mãos tão grandes milagres?"
Desconfiavam tanto, que Jesus se admirou da incredulidade deles e não pôde ali fazer nenhum milagre, apenas aplicou passes curadores em uns poucos enfermos.
Jesus explicou para eles o porquê do insucesso:
"Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também aqui na tua pátria".
"De fato vos afirmo, nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.
Em verdade vos digo, muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e seis meses e houve grande fome por toda a terra; mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, de Sidónia.
Igualmente havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi limpo senão o sírio Naamã".
Quer dizer que faltavam a eles condições para receberem os
benefícios por não acreditarem.
"A estas palavras, encheram-se todos
de cólera na sinagoga.
Levantaram-se e lançaram-no fora
da cidade; e conduziram-no até ao alto do monte
sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali
abaixo.
Ele, porém, passou entre eles e retirou-se".
Contudo, Jesus não desanimou e "percorria as aldeias vizinhas, a
ensinar".
Jesus morava em Cafarnaum e, portanto, há muitas de suas passagens evangélicas pregando nas sinagogas dessa cidade, nos dias de sábado.
Uma dessas sinagogas foi construída com a ajuda de um centurião romano, ao qual Jesus atenderia curando um servo seu (Lc. 7 v. 1/10).
Jesus curou, também, a filha de Jairo, chefe de uma das sinagogas de Cafarnaum.
NA SINAGOGA DE CAFARNAUM
Vejamos algumas das passagens:
Expulsão de um espírito obsessor (Mc. 1 vs. 21/28)
Jesus está pregando e um obsidiado começa a gritar:
"Quem tens tu conosco, Jesus de Nazaré?
Vieste perder- nos?
Sei quem és: o Santo de Deus!"
Jesus o faz calar
(perturbava a pregação e
fazia revelação
prematura) e que se afaste do
obsidiado.
Todos se admiram:
da sua pregação
(com autoridade
e não como os escribas
que sempre citavam a
lei);
e de que mande e os
espíritos "imundos" obedeçam.
Cura de um homem de mão seca(Lc. 6vs. 6/11
eMc. 3 vs. 1/6)
Escribas e fariseus espionam.
Se Jesus curar (é sábado), o acusarão.
Sabendo disso e, indignado, Jesus chama o aleijado para o meio de todos e argumenta:
E um homem não vale
muito mais que uma ovelha?
Se uma ovelha cair no poço num sábado
não irão socorrê-la?
Os adversários enchem-se de
furor e tramam
contra ele.
E restabelece-lhe a mão.
Então é permitido
fazer o bem no dia de sábado.
Cura de uma mulher encurvada (Lc. 13 vs.
10/17)
Havia ali uma mulher que, há 18 anos, era
possessa de um espírito que a detinha doente:
andava encurvada e não podia absolutamente
erguer-se.
Jesus a cura, impondo-lhe as mãos.
A mulher se endireita e louva a Deus.
O chefe da sinagoga se indigna, diz que a semana tem outros 6 dias para curar.
Jesus replica que no sábado desamarram animais e os levam para beber; se não deveria ser libertada a mulher daquela prisão também, apesar de sábado.
Os adversários de Jesus se confundiram, ao passo que o povo se alegrava.
"Eu sou o Pão da Vida" (Jo. 6, vs.
22/65)
No dia seguinte ao da multiplicação dos
pães, ao ver que Jesus e os seus discípulos já
não estavam ali, a multidão atravessou o lago para procurar o Mestre e o encontrou em Cafarnaum, na
sinagoga (V. 59).
Começou, então, uma longa conversa de Jesus
com os circunstantes, cheia de grandes revelações.
Começou com Jesus dizendo:
— "Vós me buscais não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães
e vos fartastes.
Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do
Homem vos dará".
Então, pediram orientação a Jesus ("Que faremos para
realizar as obras de Deus?") que disse ser preciso crerem nele como o enviado divino.
Os que haviam presenciado a multiplicação dos pães,
talvez não duvidassem disso, pois até tinham querido
proclamar Jesus rei, antes.
Mas muitas pessoas, na sinagoga, só
tinham ouvido falar do fenômeno, não o tinham presenciado.
Devem ter sido estas que perguntaram:
E parece que desejavam a reprodução do fenômeno ali, porque
aludiram ao episódio do maná, ocorrido ao tempo de Moisés:
"Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes
a comer pão do céu".
De fato, Moisés só pedia a Deus, que providenciara o
fenômeno.
Aliás, tudo vem de Deus, até mesmo o maná, recurso
alimentar que os hebreus não conheciam mas que bem
pode ter sido um fenômeno natural (gotejamento de certa
espécie de tamargueiras, espontâneo ou provocado por
minúsculo inseto, a cochonilha, somente
encontrado na região do Sinai).
(...) "o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos
dá.
Porque o pão de Deus é o que desce do céu e
dá vida ao mundo".
"Senhor, dá-nos sempre desse
pão", pediram.
"Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim,
jamais terá sede.
(...) Porque eu desci do céu não para fazer a minha
própria vontade; e, sim, a vontade daquele que me
enviou".
"Não é este Jesus, o filho de José?
Acaso não lhe conhecemos o pai e a mãe?
Como, pois, agora diz:
Desci do céu?" Assim
murmuravam os judeus.
"Vossos pais comeram o maná no deserto e
morreram.
(...) Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém
dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo, é
a minha carne".
"Como pode este dar-nos a comer a sua própria carne?"
"Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.
(...) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue,
permanece em mim e eu nele.
(...) Assim como o Pai, que vive, me enviou, e
igualmente eu vivo pelo Pai; também quem de mim se
alimenta, por mim viverá".
Tais afirmativas de Jesus foram incompreendidas até mesmo por muitos dos seus
discípulos; que murmuravam entre si:
"Duro é este discurso, quem o pode ouvir?"
"Isto vos escandaliza?
Que será, pois, se virdes o Filho do homem subir para o lugar onde primeiro estava? (a ascensão que se daria futuramente).
O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que vos tenho dito, são espírito e são vida".
Equivalia a dizer:
Não falo: comerem minha carne material para terem vida; a matéria
não dá vida, o que dá vida é o espírito; e a mensagem que vos trago é
que tem vida espiritual.
Tirando o véu da letra, a verdade espiritual surge clara, luminosa: Jesus "desceu do céu" (veio de planos superiores), "para dar a sua carne e o seu sangue" (oferecer sua existência na Terra), "como pão" (ensinamento e exemplo que alimenta a alma), que deve ser "comido" (assimilado) e "dar vida" (ativar-nos espiritualmente).
Mas muitos dos seus
discípulos não
entenderam e deixaram de acompanhá-
lo.
Então, perguntou Jesus aos
doze apóstolos:
"Porventura quereis também
vós outros retirar-vos?"
Ao que Pedro
responde:
"Senhor, para quem iremos? tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus".
Da presença e pregação de Jesus nas sinagogas, testemunha o próprio Mestre, respondendo ao Sumo Sacerdote Anás (Jo. 18 vs. 20/21).
"Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente, tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto".
Estudos Espíritas do Evangelho Coleção: Estudos e cursos - Therezinha
Oliveira – Capítulo 16.
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