Post on 20-Jul-2015
INTRODUÇÃO
No capítulo onze, Deus revela a Daniel eventos
proféticos que se cumpriram no período
interbíblico, ou seja, o período entre o Antigo e o
Novo Testamentos.
Nesta revelação profética destaca-se o
personagem histórico que estudaremos nesta
lição, Antíoco Epifânio. Esse personagem
prefigura o Anticristo revelado em o Novo
Testamento (Mt 24.15; 2 Ts 2.3-12).
Essas profecias reveladas a Daniel cumpriram-se fielmente por
uns 500 anos até o período interbíblico, que vai do fim de
Malaquias ao início de Mateus.
1. A revelação sobre o fim do Império Medo-Persa (11.2).
Aparece no versículo primeiro o nome do rei "Dario, o medo" que
é o mesmo de Daniel 5.31. A história bíblica diz que Ciro constituiu
a Dario como rei. No capítulo onze é revelado a Daniel uma
sucessão de reis que vai de Ciro até o desmoronamento do reino
de Alexandre. Foi revelado a Daniel que o rei valente (v.3),
Alexandre, se levantaria e dominaria muitos reinos, todavia o
Senhor mostrou também que embora imponente, o reino de
Alexandre seria partido aos quatro ventos do céu (v.4). Os reinos
deste mundo, por mais importantes que sejam, são todos
passageiros. Somente o Reino de Deus é eterno.
A história apresenta diferentes datas quanto a estes reis, mas isso
não afeta o cumprimento, com exatidão, dos fatos proféticos do
capítulo onze.
2. Um rei valente (11.3). O rei valente que seria
levantado era Alexandre Magno. A importância
dessa profecia está no fato de que é Deus que
dirige a história para que sua soberana vontade
seja exercida especialmente em relação a Israel.
Até o versículo 35 a profecia de Daniel se
concentra em revelar os reinos gentílicos. Depois,
o foco principal passa a ser o povo de Deus e
seus sofrimentos.
Os reis do Sul descritos no versículo cinco eram
os Ptolomeus, sucessores de Ptolomeu Soter,
general de Alexandre. E os reis do Norte (v. 6)
eram os Selêucidas, sucessores de Seleuco I, que
governou parte da Ásia Menor e Síria.
3. A divisão do reino entre quatro generais (11.4-20). Afirma o
versículo quatro que "estando ele em pé, o seu reino será quebrado".
Alexandre morreu na Babilônia aos 33 anos de idade. O seu reino,
como havia sido revelado pelo Senhor, "foi repartido para os quatro
ventos do céu" (v.4). Alexandre não teve um sucessor e seu reino foi
dividido entre os seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e
Ptolomeu. Ainda que os historiadores neguem a questão da soberania
de Deus no destino das nações, não podemos duvidar que Ele permite
que reinos sejam estabelecidos e destruídos. "Os quatro ventos do céu"
(v.4) lembra a profecia sobre a figura das quatro cabeças do leopardo
alado (7.6) e a visão do bode com quatro chifres notáveis (8.8). As
figuras são diferentes, mas as representações dessas figuras são as
mesmas, porque falam do Império Grego e sua divisão, depois da
morte de Alexandre. Cassandro reinou na Macedônia; Lisímaco reinou
na Trácia e Ásia Menor; Ptolomeu reinou no Egito e Seleuco reinou
sobre a Síria e o restante do Oriente Médio.
Nos versículos 5 a 20, temos uma sucessão de guerras entre esses
quatro reis, especialmente entre Egito e Síria, entre os reinos do Norte
e do Sul. O rei do Norte, Antíoco Epifânio (entre 175 e 164 a.C.) o qual
tornou -se um tipo do Anticristo.
Os quatro generais de Alexandre que se
tornaram reis não se contentaram com
seus territórios e passaram a lutar entre
si. Seleuco IV ocupava o trono da Síria
em Antioquia e reinou de 187 a 175 a.C.
Ele morreu envenenado e seu filho
deveria assumir o trono, mas seu tio
Antíoco Epifânio tomou o trono da forma
mais ignominiosa e detestável possível.
Assumiu o trono sírio e mudou seu título
de Antíoco IV para Antíoco Epifânio, isto
é, o glorioso.
1. Antíoco Epifânio foi um rei perverso e bestial.
Ele chegou ao poder em 175 a.C. e tinha apenas 40
anos de idade. O vocábulo Antíoco significa
adversário, e Epifânio significa ilustre, o que é uma
contradição. Segundo a história, reinou apenas onze
anos, e morreu em 164 a.C. Porém, em seus poucos
anos de reinado usou artifícios mentirosos, enganosos
e cruéis como ninguém. Antíoco Epifânio não tinha
escrúpulo. Sua ascensão ao trono da Síria foi atra-
vés de intrigas e engano (11.21). Ele derramou muito
sangue em guerras. Enriqueceu com os despojos
quando lutou contra o Egito (11.25-28). O versículo
vinte e um o chama de "homem vil", porque fingindo
amizade e aliança, entrou no Egito e se apoderou do
reino de Ptolomeu Filometer.
2. Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém
(11.28). Antíoco Epifânio, depois de ter
entrado no Egito e ter tomado posse do reino
de Ptolomeu VI (vv.25,26), resolveu investir
contra a Terra Santa, especialmente,
Jerusalém. Ele tinha um ódio enorme de
Israel. Por isso, partiu para a profanação do
Templo e fez cessar os sacrifícios diários
(11.30,31). Houve resistência da parte de
judeus fieis que não cederam aos abusos de
poder e a arrogância desse rei sírio. Ele
ordenou o sacrifício de porcos sobre o altar
sagrado para profanar o Santuário.
3. Antíoco Epifânio era cruel (vv.31-35). Ao invadir Jerusalém, Antíoco
Epifânio desrespeitou valores morais
e éticos da sociedade israelita.
Estabeleceu regulamentações
contra a circuncisão, a observância
do sábado e outras práticas
dietéticas do povo hebreu. O
versículo 31 fala da "abominação
desoladora", quando Epifânio
construiu um altar a Zeus, deus
grego, sobre o altar dos holocaustos
no Templo.
1. O "homem vil" que chega ao poder. Até o versículo 35 a história se
cumpriu perfeitamente. A partir do
versículo 36, os fatos acontecem de modo
especial e fala de um rei que agirá
segundo a sua própria vontade. Trata-se
de um homem que chega ao poder,
prospera, cresce em força e, então,
investe contra o Deus de Israel. Esse rei, na
figura de Antíoco Epifânio, assume o
papel de divindade. Essa profecia tem o
respaldo do Novo Testamento nas
palavras de Paulo, quando diz que "se
opõe contra tudo que se chama Deus ou
se adora" (2 Ts 2.4).
2. O futuro governante mundial no "tempo do fim". Nos versículos 36 a 45
do capítulo onze está escrito que ele
fará conforme sua própria vontade. O
versículo quarenta fala do "fim do
tempo" apontando para a Grande
Tribulação que é a septuagésima
semana do texto de Daniel 9.27. Nesse
período, os reis do Norte e do Sul se
unirão numa coligação de nações na
" terra gloriosa" (11.41) para a grande
batalha do Armagedom, onde o
Anticristo será derrotado na Segunda
Vinda de Cristo (Ap 19.11-20).
3. Precisão profética.
Como vimos, Antíoco
Epifânio é um personagem
da história que representa o
rei futuro, o Anticristo, que
provocará o grande conflito
com Israel e fará tudo para
destruir a nação, até que
venha o Senhor para aniquilar
o seu poder.
CONCLUSÃO
A Bíblia declara que o "último dia"
não acontecerá sem que primeiro
venha a apostasia e seja
manifestado "o homem da
iniquidade, o filho da perdição" que
é o Anticristo (2 Ts 2.3). Isto se dará
no período da Grande Tribulação,
todavia, a Igreja do Senhor não
estará mais na Terra e assim não
verá o Anticristo.