Post on 17-Jun-2020
Visão geral: Tendências do setor
energético no Brasil
KPMG NO BRASIL
2015kpmg.com/BR
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
1. Características do setorenergético no Brasil
2. Cenário brasileiro
3. Cenário internacional e a atuação do Brasil
4. Tendências
Conteúdo
A EDUCORP é provedora de soluções integradas no segmento de Educação Corporativa, e está localizada em São Paulo. A empresa foi contratada pela KPMG Brasil a fim de trazer uma compreensão detalhada quanto as características do setor energético no Brasil, os cenários brasileiro e internacional e as tendências deste setor. Assim, o resultado foi uma pesquisa esclarecedora focada no mercado brasileiro, como consta a seguir.
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1.CARACTERÍSTICAS DO SETOR ENERGÉTICO
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
1.CARACTERÍSTICAS DO SETOR ENERGÉTICO
O setor não é uma cadeia típica do agronegócio brasileiroOs principais produtos derivados da cana-de-açúcar são o açúcar e o álcool. O açúcar é destinado à alimentação, com expressiva participação nas exportações mundiais. O álcool, mais especificamente o etanol, tem presença importante na matriz energética do País. O etanol é utilizado diretamente como combustível para veículos automotores ou como um componente que é misturado à gasolina. Além desses dois produtos principais, há produção em pequena escala de biodiesel, também para atender veículos automotores, e de energia elétrica, a partir da queima do bagaço da cana.
Uma cadeia produtiva típica do agronegócio brasileiro consiste no produtor agrícola fornecendo insumos para a indústria processadora de alimentos, que vende os produtos para os distribuidores e estes entregam os alimentos aos consumidores. Mas isso não ocorre no setor baseado na cana-de-açúcar, denominado, o setor energético. O motivo é simples: neste setor, o carro está inserido de forma relevante no final da cadeia produtiva e, ainda, as distribuidoras de energia elétrica estão cada vez mais presentes (Figura 1). O setor não produz apenas alimentos, mas também energia, de forma eficiente e sustentável.
Um setor de importância econômica e ambientalNo Brasil, o setor energético possui grande representatividade na economia nacional. Somente na safra de 2013/2014, o PIB do setor foi de US$ 43,4 bilhões. Ademais, o setor pagou aproximadamente US$ 8,5 bilhões em impostos e movimentou US$ 107 bilhões ao longo da cadeia. Considerando apenas etanol, foram gerados um milhão de empregos diretos e 2,6 milhões de empregos indiretos ou informais durante a safra.
Especificamente sobre o etanol produzido a partir de cana, além da importância para a economia nacional, o produto apresenta vantagens ambientais quando comparado a outros tipos de etanol e, principalmente, aos combustíveis fósseis. Enquanto é necessária uma unidade de insumo de energia fóssil para produzir nove unidades de energia renovável (etanol) no Brasil, os insumos da Europa e o milho nos Estados Unidos produzem aproximadamente duas unidades de etanol utilizando a mesma uma unidade de energia fóssil. Em relação à gasolina, de acordo com Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica):
Característicasdo setor energético
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9
“...de acordo com estudos de pesquisadores da
Unicamp, o etanol obtido da cana-de-açúcar evita, ao
longo de seu ciclo (do campo até o consumo final),
90% da emissão de dióxido de carbono que seria
gerada pela gasolina.”
Figura 1: Mapa da cadeia de produção do
setor energético
Fonte: Adaptada do livro: Estratégias para a cana no Btrasil: um negócio de classe mundial. Coordenado por Marcos Fava Neves e Marco Antonio Conejero pela Editora Atlas, em 2010.
Insumos para agricultura
(pesticidas, mudas, fertilizantes, etc.)
Produtorde cana
Usina/destilaria produtora de
açúcar, etanol, bioeletrecidade
Bens de capitalpara a indústria
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Usina de biodiesel Revenda decombustíveis
Revenda decombustíveis
Atacado e varejo
Mercado externo
Distribuidor decombustíveis
Distribuidor deenergia elétrica
Consumidorfinal
Outras indústrias
Tradingcompanies
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2.CENÁRIO BRASILEIRO
A produção brasileira decana-de-açúcar está na Região Centro-Sul do País Entre as safras de 2009/2010 e 2013/2014, o volume produzido de cana-de-açúcar no Brasil apresentou um crescimento de 8,5%, atingindo 653,5 milhões de toneladas no último período (Figura 2). Considerando o volume produzido por safra, em média, a Região Norte-Nordeste foi produtora de 10% e a Região Centro-Sul, de 90% do total. A distribuição das produções de açúcar e etanol anidro possuem proporções semelhantes; todavia, o etanol hidratado está ainda mais concentrado na Região Centro-Sul, com aproximadamente 95% de sua produção. Nesse contexto, somente o estado de São Paulo foi responsável por, em média, 57% da produção nacional, seguido por Minas Gerais com 9%, Goiás com 8% e Paraná com 7%.
As estimativas para a safra de 2014/2015 sugerem que a produção na região centro-sul deverá ser entre 570 e 586 milhões de toneladas . Uma das explicações para a diminuição do volume produzido de cana é falta de chuvas que os estados da Região Sudeste, em especial São Paulo, enfrentaram no início de 2014. Estima-se que a seca deverá ser responsável por uma queda de 8,6% da produção da safra no Centro-Sul e que São Paulo deverá reduzir em 11,71% o volume de cana processada .
Cenáriobrasileiro
Figura 2: Produção de cana-de-açúcar
Fonte: Elaborada a partir de dados da UNICA. Dados para 2014/2015 e 2015/2016 calculados a partir de valores dos anos anteriores.
2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016Região Norte-Nordeste R$ 60.231 R$ 63.464 R$ 66.056 R$ 55.720 R$ 56.458 R$ 55.798 R$ 54.269Região Centro-Sul R$ 541.962 R$ 556.945 R$ 493.159 R$ 532.758 R$ 597.061 R$ 570.181 R$ 578.782
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Desaceleração do crescimento, crise e frustração das expectativas do passadoO crescimento da produção de cana-de-açúcar está estagnado nos últimos cinco anos. O crescimento de apenas 8,5% entre as safras de 2009/2010 e 2013/2014 é contrastado com o crescimento de 56,4% entre 2005/2006 e 2009/2010, quando a produção passou de 385 milhões de toneladas para 602 milhões. Adicionalmente, considerando a área colhida, também não se observa aumentos no período recente (Figura 3). O otimismo gerado pelo contexto de preços favoráveis em 2005/2006 e a perspectiva do etanol como um produto de prestígio levaram a investimentos pesados dos grandes grupos, que até mesmo excediam suas capacidades de expansão. As expectativas otimistas não se realizaram e a palavra ‘crise’ é ouvida no setor desde 2010. Estima-se que na safra de 2011/2012 as empresas do setor acumulavam dívidas de R$ 48 bilhões e mais de 58 usinas fecharam as portas entre 2007 e julho de 2014:
Figura 3: Área colhida de cana-de-açúcar
Fonte: Elaborada a partir de dados do Agrianual, Informa Economics FNP. (Dados para 2013: previsão).
2009 2010 2011 2012 2013
Brasil 8.598.440 9.080.769 9.535.194 9.407.078 9.784.404
Norte 24.473 25.569 43.188 45.648 45.437
Nordeste 1.212.540 1.202.993 1.192.572 1.205.334 1.186.172
Sudeste 5.622.175 5.995.527 6.204.165 5.928.260 6.219.877
Sul 654.077 661.819 681.785 682.582 690.848
Centro Oeste 1.085.175 1.194.861 1.413.484 1.545.254 1.642.070
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Os produtos derivados da cana-de-açúcar também apresentam estagnação da produção, seguindo a mesma tendência da produção da cana (Figura 4 e Figura 5). Embora a produção do etanol não tenha sofrido mudanças importantes nos últimos cinco anos, os diferentes tipos de etanol seguiram caminhos diferentes. O etanol hidratado, aquele vendido como combustível nos postos, representava cerca de 72,5% da produção em 2009/2010, o que diminui para 55,6% em 2013/2014. O etanol anidro, aquele que é misturado à gasolina, teve um crescimento médio anual de 14,9% entre 2009/10 e 2013/14, chegando a quase metade (44%) do etanol produzido no País na última safra 44,4%. Já os preços de ambos, açúcar e etanol, apresentam um crescimento constante, com maior ritmo de crescimento a partir de 2008, ainda que o açúcar apresente queda a partir de 2011.
Figura 4: Produção de açúcar
Fonte: Elaborada a partir de dados da UNICA. Dados para 2014/2015 e 2015/2016 são calculadas a partir de valores dos anos anteriores.
2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016Produção de Açúcar 32.956 38.006 35.925 38.246 37.713 39.495 40.471
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Figura 6: Preço do etanol em São Paulo
Figura 5: Produção de etanol
Fonte: Elaborada a partir de dados do CEPEA/ESALQ.
Fonte: Elaborada a partir de dados da UNICA. Dados para 2014/2015 e 2015/2016 calculados a partir de valores dos anos anteriores
2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016Produção de Etanol Anidro 7.065 8.323 8.581 9.844 12.223 12.758 13.942Produção de Etanol Hidratado 18.626 19.053 14.101 13.382 15.320 12.411 11.183
0
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2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014Anidro Outros Fins R$ 0,77 R$ 0,78 R$ 0,74 R$ 0,91 R$ 1,10 R$ 0,91 R$ 0,94 R$ 0,88 R$ 1,08 R$ 1,45 R$ 1,30 R$ 1,36 R$ 1,43Anidro R$ 0,77 R$ 0,78 R$ 0,68 R$ 0,84 R$ 0,99 R$ 0,80 R$ 0,84 R$ 0,87 R$ 1,05 R$ 1,44 R$ 1,23 R$ 1,33 R$ 1,41Hidratado outros fins R$ 0,70 R$ 0,69 R$ 0,65 R$ 0,82 R$ 1,01 R$ 0,81 R$ 0,80 R$ 0,78 R$ 0,93 R$ 1,23 R$ 1,14 R$ 1,20 R$ 1,30Hidratado R$ 0,69 R$ 0,67 R$ 0,58 R$ 0,74 R$ 0,90 R$ 0,71 R$ 0,72 R$ 0,76 R$ 0,91 R$ 1,21 R$ 1,11 R$ 1,17 R$ 1,26
R$ -
R$ 0,20
R$ 0,40
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R$ 1,00
R$ 1,20
R$ 1,40
R$ 1,60
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Figura 7: Preço do açúcar cristal em São Paulo
Fonte: Elaborada a partir de dados da UNICA. Dados para 2014/2015 e 2015/2016 são tendências, calculadas a partir de valores dos anos anteriores.
Multinacionais dominam um mercado cada vez mais concentrado Na safra de 2005/2006, as dez maiores empresas processadoras de cana-de-açúcar controlavam 30% do mercado, sendo que as cinco maiores eram representadas por 100% de acionistas brasileiros. Na safra de 2010/2011, as dez maiores empresas já controlavam 43% do mercado, com participação de grandes empresas multinacionais, tais como Louis Dreyfus Commodities e Bunge. Diferente do período anterior, todas as cinco maiores empresas na safra de 2010/2011 tinham participação de capital estrangeiro . Na safra de 2015/2016, espera-se que 90% do mercado seja controlado por multinacionais, substituindo grupos familiares que sofrem com alto endividamento . O setor passa por um período em que investimentos são necessários, especialmente em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos, o que enfraquece ainda mais a posição competitiva dos pequenos grupos familiares endividados.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014Açúcar Cristal R$26,0 R$31,3 R$45,0 R$27,9 R$28,5 R$48,6 R$60,4 R$65,7 R$54,9 R$46,8 R$49,3
R$0,00
R$10,00
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Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
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Um setor que sofreu a intervenção do governo durante toda sua história
O setor energético tem em sua história uma grande influência governamental e, por vezes, até intervenções. Desde 1930, com a criação do Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), o governo intervinha
no setor de modo a regular produção, distribuição e preço. Foi apenas nos anos 1990 que o papel do governo passou a ser mais de regulador do que de promotor. Em um contexto favorável à
liberalização dos mercados, o governo, à época, criara o Conselho Interministerial do Açúcar e Álcool (CIMA), o qual possui, na atualidade e dentre outras funções o papel de definir o
percentual de etanol misturado à gasolina.
O setor sofre também regulação por parte de outras agências governamentais, por exemplo, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a qual tem mandato sobre a promoção, regulação e comercialização dos biocombustíveis, segundo a Lei 11.097, de 13 de
janeiro de 2005. Outra fonte de influência governamental ocorre por meio da de impostos e barreiras à exportação e importação. Segundo estudos, mesmo com as condições
burocráticas adversas existentes ‘fora da porteira’, caso fossem reduzidas as barreiras e impostos internacionais ao etanol brasileiro, as exportações aos EUA e à União Europeia aumentariam em, respectivamente, U$ 117 milhões e U$ 36 milhões , o que reforçaria
ainda mais a competitividade do setor.
O “dedão” do governo segue causando transtornos ao setor
Recentemente e de forma específica para o setor energético, houve relevante influência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). A
CIDE fora criada pela Lei 10.336 de 19 de janeiro de 2001, com o objetivo de tributar a importação de combustíveis, entre eles, a gasolina e o diesel. Devido
à recente alta dos preços do petróleo, o governo vinha subsidiando o preço da gasolina via isenção da CIDE (Figura 8), a qual tinha alíquota próxima à
zero, desde agosto de 2012. Dessa forma, o subsídio da gasolina mantém preços menores para este combustível, o que influencia negativamente a demanda por etanol. Ademais, estimativas apontam que tal isenção
gerou uma perda de arrecadação ao governo de aproximadamente R$ 23 bilhões.
Outra forma de intervenção ocorre via Petrobras, a qual custeia parte do preço da gasolina importada, de modo a baratear o preço final do
combustível na bomba e, assim, controlar índices de inflação. Tal fator não apenas apresenta um potencial risco financeiro para a
Petrobras, fato que se somou aos problemas políticos vivenciados pela empresa, como também sinaliza negativamente a todos os potenciais investidores do setor energético, dada a insegurança
institucional gerada pelo governo. O descasamento entre preço do petróleo no mercado internacional e preço da gasolina no mercado doméstico como pode ser claramente visualizado
na página a seguir.(Figura 9)
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Figura 8: Receita bruta arrecadada pela CIDE
Figura 9: Comparação entre preço do petróleo e preço da gasolina
Fonte: Elaborada a partir de dados do IPEADATA.
Fonte: Elaborada a partir de dados do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, da ANP, publicado em 2014.
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2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013Petróleo Brent 38,21 54,42 65,03 72,52 99,04 61,67 79,04 111,3 111,5 108,6Petróleo WTI 41,42 56,50 66,01 72,26 98,58 61,90 78,97 94,84 94,12 97,93Gasolina 2,08 2,34 2,55 2,51 2,50 2,51 2,57 2,73 2,74 2,85
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Segundo Rubens Ometto, presidente do conselho administrativo da Cosan:
(...) o “artificialismo destrói a competitividade” do etanol, criando uma
“demanda desnecessária” pela gasolina e uma “competitividade irracional” entre
os produtores de etanol. “Qualquer recurso que qualquer empresa tenta manter foram
destruídos pelo subsídio”.
Outras lideranças do setor também veem este excesso de intervenção do governo como nefasto
ao desenvolvimento de novos investimentos e para a competitividade do setor. Segundo Elizabeth Farina:
“(...) ainda que o setor seja competitivo, é difícil ser competitivo com um preço que não se altera,
enquanto todos os outros preços se alteram”.
Vale destacar que esta opinião não é apenas dos atores pertencentes diretamente ao segmento produtivo, mas
também de autoridades internacionais do setor de energia. Segundo Antoine Halff, chefe da divisão de Mercados da
Agência Internacional de Energia (IEA):
“No Brasil, os subsídios atrapalham a Petrobras, que tem revertido recursos que poderiam ser aplicados no
desenvolvimento da exploração de petróleo para isso. Mas também prejudica a indústria de etanol, ao reduzir sua
competitividade”.
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3.CENÁRIO INTERNACIONAL E A ATUAÇÃO DO BRASIL
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
3.CENÁRIO INTERNACIONAL E A ATUAÇÃO DO BRASIL
O Brasil produz mais de um terço da cana-de-açúcar no mundoNo mundo, a área colhida de cana-de-açúcar cresceu 14% entre 2009 e 2013, chegando a 5 milhões de hectares. Historicamente, o Brasil é o país com a maior área colhida do produto, sendo responsável por mais de 35% do total, tanto em 2009 como em 2013. Os dez países com a maior área colhida - Brasil, Índia, China, Tailândia, Paquistão, México, Filipinas, Argentina, Estados Unidos e Austrália - representam mais de 80% da área mundial (Figura 10). A Tailândia é o país com o maior crescimento durante o período, 42%, e a Austrália a única nação que apresentou redução de área colhida, correspondendo à uma taxa negativa de 16%.
Produção de açúcar no mundo cresce mais que o consumoAssim como a área colhida de cana, entre as safras de 2009/2010 e 2013/2014, a produção mundial de açúcar cresceu 14%, atingindo aproximadamente 175 milhões de toneladas no fim do período. Enquanto isso, o consumo mundial subiu 9%, indicando um alargamento dos estoques do produto que diminuíram com a crise de 2008. O acréscimo no consumo médio per capita foi ainda menor, representando 4% no intervalo de tempo analisado e atingindo 23,3 kg anual por pessoa. Considerando a oferta e demanda mundial de açúcar, a produção apresenta aumento a uma taxa maior que o consumo. Os preços nominais do açúcar na Bolsa de Valores de Nova York apresentam elevada volatilidade e ligeira queda entre 2011 e 2013 (Figura 12).
Cenário Internacional e a atuação do Brasil
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
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Figura 10: Área colhida de cana-de-açúcar no mundo
Figura 11: Oferta e demanda mundialde açúcar
Fonte: Elaborada a partir de dados da UNICA. Dados para 2014/2015 e 2015/2016 calculados a partir de valores dos anos anteriores
* Valores em mil toneladas métricas** (Atualizado em Setembro de 2014)
Fonte: Elaborada a partir de dados do Agrianual, Informa Economics FNP
Ano Produção ConsumoConsumo per capita
2009/10 153.403 153.447 22,4
2010/11 161.923 154.235 22,2
2011/12 171.978 158.734 22,6
2012/13 174.468 163.603 23,1
2013/14* 174.853 167.347 23,3
2014/15 183.959 170.624 -
2015/16 189.503 174.340 -
- 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000
Argentina
Austrália
Brasil
Índia
México
Paquistão
Filipinas
Tailândia
Estados Unidos
China
Valores em Mil Hectares
2013 2009
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Figura 12: Cotação do açúcar na bolsa de NY
Figura 13: Exportação de açúcar
Fonte: Elaborada a partir de dados do Agrianual, Informa Economics FNP. Dados até julho de 2013.
Fonte: Elaborada a partir de dados do UNICA.
São Paulo é responsável por 66% do açúcar exportadoDevido à concentração da produção de açúcar no mundo, o Brasil também configura-se como um dos maiores exportadores do produto. Na safra de 2010/2011, o País exportou o equivalente a 27,5 milhões toneladas de açúcar, o que correspondeu a US$ 13 bilhões (Figura 13). Na safra de 2014/2015, que possui dados registrados apenas dos dois primeiros meses, os cinco estados brasileiros com maior produção foram responsáveis por mais de 95% do volume total, sendo apenas o estado de São Paulo origem de 66% do volume, os outros quatro estados são Alagoas, Paraná, Minas Gerais e Goiás.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013Preço Açúcar 7,28 9,99 14,65 9,91 12,10 17,07 20,01 24,89 21,39 17,65
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2010/11 2011/12 2012/13 2013/14Quantidade de Açúcar Exportado 27,51 24,95 26,79 26,63Valor do Açúcar exportado US$12,97 US$14,77 US$13,59 US$11,11
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Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
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Figura 14: Ranking de Exportação de Açúcar em 2014/15
Fonte: Elaborada a partir de dados do UNICA.
São Paulo é responsável por 94% do etanol exportadoEntre as safras de 2010/2011 e 2013/2014, a que apresentou o maior volume e valor exportados de etanol pelo Brasil foi a de 2012/2013, com 3,5 bilhões de litros e US$ 2,4 bilhões (Figura 15). O estado de São Paulo concentra ainda mais as exportações de etanol quando comparadas às de açúcar, pois, na safra de 2014/2015, o estado foi responsável por aproximadamente 94,5% do volume total (Figura 16). Os Estados Unidos são o país com o maior mercado para importações do etanol brasileiro.
O Brasil também é um importador do produto. Na safra de 2013/2014, o País importou pouco mais de 250 milhões de litros, o que tem pouca relevância econômica, dado que o Brasil produziu cerca de 27,5 bilhões de litros na mesma safra (Figura 17). Nos meses de abril e maio da safra de 2014/2015, o país importou 93 milhões de litros, sendo aproximadamente 84% provenientes dos Estados Unidos. O porto de São Luís, no Maranhão, foi o receptor de aproximadamente 70% desse volume.
Ranking Estados QuantidadeParticipação
(%)
1 São Paulo 1.822.025 66,08%
2 Alagoas 299,648 10,87%
3 Paraná 245,321 8,90%
4 Minas Gerais 221,272 8,02%
5 Goiás 50,871 1,84%
6 Outros 118,234 4,29%
Total 2.757.371 100,00%
27
Ranking Estados QuantidadeParticipação
(%)
1 São Paulo 261,378 94,46%
2 Minas Gerais 15,156 5,48%
3 Goiás 92 0,03%
4 Pernambuco 51 0,02%
5 Rio Grande do Sul 32 0,01%
6 Outros - 0,00%
Total 276,708 100,00%
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014Quantidade de Etanol Exportado 1.906 1.892 3.483 2.606
Valor do Etanol Exportado US$1,04 US$1,47 US$2,40 US$1,67
US$-
US$0,50
US$1,00
US$1,50
US$2,00
US$2,50
US$3,00
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
Val
ore
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US
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Val
ore
s em
milh
ões
Lit
ros
Figura 15: Exportação de etanol
Figura 16: Ranking de exportação de etanol em 2014/2015
Fonte: Elaborada a partir de dados do UNICA.
Fonte: Elaborada a partir de dados do UNICA.
Figura 17: Importação de etanol
Fonte: Elaborada a partir de dados do UNICA.
2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Quantidade Importada de Etanol 1.451.583 301.914 256.079 92.985
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
Val
ore
s em
mil
Litr
od
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
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4.TENDÊNCIAS
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
4.TENDÊNCIAS
Aumento da demanda de etanol e de açúcar nos mercados nacional e internacionalNo que diz respeito ao açúcar, o Brasil é o principal exportador do produto; sua demanda no mercado nacional e internacional segue o crescimento populacional. Diante disso, tendo como base o ano safra 2013/2014, espera-se um crescimento de 21,3% nas exportações do produto e um aumento de 7,5% na demanda nacional em 2023/2024.
Já em relação ao etanol, no mercado doméstico, o cancelamento da isenção da CIDE e o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, passando de 25% para 27% deixam o etanol mais competitivo no curto prazo, em termo de preços relativos. No longo prazo, a projeção de consumo de etanol hidratado para 2023/2024 é de cerca de 25 bilhões de litros e aproximadamente 15 bilhões para etanol anidro. Considerando o cenário internacional, espera-se uma queda das exportações de etanol em 2014/2015, devido à diminuição da meta para biocombustíveis avançados nos Estados Unidos, principal importador do produto brasileiro. No entanto, a tendência para o longo prazo é de crescimento nas exportações de etanol, pois se espera que em 2023/2024 sejam exportados 4,9 bilhões de litros.
Crescimento da frota de veículos com motor flexO volume total de automóveis e veículos comerciais leves flex produzidos no País saltou de 49.264 unidades em 2003, ano em que foram lançados no Brasil, para 2.637.824 unidades em 2014. Em 2013, a frota brasileira de veículos era de 33,5 milhões de unidade, sendo 62% de carros flex, 35% de carros a gasolina e 3% de carros a etanol (Figura 18). No mesmo ano, eram encontrados apenas 608 carros elétricos. Desde 2010, existem mais carros flex do que carros a gasolina circulando no País e a tendência é que a participação carros deste tipo continue crescendo. Estima-se que os carros com essa modalidade representem em torno de 87% dos veículos novos que entrarão em circulação em 2023. Tal crescimento impacta diretamente no aumento da demanda por etanol hidratado.
Tendências
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
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O etanol é combustível substituto mais sustentável para os derivados de petróleoA emissão de gases provenientes de veículos movidos a diesel é vista como responsável por grande parte da poluição de grandes centros urbanos. Diante dessa perspectiva, o etanol pode ser visto como uma oportunidade para a substituição de óleo diesel, parcial ou totalmente, tendo em vista que seu uso propicia uma redução na emissão de dióxido de carbono, fator fundamental para o cumprimento de políticas de redução de gases de efeito estufa. Em São Paulo, a lei nº 14.933/2009 institui como uma de suas metas utilizar apenas combustíveis renováveis em todos os contratos de transportes públicos em 2018. Dessa forma, ônibus, micro-ônibus e vans para transporte urbano de passageiros são considerados promissores para o uso do etanol como uma alternativa para substituição do óleo diesel . Dessa forma, o etanol tem potencial contribuição para o esforço mundial de encontrar uma matriz energética mais sustentável do ponto de vista ambiental.
A cadeia produtiva tem novos potenciais produtosHá investimentos recentes para ampliação do número de produtos da cana-de-açúcar. Além de etanol e açúcar, há potencial produção de bioeletricidade, etanol celulósico, biodiesel e plásticos. Os novos produtos são originados por mudanças no processo produtivo ou pela utilização de resíduos do processo produtivo. Por exemplo, o etanol celulósico é obtido mediante o processamento do bagaço da cana.
Figura 18: Frota brasileira de veículos por tipo de combustível
Fonte: Elaborada a partir de dados do UNICA.
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Flex fuel 13% 21% 30% 38% 45% 51% 57% 62%
Gasolina 77% 70% 63% 56% 50% 45% 40% 35%
Etanol 10% 9% 7% 6% 5% 4% 3% 3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
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A bioeletricidade já é realidadeA bioeletricidade, energia gerada da biomassa residual do processo de produção de açúcar e etanol, já é amplamente utilizada pelas usinas sucroalcooleiras; aproximadamente 98% da demanda energética das usinas é suprida por meio do sistema de cogeração. Diante do risco de racionamento devido à crise hídrica e energética que o País vem enfrentando, o setor energético pode apresentar um crescimento no segmento de cogeração. Adicionalmente, a geração de bioeletricidade pode ser vista como uma alternativa rentável para as usinas.
Em 2014 foi registrado um crescimento médio de 23% na geração de bioeletricidade. A estimativa para 2015 é que a taxa de crescimento seja de 15%. Atualmente, a participação da bioeletricidade no consumo nacional é de 4%, tendo potencial para alcançar cerca de 12%. No entanto, para que esse número cresça, é preciso que haja investimentos em infraestrutura no setor.Para que a geração de bioeletricidade se
torne mais eficiente, as usinas precisam passar por um processo chamado de retrofit, isto é, uma modernização de seu parque industrial, possibilitando, assim, o uso de tecnologias mais avançadas de cogeração. A tecnologia tradicionalmente utilizada pela indústria para a produção de bioeletricidade permite a geração de 40 kWh por tonelada de cana. Esse valor poderia saltar para 270 kWh com a tecnologia de gaseificação da biomassa, a qual, apesar de ser tecnicamente dominada, ainda não apresenta viabilidade comercial.
O Biodiesel tem explosão de crescimento e aviões podem ser os próximosCombustíveis oriundos da cana-de-açúcar já podem, também, substituir o diesel. O biodiesel é obtido pela utilização de leveduras geneticamente modificadas
para fermentar açúcares presentes na cana e assim, secretar diesel. A produção de biodiesel passou de 736 m3 em 2005 para quase 3,5 milhões m3 em 2014 (Figura 19). Ademais, existem pesquisas em andamento para produção de combustíveis para aviões e óleos lubrificantes para máquinas a partir da cana-de-açúcar.
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Produção de Biodiesel 0,74 69,00 404,33 1167,13 1608,45 2386,40 2672,76 2717,48 2917,49 3419,84
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
4000,00
Mil
Met
ros
Cú
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Figura 19: Produção de biodiesel
Fonte: Elaborada a partir de dados do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, da ANP, publicado em 2014.
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
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Não é só energia e
alimentos: plásticos
também são produzidos a
partir da canaPor fim, a cana-de-açúcar pode, ainda,
substituir o petróleo na produção de plástico, conhecido como bioplástico, obtido
a partir da conversão do etanol ou como subproduto da refinaria de açúcar. Grandes
empresas estão apostando neste material, tais como AT&T, Biocycle, Braskem, Coca-Cola,
Ecover, Heinz, Johnson & Johnson, Nestlé, Tetrapack, Pantene e Petrobras.
O Brasil pode perder a oportunidade, dada
a falta de políticas públicas claras
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e o segundo maior produtor de etanol, com processo produtivo
competitivo em termos de custos. O País desenvolve também pesquisas de ponta para melhorar os produtos e processos
atuais, e para desenvolver novos produtos e processos. Este cenário coloca o Brasil em excelente posição para atuar em
mercados que substituem derivados de petróleo por uma fonte renovável e menos poluente. Dada a crescente pressão internacional
por utilização de fontes renováveis, os subprodutos da cana-de-açúcar surgem como uma possibilidade indelével de ganhos na
comercialização internacional, por serem um combustível ‘redutor’ dos gases de efeito estufa (GEEs). Entretanto, há riscos de o País perder as
oportunidades deste posicionamento vantajoso para o desenvolvimento do setor energético, por consequência da falta de uma política pública que
o fomente e o fortaleça.
35
Na safra de 2013/14, o setor energético movimentou mais de US$ 107 bilhões ao longo de sua cadeia e gerou em torno de 3,6 milhões de empregos.
As multinacionais devem controlar 90% das empresas processadoras de cana na próxima safra. O mercado torna-se mais concentrado e os pequenos grupos familiares são pressionados pelo endividamento.
O Brasil possui mais de um terço da área plantada de cana-de-açúcar no mundo. O estado de São Paulo é responsável por mais de 55% da produção nacional de cana, 66% das exportações de açúcar e 94% das exportações de etanol.
A tendência é de aumento da demanda por combustíveis (etanol) e bioeletricidade. Para o açúcar, aumentos de demanda seguem padrões de crescimento populacional.
Sumário executivo
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
O setor sofre com a influência do governo. Este, visando controlar índices de inflação, impacta o mercado de combustíveis, tanto pelos
impostos quanto pela influência direta nos preços da gasolina, por intermédio da Petrobras. A insegurança institucional pode gerar perdas
de oportunidades para o País.
Pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos produtivos, bem como inovações tecnológicas, são
ingredientes essenciais para explorar os novos produtos da cana-de-açúcar: o bioplástico, a bioeletricidade e
novos óleos e combustíveis.
Por incluir distribuidores de combustíveis e de energia elétrica, esta não é uma cadeia típica do agronegócio brasileiro. A partir da
cana-de-açúcar, o setor energético não produz apenas alimentos, mas também energia, com dois produtos principais, açúcar e etanol, e um
terceiro produto ganhando relevância, a bioeletricidade.
Sustentabilidade ambiental: o etanol de cana evita a emissão de 90% dos gases do efeito estufa em
relação à gasolina.
KPMG no Brasil
Prêmio excelência profissional em convergência contábil - IFRS
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Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
155 Países
milProfissionais4
4.365 Clientes
Localização
22 cidades13 estados
Faturamento
879R$
243 mil horasInvestimento em treinamento
milhões23,4R$
Investimentoem educação
milhões
39
KPMG no setor de Energia e Recursos Naturais
66% 66%77%
100%
Audit Tax Advisory Qualquer serviço
Serviços prestados para empresas de Energia & Recursos Naturais - Ranking Fortune Global 500
26%
74%
Market Share de Auditoria em empresas de Energia & Recursos Naturais -
Ranking Fortune Global 500
KPMG
Outros
40
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
60%
40%
Mercado KPMG Brasil10 maiores de Açúcar e Etanol
Clientes KPMG Outras empresas
90%
10%
Mercado KPMG Brasil 10 maiores de Energia Elétrica
Clientes KPMG Outras empresas
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Centros de Excelência KPMG no setor de Energia e Recursos naturais
MUNDO
Centros de Excelência Globais para o setor de energia: Brasil, Canadá, EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Hungria, Rússia, África do Sul, Singapura, Japão e Austrália.
42
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
BRASIL
ESTADOS UNIDOS
CANADÁ FRANÇA
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ÁFRICA DO SUL
JAPÃO
AUSTRÁLIA
HUNGRIA
RÚSSIAALEMANHA
REINO UNIDO
SINGAPURA
Anotações
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
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46
Visão geral: Tendências do setor energético no Brasil
África do SulCarel Smit+27 11 6477 065carel.smit@kpmg.co.za
AlemanhaMichael Salcher+49 89 9282 1239msalcher@kpmg.com
Arábia SauditaRupert Agius-Pease+96 61 1874 8500rpease@kpmg.com
ArgentinaNestor R. Garcia+54 11 4316 5862nrgarcia@kpmg.com.ar
AustráliaAlison M. Kitchen+61 3 9288 5345akitchen@kpmg.com.au
BélgicaJorn De Neve+32 27084778jdeneve@kpmg.com
BrasilMartiniano C. Lopes+55 11 39403101martinianolopes@kpmg.com.br
CanadáMichael T. McKerracher+1 403 691 8056mmckerracher@kpmg.ca
ChileCristián Maturana+56 227981208cmaturana@kpmg.com
ChinaTerry Chu+86 1085087035terry.chu@kpmg.com
ColombiaJose D. Peña+57 16188000josepena@kpmg.com
Costa RicaJose Mariano Bermudez+50 622014100josebermudez@kpmg.com
EquadorGino Erazo+59 342290698gerazo@kpmg.com
EspanhaAlberto Martin Rivals+34 914565912albertomartin1@kpmg.es
EUAJohn F. Kunasek+1 713 319 3513jkunasek@kpmg.com
GréciaGeorgia Stamatelou+30 2106062123gstamatelou@kpmg.gr
Hong KongCurtis Ng+85 221438709curtis.ng@kpmg.com
HungriaPéter Kiss+36 18877384peter.kiss@kpmg.hu
ÍndiaManish Aggarwal+91 2230902625manishaggarwal@kpmg.com
IndonésiaThomas Thrasher+62 215742333thomas.thrasher@kpmg.co.id
Iraque / Emirados Árabes / JordâniaAmin Husein+97 165742214ahusein@kpmg.com
IsraelDina Pasca-Raz+972 3 684 8000dpasca@kpmg.com
ItáliaMassimo Maffeis+39 0267631mmaffeis@kpmg.it
JapãoMina Sekiguchi+81 335485555mina.sekiguchi@jp.kpmg.com
MalásiaMohamedraslan Abdulrahman+60 377213388mraslan@kpmg.com.my
MéxicoGilberto Alfaro+52 5552468563alfaro.gilberto@kpmg.com.mx
NoruegaMona Irene Larsen+47 40639181mona.larsen@kpmg.no
PeruJuan Jose Cordova+51 16113000jcordova@kpmg.com
PortugalJean Gaign+35 1210110093jgaign@kpmg.com
República da CoréiaHong Gi Bae+82 221120520honggibae@kr.kpmg.com
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UcrâniaDmitry Aleev+38 0444905507daleev@kpmg.ua
UruguaiAlexander D. Fry+59 829024546alexanderfry@kpmg.com
VenezuelaDimas Castro+58 2122777983dcastro@kpmg.com
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