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Congresso SOLACI & SBHCI 2009
O Maior Evento Latino-Americano de
Intervenção Cardiovascular
Publicação Trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
Ano XII • Número 2
Abril a Junho de 2009
PAnOrAMAUm retrato do Atendimento do
AVC Isquêmico nos Estados Unidos e no Brasil
JOGO rÁPIDOPerguntas e respostas para David r. Holmes Jr. eJean Fajadet
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Congresso SOLACI & SBHCI
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Entrevista: David R. Holmes Jr.36
Entrevista: Jean Fajadet38
Panorama: AVC Isquêmico
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4 Palavra do Presidente
Internas 6 Eleições SBHCI 2010–2011 9 Evolução Societária10 PEC SBHCI 2009: SOCESP e SOCERGS12 SBHCI no CICE 200914 Atualização da Câmara Técnica - AMB e CFM
16 Memória: I Congresso da SBHCI - 1976
Congresso SOLACI & SBHCI 200918 Apresentação20 Abertura22 III Simpósio de Intervenção Extracardíaca23 Intervenção em Cardiopatias Congênitas24 Demonstração de Casos “Ao Vivo”26 Diálogo Brasil-Portugal 28 Temas Livres - Congresso 200932 Departamento de Enfermagem e Técnicos 34 Parceiros do Congresso SOLACI & SBHCI 2009
36 Entrevistas Repórter SBHCI: David R. Holmes Jr. e Jean Fajadet
40 Panorama: AVC Isquêmico
46 Cursos Internacionais: CRT 2009
48 Prática Médica: Doença Renal Crônica
50 Opinião dos Editores
51 Agenda
índice
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4
Prezados Colegas, Minha Saudação
palavra do presidente
C ompletamos no mês de julho de 2009 três
anos de vigência na administração da nossa
entidade. Restam-nos seis meses de traba-
lho, e ainda com diversas ações a serem implemen-
tadas. Os objetivos principais foram sendo cumpridos
progressivamente e, neste semestre, mais uma dessas
tarefas foi executada com êxito. Após a extensa refor-
ma do Estatuto Social da Sociedade Brasileira de He-
modinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), a
mais ampla e meticulosa já realizada desde a criação
do nosso departamento – que se tornou uma Socieda-
de –, gerenciamos o novo método e sistema eleitoral
com sucesso. A reforma e a alteração do hábito pre-
existente foram completas, embora alguns sócios não
tenham captado com plenitude a dimensão da nova
metodologia implementada. Apesar das diversas co-
municações, observei vários ainda questionando-nos
“como eu faço para votar...”.
As eleições são bienais, não mais presenciais, e, sim,
por meio eletrônico, ampliando a possibilidade de par-
ticipação de todos, e não somente daqueles que par-
ticipavam do Congresso, retirando o fator regional das
eleições, quando ocorriam em conjunto com o evento
científico anual, em um dos extremos geográficos do
Brasil. É permitido o pleito de uma reeleição somente
e vetada a permanência, após, de todos os diretores,
promovendo renovações completas. O gerenciamento
é pleno e soberano da Sociedade Brasileira de Cardio-
logia (SBC), garantindo a isenção necessária. Com isto,
os sócios devem estar muito atentos, pois as senhas
para acesso à sala de votação virtual são únicas, emi-
tidas somente para o portador e enviadas por correio,
do mesmo modo que tantas senhas que acumulamos
de outros serviços em nossa vida cotidiana. E para isto
é necessária a devida previdência no preparo. A au-
sência do recebimento permite uma segunda emissão
somente, sendo todo esse processo centralizado na
SBC, sem qualquer interferência da SBHCI. A isenção
do processo obriga esse rigor e não existe a possibili-
dade de emissões no último momento.
A eleição para o período 2010-2011 refletiu a con-
quista de uma de nossas premissas, qual seja, a re-
conciliação. Em ambiente de cordialidade, um novo
grupamento diretivo foi constituído, único, com carac-
terísticas e fundamentos semelhantes ao atual, amplo,
representativo nacionalmente e muito qualificado. Pa-
ralelo à eleição da nova Diretoria, renovam-se os dois
conselhos vigilantes da SBHCI, o Deliberativo e o Fis-
cal. Ambos também foram eleitos pelo novo método,
com perfeição, sendo possível ao eleitor, ao adentrar a
sala de votação, encontrar apenas os candidatos rela-
cionados a sua cidade, Estado ou região de moradia,
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Prezados Colegas, Minha Saudação
para a devida escolha. Também reflexo do bom mo-
mento atual da SBHCI, das 14 cadeiras de conselhei-
ros disponíveis, apenas em uma havia disputa. Assim,
sócios aptos por classificação estatutária, adimplentes
e portadores de suas senhas individuais votaram e en-
contraram um sistema hábil para receber seu voto, du-
rante o período de sete dias ininterruptos.
O processo eleitoral da SBHCI do próximo biênio foi
encerrado no dia 9 de junho de 2009, às 11 horas, na
sede da SBC, com a presença do gerente de Informá-
tica, Orlando Castro, e do próprio presidente, Antonio
Carlos P. Chagas.
No cômputo total, 167 votantes, o que considero re-
levante. Nas duas eleições passadas (2004 e 2006), em
ambiente polarizado com acirrada disputa, presencial,
ou seja, na vigência do Congresso, votaram pouco mais
de 300 colegas. Agora, com um sistema novo, não-pre-
sencial, mas, principalmente, sem disputa quase algu-
ma e nenhuma para os cargos de Diretoria, obtermos
pouco mais de 50% de participação comparativa com
o passado citado é um bom termômetro, que indica
que o sócio da SBHCI é diferenciado, atento e parti-
cipativo, engajado na busca de uma entidade sempre
mais fortalecida, renovada e qualificada.
Meus mais sinceros parabéns aos novos conselhei-
ros da SBHCI e, saudando o novo presidente eleito,
Maurício Rezende Barbosa, de Minas Gerais, saúdo
os novos diretores e desejo os melhores votos de boa
sorte, que Deus os proteja, e que se dediquem intensa-
mente nesses dois anos.
Mais uma missão cumprida, com a execução do ca-
lendário e método eleitoral na SBHCI, e o ajuste do pe-
ríodo administrativo, em consonância com a SBC.
Nesta edição também destacamos a análise e os
resultados do recente Congresso SOLACI & SBHCI
2009, efetivado no Rio de Janeiro, nos dias 10 a 12 de
junho, que superou todos os eventos anteriores, seja
em inovações como em audiência. Sucesso total!
Abraço forte e vamos em frente!
Luiz Alberto MattosPresidente da SBHCI
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NOBORI PK - 20 Pacientes
NOBORI 1 - 363 Pacientes
NOBORI CORE - 107 Pacientes
NOBORI CORE - Estudo Endotelial 43 Pacientes
NOBORI Japão - 340 Pacientes
NOBORI 2 - 3074 Pacientes
COMPARE II - 2700 Pacientes
SECURITY - 4000 Pacientes
BASKET PROVE - 2300 Pacientes
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internas
Eleições SBHCI 2010-2011: novo método promove renovação plena em um cenário de reconciliação societária (Luiz Alberto Mattos, presidente)
A SBHCI executou uma das missões administrati-
vas mais relevantes, com pleno êxito, exercitan-
do o novo calendário eleitoral e os novos méto-
dos e ferramentas para o cumprimento dessa tarefa.
Com a ampla reforma estatutária efetivada no Con-
gresso de Brasília de 2007, preparamo-nos para o
cumprimento dos deveres prescritos em nosso regi-
mento social.
A eleição foi efetivada de modo eletrônico, não
mais presencial, durante a vigência do Congresso
anual, permitindo a votação por um período exten-
so – sete dias ininterruptos –, ampla e federativa, e
inteiramente gerenciada pela Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC).
A Comissão Eleitoral foi presidida por José Arman-
do Mangione, de São Paulo, que atestou que todas
as etapas e ritos prescritos no estatuto e no calendá-
rio eleitoral foram rigorosamente cumpridos.
A sequência cronológica foi executada sem per-
calços e divulgada com tempestividade nos diversos
órgãos de comunicação da SBHCI, inúmeras vezes,
seja impressa ou eletrônica.
Estavam aptos para votar sócios titulares, as-
pirantes e colaboradores, adimplentes com a
tesouraria na vigência de 2009, totalizando 538
sócios. Destes, 163 participaram e manifestaram
seu voto. O processo eletrônico transcorreu isen-
to de anormalidades, ou seja, todos aqueles aptos
e portadores de suas senhas individuais exaradas
pela SBC, que desejaram votar, lograram êxito,
sem distúrbio eletrônico que tenha sido notificado
à SBHCI ou à SBC.
Confira nas tabelas os membros da nova Diretoria
eleita, a votação porcentual por Estado e os novos
membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Os
três suplentes dos membros titulares do Conselho
Fiscal foram eleitos durante a Assembleia Geral Or-
dinária da SBHCI, realizada no Rio de Janeiro, no dia
11 de junho (Alexandre C. Zago, RS; Guilherme F. At-
tizzani, SP; e Viviana G. Lemke, PR).
No dia 9 de junho de 2009, às 11 horas, homo-
logamos esses resultados na sede da SBC, no Rio
de Janeiro, mediante a presença dos dois principais
dirigentes da SBHCI (presidente e diretor administra-
tivo), do presidente da SBC (Antonio Carlos P. Cha-
gas) e dos gerentes de Informática da entidade de
especialidade, Orlando Castro e Valdinei Belchior.
Os resultados dessa apuração foram divulgados
formalmente aos sócios da SBHCI, por meio do
coordenador da Comissão Eleitoral, José Armando
Mangione, no dia 11 de junho de 2009, durante a rea-
lização da Assembleia Geral Ordinária, e assim acla-
mados sem questionamentos.
Parabéns à nova Diretoria e conselheiros, desejan-
do muito boa sorte e afinco na sequência das diver-
sas atuações necessárias para que o bom funciona-
mento da entidade seja sempre mantido e elevado
cada vez mais, a partir de janeiro de 2010.
Renovação Finalizada
Marcelo Queiroga Lopes, Eduardo Manhães
(gerente administrativo da SBC), Antonio Carlos P. Chagas
(presidente da SBC), Luiz Alberto Mattos e
Orlando Castro (gerente de Informática da SBC).
ELEIÇÕES SBHCI 2010–2011
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Luiz Alberto Mattos, Maurício Rezende Barbosa, Marcelo Queiroga Lopes e Marcelo Cantarelli.
Cargo nome Cidade/UF
Presidente Maurício R. Barbosa Belo Horizonte, MG
Diretor Administrativo Marcelo José de Carvalho Cantarelli São Paulo, SP
Diretor Financeiro Fernando Stucchi Devito Catanduva, SP
Diretor Científico Fábio Sândoli de Brito Jr. São Paulo, SP
Diretor de Comunicação Alexandre Schaan de Quadros Porto Alegre, RS
Diretor de Educação Médica Continuada Antonio Carlos de Camargo Carvalho São Paulo, SP
Diretor de Qualidade Profissional Adriano Dias Dourado Oliveira Salvador, BA
Diretor de Intervenções Extracardíacas Marco Vugman Wainstein Porto Alegre, RS
Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas
Francisco José Araújo Chamié de Queiróz
Rio de Janeiro, RJ
Conselho Fiscal - SuplentesConselho Fiscal - Titulares
Diretoria 2010-2011
nome Cidade UF
Carlos Eduardo Diniz Couto
Belo Horizonte MG
Luiz Antonio Gubolino
Potirendaba SP
Miguel Antonio Neves Rati
Rio de Janeiro RJ
nome Cidade UF
Alexandre do Canto Zago
Porto Alegre
RS
Guilherme Ferragut Attizzani
Jundiaí SP
Viviana Guzzo Lemke
Curitiba PR
Conselho Deliberativo
Cidade/Estado/região nome Cidade/UF
Rio Grande do Sul Rogério Eduardo Gomes Sarmento-Leite Porto Alegre, RS
Paraná Raul D’Aurea Mora Junior Maringá, PR
São Paulo – Capital Gerorge César Ximenes Meireles São Paulo, SP
São Paulo – Interior João Orávio de Freitas Jr. Araraquara, SP
Rio de Janeiro José Ary Boechat e Salles Rio de Janeiro, RJ
Minas Gerais Antonio Carlos Neves Ferreira Belo Horizonte, MG
Santa Catarina Adrian Paulo Morales Kormann Blumenau, SC
Espírito Santo Felipe Bortot César Vitória, ES
Centro-Oeste Vinícius Daher Vaz Goiânia, GO
Norte-NordesteHeloisa Maria Melo e Silva Guimarães
Marcelo Queiroga Lopes
Belém, PA
João Pessoa, PB
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internas
O processo eleitoral para o Corpo Diretivo que comandará a SBHCI no biênio 2010-2011 foi concluído com êxito
E ntre os dias 2 e 8 de junho, conforme edital
de convocação, foi realizada a eleição dos
membros da Diretoria, Conselho Deliberativo
e Conselho Fiscal para o biênio 2010-2011. Dos 538
associados com direito a voto, 30% participaram do
processo de votação eletrônica, aplicado pela pri-
meira vez na SBHCI.
Com a eleição encerrada às vésperas do XXXI Con-
gresso da SBHCI, os votos foram apurados e a As-
sembleia realizada no dia 11 de junho homologou o
resultado. “Concluído o processo eleitoral, agradeço
a todos os que participaram, felicito os colegas eleitos
e reitero a proposta de lutar pela remuneração justa e
pela busca por orientações que facilitem o exercício
profissional e assegurem o progresso e o crescimento
de nossa área de atuação”, afirma Maurício Rezende
Barbosa, presidente eleito para a gestão 2010-2011. O
novo presidente traz na bagagem a experiência como
vice-presidente da Associação Mineira de Hemodi-
nâmica, membro da Comissão Científica da SBHCI e
coordenador do Departamento de Hemodinâmica do
Hospital Biocor, em Belo Horizonte, MG.
Previsão Confirmada
“Reitero a proposta de lutar pela remuneração justa e pela buscapor orientações que facilitem o exercício profissional.”
Maurício Rezende Barbosa, presidente eleito para a gestão 2010-2011
De pé, da esquerda para a direita: Fernando
Stucchi Devito, Adriano Dias Dourado Oliveira,
Marco Vugman Wainstein, Fábio Sândoli de Brito Jr. e Alexandre Schaan de Qua-
dros. Sentados: Antônio Carlos de Camargo Car-valho, Maurício Rezende Barbosa e Marcelo José
de Carvalho Cantarelli. No detalhe, Francisco
Chamié.
ELEIÇÕES SBHCI 2010-2011
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Previsão Confirmada
Novos Sócios Aspirantes
Novos Sócios Titulares
Novo Sócio Colaborador
Achilles Gustavo da Silva SP
Alex Sandro dos Santos Carvalho
RO
Alexandre Moraes Xavier GO
André Guilherme Tavares Saldanha
PE
André Luis Westin Bittar SP
Ariane Arnêz SP
Arthur Guilherme Magalhães Procópio
PE
Carlos Eduardo Cordeiro Soares
SP
Christiano da Silveira Barcellos
RS
Daniel Anibal Zanuttini PR
Fábio Bergman RJ
Fábio Marcanth da Mota RS
Fernando Henrique Fernandes
GO
Flavio Adolfo Aranha Japyassú
PE
Grace Carolina Van Leeuwen Bichara
SP
Guilherme Cruz Lavall RJ
Guilherme Sangirardi de Melo Reis
SP
Gustavo Lycurgo Leite SP
Higo Cunha Noronha SP
José Fábio Almiro da Silva RJ
Leonardo Avany Nunes SC
Leonardo da Cruz Nunes RJ
Leonardo Gheller Zanatta RS
Luciano Pessoa Cavalcante SP
Marcelo Nakashima de Melo
SP
Mateus dos Santos Viana SP
Patricia Teixeira da Silva SP
Rafael Cavalcante e Silva SP
Roberto Max Lopes MG
Ronaldo Castilho Camargo AM
Thiago de Mendonça Lopes SE
Ibraim Masciarelli Francisco Pinto
SP
Alan Nascimento Paiva MG
Alexis Vasiluk Knebel RS
Ana Maria Rocha Krepsky RS
Ana Paula Scher Barreto Leal
BA
André Valentim da Cunha e Silva
RJ
Antonio Leilton Luna Machado Junior
AL
Bruno Macedo de Aguiar BA
Caetano Sartori PR
Costantino Costantini Ortiz PR
Daniel Ferreira Mugrabi RO
Denilson Rodrigues de Oliveira
SP
Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira
SP
Eduardo Henrique Curado Elias
MS
Eduardo Kei Marquesini Washizu
MG
Fabio Ridolfi Figueiredo MT
Felipe Camelo Biagi SP
Felipe Eduardo Hatsumura DF
Guilherme de Oliveira Carvalho
MG
Gustavo Eugênio Martins Marinho
MG
José Adailson da Silva Ferreira
MG
Juliano Rachou Castilho SP
Julio Cesar Francisco Vardi SP
Leonardo José Duarte Silva RJ
Leonardo Martins Barroso SP
Lucas Lodi Junqueira MG
Ludimilla Pereira Tartuce GO
Luiz Claudio Mendes Carvalho
SP
Marcelo de Oliveira Hirga SP
Marcelo Emilio Arndt RS
Marcelo Gottschald Ferreira BA
Maria da Conceição Alves Pinto
RJ
Paulo Roberto Ferreira Tartuce Filho
GO
Pedro Gomes de Almeida Garzon
SP
Renato Schuck Saraiva RS
Ricardo Alves da Costa SP
Rodrigo Penha de Almeida MG
Roger Renault Godinho SP
Romulo RonkalyGuimarães Lima
CE
Sandro Marcondes Malavasi Faig
SP
Wellington Borges Custódio SP
Nos últimos três anos, a SBHCI quebrou todos os recordes em sua evolução societária. Em 2006, eram 459 sócios titulares e 306 sócios aspirantes. Hoje, são 647 titulares e 283 aspirantes, totalizando 930 sócios. Conheça os novos associados:
Recorde AbsolutoEVOLUÇÃO SOCIETÁRIA
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Cerca de 500 pessoas participaram do PEC durante o XXX Congresso da SOCESP, em São Paulo (Luiz Alberto Mattos, presidente)
A primeira edição de 2009 do Programa de
Educação Continuada (PEC) Regional da
SBHCI foi efetivada no XXX Congresso da
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo
(SOCESP), no dia 30 de abril, no Expo Center Norte,
na capital paulista. A sala reservada para o evento foi
completamente tomada por 500 clínicos cardiologis-
tas, foco de atenção e compartilhamento maior da
SBHCI. A atividade constou da apresentação e dis-
cussão de dois casos clínicos, permeados por uma
aula de revisão.
Os debatedores e o coordenador reunidos compu-
nham as estrelas de maior grandeza acadêmica do Es-
tado de São Paulo, com livre-docentes universitários e
chefes de serviços de cardiologia das mais reconheci-
das escolas de medicina do Brasil. Eram eles: Antonio
Carlos Carvalho, da UNIFESP; José Antonio F. Ramires,
do INCOR-FMUSP; Otávio Rizzi Coelho, da UNICAMP;
e José A. Marin-Neto, da FMUSP-Ribeirão Preto, além
de José Carlos Nicolau, livre-docente pela USP.
Fausto Feres e José A. Marin-Neto exibiram um
caso de diabético portador de doença arterial coro-
nária múltipla e um caso de tomada de decisão após
a ocorrência de infarto agudo do miocárdio. A dis-
cussão polarizou os debatedores na busca de um
consenso para as tipicidades da prática clínica e a
sempre desafiadora escolha do melhor método de
tratamento, prescrevendo a revascularização percu-
tânea ou cirúrgica. A palestra temática foi proferida
por Luiz Alberto Mattos, que respondeu às dúvidas
mais frequentes relacionadas ao tratamento farma-
cológico dos pacientes submetidos a intervenção
coronária percutânea.
O balanço final foi muito positivo. Consideramos
que a renovação desse projeto gera largo interes-
se nos cardiologistas assim como nos intervencio-
nistas, promovendo maior compartilhamento entre
esses dois profissionais da saúde. Na essência, é o
retorno de nossas origens, pois somos todos clínicos
cardiologistas por formação.
Audiência DuplicadaPEC SOCESP
internas
José A. Marin-Neto, José F. Ramires,
Luiz Alberto Mattos, Fausto Feres,
Marcelo Queiroga Lopes, Antonio C. Carvalho e
Otávio Rizzi Coelho.
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Cerca de 500 pessoas participaram do PEC durante o XXX Congresso da SOCESP, em São Paulo (Luiz Alberto Mattos, presidente)
O PEC gaúcho deste ano foi realizado durante o Congresso da SOCERGS 2009(Rogério Sarmento-Leite, diretor de Comunicação)
N este ano de 2009, a SBHCI deu sequên-
cia ao projeto inédito e bem-sucedido
dos Programas de Educação Continu-
ada (PEC), que tiveram início com am-
plo caráter federativo ainda em 2008. O
objetivo de estimular, desenvolver e for-
talecer o debate e a análise crítica dos
principais assuntos contemporâneos e
relacionados à prática da cardiologia in-
tervencionista nacional parece ter sido
plenamente atingido.
O PEC-RS deste ano foi realizado no
dia 5 de junho na aconchegante e bela
cidade de Gramado, em parceria com o
Departamento de Hemodinâmica e Car-
diologia Intervencionista da Sociedade de Cardio-
logia do Estado do Rio Grande do Sul (SOCERGS).
Em um nobre espaço do Congresso da SOCERGS
2009, o evento teve a coordenação de Alexandre
Quadros, sendo amparado pelos debatedores Mi-
guel Gus e Jorge Pinto Ribeiro, que, apesar do frio
de um dia tipicamente invernal na serra gaúcha,
estimularam a qualificada plateia a discutir os mui-
to interessantes casos clínicos apresentados por
Rogério Sarmento-Leite e Alexandre Abizaid e a
assistir as ótimas conferências proferidas por Gil-
berto Nunes e Fábio Sândoli de Brito Jr.
Acreditamos que essa atividade, que fez profun-
da e completa imersão nos “Avanços Recentes da
Cardiologia Intervencionista”, tenha cumprido mais
uma etapa de integração entre as comunidades
clínica e intervencionista do Sul do Brasil. Os re-
sultados sólidos e profícuos dessa iniciativa que se
segue certamente contribuíram para a maior união
e congregação de todas as áreas da cardiologia
para o combate a uma das afecções mais preva-
lentes no mundo.
Objetivo Plenamente AtingidoPEC SOCERGS
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12
A SBHCI foi convidada por Armando de Carva-
lho Lobato, presidente da edição 2009 do Con-
gresso Internacional de Cirurgia Endovascular
(CICE) do Instituto de Cirurgia Vascular e Endovascular
de São Paulo (ICVE-SP), a participar de uma mesa de
discussão sobre a posição de múltiplos especialistas
a respeito dos limites do cardiologista intervencionis-
ta na terapia endovascular. O evento ocorreu entre os
dias 23 e 25 de abril e teve como participantes da mesa
de discussão o professor da UNICAMP Domingo Mar-
colino Braile, representando a Sociedade Brasileira de
Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), José Luís Camarinha
do Nascimento Silva, presidente da Sociedade Brasi-
leira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), e
Francisco Cesar Carnevale, presidente da Sociedade
Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia En-
dovascular (SOBRICE).
A oportunidade para esse debate surgiu como re-
sultado da ampla divulgação da legitimação da atu-
ação dos cardiologistas intervencionistas nos proce-
dimentos extracardíacos, ratificada pelo Conselho
Federal de Medicina (CFM) em dezembro de 2008.
De acordo com Marcelo Queiroga Lopes, represen-
tante da SBHCI no CICE 2009, o evento foi muito
produtivo porque ficou claro que o maior beneficiário
da decisão do CFM e de toda a discussão a esse res-
peito é o paciente, que passa a ter ampliado o aces-
so qualificado de profissionais capazes de executar
procedimentos de cardiologia intervencionista.
Esse é um fato comprovado sem grandes esforços
ao se analisar a estatística existente. Segundo infor-
mações do Datasus, o banco de dados do Sistema
Único de Saúde, foram realizados 4.822 procedimen-
tos endovasculares em 2005. Em 2006, foram 6.417.
E em 2007, chegaram a 7.451. Já os procedimen-
tos de cardiologia intervencionista tendem a ocorrer
700% mais vezes. Em 2005, ocorreram 37.263 pro-
cedimentos. Em 2006, foram 43.252. E em 2007, fo-
ram registrados 44.839 procedimentos. “Repare que a
capacidade é maior para os cardiologistas intervencio-
nistas que para os especialistas da radiologia e cirurgia
endovascular”, afirma Marcelo Queiroga Lopes. “O car-
diologista intervencionista tem formação ampla, sólido
contato com a medicina embasada em evidência, ana-
mnese circunstanciada sobre lipotimia, síncope, dor to-
rácica e abdominal, claudicação intermitente, exames
físicos, compreensão fisiopatológica de aterotrombose
e domínio de farmacopeia extensa e diversificada para
tratamento dos pacientes.”
Para Marcelo Queiroga Lopes, o evento abriu caminho
para a discussão e a convivência pacífica com três es-
pecialistas de altíssimo nível, visando o interesse maior:
o paciente. “É exatamente isso que pregamos, que haja
uma integração dos três especialistas, trabalhando em
harmonia sempre em benefício dos pacientes”, enfatiza.
Integração e HarmoniaMarcelo Queiroga Lopes participou do CICE 2009 em mesa que discutiu as vantagens para o paciente e os limites do cardiologista intervencionista na terapia endovascular
internas
SBHCI NO CICE 2009
Marcelo Queiroga Lopes fala no CICE 2009.
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Integração e Harmonia
ExpominasBelo HorizonteMinas Gerais 22 a 24
de julho de2010
www.congressosbhci.com.br/2010
Organização e Informações:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
telefone: (11) 3849-5034email: gerencia@sbhci.org.br
Apoio:
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14
SBHCI mantém participação ativa e constante em Câmara Técnica de Implantes da AMB/CFM e colabora na reclassificação de materiais implantáveis
(Luiz Antonio Gubolino, diretor de Qualidade Profissional)
P reocupados com o manuseio e os cuidados
com os materiais médicos implantáveis,
a Associação Médica Brasileira (AMB) e o
Conselho Federal de Medicina (CFM) constituíram
em 2005 uma câmara técnica para promover deba-
tes e desenvolver ações cujo objetivo é a normati-
zação da circulação desses produtos.
Nas últimas reuniões, os trabalhos estiveram fo-
cados na reclassificação dos materiais implantáveis
e na elaboração de uma lista de materiais utilizados
em cada especialidade, conforme a nova nomencla-
tura. Os materiais foram redistribuídos dentro dos
três grupos (órteses, próteses e materiais especiais),
de forma que se manteve a padronização e pôde-se
oferecer uma nova uniformização para ser utilizada
pela Agência Nacional de Saúde (ANS), assim como
servir de referência para balizar os trabalhos de ges-
tores da saúde pública e privada e auditores dos pla-
nos de saúde suplementar.
Essa política da AMB e do CFM em relação aos
materiais implantáveis é de extrema importância
para o trabalho médico e para a assistência dos
pacientes em nosso País. Dentro de um formato
democrático, está sendo conduzida com muita se-
riedade pelos coordenadores e integrantes dessa
câmara técnica, possibilitando a livre participação
dos vários segmentos da saúde envolvidos no con-
trole, utilização e autorização desses insumos.
Essa câmara técnica vem mantendo constân-
cia e determinação em seus trabalhos, inclusive
ampliando ações e número de integrantes. Atu-
almente, é composta por participantes de vá-
rios segmentos da saúde do País, além da AMB
e do CFM. Dentre esses estão representantes da
ANS, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), dos diversos grupos da saúde suplemen-
tar (Unimed, Unidas, Abrange e Fenaseg) e das várias
especialidades médicas que utilizam esses materiais
na prática clínica. Também é importante citar a cola-
boração de representantes de nossa Sociedade, que
atuam nos vários segmentos da intervenção cardio-
vascular na elaboração da lista de nossa especialida-
de. Dentre estes, além do parecer de representantes
da Diretoria atual, tivemos o auxílio dos colegas Fran-
cisco J. A. Chamié de Queiroz, na área de cardiopatia
congênita, e Marco Marino e Marco V. Wainstein, na
área de endovascular.
A SBHCI, como departamento da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC), tem participado
ativamente das reuniões dessa câmara técnica,
Novidades na Câmara Técnica de Implantes
internas
ATUALIzAÇÃO DA CâMARA TéCNICA
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15
SBHCI mantém participação ativa e constante em Câmara Técnica de Implantes da AMB/CFM e colabora na reclassificação de materiais implantáveis
(Luiz Antonio Gubolino, diretor de Qualidade Profissional)
PróteseDispositivo permanente ou transitório que
substitui total ou parcialmente um membro, ór-
gão ou tecido, podendo ser:
• interna ou implantada (ex.: prótese articular,
prótese não convencional para substituição de
tumor, coração artificial, válvula cardíaca, liga-
mento artificial, etc.);
• externa ou não implantada (ex.: prótese para
membro);
• implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou
percutâneo (ex.: implante dentário, pele artificial);
• estética, quando mantém apenas a forma e a
estética (ex.: prótese ocular, prótese mamária,
cosmética de nariz).
ÓrteseDispositivo permanente ou transitório, utilizado
para auxiliar as funções de um membro, órgão
ou tecido, evitando deformidades ou sua pro-
gressão e/ou compensando insuficiências fun-
cionais, podendo ser:
• interna ou implantada (ex.: material de sutura
e de síntese, material de osteossíntese, instru-
mental para estabilização e fusão de coluna,
marca-passo implantado, bomba de infusão
implantada, etc.);
• externa ou não implantada (ex.: bengalas,
muletas, coletes, colares cervicais, aparelhos
gessados, tutores, andadores, aparelhos au-
ditivos, óculos, lentes de contato, aparelhos
ortodônticos, etc.);
• implantada total ou parcial por ato cirúrgico
ou percutâneo (ex.: fixadores externos, stents,
drenos, etc.).
Materiais EspeciaisFicou decidido adotar essa nomenclatura para definir materiais e dispositivos utili-zados em procedimentos diagnósticos e terapêuticos que não se enquadram nas especificações acima.
Novidades na Câmara Técnica de Implantes
Reclassificação de Materiais Implantáveis
representada pela Diretoria de Qualidade Profis-
sional. A atuação de nossa Sociedade vai além da
elaboração da relação de materiais implantáveis,
inserindo-se no empenho da confecção de uma
lista ampla, com a inclusão de todos os materiais
e novas tecnologias disponíveis atualmente em
nossa prática clínica e de aplicação cientifica-
mente comprovada.
A participação conjunta com o grupo de traba-
lho dessa Câmara Técnica de Implantes é mais
uma grande conquista da atual gestão da SBHCI.
Isso solidificará ainda mais o posicionamento de
nossa Sociedade no cenário nacional e permitirá
que a prática diária de nossas atividades seja am-
parada por uma assistência de qualidade, propor-
cionando segurança e eficácia ao profissional da
intervenção cardiovascular e maior benefício para
nossos pacientes.
A relação completa de próteses, órteses e materiais espe-ciais utilizados em hemodinâmica e cardiologia intervencio-nista pode ser encontrada no website www.sbhci.org.br.
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16
Um dos grandes capítulos da história da
hemodinâmica no Brasil foi escrito em
2 de dezembro de 1976. Naquele dia
acontecia o I Congresso de Hemodinâmica e An-
giografia em nosso País, um evento inédito que
possibilitou o encontro de cerca de 200 médicos
para a apresentação das técnicas então utiliza-
das no Brasil e no mundo. Diante das dezenas de
congressos que disputam a agenda de médicos
de várias especialidades nos dias de hoje, pode
parecer algo simples, até banal. Não foi. Tratou-
se do segundo grande marco da hemodinâmica
brasileira, o que despertou o interesse de jovens
médicos e fortaleceu a especialidade, principal-
mente no campo científico.
Para contar essa história, é de exímia importân-
cia resgatar a atitude corajosa e pioneira que um
grupo de médicos tomou um ano antes, no dia
10 de julho de 1975. Naquela ocasião, um gru-
po de hemodinamicistas liderados por J. Edu-
ardo Sousa, Pierre Labrunie, Siguemituzo Arie,
Hans Dohmann, Oscar Portugal e Valmir Fontes
teve a iniciativa de colher assinaturas de diversos
membros da Sociedade Brasileira de Cardiologia
O Primeiro de MuitosO I Congresso de Hemodinâmica e Angiografia foi o despertar de uma nova especialidade no Brasil
memória
J. Eduardo Sousa, primeiro presidente do DHA, hoje SBHCI, e de seu congresso inicial (Guarujá, SP, 1976).
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17
interesse enorme nos resultados de cirurgias com
o uso das próteses aórtica e mitral no infarto do
micárdio. Abordou-se, basicamente, cateterismo
da cavidade direita, cateterismo da cavidade es-
querda, cineangiografia, coronariografia e infar-
to agudo do miocárdio, todos com relação aos
resultados clínicos. Aquele primeiro congresso
homenageou Silvio Borges,
da Escola Paulista de Me-
dicina, e Carvalho Azevedo,
do Hospital Nossa Senhora
das Vitórias (Pontifícia Uni-
versidade Católica), no Rio
de Janeiro, os responsáveis
pelos primeiros passos da
hemodinâmica no Brasil no
final da década de 1940.
“Foi um sucesso”, afirma J.
Eduardo Sousa, lembrando
de um de seus grandes passos para que a SBHCI
se tornasse possível e tivesse a importância que
assume hoje, seja no Brasil, com seus 930 sócios,
ou no mundo.
O Primeiro de Muitos
J. Eduardo Sousa, primeiro presidente do DHA, hoje SBHCI, e de seu congresso inicial (Guarujá, SP, 1976).
A estratégia atraiu sócios para a
especialidade que se iniciava e
possibilitou cerca de 200 inscritos
(SBC), o que possibilitou a criação do Departa-
mento de Hemodinâmica e Angiografia (DHA) da
SBC. Foi uma grande vitória.
Para criar um departamento dentro da SBC, entre
várias exigências, havia necessidade do apoio de
grande quantidade de membros dessa Socieda-
de. Assim, podemos considerar a criação do DHA
a primeira grande conquista
daquele grupo de hemodina-
micistas visionários e pionei-
ros. Mas os esforços jamais
parariam ali. “Assim que o de-
partamento foi criado oficial-
mente, centramos esforços na
realização de nosso próprio
congresso”, lembra J. Eduar-
do Sousa, primeiro presiden-
te do DHA. “Considero essa
a medida mais importante da
gestão, pois foi o alicerce para fortalecer a especia-
lidade no País e o embrião da pujante SBHCI que
conhecemos hoje.”
A estratégia para a organização daquele primei-
ro congresso tinha a obrigação de ser inteligente
e precisa. Na década de 1970, os hemodinamicis-
tas restringiam-se a realizar procedimentos diag-
nósticos e os cirurgiões eram responsáveis pelo
tratamento. Ciente da boa frequência de cirurgi-
ões e hemodinamicistas aos eventos do Depar-
tamento de Cirurgia Cardiovascular, J. Eduardo
Sousa propôs que os congressos das duas áreas
fossem realizados sequencialmente, no mesmo
local, no Hotel Casa Grande, na cidade litorânea
paulista do Guarujá. A estratégia atraiu sócios
para a especialidade que se iniciava e possibilitou
a presença de cerca de 200 inscritos.
A organização esteve sob a responsabilidade
do presidente J. Eduardo Sousa. A programação
científica foi desenvolvida com apoio do primeiro
secretário Pierre Labrunie. William Parmley, que
atuava no Hospital Cedars-Sinai, de Los Angeles,
Estados Unidos, líder no tratamento medicamen-
toso em casos de infarto agudo do miocárdio, foi
o único palestrante estrangeiro. Os estudos so-
bre função ventricular esquerda e cineangiografia
nas cardiopatias congênitas e doenças aórtica e
mitral foram a base para o congresso. Havia um
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18
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
O evento conjunto entreSociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI) e Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), realizado no Rio de Janeiro, de 10 a 12 de junho, atingiu as expectativas almejadas
A união das duas maiores forças latino-ameri-
canas promoveu o diferencial e alavancou a
América Latina a se ombrear com os gran-
des eventos internacionais dedicados a essa área de
atuação da medicina cardiovascular. Além do núme-
ro exponencial de médicos reunidos – quase 1.200
profissionais –, acrescenta-se 20% de público de-
dicado ao temário da enfermagem e técnicos em
relação ao comparecimento observado nos even-
tos brasileiros da SBHCI.
Um dos maiores destaques do Congresso SOLACI
& SBHCI 2009 foi a transmissão de casos “ao vivo”,
originados de centros internacionais de excelência
reconhecida, que elevou o evento ao patamar de
O Maior de Todos os Tempos
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19
grande exemplo internacional de organização e pro-
moção de conteúdo. Para promover a transmissão
dos 18 casos apresentados – quantidade inédita em
eventos médicos no País –, a equipe da TBR World
Link montou no Riocentro uma central de comuni-
cação e controle semelhante à de um grande canal
de televisão. “Nós trouxemos para o Congresso uma
estrutura idêntica à que utilizamos para transmitir
eventos como a Copa do Mundo de Futebol e os Jo-
gos Panamericanos”, explica Willians Cerozzi Balan,
diretor geral da TBR. “Tivemos seis canais de dois
satélites conectados com nossas unidades móveis
montadas em cada um dos centros cirúrgicos que
fizeram as transmissões.” Na sede do Congresso
foram envolvidos 20 profissionais, responsáveis por
administrar os sinais dos satélites, controlar a qua-
lidade de áudio e vídeo e manter contato constante
e simultâneo via telefone com os oito profissionais
que faziam a transmissão em cada um dos centros
cirúrgicos e com a equipe de intervencionistas que
apresentava os casos “ao vivo”.
No centro de exposições eram mais de 60 estan-
des e uma brigada de serviços que se aproxima de
300 pessoas, responsáveis pela secretaria, recepção,
montagem da feira de exposição, audiovisual, trans-
missões de demonstrações “ao vivo”, tradutores,
agentes de viagem, jornalistas e gerências societá-
rias. Foi assim efetivado o maior congresso conjunto
latino-americano de intervenção cardiovascular, que
o posiciona entre os cinco maiores do mundo.
Totalizações do Congresso SOLACI & SBHCI 2009:
Resultado Superlativo Rompe a Barreira dos Mil
Médicos ParticipantesCategoria N. %*
Análise Divisão Societária - MédicosMédicos Sócios SBHCI 554 46,4%
Médicos Não-Sócios (Brasil) 185 15,5%
Total de Médicos Brasileiros 739 61,9%
Médicos Sócios SOLACI 194 16,2%
Médicos Não-Sócios (Internacional) 261 21,9%
Total de Médicos não-Brasileiros 580 38,1%
Análise Enfermagem e TécnicosBrasil 449 80%
Internacional 112 20%
Total de Sócios SOLACI 194 16,2%
Médicos 1.194 35%
Enfermagem e Técnicos 561 16,4%
Expositores 1.380 40,4%
Serviços 273 8%
Visitantes 4 0,2%
Total 3.412 100%
Brasil 739 61,9%
Argentina 41 10,6%
Chile 36 9,3%
Venezuela 33 8,5%
Estados Unidos 26 6,7%
Colômbia 18 4,7%
Uruguai 13 3,4%
Peru 11 2,8%
México 10 2,6%
Portugal 10 2,6%
Os 10 Países Líderes em Participação
* A porcentagem sempre se refere ao total de participantes no Congresso
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20
A primeira noite do Congresso SOLACI & SBHCI 2009 foi marcada por suntuosidade, participação de autoridades, enriquecedora aula magna proferida por David R. Holmes Jr., e homenagem a pioneiros e amigos das entidades
Emolduradas pela presença dos presidentes
do Conselho Federal de Medicina (CFM),
Edson de Oliveira Andrade, da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC), Antonio Carlos P.
Chagas, e do secretário municipal de Saúde e De-
fesa Civil do Rio de Janeiro, Hans R. Dohmann, a
SOLACI e a SBHCI efetivaram quatro homenagens
muito significativas.
A SBHCI concedeu o título de sócio honorário da
entidade a Edson de Oliveira Andrade, presidente
Uma Noite Solene
Antonio Carlos P. Chagas, presidente da SBC.
Hans R. Dohmann, secretário municipal de Saúde e Defesa Civil
do Rio de Janeiro.
Luiz Alberto Mattos, presidente da SBHCI.
Alexandre Abizaid, presidente da SOLACI.
Edson de Oliveira Andrade, presidente do CFM.
David R. Holmes Jr. durante a aula magna que abriu oficialmente o Congresso.
Além de ser uma das homenageadas da noite, Amanda G. M. R. Sousa lançou oficialmente o livro
“Intervenções Cardiovasculares SOLACI”.
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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21
Amanda G. M. R. Sousa, Pierre Labrunie, Edson de Oliveira Andrade e Samuel Silva da Silva foram homenageados durante a abertura oficial do Congresso.
do CFM, amazonense e pneumologista, trabalha-
dor obstinado das causas médicas, que renovou
e fortaleceu novamente a classe médica em seus
quase oito anos de mandato à frente da represen-
tação maior dos médicos. A placa e a homenagem
foram outorgadas pelas mãos e palavras do diretor
administrativo da SBHCI, Marcelo Queiroga Lopes,
de João Pessoa (PB).
Também receberam menções honrosas por ser-
viços únicos e incontestes prestados à entidade
Pierre Labrunie, do Rio de Janeiro (RJ), e Samuel
Silva da Silva, de Londrina (PR), ambos pioneiros
e pilares da Sociedade. As homenagens foram ou-
torgadas pelo membro da atual Comissão Cientí-
fica da SBHCI, Júlio Andréa Machado, do Rio de
Janeiro (RJ), e pelo presidente da SBHCI, Luiz Al-
berto Mattos, de São Paulo (SP).
A SOLACI, por meio do seu presidente atual, Ale-
xandre Abizaid, de São Paulo (SP), entregou uma
placa comemorativa de homenagem aos dedica-
dos préstimos científicos, além da criação da Bi-
blioteca Societária, para Amanda G. M. R. Sousa,
de São Paulo (SP).
Ao final, após excepcional palestra de David R.
Holmes Jr., chefe de Intervenção Cardiovascular
da Clínica Mayo, na cidade de Rochester, em Min-
nesota, Estados Unidos, a SOLACI apresentou, por
meio da sua editora-chefe, Amanda G. M. R. Sou-
sa, a nova edição do livro “Intervenções Cardio-
vasculares SOLACI”, destacando os quatro edito-
res principais — Alexandre Abizaid (Brasil), Marco
M. Rios (México), Daniel Berrocal (Argentina) e J.
Eduardo Sousa (Brasil) —, que entregaram os cin-
co primeiros exemplares para Luiz Alberto Mattos
(Brasil), Hugo Londero (Argentina), Carlos Macaya
(Espanha), Pedro Moreno (Estados Unidos) e Dario
Echeverri (Colômbia).
Alexandre Abizaid, presidente da SOLACI.
Hélio Roque Figueira, presidente do Congresso SOLACI & SBHCI 2009.
Além de ser uma das homenageadas da noite, Amanda G. M. R. Sousa lançou oficialmente o livro
“Intervenções Cardiovasculares SOLACI”.
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22
III Simpósio de Intervenção Extracardíaca avança em qualidade e robustez científica. A transmissão de casos “ao vivo” internacionais promoveu a diferença
Renovação de Conhecimento
O III Simpósio de Intervenção Extracardíaca
da SBHCI foi efetivado em conjunto com o
Congresso SOLACI & SBHCI 2009, no Rio
de Janeiro, nos dias 10 a 12 de junho, em uma sala
exclusiva para as sessões científicas com até 200 as-
sentos disponíveis. Este ano, o Simpósio novamente
recebeu convidados internacionais reconhecidos e
representantes da Society for Cardiovascular and An-
giography Interventions (SCAI), dos Estados Unidos,
representada pelo secretário da entidade, Christopher
U. Cates (Atlanta, Georgia), e Robert Bersin (Seattle,
Washington), membro da Comissão Científica. Ainda
participaram do Simpósio outros dois convidados de
relevância, Thomas Zeller (Alemanha) e Joseph Car-
dennas (Estados Unidos). Além destes, dois membros
da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionis-
ta e Cirurgia Endovascular (SOBRICE) e da Sociedade
Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica Terapêuti-
ca (SBNRDT), Felipe Nasser e Paulo Puglia, estiveram
presentes como membros da Comissão Científica do
evento, valorizando o compartilhamento desejado en-
tre as três especialidades e áreas de atuação que pra-
ticam esses procedimentos no Brasil.
As sessões revisaram o temário atualizado das di-
retrizes e recomendações vigentes dedicadas aos
procedimentos intervencionistas percutâneos ao
abordarem as artérias carótidas, renais, ilíaco-femo-
rais e aorta, além das perspectivas futuras, as fron-
teiras futuras do conhecimento a serem absorvidas.
Em média, a audiência fiel — de cerca de 150 mé-
dicos — participou das sete sessões programadas,
conferências, mesas-redondas e discussões habi-
tuais. Duas sessões inéditas foram adicionadas ao
programa. A primeira, discutindo pesquisas enviadas
como temas livres originais, brasileiras e argentinas,
com apresentação oral e, o mais atrativo para fixação
dos conhecimentos, duas horas de demonstração
de casos clínicos “ao vivo”, transmitidos via satélite
de Miami, Flórida, nos Estados Unidos, gerenciados
pelo Hospital Baptista e chefiados por Barry Katzen.
A SBHCI avança de modo consistente para, nova-
mente, destacar sua presença com uma das áreas
de atuação reconhecidas para efetivar esses proce-
dimentos nos pacientes atendidos no Brasil, tanto
no âmbito do sistema de saúde público como da
saúde suplementar. Para atingirmos esses objeti-
vos, a renovação dos conhecimentos por meio de
cursos de atualização sistemáticos, de cunho teóri-
co-prático, é essencial.
A operacionalização do III Simpósio de Intervenção
Extracardíaca sacramenta a premissa da atual admi-
nistração da SBHCI, de que os cardiologistas inter-
vencionistas, desde que devidamente treinados e
certificados, são capazes de efetivar procedimentos
no leito vascular, obtendo resultados clínicos efica-
zes e seguros para os pacientes, ombreando-se com
os demais profissionais da saúde que compartilham
esse nicho do intervencionismo vascular.
III SIMPÓSIO DE INTERVENÇÃO EXTRACARDÍACA
Christopher U. Cates, secretário da SCAI, foi um dos convidados internacionais do III Simpósio de Intervenção Extracardíaca.
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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23
O intervencionismo dedicado à correção dos defeitos estruturais e congênitos do coração avança com passos consistentes, galgando um patamar superior a cada ano de evolução
Superando as Expectativas
A correta e precisa identificação dos defeitos
congênitos e estruturais por meio de exa-
mes diagnósticos não-invasivos tem guiado
e auxiliado na evolução tecnológica necessária para
o devido aprimoramento dos dispositivos e materiais
de utilização intervencionista percutânea.
Durante o Congresso SOLACI & SBHCI 2009, nova-
mente uma sala exclusiva foi dedicada ao desenvol-
vimento dessa programação de atualização de cunho
teórico-prático, verticalizando a ênfase na realização
de procedimentos intervencionistas por meio de de-
monstrações de casos clínicos realizados “ao vivo”.
A gerência dos médicos Francisco Chamié Queiroz
e Luiz Carlos Simões, ambos do Rio de Janeiro, e
do diretor de Intervenção em Cardiopatia Congênita
da SBHCI, César A. Esteves, de São Paulo, alavan-
cou o evento a um patamar acima das expectativas,
posicionando-o em categoria internacional. Eles ain-
da contaram com três convidados internacionais de
relevância: Shakeel Qureshi (Inglaterra), Christian Jux
(Alemanha) e Joseph DeGiovanni (Inglaterra).
Em uma sala exclusiva para o tema, que se man-
teve lotada durante os três dias com as 100 cadeiras
ocupadas, esses profissionais de saúde lograram
visualizar, ouvir e discutir dez demonstrações “ao
vivo”, transmitidas via satélite do Instituto Nacional
de Cardiologia de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e
do Hospital de Clínicas de Niterói. Ainda foi realiza-
da uma transmissão internacional proveniente do
Guangdong Provincial People’s Hospital, da cidade
de Guangzhou, na China.
Desde a revisão de novas endopróteses para fe-
chamento dos defeitos interatriais até a correção de
forâmen oval permeável e da comunicação interven-
tricular e do tratamento da coarctação da aorta, en-
tre outras doenças revisadas, adicionaram a ênfase
crescente da atuação do cardiologista intervencio-
nista na ação terapêutica eficaz direcionada para es-
ses pacientes.
A dedicação dessa sala ao tema de Congênitos
é o cumprimento da administração SBHCI 2006-
2009 às solicitações dos colegas afeitos e dedica-
dos a esses procedimentos. Missão cumprida com
louvor vislumbrando-se novos horizontes, amplos
e com expectativas alvissareiras para o tratamento
intervencionista dos defeitos estruturais e congêni-
tos cardíacos, abrandando o estigma da doença em
crianças e jovens adultos e reabilitando-os para a
vida social. O próximo passo da SBHCI é a busca da
absorção desses procedimentos, por meio de reem-
bolso no Sistema Único de Saúde brasileiro, para os
quais todos os esforços serão envidados.
INTERVENÇÃO EM CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Adriano D. Dourado de Oliveira, Luiz Carlos Giuliano, Federico B. Rodriguez, José Luiz B. Jacob e Leo Agostinho Solarewicz participam da mesa que discutiu o caso “ao vivo” transmitido via satélite do Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras.
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Congresso SOLACI & SBHCI 2009 inova com a transmissão de casos “ao vivo” internacionais: um ineditismo positivo
A sinergia positiva entre as duas entidades
dedicadas à cardiologia intervencionista
promoveu mais um avanço inédito e nunca
antes efetivado em eventos no Brasil, que é a trans-
missão da prática clínica com demonstrações “ao
vivo” de procedimentos intervencionistas via satélite,
de centros reconhecidos mundialmente, com a apli-
cação de técnica inovadoras.
Alexandre Abizaid e Luiz Alberto Mattos, presidentes
da SOLACI e SBHCI, respectivamente, empenharam-se
para operacionalizar mais esse avanço, arrojado no pro-
pósito, mas gratificante nos resultados iniciais captura-
dos na vigência do evento internacional realizado no Rio
de Janeiro. Com o suporte dos parceiros de ambas as
entidades e também recebido de hospitais interessados,
foram ofertadas ao público cinco sessões de 90 minutos
cada, perfazendo 450 minutos de educação continuada
com transmissões internacionais “ao vivo”. O método de
ensino e reciclagem no temário da cardiologia interven-
cionista por meio da execução e assistência de proce-
dimentos realizados “ao vivo” constitui-se no aríete da
difusão do conhecimento e translado imediato para a
prática clínica vigente, introduzida por Andreas Gruent-
zig em 1979.
Conteúdo que Faz a Diferença
DEMONSTRAÇÃO DE CASOS “AO VIVO”
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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25
O Congresso recebeu a transmissão de três sessões
internacionais, dedicadas ao tratamento da doença ar-
terial coronária. A primeira foi realizada por Junbo Ge,
na cidade de Xangai, na China. A segunda, por Augus-
to Pichard, em Washington DC, nos Estados Unidos. A
terceira foi transmitida de Seul, na Coreia do Sul, por S.
J. Park. Nessas sessões, intervencionistas reconhecidos
exploraram as fronteiras da prática clínica na abordagem
intervencionista das oclusões crônicas, do tratamento
da enfermidade multiarterial amparada por métodos ad-
juntos de imagem (ultrassom intracoronário) e implante
de stents no tronco da coronária esquerda não protegido
e envolvendo a bifurcação dos principais vasos coroná-
rios. Uma sessão abordou exclusivamente os procedi-
mentos extracardíacos, realizada por Barry Katzen, de
Miami, nos Estados Unidos, e, em outra, foi abordada
a correção de defeitos estruturais cardíacos congênitos,
diretamente de Guangdong, na China.
As transmissões transcorreram com perfeição técni-
ca absoluta, amparada pelo novo sistema audiovisual
Folson. “Esses avanços são consistentes”, afirmou Luiz
Alberto Mattos. “E comprovam a tese de que o público
deseja assistir ensinamentos que fazem a diferença do
seu cotidiano.” Foi atingido um patamar superior, aten-
dendo aos anseios do público, os médicos, que certa-
mente será transladado, positivamente, para a prática
clínica diária e benefício do bem maior, os pacientes.
Doravante, os eventos SOLACI e SBHCI irão car-
regar a obrigação de manter o padrão ofertado em
2009, que fixa um diferencial superior. “A transmis-
são de demonstrações ao vivo precisa ofertar produ-
tos que fazem a diferença sem insistir na repetição
de procedimentos que pouco acrescentam a todos
nós”, enfatiza Luiz Alberto Mattos. “Avancemos, re-
troceder não será mais possível.”
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26
II Diálogo Transatlântico em Cardiologia Intervencionista fortalece laços entre Brasil e Portugal
Em maio de 2007, os presidentes da SBHCI e
da Liga Portuguesa de Cardiologia Interven-
cionista, Luiz Alberto Mattos e Lino Patrício,
respectivamente, reuniram-se pela primeira vez em
Lisboa, Portugal, com a finalidade de atualização
científica e intercâmbio de experiência clínica. Naque-
la oportunidade, o evento congregou cerca de 100
colegas portugueses, brasileiros e alguns espanhóis.
Durante a vigência do Congresso SOLACI & SBHCI
2009, no Rio de Janeiro, ofereceu-se a oportunidade
de reunirem-se novamente intervencionistas de Portu-
gal e do Brasil, celebrando o II Diálogo Transatlântico
em Cardiologia Intervencionista luso-brasileira.
No dia 11 de junho, na Sala Grumari do Centro de
Convenções Riocentro, compareceram 10 colegas
oriundos de diversos serviços intervencionistas por-
tugueses, da Cidade do Porto a Setúbal, que, nessa
sessão, se juntaram a mais 80 colegas brasileiros.
A assiduidade foi considerada acima da expectati-
va, tendo em vista a concorrência simultânea com
mais três atividades do evento internacional SOLACI
& SBHCI 2009, incluindo transmissões internacionais
de demonstrações de casos clínicos “ao vivo”.
A sessão foi coordenada por Lino Patrício e Pedro
Canas, de Lisboa, e Luiz Alberto Mattos, de São Pau-
lo. O formato se demonstrou muito atrativo, com au-
las sumárias evocativas da expansão das fronteiras
da aplicação clínica da cardiologia intervencionista
e, na sequência, a discussão de um caso editado
espelhado na apresentação prévia. Participaram da
Laços FortalecidosDIÁLOGO TRANSATLâNTICO BRASIL–PORTUGAL
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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27
Segunda Edição, Enriquecida e Renovada
sessão os brasileiros José Armando Mangione (SP),
André Labrunie (PR), Paulo Ricardo A. Caramori (RS)
e Guilherme Bromberg Marin (SP), e os portugueses
Henrique Carvalho (Cidade do Porto), Ri-
cardo Santos (Setúbal), Manuel Almeida
(Linda-a-Velha) e José Baptista (Lisboa).
O III Diálogo Transatlântico já está em
perspectiva futura de planejamento e a
captura do interesse do público é muito
evidente, qual seja, consolidar as prá-
ticas rotineiras individuais de portugue-
ses e brasileiros e redimir inquietudes
diante das adversidades e complexida-
des clínicas, que todos enfrentam em
sua atividade diária.
Laços Fortalecidos
R aimundo Furtado e Bedson de Sá lançaram,
durante o Congresso SOLACI & SBHCI 2009,
a segunda edição do livro “Transradial – Diag-
nóstico e Intervenção Coronária e Extracardíaca”. “Para
ampliar o trabalho, introduzimos um capítulo sobre Ex-
tracardíacos, coordenado pelo neurologista interven-
cionista José Aldemir Nunes, e inserimos material de 85
autores convidados”, afirma Raimundo Furtado. “Entre
eles estão J. Eduardo Sousa, Amanda G. M. R. Sousa,
Luiz Alberto Mattos e Alexandre Abizaid, além de qua-
tro internacionais: Shigero Saito, do Japão; Ferdinand
Kiemeney, da Holanda; Pedro Lylyk e Rosanna Ceratto,
da Argentina.”
Guilherme Bromberg Marin (Brasil), Manuel Almeida (Portugal), Lino Patrício (Portugal), Paulo R. A. Caramori (Brasil), José Baptista (Portugal), Henrique Carvalho (Portugal), José A.
Mangione (Brasil), Luiz Alberto Mattos (Brasil), Pedro Canas (Portugal), Ricardo Santos (Portugal) e Wilson A. Pimentel (Brasil).
Raimundo Furtado, Bedson de Sá e o novo “Transradial – Diagnóstico e Intervenção Coronária e Extracardíaca”.
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28
O XV Congresso SOLACI e o XXXI Congresso SBHCIforam um marco na história de nossa Sociedade (Fernando Stucchi Devito, coordenador de Temas Livres 2009)
A apresentação das pesquisas científicas sob o
formato de temas livres no Congresso des-
tacou-se pelo número expressivo de submis-
sões, pelo grande interesse dos pesquisadores latino-
americanos e brasileiros, e, de forma inédita, pela
grande participação de pesquisadores provenientes
de outros países, contribuindo com quase um terço
dos trabalhos científicos. Foram 287 trabalhos inscri-
tos, dos quais 167 estiveram expostos no Congresso,
seja de forma oral ou pela exposição no espaço des-
tinado aos pôsteres.
As 37 inserções das apresentações orais em meio
às palestras e casos “ao vivo” permitiram maior in-
tegração dos pesquisadores aos colegas participan-
tes, cumprindo a expectativa da Comissão Científica,
que cuidadosamente programou esse evento. No en-
tanto, o que mais nos chamou a atenção durante o
Congresso foi o destaque alcançado pelas 130 apre-
sentações no formato pôster, que movimentaram e
mobilizaram grande número de colegas interessados
em seus resultados. Foi um sinal claro e direto da
importância da pesquisa científica para a cardiologia
intervencionista e da solidez dessa democrática for-
ma de apresentação.
Ao final do evento, foram premiados 29 trabalhos
científicos, os quais a Comissão de Temas Livres
parabeniza de forma especial. Doze deles foram se-
lecionados no julgamento eletrônico e, durante o
Congresso, uma comissão composta por 46 colegas
associados à SBHCI e/ou à SOLACI avaliou as outras
pesquisas apresentadas e premiou mais 12 trabalhos.
Em sessão especial, o “2.º Prêmio Abbott Vascular In-
tervencionista do Ano” destacou mais dois trabalhos e
a SBHCI conferiu ainda três Menções Honrosas, dado
Mobilização Científica
A área de pôsteres esteve sempre movimentada nos intervalos do Congresso.
TEMAS LIVRES
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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29
2.º Prêmio Abbott Vascular Intervencionista do Ano 2009 —
Instituto Crossroads
Experiência Inicial de um Único Centro com Angioplastia Coronária com Implante de Stents Farmacológicos em Le-sões Não Protegidas de Tronco de Coronárias Esquerda
Relação Entre os Níveis de Proteína C-Reativa e da Elevação de Troponi-na com a Composição de Placas Ateroscleróti-cas em Pacientes com Síndromes Coronárias Agudas, Análise pela Histologia Virtual
Segurança e Eficácia da ICP Ad Hoc em Pacientes com Angina Estável
Segurança e Eficácia Muito Tardia dos Stents Farmacológicos no Tra-tamento de Reestenose de Stents Não-Farmaco-lógicos e Farmacológi-cos, Uma Subanálise do Registro DESIRE
Estudo Comparativo Entre as Vias de Acesso Radial e Ulnar na Reali-zação de Procedimen-tos Coronários Diag-nósticos e Terapêuticos
Costantino CostantiniOrtiz
Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira
José Klauber Roger Carneiro
José deRibamar Costa Junior
Pedro Beraldo de Andrade
Hospital Cardiológico Costantini – Fundação Francisco Costantini
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Hospital do Coração de Sobral
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Santa Casa de Marília, Hospi-tal do Coração de Londrina
Curitiba, PR, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
Sobral, CE, Brasil
São Paulo,SP, Brasil
Marília, SP, Brasil
1.º
2.º
Me
nç
ão
Ho
nro
sa
Tema Autor Instituição Local
o alto nível das apresentações realizadas. As
três áreas temáticas dos temas livres, ou seja,
Doença Cardiovascular Adquirida, Interven-
ção Extracardíaca e Cardiopatias Congênitas,
foram contempladas nesse processo.
Os colegas premiados deverão veicular suas
pesquisas na revista Brasileira de Cardiolo-
gia Invasiva (www.rbci.org.br), órgão oficial de
publicação científica da SBHCI, o que permi-
tirá a consolidação definitiva de cada pesqui-
sa realizada e uma apresentação ainda mais
abrangente à nossa cardiologia intervencionis-
ta. Esperamos que o trabalho de incentivo e
estímulo à pesquisa científica esteja sempre
presente na SBHCI, para que as fronteiras do
conhecimento e o desenvolvimento de nossa
prática clínica avancem cada vez mais.
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30
Experiencia Inicial con la Prótesis Aórtica Corevalve en el Tratamento de la Estenosis Aórtica Severa Sintomática
Mitralign Percutaneous Mitral Annuloplasty for Mitral Regurgitation in CHD Patients. First in Man ExperiencePerfil Demográfico e Resultados Agudos (30 Dias) Após Intervenção Coronária Percutânea no Infarto Agudo do Miocárdio, Resultados do Registro SOLACI
Substituição Percutânea da Valva Aórtica com o Sistema Corevalve para o Tratamento da Estenose Aórtica, Resul-tados do Seguimento de Médio Prazo
O Grau de Colaterais Para a Artéria Relacionada ao Infarto Está Associado à Menor Frequência de Insuficiência Cardíaca Pós Infarto, Análise do Estudo Occluded Artery Trial (OAT)Interventional Cardiology Profile in Latin America, SOLACI Registry Data Collected in The Last Decade
Seguimento Clínico Tardio (3 Anos) de Pacientes Não Selecionados Tratados com Stent Farmacológico Liberador de Zotarolimus Endeavor®
Impacto das Dimensões Finais no Interior do Stent nos Resultados a Médio Prazo do Stent Farmacológico Endeavor®, Uma Análise Com Ultrassom Seriado
Escore de Risco Prediz Aderência aos Tienopiridínicos Após o Implante de Stents Coronarianos
Os Resultados do Estudo Courage se Aplicam à Realidade Brasileira?
Atriosseptomia por Cateter-Balão Guiada pela EcocardiografiaBidimensional em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
Endovascular Treatment Of Type B Aortic Dissection, Late Follow-up
José Maria Hernandez-Garcia
Santiago Felipe Gallo Merino
Amanda Guerra Moraes Rego Sousa
Fábio Sândoli de Brito Jr.
Hélio José Castello Junior
Amanda Guerra Moraes Rego Sousa
Ricardo Alves da Costa
André Farinelli Lima Brito
Dulce I. Welter
Thais Modkovski
Eduardo Erudilho
Claudia M. R. Alves
Área Del Corazón. H.C.U. Vir-gen de La Victoria y Servicio de Anestesia y Reanimación. H.C.U. Virgen de La Victoria
Hospital Privado Frances
Sociedad Latinoamericana de Cardiologia Intervencionista
Hospital Israelita Albert Einstein
Hospital Bandeirantes/EPM – Unifesp
Sociedad Latinoamericana de Cardiologia Intervencionista
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Fundação Universitária de Cardiologia
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Fundação Universitária de Cardiologia
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
Escola Paulista de Medicina – Unifesp, Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio
Málaga, Espanha
Assunção, Paraguai
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
Porto Alegre, RS, Brasil
Porto Alegre, RS, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Doença Cardiovascular Adquirida
1.º
2.º
3.º
4.º
5.º
6.º
7.º
8.º
9.º
10.º
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Cardiopatias Congênitas
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Intervenção Extracardíaca
Tema Autor Instituição Local
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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31
Melhor Tema Livre no Congresso • Doença Cardiovascular Adquirida
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Doença Cardiovascular Adquirida
1.º
2.º
3.º4.º
5.º
6.º
7.º
8.º
9.º
10.ºMelhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Cardiopatias Congênitas
Melhor Tema Livre • Julgamento Eletrônico • Intervenção Extracardíaca
Emprego do Stent Supralimus® com Siro-limus e Polímero Absorvível no Tratamento de Pacientes com Síndrome Coronária Aguda Submetidos a Tratamento Percutâ-neo: Resultados Preliminares do Registro Prospectivo e Multicêntrico E-Series
Avaliação a Longo Prazo da Qualidade de Vida Após Intervenções Coronarianas Percu-tâneas em Pacientes com Angina Estável
O Emprego Irrestrito dos Stents Farmacológi-cos no universo da Prática Clínica Diária
Evaluación de la Resolución del Supradesnivel Del Delst con Angioplastía Coronaria Primaria. Registro Multicéntrico de Infarto Agudo de Miocárdio con Supradesnivel Del ST.
Evolução em Longo Prazo da Valvoplastia Mitral com a Técnica de Inoue Versus a do Balão Único
Primary PCI a High Volume European Center. In-Hospital Results
Tratamento Minimamente Invasivo dos Pseudoaneurismas de Geometria Simples e Complexa Após Acesso Vascular Arterial Femoral. Comparação da Compressão vs. Injeção de Trombina Guiadas por Ultrassom com Doppler
Stent com Polímero Biodegradável e Eluição de Sirolimus (SupralimusTM) em Diabéticos: Resultados Preliminares de um Registro Prospectivo, Multicêntrico e Internacional
Significant Association Between Coronary Plaque Composition by 64-Slice Multidetec-tor Computed Tomography and Intravascular Ultrasound Virtual Histology: Results from a Prospective Matched Comparison
Mguard Fim Long Term Follow-Up
A Multicenter Experience With Perventricular Closure of Muscular Ventricular Septal Defects in South America
Evolución Clínica Y Del Saco Aneurimatico de la Aorta Abdominal Côn El Tratamiento Por Via Endovascular
José de Ri-bamar Costa Junior
Tatiane Lima
Marco Antonio Perin
Aníbal Damonte
Edison Carvalho Sandoval Peixoto
Ruben Almir Baptista Ramos
Marco Aurélio de Magalhães
Dimytri Alexandre de Alvim Siqueira
João Luiz de Alencar Araripe Falcão
Eberhard Grube
Carlos Augusto Cardoso Pedra
Lev Gustavo Alejandro
Cardiovascular Research Center, Centros participantes do Registro E-Series
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Fundação Universitária de Cardiologia
Hospital Israelita Albert Einstein
Instituto Cardiovascular de Rosário, Club de Distúrbios Coronários
Cinecor – Hospital Evangélico, Unversidade Federal Fluminense
Hospital de Santa Marta
Hospital Israelita Albert Einstein
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, UCI School of Medicine
Helios Heart Center, Krankenhaus Der Barmherzigen Bruder
Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Fundación Favaloro
São Paulo, SP, Brasil
Porto Alegre, RS, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
Rosário, Argentina
Niterói, RJ, Brasil
Lisboa, Portugal
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
São Paulo, SP, Brasil
Siegburg, Alemanha
São Paulo, SP, Brasil
Buenos Aires, Argentina
Tema Autor Instituição Local
Melhor Tema Livre no Congresso • Cardiopatias Congênitas
Melhor Tema Livre no Congresso • Intervenção Extracardíaca
Tema Autor Instituição Local
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32
Inserida no XXXI Congresso da SBHCI, a XIV Jornada Brasileira de Enfermagem em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista reuniu cerca de 500 profissionais em busca de conhecimento(Claudia Burigo Zanuzzi, vice-presidente do DE-SBHCI; Edinaldo S. de Oliveira, primeiro secretário do DE-SBHCI; Thaís Vasconcelos Amorim, diretora do Comitê Científico; e Ivanise Maria Gomes, coordenadora de Temas Livres)
A Enfermagem vem ocupando o espaço que
naturalmente lhe pertence dentro da cardio-
logia intervencionista. Para a organização da
XIV Jornada Brasileira de Enfermagem em Hemo-
dinâmica e Cardiologia Intervencionista, contamos
com a parceria e o apoio de enfermeiros e tecnólo-
gos da Sociedade Latino-Americana, buscando fo-
car os progressos da área de enfermagem em todo
o continente.
Foram mais de 500 participantes, o que denota a
preocupação dos enfermeiros e técnicos, brasileiros
e latino-americanos, em agregar valor a seus ser-
viços com maior conhecimento técnico e científico
e focados no que o presente e o futuro esperam: o
constante aprimoramento e qualidade dos serviços
de enfermagem. Trabalhamos intensamente para ga-
rantir a excelência da Jornada e esperamos ter cor-
respondido às expectativas de todos.
O principal objetivo do evento era discutir ampla
e profundamente tópicos como gerenciamento, au-
ditoria, assistência e outros importantes temas de
enfermagem. Foram apresentados mesas-redondas,
conferências e relatos de casos com a participação
de profissionais com vasta experiência. Como ses-
são especial, contamos mais uma vez com o incen-
tivo da Terumo, que promoveu o simpósio-satélite e
abordou o tema “Técnicas de Punção Radial”.
Na programação científica, também tivemos apre-
sentação de temas livres e trabalhos nos formatos
de pôsteres e apresentação oral, avaliados por uma
comissão de enfermeiros. Os três melhores trabalhos
foram premiados, tanto pôsteres quanto apresenta-
Aprimoramento e Qualidade
Cerca de 500 profissionais participaram da XIV Jornada Brasileira de Enfermagem em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM E TéCNICOS
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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33
ções orais, sob o patrocínio da Abbott Vascular, que
mais uma vez prestigiou e incentivou os trabalhos
científicos na enfermagem. Foram enviados 42 tra-
balhos científicos de profissionais de quatro países.
Destes, 39 foram aprovados para apresentação no
formato de tema livre ou pôster. O intercâmbio cien-
tífico proporcionado nesta Jornada foi de indubitável
importância para os autores e suas linhas de pes-
quisa, bem como para o próprio Departamento de
Enfermagem, que se fortalece na missão de geração
e propagação do conhecimento.
Durante a Jornada, também foi realizada a As-
sembleia Geral Ordinária do Departamento de En-
fermagem da SBHCI. Estavam em pauta alguns
dos assuntos que devem elevar nosso departa-
mento a um patamar ainda mais alto em qualidade
e profissionalismo.
A Assembleia também elegeu a enfermeira Márcia
Tosi como a delegada do Capítulo de Enfermeiros e
Tecnólogos da SOLACI 2010. Ainda na reunião, fo-
ram eleitos os membros da Diretoria para a gestão
do biênio 2010-2011, que já se prepara para dar se-
quência ao trabalho sério e competente assinado
pela gestão atual.
Pôster
Tema Autores Instituição Local
Ensaio Clínico Randomizado Sobre Deambulação Precoce Após Angioplastia: Implica-ções Para a Enfermagem
Andrea Cornelia Augustin; Quadros, AS; Sarmento-Leite, REG
IC-FUC Porto Alegre, RS, Brasil
Redução do Tempo de Re-pouso Para Três Horas Não Aumentam as Complicações Após-Cateterismo Cardíaco - Ensaio Clínico Randomizado.
Vanet Silva Rocha; Graziella B Aliti; Maria Antonieta Moraes; Eneida R Rabelo
Ppg Lato Sensu – Enfermagem em Cardiologia – IC/FUC; Hemocor Sm Cardiologia Intervencionista
Busca Ativa de Possíveis Causas de Pirogenia em Procedimentos Coronários Percutâneos: Papel do Enfermeiro
Monica Vieira Athanazio de Andrade; Regina Silveira Silva; Silvana Martins Dias Toni; Pedro Beraldo de Andrade; Marden André Tebet; André Labrunie
Santa Casa de Marília; Hospital do Coração de Londrina
Londrina, PR, Brasil
Prêmio • Tema Livre Oral
1.º
2.º
3.º
Tema Autores Instituição LocalRiscos em Procedimentos Eletivos na Hemodinâmica, Identificados pelo Enfermeiro
Erika Gondim Gurgel Ramalho Lima; Celiane Maria Lopes Muniz; Sônia Ferreira Bringel Franco; Viviane Marinho Pinto Bandeira; Lucilene Maria Sam-paio; José Erirtônio Façanha Barreto
Hospital Regional Unimed
Fortaleza, CE, Brasil
Análise Custo/Efetividade Entre Compressão Femoral e Dispositivo de Oclusão Vascular Para Hemostasia Após Procedimentos Endo-vasculares
Silvio Gioppato; Gonçalves, FS; Castelo, HJ; Cantarelli, MJC
Hospital Vera Cruz Campinas,SP, Brasil
Proposta de Reprocessa-mento: Pulseira de Compres-são Radial
Gustavo Cortez Sacramento Hospital Totalcor Conejo, SC, Brasil
Prêmio • Pôster
1.º
2.º
3.º
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34
Os 3.926 m2 do Salão de Exposições do Pavilhão 5 do Riocentro foram tomados pelos profissionais das 59 empresas expositoras
A crise econômica mundial é real, mas os es-
forços para superá-la já vêm apresentando
bons resultados, pelo menos para as em-
presas que atuam com hemodinâmica e cardiologia
intervencionista. Bastavam alguns minutos de bate-
papo com os responsáveis pela área comercial ou
de marketing nos estandes de expositores do XXXI
Congresso da SBHCI para perceber que muitos es-
tavam surpresos com a movimentação positiva e a
demonstração de interesse dos congressistas. “A
exemplo de outros eventos que participamos este
ano, nós esperávamos que o balanço comercial
não fosse dos melhores devido à crise econômi-
ca mundial”, afirma Ademar Okatani, supervisor de
marketing da Shimadzu. “Mas nos surpreendemos
pela quantidade de profissionais que nos procura-
ram durante o Congresso para tomada de decisão
de compra de nossos produtos.”
Não se trata de um ou dois depoimentos, mas
de vários. É o caso de Adriana Victoria, gerente de
produto da Terumo. “Fazia tempo que não tínha-
mos um Congresso tão bom quanto esse”, afirma.
Além de lançar o Nobori, stent farmacológico de
segunda geração, promoveu o lançamento do livro
“Transradial – Diagnóstico e Intervenção Coroná-
ria e Extracardíaca” e criou o Boteco Nobori, um
momento de descontração ao final do segundo dia
de evento para reunir os médicos para uma con-
versa informal. “Comercialmente, foi um sucesso e
isso só foi possível graças à união de esforços”, diz
Adriana Victoria.
A parceria entre organização e expositor tam-
bém foi exaltada por Andor Aron Ascer, presiden-
te da Hexacath do Brasil, cujo estande tornou-se
um dos pontos de encontro de grandes persona-
lidades presentes ao Congresso. “Foi um sucesso
acima do esperado”, afirma. “Tivemos uma ótima
exposição da marca e um bom resultado do in-
vestimento feito na agenda científica, em que co-
locamos nosso principal produto, o Titan 2, para
ser discutido na mesa-redonda.” Nelson Vicari,
gerente de marketing e produto da Philips, levou
Olho no OlhoPARCEIROS
Congresso SOLACI & SBHCI 2009
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35
ao Congresso uma equipe de 15 pessoas, entre pro-
fissionais de aplicação, desenvolvimento de produtos
e vendas. “Foi um Congresso muito movimentado”,
afirma Vicari. “As pessoas que fazem diferença nesse
meio estiveram por aqui.” Já conhecendo a repercus-
são e importância do Congresso no meio científico, a
Abbott novamente investiu, além da participação no
salão de exposições, no 2.º Prêmio Abbott Vascular
Intervencionista do Ano 2009 – Instituto Crossroads,
elegendo dois trabalhos vencedores. “O Congresso
foi um sucesso”, diz Fernando Alves Mossri, gerente
regional Sul e Centro-Oeste da Abbott. “Demos uma
excelente contribuição com produtos e inovações
para procedimentos e tratamentos.”
Um dos estandes mais movimentados era o da
Boston Scientific, que aproveitou a reunião com
amigos e parceiros para comemorar os 30 anos de
existência da empresa. “Fiquei muito satisfeita ao
ver o público nos procurando para conhecer o IVUS
e o Syntaxcare, recém-lançados na Europa e já re-
percutindo por aqui, e também com os comentários
positivos a respeito do caso clínico transmitido de
Washington DC, que nós patrocinamos”, diz Viviane
Barbieri, gerente de marketing da área de cardiolo-
gia intervencionista da Boston Scientific. “É o evento
correto para se relacionar com os melhores e mais
respeitados profissionais que atuam na área de he-
modinâmica e cardiologia intervencionista.”
O evento correto para se relacionar com os melhores profissionais de HCI
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36
entrevista repórter SBHCI
O americano David R. Holmes Jr. é autor de inúmeros estudos publicados em diversos periódicos, além de ser professor de medicina cardiovascular e pesquisador da Mayo Clinic College of Medicine na cidade de Rochester, em Minnesota, Estados Unidos. Tão importante quanto seu vasto currículo são suas características ímpares. Educado, de fala mansa e com o dom de cativar a atenção sem grandes esforços, não nega atenção a ninguém. Foi com essa disposição que atendeu os autores desta entrevista exclusiva, os coeditores do Portal SBHCIGuilherme Ferragut Attizzani e Pedro Beraldo de Andrade, durante um traslado do Riocentro ao hotel(Guilherme Ferragut Attizzani e Pedro Beraldo de Andrade, coeditores do Portal SBHCI)
David R. Holmes Jr.
“Um maravilhoso ditado diz que nem eu nem meu amigo somos perfeitos, mas a gente combina muito bem”
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37
Qual é a maior conquista de sua carreira?
Acredito que a melhor parte de minha carreira é ter
a chance de interagir com pacientes com doenças
variadas e com médicos que cuidam dessas pesso-
as. Posso dizer que esse é o maior prazer que car-
rego. A maior conquista foi conseguir estar em situ-
ações que me permitiram viver essa experiência.
Uma das mensagens do estudo SYnTAX
foi: escores baixo e moderado =
angioplastia; e escore alto = cirurgia de
revascularização do miocárdio. É tão
simples quanto parece?
Acho que nada é tão simples como parece. E acre-
dito que o mais importante é, às vezes, o mais
simples. O ponto mais importante reforçado pelo
estudo SYNTAX foi que os pacientes dispõem de
diferentes opções e que as melhores decisões nos
casos de maior complexidade são tomadas através
de uma abordagem em grupo, exibindo os pontos
positivos e negativos das duas alternativas. Um ma-
ravilhoso ditado diz que “nem eu nem meu amigo
somos perfeitos, mas a gente combina muito bem”.
Eu acho que essa é a mensagem do SYNTAX. A me-
lhor abordagem para cuidar de pacientes é individu-
alizar o tratamento.
Qual foi sua primeira impressão do
estudo BArI-2D?
Trata-se de um estudo muito complexo, porque retra-
ta uma enfermidade aterosclerótica multiarterial mui-
to complexa. O estudo nos mostrou algumas coisas
importantes. A primeira é que não parece fazer dife-
rença a maneira como tratamos o diabetes, quer seja
com sensibilizadores de insulina ou com a adminis-
tração de insulina. Durante muito tempo, as pessoas
questionaram sobre a insulina ser pró-aterogênica.
Isso nos traz à mente novamente a questão sobre
como provar que o diabetes é um fator importante. A
segunda coisa que o estudo BARI-2D nos ensinou foi
que, de fato, o controle otimizado do diabetes é im-
portante. Antes de uma pequena publicação no The
New England Journal of Medicine, em 2008, não era
claro se a terapia médica otimizada diminuía o risco
de eventos adversos cardiovasculares. A informação
importante é que existe uma interação com o tipo de
estratégia de revascularização, definida clinicamen-
te. Mas, aqui, o importante é que existe um número
substancial de diabéticos que podem ser tratados
tanto com intervenção coronária percutânea como
com terapia medicamentosa otimizada. Como foi ob-
servado em outros estudos, se escolhermos terapia
medicamentosa otimizada, ainda vamos precisar de
revascularização para cerca de 40% dos pacientes.
Por essa razão, acho que existem várias mensagens
que enfatizam novamente a importância de individu-
alizarmos o tratamento.
Qual evento teve maior importância em
seu trabalho?
Foi um acidente em minha coluna, no qual eu, como
paciente, cometi um erro. Escolhi uma terapia so-
bre a qual não sabia nada. E depois decidi segui-la,
indo contra as orientações de meu cirurgião. Paguei
o preço pela minha atitude, mas o que realmente
causou impacto profundo em meu trabalho foi o
questionamento que surgiu a partir disso: “E se eu
tivesse feito isso a um paciente?”.
Qual é seu conselho para um médico
que acabou de se formar?
Meu conselho é que a cardiologia intervencionista
ou, melhor dizendo, o tratamento da doença cardio-
vascular de modo intervencionista é uma aventura
selvagem, repleta de oportunidades maravilhosas,
alegria e satisfação. Não poderia ser melhor!
David R. Holmes Jr.
“Um maravilhoso ditado diz que nem eu nem meu amigo somos perfeitos, mas a gente combina muito bem”
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38
Ele nasceu no dia 12 de maio de 1953 na cidade de Toulouse, na França. Começou sua carreira como residente no Hospital da Faculdade de Medicina da Universidade de Toulouse-Purpan, em 1979. Ali mesmo chegou a chefe dos residentes do Departamento de Cardiologia e de lá saiu, em 1987, para atuar na Clinique Pasteur, onde hoje é codiretor da Unidade de Cardiologia Intervencionista
entrevista repórter SBHCI
Jean Fajadet(Guilherme Ferragut Attizzani e Pedro Beraldo de Andrade, coeditores do Portal SBHCI)
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39
A o longo de 30 anos de atuação profissio-
nal, Jean Fajadet construiu uma reputação
invejável como pesquisador atuante em
diversos campos da cardiologia intervencionis-
ta e com participação ativa em diversos estudos
randomizados, como PAMI, BENESTENT, RAVEL,
ARTS II, E-SIRIUS, TYPHOON, REALITY, SYNTAX
e FREEDOM.
Em um dos raros intervalos durante sua partici-
pação no XXXI Congresso da SBHCI, Jean Fajadet
encontrou-se com Guilherme Ferragut Attizzani e
Pedro Beraldo de Andrade no Faculty Lounge para
conceder esta entrevista exclusiva.
Qual o papel da intervenção
coronária percutânea (ICP) no
tratamento de lesões de tronco
de coronária esquerda (TCE)?
Nossa conclusão, anterior à apresentação em 2008
do estudo SYNTAX, é que a ICP funciona em lesões
não distais, envolvendo óstio e corpo do TCE, exi-
bindo bons resultados a longo prazo. Quando há o
envolvimento de bifurcação distal, acredito que, no
momento atual, a cirurgia é a primeira opção. E o
SYNTAX não mudou isso. Em primeiro lugar, por ser
difícil uma análise de subgrupos do estudo, uma vez
que o desfecho de não-inferioridade não foi atingido.
Assim, não podemos dizer que após o SYNTAX a ICP
seja recomendada no tratamento de lesões de TCE.
O senhor tem a mesma opinião
acerca do tratamento de diabéticos
multiarteriais, após SYnTAX e BArI-2D?
A cirurgia ainda é a primeira opção?
Sim. Quando olhamos os resultados do estudo SYNTAX,
uma diferença de eventos cerebrovasculares maiores
de 26% versus 14%, o delta favorável à cirurgia é re-
almente importante. Assim, no diabético com lesões
em três a quatro vasos, a cirurgia ainda é o tratamen-
to padrão. É claro que temos de analisar a comple-
xidade de cada lesão, e individualizar o tratamento
do paciente. Pacientes, mesmo que diabéticos, mas
apresentando um escore de SYNTAX baixo, lesões
que possam ser tratadas com stents curtos, um stent
por vaso, por que não tratá-los percutaneamente?
Caso fosse utilizar uma ferramenta
para auxiliá-lo na investigação e
tratamento de lesões moderadas:
ultrassom intracoronário ou
reserva de fluxo fracionada (FFr)?
Acredito que a FFR seria um dispositivo mais ade-
quado. Por quê? Vivemos durante muitos anos o
dogma da necessidade de revascularização com-
pleta. E a indicação de revascularização sempre
se baseou na avaliação angiográfica. Sabemos
hoje que muitas dessas lesões foram tratadas des-
necessariamente, de fato lesões não significativas
funcionalmente. Assim, diante da necessidade
de revascularização completa, devemos aplicar o
conceito de revascularização funcional comple-
ta. Penso que um terço dos pacientes randomi-
zados para o estudo SYNTAX não sejam de fato
‘pacientes SYNTAX’, uma vez que a randomização
baseou-se na angiografia, o uso da FFR não foi
sistematizado e muitas dessas lesões talvez não
fossem funcionalmente significativas.
Diante da preocupação acerca
da segurança tardia dos stents
farmacológicos, com o advento de
stents de segunda geração, o senhor
acha que podemos seguir adiante?
Hoje ainda não sabemos, pois não temos segui-
mento a longo prazo com os stents de nova ge-
ração. Mas é certo que, com novas plataformas,
hastes finas, polímeros biocompatíveis, bioabsor-
víveis ou stents sem cobertura polimérica, novos
agentes antiproliferativos, menor dose utilizada do
fármaco, teremos menor reação inflamatória, me-
nor risco de trombose do stent. Mas isso ainda
precisa ser demonstrado.
“Penso que um terço dos pacientes randomizados para o estudo SyNTAx não sejam de fato ‘pacientes SyNTAx’ ”
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40
A neurologista Cláudia J. Chaves revela como se dá o atendimento do AVC isquêmico nos Estados Unidos e detalha informações sobre o tratamento apresentadas no Annual Meeting de 2009 da Academia Americana de Neurologia
panorama
D esde o início da década de 1990, Cláu-
dia J. Chaves está radicada em Boston,
nos Estados Unidos. Neurologista gradu-
ada pela Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (USP), fez formação complementar
no New England Medical Center, da Universidade
de Tufts, e, posteriormente, no Beth Israel Deaco-
ness Medical Center, da Universidade de Harvard.
Atualmente, é médica da Lahey Clinic e professora
assistente de neurologia da Universidade de Tufts.
Conduzida por Áurea J. Chaves, editora da revis-
ta Brasileira de Cardiologia Invasiva, órgão oficial
da SBHCI, cardiologista com formação pelo Institu-
to Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo,
doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e
irmã de Cláudia, a entrevista apresenta em detalhes
informações sobre o atendimento e o tratamento de
pacientes acometidos de acidente vascular cerebral
(AVC) isquêmico.
Quais são as recomendações para que
o paciente chegue ao hospital dentro da
janela terapêutica para o tratamento
eficaz do AVC isquêmico?
Aqui nos Estados Unidos, pacientes que apresentem
qualquer sintoma neurológico de início súbito, mesmo
transitório, como dificuldade na fala, perda da força,
alterações de sensibilidade, problemas na coordena-
ção envolvendo um dos lados do corpo ou distúrbios
visuais, são encorajados a procurar o pronto-socorro
mais próximo ou ligar para 911, o número para cha-
madas de emergência nos Estados Unidos.
Qual é a estrutura hospitalar básica
necessária para o atendimento do
AVC isquêmico agudo?
Idealmente os pacientes devem procurar um hos-
pital onde pelo menos uma tomografia computa-
dorizada de crânio possa ser realizada de imedia-
to, seguida, se indicado, do tratamento fibrinolítico
endovenoso. A maioria dos Stroke Centers ameri-
canos são equipados para realizar um diagnóstico
por imagem mais sofisticado, com protocolos que
envolvem a ressonância nuclear magnética (ima-
gens de difusão, perfusão e angiorressonância de
cabeça e pescoço) ou a tomografia computadoriza-
da (angiotomografia e estudo de perfusão). Esses
protocolos de avaliação por imagem não devem
durar mais do que dez minutos para não atrasarem
de maneira significativa o tratamento.
Qual o tratamento farmacológico
que deve ser iniciado na chegada
do paciente?
A Abordagem do AVC Isquêmico nos Estados Unidos
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41
Assim que o paciente chega ao pronto-socorro, uma via
de infusão endovenosa deve ser estabelecida e deve
ser rapidamente realizada avaliação laboratorial que
envolva hemograma, função renal, glicemia e estudos
de coagulação. Esses procedimentos são seguidos
por avaliação neurológica e confirmação diagnóstica
por imagem. Caso os pacientes sejam candidatos a
fibrinólise, a pressão arterial é tratada se a sistólica for
>185 mmHg ou a diastólica for >110 mmHg. Se não, o
tratamento antiplaquetário é iniciado. A pressão arte-
rial é tratada somente se a pressão sistólica for > 220
mmHg ou a diastólica estiver >120 mmHg, a menos
que sejam constatadas lesões de outros órgãos-alvo,
como dissecção aórtica, infarto agudo do miocárdio,
edema agudo de pulmão ou encefalopatia hipertensi-
va. Glicemias altas devem ser tratadas agressivamen-
te com insulina e as estatinas devem ser iniciadas se
o LDL-colesterol for >100 mg/dl.
Depois da avaliação clínica, quais são
os métodos de imagem necessários
para a avaliação do paciente antes do
tratamento fibrinolítico?
A tomografia computadorizada de crânio é essen-
cial antes do uso dos fibrinolíticos. Entretanto, é re-
comendável obter informações adicionais que ava-
liem a patência das artérias intra e extracranianas
pela tomografia computadorizada ou ressonância
nuclear magnética, bem como a quantificação do te-
cido viável, pelos estudos de difusão e perfusão.
Todo AVC isquêmico é candidato ao
trombolítico nas primeiras 3 horas de
evolução? Quais os fibrinolíticos
empregados?
Sim, todo AVC isquêmico atendido nas primeiras 3
horas de evolução deve ser tratado com fibrinolíticos
por via endovenosa. Desde a publicação do estudo
ECASS III, a janela terapêutica para a utilização dos
fibrinolíticos por via endovenosa foi estendida para
4,5 horas em alguns países. O Food and Drug Admi-
nistration (FDA, órgão governamental norte-america-
no que regula o uso de drogas e alimentos) ainda não
aprovou o uso de fibrinolíticos por via endovenosa
superior a 3 horas. A maioria dos Stroke Centers nos
Estados Unidos usa o fator ativador de plasminogê-
nio tecidual recombinante (r-TPA) para o tratamento
do AVC isquêmico agudo, exceto em pacientes in-
cluídos em estudos clínicos específicos.
Quais as contraindicações para o
tratamento fibrinolítico nesse cenário?
Existem contraindicações absolutas e relativas para
o uso de r-TPA por via endovenosa como descrito
na tabela a seguir.
no AVC isquêmico, o tecido viável
pode ser salvo em algumas horas.
Quais as estratégias para estender
a janela terapêutica?
A presença de um mismatch entre a difusão-perfu-
são, mostrando a presença de grande área de pe-
Contraindicações absolutas 1234
567
8
9
1011
1234567
Contraindicações relativas
Sintomas menores ou com melhora rápida
Outro AVC isquêmico ou trauma de crânio < 3 meses
Cirurgia de grande porte <14 dias
História conhecida de hemorragiaintracraniana
Pressão arterial sistólica sustentada >185 mmHg
Pressão arterial diastólica >110 mmHg
Sintomas sugestivos de hemorragiasubaracnoide
Hemorragia gastrointestinal ou do trato urinário < 21 dias
Punção arterial em sítio não compressível < 7 dias
Recebeu heparina < 48 horas e tem TTP aumentado
Plaquetas <100.000
Crise convulsiva concomitante ao AVC isquêmico
Glicemia < 50 mg/dl ou > 400 mg/dl Hemorragia intraocular
Infarto do miocárdio < 6 semanas
Suspeita de embolia séptica
Endocardite infecciosa
INR >1,7
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42
panorama
numbra, é ainda o melhor indicador para que uma
intervenção seja tentada, mesmo que o paciente
esteja fora da janela de 3 horas (ou talvez 4,5 ho-
ras, baseado nos resultados do ECASS III). Manter
o paciente no leito com a cabeceira plana, euglicê-
mico e evitando pressões arteriais muito baixas ou
altas também são medidas benéficas para prevenir
dano isquêmico adicional.
Depois da recanalização do vaso
com o trombolítico, qual o esquema
farmacológico preconizado?
É necessária angiografia
pós-fibrinolítico para verificar a
necessidade de tratamento endovascular
complementar do vaso acometido?
O tratamento antiplaquetário – ou a anticoagulação
– é usualmente iniciado 24 horas após a fibrinólise,
de acordo com o mecanismo do AVC isquêmico.
Em alguns centros a angiografia pós-trombólise
é realizada, em geral, como parte do estudo em
andamento Interventional Management of Stroke III
trial (IMS), com trombólise intra-arterial adicional
ou ruptura mecânica do trombo, se a artéria ainda
não foi recanalizada.
Qual é a indicação atual nos Estados
Unidos para a intervenção endovascular
no AVC isquêmico agudo?
A trombólise intra-arterial é indicada para o tra-
tamento de pacientes selecionados com grandes
AVCs isquêmicos secundários à oclusão das ar-
térias carótida interna ou cerebral média, com
< 6 horas de evolução ou em pacientes que te-
nham contraindicação para o uso de trombolíti-
cos por via endovenosa. O uso de dispositivos
que fazem a extração mecânica do trombo, como
o Merci, pode ser apropriado em alguns pacien-
tes, ainda que não esteja claro que melhorem a
evolução após o AVC isquêmico.
Dados a respeito do uso da angioplastia ainda são
limitados no tratamento emergencial das artérias
intra e extracranianas em pacientes com AVC is-
quêmico agudo. Ainda que sua utilidade não esteja
estabelecida, alguns estudos têm mostrado altas
taxas de recanalização com a angioplastia, com
ou sem o implante de stents, associada ou não a
trombólise intra-arterial. Assim, essa abordagem
pode ser benéfica em casos selecionados.
Quais as novidades do Annual Meeting de
2009 da Academia Americana de neurologia,
realizado recentemente em Seattle
para o AVC isquêmico?
Um estudo epidemiológico realizado por Sanossian
et al. mostrou que somente metade dos pacientes
que sobrevivem ao AVC isquêmico tem sua pressão
arterial dentro das metas estabelecidas pelo Joint
National Committee (JNC-7). Os mesmos autores
também demonstraram que metade dos que sobre-
vivem ao AVC estava em uso de hipolipemiantes e,
destes, 50% estavam com LDL ≤ 100 mg/dl. A me-
lhora do controle desses fatores de risco vascular
nos Estados Unidos é obrigatória.
Em relação ao manuseio agudo do AVC isquêmi-
co, alguns estudos (Truong V et al., Rodriguez et
al.) mostraram melhor evolução, sem aumento de
mortalidade ou risco de transformação hemorrági-
ca, da abordagem drip and ship, na qual o r-TPA
endovenoso é iniciado no hospital comunitário e os
pacientes são, então, transferidos para os Stroke
Centers para tratamento adicional. Essa abordagem
provavelmente aumentará o número de pacientes
com AVC isquêmico tratados com r-TPA nos Esta-
dos Unidos.
Análise adicional dos resultados do estudo ECASS
III por Saver J et al. mostrou que o tratamento com
o r-TPA no período de 3 a 4,5 horas de evolução
do AVC isquêmico traz benefício adicional em parte
dos pacientes sem aumentar os riscos. Espera-se
para breve a aprovação do FDA para a utilização do
r-TPA endovenoso nessa janela de tempo de 3 a 4,5
horas pós-AVC isquêmico.
Hussein et al. apresentaram os preditores de “reca-
nalização fútil”, definida pela evolução desfavorável
(escala de Rankin ≥ 3) na presença da restauração
completa do fluxo (TIMI 3). Os autores identificaram
350 pacientes tratados com trombólise intra-arterial
e mostraram que a idade ≥ 70 anos foi o único pre-
ditor significante de “recanalização fútil”, enquanto
o grau de lesão angiográfica, a gravidade do AVC
e o tempo para o posicionamento do microcateter
para a infusão do fibrinolítico intra-arterial foram,
surpreendentemente, não preditores.
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43
A neurologista Sheila Martins é uma das responsáveis pelo desenvolvimento do projeto de protocolos e normatizações de atendimento do AVC isquêmico do Ministério da Saúde
O Retrato do AVC Isquêmico no Brasil
C oordenadora do Projeto Nacional de Aten-
dimento de AVC, ligado à Coordenação
de Urgência e Emergência do Ministério
da Saúde, a neurologista Sheila Martins é uma au-
toridade ao falar de peculiaridades e da problemá-
tica da saúde no Brasil. Em um bate-papo franco
e transparente, ela apresentou um retrato do aci-
dente vascular cerevral (AVC) isquêmico no Brasil.
E apontou onde estão as principais falhas e difi-
culdades ao implementar um projeto nacional que
nasceu com a missão de formar, informar e tratar
da doença que mais mata brasileiros e é a principal
causa de incapacidade no mundo.
Qual é a realidade atual do tratamento
do AVC no Brasil? Como estamos na
comparação com outros países?
O AVC é a doença que mais mata brasileiros e
é a principal causa de incapacidade no mundo.
Apesar disso, ainda é uma doença negligenciada.
A população não sabe reconhecer os sintomas,
não sabe que atitude tomar na vigência do quadro
agudo, não conhece seus fatores de risco e adere
mal a sua prevenção.
Em 1995, ficou demonstrado que a trombólise en-
dovenosa com o fator ativador de plasminogênio
tecidual recombinante (r-TPA), quando aplicada
em até 3 horas do início dos sintomas do AVC
isquêmico, é capaz de recanalizar o vaso cere-
bral ocluído, aumentando muito as chances de
recuperação do paciente, além de 30% mais pa-
cientes obterem recuperação completa. Esse é o
único tratamento aprovado para o AVC (Nível 1A).
A trombólise para o AVC está aprovada no Brasil
desde 2001, mas, ainda hoje, poucos hospitais
têm treinamento, estrutura e organização sufi-
cientes para implementá-la.
Quais são os planos do Ministério da Saúde
(MS) para ampliação e qualificação dos
programas de atendimento do AVC em nosso
País? O desafio não é muito grande,
considerando as enormes diferenças sociais,
culturais, logísticas e econômicas do Brasil?
O desafio é muito grande, o País é muito gran-
de e realmente as diferenças são assustadoras.
Para criar um projeto nacional precisamos levar
em consideração todas essas diferenças. O pro-
jeto nacional começa com a organização da rede
de urgência para o atendimento agudo (hospitais
e pré-hospitalar), mas tem o objetivo de organizar
toda a rede de assistência ao AVC. O primeiro pas-
so está sendo reunir os gestores locais na capital
dos Estados: secretários de saúde estaduais e mu-
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44
nicipais, coordenadores de urgência do Estado
e município, diretores dos principais hospitais e
chefes de emergência e coordenadores do Servi-
ço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU).
O MS, junto com esse grupo, decide quais hos-
pitais têm estrutura para serem referências para
trombólise e quais ficarão na retaguarda. A par-
tir dessa decisão, visitamos os hospitais e defi-
nimos o melhor local para atendimento agudo.
Depois dessas definições, marcamos a capacita-
ção para o atendimento do AVC para todos do
SAMU e para os hospitais, inclusive os que não
farão trombólise, pois devem atender melhor es-
ses pacientes, uma vez que cuidados simples na
fase aguda têm grande impacto na morbidade e
na mortalidade. Hospitais sem especialistas mas
com estruturas física e organizacional adequadas
serão centros de referência no AVC, orientados
por especialistas em neurologia vascular à distân-
cia, por telemedicina (para avaliação neurológica
do paciente e avaliação da tomografia de crânio
em tempo real).
Como os recursos e a qualidade do
atendimento serão monitorados?
Os recursos serão empregados diretamente nas
ações, sem intermediários, e os resultados, mo-
nitorados de perto. A qualidade do atendimento
será monitorada por banco de dados internacio-
nal (Registro SITS), que agora será o banco de da-
dos nacional ligado ao MS – no começo de junho
o registro foi iniciado com 45 hospitais em pleno
funcionamento (públicos ou privados) e serão re-
gistrados todos os casos de AVC (não apenas os
trombolisados). As complicações registradas lan-
çarão um alerta para quatro pessoas do grupo de
controle de segurança, que avaliará cada caso.
Esses registros serão auditados por equipe do MS
para verificar a confiabilidade desses dados.
Existem semelhanças entre os
protocolos de tratamento do infarto
agudo do miocárdio (IAM) e do AVC?
Sim. Ambos utilizam tratamento de reperfusão, ou
seja, abrir o vaso para restaurar a circulação. Am-
bos são tempo-dependentes e a droga utilizada
no AVC também pode ser utilizada no infarto. Mas
existem algumas diferenças de dose e de medica-
ções associadas utilizadas no infarto e que não po-
dem ser utilizadas no AVC, pois aumentam o risco
de sangramento cerebral.
referente à trombólise e à fibrinólise
coronária, existem várias drogas com
diferentes características e potencialidades.
O mesmo se aplica ao AVC?
Não. Para o AVC só existe uma droga aprovada.
É o r-TPA.
O fibrinolítico disponibilizado pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) é a estreptoquinase,
considerada inadequada para a realização
do tratamento proposto. Quais as ações
que estão sendo executadas para
viabilizar o reembolso pelo SUS de um
agente fibrino específico?
A estreptoquinase é absolutamente contraindica-
da para o AVC. Estamos cadastrando os hospitais
escolhidos pelo MS e pelos gestores locais que se-
rão referência no País para o tratamento do AVC.
Apenas esses hospitais estarão habilitados e rece-
berão reembolso da medicação. Essa ação servirá
para evitar o uso indiscriminado de um tratamento
que pode ser mais prejudicial que benéfico se utili-
zado por mãos não capacitadas.
Fale sobre a reperfusão mecânica do
AVC. Isso é realmente possível em
larga escala ou somente em centros
altamente especializados?
A reperfusão mecânica existe em vários centros
no País, principalmente nos hospitais privados. É
bastante efetiva, mas só deve ser utilizada em si-
tuações especiais. Para a maioria dos pacientes
o tratamento indicado é o endovenoso, ficando
a trombólise mecânica para o resgate após falha
desse tratamento ou para casos de oclusão de um
vaso proximal até 6 horas do início dos sintomas.
Certamente, não será possível em larga escala,
pois precisa de neurointervencionista e hemodinâ-
mica disponível 24 horas por dia.
Fale um pouco sobre o tratamento
pré-hospitalar.
panorama
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45
No AVC o paciente não pode receber trombolítico
no pré-hospitalar porque é absolutamente funda-
mental a realização da tomografia de crânio antes
da aplicação da medicação. O papel do atendi-
mento pré-hospitalar é fundamental no reconheci-
mento dos casos elegíveis e direcionamento dos
pacientes para o hospital preparado para o aten-
dimento. O SAMU será o responsável por colocar
o paciente certo no local certo em qualquer lugar
do Brasil. Já temos a experiência de Curitiba, no
Paraná, e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul,
onde aproximadamente 85% dos pacientes sele-
cionados pelo SAMU receberam tratamento.
Quais as recomendações do projeto
de protocolos e normatização do
atendimento do AVC isquêmico agudo
no Brasil?
O protocolo de atendimento deve ser o mesmo
em todo o País e está baseado na última diretriz
da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebro-
vasculares, de novembro de 2008. Essa diretriz
é semelhante às diretrizes americanas e euro-
peias. Para que o protocolo seja um só, o trei-
namento de todos os hospitais e do SAMU já
está padronizado.
Serão realizadas campanhas
populares para conscientização da
sociedade sobre sintomas, como e
onde procurar atendimento?
Sim. Faz parte do projeto. Mas a campanha não
vai orientar a procurar um hospital, e sim a cha-
mar SAMU 192 na presença de sinais e sintomas.
Já está comprovado que o paciente é atendido
mais rápida e efetivamente se chegar ao hospital
de ambulância.
Dependendo da região do Brasil, as
estatísticas indicam que o AVC isquêmico
representa de 53% a 85% dos casos de AVC
e que os óbitos por AVC superam os de
doença coronária desde a década de 1960.
É possível dizer se estão relacionados à
utilização dos protocolos para atendimento
e tratamento do AVC isquêmico?
Com certeza os hospitais que possuem protoco-
los de atendimento têm mortalidade e morbidade
muito menores. Muitos estão apenas começando
e ainda são poucos hospitais e pouco tempo para
podermos demonstrar esse impacto. Mas não te-
mos dúvida de que esse projeto vai mudar a histó-
ria dos pacientes com AVC no País.
“O papel do atendimento pré-hospitalar é fundamental no reconhecimento dos casos elegíveis e direcionamento dos pacientes
para o hospital preparado para o atendimento”
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46
CRT 2009 apresentou os grandes avanços na intervenção cardiovascular em uma atmosfera de elevado senso crítico, científico e assistencial(Paulo Caramori)
CURSOS INTERNACIONAIS
N o início de março, foi realizada a edição
2009 do Cardiovascular Research Tech-
nologies (CRT) em Washington, nos Es-
tados Unidos. O CRT tem características singulares,
que chamam a atenção dos principais líderes clínicos
e acadêmicos relacionados à cardiologia interven-
cionista, membros da indústria e representantes do
Food and Drug Administration (FDA, órgão governa-
mental norte-americano que regula o uso de drogas
e alimentos). Com essa composição de participan-
tes orquestrada por Ron Waksman, diretor do CRT, o
evento se destaca pela profundidade e transparência
das discussões, envolvendo palestrantes mundial-
mente reconhecidos como experts em cada assunto
abordado.
Durante três dias, o CRT 2009 manteve um pro-
grama científico completo e interessante, focado em
cinco áreas: 1) Coronária (manejo da síndrome coro-
CRT 2009
Durante três dias, o CRT 2009 manteve um programa científico completo e interessante, focado em cinco áreas:
Coronária , Ciência, Tecnologia, Endovascular e Fórum de enfermagem em intervenção cardiovascular
Paulo Caramori, cardiologista intervencionista do Hospital São Lucas da PUC-RS e do Hospital Mãe de Deus – Porto Alegre, RS.
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47
nária aguda e infarto agudo do miocárdio (IAM), inter-
venções complexas, fórum de oclusão total crônica e
angiotomografia coronária; 2) Ciência (aterosclerose,
placa vulnerável, angiogênese e terapia celular); 3)
Tecnologia (novas tecnologias, novos stents farmaco-
lógicos, intervenção percutânea valvular e workshop
com o FDA); 4) Endovascular (neurovascular, inter-
venção em aorta, periférica e visceral; e 5) Fórum de
enfermagem em intervenção cardiovascular.
Os debates sobre uso dos stents farmacológicos,
na população com doença coronária em geral e em
subgrupos como tronco da coronária esquerda, pon-
tes de safena e IAM, atraíram muita atenção, envol-
vendo nomes como Renu Virmani, Adnan Kastrati,
Martin Leon e Spencer King, que apresentou o tema
“Quem não deve receber stent farmacológico em
2009”. Patrick Serruys divulgou, em primeira mão,
os resultados do SYNTAX no subgrupo de pacientes
com oclusões crônicas. Também foram apresenta-
das atualizações nos programas de desenvolvimento
de stents farmacológicos e de stents bioabsorvíveis
de toda a indústria.
Foram igualmente excelentes as sessões sobre
tips and tricks para recanalização de oclusões crôni-
cas, com casos ao vivo tendo os colegas japoneses
como operadores. Quanto à intervenção percutânea
em válvulas, foram apresentados os novos avanços
em intervenção mitral e aórtica, bem como os dados
consolidados dos respectivos programas. A dupla
inibição da agregação plaquetária foi discutida em
seus vários aspectos, principalmente no que se re-
fere a suas limitações atuais quanto a eficácia, risco
de sangramento associado ao uso a curto e longo
prazos, e fragilidade dos dados que a vinculam à
trombose tardia de stents farmacológicos.
Também chamou a atenção a organização dos ser-
viços norte-americanos visando a neurointervenção
no AVC e a discussão das evidências que suportam
essa tendência. Finalmente, também foram muito in-
teressantes as discussões com o FDA sobre o nível
de evidência atualmente exigido, quanto a eficácia
e segurança, para a adoção de novas tecnologias.
Posso concluir afirmando que o CRT 2009 empolgou
por apresentar os grandes avanços na intervenção
cardiovascular em uma atmosfera de elevado senso
crítico, científico e assistencial.
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48
A presença de doença renal crônica tem sido apontada como importante marcador de morbidade e mortalidade em vários cenários cardiológicos (Alexandre Azmus)
prática médica
A doença renal crônica é definida pela pre-
sença de um marcador de dano renal
(por exemplo, proteinúria) ou por taxa de
filtração glomerular calculada menor ou igual a
60 ml/min/1,73 m². A ocorrência de nefropatia indu-
zida por contraste (NIC) iodado é uma manifestação
de doença renal crônica e também representa ris-
co de eventos cardiológicos. Apesar de inúmeros
ensaios clínicos avaliarem estratégias de prevenção
da NIC, existem várias dúvidas, além de poucas e
antigas evidências definitivas a respeito.
A maioria dos estudos de profilaxia da NIC ava-
lia um desfecho intermediário, que é a variação da
creatinina antes e após a exposição ao contraste.
Grande parte desses estudos considera arbitraria-
mente que a NIC consiste em aumento de 25% da
creatinina basal ou em 0,5% da forma absoluta.
Certos problemas metodológicos limitam as con-
clusões dos estudos. Por ser uma variável contínua,
aumentos diferentes representam proporcional-
mente prognósticos diversos. Isso não é observado
quando se aborda a variação da creatinina como
variável binária. Pode haver uma variação da medi-
da da creatinina ao longo dos dias mesmo em pa-
cientes não expostos ao contraste. Há retardo entre
o dano renal e a apresentação do evento, apesar de
60% a 70% dos pacientes já apresentarem aumen-
to da creatinina em 24 horas após a exposição. A
medida da creatinina pode ter interferência de dro-
gas administradas.
Recentemente, têm sido avaliados clinicamente
biomarcadores plasmáticos (por exemplo, neutro-
phil gelatinase-associated lipocalin – NGAL, cista-
A avaliação pré e pós-exames da função renal em pacientes com risco deveria ser rotina obrigatória na prática diária da cardiologia intervencionista, não só pela chance de nefropatia, mas também por
ser um marcador importante de risco cardiovascular
Doença Renal Crônica: Tratamento e Riscos
Alexandre Azmus, cardiologista intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS.
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49
A presença de doença renal crônica tem sido apontada como importante marcador de morbidade e mortalidade em vários cenários cardiológicos (Alexandre Azmus)
Doença Renal Crônica: Tratamento e Riscos
tina C) e urinários (por exemplo, NGAL, interleuci-
na-18) de lesão renal aguda, que poderão detectar
de maneira mais acurada e precocemente o evento
após exposição ao contraste. Assim, a avaliação da
eficácia das inúmeras drogas utilizadas na preven-
ção da NIC está comprometida pelas limitações dos
ensaios clínicos. Nesse contexto, a utilização de
fármacos é secundária. A N-acetilcisteína tem sido
a mais utilizada por seu baixo custo e raros parae-
feitos, apesar de não se saber definitivamente sobre
sua eficácia. O emprego de métodos dialíticos tam-
bém deve ser reservado a casos de exceção, espe-
cialmente em pacientes com disfunção ventricular
grave e hipervolemia.
As medidas mais importantes resumem-se na
aplicação de princípios conhecidos há muito tem-
po: reconhecer o problema, diminuir a exposição
ao agente nefrotóxico, manter
volemia adequada e utilizar
contraste iodado com menor
osmolalidade.
A avaliação pré e pós-exa-
mes da função renal em pa-
cientes com risco deveria ser
rotina obrigatória na prática
diária da cardiologia interven-
cionista, não só pela chance de nefropatia, mas
também por ser um marcador importante de risco
cardiovascular. Isso é especialmente verdadeiro em
pacientes idosos e diabéticos, já que muito frequen-
temente apresentam disfunção renal desconhecida.
A simples dosagem sérica da creatinina pode não
identificar adequadamente disfunção renal. A esti-
mativa da taxa de filtração glomerular por fórmula
conhecida (Cockcroft-Gault) é mais acurada. Ape-
sar de não haver consenso sobre o momento mais
apropriado para avaliação do controle, parece ra-
zoável fazê-lo pelo menos em 24/48 horas após a
intervenção. A utilização do menor volume de con-
traste possível e o estadiamento de procedimentos
com período superior a 72 horas – preferencialmen-
te após dez dias – são medidas de consenso.
A suspensão de diuréticos e a hidratação parenteral
atenuam a vasoconstrição renal atribuída ao contras-
te. Os protocolos com solução salina normal, 12 ho-
ras antes e depois da intervenção, ou com solução de
bicarbonato, 3 horas antes e 6 horas depois, são op-
ções eficazes. A comparação entre as duas soluções
propostas não demonstrou diferença definitiva mes-
mo após vários estudos randomizados. Na prática, a
simples administração rotineira de 1.000 ml de solu-
ção fisiológica – 0,9% antes e 1.000 ml depois – pode
facilitar a rotina. Deveria-se contraindicar a realização
de exame não-urgente em paciente de risco sem pro-
tocolo de hidratação.
Há muito já se reconhece que há diferença na
taxa de NIC entre os diferentes meios de contras-
te iodado. Aqueles com osmolalidade dita alta
(> 1.500 mOsm/kg) são provavelmente mais nefro-
tóxicos. A diferença entre os considerados de baixa
osmolalidade (600-800 mOsm/kg) e aqueles com
osmolalidade semelhante ao plasma (300 mOsm/kg)
não está ainda bem estabelecida. Estes represen-
tam aumento de pelo menos três vezes o custo em
comparação com os de alta
osmolalidade.
Embora a doença renal crô-
nica e a doença cardiovas-
cular estejam relacionadas
diretamente, a profilaxia da
NIC ainda é negligenciada. O
reconhecimento do problema
e o emprego de medidas sim-
ples, a maioria de baixo custo, qualificam o aten-
dimento – a dosagem da creatinina custa algo em
torno de R$ 2,00. À semelhança da frase conhecida
“visite nossa cozinha”, deveríamos insistir em “soli-
cite a creatinina” antes e após exposição a contras-
te iodado. Mesmo não sendo algo visível à mesa,
representa um importante item no atendimento ao
paciente pela cardiologia intervencionista. Assim,
cuide também da sua cozinha.
REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICASDiretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Inter-venção Coronária Percutânea e Métodos Adjuntos Diag-nósticos em Cardiologia Intervencionista (II Edição – 2008). Rev Bras Cardiol Invas. 2008;2:75.Friedewald VE, Goldfarb S, Laskey WK, McCullough PA, Roberts WC. The editor’s roundtable: contrast-induced ne-phropathy. Am J Cardiol. 2007;100:544-51.Stacul F, Adam AMB, Becker C. Strategies to reduce the risk of contrast-induced nephropathy. Am J Cardiol. 2006;98:59K–77K.Sterling KA, Tehrani T, Rudnick MR. Clinical significance and preventive strategies for contrast-induced nephropa-thy. Curr Opin Nephrol Hypertens. 2008;17:616-23.
O reconhecimento do problema e o emprego
de medidas simples, a maioria de baixo custo,
qualificam o atendimento
Alexandre Azmus, cardiologista intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS.
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opinião
Mais uma vez, a SBHCI cria um marco na história da cardiologia intervencionista brasileira e latino-americana (César Medeiros, editor)
O principal evento de nossa Sociedade
que, este ano, mais uma vez, se reali-
zou conjuntamente com o Congresso da
SOLACI, foi um reflexo fiel do tamanho e da rele-
vância da cardiologia intervencionista latino-ame-
ricana e, em especial, da brasileira. Alcançamos o
patamar de um evento que extrapola as fronteiras
nacionais e continentais, e que se manifesta com a
ousadia de transmissões de casos “ao vivo” de pa-
íses tão distantes como a China e a Coreia do Sul
e a confluência e participa-
ção ativa de grandes ícones
internacionais.
Mas o motivo de orgulho
maior é, sem dúvida, a pro-
dução brasileira desenvolvida
em forma de demonstrações
qualificadas e diversificadas
de casos “ao vivo” nas áre-
as de coronária, intervenções
extracardíacas e em cardio-
patias congênitas e estrutu-
rais adquiridas, e na excelência dos temas livres
médicos e de enfermagem.
A ótima estrutura física e a tecnologia inovado-
ra de interatividade entre as duas principais arenas
somam-se às razões anteriores para tornar esse
evento um marco na história de nossa Sociedade.
O Congresso do Rio eleva as expectativas acerca
dos próximos, e, para fazer jus a elas, o trabalho de
nossa Sociedade continuará árduo e contínuo.
Trabalho Árduo e Contínuo
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Gestão 2006-2009Presidente: Luiz Alberto Mattos (SP) • Diretor Adminis-trativo: Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes (PB) • Diretor Financeiro: Hélio Roque Figueira (RJ) • Dire-tor Científico: Pedro Alves Lemos Neto (SP) • Diretor de Comunicação: Rogério Sarmento-Leite (RS) • Di-retor de Qualidade Profissional: Luiz Antonio Gubolino (SP) • Diretor de Educação Médica Continuada: José Antonio Marin-Neto (MG) • Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marcos Antônio Marino (MG) • Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: César A. Esteves (SP) • Editores Jornal da SBHCI: César Rocha Medeiros (RJ), Luciana Constant Daher (GO), Marcelo de Freitas Santos (PR), Marcelo José Can-tarelli (SP) • Gerência Administrativa: Norma Cabral • Secretária de Comunicação: Débora Valejo • Departa-mento de Eventos: Norma Cabral • Secretária: Aline Ribeiro Rodrigueswww.sbhci.org.brRua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 – Vila OlímpiaCep 04548-050 – São Paulo, SP Fone: (11) 3849-5034
Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da So-ciedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia In-tervencionista – SBHCI, distribuída a seus associados. Os textos assinados são de responsabilidade exclusi-va de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da SBHCI.
Edição e reportagem: André CiascaProjeto gráfico e direção de arte: Manoela TourinhoTradução: Kátia Norkaits e Rebecca G. RaiaFotos: Gislene Ciasca e arquivo SBHCIJornalista responsável: André Ciasca, mtb 31.963Tiragem: 9.400 exemplares
take-a-coffee Comunicação www.take-a-coffee.com – Fone: (11) 3571-5353 Email: contato@take-a-coffee.com Skype: take.a.coffee
Trabalho Árduo e ContínuoAGENDA
Mês Dia Evento
Julho 30
• XXIX Congresso Norte/Nordeste de Cardiologia• IV Simpósio Norte/Nordeste de Hemodinâ-mica e Cardiologia Intervencionista
Natal, RNwww.sociedades.cardiol.br/nn/congresso2009
Agosto 14 e 15
• I Simpósio Catarinense de Cardiologia Intervencionista para Clínicos• II Simpósio de Enfermagem em Cardiologia• II Curso Básico de Cateterismo Cardíaco e Angioplastia Coronária para Enfermagem
Joinville, SC www.sjm.com.br/cardiologia
Setembro
13
12 a 16
21 a 25
PEC SBCCongresso da Sociedade Brasileira de CardiologiaSalvador, BAwww.sbhci.org.br
64.º Congresso Brasileiro de CardiologiaSalvador, BAcongresso.cardiol.br
Transcatheter Cardiovascular TherapeuticsSão Francisco, Califórnia, Estados Unidos www.tctconference.com
Outubro
4 a 7
25 a 27
Venice Arrhythmias 2009Veneza, Itália www.venicearrhythmias.org
6th International Meeting on Invasive Cardiac CareTel-Aviv, Israel www.isas.co.il/cardiac-care2009
Novembro
11 a 13
13 e 14
14 a 18
20 e 21
XIII Encuentro International de Investigación en EnfermeríaAlicante, Espanha encuentros.isciii.es/alicante2009/
Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista 2009 – SBHCISão Paulo, SPwww.sbhci.org.br
American Heart Association Scientific Sessions 2009 (AHA)Orlando, Flórida, Estados Unidos scientificsessions.americanheart.org/
3rd Imaging & Physiology Summit 2009Seul, Coreia do Sulwww.imaging-physiology.com/2009/
Dezembro
4 e 5
6 a 8
Endovascular Summit 2009Buenos Aires, Argentinawww.endovascularsummit.net/
ICI 2009 (Innovations in Cardiovascular Interventions) Tel-Aviv, Israelwww.congress.co.il/ici2009/
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
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