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SEMANA MISSIONÁRIA - HOSPITALEIRA
13-19 OUTUBRO 2014
RENASCE A ALEGRIA
HOSPITALIDADE: CRIATIVIDADE E AUDÁCIA
LEMA DA JORNADA MUNDIAL
LEMA INSTITUCIONAL
2 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
APRESENTAÇAO:
"A Igreja é o povo das Bem-aventuranças" (Papa Francisco)
Caros Colaboradores, Voluntários, Irmãs e Irmãos,
Este ano, a Semana de oração será celebrada no âmbito da comemoração do centenário da morte de S.
Bento Menni.
O lema proposto – RENASCE A ALEGRIA – reflete-se na nossa maneira de ser e de fazer hospitalidade e
nas várias formas em que esta se manifesta nos cinco continentes: uma hospitalidade que queremos
enquadrar na CRIATIVIDADE e na AUDÁCIA, e que deve ser para nós uma leitura atualizada das Bem-
aventuranças.
Assim fez S. João de Deus e assim fez também, seguindo os seus passos, Bento Menni, que soube incutir na
sua missão de hospitalidade um “coração sem fronteiras” com ESPERANÇA e AUDÁCIA.
ESPERANÇA porque, apesar das dificuldades, olhamos com confiança para o futuro que ambicionamos. Por
outras palavras, construímos a HOSPITALIDADE e, para isso, é preciso ser AUDAZES, é necessária aquela
paixão que nos leva a agir com coragem e criatividade para alcançarmos o bem-estar das pessoas a quem
damos assistência, trabalhando para tornar extraordinário o que é ordinário, para contagiar e nos deixarmos
contagiar seguindo o mandamento evangélico “Vai e faz tu também o mesmo” (Lc 10,37), como fizeram os
nossos fundadores, no seu tempo, que partiram para ir até onde era necessário chegar.
Para esta Semana de oração, partilhada com as pessoas assistidas nas nossas obras, com os colaboradores
e os voluntários, propomos para reflexão os pontos que apresentamos seguidamente sobre o tema em
questão, bem como algumas passagens da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões e
dos nossos Superiores Gerais por ocasião do Centenário de S. Bento Menni.
Esperando poder alcançar, unindo os nossos esforços, novas metas no nosso compromisso missionário-
hospital,
enviamos a todos uma saudação, unidos na oração e na missão de viver
o EVANGELHO DAS BEM-AVENTURANÇAS, com audácia e criatividade.
3 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
SEGUNDA-FEIRA 13
Tema: Felizes os pobres em espírito...
Biblica: …porque deles é o Reino do céu. (Mt 5, 3; LC 6, 20)
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a
proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos,
a proclamar um ano favorável da parte do Senhor. (Lc 4, 18-19)
Institucional: Com a nossa vida consagrada manifestamos o amor que Deus tem por todas as pessoas; somos mensagem
de esperança e testemunhamos que o mundo não pode ser transformado sem o espírito das bem-
aventuranças. (Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus [IHSCJ], Const., 13)
Se, a nível pessoal e comunitário, somos guias morais, consciência crítica e criativos – hoje, diríamos
refundadores, […], a espiritualidade na missão exprime-se no entusiasmo, na imaginação profética. A falta do
Espírito conduz à rotina, à monotonia, à mera repetição. A presença do Espírito é fogo que tudo anima e
recria. Um Irmão com espírito hospitaleiro nunca se acostuma ao que faz: em todas as suas atividades,
descobre sempre a novidade do Reino de Deus. (Irmãos de S. João de Deus [ISJD], Caminho de
Hospitalidade, 126)
Social:
A luta contra a pobreza encontra
uma forte motivação na opção, ou
amor preferencial, da Igreja pelos
pobres. Em todo o seu
ensinamento social, a Igreja não
se cansa de reafirmar também
outros seus princípios
fundamentais: de entre todos,
emerge o da destinação universal
dos bens. Com a constante
reafirmação do princípio da
solidariedade, a doutrina social
estimula a passar à ação para
promover o «bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por
todos». O princípio da solidariedade, também na luta contra a pobreza, deve ser sempre oportunamente
acompanhado pelo da subsidiariedade, graças ao qual é possível estimular o espírito de iniciativa, base
fundamental de todo desenvolvimento socioeconómico, nos países pobres: devemos olhar para os pobres
«não como um problema, mas como possíveis sujeitos e protagonistas dum futuro novo e mais humano para
todo o mundo» (Conselho Pontifício Justiça e Paz, Compêndio da Doutrina Social da Igreja [CDSI],
2004, 449b)
4 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
TERÇA-FEIRA 14
Tema : Felizes os que choran; felizes os mansos...
Biblíca: …porque eles serão consolados… (Mt 5, 4); …porque possuirão a terra (Mt 5,5)
Felizes vós, os que agora chorais, porque haveis de rir (Lc 6, 21)
Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
todos. Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão, um
mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. E ouvindo dizer que se tratava
de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!» Muitos
repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te, que Ele chama-te.»
E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te
faça?» «Mestre, que eu veja!» – respondeu o cego. Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!»“ (Mc 10, 45-52)
Institucional: “La presenza di immigrati, rifugiati, profughi, esiliati politici costituisce un fenomeno in forte espansione. Se,
da un lato, i problemi che ciò pone sono prevalentemente di ordine sociale (integrazione culturale e religiosa,
problemi occupazionali, ecc.), dall’altro essi costituiscono un ambito in cui il carisma dell’ospitalità può trovare
una sua specifica espressione. Le risposte in tal senso possono essere le più varie, suggerite da una
creatività che sa ascoltare le suggestioni dello Spirito e suscitate anche dagli specifici bisogni di ogni singolo
Paese o situazione sociale. Insieme all’accoglienza, potrà anche essere necessaria l’assistenza sanitaria per
coloro che non possono usufruire di alcuna forma di assistenza pubblica. L’Ordine dovrà intervenire anche in
presenza di tali necessità creando nuove strutture o trovando soluzioni più adeguate presso altre strutture
assistenziali. Vivono in una situazione analoga i senzatetto, i barboni e gli squatter, accomunati da una
povertà così radicale da non avere alcuna forma di abitazione stabile ed essere quindi costretti a vivere per
strada, sotto i portici, nelle sale d’attesa delle stazioni.” (Carta d’Identità OH, 5.2.7.9.)
“Mossi dallo Spirito, ci impegniamo
a ricreare l’ospitalità, realizzando
la profezia di Maria: «Ha spiegato
la potenza del suo braccio, ha
disperso i superbi nei pensieri del
loro cuore, ha rovesciato i potenti
dai troni, ha innalzato gli umili; ha
ricolmato di beni gli affamati, ha
rimandato a mani vuote i ricchi».
Coloro che cercano i nostri servizi
debbono sentirsi accolti,
riconosciuti, guariti... debbono
sperimentare, ogni giorno, la
visitazione ospedaliera.” (Doc. C. HSC, Conclusione)
5 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
Social:
A presença dos imigrantes, refugiados e exilados políticos é um fenómeno em forte expansão. Se, por um
lado, os problemas que apresentam são sobretudo de ordem social (integração cultural e religiosa, problemas
de emprego, etc.), por outro, estes fenómenos constituem um âmbito no qual o carisma da hospitalidade se
pode exprimir de forma concreta. As respostas neste sentido podem ser muito diferentes, propostas por uma
criatividade capaz de escutar as sugestões do Espírito e suscitadas também pelas necessidades de cada
país ou situação social. Paralelamente ao acolhimento, poderá também ser exigida a atenção do mundo da
saúde para aquelas pessoas que não beneficiam de qualquer tipo de assistência pública. A Ordem deverá
intervir também nestes casos de necessidade, criando novas estruturas ou encontrando as soluções mais
adequadas noutras estruturas assistenciais. Numa situação semelhante encontram-se outras pessoas que é
costume designar por “pessoas sem-abrigo”, vagabundos, ocupantes abusivos de propriedades alheias.
(ISJD, Carta de Identidade, 5.2.6.6)
Impulsionados pelo Espírito, comprometemo-nos a recriar a hospitalidade, realizando a profecia de Maria:
“manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou
os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias”. Aqueles que procuram os
nossos serviços devem sentir-se acolhidos, reconhecidos, sanados... devem experimentar, todos os dias, a
visitação hospitaleira. (IHSCJ, Documento Capitular [2012] «Caminhos de Revitalização” – Conclusão)
QUARTA-FEIRA 15
Tema: Felizes aquelles que têm fome e sede de Justiça... Biblíca: …porque serão saciados (Mt 5, 6); (Lc 6, 21)
«Aqui estamos nós que deixámos tudo e te seguimos.» Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: quem
deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá
cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos,
juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna. Muitos dos que são primeiros serão últimos,
e muitos dos que são últimos serão primeiros.» (Mc 10, 28-31)
Institucional:
Criar em hospitalidade significa gerar e testemunhar constantemente um amor vivo – que opera, que constrói
– a favor do irmão que vive no sofrimento. Significa deter-se constantemente a projetar – a pensar – o futuro
sem produzir a NOVIDADE pode colocar a Ordem fora da história.
A mudança de época que estamos a viver leva-nos à necessidade de avaliar e, por conseguinte, de escolher
e concretizar as respostas mais idóneas no contexto do crescente pluralismo cultural, do movimento dos
direitos humanos, do desafio da ecologia, do envelhecimento da população, do aumento das velhas e novas
formas de pobreza, do desejo de paz e da diminuição dos recursos económicos para a defesa do estado
social.
6 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
Hoje, os Irmãos e os Colaboradores têm a
tarefa de serem profetas da esperança, da
dignidade da pessoa que sofre, do amor,
que por vezes fica ofuscado pela técnica e
pelas leis de mercado, que invadiram o
mundo da saúde e da assistência… A
Ordem deve percorrer um caminho que
ponha em prática o ensinamento social da
Igreja, servindo-se de técnicos
competentes que deixem espaço à
criatividade do amor e à espiritualidade da
Ordem. (ISJD, Carta de Identidade, 8.1.)
Por outro lado, as nossas obras não
permanecem à margem na luta pela justiça. A ação envolve uma variada e multifacetada ação social,
legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover e despertar as forças espirituais que constituem e
fazem prosperar a justiça.
Como instituições eclesiais somos sempre portadores de um elemento específico, “o amor que não se busca
a si próprio”. O amor – caritas – será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa. Sempre haverá
sofrimento que vai precisar de ajuda e consolo. Haverá sempre situações de necessidades materiais,
psíquicas e espirituais, nas quais é indispensável um compromisso que manifeste concretamente o amor ao
próximo. (IHSCJ, Marca de Identidade, 23)
Social:
Colaborando com todos os outros, os cristãos comprometam-se na justa resolução dos problemas
económicos e sociais. Dediquem-se, com cuidado especial, à educação das crianças e da juventude por meio
das várias espécies de escolas, as quais hão de ser consideradas não só como meio exímio de formação e
promoção da juventude cristã, mas também, simultaneamente, como serviço da maior importância para as
pessoas e, em particular, para os povos em vias de desenvolvimento, a fim de elevar a sua dignidade de
seres humanos e preparar condições de vida mais humanas. Além disso, tomem parte nos esforços dos
povos que, lutando contra a fome, a ignorância e a doença, se afadigam por melhorar as condições de vida e
por assegurar a paz no mundo. Nesta atividade os cristãos colaborem efetivamente, com prudência, nas
iniciativas promovidas pelas instituições particulares e públicas, pelos governos, pelos organismos
internacionais, pelas diversas comunidades cristãs e religiões não-cristãs.
A Igreja, porém, não quer, de maneira nenhuma, imiscuir-se no governo da cidade terrena. Nenhuma outra
autoridade ela reclama para si senão a de, com a ajuda de Deus, estar ao serviço das pessoas através da
caridade e do serviço fiel”. (Decreto Ad Gentes, 12b,c)
7 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
QUINTA-FEIRA 16
Tema: Felizes os misericordiosos...
Biblíca: …porque encontrarão misericórdia (Mt 5, 7)
«Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do
mundo. Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-
me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.» Então, os
justos vão responder-lhe: «Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e
te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando te vimos
doente ou na prisão, e fomos visitar-te?» E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: «Em verdade vos digo: Sempre
que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.» (Mt 25, 34-40)
Institucional:
“A nossa hospitalidade tem a sua origem na vida de
Jesus de Nazaré” (Const. 20), a quem imitou fielmente
o nosso Fundador, entregando-se inteiramente ao
serviço dos pobres e dos doentes (Const. 1a). Então,
João de Deus somos nós: partilhamos os seus dons, a
sua fé, a sua sensibilidade perante o sofrimento
humano, a sua entrega incondicional no serviço, a sua
humildade e criatividade caritativa. O seu itinerário
espiritual é a proposta pedagógica que o Espírito
Santo nos oferece para desenvolvermos em nós o
carisma da hospitalidade. Também nós, como ele,
somos pessoas em caminho, viandantes e peregrinos
no meio de um mundo globalizado e enormemente complexo. A sua peregrinação interior, a sua caminhada
espiritual até ao rebaixamento mais profundo, até à miséria humana, são para nós a melhor proposta de
espiritualidade, de missão e de comunhão (Const. 5): são uma casa e uma escola de espiritualidade! (ISJD,
Caminho de Hospitalidade, 79)
O P. Menni, partindo de uma relação profunda e dinâmica com Cristo misericordioso e sanador e as
fundadoras Maria Josefa Récio e Maria Angústias Giménez, com outras oito irmãs, em resposta ao dom
recebido, desenvolveram uma criatividade de tal ordem que continua a ser um desafio para nós. Deles,
podemos aprender a viver e a realizar a missão de modo atual e profético. Com eles, enfrentamos a pergunta:
como teremos que ser e que teremos de fazer como hospitaleiros, hoje? (IHSCJ, Marca de Identidade, 3)
Social:
A caridade pressupõe e transcende a justiça: esta «deve ser completada pela caridade». Se a justiça «é, em
si mesma, apta para “servir de árbitro” entre os homens na recíproca repartição justa dos bens materiais, o
amor, pelo contrário, e somente o amor (e portanto também o amor benevolente que chamamos
“misericórdia”), é capaz de restituir o homem a si próprio» (CDSI, 206)
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SEXTA-FEIRA 17
Tema: Felizes os puros de coração…
Biblíca: …porque verão a Deus (Mt 5, 8)
Deveis renovar-vos pela transformação do Espírito que
anima a vossa mente; e deveis revestir-vos do homem
novo, que foi criado em conformidade com Deus, na
justiça e na santidade, próprias da verdade. Por isso,
despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu
próximo, pois somos membros uns dos outros.S e vos
irardes, não pequeis; que o sol não se ponha sobre o
vosso ressentimento, nem deis espaço algum ao diabo.
Aquele que roubava deixe de roubar; antes se esforce
por trabalhar com as suas próprias mãos, fazendo o bem, para que tenha com que partilhar com quem passa
necessidade. Nenhuma palavra desagradável saia da vossa boca, mas apenas a que for boa, que edifique,
sempre que necessário, para que seja uma graça para aqueles que a escutam. E não ofendais o Espírito
Santo de Deus, selo com o qual fostes marcados para o dia da redenção. Toda a espécie de azedume, raiva,
ira, gritaria e injúria desapareça de vós, juntamente com toda a maldade. Sede, antes, bondosos uns para
com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo. (Ef 4, 23-
32)
Institucional:
Os nossos fundadores ensinam-nos a forjar, com ousadia e criatividade, uma nova era congregacional,
gerando novas expressões de espiritualidade, experiências de comunhão, estilos de governo, compromissos
com o projeto hospitaleiro de serviço à pessoa que sofre. Seguindo o seu exemplo, queremos abrir caminhos
de missão mais inculturados e proféticos que conduzam a hospitalidade para além do que podemos imaginar,
porque “este amor não tem fronteiras”. Continuamos a percorrer este caminho confiando em Deus. Como os
setenta e dois discípulos enviados por Jesus aonde ele havia de ir, envia-nos hoje a nós como comunidade
religiosa e como comunidade hospitaleira para uma única missão: levar a paz, curar os doentes, convocar
outras pessoas para que se juntem a este projeto de serviço às pessoas que sofrem e anunciar a presença
do Reino. (IHSCJ, Documento Capitular, Introdução)
… A nossa comunidade, não obstante a diversidade das pessoas, aceita e estima os jovens que abraçaram
há pouco tempo a nossa vida hospitaleira e nos enriquecem com o seu entusiasmo e a sua criatividade, trata
e ama os Irmãos doentes e idosos que, com a sua experiência, com o seu sacrifício e a sua oração, são
membros fecundos tanto para a Igreja como para a Ordem; ... (ISJD, Const., 37a)
Social:
O princípio da solidariedade implica que os homens do nosso tempo cultivem uma maior consciência do
débito que têm para com a sociedade na qual estão inseridos: são devedores daquelas condições que tornam
possível viver a existência humana, bem como do património, indivisível e indispensável, constituído pela
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cultura, pelo conhecimento científico e tecnológico, pelos bens materiais e imateriais, por tudo aquilo que a
história da humanidade produziu. Um tal débito há de ser honrado nas várias manifestações do agir social, de
modo que o caminho dos homens não se interrompa, mas continue aberto às gerações presentes e futuras,
chamadas juntas, umas e outras, a partilhar na solidariedade do mesmo dom. (CDSI, 195)
SÁBADO 18
Tema: Felizes os pacificadores…
Biblíco: …porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5, 9)
Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: «A paz esteja nesta casa!» (Lc 10, 5)
Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele. Deus é amor, e quem permanece no amor
permanece em Deus, e Deus nele. É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de
confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi. No amor não há temor; pelo
contrário, o perfeito amor lança fora o temor; de facto, o temor pressupõe castigo, e quem teme não é perfeito
no amor. Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio
ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê.E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão.
(1jo 4, 16-21)
Institucional:
O núcleo central da missão de Jesus consiste em levar a paz e proclamar o Reino. Permanecer na mesma
casa e oferecer-nos mutuamente, Irmãs e colaboradores, o dom da paz significa: sentar-nos à mesma mesa,
que é a missão; alimentar-nos do mesmo pão, que é a história congregacional; beber da mesma fonte, que é
o carisma; recriar a hospitalidade, que é o projeto de todos, para o qual cada um pode contribuir a partir da
sua própria identidade e do seu compromisso profissional. Trata-se de partilhar encorajamento e inspiração,
conhecimentos e espiritualidade. Jesus diz-nos também a nós que a felicidade é verdadeira quando a missão
se realiza em seu nome e se coloca o seu êxito nas mãos de Deus; ensina-nos que o serviço generoso e
gratuito é libertador e inclusivo; assegura-nos que podemos enfrentar as dificuldades de cada dia, pois os
nossos nomes estão escritos no coração do Pai. (IHSCJ, Documento Capitular, Ide, Envio-vos)
Hoje é necessária essa fantasia criadora que tem
nas gerações jovens os seus melhores
depositários. Nestas circunstâncias históricas, no
mundo de hoje, pluricêntrico e global, nesta Igreja
feita simultaneamente de Igrejas particulares e
católica, a Ordem será capaz de descobrir novas
respostas, de desvendar novos caminhos do
Espírito. Além dos Irmãos, outras pessoas batem
às portas da Ordem, conscientes de serem
portadoras do carisma de João de Deus. Por isso,
há uma abertura nova em relação à “missão
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partilhada”, à “espiritualidade partilhada”, como nova definição da identidade da Ordem. Hoje, a Ordem
manifesta um rosto plural, intercultural, inter-racial. Ela sente-se chamada a propor o caminho espiritual de
João de Deus a homens e mulheres que já não pertencem às culturas ocidentais, como sucedia até agora.
(ISJD, Caminho de Hospitalidade, 2.5)
Social:
Entre as múltiplas implicações do bem comum, assume particular importância o princípio da destinação
universal dos bens: «Deus destinou a terra e tudo o que ela contém para o uso de todés os homens e de
todos os povos, de sorte que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a
regra da justiça, inseparável da caridade». Este princípio baseia-se no facto de «a origem primeira de tudo o
que é bem ser o próprio ato de Deus que criou a terra e o homem, e ao homem deu a terra para que a
domine com o seu trabalho e goze dos seus frutos (Cf. Gn 1, 28-29). Deus deu a terra a todo o gênero
humano, para que ela sustente todos os seus membros sem excluir nem privilegiar ninguém. Está aqui a raiz
da destinação universal dos bens da terra. Esta, pela sua própria fecundidade e capacidade de satisfazer as
necessidades do ser humano, constitui o primeiro dom de Deus para o sustento da vida humana. A pessoa
não pode prescindir dos bens materiais que respondem às suas necessidades primárias e constituem as
condições basilares para a sua existência; estes bens são-lhe absolutamente indispensáveis para alimentar-
se e crescer, para comunicar, associar-se e poder atingir as mais altas finalidades a que é chamada. (CDSI,
171)
DOMINGO 19
Tema: Felizes os que são perseguidos por causa da justiça…
Biblíco: …porque deles é o Reino dos céus (Mt 5,10)
Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra
vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também
assim perseguiram os profetas que vos precederam. Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com
que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós
sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende a candeia
para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em
cima do candelabro, e assim alumia a todos os que
estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos
homens, de modo que, vendo as vossas boas
obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.
(Mt 5, 11-16)
Institucional:
[A justiça] é fonte de uma constante revisão das
nossas atividades e motivações, obriga-nos a
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verificar se os que sofrem são o centro de toda a nossa atividade apostólica e de todas as nossas
preocupações (Const.
103b); se colocamos todas as nossas energias e talentos ao serviço de Deus, nos doentes e necessitados
(Const. 22b; 1d); se, pessoal e comunitariamente, somos guias morais, consciência crítica e antecipadores –
hoje, diríamos refundadores... A espiritualidade na missão exprime-se no entusiasmo, na imaginação
profética. A falta do Espírito conduz à rotina, à monotonia, à mera repetição. A presença do Espírito é fogo
que tudo anima e recria. Um Irmão com espírito hospitaleiro nunca se acostuma ao que faz: em todas as suas
atividades, descobre sempre a novidade do Reino de Deus. (ISJD, Caminho de Hospitalidade, 126)
O Mestre envia-nos “como cordeiros para o meio de lobos”: esta é a imagem clássica da debilidade diante da
violência, dos limites perante as exigências, da pequenez da pessoa face à grandiosidade da obra. Não será
uma tarefa fácil, não desfrutaremos sempre do acolhimento esperado, nem sempre os frutos nos
acompanharão. Precisamos de competência e eficiência, qualidade e sabedoria, fé e perseverança,
humildade e disponibilidade. É hora de fixar o olhar no carisma, de ampliar horizontes, de avançar para novas
metas. Chegou o momento de nos deixarmos conduzir pelo Espírito para recriar a Hospitalidade. Todos –
Irmãs e colaboradores – a partir da nossa própria vocação, somos chamados e enviados a viver a
hospitalidade como um valor universal. Para o seu desenvolvimento, é necessário impulsionar o sentido de
pertença, promover os valores hospitaleiros e assegurar que todos realizem a missão com dedicação,
qualidade profissional, criatividade e humanização. (IHSCJ, Doc. Capitular, 23)
Social:
A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus
Pai, na «missão» do Filho e do Espírito Santo. Este desígnio brota da «fonte do amor», isto é, da caridade de
Deus Pai, que, sendo o Princípio sem Princípio, do qual é gerado o Filho e de quem procede o Espírito Santo
pelo Filho, quis derramar e não cessa de derramar ainda a bondade divina, criando-nos livremente pela sua
extraordinária e misericordiosa benignidade, e chamando-nos depois gratuitamente a partilhar da sua própria
vida e glória. Quis ser, assim, não só criador de todas as coisas mas também «tudo em todas as coisas»
(1cor 15,28), conseguindo simultaneamente a sua glória e a nossa felicidade. Aprouve, porém, a Deus
chamar os homens a esta participação na sua vida, não de modo individual, mas constituindo-os num Povo
em que os seus filhos, que estavam dispersos, se congregassem numa unidade orgânica. (Cf. Jo, 11.52).
(Decreto Ad Gentes, n. 2)
12 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
Felizes sereis, quando os homens vos odiarem,quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso
nome como infame, por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, pois a vossa recompensa
será grande no Céu. Era precisamente assim que os pais deles tratavam os profetas. «Mas ai de vós, os
ricos, porque já recebestes a vossa consolação! Ai de vós, os que estais agora fartos, porque haveis de ter
fome! Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis! Ai de vós, quando todos disserem bem de
vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas. Digo-vos, porém, a vós que me
escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai
pelos que vos caluniam. A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a
capa, não impeças de levar também a túnica. Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é
teu, não lho reclames. O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais os que vos
amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam. Se fazeis bem
aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E, se
emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores
emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem
e emprestai, sem nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do
Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus. Sede misericordiosos como o vosso Pai é
misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis
perdoados. Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso
regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco. (Lc 6, 22-38)
Os Institutos de vida ativa, quer tenham um fim estritamente missionário quer não, examinem sinceramente
diante de Deus se podem alargar mais a sua atividade em ordem à expansão do reino de Deus entre os
gentios; se podem deixar a outros certos ministérios para dedicar às missões as suas forças; se podem
começar a ter atividades nas missões, adaptando, se for preciso, as suas Constituições, embora segundo a
mente do fundador; se os seus membros participam quanto podem na atividade missionária; se o seu modo
de viver é um testemunho do Evangelho adaptado à índole e às condições do povo. (Decreto Ad Gentes,
40c)
13 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
PAPA FRANCISCO:
Evangelizar, nestes tempos de grandes transformações sociais, requer uma Igreja missionária, totalmente
projetada para fora de si mesma, capaz de fazer um discernimento para se confrontar com as diferentes
culturas e visões do homem. Para um mundo em transformação, é necessária uma Igreja renovada e
transformada pela contemplação e pelo contato pessoal com Cristo, pela força do Espírito. O Espírito de
Cristo é a fonte da renovação que nos faz encontrar novos caminhos, novos métodos criativos, várias formas
de expressão para a evangelização do mundo atual. É Ele que nos dá a força para empreender o caminho
missionário e a alegria do anúncio, a fim de que a luz de Cristo ilumine aqueles que ainda não o conhecem ou
o rejeitaram. Por isso, é-nos solicitada a coragem de “chegar a todas as periferias que precisam da luz do
Evangelho” (Evangelii Gaudium, 21). Fraquezas, pecados e impedimentos não nos podem deter no
testemunho e na proclamação do Evangelho, porque é a experiência do encontro com o Senhor que nos
encoraja e nos dá a alegria de O anunciar a todos os povos.
A Igreja, missionária por natureza, tem como prerrogativa fundamental o serviço da caridade a todos. A
fraternidade e a solidariedade universal são inerentes à sua vida e à sua missão no mundo e para o mundo.
Todavia, a evangelização, que deve chegar a todos, é chamada a começar pelos últimos, pelos pobres, por
aqueles cujas costas estão vergadas pelo peso e fadigas da vida. Assim fazendo, a Igreja estende a missão
de Cristo, que “veio para que tivessem vida, e vida em abundância” (Jo 10,10). A Igreja é o povo das bem-
aventuranças, a casa dos pobres e aflitos, dos excluídos e perseguidos, daqueles que têm fome e sede de
justiça. São chamados a atuar a fim de que as comunidades eclesiais saibam acolher com amor preferencial
os pobres, mantendo as portas da Igreja abertas para que todos possam entrar e encontrar amparo.
(Discurso do Papa Francisco aos diretores nacionais das Obras Missionárias Pontifícias, Roma, 9 de maio de
2014).
A admiração e a alegria de um filho que se reconhece servido e amado pelo Pai. Portanto, o temor de Deus
não faz de nós cristãos tímidos e remissivos, mas gera em nós coragem e força! É uma dádiva que faz de nós
cristãos convictos e entusiastas, que não permanecem submetidos ao Senhor por medo, mas porque se
sentem comovidos e conquistados pelo seu amor! (Papa Francisco, Catequese durante a Audiência geral,
Praça de S. Pedro, Roma, 11 de junho de 2014)
14 - Semana Missionária - Hospitaleira 13-19 Outubro 2014
ORAÇÃO FINAL
Deus eterno, cuja imagem está
no coração de todos os povos,
vivemos entre diferentes povos,
com crenças que nos são alheias
e línguas para nós incompreensíveis.
Ajuda-nos a recordar
que ofereces o teu amor a todos os povos,
que cada religião é uma tentativa para te responder,
que os anseios dos outros corações
são semelhantes aos nossos e tu conhece-los.
Ajuda-nos a reconhecer-te nas palavras de verdade,
nas coisas belas,
nos teus gestos de amor para connosco.
Pedimos-Te isso por Cristo,
que não é alheio a povo algum,
juntamente com Maria, rainha das Missões.
Amém