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LEVANTAMENTO DE PAISAGENS E ELABORAÇÃO DE UM MAPA GEODIDÁTICO DO MUNICÍPIO DE ANTONIO OLINTO – PR
Autor: Feliciano Nunes Prochera1
Orientador: Antonio Liccardo2
Resumo
A problemática abordada neste artigo foi a falta de argumentação e discernimento crítico, o pouco interesse por questões sociais, econômicas, políticas locais e mundiais e a não valorização do espaço geográfico de vivência, por grande parte dos alunos do 8º ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Duque de Caxias, no município de Antonio Olinto. O objetivo geral foi fornecer elementos científicos para que o aluno possa olhar a natureza e suas alterações de maneira mais crítica e consciente, ter posicionamento sobre questões cotidianas (sociais, políticas, econômicas) que envolvam seu lugar, interagindo com elas. Este artigo teve, como ponto de partida, a carga de experiências e os conhecimentos empíricos dos alunos, que junto com a teoria possibilitaram uma melhor compreensão do seu lugar de vivência. A metodologia foi norteada pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008), pela qual os alunos deverão apropriar-se dos conceitos básicos de geografia (lugar, paisagem, região, território, natureza e sociedade) em escala local, correlacionando com o global. Para isto acontecer foi necessário realizar um levantamento das principais paisagens de interesse didático da região de Antonio Olinto, pelos alunos envolvidos no projeto. Com esse estudo os alunos envolvidos fizeram o reconhecimento das relações que se desenvolvem no seu espaço de vivência e traduziram este conteúdo para um mapa geodidático do município.
Palavras-chaves: inventário; mapa didático; paisagem; motivação; aula de campo.
1Graduado em Geografia, FAFI, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória – PR
Pós-Graduado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, pela FAFI.
2Professor DEGEO – Departamento Geociências da UEPG – Ponta Grossa - PR
SURVEY OF LANDSCAPES AND MAKING A GEODIDACTIC MAP OF THE ANTONIO OLINTO COUNTY, PR
Abstract
Problems talked over this article have been a lack of argumentation and critical discernment, little interest for social, economic, general politic and a lack of importance of the geographical and living space by the greater number of the 8th grade of state school Duque de Caxias, in Antonio Olinto county. The purpose has been to supply the pupil with scientific elements, so he can look at the nature and its alterations in a more critical and conscientious way and also to have opinion about social, political and economic questions which imply his place interacting with them. This article has, as starting point, the amount of experience and the pupil’s empirical knowledge, which joined to the theory, makes possible a better comprehension of the place where he lives. The methodology has been guided by “Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná” (2008) and the pupil has to know geographical basic concepts like place, landscape, region, territory, nature and society in local scale. To happen so, it has been necessary to achieve a research of the main landscapes of didactic interest in Antonio Olinto region, made by the pupils involved in this project, that have recognized the relations that develop in their place and translated this contents into a geodidactic map of the county.
Keywords: inventory; geodidactic map; landscape; motivation; class field.
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1 Introdução
O tema de estudo é a dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego
de tecnologias de exploração e produção, pois essa pesquisa pode contribuir
significativamente no processo de ensino-aprendizagem, instigando o aluno a olhar
de forma mais crítica para a realidade que o cerca, e, principalmente, compreender
que a paisagem visualizada é resultado de relações sociais, políticas e econômicas.
A proposta é perceber a paisagem como resultado de múltiplas relações humanas,
estando em constante processo de transformação, sendo o próprio aluno
participante dessa dinâmica.
Os estudantes com certeza conhecem o campo e a cidade, pois já passaram
por esses espaços e sabem diferenciá-los pelos elementos naturais e culturais que
os compõem. Nos livros didáticos de geografia utilizados pelos alunos também
aparecem imagens, fotografias, gravuras, tabelas e gráficos, geralmente de lugares
distantes de sua realidade local. Talvez por isso, muitas vezes não compreendem as
relações existentes entre esses espaços e seu papel na transformação da natureza,
demonstrando desinteresse pelos conteúdos da Geografia. Isso vem provocando
dificuldades na aprendizagem dos alunos, tornando as aulas desinteressantes, sem
motivação e pouco atrativas para eles, já que há defasagem na compreensão das
relações entre o espaço local e o global.
A Geografia assume, deste modo, um papel de grande importância na
escola em face da necessidade de bem conhecer o lugar em que a sociedade está
instalada e sua interação com o espaço. Cabe à Geografia, estudando as relações
entre a sociedade e a natureza, analisar a forma como a sociedade atua, criticando
os métodos utilizados e indicando as técnicas e as formas sociais que melhor
mantenham o equilíbrio ecológico e o bem-estar social (ANDRADE, 1987).
O projeto “Levantamento de paisagens e elaboração de um mapa geodidático do município de Antonio Olinto-PR”, onde os alunos realizaram um
levantamento das paisagens mais relevantes do seu lugar, seguindo critérios
naturais, econômicos e sociais, contribuiu para uma análise da paisagem e permitiu
atingir o significado de espaço geográfico. Por definição este espaço é formado por
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um “conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações não
considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a historia se dá”
(SANTOS, 1986), e forneceu elementos sociais e científicos para que os alunos
possam observar a natureza e suas alterações de maneira mais crítica e consciente.
Além disso, desenvolveu posicionamentos sobre as questões sociais, políticas,
econômicas do seu lugar, levando-os a interagir com ele, para a melhoria de
qualidade de vida.
A problemática abordada neste artigo foi a falta de argumentação e
discernimento crítico, o pouco interesse por questões sociais, econômicas, políticas
locais e mundiais e a não valorização do espaço geográfico de vivência, por grande
parte dos alunos do 8º ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Duque de
Caxias, no município de Antonio Olinto.
O objetivo geral foi fornecer elementos científicos para que o aluno possa
olhar a natureza e suas alterações de maneira mais critica e consciente, ter
posicionamento sobre questões cotidianas (sociais, políticas, econômicas) que
envolvam seu lugar, interagindo com elas.
Esta pesquisa teve, como ponto de partida, a carga de experiências e os
conhecimentos empíricos da realidade dos alunos, que utilizadas junto com a teoria
possibilitaram uma melhor compreensão do seu lugar de vivência.
A metodologia foi norteada pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica
do Paraná (2008), pela qual os alunos devem apropriar-se dos conceitos básicos de
geografia (lugar, paisagem, região, território, natureza e sociedade) em escala local,
correlacionando com o global. Para isto acontecer foi necessário realizar um
levantamento das principais paisagens de interesse didático da região de Antonio
Olinto, pelos alunos envolvidos no projeto. Os critérios utilizados se relacionam aos
aspectos físicos, humanos e econômicos da região vivenciada pelos alunos. Como
exemplos foram citados cachoeiras, gruta, pedreira, desmatamentos, áreas de
extração vegetal e mineral. Os passos para a elaboração desse artigo foram:
pesquisa junto à comunidade escolar de pontos da paisagem que mereceram
destaque; fotografias das paisagens mais relevantes; classificação das imagens de
acordo com critérios naturais, humanos e econômicos; definição dos conceitos
básicos da geografia (lugar, paisagem, região, território, natureza e sociedade);
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localização no mapa do município dos pontos de interesse mais relevantes;
produção de textos sobre as fotografias, com informações (local e características);
inserção dos pontos da paisagem mais relevantes no mapa do município e
disponibilização para a comunidade em meio digital e em cartazes impressos.
2 Contexto histórico e geográfico
Antônio Olinto, no sudoeste paranaense, possui uma área de 469,8 km² e se
localiza na latitude 25°59'09" sul e a na longitude 50°11'49" oeste, estando a uma
altitude de 802 m. Sua população em 2010 era de 7.351 habitantes.
Seu processo de povoamento se deu através do Serviço de Colonização do
Estado do Paraná. No ano de 1895, o diretor Cândido Ferreira Abreu dividiu uma
extensa área em 400 lotes de 10 alqueires e destinou-os aos imigrantes eslavos,
poloneses e ucranianos. Os pioneiros da região foram 18 famílias polonesas e, em
seguida, começaram a chegar as primeiras famílias de ucranianos.
Colônia conhecida primeiramente como “Pequena”, logo a localidade já
contava com mais de 370 famílias ucranianas e 84 polonesas. Com esse
crescimento, em 1902, recebeu a implantação de um distrito policial e a
denominação de Antônio Olinto, visando homenagear o Ministro da Indústria, Viação
e Obras Públicas, responsável pela colonização ucraniana no Brasil, Dr. Antônio
Olinto dos Santos Pires.
No ano de 1938, o distrito teve, por alguns meses, seu nome alterado para
“Divisa”, o que não foi aceito pela sua população e a denominação original foi assim
retomada. Somente em 31 de março de 1958, Antônio Olinto foi elevado à categoria
de município desmembrado da Lapa, através da lei estadual nº. 6.667, assinada pelo
governador do Paraná, Moysés Lupion. Porém, sua instalação ocorreu apenas três
anos depois, em 24 de outubro de 1961, data em que é comemorado seu
aniversário.
Antônio Olinto possui uma grande área verde, mesmo dentro da sede do
município e cada estrada é uma trilha por onde se pode caminhar e entrar em
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contato com a natureza ainda pouco explorada, apreciar a beleza das árvores como
as araucárias, erva-mate, imbuias, cedros, bracatingas; das aves como a gralha
azul, sabiá, maritacas, canários-terra, jacutingas, tucanos. ( www.sppert.com.br/)
3 Levantamento de paisagens
Antônio Olinto possui vários pontos com potencial turístico e belas
paisagens ainda pouco conhecidas. Por paisagem entende-se “o domínio do visível,
aquilo que a vista abarca. Não é formado apenas de volume, mas também de cores,
movimentos, odores, sons, etc.” (SANTOS, 1988). Em razão da falta de informação
fez-se necessário um levantamento que fornecesse elementos para valorizar e
enriquecer o espaço local, coletando dados sobre os pontos da paisagem mais
relevantes entre os moradores locais, no processo de ensino e aprendizagem, afinal
a Geografia da sala de aula aborda o mundo lá de fora, muitas vezes mencionando
fatos muito distantes da realidade do aluno.
O tema abordado foi a dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego
de tecnologias de exploração e produção, sobre o qual foi desenvolvido o projeto.
Levar o aluno ao campo foi apenas uma das etapas do trabalho, pois o objetivo é
levá-lo ao debate sobre as razões da realização do trabalho, bem como contribuir
para definição dos elementos a serem coletados e mensurados. O fato permitiu aos
alunos participarem da realização de um trabalho científico, criando condições para
se inserir nesta prática.
O processo ensino-aprendizagem da Geografia, como proposta de
construção do conhecimento, partindo da realidade vivenciada pelo aluno foi o meio
escolhido para alcançar o objetivo através da realização da pesquisa de campo.
Como colocou Marcos (2006, p.6):
“Penso que a maior parte dos geógrafos concorde com o fato de que a ida a campo seja um instrumento didático e de pesquisa de fundamental importância para o ensino e pesquisa da/na Geografia. Enquanto recurso didático, o trabalho de campo é o momento em que podemos visualizar tudo
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o que foi discutido em sala de aula, em que teoria se torna realidade, se ‘materializa’ diante dos olhos estarrecidos dos estudantes, daí a importância de planejá-lo o máximo possível, de modo a que ele não se transforme numa ‘excursão recreativa’ sobre o território, e possa ser um momento a mais no processo ensino/aprendizagem/produção do conhecimento.
Foi desenvolvida assim, uma metodologia aplicável e exequível de trabalho
de campo junto aos alunos do 8º ano do ensino fundamental, desta forma,
contemplando os elementos geográficos significativos de sua realidade local. Foi
enfatizada a importância do aprendizado de procedimentos que visam a realização
de estudos que resultam na produção de novos conhecimentos. Nas palavras de
Freire (1998, p.32) “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino (...)
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade”. Colocando ainda a importância da produção do conhecimento, segundo
Lacoste (2006, p.86)
“para a maioria dos estudantes, a experiência da pesquisa se limita a isto; a este exercício suplementar de reprodução de conhecimentos já elaborados sem que tenham tomado consciência das possibilidades que teriam de produzir, por si mesmos elementos de um saber novo”.
Existem discussões sobre a validade científica do trabalho de campo na
Geografia, no sentido da construção do conhecimento científico, pois a preocupação
é de que o mesmo se torne meramente um processo empírico de conhecer. Serpa
(2006, p.10) ressalta esta preocupação:
“O fantasma do empirismo que ronda a produção do conhecimento geográfico leva muitas vezes o pesquisador a reflexões teóricas elaboradas, mas sem a fundamentação empírica necessária à demonstração e à validação dos conceitos, que aparecem não raro deslocados da realidade”.
A experiência empírica não deve ser desprezada, pois num determinado
momento pode e deve ser sistematizada, estabelecendo uma ponte entre o
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conhecimento do senso comum e o conhecimento produzido através de recursos da
epistemologia científica. A experimentação, o contato com o objeto de pesquisa é
sempre necessário para que não se perca a realidade de vista. Como enfatizado por
Freire (1998, p.34):
“Não há para mim, na diferença e na ‘distância’ entre a ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura, mas uma superação.A superação e não a ruptura se dá na medida em que a curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, pelo contrário, continuando a ser curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se então, permito-me repetir, curiosidade epistemológica, metodicamente ‘rigorizando-se’ na sua aproximação ao objeto, conta seus achados de maior exatidão”.
Neste contexto do processo de aprendizagem, é colocado nas orientações
curriculares de Geografia da semana pedagógica do departamento de Geografia da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná (2008, p.5) que:
“O ensino de Geografia, desta perspectiva teórica, implica numa alfabetização geográfica, ou seja, ensinar o aluno a ler o Espaço Geográfico. Ler e interpretar o Espaço Geográfico exige mais do que saber o que ele é e do que é constituído. O aluno precisará compreender como se dão as relações sócio-espaciais, como os sistemas de objetos e os sistemas de ações produzem o espaço geográfico”.
Assim, conforme discutido, o trabalho de campo é um meio para que o aluno
passe a desenvolver a capacidade de compreender, organizar, sistematizar, explicar
e produzir conhecimento, portanto é um instrumento, não um fim em si mesmo.
3.1 Conceitos básicos da geografia
A Geografia procura desenvolver a capacidade de observar, analisar e
interpretar criticamente as transformações no espaço no qual o aluno esta inserido,
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diante dessa afirmação e procurando inovar a dinâmica das aulas de geografia no
ambiente escolar, foi desenvolvido esse projeto, o qual consistiu em fazer um
levantamento de alguns pontos da paisagem que merecessem destaque em âmbito
local passando para o global.
Para a realização da pesquisa foi necessário um embasamento teórico sobre
os conceitos fundamentais da Geografia (lugar, espaço, região, território, sociedade,
natureza, poder), sendo que para cada conceito foi criada uma atividade que usou
um esboço de mapa, questões de reflexões, pesquisa em campo e na internet.
3.1.1 Paisagem
Em grande parte dos materiais didáticos e também na escola, a paisagem,
por muito tempo foi tratada como o objeto da Geografia. Atualmente, a abordagem
desse conceito vem considerando a paisagem como um aspecto do espaço
geográfico.
Para analisar a paisagem e atingir o significado de espaço geográfico é necessário que os alunos compreendam que a paisagem atende a funções sociais diferentes, é heterogênea, porque é um conjunto de objetos com diferentes datações e está em constante processo de mudança. Portanto, a análise da paisagem deve ser no sentido de sua aproximação do real estudado, por meio de diferentes linguagens. (CAVALCANTI, 2005).
Quando falamos em paisagem, geralmente nos vêm à mente as florestas, os
rios, as grandes construções, os monumentos históricos de lugares distantes do
nosso. Na Figura 1 está representado um esboço do espaço local, pouco conhecido
pela maioria dos estudantes, e onde:
Muitas vezes sabemos coisas do mundo, admiramos paisagens maravilhosas, nos deslumbramos por cidades distantes, temos informaçõesde acontecimentos exóticos ou interessantes de vários lugares que nos impressionam, mas não sabemos o que existe e o que está acontecendo nolugar em que vivemos. (CALLAI, 2000).
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As paisagens se definem e se explicam a partir de sua morfologia - e as
formas da combinação entre o meio natural (relevo, clima, vegetação, hidrografia,
estrutura geológica, solo) - e a intervenção humana deixando suas marcas no
espaço geográfico. Por paisagem é apresentada a definição de Santos (1988): “o
domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formado apenas de volume, mas
também de cores, movimentos, odores, sons, etc.” O Quadro 1 apresenta a
atividade desenvolvida para a apreensão deste conceito.
Figura 1 - Esboço da rede hidrográfica do município de Antonio Olinto (Fonte: autor)
Quadro 1- Atividade sobre a transformação da paisagem local
Com auxilio de mapas, imagens, fotografias, pesquise: características físicas do
município (relevo, hidrografia, vegetação, tipos de solos, clima, tipos de rochas...);
Em seguida escreva um texto comentando como era a paisagem do seu lugar e
como se apresenta hoje, e com sua imaginação represente-a na Figura 1.
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3.1.2 Lugar
O conceito de lugar está ligado a uma noção de localização definida por
características naturais e culturais próprias, cuja organização os diferencia uns do
outros, e uma das melhores maneiras de contextualizar o seu lugar, pode ser
realizada com o auxilio dos moradores mais antigos, que guardam memórias sobre
ele. No Quadro 2, segue uma orientação para desvendar as alterações no espaço
de sua vivência. O que um lugar é, num determinado momento, sempre constitui o
resultado de ações de diversos elementos, que se dão em diferentes níveis. Esses
elementos são variáveis, pois mudam de significação através do tempo, conforme
Santos (1988).
Lugar é o produto das relações humanas entre homem e natureza, tecido por relações sociais que se realizam no plano do vivido, o que garante a construção de uma rede de significados e sentidos que são tecidos pela história e cultura produzindo a identidade, posto que aí é que o homem se reconhece porque é o lugar da vida. O sujeito pertence ao lugar como este a ele, pois a produção do lugar liga-se à produção da vida. (CARLOS, 1996)
Quadro 2 - Atividade sobre a paisagem local
Converse com moradores mais antigos do seu lugar sobre como era esse lugar no
passado e como se apresenta hoje? O que mudou? As pessoas mudaram? As
paisagens se transformaram? Produza um texto com o relato da sua entrevista e
apresente para os colegas.
3.1.3 Região
Regiões são determinadas áreas da superfície terrestre que apresentam
características físicas, históricas, culturais ou socioeconômicas que estão
relacionadas entre si, distinguindo-se das demais.
As regiões são o suporte e a condição de relações globais que de outra forma não se realizariam. Agora é que não se pode deixar de considerar a região, ainda que a reconheçamos como um espaço de conveniência e mesmo que a chamemos de outro nome. (SANTOS, 2006)
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O globo terrestre, os continentes, os países, os estados e as cidades também
estão, de uma forma ou outra, divididos em regiões. No Quadro 3, pode ser
demonstrado esse conceito através de um levantamento dos aspectos físico,
econômico e populacional do município. A Figura 2 indica os contornos do município
apresentados aos alunos para esta atividade.
Quadro 3- Atividade para regionalizar o espaço local utilizando-se de critérios
Quais são as regiões que seu município apresenta considerando os aspectos:
a – físico;
b – econômico;
c – populacional;
Represente a sua resposta na Figura 2 e elabore uma legenda para conclusão.
Figura 2 - Esboço dos limites de município de Antonio Olinto (Fonte: autor)
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3.1.4 Território
O conceito de território está ligado às relações que se estabelecem entre
espaço e poder e é tratado nas mais diversas escalas geográficas e sob diferentes
perspectivas teóricas. Todo espaço definido e delimitado por e a partir de relações
de poder é um território, do quarteirão aterrorizado por uma gangue de jovens até o
bloco constituído pelos países membros da OTAN. (SOUZA, 1995)
Considera-se que o conceito de território deve ser abordado a partir das relações políticas que, nas mais variadas escalas, constituem territórios, cartografados ou não, claramente delimitados ou não, desde os que se manifestam nos espaços urbanos, como os territórios do tráfico, da prostituição ou da segregação socioeconômica, até os regionais e globais.(SEED, 2008)
Para contextualizar esse conceito foi elaborado o Quadro 4, onde os alunos
deverão pesquisar junto à comunidade, quais são seus dirigentes, e o que eles
desenvolvem para a melhora da qualidade de vida da população local. Por isso, diz-
se que o conceito de território é fundamental para a análise do espaço geográfico e
a compreensão da relação entre o local e o global, o território é o chão e mais a
população, é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais da
vida. (SANTOS, 2006).
Quadro 4.- Atividade sobre os grupos que exercem influencias locais
Faça uma análise de como as relações de poder estão presentes no seu
município.
Que grupos sociais exercem influência no seu lugar?
E na sua escola há grupos que exercem poder, na sala de aula ou fora dela?
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3.1.5 Natureza
Na escola, as diferentes linhas de pensamento da Geografia tratam a
natureza (aspectos naturais) com maior ou menor ênfase.
A Geografia tradicional priorizava o estudo dos aspectos naturais do espaço,
relegando os aspectos humanos e econômicos ao segundo plano. Já a Geografia
crítica inicialmente não deu importância ao estudo das dinâmicas da natureza para a
compreensão do espaço geográfico, e atualmente suas abordagens têm tratado das
relações sociedade-natureza pelo caminho socioambiental, mas não se aprofundam
no estudo e no ensino das dinâmicas próprias da Natureza, pois priorizam somente
o resultado da ação do homem sobre essas dinâmicas.
Para Mendonça (2002), “natureza” é um conjunto de elementos, dinâmicas e
processos que se desenvolvem no tempo geológico e, por isso possui dinâmica
própria que independe da ação humana, mas que foi reduzida apenas à ideia de
recurso. Por sua vez essa ideia ganha, atualmente, um elemento que torna mais
complexa sua análise: a crescente artificialização do meio, tanto na cidade quanto
no meio rural.
Assim, propõe-se superar a abordagem dicotômica e polarizada que ora
enfatiza os aspectos naturais como se fossem o objeto da Geografia, ora os
abandona, como se a produção do espaço geográfico ocorresse fora do substrato
natural (SEED, 2008). Para tentar superar essa polarização, foi elaborada a
atividade do Quadro 5, na qual os alunos poderão verificar que a natureza, para ser
entendida em sua totalidade, deverá contemplar o espaço físico como a base da
atividade humana e é daí que as relações se originam e se manifestam.
Ao trabalhar com esse conceito, espera-se que o professor explicite todos os
aspectos da natureza, de modo a superar abordagens parciais, contemplando
análise de suas dinâmicas próprias e evidenciando o uso político e econômico que
as sociedades fazem do espaço geográfico.
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Quadro 5- Atividade sobre a apropriação da natureza
No seu município observe como a sociedade se apropriou dos recursos naturais.
Pesquise se houve um planejamento para a ocupação do espaço urbano e rural?
Existe uma política de preservação ambiental (nascentes de rios, matas ciliares,
encostas)
Qual é o destino do seu lixo?
O que é desenvolvimento sustentável?
3.1.6 Sociedade
Desde os primórdios de sua presença na Terra, as pessoas procuraram
viver em grupos, pois era um modo de facilitar a obtenção de alimentos e outros
recursos da natureza, além de garantir a segurança. A vida em grupo é, portanto
uma característica inerente dos seres humanos.
O conceito de sociedade tem muitos significados - a origem da palavra vem
do latim, societas, quer dizer “associação amistosa com outros”. Societas é derivado
de socius que significa companheiro.
Em sociologia, sociedade é um conjunto de pessoas que compartilha
propósitos, gostos, costumes, preocupações e que interagem entre si formando uma
comunidade; em biologia, sociedade é um grupo de animais que vivem em conjunto
possuindo um tipo de organização e divisão de tarefas. Assim, uma sociedade é um
grupo de indivíduos que formam um sistema de relacionamentos, no qual a maior
das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo. As
pessoas estão unidas por tradições, crenças ou valores políticos e culturais comuns
formando uma comunidade com objetivos comuns. Para sentir-se inserido na
sociedade é necessário conhecer os grupos sociais que fazem parte dela. No
Quadro 6 segue um roteiro utilizado como atividade em que a ideia é saber como a
sociedade está composta, para assim poder interagir com ela.
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Quadro 6- Atividade sobre a sociedade local
O que você entende por sociedade?
O que são grupos sociais?
De que grupos sociais você participa, na escola e fora dela?
Que grupos sociais determinam a ocupação e a transformação da paisagem?
O espaço geográfico local é organizado em função de interesses econômicos.
Justifique:
As atividades desenvolvidas com os alunos, conforme registrado na Figura
3, mostraram bons resultados, sendo bem resolvidas por eles, e demonstrando que
o objetivo proposto foi atingido e que houve melhora na aprendizagem dos
conceitos, possibilitando também um posicionamento mais critico perante situações
que envolvem seu cotidiano.
Figura 3: Alunos desenvolvendo atividades sobre os conceitos básicos da Geografia Fonte: o autor
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3.2 A pesquisa de campo
Um das etapas fundamentais da pesquisa foi a atividade de campo. A ideia
de ir a campo apenas como “necessidade de sair da sala de aula”, pode esvaziar as
potencialidades educativas dessa atividade como método de ensino e, subestimar,
os momentos de aprendizagem realizados na sala. Assim, as práticas de campo em
uma pesquisa não devem ser caracterizadas como uma ocasião de ruptura do
processo ensino-aprendizagem. Ao contrário, fazem parte dele, mas não se susten-
tam isoladamente.
Sem desconsiderar a dimensão lúdica e informal, a pesquisa de campo é re-
veladora da vida - por meio dela pretende-se conhecer mais a maneira como ho-
mens e as mulheres de um determinado espaço e tempo organizam sua existência,
compreender suas necessidades, seus desejos, suas lutas com vitórias e fracassos.
Assim, durante o trabalho de campo, educadores e educandos devem submergir no
cotidiano do espaço a ser pesquisado, buscando estabelecer um diálogo com ele e,
na condição de pesquisadores, com eles mesmos. É o momento de descobrir que o
meio ou o espaço, na inter-relação de processos naturais e sociais, é uma Geografia
viva (PONTUSCHKA, 2006).
Todavia, travar diálogos com o espaço pressupõe o domínio de conceitos e
linguagens diversas. O estudo do meio não prescinde, portanto, das características
ou identidade das diversas disciplinas. São elas que, de fato, permitem compreender
mais profundamente a dimensão social da organização do espaço e, ao mesmo tem-
po, da influência que essa organização exerce sobre a vida dos homens e mulheres
que nele vivem. Compreendendo o meio como uma “Geografia viva”,
É preciso ir a campo sem pré-julgamentos ou preconceitos: liberar o olhar, o cheirar, o ouvir, o tatear, o degustar. Enfim, liberar o sentir mecanizado pela vida em sociedade, para a leitura afetiva que se realiza em dois movimentos contrários – negar a alienação, o esquema a rotina, o sistema, o preconceito – e afirmar o afeto da comunidade e da personalidade (PONTUSCHKA, 2006, p. 12).
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Ao romper as fronteiras dos territórios convencionais da aprendizagem, a
pesquisa de campo permite a ampliação de horizontes, levando ao mesmo tempo, “a
sala de aula e a escola” para o mundo – um lugar ou situação mais específica ou
particular deste mundo para ser pesquisado e estudado –, e o mundo – mais real ou
concreto –, para dentro da sala de aula e da escola. Trata-se, portanto, de uma
oportunidade, de gerar ocasiões de aprendizagem para além de seus tradicionais
abrigos institucionais.
A pesquisa não se encerra com o trabalho de campo. Considerando as
características dos sujeitos envolvidos e as possibilidades e limites materiais
oferecidas pela escola,
a partir dele se inicia um processo de sistematização, extremamente cuida-doso, de todo o material obtido e registrado nos desenhos, nas fotografias, nos poemas, nas anotações, no falar dos moradores. Os múltiplos saberes, agora enriquecidos pelas várias experiências e saberes conquistados no campo, se encontram na sala de aula (PONTUSCHKA, 2004b p. 13).
Desta forma, no primeiro contato entre os participantes da pesquisa foi con-
duzida uma exposição livre das sensações experimentadas, perguntando-se ao gru-
po os fatos que foram mais importantes ou significativos para cada pessoa. Neste
compartilhar de sentimentos e ideias, a subjetividade presente nas impressões mais
pessoais de cada um, nos registros escritos e nos desenhos se enriquece e, na in-
ter-relação com outras subjetividades, surgem novos sentidos, novas compre-
ensões. A visão fragmentária perde força e inicia-se um processo de síntese no qual
os envolvidos no trabalho se descobrem como seres interdisciplinares (FREIRE,
2000).
3.2.1 Elaboração do mapa geodidático
Para chegar ao resultado final, que foi o mapa geodidático do município foi
necessário, inicialmente lançar um questionário investigativo para que os alunos
pudessem coletar as informações referentes ao objetivo da pesquisa, saber quais
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paisagens deveriam configurar no mapa. O grupo de alunos foi a campo para
realizar a pesquisa conforme o roteiro do Quadro 7:
Quadro 7- Atividade sobre a paisagem local
Na volta para a sala de aula formaram-se grupos de cinco alunos que
analisaram as sugestões das paisagens relatadas pelos moradores locais e onde
eles, por sua vez, buscaram outras fontes, formularam hipóteses que melhor
expliquem as formas e as funções de cada uma delas. O resultado é demonstrado
no Quadro 8:
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Questionário investigativo:
a) Que paisagens existem em seu município que merecem destaque?
b) Descreva como elas se apresentam:
c) São paisagens naturais ou humanizadas?
d) Possui alguma fotografia do lugar?
e)Pode disponibilizar para estudo e reprodução?
f) Essas paisagens podem ser vista um atrativo turístico para a região?
Quadro 8 - Resultado das paisagens mais importantes do município
NOME LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO/COMENTÁRIO
Igreja Nossa Senhora dos
Corais
Sede Igreja Nossa Senhora dos Corais. Desde 1999 é patrimônio estadual. Em 2008 começou a ser restaurada, após será patrimônio nacional.
Prefeitura Municipal
Sede Situada na Rua Reinaldo Machiavelli, sede administrativa, tem como prefeito José Ambrósio da Veiga, eleito em 2008.
Igreja Matriz São José
Sede Localizada na Praça da Matriz, fundada em 20-08-1978.
Casa da Memória
Sede A Casa da Memória, Lisete de Pauli, possuí um acervo da história do município, incluindo fotografias, material impresso, ferramentas e utensílios antigos.
Cachoeira do Simão Kurpiel
Localidade do Pedroso
Com 3m de altura, localizado no Pedroso e a 10 km do centro, possui rochas basálticas na sua formação, aparecendo um banco de areia no leito e uma vegetação nativa.
Queda do Cerro Lindo
Localidade do Cerro Lindo
Com 2 metros de altura apresenta rochas basálticas, arenitos e cascalhos, fica a 2 km do centro. De fácil acesso.
Cachoeirinha do Arroio
Lagoa da Cruz Medindo 3m de altura, localizada em Lagoa da Cruz, formada por rochas diabásicas e sedimentares, limita-se com São Mateus do Sul
Corredeira Localidade do Cerro Lindo
Localizada a 4 km do centro. Apresenta em seu leito rochas sedimentares e areníticas.
Cachoeira do Alceu
Veríssimo
Localidade do Cerro Lindo
Com 10 metros de altura, área bem preservada, possuindo rochas areníticas e basálticas apresentando uma formação de lapa, em seu leito há argila. De fácil acesso.
Cachoeira do Pedroso
Localidade do Pedroso
ou do Duma, com 4 metros de altura, no seu leito há rochas basálticas, nas margens apresenta arenitos e um banco da areia ao fundo. Fácil acesso e procurado para o lazer.
Rio água Amarela
Localidade do Posto Train
Vista parcial do rio Água Amarela, que faz limite com a cidade da Lapa.
Cachoeira Souza Leal
Localidade da Água Amarela do
Meio
Medindo 9m de altura, acesso difícil, de exuberante beleza, com rochas areníticas, sedimentares, e diabásicas, apresenta-se em forma de lapa.
Exploração vegetal
Localidade do Lavador e Avencal
Vista parcial da área de exploração vegetal (pinus) para a indústria de papel e celulose, locais de paisagem modificada.
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Como decorrência da investigação inicial sobre as paisagens, o próximo
passo definido pelo professor, foi delimitar os objetivos (analisar, descrever e
interpretar) a serem alcançados através de uma visita ao local, coletando
informações e fotografando as paisagens, apresentadas nas Figuras 4, 5, 6 e 7.
Figura 4: Vista aérea parcial do município. Fonte: Prefeitura municipal
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Igreja N. Senhora dos Corais Casa da Memória
Figura 5: As imagens mostram elementos da paisagem, onde ocorre o desenvolvimento das relações sociais, culturais e políticas.
Fonte: (autor)
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Prefeitura municipal Igreja Matriz
Cachoeirinha do Arroio Cachoeira do Simão Kurpiel
Corredeira do rio Cerro Lindo Rio Água Amarela
Cachoeira do Pedroso Cachoeira do Kinhage
Figura 6: Aspectos naturais, pouco explorados pela atividade turística, devido à pouca infraestrutura local. Fonte (autor)
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Cachoeira do Alceu Verissimo Cachoeira Souza Leal
Pedreira Vegetação nativa
Área desmatada Exploração vegetal
Figura 7: Áreas de conservação ao lado de áreas de exploração, uma alternativa de de-senvolvimento sustentável para a região.
Fonte (autor)
A etapa seguinte foi a análise do material coletado em campo e de pensar
coletivamente como confeccionar o mapa a partir dos registros coletados. Começa-
ram a aparecer os nexos, os significados, as contradições e aspectos relevantes,
pouco conhecidos da paisagem do lugar estudado, mas que ganham visibilidade.
Como tudo isso se insere ou pode ser inserido no mapa? Que material a mais se
pode construir? O resultado foi um folder didático e um banner, mais específico que,
posteriormente, deverá ser adequadamente socializado, compartilhado com a comu-
nidade escolar.
Após essa discussão, chegou-se a um consenso final que permitiu a cons-
trução do banner e do mapa geodidático (Figuras 8 e 9).
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Figura 8 - Banner para a divulgação do projeto.
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Figura 9 - Frente e verso do Mapa Geodidático do município de Antonio Olinto – PR
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5 Cachoeira do Simão Kurpiel,queda d’água com 3 m de altura,localizado no Pedroso a 10 km docentro, possui rochas basálticasnasua formação, aparecendo umbanco de areia no leito e umavegetação nativa.
11 Cachoeira do Pedroso ou do Duma, com 4 metros dealtura, localizada no Pedroso, no seu leito há rochasbasálticas, nas margens apresenta arenitos e um bancoda areia ao fundo . Local de fácil acesso e muitoprocurado para o lazer dos moradores .
10 Cachoeira dos Kinhage,localizada em Três Poços, a1,5 km do centro, com umaqueda de 6 metros de altura,local de fáci l acesso e bempreservado com umavegetação de araucárias eespécies nativas, apresenta -se em forma de cratera tendonas bordas rochassedimentares (folhelhos), noleito rochas basálticas e nasmargens formação arenítica .
6 Queda d’água localizada norio Cerro Lindo com 2 metrosde altura com rochasbasálticas, arenitos ecascalhos, fica a 2 km docentro . De fáci l acesso.
9 Cachoeira do AlceuVeríssimo, localizada emCerro Lindo, com 10metros de altura, área bempreservada, possuindorochas areníticas ebasálticas apresentandouma formação de lapa,em seu leito há argi la. Defác il acesso.
7 Cachoeirinha do Arroio, com3 metros de altura, localizadaem Lagoa da Cruz, formadapor rochas diabásicas esedimentares, limita-se comSão Mateus do Sul.
13 Cachoeira Souza Leal, com9 m de altura, local de acessodifíc il , porém de exuberantebeleza, com rochas areníticas,sedimentares, e diabásicas,apresenta -se em forma de lapafica em Água Amarela do Meio.
12 Vista parcial do rioÁgua Amarela, que fazlimite com a c idade daLapa.
14 Vista parcial da áreade exploração vegetal(pinus) para a industriade papel e celulose, nalocalidade do Lavadore Avencal, locais depaisagem bastantemodificada pela açãohumana.
8 Corredeira do rio doCerro Lindo, localizada a 4km do centro. Apresenta emseu leito rochassedimentares e areníticas.
15 Local de extração derochas diabásicas emdecomposição uti lizadaspara o empedramentodas estradas rurais . Há nolocal arenitos, cascalhos,folhelhos e rochassedimentares, constituindoum bom material didático,atualmente ela estádesativada, fica nalocalidade do Lavador .
3 A igreja Nossa Senhorados Corais . A partir de 1999 épatrimônio estadual. Em 2008começou a ser res taurada eapós isto será tombadapatrimônio nacional.
1 A Casa da memória,Lisete de Pauli, possuí ummodesto acervo da históriado munic ípio, inc luindofotografias locais, materialimpresso, ferramentas eutensíl ios antigos.
4 Igreja Matriz SãoJosé, localizada napraça da Mariz, fundadaem 20-08-1978 .
2 Prefeitura munic ipal,s ituada na rua ReinaldoMachiavelli , sedeadministrativa, tem comoprefeito José Ambrósio daVeiga, eleito em 2008 .
A colônia de Antônio O linto foi fundada em 1895, pelo Dr.Candido Ferreira de Abreu recebendo esse nome emhomenagem a Antônio O linto, então ministro de obraspúblicas. Naquele tempo a localidade era conhecida comoÁgua Amarela, São José do Colaço ou Membéca . Foramassentadas 374 famíl ias de imigrantes rutenos(ucranianos) e 84 de poloneses, vindos da Galíc ia naÁustria, segundo o padre Heriberto Goettersdorfer. Omunicípio foi emanc ipado através da Lei Estadual n1.245 de 25 de julho de 1960 e, em 24 de outubro de1961 foi desmembrado da Lapa. Possui muitos pontosturísticos, ainda pouco conhecidos que merecemdestaque pela sua exuberante beleza.
Antônio Olinto –vista parcial
4 Considerações finais
O presente artigo baseou-se em um levantamento de paisagens locais para
a elaboração de um mapa geodidático. O desenvolvimento da pesquisa ocorreu
com a colaboração dos alunos do 8º ano do ensino fundamental sendo a
participação deles positiva, na medida em que se mostraram mais capazes de
pensar sobre assuntos referentes a si e a comunidade, com opiniões criticas,
sugerindo medidas para modificar os espaços por eles estudados, expressando-se
com clareza e produzindo conhecimentos com a utilização de diferentes linguagens.
Os trabalhos de campo contribuíram para sensibilizá-los, permitindo a compreensão
de sua importância como agentes de transformação do lugar vivido, e as atividades
desenvolvidas a partir dele, deram sentido às informações coletadas. Estas foram
contextualizadas e novos saberes construídos através do diálogo e da reflexão
mediada pela interação entre os alunos, o professor e o mundo.
A disciplina da Geografia adquiriu mais consistência com este projeto e
mostrou-se mais prática, onde as imagens capturadas pelas fotografias, ao serem
analisadas e utilizadas como recurso didático, facilitaram a compreensão dos
conceitos básicos da ciência. O mapa geodidático como instrumento levou os alunos
a assimilar uma noção espacial geográfica às vezes abstrata, porque são levados às
diferentes escalas de análise a todo momento: o bairro, o município, o estado, o
país, o continente. Com as atividades propostas, eles puderam se localizar e se
orientar com maior precisão, para este nível de ensino.
Espera-se que haja prosseguimento desta atividade nos próximos anos e
que se possa obter dos alunos maior compreensão dos vários espaços aos quais
estão submetidos. Em termos de educação formal foi criada uma oportunidade de
percepção da dinâmica dos processos, da transformação do espaço local e
reflexões sobre as implicações dessas mudanças.
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