Leonardo da Vinci: Alto-Renascimento - parte 2

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ALTO-RENASCIMENTO1480 – 1520 LEONARDO DA VINCI

PARTE 2

Pelo Professor Gilson Nunes

Com a expansão marítima – os comerciantes, o clero e a nobreza passaram a patrocinar as artes, conhecidos como mecenas, com isso difundiram novos valores e comportamentos.

A arte como reflexo do acumulo de capital, por sua vez a construção de grandes monumentos, igrejas, capelas e catedrais que serviam para enterrar os seus mortos.

Alto-Renascimento ou Renascimento Pleno, 1490 - 1520. Para alguns historiadores da arte, o Renascimento pleno sequer existiu, pelo curto período.

Primeiro artista do Renascimento Pleno.

“A pintura é poesia muda; a poesia, pintura cega”.

(Leonardo da Vinci)

Autorretrato, 1512-15

Nasceu no dia 15 de abril de 1452, na cidade de Vinci, Itália.

“De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu”. Giorgio Vasari.

Aos 14 anos, foi aprendiz de Andrea de Verrocchio, 1466, o atelier mais intelectualizado da época, uma espécie de universidade autônoma, centro de ciências humanas. Conviveu com grandes obras de artistas contemporâneos.

Estudo da Técnica do Panejamento e esfumaçado. Ele usava esculturas, modelos de madeira ou terracota coberta de panos e jóias.

Museu do Louvre, Paris – 1470-84

Aprendendo a compreender os gestos.

Leonardo da Vinci. A Anunciação. 1472-75. Tempera sobre madeira. 0,98 x 2,17. Galleria degli Uffizi, Florença, Itália.

A Virgem, surpresa com a presença do anjo levanta a mão esquerda, interrompe a sua leitura, colocando um dedo na Bíblia para marcar o lugar onde parou.

Sua expressão é de tranqüilidade, em aceitar o papel de mãe do filho de Deus.

Leonardo da Vinci. A Anunciação (detalhe). 1472-75. Tempera sobre madeira. 0,98 x 2,17. Galleria degli Uffizi, Florença, Itália.

Leonardo da Vinci. A Anunciação (detalhe). 1472-75. Tempera sobre madeira. 0,98 x 2,17. Galleria degli Uffizi, Florença, Itália.

Leonardo da Vinci. A Anunciação (detalhe). 1472-75. Tempera sobre madeira. 0,98 x 2,17. Galleria degli Uffizi, Florença, Itália.

Leonardo da Vinci. A Anunciação (detalhe). 1472-75. Tempera sobre madeira. 0,98 x 2,17. Galleria degli Uffizi, Florença, Itália.

A primeira paisagem da história da arte, que serviu de base para o Batismo de Cristo e da Mona Lisa.

Leonardo da Vinci. Vale do Arno, 1473.

A mão do aprendiz Leonardo da Vinci na obra de seu mestre Verrochio.

Andrea de Verrochio. O Batismo de Cristo. 1474-1475. Galeria Uffizi. Florença. Itália.

A paisagem do fundo e o anjo da esquerda foram pintados por Leonardo.

Verrocchio reconheceu a técnica e a habilidade de seu aluno e passou a se dedicar a escultura. Por isto produziu poucas obras.

Leonardo pintou o anjo da esquerda, que segura a túnica de Jesus, numa precisão técnica tão superior ao seu mestre, que havia decidido nunca mais pintar. Pintou boa parte das rochas e da figura do próprio Cristo.

Uma prática comum aos artistas do Renascimento e alto-Renascimento: Retratos de Madonas.

Leonardo da Vinci. The Madonna of the Carnation. 1478-80. 0,62 x 0,47 cm. Alte Pinakothek, Munich

Leonardo da Vinci. A Virgem dos Rochedos. 1483-86. Óleo sobre madeira, 1,99 x 1,22 cm. Museu do Louvre. Paris.

Paisagem selvagem e um vale de águas azuis.

O vestuário do anjo Uriel compete com a simples túnica da virgem, impressa numa figura sóbria e imponente.

Fisiognomia: traços da face como um verdadeiro diagnóstico de gestos e caráter, marca registrada na obra desse gênio da humanidade.

Sem auréolas.

Leonardo da Vinci. A Virgem dos Rochedos. Segunda Versão. 1495-1508. Segunda Versão – Londres.

Nesta segunda versão, o anjo não aponta com o dedo acima da cabeça do menino Jesus, a cor do vestido é sombria e a túnica da virgem ganha mais brilho, suavizando o cenário áspero.

Composição triangular e a paisagem rochosa substituindo os detalhes arquitetônicos.

Acréscimo das auréolas.

Leonardo da Vinci. A Virgem dos Rochedos. Segunda Versão. 1495-1508. Segunda Versão – Londres.

Leonardo da Vinci. A Virgem dos Rochedos. 1483-86. Óleo sobre madeira, 1,99 x 1,22 cm. Museu do Louvre. Paris.

Leonardo da Vinci. A Virgem dos Rochedos. Segunda Versão. 1495-1508. Segunda Versão – Londres.

Nesta segunda versão, Maria e as crianças ganham uma auréola, o anjo Uriel, perde o seu brilho imponente e sua pose, cedendo lugar a uma virgem mais brilhante, suavizando o cenário áspero.

Segredos da imagem.

O menino da direita é João Batista abençoando Jesus acima, à esquerda.

A mão da virgem se posiciona sobre a cabeça do pequeno João Batista, em um gesto ameaçador - lembram as garras de uma águia, agarrando uma cabeça invisível.

Sobre os dedos cursados da virgem, o anjo Uriel faz um gesto de quem decepa uma cabeça, como se cortasse o pescoço da cabeça invisível que estava na mão da virgem.Leonardo da Vinci. A Virgem dos Rochedos. 1483-86. Óleo sobre madeira, 1,99 x 1,22 cm. Museu do Louvre. Paris.

Leonardo da Vinci. A virgem e o menino com Santa Ana, 1508. Museu do Louvre, Paris.

O menino Jesus brinca com o cordeiro grosseiramente, antecipando o seu sacrifício.

“Faça sempre suas figuras de tal modo que o tronco não esteja orientado na mesma direção da cabeça. Deixe o movimento da cabeça e dos braços ser suave e agradável, valendo-se de diferentes giros e torções”. Leonardo.

Salai, criado do pintor.

Leonardo da Vinci. São João Batista. 1510-15. ost, 177x115. Museu do Louvre, Paris.

Leonardo foi um péssimo aluno em matemática, mas para superar sua deficiência foi estudar com um dos melhores professores da época, Fra de Luca Pacioli.

Retrato de Fra Luca Pacioli, de Jacopo de Barbari. 1495.

Foi na matemática que Leonardo encontrou respostas para sua arte. Uma formula usada pelos egípcios e pelo arquiteto grego Phidias, que construiu o Partenon. Logo o símbolo Phi é pronunciado com F em homenagem ao arquiteto grego.

O que é o numero de ouro? É uma proporção áurea, considerada um presente de Deus ao mundo, que estabelece uma harmonia e proporção agradável à vista.

Exemplo: Um segmento de reta, onde suas extremidades são A e C, ponha um ponto próximo a A, ou seja, a letra B. Onde o B se aproxima mais do espaço do A. Essa é formula da perfeição. 1,618

A obra de arte é uma resolução matemática

Leonardo da Vinci, Anunciação, 1472-75, Museu do Louvre, Paris.

O umbigo é o centro do círculo, e as demais partes parecem se mover, enquanto o umbigo permanece imóvel.

Já o pelo pubiano é o centro do quadrado, a síntese do corpo humano.

Este desenho é baseado no terceiro livro do arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio, em seu tratado sobre as proporções do corpo humano. Século I a. C.

A cabeça é calculada como uma oitava da altura do corpo .

Formula imortalizada no Homem vitrúvio.

Mede o teu braço inteiro e divide pelo tamanho do cotovelo: o resultado é 1,618.

A altura do teu crânio dividido pelo tamanho da tua mandíbula ao alto da cabeça; o resultado é 1,618.

Observe o tamanho do seu dedo da mão dividido em partes.

Fórmula imortalizada no Homem vitruvio.

Escrevia da direita para a esquerda, só possível a leitura com um espelho. Poderia ser um código de difícil acesso aos espiões. Escrevia embaralhado, ou seja, anagramas. Palavras cruzadas.

Ana do grego=voltar ou repetir – graphein=escrever.

Numero de ouro da Última Ceia

Leonardo da Vinci. Última Ceia. 1495-98. Refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, Milão. Itália.

Leonardo da Vinci. Última Ceia. 1495-98. Refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, Milão. Itália.

Número de ouro na Monalisa.

Monalisa, o quadro mais popular do mundo.

Lisa Gherardini, mulher do comerciante Francesco del Giocondo.

O título Mona Lisa: foi dado pelo biógrafo Vasari.

Mona Lisa ou Gioconda.

Véu da maternidade, pois ela teria sido mãe e o retrato foi possivelmente para comemorar a maternidade, por isso se percebe a volumetria dos seios.

Olhar apurado sobre a obra:

Vestido sem detalhe, de cor escura para não ofuscar as mãos, o peitoral e os olhos.

Quando uma pessoa olha para o retrato foca sua visão nos olhos. Enquanto sua boca é observada pela visão periférica.

Quando se olha para sua boca, os detalhes prevalecem e o sorriso desaparece.

O esfumaçado foi responsável para aumentar a curvatura do sorriso.

Para o professor Nicu Sebe, da Universidade de Amsterdã, 83% da expressão do rosto e de felicidade, 9% de desprezo, 6% de medo e 2% de ira. Isso só foi possível mediante um programa de computador que reconhece as emoções humanas.

Para o Neurologista da Universidade de Harvard, “ninguém nunca será capaz de ver Mona Lisa sorrindo ao olhar para sua boca”.

Em 1911, o italiano Vincenzo Peruggia, roubou o quadro do Louvre, devolvendo o quadro por “patriotismo”.

Para o escritor Donald Sasson, o quadro nunca foi o preferido, quando iniciou, morria de tédio diante da suposta mulher, quando concluiu, estava apaixonado, afirmou: “Não achava a Mona Lisa particularmente bonita, mas agora acho, embora ainda não tenha descoberto por que ela sorri”.

Para Sasson, todo homem precisa de uma mulher para cultuar, os católicos a Virgem Maria e para os intelectuais e agnósticos restou a Mona Lisa. Foi tão cultuada que tornou-se popular. Quando o povão começou a se aglomerar na porta do Louvre, os intelectuais que antes a adoravam, torceram o nariz para a coitada. Foi um passo para o achincalhamento. Justamente no auge do movimento da pop arte 1965.

Segundo o Professor romeno Nicu Sebe, da Universidade de Amsterdã. Para ele 83% da expressão do rosto é de felicidade, 9% de desprezo, 6% de medo e 2% de ira.

Olhos nos olhos: relação de intimidade.Desviando o olhar: impressão de estar assistindo uma terceira cena (pessoa). Indiferença, desejo de diálogo.

O cubismo do início do século XX – Homenagem ou ironia?

Kazimir Malevich. 1914. Óleo e colagem. 0,62 x 0,49cm. Russian Museum. St. Petersburg.

Dadaismo: pura ironia, revelando o lado obscuro da Monalisa.

Marcel Duchamp, 1919. 0,19 x 0,12 cm. Mary Sisler collection. New York.

Fernando Léger., 1930. Óleo sobre tela, 0,91 x 0,27. Museu Nacional Fernando Léger

Surrealismo: a expressão do inconsciente.

Salvador Dali, 1954.

Em 1956, o boliviano Hugo Unzaga Villegaz jogou uma pedra na coitada imortal, por que viu nela o retrato da mãe, perdida num “bordel de esculturas desavergonhadamente nuas”.

É a obra de número 779 do Museu do Louvre, em Paris.

Em 1963, o quadro viajou aos Estados Unidos. Muitos artistas se debruçaram sobre a imagem histórica para deixar suas impressões sobre a obra. Arte proto-conceitual. Pop art.

Andy Warhd – 1963.

Ayad Alkadhi. 1971.

Jasper Johns. 1983.

Fernando Botero, 1983.

Giovanopoulos, 1989.

Uso das novas tecnologias.

David Teixidor Buenaventura, 2001.

Para Sasson, todo homem precisa de uma mulher para cultuar, os católicos a Virgem Maria e para os intelectuais e agnósticos restou a Mona Lisa. Foi tão cultuada que tornou-se popular. Quando o povão começou a se aglomerar na porta do Louvre, os intelectuais que antes a adoravam, torceram o nariz para a coitada. Foi um passo para o achincalhamento. Justamente no auge do movimento da pop arte 1965.

O quadro foi mutilado, cortado na parte de baixo. A árvore que surge por trás da jovem representa a pureza e a castidade.

A expressão facial da jovem chama atenção não se sabe se está cansada, triste, serena ou zangada.

Carrega consigo um rol de sentimentos incalculáveis. Rica, mas ausente de jóias, tem como adorno a própria beleza natural da paisagem. Olha para o espectador sem encarar. Seu olhar é estrábico.

Ginevra de Benci (filha de um banqueiro) Ginevra de'Benci. c.1478-1480. Oil

and tempera on wood. National Gallery of Art, Washington

Atrás do quadro um pergaminho com louros e uma palma, ambos em torno de um pequeno ramo de zimbro, a árvore do fundo do quadro. No pergaminho escrito: A beleza adorna a vida.

Ginevra de'Benci. c.1478-1480. Oil and tempera on wood. National Gallery of Art, Washington

O movimento interrompido do animal e da mão.

Ela parece reagir a presença de alguém fora da pintura em um movimento de cabeça e tronco, o gesto, e sua mão no movimento dá segurança.

O arminho é uma alusão ao apelido da jovem aristocrata.

O animal é considerado sinal de pureza, pois um arminho prefere morrer em uma caçada do que se refugiar em uma toca, para não sujar seu manto branco.

Cecilia Gallerani (Lady with an Ermine). c.1490. Oil on wood. Czartorychi Muzeum, Cracow, Poland.

Cecilia Gallerani (Lady with an Ermine). c.1490. Oil on wood. Czartorychi Muzeum, Cracow, Poland.

A jovem era amante de Ludovico, este passou a usar o arminho como um de seus emblemas, que aparece bem penteado e acariciado pela sua amante.

Leitura da imagem, segundo Antonio Carlos José, in: www.teosofia-liberdade.org.br (06 de julho de 2002). Conhecimento astrológico.

Leonardo da Vinci. Última Ceia. 1495-98. Refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, Milão. Itália.

O apóstolo traidor, é o único de costas para o espectador do quadro e que está à sombra. Atrás de suas costas uma estranha mão com uma faca e na sua frente um saleiro derrubado, enfatizando a traição. O que se esconde por trás do quadro é que a própria igreja católica teria traído os ideais cristãos.

Leonardo da Vinci. Última Ceia. 1495-98. Refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, Milão. Itália.

Em 1652 – uma porta foi aberta cortando os pés de Cristo. Em 1796, as tropas de Napoleão fizeram uso da porta. Em 1800 uma enchente inundou a Igreja atingindo-a.

Leonardo da Vinci. Última Ceia. 1495-98. Refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, Milão. Itália.

O discípulo do lado direito de Cristo é Maria Madalena, de mãos dadas com o Messias, confirmando o casamento dos dois.

Leonardo da Vinci. Última Ceia. 1495-98. Refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, Milão. Itália.

São João com feições femininas está associado o Maria Madalena, que teria sido esposa e mãe de sua filha Sara. Jesus por ser rabino não poderia ser solteiro.

O olho direito é o centro de tudo. Ponto de fuga?

Tendo o centro Cristo (o Sol da Criação). Semelhança ao Deus egípcio Amon-Rá?

Separando os apóstolos, temos 4 grupos de três, associando as 4 estações do ano. Cada estação em três meses.

Primavera: Março, abril e maio (Áries, touro e gêmeos);

Verão: junho, julho e agosto (câncer, leão e virgem);

Outono: setembro, outubro e novembro (libra, escorpião e sagitário);

Inverno: dezembro, janeiro e fevereiro (capricórnio, aquário e peixes).

À cabeceira da mesa, ao extremo do lado esquerdo de Cristo, Simão, representando Áries.

Leonardo representa da esquerda para a direita, pois os signos se movimentam em sentido contrário.

À cabeceira da mesa, ao extremo do lado esquerdo de Cristo, Simão, representando Áries.

Leonardo representa da esquerda para a direita, pois os signos se movimentam em sentido contrário.

Áries, o signo que abre o zodíaco, tem como característica o pioneirismo, a liderança, a iniciativa.

Este é o seu papel ao se sentar na cabeceira da mesa. Sua cabeça se sobrepõe aos demais.

Ele fala e os outros observam. Áries, relacionado ao Eu, a personalidade. Personificação do ego psicológico.

Libra (João) corresponde ao outro, o relacionamento, a satisfação da necessidade do parceiro. Clima de paz, harmonia, equilíbrio e beleza.

A figura de João (libra), oposta a Simão, recebe e observa todo o impacto que foi falado, exercendo uma postura de submissão e recolhimento. Mão em posição de reconciliação, com semblante feminino, pois Libra, pelos seus valores está associado à condição receptiva. O manto que se divide em duas cores remete ao equilíbrio. O outro com quem o ego se relaciona. Regido por Vênus

Na pintura renascentista era tradição representar João Batista o mais jovem dos 12 discípulos, com aparência andrógena, quase feminina, e sempre à direita de Jesus.

Judas Tadeu relacionado ao signo de Touro, caracterizado pelos valores pessoais, posses e carece de desenvolver uma estrutura sólida, ter apoio, é o único que se apóia à mesa.

Judas é o único de costas para o espectador. Uma faca saindo por suas costas e um saleiro derramado a sua frente, enfatiza a traição. A mensagem revelada seria que a igreja Católica teria traído os ideais cristãos.

Judas Escariotes, Escorpião, relaciona-se com os valores do outro, da transformação, da regeneração ou da morte. Regido por Plutão. Judas foi o mais leal de todos os apóstolos, quem assume a missão mais penosa do grupo, a traição.

Judas é representado como alguém que ver a cena de fora, ao analisar o rumo dos acontecimentos, característica própria de escorpião. Com isso poder traçar as estratégias de ação.

Escorpião, é o motor do zodíaco, pois é quem determina os processo de transformação necessários à evolução da vida.

Mateus, (gêmeos) cujo regente é Mercúrio, está relacionado a todo processo mental e de comunicação, o acúmulo de conhecimento cognitivo aplicado a realidade material. (O próprio Leonardo?). Os geminianos são esbeltos e ágeis, joviais, de olhar curioso e por considerar possíveis todas as situações, às vezes, se tornando contraditórios, instáveis, volúveis. Seus olhos e seus braços reproduzem esse conceito ao olhar para Simão. Pode apresentar ambigüidade entre o que foi dito e o que o grupo pensa. Fala com os ombros, braços e mãos, o repórter de Cristo, como Mercúrio o mensageiro de Júpiter.

Pedro (Sagitário), opondo-se a Mateus, está relacionado a religião. Segundo assuntos superiores, o conhecimento abstrato e se lança espontaneamente rumo ao desconhecido, sendo às vezes atribulado, podendo se expressar com excesso de franqueza. O que fundou a igreja, junto com Paulo.

A fé quando levada as últimas conseqüências pode ser cega e em sua defesa tudo pode ser permitido. A mão está a assegurar uma faca como defesa de suas próprias idéias, não em atitude ameaçadora a João. O Sagitário, o

centauro, empunhando o arco com a flecha a ser arremeçada, reage anatomicamente os quadris e isso está evidente na pintura, na medida em que a mão direita nela se apóia.

Felipe, relacionado a Câncer. Aqui chegamos ao fundo do zodíaco ou ao fundo do céu. Ponto axial do inconsciente, devocional e materno, ligado às origens da tradição. Relacionado ao lar e a família.

Com semblante feminino, leva as suas mãos ao peito como se estivesse chamando todos como filhos a se reconciliarem. Câncer rege os seios, estômago e útero. As posições das mãos com os braços o formato das garras do caranguejo.

André, (Capricórnio), cauteloso e prático, podendo vir a ser frio e pessimista. Enquanto Felipe diz “venha a mim”. André diz:”afasta de mim”, pois para assumir as responsabilidades há de calcular e planejar.

Corresponde anatomicamente a toda construção óssea, joelhos, pele. É o único que apresenta s dedos esqueléticos, transparecendo a estrutura óssea.

Thiago Maior, (Aquário), regente Urano, mudanças drásticas e abruptas, está associado com valores humanos, progressista, e a impessoalidade. Não aparece em primeiro plano e não se expõe isoladamente, e sim através de um grupo e com diplomacia.

É o signo da amizade, pois isso abraça André e Pedro, demonstrando que a força vem do grupo, e não da atitude individual de Leão.

André, (Capricórnio), cauteloso e prático, podendo vir a ser frio e pessimista. Enquanto Felipe diz “venha a mim”. André diz:”afasta de mim”, pois para assumir as responsabilidades há de calcular e planejar.

Corresponde anatomicamente a toda construção óssea, joelhos, pele. É o único que apresenta s dedos esqueléticos, transparecendo a estrutura óssea.

Tomé, como virgem. Está relacionado à praticidade, à análise e à crítica. Necessidade de compreender as coisas. “Só vendo para crer”, - É São Tome é?

Questiona até o próprio Cristo, na medida em que coloca o seu dedo indicador direito à frente de Jesus. Como tende à timidez e humildade, é colocado afastado da mesa.

Bartolomeu, (Peixes), do outro lado da mesa, num ponto difuso, que parece que não sabe o que está se passando, sua visão extrapola o limite da cena.

Não fala, só observa, contempla e aceita. Peixe rege os pés, é justamente seus pés que estão iluminados.

Peixe tem grande potencialidade intuitiva, mas necessita conhecer como pode transformar a sua natureza, o seu sentimento de servir a humanidade de forma mais prática e construtiva.

Associado ao ser sonhador, a inspiração e compreensão. São compassivos, emotivos, intuitivos e românticos. Por este motivo tem dificuldade de perceber a realidade, pois são sonhadores.

Luz projetada a sua esquerda e a sombra a direita – caráter simbólico.

Cristo abre a sua mão como se estivesse a alimentar àqueles da sua esquerda, onde ocorrem o nascimento e o crescimento.

Mão para baixo num ato de absorção das energias e experiências acumuladas pelas estações de outono e inverno, relacionada com a maturidade e a morte.

Ao lado de Cristo forma-se um círculo. Com dois triângulos – o Masculino e o Feminino.

As roupas de Cristo e João/Maria são das mesmas cores, enfatizando sua união. Os braços dos dois formam uma seta apontando para baixo – em “V” ícone antigo do poder da mulher. Ambos os corpos acrescidos aos braços, o “V” torna-se “M” de Maria ou Matrimônio.

Ausência do cálice sobre a mesa, uma engenhosidade do artista de camuflar a representação de Maria Madalena, simbolizando o Santo Graal (Sangue Real). Receptora do sangue de Jesus ou de seus filhos.

Liberdade de pensamento e autonomia dos artistas – arte e ciência.

Oposição a cultura medieval dominante – a negação do teocentrismo (criacionismo) em favor do antropocentrismo (o homem como centro e medida de todas as coisas)

Referencial

BECKET, Wendy. A história da Pintura. São Paulo, Ática, 1997.

JANSON, H. W. História Geral da Arte: o mundo antigo e a Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo, UNESP, 2000.

PEREIRA, F. M. Esteves. Os manuscritos Iluminados. In: a iluminura em Portugal, catálogo da exposição inaugural do arquivo nacional da torre do Tombo. Porto, Lisboa, Ed. Figueirinhas, 1990.

CHEVALIER, Jean et GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1988.

FRANCO.RJ, H. Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense, 1988.

SPENCE, David. Grandes Artistas: vida e obra. São Paulo, Melhoramentos, 2004.

Revista:

História Viva: Bizâncio: o paraíso dos negócios e do saber na Idade Média. Ano: VI, nº 74, pp. 28-54.

Mestres da Pintura: Michelangelo. Editora on-line, São Paulo, s/d.

Galeria, revista de arte. São Paulo, Editora Telma Cristina Ferreira, Ano 4, junho/julho de 1990. pp. 62-77.

Folha de São Paulo. Michelangelo ofusca mestres na Sistina. F. 10, 14 de abril de 2005.

Superinteressante. O segredo de leonardo. São Paulo. Edição 205. Editora Abril, 2004. pp. 60-67.

Veja. Muito além do código da Vinci. São Paulo. Edição 1956, Ano 39, nº 19, Editora Abril, 2006. pp. 126-134

www.brasilescola.com/mitologia/brasilescola.htm

www.amazonline.com.br/heraldica/heraldica.htm - (tudo sobre brasões)

www.arteguias.com

www.logosphera.com/.../sereias/sereias.htm

www.minerva.uevora.pt

www.pitores.com.br

www.sergioprata.com.br – (afresco)

www.wga.hu/frames-e.html

www.guaciara.worpress.com/.../27/a-cruz-de-cimabue/ - 27/09/2009.

Criação e autoria:

Gilson Cruz Nunes Especialista em Artes Visuais – UFPB

Professor da Disciplina de Artes das Escolas: Dr. Hortênsio de Sousa Ribeiro – Rede Estadual Pe. Antonino e Lafayete Cavalcante – Rede Municipal. Campina Grande, 12 de janeiro a 25 de fevereiro de

2010. Paraíba – Brasil. gilsonunes2000@bol.com.br –

professorgilsonunes.blogspot.com