Post on 08-Jan-2017
ACIDENTES EM BARRAGENS DE REJEITOS NO BRASIL Por: Joaquim Pimenta de Ávila
SEGURANÇA DE BARRAGENS DE REJEITOS
• Acidentes em barragens de rejeitos continuam a ocorrer com frequência de pelo menos 2 acidentes graves por ano;
• As causas destes acidentes incluem situações já resolvidas pela tecnologia disponível; (Icold 2001)
• Proprietários e operadores tem a responsabilidade de adotar procedimentos de segurança para redução de riscos.(Icold 2007)
Introdução (Cf.ICOLD)
Várias entidades internacionais têm trabalhado para a conscientização dos proprietários e tem produzido contribuições sobre a segurança das barragens de rejeitos:
Introdução (Continuação ...)
O Banco Mundial, através do IFC, exige para
conceder financiamentos, que a segurança de barragens de rejeitos atenda a requisitos mínimos de segurança.
O ICMM com apoio do ICOLD criou site:
www.goodpracticemining.com/tailings.
• A comissão de barragens de rejeitos do ICOLD, tem produzido vários boletins sobre a tecnologia de barragens de rejeitos. Dois boletins recentes são dedicados à segurança das barragens de rejeitos:
Introdução (Continuação ...)
2001 Tailings Dams Risk of Dangerous Occurences Lessons Learnt From Practical Experiences
2007 Improving Tailings Dams Safety
A UNEP (United Nations Environment Programme) preparou um guia para planos de emergência APELL FOR MINING (APELL = Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level) – 2001;
A MAC (Mining Association of Canada) preparou um guia: Developing an Operation, Maintenance and Surveillance Manual for Tailings and Water Management Facilities) – 2002.
Introdução (Continuação ...)
A ruptura da barragem de Mount Polley (2014) gerou uma série de revisões sobre procedimentos de segurança que passarão a ser exigidos no Canadá;
A adoção de novas tecnologias de disposição com desaguamento dos rejeitos está sendo enfatizada e deverá ocupar preferência crescente nos novos projetos.
Introdução (Continuação ...)
ANO BARRAGEM/ PAÍS NO DE MORTES
1965 El Cobre Dam, Chile MAIS DE 200
1966 Mir Mine, Bulgária 488
1966 Aberfan, UK 144
1970 Mufulira, Zambia 89
1972 Buffalo Creeck, USA 125
1974 Bafokeng, South Africa 12
1978 Arcturus, Zimbabwe 1
1981 Ages, USA 1
1985 Stava, Italy 269
1986 Huangmeishan, China 19
1986 Fernandinho, Brasil 7
ACIDENTES COM MORTES
ANO BARRAGEM/ PAÍS NO DE MORTES
1988 Jinduicheng - China 20
1993 Marsa, Peru 6
1994 Merriespruit, South Africa 17
1995 Placer, Filipinas 12
2000 Guangxi, China No mín. 15 mortes
100 desaparecidos
2001 Rio Verde, Brasil 5
2006 Shangluo, China 17 desaparecidos
2008 Taoshi, China 254
2010 Kolontár, Hungary 10
2014 Herculano, Brasil 3
2015 Fundão, Brasil 18 a 22
ACIDENTES COM MORTES (cont.)
ANO BARRAGEM - BRASIL PRINCIPAIS DANOS
1986 Fernandinho,
Rio Acima
7 Mortes
2001 Rio Verde, Brasil 5 Mortes
2003 Indústria de Papel, Cataguases
Lixívia negra liberada, interrupção de
fornecimento de água
2006 Mineração Rio Pomba,
Miraí
Vazamento de rejeitos
de bauxita. Interrupção de
fornecimento de água
2007 Mineração Rio Pomba,
Miraí
Vazamento de rejeitos
de bauxita. Interrupção de
fornecimento de água
2014 Herculano, Itabirito 3 Mortes
2015 Fundão, Mariana 18 a 22 Mortes
ACIDENTES NO BRASIL
Acidentes com Barragens de Rejeitos Tendência de Crescimento do Risco
Crescimento dos volumes de rejeitos produzidos;
Aumento da altura das barragens (maior probabilidade de ruptura);
Aumento do volume do reservatório (maior potencial de dano).
100 ton/dia em 1900 1.000 ton/dia em 1930 10.000 ton/dia em 1960 100.000 Ton/dia em 2000 Atual : 670.000 ton/dia. Previsão: 1,0 milhão de ton/dia em 2030.
Observações de Andrew Robertson (2011), Sobre a Max. Capacidade Diária de Produção de Rejeitos (Ton.)
Barragens de Rejeitos
A quantidade de rejeitos tem aumentado dez vezes a cada 30 anos.
Max. altura de barragem em 1900 ~ 30 m
Max. altura de barragem em 1930 ~ 60 m
Max. altura de barragem em 1960 ~ 120 m
Max. altura de barragem em 2000 ~ 240 m
Observações de Andrew Robertson (2011) - Continuação ...
Altura de 340 m está em construção e em projeto, há uma barragem com previsão de altura acima de 400 metros.
A ALTURA DOBRA A CADA 30 ANOS
Barragens de Rejeitos
Risco = Probabilidade x Consequência Para Barragens:
O RISCO TENDE A AUMENTAR
20 VEZES A CADA 30 ANOS
Probabilidade ~ proporcional a altura Consequência ~ proporcional ao volume Aumento do Risco: 2 x 10 = 20 Capacidade de mitigar riscos : acompanha?
Barragens de Rejeitos
NÃO PROVOQUEMOS O DRAGÃO
RISCO = PROBABILIDADE X CONSEQUÊNCIA R = 2 X 10 = 20 x cada 30anos
APUD ROBERTSON, 2011
Crescimento dos volumes é inevitável;
A demanda por minerais continuará crescente;
Porte das estruturas tende a aumentar os riscos;
Indispensável reduzir riscos e compensar o crescimento.
Utilizar tecnologias de menor risco
Solução 2
Melhorar gestão de riscos
Solução 1
Barragens de Rejeitos
ANO BARRAGEM - BRASIL PRINCIPAIS DANOS
1986 Fernandinho,
Rio Acima
7 Mortes
2001 Rio Verde, Brasil 5 Mortes
2003 Indústria de Papel, Cataguases
Lixívia negra liberada, interrupção de
fornecimento de água
2006 Mineração Rio Pomba,
Miraí
Vazamento de rejeitos
de bauxita. Interrupção de
fornecimento de água
2007 Mineração Rio Pomba,
Miraí
Vazamento de rejeitos
de bauxita. Interrupção de
fornecimento de água
2014 Herculano, Itabirito 3 Mortes
2015 Fundão, Mariana 18 a 22 Mortes
ACIDENTES NO BRASIL
Melhoria de Gestão de Riscos (ICOLD Bulletin:”Improving Tailings Dam Safety”)
Treinamento de Equipes;
Utilização de Planejamento;
Melhoria da Qualidade de Projetos;
Melhoria da Qualidade da Construção;
Melhoria da Qualidade da Operação;
Aplicação de Técnicas de Gestão de Riscos.
Sistemas de Gestão de Riscos
Fiscalização
Auditoria Independente
Uso de Tecnologias de Menor Risco Metodologia clássica e mais utilizadas:
Retenção de Rejeitos em Barragens
Bombeamento de rejeitos com alto teor de umidade (100% de saturação);
Construção de barragem “impermeável”; Controle de efeitos da água; Controle da erosão interna (filtros e transições); Controle da estabilidade.
A ÁGUA É O PRINCIPAL AGENTE INSTABILIZADOR
Redução dos Efeitos da Água
1. Eliminar barragem impermeável (usar estrutura permeável: reter rejeitos, mas não a água);
2. Retirar a água dos rejeitos:
MÉTODO A APLICAR DEPENDE DAS CARACTERÍSTICAS DOS REJEITOS
Espessamento (espessadores, adensamento, etc.); Espessamento combinado com evaporação: Dry Stacking; Filtragem: reduz grau de saturação.
Aspectos Importantes na Disposição de Lamas
A – Disposição com Espessamento e Secagem:
Espessar até a máx. densidade bombeável (centrífuga ou PD). (maior declividade, maior drenagem, maior evaporação)
Dispor com bons dispositivos de drenagem;
Maximizar evaporação.
B – Disposição com Filtragem:
Filtros de Tambor: eficiente até 50-60 % de sólidos; Filtros Prensa: eficientes até 80% de sólidos.
0
10
20
30
40
50
19701980
19902000
2010
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Espessado
Filtrado
Pasta
Co-disposição
Conforme Davies, 2011
Disposição com
Adensamento e Secagem
SECAGEM DE REJEITOS DE BAUXITA POR ESPESSAMENTO E EVAPORAÇÃO
TESTE DE SECAGEM DE REJEITOS DE BAUXITA
Curva de Secagem
32,5
38,9
41,042,0
43,944,7
46,047,5
49,750,5
53,3
55,255,6
55,856,4
57,558,4
60,562,3 60,4
64,4 62,562,5
64,7 64,264,0
64,465,5
67,263,9
34,4
20,8 20,8
13,6
2,3 1,4
4,5
18,2
4,93,2
6,5 5,8
14,3
26,6
5,2 5,2
0,00
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
26-
abr
27-
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28-
abr
29-
abr
30-
abr
1-
mai
2-
mai
3-
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6-
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8-
mai
9-
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10-
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11-
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12-
mai
13-
mai
14-
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15-
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16-
mai
17-
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18-
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19-
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20-
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21-
mai
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26-
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% S
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70
mm
ch
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a
% Sólidos mm chuva
CURVA DE SECAGEM NO TESTE
REJEITOS DE BAUXITA: RECUPERAÇÃO AMBIENTAL APÓS SECAGEM
Filtragem com Filtro Prensa
DRY STACKING DE LAMA VERMELHA
A DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS
A DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS
A DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS
ESPALHAMENTO E COMPACTAÇÃO
A DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS
A DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS
A DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS
REJEITO FINO DE LAMA VERMELHA : PILHA DE MATERIAL COMPACTADO APÓS FILTRO PRENSA
DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS PERSPECTIVAS FUTURAS
É POSSÍVEL DISPOR REJEITOS COM BAIXO GRAU DE SATURAÇÃO C/ REDUÇÃO DE RISCOS;
PARA REJEITOS GRANULARES EXISTE EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS COM PILHAS DE GRANDE ALTURA;
PARA REJEITOS FINOS A RETIRADA DE ÁGUA ATRAVÉS DO ESPESSAMENTO E FILTRAGEM TORNA POSSÍVEL A DISPOSIÇÃO COM BAIXO GRAU DE SATURAÇÃO.
DISPOSIÇÃO DE REJEITOS SEM BARRAGENS PERSPECTIVAS FUTURAS
(Continuação)
A REDUÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DOS REJEITOS E SUA DISPOSIÇÃO COM BAIXO GRAU DE SATURAÇÃO É O PROCESSO MAIS PROMISSOR PARA REDUÇÃO DE RISCOS A CUSTOS EFETIVOS;
GRANDES VANTAGENS DE MENOR POTENCIAL DE DANO, MENOR RISCO, MAIOR FACILIDADE NO FECHAMENTO, MENOR NECESSIDADE DE MONITORAMENTO NO LONGO PRAZO;
COM A TECNOLOGIA ATUAL(ÚLTIMOS CINCO ANOS) NÃO MAIS SE JUSTIFICA DISPOSIÇÃO DE LAMAS SATURADAS.
REDUÇÃO DE RISCOS
É MANDATÓRIA
LUTEMOS CONTRA O DRAGÃO