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58 qcaptulo 3
Neste captulo, iniciaremos discutindo modos de fazer o TCC. Em segui-
da, vamos avaliar a importncia de uma boa reviso de literatura, ativi-
dade que deve integrar de forma contnua o processo de elaborao de
qualquer produo cientfica. Voc ainda saber como realizar uma re-
viso de literatura para deix-la disponvel: elaborar resenhas, resumos,
fichamentos e bibliografias. Discutiremos como a relao entre voc, seu
orientador, seus professores e colegas pode ajudar na elaborao do TCC.
Ao final, vamos esclarecer o papel da metodologia e dos demais passos da
elaborao de um trabalho cientfico, que sero detalhados no Captulo 4.
Procedimentos de elaborao do TCC
Produzir um trabalho cientfico de grande importncia para o estu-
dante de graduao, j que todo mundo que se forma em um curso de
nvel superior vai manusear informaes, que devem ser confiveis, em
seu futuro trabalho. A melhor maneira de identificar informaes con-
fiveis saber como produzi-las, e a experincia da elaborao de um
Trabalho de Concluso de Curso (TCC) de graduao que vai fazer com
que voc aprenda como fazer e identificar um trabalho cientfico.
sempre bom lembrar que o TCC um trabalho cientfico, que
deve ser reconhecido como um conhecimento confivel por quem vai
ter acesso a ele. Hoje em dia, existe algum acesso aos TCCs, que ficam
disponveis s vezes em sites de universidades ou de busca (como, por
exemplo, o site do scribd), bem como em sites de bibliotecas. No mni-
mo, ser possvel encontrar o resumo do que foi feito, e pesquisadores
de todo o mundo tero acesso ao que voc fez.
ATENO
Existem na internet muitos modelos para a confeco do TCC, e muitos deles dis-
ponibilizados mediante pagamento. Porm, o melhor ter bom senso e fazer voc
mesmo seu TCC, j que no algo fora de seu alcance e vai empliar as chances na
sua vida profissional. Aprender a fazer um trabalho cientfico vai destac-lo entre
outros candidatos a um emprego, por exemplo.
Conforme foi visto no Captulo 1, o conhecimento cientfico dife-
rente de outros tipos de conhecimentos, pelo modo como produzido
e por outras caractersticas que voc vai aprender durante a sua forma-
o. Uma das caractersticas do trabalho cientfico que, na realidade,
3 Metodologia para a elaborao de trabalho cientficoCOMENTRIO
TCC
Cada curso tem suas normas para a
confeco do TCC. Voc deve con-
sultar o coordenador de seu curso a
respeito. As normas, no entanto, obe-
decem a critrios que so os mesmos
em qualquer lugar do mundo. Neste ca-
ptulo, voc encontrar sugestes para
organizar seu trabalho.
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COMENTRIO
Dilogo
Escrever pode ser algo bem novo para
quem faz um curso de graduao. Pode
acontecer que voc sinta muita dificulda-
de, sobretudo, para comear. Ter algum
que leia o que voc escreve, que faa
comentrios sobre o andamento do seu
produto ou sobre a escrita de sua disser-
tao, que se interesse em fornecer lei-
turas que esclaream os melhores cami-
nhos a tomar, um grande privilgio. Seu
parceiro uma espcie de cmplice, com
quem voc deve contar nessa tarefa. Se
achar mais de um, melhor ainda.
COMENTRIO
Professor
Todo professor quer dialogar sobre o
TCC de um aluno que vai trabalhar com
o tema que ele domina e, para voc,
essa a pessoa mais indicada para
essa tarefa. Esse professor pode ler e
direcionar seu trabalho e, se fizer isso,
ser um parceiro. Um orientador-parcei-
ro de TCC, alm de ter interesse sobre
o tema que escolheu para trabalhar, tem
que ser uma pessoa com quem voc
goste de conversar e de trocar ideias.
COMENTRIO
Reviso da literatura
A reviso de literatura pode simplificar
muito um trabalho de pesquisa ou a
confeco de um produto. Muitas vezes
acontece de nos embrenharmos em
uma pesquisa, s vezes com poucos re-
cursos, para descobrirmos depois que
ela j foi realizada de modo muito mais
criterioso por outro grupo de pesquisa.
ele no nasce de uma mente iluminada, mas de um dilogo entre voc
e outros que se interessaram pelo mesmo tema.
A escolha de um orientador em alguns cursos nem sempre pos-
svel, mas se no seu caso for, ser um trunfo importante para voc. O
orientador aquele que vai acompanhar seu trabalho, algum que j
passou por essa etapa e se preparou para auxili-lo em seu percurso. Al-
guns cursos tm vrios professores para esta tarefa, outros nem tanto.
A dica que, se encontrar algum, um professor, por exemplo, que en-
tenda do assunto que voc escolheu para seu TCC, converse com ele e
proponha que ele o oriente. Se no for possvel, encontre um professor
que entenda do assunto.
bom destacar que ele a pessoa que vai se interessar em ler o que
voc escreve, avaliar seu produto, e isso fundamental para que o traba-
lho fique bem feito. O interesse seu, ento voc deve procur-lo sempre
que tiver dvidas sobre o que fazer. Voc vai sentir muito orgulho aps
ter feito um bom trabalho.
Reviso de literatura
necessrio ler os trabalhos que j foram feitos por outros sobre o tema.
As discusses entre voc e seus par-
ceiros no nascem do nada. pre-
ciso conhecer o assunto que se est
querendo trabalhar. As conversas
nascem justamente quando se co-
mea a conhecer o que j existe sobre o assunto. Chamamos esse primeiro
trabalho de reviso de literatura. No importa que tipo de trabalho voc
est fazendo para o seu TCC, nem qual curso est fazendo em sua gradua-
o, a reviso de literatura sempre tem de ser feita. Ela se estende do primei-
ro dia em que comea o trabalho do seu TCC at o ltimo, pois esse um
processo contnuo de produo para qualquer trabalho cientfico.
O ponto de partida, a leitura que mais nos interessa, aquela sobre
o tema mais prximo ao que nos propomos a trabalhar. Para se falar de
um assunto, preciso conhec-lo e conhecer seus principais autores.
Quem est pesquisando sobre o assunto? A que concluses chegou?
Quais as consequncias dessas concluses? A reviso de literatura vai
permitir que voc fale do assunto que escolheu com propriedade e pro-
duza um conhecimento confivel sobre ele.
ATENO
Os rgos governamentais tm integrado cada vez mais a pesquisa aos seus
planejamentos. Os Ministrios, as Secretarias, o IBGE e, mesmo a Cmara e o
Senado, realizam pesquisas que valem a pena consultar. Devem ser consultadas
tambm universidades, bibliotecas e at mesmo empresas privadas. A maioria das
60 qcaptulo 3
universidades mantm centros de pesquisa e muitas deixam disponveis a pro-
duo de seus alunos e professores em seu sites. So alternativas de fonte de
pesquisa que devem ser exploradas.
O TCC no um trabalho de recorte e colagem.
Algum cuidado, no entanto, deve
ser tomado com relao utiliza-
o da reviso de literatura em
seu TCC. Alm de no ser um
simples copiar e colar da inter-
net, no tampouco um trabalho em que se enumera a opinio de vrios
autores. Seu trabalho deve refletir as suas concluses acerca das leituras
que fez, e no as dos autores que leu.
Alguns alunos de graduao cometem o erro de apenas citar diferen-
tes autores sem dar nenhuma contribuio pessoal para a comunidade
cientfica, como se o TCC fosse um trabalho feito apenas para satisfazer
um quesito imposto pelo MEC. Grande engano: como dissemos antes,
fazer um TCC bem feito vai distinguir voc de outros candidatos na hora
de concorrer a uma vaga de emprego, ou de obter algum auxlio ou bolsa
de estudos junto aos rgos de fomento.
Para fazer a consulta, preciso que j se tenha bem definido o
tema da pesquisa. Existe um sistema de palavras-chave que classi-
fica as pesquisas, sistema esse que funciona no mundo inteiro. As
palavras-chave so, em geral, uma nica palavra ou expresses que
situam a temtica da pesquisa.
As pesquisas na internet devem se limitar a sites confiveis. Hoje to-
dos escrevem na internet sobre qualquer assunto, ento devemos saber
reconhecer quando o site confivel, pois um trabalho acadmico deve
se basear em outros trabalhos acadmicos. claro que alguns temas vo
requerer pesquisas em fontes de outra natureza, mas, de maneira geral,
deve-se buscar os sites que apresentam TCCs, dissertaes, teses e arti-
gos, de preferncia, recentes.
EXEMPLO
Estudando um caso
Imagine o seguinte tema de pesquisa: anlise do processo de produo do livro digital
voltado para aprendizagem. Voc, na condio de pesquisador, poderia iniciar uma revi-
so de literatura a partir de pesquisa pela internet, em sites recomendados para esse
fim, utilizando palavras-chave. Claramente, a primeira palavra-chave que se destaca
livro digital, o que permitir levar a resultados como o que segue (um livro sobre o tema):
GRUSZYNSKI, A. et al. Livro digital: objeto de estudo de mltiplos olhares. In: Con-
gresso do Livro Digital, v.4, So Paulo, 2013.
COMENTRIO
Autores
Voc pode at citar os autores que leu,
mas as citaes s so feitas para tornar
mais preciso um conceito ou para ilustrar
alguma ideia do autor, mesmo assim,
quando o que ele diz dito de forma que
no se pode parafrasear, isto , escrever
com suas palavras a ideia de outro.
CONCEITO
Palavras-chave
Imagine que voc deseja realizar uma
pesquisa cujo objetivo o de determi-
nar as condies de vida e trabalho de
pessoas que trabalham em canaviais.
Quais seriam as palavras-chave? De
imediato, s em relao ao objetivo, po-
demos determinar trs palavras-chave:
trabalho em canaviais, trabalhador rural
e perfil populacional. Pronto! Com essas
palavras, voc ser capaz de encontrar
diversos outros trabalhos que podero
ser interessantes para sua pesquisa.
captulo 3 q61
Usando as palavras-chave nos sites, voc vai selecionar uma srie de
trabalhos relacionados ao tema que escolheu. Os sites sempre utilizam
esses buscadores. O nmero de trabalhos a serem lidos vai variar segundo
o assunto e ser resultado de uma consulta feita ao orientador, que vai
fazer vrias sugestes para voc procurar e lhe dizer quais devem ser lidos.
Das referncias selecionadas com o seu orientador, voc vai ler os re-
sumos para fazer uma nova seleo. Voc ver que os resumos trazem o
essencial do texto para essa nova seleo. Dessa forma, reduz-se o volume
de ttulos a serem lidos a somente aqueles que interessam. O ideal que,
nesse momento, voc faa o fichamento ou resenha do contedo dos tra-
balhos que leu. Isso deixar sua leitura disponvel para quando precisar.
ATIVIDADE
Experimentando fazer uma reviso de literatura
1) Escolha um assunto e, em seguida, escolha para ele 5 palavras-chave;
2) V at um dos sites de busca recomendados e encontre 5 artigos ou disserta-
es mais prximos do tema escolhido;
3) Agora escolha um segundo site e faa o mesmo.
COMENTRIO
A busca nos sites recomendados exibir muitas opes. Para escolher os
artigos ou dissertaes mais aderentes ao seu tema, um dos procedimen-
tos recomendados ler os resumos daqueles que aparentam ser os mais
prximos.
Como fazer um resumo
O resumo diz o essencial do contedo de uma obra, ele apresenta as
principais ideias do autor. uma informao rpida que permite co-
nhecer um texto no que ele tem de fundamental. Aprendendo a fazer
o resumo, voc vai tambm aprender a identificar quais textos esto
corretos e quais no do as informaes necessrias ao trabalho de
reviso de literatura.
COMENTRIO
O resumo no pode conter nenhuma cpia do texto do autor, deve ser escrito
por voc, caso o autor no o deixe mais disponvel ou caso o local de publicao
a retire do catlogo.
LINK
Sites recomendados
O Google pode ser consultado, mas
sempre com orientao. Existem tam-
bm sites especficos para cada rea,
geralmente das associaes profissio-
nais e de pesquisa, alm dos sites das
universidades prprios de cada curso.
Nesse caso, bom saber quais locais
se dedicam a pesquisar o assunto que
voc vai estudar e quais desses so
mais importantes na rea.
Recomendamos os seguintes sites
para pesquisa (lembre-se de que eles
podem mudar de endereo ou serem
descontinuados):
http://www.inep.gov.br
http://www.cnpq.br
http://scholar.google.com.br
http://www.periodicos.capes.gov.br
http://www.scielo.org/
http://prossiga.ibict.br
COMENTRIO
Autores
Para que a leitura de textos fique arma-
zenada de modo a ser utlizada por voc
quando precisar, insistimos que, durante
e aps a leitura, voc faa fichas de lei-
tura. Neste captulo, vamos apresentar
algumas opes, com destaque para re-
sumos, fichamentos ou resenhas. Essas
formas de armazenamento so utilizadas
tambm em outras reas, no s na aca-
dmica. O que vamos ensinar aqui servir
para os trabalhos acadmicos.
62 qcaptulo 3
ATENO
O resumo no deve ser extenso. Em geral, limita-se a 250 palavras, ou a 1.500 ca-
racteres com espao ou a 10 linhas. Para facilitar, os programas de edio de texto
permitem contar palavras v ao menu reviso, depois contar palavras. Essa mes-
ma funo fornece as trs informaes (nmero de palavras, linhas e caracteres),
alm de outras informaes quantitativas sobre o texto.
Passos para a confeco de um resumo
O resumo geralmente feito em espao simples. No se usa pargrafo e
o texto do resumo no pode ser dividido, ele se apresenta como um ti-
jolo. Eventualmente pode conter indicao dos autores ou abordagens
com as quais o texto dialoga, mas no faz sentido ter referncias que no
sejam descritas nele mesmo, pois geralmente elas so consultadas in-
dependentemente do texto principal. Existem sites que disponibilizam
resumos, mas no os textos originais. Se fizer alguma referncia que de-
penda do texto, o leitor vai ficar sem saber que referncia essa.
ATENO
Passo a passo para confeco de resumo
1) O resumo comea revelando o objetivo do texto: se o texto no traz o objetivo
explicitamente, quem faz o resumo deve escrev-lo. O objetivo diz para que o texto
foi escrito, qual foi a inteno do autor, o que ele pretendeu;
2) O passo seguinte revelar como o autor fez para cumprir seu objetivo. Qual foi o
desenvolvimento que ele usou, que argumentos foram articulados para defender as
ideias, ou seja, voc deve dizer como o autor desenvolveu o texto. Em outras pala-
vras, dizer qual a fundamentao terica e metodolgica do trabalho;
3) O ltimo passo assinalar quais foram as concluses do autor. As concluses
referem-se sempre ao objetivo. O autor se props a escrever sobre algo e as conclu-
ses devem se referir ao que ele se props.
A seguir voc ver um resumo de artigo escrito por Ana Luisa Noguei-
ra de Amorim e Adelaide Alves Dias intitulado Organizao dos espaos
nas creches: possibilidades e limites, publicado em 2013 na Revista Edu-
cao e Cultura Contempornea (v.10, n. 21. p.224-254).
O objetivo desse texto discutir a importncia da organizao dos espaos
destinados s crianas nas creches, tomando por base a compreenso de que
a organizao dos ambientes destinados Educao Infantil interfere nas pr-
ticas educativas, podendo ou no favorecer o desenvolvimento das crianas.
COMENTRIO
Referncias
Existem sites que disponibilizam resu-
mos, mas no os textos originais. Se
fizer alguma referncia que dependa
do texto, o leitor vai ficar sem saber que
referncia essa caso o texto original
tenha sua publicao suspensa. Caso
o texto no traga ficha catalogrfica,
sempre til fazer a identificao comple-
ta do texto e acrescentar ao resumo. A
Identificao do texto tem os seguintes
elementos: nome do(s) autor(es), ttulo,
local, editora, data e palavras-chave. Ela
pode conter tambm uma referncia
mais especfica sobre o(s) autor(es) ou
sobre o texto em relao totalidade da
obra do(s) autor(es). O mais importante
que ele deve conter as informaes
que algum interessado no assunto,
como voc, v encontrar quando fizer a
reviso de literatura.
captulo 3 q63
O texto apresenta parte dos resultados de pesquisa de campo realizada
em tese de doutorado, desenvolvida a partir de observao realizada em
creches pblicas de um municpio paraibano. Os dados produzidos na pes-
quisa foram registrados em dirio de campo e enriquecidos com fotos que
registraram alguns ambientes das creches. A anlise dos dados indicou a
desconsiderao dos parmetros nacionais estabelecidos e a falta de pla-
nejamento e organizao dos espaos. Na maioria das creches, constata-
mos a falta de equipamentos, brinquedos, objetos e materiais, indispensveis
para a realizao de um trabalho pedaggico de boa qualidade, capaz de
favorecer o desenvolvimento pleno e integral das crianas. Tais anlises evi-
denciaram os descompassos identificados entre os documentos nacionais e
locais e aquilo que ocorria nas creches; retomando a discusso sobre a no
superao da dicotomia cuidar e educar, e da concepo assistencialista
de Educao Infantil que ainda permeia as concepes sobre crianas e a
organizao das instituies no contexto municipal.
ATIVIDADE
Fazendo um resumo
Esta atividade vai servir para experimentar os conhecimentos que voc obteve sobre
os resumos.
1) Escolha um texto sobre o seu tema com aproximadamente 12 pginas. Aps sua
leitura, faa um resumo seguindo os passos sugeridos.
2) Embora os resumos possam variar quanto ao nmero de palavras ou caracteres,
neste primeiro, utilize as indicaes feitas nos passos anteriores.
COMENTRIO
A maior parte dos resumos tem como objetivo informar ao leitor, brevemen-
te, o contedo do trabalho. Assim, deve-se evitar qualquer cpia do texto ou
informaes que informem detalhes sobre o contedo.
Como fazer um fichamento
O fichamento feito para armazenar outros dados sobre o texto que se-
ro teis a trabalhos que voc venha a fazer depois. Voc ter mais liber-
dade para fazer um fichamento do que para o resumo, pois so menos
regras a seguir, j que o fichamento feito para o seu prprio consumo,
enquanto o resumo geralmente utlizado por muitos, uma vez que de-
ver ficar disponvel para consulta. O fichamento deve conter, alm do
resumo do texto, os seguintes itens:
COMENTRIO
Fichamento
Podemos dizer que so fichas de lei-
tura que registram informaes que
ns mesmos pretendemos usar em
outra ocasio, por isso, o tamanho no
determinado. Passado algum tempo
depois de termos lido um livro ou um
artigo, esquecemos alguns aspectos s
vezes importantes da leitura. O ficha-
mento guarda essas informaes.
64 qcaptulo 3
Sntese das ideias do autor que no esto contempladas no resumo, mas que
voc julga serem importantes.
Boas perguntas que podem ser formuladas e que o texto no responde,
indicando a possvel necessidade de outras leituras ou conexes com
outros textos.
Comentrios pessoais, que expressam sua compreenso e reflexo crtica
sobre a obra, baseando-se ou no em outros autores e em outras obras, com
observaes que seriam teis para o seu trabalho posterior.
Citaes, ou seja, partes do texto que voc pretende citar em seu trabalho, j
que podem estar relacionadas ao que voc pretende dizer nele. Em geral,
devem ser escolhidas de acordo com o objetivo da leitura e podem ser
precedidas de algum esclarecimento (ou motivo da escolha). No esquea de
colocar a citao entre aspas, caso tenha menos de quatro linhas, e inserir o
nmero da pgina onde a citao ocorre.
Exemplo de fichamento
Identificao: ALVES-MAZOTTI, ALDA J. O planejamento de pesquisas qualitativas. In: ALVES
-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O mtodo nas cincias naturais e sociais: pesquisa
quantitativa e qualitativa. 1 ed. So Paulo: Pioneira, 2000. Palavras-chave: cincias; cincias so-
ciais; mtodo; metodologia cientfica.
Resumo: o principal objetivo da autora apresentar pontos importantes no que se refere discus-
so do paradigma qualitativo. Tal problemtica, que permeia o ttulo e, basicamente, todo o texto,
faz referncia discusso da ideia de que, para ser cincia, um estudo deve ser neutro, objetivo
e racional e, para tanto, as Cincias Sociais devem almejar o rigor se quer conquistar o respeito
entre as demais cincias. Em sua argumentao, a autora discute trs paradigmas: empirismo
lgico, teoria crtica e relativismo. Em sua concluso, a autora enfatiza a curiosidade metodolgica,
acreditando que se deve ter certa objetividade, sim, nas cincias sociais, mas que a complexidade
dos estudos desse tipo de cincia no deve ser descartada.
Minha crtica: acredito que a parte final do texto seja a mais relevante para meu projeto de pesquisa,
e que me ajudar para a construo da monografia, por se tratar mais diretamente da pesquisa na
minha rea e da crise que gira em torno da pesquisa, suas delimitaes e coerncia A autora frisa
que o panorama atual da pesquisa em cincias sociais, de uma forma geral, bastante complexo.
Entre os inmeros problemas, ela destaca: a pobreza terico-metodolgica na abordagem dos temas
de pesquisa, a pulverizao e irrelevncia dos temas escolhidos, adoo crtica de modismos na
captulo 3 q65
seleo de quadros terico-metodolgicos, preocupao com a aplicabilidade imediata dos resul-
tados e divulgao restrita dos resultados e pouco impacto sobre as prticas. Isso tudo produto
das incertezas e falsas certezas em torno do modelo tradicional de cincia, que desorientou os
pesquisadores ao longo do tempo, refletindo-se nos dias de hoje, mas deve-se lutar para que esse
quadro mude, apesar de totalmente compreensvel. No se deve usar isso como justificativa para
que no se tenha rigor na pesquisa. por isso que se pode afirmar que a parte final a mais re-
levante para os estudos de graduao, e deve ser usado no s como parte da monografia, como
tambm inserido no pensamento, para toda a vida acadmica e de pesquisa.
Citao a ser utilizada: "planejamentos menos estruturados so mais adequados para o estudo de
realidades muito complexas e/ou pouco conhecidas" (p.148).
Boas perguntas: Como garantir o rigor em pesquisas na graduao?
No obrigatrio fazer todos os itens que indicamos, e bom lembrar que o fichamento
feito para que ns tenhamos acesso a informaes que ns mesmos iremos utilizar.
ATIVIDADE
Fazendo um fichamento
Esta atividade vai servir para experimentar os conhecimentos que voc obteve sobre os fichamentos.
1) Escolha um texto sobre um tema de seu interesse com aproximadamente 20 pginas. Aps sua leitura,
faa o resumo dele seguindo os passos sugeridos;
2) Tambm seguindo as orientaes que voc acabou de ver, faa o fichamento do texto. importante que
preencha todos os itens na primeira vez que se faz um fichamento, para justamente experimentar cada
passo e calibrar essa prtica.
COMENTRIO
Os fichamentos so para consumo prprio. Por isso, escreva todas as suas dvidas, guarde todas
as pginas do texto que pretende citar, faa boas perguntas e procure respond-las perguntando
a quem sabe. No se esquea de evitar qualquer cpia do texto no resumo, observe que os passos
contemplam as citaes que pretende usar. importante tambm fazer comentrios sobre o texto,
pois eles sero importantes na hora da escrita de seu trabalho.
Como fazer ou utilizar-se de uma resenha
Uma resenha serve para, em poucas pginas, descrever o contedo de um livro ou outro
trabalho qualquer, que tenha a caracterstica de ser grande e complexo. Serve para divulgar
ou armazenar esse contedo, de modo a ser utilizado com facilidade. Difere de um ficha-
mento porque traz uma sntese completa da obra. Neste captulo, vamos nos ater resenha
que voc dever fazer dos livros que pretende utilizar no TCC.
66 qcaptulo 3
A resenha de um livro pode meramente descrever seu contedo como tambm pode
conter avaliaes pessoais de quem a faz. No caso especfico da resenha que se faz para
consumo prprio (no seu caso, visando ao TCC), sempre interessante que ela j tenha sua
crtica. A crtica em uma resenha tem o objetivo de apontar tantos os aspectos positivos,
quanto os negativos do texto.
REFLEXO
A crtica, como j vimos no Captulo 1, um procedimento necessrio do trabalho cientfico. Ela d con-
fiabilidade ao seu trabalho. No Brasil, no temos o hbito de usar a crtica desse modo, normalmente a
interpretamos como desmerecimento. Em trabalhos cientficos, ela faz parte do processo de validao
e d confiabilidade ao que foi escrito. Ela faz parte dos procedimentos que tornam um conhecimento
produzido por ns, cientfico.
Veja a seguir uma sugesto de roteiro para resenha:
IDENTIFICAODO TEXTO
Localize e inclua os seguintes elementos:
a) nome do(s) autor(es); b) ttulo; c) local de publicao; d) editora; e) data de
publicao (incluir n da edio, se for o caso); e) palavras-chave.
AVALIAOCRTICA
Aqui aparecero suas opinies sobre o texto, que devem ser fundamentadas.
uma anlise crtica (comentada, avaliada) das principais ideias do texto,
geralmente baseada em outras leituras.
SNTESE DASIDEIAS DO
AUTOR
Compilao das principais ideias do autor, organizadas em temas, se for o caso.
Uma boa prtica para treinar essa ao e ler sublinhando as partes que
chamam sua ateno.
OPCIONAL
Fazer um quadro organizativo dos aspectos mais importantes da obra,
destacando o que mais importante (do ponto de vista do que voc pretende
fazer com a resenha, se divulgao ou armazenamento de informao) de
forma resumida.
Como a resenha vai ficar disponvel para outros, comece fazendo fichamentos e resu-
mos; deixe as resenhas para um momento em que voc conhea mais sobre o tema. Aquele
que faz uma resenha tem de estar por dentro do assunto. Tem de conhecer alguns autores
que escrevem sobre o tema, o que se tem dito sobre ele... Enfim, para fazer uma crtica bem
fundamentada, voc deve j ter, no mnimo, lido sobre o assunto.
ATENO
importante ter em mente que a resenha vai servir como material para futuras consultas, tanto suas quan-
to de qualquer outra pessoa. possvel, inclusive, publicar resenhas em peridicos, e isso interessante
para alunos de graduao, pois as agncias de fomento identificam essas resenhas como uma produo
do aluno. Para futuros pedidos a essas agncias, a resenha publicada tem um grande valor.
captulo 3 q67
As formas comumente usadas para armazenar um contedo, visan-
do escrita de um trabalho cientfico, vo servir para vrios fins em sua
vida. Seu orientador tem tambm a funo de sugerir obras que ele j leu
e que sabe que sero importantes para o seu trabalho. Por isso, durante
a reviso de literatura conte com ele, siga suas sugestes, converse so-
bre o que j leu, explore esse canal privilegiado de interao. Lembre-se
sempre de que, quanto mais informado sobre seu trabalho, melhores
sugestes o orientador poder lhe dar.
A pesquisa cientfica e o TCC
Uma vez feita a reviso de literatura, o prximo passo escolher o tipo de
TCC que voc vai fazer. Nas reas ligadas s Cincias Humanas e Sociais,
geralmente o TCC uma monografia, relacionada a uma pesquisa. Em
cursos ditos tcnicos, o trabalho final costuma ser um produto, como um
banco de dados, um software, um modelo de organizao para departa-
mento de pessoal, uma mquina, um prottipo, um projeto de arquitetu-
ra, a testagem de um novo medicamento em animais etc.
Tudo em um TCC feito para que o leitor possa compreender seu
trabalho, por isso importante faz-lo, pois vai aprender a se comunicar
por escrito com um pblico que tem a mesma formao que voc. um
conhecimento importante para profissionais de todas as reas. Vejamos
abaixo alguns exemplos de temas e respectivos resumos/descries:
EXEMPLO
Exemplo 1 (TCC do Curso de Informtica para negcios)
Ttulo: Projeto de banco de dados, apresentando as vantagens da implementao
de aplicaes no banco de dados.
Resumo: hoje em dia o conceito de banco de dados vem sendo amplamente utiliza-
do em diversos projetos, inclusive para o desenvolvimento de aplicaes, implemen-
tando a lgica do negcio, segurana como controle de acessos, regras de negcios
e outras funcionalidades no prprio banco de dados. Isso vem sendo possvel com
o avano dos desenvolvedores de SGBDs (Sistemas de Gerenciadores de Banco
de Dados), que vem agregando todas essas funcionalidade ao SGBD. O objetivo
estudar e demonstrar as vantagens da implementao lgica de uma aplicao, em
um banco de dados, por meio da pesquisa e aplicao da teoria em um projeto no
SGBD Sql Server com interface VB.
(Fonte: http://fateczl.edu.br/TCC/2010-2/TCC-001.pdf)
COMENTRIO
Tcnicos
Mesmo em cursos tcnicos, o TCC pode
ser uma monografia que explora a utili-
zao de um produto. Na sequncia do
texto, voc encontrar alguns exemplos.
Os cursos geralmente tm orientado os
alunos na escolha do tema e do tipo de
TCC que iro desenvolver. Seu orienta-
dor ir fazer algumas sugestes entre
as quais o curso disponibiliza.
68 qcaptulo 3
EXEMPLO
Exemplo 2 (TCC em Design Grfico)
Ttulo: Projeto de criao de embalagem para a cooperativa de produtores de cachaa de So Joo de Boa Vista.
Descrio: objetivo do projeto foi a criao de marca e embalagem para uma nova marca da cachaa de
So Joo da Boa Vista e para o lanamento de uma nica marca para o mercado da Grande So Paulo.
(Fonte: http://pt.slideshare.net/vicentedesign/apresentao-tcc-pesquisa-conceito-e-produto-cachaa-raiz)
EXEMPLO
Exemplo 3 (TCC em Direito)
Ttulo: Investigao de paternidade: quando a paternidade socioafetiva sobrepe a biolgica.
Resumo: o presente trabalho de concluso de curso trata do reconhecimento da paternidade socioafetiva,
em uma ao de investigao de paternidade, quando esta estiver em conflito com a paternidade biolgica.
Cabendo ao julgador prestigiar a paternidade socioafetiva quando o filho j vive a posse de estado de filho, e
preenche todos os requisitos que caracterizam tal estado. So diversas circunstncias que exteriorizam a condi-
o de filho, porque quando educa, cria e zela, aquele que considera como filho, est manifestando a funo de
pai publicamente, somente dessa forma a paternidade socioafetiva poder se sobrepor paternidade biolgica.
(Fonte: http://www.jurisway.org.br/monografias/monografia.asp?id_dh=11386)
EXEMPLO
Exemplo 4 (TCC em Engenharia Eltrica)
Ttulo: Aplicao de painis solares fotovoltaicos como fonte geradora complementar de energia eltrica
em residncias.
Resumo: o presente trabalho investiga a viabilidade econmica da implementao de um sistema fotovoltaico co-
nectado rede eltrica de baixa tenso na cidade de Curitiba/PR, para suprir parcialmente o consumo de energia
eltrica de uma residncia de mdio/alto padro com quatro habitantes, cujo consumo mensal de aproximada-
mente 400 kWh. Considerando que a barreira tcnica para a disseminao dessa forma de produo de energia
descentralizada j foi superada, estudar a viabilidade econmica de sua instalao poder ajudar na propagao
dessa tecnologia no pas. A questo de busca de fontes alternativas e renovveis de produo de energia eltrica,
que no ocasionam graves problemas ambientais, h muito tempo deixou de ser uma utopia. J uma realidade
concreta e confivel, visvel em muitos pases considerados desenvolvidos. Hoje em dia, possvel encontrar te-
lhados fotovoltaicos em edificaes de diversos tipos em centros urbanos dos principais pases da Europa, nota-
damente Alemanha e Espanha, gerando energia limpa. No Brasil, a energia solar fotovoltaica ainda no conseguiu
superar a barreira econmica, pois a energia gerada pelos mdulos fotovoltaicos continua tendo um custo elevado
em comparao gerao hidreltrica, principal fonte energtica na matriz de gerao do pas. Analisando os re-
sultados obtidos na anlise do projeto proposto, este trabalho mostra que a produo de energia solar fotovoltaica
est em vias de se tornar um investimento ao alcance da populao de classe mdia alta, mas ainda necessita de
um ambiente mais favorvel para sua expanso, onde incentivos fiscais e de produo sejam concedidos por parte
do governo, justificado pelo impacto ambiental que a disseminao desta tecnologia proporcionaria.
(Fonte: http://www.eletrica.ufpr.br/p/tcc:listagem)
captulo 3 q69
Os trabalhos de concluso de cursos de graduao, no caso das mono-
grafias, so reflexes feitas a com base em dados de pesquisa. Os critrios
para classificao das pesquisas tm sido criados pelas prticas dos pesqui-
sadores. Algumas se relacionam com os campos em que tm sido aplicadas,
como na Educao, na Histria, na Medicina, na Matemtica ou na Biologia,
por exemplo. Outras se relacionam com os objetivos da pesquisa: descrever,
prever, encontrar as causas de um fenmeno. Outras ainda se relacionam
com o lugar de realizao da pesquisa, em campo ou em laboratrio, ou ain-
da em relao sua aplicao, como a pesquisa pura ou aplicada.
REFLEXO
Existem ainda aquelas relacionadas aos recursos de coleta de dados, como question-
rios, testes, entrevistas, bibliografias ou aos mtodos para estabelecer relaes, como a
correlacional, a experimental e mais uma infinita lista de categorias. Na prtica, o pesqui-
sador utiliza s vezes mais de um tipo de pesquisa, ou faz adaptaes dos vrios tipos.
Explorando a pesquisa bibliogrfica
No prximo captulo, voc encontrar alguns tipos de pesquisa. Neste,
vamos nos dedicar a apenas um deles, que muito utilizado em mono-
grafias, e pode ser considerado uma extenso da reviso de literatura.
Trata-se da pesquisa bibliogrfica.
A pesquisa bibliogrfica geralmente delimitada pelo tema das obras,
pelo perodo em que foram escritas e por alguns conceitos e ideias que
analisa. Uma vez delimitada, a pesquisa ser feita com base na seleo das
obras que a integraro, por sua leitura e anlise. Essas obras sero lidas
a com base no que foi considerado nessa delimitao, isto , pelo tema,
perodo e conceitos e ideias que se pretende analisar. Vejamos um passo
a passo para elaborao de uma pesquisa bibliogrfica:
REFLEXO
1) Delimitao do que ser analisado na pesquisa bibliogrfica nesse passo, ser
definido o tema, o perodo e o tipo de produo cientfica que ser analisada: artigos,
monografias, teses etc.
Por exemplo, para o tema sugerido pelo ttulo trabalho cooperativo em redes
sociais, como um tema recente, o indicado seria trabalhar com um perodo
prximo (por exemplo, os ltimos trs anos anteriores ao incio da pesquisa).
Como devem ser poucos os livros escritos sobre o assunto, uma boa escolha
seria o estudo de dissertaes sobre o tema.
CONCEITO
Pesquisa bibliogrfica
A pesquisa bibliogrfica investiga
ideias e conceitos que comparam as
posies de diversos autores em re-
lao a um tema especfico, estabe-
lecendo uma reflexo crtica sobre as
ideias e conceitos escolhidos e defen-
dendo uma ou vrias afirmativas, que
podemos caracterizar como argumen-
tos. Ela comeou com os estudos da
Sociologia do Conhecimento e, hoje,
tem sido utilizada em outros campos.
70 qcaptulo 3
2) Delimitao dos conceitos e ideias a serem analisados h duas formas de
escolher as ideias e os conceitos a serem analisados nas obras: ou eles sero esco-
lhidos anteriormente leitura das obras, por se tratarem de um interesse do pesqui-
sador; ou eles sero escolhidos aps a leitura dos textos, por serem as ideias e os
conceitos que caracterizam o tema ou o perodo da anlise.
Por exemplo: a) os objetivos da anlise; b) o tipo mais comum de pesquisa
feita sobre o tema ou o que mais se pesquisou sobre o tema; c) as refern-
cias tericas utilizadas pelos autores, se eles utilizam os mesmos autores e
mesmos conceitos, ou se so pesquisas com referncias muito diferentes e
quais so elas; d) os resultados alcanados ou se os resultados so coeren-
tes entre si e quais so os mais relevantes etc.
3) Anlise dos dados o trabalho de anlise de qualquer pesquisa bibliogrfica
deve ser organizado com base nos conceitos e ideias que foram selecionados. Um
quadro comparativo pode ajudar nesse momento, levantando os conceitos utilizados,
as ideias mais frequentes, as lacunas deixadas pelos autores etc.
Nesse quadro, voc deve fazer um levantamento de quais ideias e concei-
tos so tratados na bibliografia estudada, descrever como os autores tratam
cada um deles. O exame desse quadro pode fornecer o que esses autores
consideram essencial. importante ainda levantar os principais achados das
pesquisas e as concluses a que chegaram.
Esse tipo de pesquisa tambm pode se apresentar como estado da arte
sobre algum tema. A delimitao, nos estados da arte, feita do mesmo
modo que qualquer pesquisa bibliogrfica. A diferena que a anlise vai
procurar dar conta de tudo o que foi produzido sobre o assunto, de maneira
crtica. Os estados da arte apontam o que j foi pesquisado, quais perguntas
foram respondidas e o que ainda est por fazer. sempre bom lembrar que
outros pesquisadores iro se servir dos dados encontrados por eles.
EXEMPLO
Exemplo 1 de pesquisa bibliogrfica (TCC em Pediatria)
Ttulo: Doena celaca: reviso bibliogrfica.
Resumo: a doena celaca uma afeco inflamatria do intestino delgado associada
intolerncia permanente ao glten, que ocorre em indivduos geneticamente suscetveis.
Pensava-se ser uma doena rara da infncia caracterizada pela diarreia. Mas a doena
celaca uma desordem multissistmica que ocorre em consequncia de uma resposta
imune ao glten ingerido em indivduos geneticamente predispostos. Estudo de scree-
ning tem revelado que a DC comum em pacientes assintomticos. Embora o progresso
cientfico considervel em compreender a doena celaca e em impedir ou curar suas
manifestaes, uma dieta isenta de glten o nico tratamento para doena celaca.
CONCEITO
Estado da arte
Esse o termo utilizado para designar
um tipo de pesquisa bibliogrfica que
procura descrever e analisar tudo o que
foi escrito sobre um tema em um per-
odo determinado, de modo a informar
outros pesquisadores do mesmo cam-
po sobre a produo cientfica daquele
tema. Fazer o estado da arte significa
informar, criticamente, como se encon-
tra a produo de artigos, livros, mono-
grafia, teses, dissertaes e resenhas,
dependendo da delimitao feita.
captulo 3 q71
O diagnstico precoce e o tratamento, junto com visitas regulares a um nutricionista, so necessrios para
assegurar adequada dieta e para impedir a desnutrio ao aderir dieta isenta de glten durante toda a vida.
A finalidade desta reviso fornecer informao atualizada sobre a doena celaca, sua apresentao clnica
diversa, prevalncia aumentada, a forte predisposio gentica doena celaca e seu diagnstico.
(Fonte: http://www.paulomargotto.com.br/documentos/Monografia_doen%C3%A7a%20cel%C3%ADaca.pdf)
EXEMPLO
Exemplo 2 de pesquisa bibliogrfica (TCC em Cincias Contbeis)
Ttulo: A influncia da substituio tributria do ICMS no custo das mercadorias em uma empresa do
segmento de comrcio de equipamentos de telecomunicaes.
Resumo: este estudo monogrfico intitulado A Influncia da Substituio Tributria do ICMS no custo das
Mercadorias em uma Empresa do Segmento de Comrcio de Equipamentos de Telecomunicaes tem
como objetivo realizar uma pesquisa sobre o instituto tributrio, chamado Substituio Tributria, adotado
pelo Governo na cobrana do ICMS, e apresentar sua influncia nos custos das mercadorias de uma em-
presa no ramo do comrcio de equipamentos de telecomunicao. Para desenvolvimento do referido estu-
do, utilizou-se primeiramente o mtodo de pesquisa bibliogrfica com o objetivo de apresentar os conceitos
dos vrios elementos que compem a substituio tributria, por meio de livros e artigos que abordam este
assunto. Aps todo o estudo realizado, foi possvel constatar que a substituio tributria influencia sim no
custo das mercadorias, deixando mais oneroso. E quando as duas tributaes so comparadas, observa-se
que a carga tributria efetiva maior na tributao de substituio tributria. Por consequncia, na compa-
rao dos resultados, a margem operacional menor na tributao de substituio tributria sendo menos
lucrativa que a tributao normal. Isso leva a concluir que o regime de substituio tributria beneficia em
maior proporo o Sujeito Ativo, facilitando na cobrana do tributo ao Sujeito Passivo.
(Fonte: http://www.flf.edu.br/revista-flf/monografias-contabeis/monografia-rafael-barros.pdf)
EXEMPLO
Exemplo 3 de pesquisa bibliogrfica (Especializao em Gesto de Sistemas e Servios de Sade)
Ttulo: Estresse e o trabalho do enfermeiro: uma reviso bibliogrfica.
Resumo: trata-se de uma reviso bibliogrfica sobre o estresse e o trabalho do enfermeiro hospitalar.
Objetivos: apresentar uma reviso bibliogrfica dos estudos epidemiolgicos existentes sobre estresse e
trabalhadores de enfermagem, realizados a partir do ano de 1990. Foram examinadas as prevalncias e os
fatores de risco para o estresse no trabalho hospitalar.
Mtodo: pesquisa de reviso bibliogrfica, em que foram includos na reviso artigos indexados, publica-
dos desde 1990, escritos em portugus, que determinaram a prevalncia do estresse nos enfermeiros
hospitalares. Resultados e concluso: Constatou-se que os enfermeiros que atuam em unidades de en-
fermaria obtiveram maior nvel de estresse do que aqueles que trabalham em unidades fechadas, como
as unidades de terapia intensiva, e praticamente a atuao relacionada administrao de pessoal foi
considerada estressante para a totalidade de enfermeiros. necessria a educao do enfermeiro para
minimizar esses fatores estressantes.
(Fonte: http://www.cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2011alves-acgc.pdf)
72 qcaptulo 3
ATIVIDADE
Experimente os conhecimentos que voc obteve sobre a pesquisa bibliogrfica!
1) Descreva um tema pelo qual se interesse em um pargrafo. Escolha 3 palavras-
chave para ele. Faa uma busca em sites confiveis e tente levantar 20 ttulos sobre
o tema;
2) Agora limite o perodo para as obras escolhidas, por exemplo, os ltimos cinco
anos. Das 20 obras encontradas, verifique quantas esto no perodo escolhido. Leia
o resumo das que ficaram e verifique se o interesse nelas permanece. Os ttulos que
ficaram devem ser armazenados para futura leitura.
COMENTRIO
O procedimento de encontrar obras sobre um tema determinado pode ser
enriquecido com outros que voc ache pertinentes. Isto se deve ao fato de
que cada assunto tem caractersticas prprias. Por exemplo, pode ser que
sua pesquisa seja histrica e que muitos autores tenham escrito sobre o
tema em uma dcada determinada. Pode acontecer de haver muita literatura
sobre um produto na poca em que foi criado. Esses so fatores que depen-
dem diretamente do tema e que no podem ser padronizados. importante,
portanto, usar seu conhecimento sobre o assunto e sua intuio.
Panorama sobre diferentes metodologias
Uma vez definido o tipo de pesquisa que ser feita, a prxima escolha
a fazer qual metodologia utilizar para coletar os dados da pesquisa. A
metodologia de pesquisa a ser adotada uma escolha do pesquisador,
porm, deve estar em sintonia com os objetivos do trabalho e de acordo
com a questo que voc pretende estudar, pois ela escolhida para res-
ponder tal questo. A metodologia determina como a pesquisa ser rea-
lizada e deve ser pensada antes de iniciar a pesquisa, pois ela indicar os
caminhos a serem seguidos.
A seleo das ferramentas metodolgicas de pesquisa feita depois
que forem estabelecidas as questes e as hipteses de pesquisa. Assim,
voc escolher com seu orientador o procedimento a ser utilizado, ou
seja, como fazer e por que fazer de um determinado jeito.
ATENO
importante saber por que usar tal mtodo ou tcnica, e qual tipo de informao
aquele mtodo ou aquela tcnica permitem obter, de forma a viabilizar um material
realmente til para sua pesquisa. nessa etapa que voc dever tambm identificar
COMENTRIO
Metodologia
Entrar em campo sem definir a meto-
dologia um desperdcio de tempo e
de investimento. Enfim, a metodologia
no algo que se possa descartar, ela
necessria para voc saber o que fazer,
que caminhos trilhar para desenvolver
seu TCC. Deve-se escolher uma meto-
dologia em qualquer caso de trabalho
cientfico, seja uma monografia ou o de-
senvolvimento de um produto. O captu-
lo seguinte vai mostrar alguns exemplos
de ferramentas metodolgicas utiliza-
das em Trabalhos de Concluso de Cur-
so, no caso das monografias.
captulo 3 q73
a populao a ser investigada, que chamamos sujeitos da pesquisa, caso seja uma
pesquisa com pessoas. Nesse caso, voc e seu orientador precisaro definir algum
critrio para a escolha dos sujeitos de pesquisa, ou seja, por que escolher determi-
nados sujeitos e no outros.
EXEMPLO
Exemplo 1 (TCC em Letras)
Ttulo: anlise comparativa das diferentes abordagens das gramticas normativas
sobre o emprego dos pronomes relativos em francs e portugus.
Metodologia utilizada: foi feita uma anlise comparativa das gramticas de lngua
portuguesa.
(Fonte: http://www.letras.ufpr.br/documentos/graduacao/monografias/ss_2007/
Julio_Cesar_Araujo.pdf)
Exemplo 2 (TCC em Direito)
Ttulo: a importncia da retrica para o direito para uma justificao razovel das
decises.
Metodologia utilizada: pesquisa bibliogrfica.
(Fonte: http://www.academia.edu/1166990/A_importancia_da_retorica_para_o_
direito_para_uma_justificacao_razoavel_das_decisoes)
Exemplo 3 (TCC em Engenharia Civil)
Ttulo: alternativas sustentveis para a circulao urbana estudo de caso as cida-
des de Guaratinguet e Lorena.
Metodologia utilizada: estudo de caso.
(Fonte: http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/tcc/beg/19386/2011/
oliveira_bc_tcc_guara.pdf)
Exemplo 4 (TCC em Geografia)
Ttulo: quilombos urbanos, segregao espacial e resistncia em Porto Alegre/RS:
uma anlise a partir dos Quilombos do Areal e da Famlia Silva.
Metodologia utilizada: pesquisa de campo de cunho etnogrfico.
(Fonte: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1600
Como voc pode observar nos exemplos, a metodologia serve para
voc saber como deve proceder em cada caso. Geralmente os pesquisa-
dores usam um captulo para descrever os procedimentos metodolgi-
cos utilizados para coletar os dados. Este captulo muito importante
para outros pesquisadores.
Dizer como foi feita a pesquisa, baseada em que prtica, de qual pes-
quisador e quais foram os problemas enfrentados, vai auxiliar outros pes-
quisadores na hora de planejar suas pesquisas e avaliar os resultados da
sua, na perspectiva da intersubjetividade, como voc viu no Captulo 1.
COMENTRIO
Problemas enfrentados
Ao contrrio do que possa parecer,
descrever os problemas enfrentados
no uma falha do pesquisador, mas
um dos elementos mais cobiados por
quem se inicia na pesquisa ou em um
tipo de pesquisa que lhe pouco co-
nhecido, e isso vale inclusive para pes-
quisadores experientes.
74 qcaptulo 3
O Trabalho de Concluso de Curso: roteiro para sua elaborao e normas tcnicas
No Brasil, o rgo que regulamenta as regras utilizadas para padronizar os trabalhos cien-
tficos a ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. As regras da ABNT so facil-
mente encontradas em sites de universidades, peridicos cientficos e outros que utilizam
esse tipo de informao. Tais regras foram pensadas para facilitar a produo de trabalhos
cientficos e a comunicao entre os pesquisadores.
ATENO
A construo de um TCC depende muito do que ele vai ser, se uma monografia ou um produto. As regras
para elaborar um TCC, no entanto, so as mesmas para qualquer um dos casos. Para ambos, voc deve
comear pela reviso de literatura, j que outros passos podem variar.
Roteiro para a elaborao de produtos
Desenvolver um produto depende principalmente a que ele se prope. Um banco de dados,
por exemplo, pode ter muitas utilidades e o objetivo de sua criao que vai determinar os
passos a serem dados. A reviso de literatura tambm vai indicar modos de desenvolver seu
produto. De um modo geral, consideramos os seguintes passos:
Passo 1: definio do produto
A definio do que ser o produto a ser desenvolvido ser sempre uma deciso tomada pelo
aluno em conjunto com seu orientador. A escolha deve ser feita levando em conta a sua
carreira e aquilo que interessa a voc.
ATENO
Assim que se defina o produto a ser desenvolvido, iniciar a reviso de literatura, procurando
trabalhos de desenvolvimento, ou de produtos similares ou do mesmo, conforme o caso.
Essa leitura vai economizar muito trabalho, pois esclarecer o estado a importncia do de-
senvolvimento de seu produto, sua aceitao e possveis caminhos a serem tomados.
Passo 2: desenvolvimento do produto
Nessa etapa, seu orientador a pessoa mais importante para voc manter um dilogo.
Ele vai fazer sugestes que vo dirigir o que deve ser feito e como.
captulo 3 q75
Passo 3: testagem do produto
Uma vez que o produto esteja desenvolvido, ele deve ser testado para
que se tenha ideia se est funcionando do jeito esperado.
Passo 4: homologao do produto
Aps a testagem, seu produto deve ser apresentado a outros para sofrer cr-
ticas ou possveis ajustes. Como dito anteriormente, a crtica faz parte de
um trabalho cientfico, ela um dos quesitos para validar o que foi feito.
Roteiro para elaborao de uma monografia: introduo
Os passos que vamos apresentar foram pensados a partir da experincia
de orientadores de monografias e outros trabalhos cientficos. Aconse-
lhamos que voc siga os passos indicados, pois s depois que se apren-
de como fazer o primeiro trabalho cientfico, possvel inventar, fazer
diferente. Para comear mais prudente seguir os passos e entend-los,
pois eles so fundamentais para a elaborao do seu trabalho. Vamos
discutir cada um deles separadamente de modo que fique bem claro o
que deve conter uma monografia.
Roteiro para elaborao de uma monografia: escolha do tema
Fazer uma monografia supe uma pesquisa que ser orientada, sobre-
tudo, pela reviso de literatura. Somente iniciamos a reviso de litera-
tura aps a escolha do tema, pois ele que vai fornecer o conjunto de
palavras-chave necessrio para a reviso da literatura. A escolha do tema
o primeiro passo na elaborao de uma monografia, pois permitir a
sistematizao das ideias que levar necessidade de investigao.
EXEMPLO
Exemplo 1 (TCC em Tecnologia em Redes de Computadores)
Ttulo: TV digital interativa
Resumo: o objetivo do trabalho foi levantar a trajetria de implantao da TV digital
no Brasil. O trabalho explica o funcionamento de uma TV digital interativa.
(Fonte: http://pt.slideshare.net/JooXimenes/apresentao)
Exemplo 2 (TCC em Cincias Econmicas)
Ttulo: Fordismo: uma anlise aplicada aos casos do Brasil e Japo.
Resumo: o presente trabalho tem por objetivo caracterizar o Modelo de Desenvol-
vimento Fordista de Produo nas economias dos Estados Unidos, Brasil e Japo.
Sero caracterizadas as principais polticas adotadas pelos pases referentes poltica
COMENTRIO
Escolha do tema
O tema deve ser definido em poucas
pginas e deve descrever todos os ele-
mentos necessrios compreenso da
questo que ser investigada. A escrita
de um texto que explique o tema aju-
da a torn-lo claro inclusive para voc.
Por isso, um bom exerccio escrever
algumas pginas e contar com seus
parceiros (seu orientador, colegas de
curso etc.) para a leitura delas. Se ficar
claro para eles, um bom sinal; caso
contrrio, ser preciso voltar e escrever
de forma mais clara.
76 qcaptulo 3
de defesa da concorrncia, desenvolvimento econmico, implantao de novas tecno-
logias, mudanas organizacionais, o papel do Estado na adoo de polticas industriais,
bem como um comparativo entre os padres de desenvolvimento brasileiro e japons
vigorados entre os anos de 1950 a 1970. A partir da, sero identificados, avaliados
e comparados os principais resultados oriundos das polticas adotadas no Brasil e
Japo, durante o processo de vigncia do modelo de produo estabelecido na poca,
por cada um desses pases.
(Fonte: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia300197)
Vejamos algumas dicas:
q "EFGJOJPEPUFNBPQBTTPJOJDJBMRVFQPTTJCJMJUBBSFWJTPEFMJUFSBUVSBq 5FNBDPOGVTPTFNDMBSF[BMFWBQFSEBEFUFNQPFBGSBDBTTPOPQFSDVSTPq 0UFNBQPSTJTOPEFGJOFPQSPCMFNB0QSPCMFNBBRVFTUPRVFser investigada;
q 0 CPN UFNB BRVFMF RVF UFNPT GDJM BDFTTP CPB GBNJMJBSJEBEF PVinteresse) e facilidade em problematizar;
q JNQPSUBOUFEFGJOJSVNttulo para o trabalho, ainda que provisrio.
ATIVIDADE
Treinando a escrita sobre um tema
1) Escreva quatro pginas descrevendo seu tema de pesquisa. Selecione um colega
ou professor para ler criticamente.
2) Com base nas crticas de seu leitor, reescreva o texto, agora com seis pginas.
COMENTRIO
A escrita a forma melhor para se esclarecer um tema. No existe receita
para isso, o mais indicado contar com um leitor, pode ser um professor ou
um colega que se interesse por seu tema. Ter algum para conversar sobre
o tema ajuda a organizar as ideias sobre ele. S se aprende a escrever,
escrevendo. Portanto, faa esse esforo inicial, voc ver que quanto mais
escreve, mais aprende sobre o assunto.
Roteiro para elaborao de uma monografia: questo
problema e/ou hiptese
O tema, uma vez escolhido, seguido do que chamamos problema-
tizao: relacionamos alguns sinais para os quais no temos explicao
COMENTRIO
Ttulo
Normalmente o ttulo de um trabalho
cientfico definido ao final, quando
praticamente toda a pesquisa foi reali-
zada. exceo regra um ttulo inicial
permanecer o mesmo at o encerra-
mento da pesquisa. Entretanto, impor-
tante estabeler um, ainda que provis-
rio, inclusive para ajudar a quem ir ler
e tambm para dar coerncia ao tema
de pesquisa.
CONCEITO
Problematizao
O conjunto de perguntas para as quais
no temos uma explicao satisfatria
ou suficiente o que lanamos mo
para a problematizao.
captulo 3 q77
ou que desconfiamos da explicao aceita com excessiva naturalidade
e, para isso, uma sugesto elaborar um conjunto de boas perguntas
sobre o fenmeno que desejamos estudar.
As perguntas devem ser relativas queles sinais que identificamos ou ao
que a reviso de literatura apontou como mal explicado, incompleto ou, at
mesmo, sem uma explicao. Por isso,
uma vez que temos esse conjunto de
perguntas, procuramos respond-las.
Aquelas que nos parecem j bem res-
pondidas, devem ser abandonadas.
Qual o inconveniente de uma dada situao, qual a sua origem?
Existem causas? A quem atinge? Algumas respostas podem ser de fcil
identificao, outras vo depender da realizao de uma pesquisa pr-
via, outras ainda vo gerar um conjunto distinto de perguntas, e pode
haver perguntas que no requerem resposta alguma.
REFLEXO
importante, porm, assumir sempre uma atitude de desconfiana em relao
resposta imediata nica. Frequentemente, o que temos um conjunto de respostas.
Algumas mais complexas. Outras mais simples. Voc deve procurar sempre os mo-
tivos que sustentam uma delas como sendo a resposta melhor. Na construo do
problema importante definir bem um conjunto de perguntas e respostas, seja em
termos de possibilidade ou em termos de escolha.
Quando escolhemos um tema e um conjunto de boas perguntas, temos
o esboo de um problema. O tema de uma pesquisa ser sempre um modo,
dentre outros, de olhar para um problema. A problematizao do tema par-
ticulariza um ponto de vista. No existe o problema associado a um tema,
a construo de um problema j resultado de uma reflexo sobre o tema.
No trabalho cientfico, problema um conceito fundamental e pre-
ciso, no um dado imediato nem evidente. O dado imediato sempre
um sintoma de um problema: uma dada situao pode apresentar in-
convenientes, obstculos e mais um conjunto de sinais indesejveis, e
esses sero um motivador para a construo do problema. Nesse caso,
definir um problema significar, na realidade, construir um problema.
No possvel definir um problema quando no se tem uma anli-
se da situao que serve de pano de fundo ao tema. A contextualizao
da situao que deu origem ao tema faz parte tambm da construo
do problema. A necessidade da pesquisa nasce a partir da construo
do problema, e este definir a necessidade ou no da realizao de uma
pesquisa que informe um bom conjunto de perguntas e respostas. O
momento dessa construo , portanto, de fundamental importncia.
A construo de um problema supe a formulao de boas perguntas.
COMENTRIO
Problema
Em nossas relaes sociais, usamos a
palavra problema para designar fatos
que nos incomodam, pessoas inconve-
nientes, empecilhos ao trabalho, desa-
fios e mais uma infinidade de coisas que
nos apresentam, na maioria das vezes,
como negativas. Problema um termo
que pode ser usado com uma grande
variedade de sentidos no linguajar co-
tidiano. Em todos esses usos, no en-
tanto, problema um dado imediato: ou
identificamos um problema, ou algum
causa problemas, ou algo um proble-
ma. Enfim, no precisamos de grandes
esforos para chegar ao problema e ele
nos parece sempre evidente.
COMENTRIO
Construo do problema
Um problema mal formulado acarre-
tar respostas inteis. importante
voc gastar tempo e esforo cons-
truindo bem a questo de estudo.
preciso estar atento ao fato de que
cada pergunta levanta um ponto de
vista e, mesmo que esse ponto de vis-
ta no seja relevante, ele dimensiona
e esclarece mais o problema.
78 qcaptulo 3
EXEMPLO
Imagine uma pesquisa cujo tema versa sobre a sade de meninos de rua. Podemos
partir daquilo que incmodo, daquilo que visvel. Morrem muitos meninos de rua.
Mas eles morrem de qu? Pois se morrem assassinados, no teremos um problema
relacionado sade, mas um problema de justia. De que morrem os meninos de
rua? Respostas: de doena, assassinato, acidente de trnsito, de m nutrio. Mas,
digamos que se quer ainda analisar a sade de outros pontos de vista. As condies
de sade afetam a escolaridade dos meninos? Impedem-nos de estudar? As condi-
es de sade afetam o lazer dos meninos? Meninos de rua se divertem? E a sade
mental? Como j foi dito, cada pergunta levanta um ponto de vista e ele dimensiona
e esclarece mais o problema.
Alm das boas perguntas, a construo do problema pode requerer
uma anlise prvia da situao. Pode at ser preciso fazer uma pesquisa
para formular outras perguntas. A construo do problema gera a neces-
sidade de explorar a situao para elaborar um conjunto o mais comple-
to possvel de boas perguntas.
ATENO
Com base em de perguntas que possam ser respondidas pela investigao, baseadas
na reflexo sobre as ideias iniciais e na investigao sobre o tema, devem ser criados
argumentos de defesa do problema e sua importncia que justificam o estudo.
Quando se vivencia um problema, na maioria das vezes, algumas
hipteses so levantadas sobre a realidade a ser estudada, mas no
necessrio que isso ocorra. Pode-se querer simplesmente colher mais
informaes sobre a questo. As hipteses so afirmativas que aposta-
mos serem verdadeiras. A pesquisa no demonstra a hiptese, mas pode
fortalec-la. Uma hiptese um pr-lanamento, seguindo algum faro,
que por isso essencialmente aberto. A hiptese mal feita ou mal defini-
da leva a caminhos variados e mesmo contraditrios.
Pode acontecer de a realidade no estar de acordo com a previso
dos pesquisadores. Nesse caso, as hipteses levantadas sero enfraque-
cidas pela pesquisa. Como vimos no Captulo 1, sobretudo nas cincias
reconstrutivas, como as Cincias da Natureza e as Cincias Humanas e
Sociais, a confiabilidade do conhecimento cientfico dada pelo rigor
no uso da metodologia.
O momento de anlise dos dados, nesse caso, de fundamental
importncia. Se a anlise dos dados feita sem critrios e sem mtodo,
pode conduzir o pesquisador e seus parceiros de investigao a organi-
zarem os dados de maneira que suas hipteses sejam fortalecidas. Mui-
tas vezes, ocorre uma sucesso de equvocos que comeam a partir da
prpria construo da questo do estudo. Para esse tipo de erro, o me-
COMENTRIO
Hipteses
A hiptese inventada para sugerir um
caminho e lanar luz sobre ele. Mesmo
no podendo responder definitivamente
s perguntas levantadas pela pesquisa,
a hiptese orienta o estudo sobre os
tipos de resposta que a pesquisa pode
encontrar e estabelecer uma hierarquia
entre eles. um exerccio lgico, em que
um conhecimento prvio da situao
organizado. A importncia das hipteses
levantadas vai depender dos dados con-
seguidos a partir da reviso bibliogrfica,
dos conhecimentos que o grupo de pes-
quisa (seus parceiros) tem sobre a situa-
o e de como voc consegue articular
estes conhecimentos. O ideal que as
hipteses sejam discutidas em grupo e,
claro, com o seu orientador.
captulo 3 q79
lhor contar com a coerncia entre os objetivos e a metodologia escolhi-
da. Se a pesquisa est bem planejada, diminumos as possibilidades de
induzir resultados. Boas hipteses geralmente so obtidas na reviso de
literatura, quando analisamos resultados de pesquisas assemelhadas.
RESUMO
q "RVFTUPQSPCMFNBFIJQUFTFJOJDJBTFDPNPMFWBOUBNFOUPEFCPBTQFSHVOUBTq 4PQFSHVOUBTBCFSUBTGFJUBTQBSBEJSFDJPOBSPQFSDVSTPq "QPOUBN BMHVN QSPCMFNB RVF HPTUBSBNPT EF FOGSFOUBS BMHVNB QFSHVOUB RVFmereceria resposta, algum objetivo ainda no explorado;
q 5NBGJOBMJEBEFEFPSJFOUBSPUSBCBMIPEFOUSPEFDFSUPDBNJOIPRVFJNBHJOBNPTpromissor, permitindo tambm selecionar bibliografia, conceitos-chave, procedimen-
tos metodolgicos.
Roteiro para elaborao de uma monografia: fundamentos
tericos e metodolgicos
O quadro terico o modo pelo qual definimos os termos utilizados para
descrever a questo a ser estudada. A teoria define os termos que usamos
para olhar uma determinada problemtica, mostra como esses termos se
relacionam, o que possibilita o rigor necessrio ao trabalho cientfico.
EXEMPLO
Por exemplo, se queremos pesquisar as atitudes democrticas de professores em
sala de aula, temos de ter definido o que so as atitudes democrticas, como pode-
mos identific-las e qual a relao desses termos com os outros necessrios para
explicar esse fenmeno.
A fundamentao terica tem de nos dizer como que cada termo se
apresenta para ns, pois temos de saber identificar, pela definio dos
termos, o que olhar. a fundamentao terica escolhida que define
os termos usados em uma monografia, e esses termos devem estar de
acordo com ela. Um mesmo problema pode ser tratado por diferentes
pontos de vista, por diferentes teorias, e o resultado da pesquisa que elas
sustentam ser restrito ao seu poder explicativo. Voc deve evitar usar
uma teoria muito rebuscada, pois o mais importante que voc saiba o
significado dos conceitos que vai usar.
CONCEITO
Fundamentao terica
A fundamentao terica vem tambm
da necessidade de desenvolver uma
argumentao para sustentar a res-
posta da questo escolhida e fortale-
cer a hiptese. Por isso, ela certamente
no um enfeite. Ela serve exatamente
para que a argumentao que ser fei-
ta para defender suas concluses seja
fortalecida.
80 qcaptulo 3
RESUMO
q %FGJOJSPTUFSNPTRVFTFSPVUJMJ[BEPTQBSBFYQMJDBSBRVFTUPFTDPMIJEBq .POUBSVNBBSHVNFOUBPBQBSUJSEBTMFJUVSBTGFJUBTOBSFWJTPEFMJUFSBUVSBq $PNPPUSBCBMIPDJFOUGJDPUBNCNVNFYFSDDJPEFBSHVNFOUBPRVBOUPNBJTsucinto, melhor. Lembre-se do princpio da parcimnia, discutido no Captulo 1;
q 4BCFSBSHVNFOUBSEFGPSNBDPOTJTUFOUFFCFNGVOEBNFOUBEBUBOUPEPQPOUPEFvista terico como emprico , portanto, o fator mais decisivo.
Roteiro para elaborao de uma monografia: coleta e
produo de dados
Quando voc j tem as questes, as hipteses e os termos definidos,
deve escolher o procedimento a ser utilizado, ou seja, como fazer para
encontrar dados para a explicao da questo. importante saber por
que usar tal mtodo ou tcnica, qual o tipo de informao aquele mto-
do ou aquela tcnica permite obter.
ATENO
Importante: o dado j , ele mesmo, construdo, um produto terico, pois indica a
parte da realidade que foi considerada importante para sua coleta e tratamento.
Para que os dados sejam confiveis, o melhor que sejam submeti-
dos crtica, pois ela traz confiabilidade ao trabalho cientfico. Segundo
Alves-Mazzotti (2000, p. 123),
Ao contrrio do que supe o senso comum, na atividade cientfica, a crtica
no uma forma de destruir o conhecimento, e sim uma forma de constru
-lo. As reas do saber que mais progridem so aquelas que mais se expem
e que mais naturalmente aceitam a crtica mtua como prtica essencial ao
processo de produo do conhecimento. Nesse sentido, criticar o trabalho
de um aluno ou de um colega uma demonstrao de respeito a esse tra-
balho e de reconhecimento da maturidade do pesquisador que o realizou.
Roteiro para elaborao de uma monografia: avaliao das
questes e as conjecturas possveis
Avaliar questes e conjecturas significa verificar se as perguntas foram
respondidas ou se a promessa da hiptese se sustenta ou no. Lembre-se
COMENTRIO
Procedimento
Sabendo o que voc quer ou precisa co-
letar, voc deve procurar os instrumentos
adequados. Muitas vezes, preciso refor-
mular os instrumentos durante a execu-
o da pesquisa. Por outro lado, podem
ocorrer situaes em que voc encontra
dificuldades na coleta de dados em razo
de uma possvel inadequao dos instru-
mentos. Em alguns casos, convm adap-
t-los, em outros, deve-se buscar outros
instrumentos.
captulo 3 q81
que no se buscam resultados definitivos, mas sim evidncias e argumen-
tos inteligentes que revelem capacidade explicativa, habilidade de escre-
ver um texto com profundidade, competncia metodolgica para ordenar
um tema e oferecer-lhe corpo elaborado.
Roteiro para elaborao de uma monografia: concluses
Nas concluses, procuramos responder a pergunta que fizemos, proble-
matizando o tema. Trata-se de uma reflexo crtica e lgica sobre os da-
dos obtidos em funo do problema de pesquisa. Nesse momento, voc
deve se preocupar com a divulgao dos resultados (para o que existem
muitos instrumentos).
Roteiro para elaborao de uma monografia: referncias
bibliogrficas
As referncias bibliogrficas so feitas segundo as normas da ABNT, as
quais determinam que, ao longo do texto, faz-se uma meno breve e, ao
final, coloca-se a obra completa que descrita.
EXEMPLO
As referncias ao longo do texto devem ser colocadas da seguinte forma:
1) Quando o autor faz parte do texto:
Para Demo (2000, p.10), atingir patamares aceitveis de qualificao dos professores (...)
2) Quando o autor no faz parte do texto:
O professor tem sido o foco de intensas crticas relativas ao fracasso escolar
(FERNANDES, 2005).
As referncias bibliogrficas ao final do trabalho (aquelas que voc
indicou ao longo do trabalho, especialmente) devem ser completas e
em ordem alfabtica.
EXEMPLO
Veja alguns exemplos para cada tipo de referncia:
1) Livro de um s autor:
SOBRENOME, Nome. Ttulo em itlico. Edio. Local de edio: Editora, ano de edio.
Exemplo: MARCUSE, Herbert. Razo e Revoluo: Hegel e advento da teo-
ria social. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
COMENTRIO
Ao longo do texto
As referncias feitas ao longo do texto
servem para que o leitor saiba de qual
autor voc est falando. Tais referncias
resumem a fonte de consulta completa
que ir constar ao final do texto.
82 qcaptulo 3
2) Livro de dois autores:
SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. (O restante permanece como no primeiro exemplo).
Exemplo: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alem. So Paulo: Martins Fontes, 2001.
3) Livro de trs autores:
SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. (O restante permanece como no pri-
meiro exemplo).
4) Livro de mais de trs autores:
SOBRENOME, Nome et al. (et al, em Latim, significa e outros). (O restante permanece como no
primeiro exemplo).
5) Captulo em livros:
SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo. In: SOBRENOME, Nome (Ed./Org.). Ttulo do livro em itlico. (O
restante permanece como no primeiro exemplo). Nmero das pginas inicial e final.
Exemplo: SANFELICE, Jos Lus. Dialtica e pesquisa em Educao. In: LOMBARDI, J.; SAVIANI,
Demerval. (Org.). Marxismo e educao: debates contemporneos. Campinas: Autores Associa-
dos, 2005. Pgs. 41-59.
6) Artigos em peridicos:
SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo sem aspas ou itlico. Nome da Revista em itlico, Local da publica-
o, volume, nmero, pgina(s), ms/ano.
Exemplo: DELUIZ, Neize; et al. Trabalho, meio ambiente e educao: um estudo das prticas
educativas das ONGs. Educao e Cultura Contempornea, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 23-34,
jan./jun.2004.
7) Dissertaes e Teses:
SOBRENOME, Nome. Ttulo da dissertao ou tese em itlico. Total de folhas. Tipo (Dissertao ou Tese).
Nome do curso. (Mestrado em Educao ou Doutorado em Educao), Nome da Instituio (Faculdade,
Universidade), Local, data.
Exemplo: COSTA, Viviane da. Argumentos catlicos contra John Dewey: anlise retrica do dis-
curso de oposio pedagogia nova. 205p. Dissertao (Mestrado em Educao Escolar), Fa-
culdade de Cincias e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2005.
8) Artigos em jornais:
SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo sem aspas ou itlico. Nome do jornal em itlico, Local, data, Cader-
no/Seo, nmero, pgina(s).
Exemplo: MATTOS, Paulo. Crianas e internet. Dirio Catarinense, Florianpolis, 16 fev. 2013.
Caderno Variedades, p.3.
captulo 3 q83
9) Trabalho em evento:
SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo sem aspas ou itlico. In: Nome do evento em maisculas, ano, local,
Ttulo dos Anais em itlico. Local de Edio: Editora, ano. pgina(s).
Exemplo: GUIMARES, Edilene. O trato com o conhecimento escolar no ensino pblico tcnico
profissional. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDTICA E PRTICA DE ENSINO, XI., 2002, Goi-
nia. Anais: igualdade e diversidade na educao. Goinia: ENDIPE, 2002. 1 CD-ROM.
10) Material disponvel na internet:
Referenciar de acordo com o tipo de material, como nos itens acima, e ao final acrescentar Disponvel em:
. Acesso em: data do acesso.
Exemplo: CIAVATTA, Maria. A formao integrada: a escola e o trabalho como lugares de memria
e de identidade. Niteri: EdUFF, 2005. Disponvel em:
http://www.uff.br/trabalhonecessario/MMGN3.htm> Acesso em: 10 abr. 2005.
ATIVIDADE
Fazendo a bibliografia do seu trabalho cientfico
Esta atividade vai servir para experimentar os conhecimentos que voc obteve sobre a bibliografia.
1) Da sua reviso bibliogrfica, pegue trs ttulos. Faa a referncia deles.
2) Compare o que fez com os exemplos das referncias deste livro. Verifique se faltou alguma coisa, vr-
gulas, pontos, letra maiscula etc.
COMENTRIO
A bibliografia de seu trabalho deve ser feita constantemente. No deixe para o final. Quando termi-
namos um trabalho, difcil prestar ateno a detalhes, e a bibliografia cheia de detalhes. Cada
vez que ler uma obra, um artigo, um livro, uma dissertao de mestrado, uma monografia, faa logo
a referncia bibliogrfica dela. Quando acabar seu trabalho, a bibliografia estar pronta.
Agora, conhecendo as vrias etapas de elaborao do seu TCC, voc estar preparado
para avaliar o que ir utilizar para obter os dados de que necessita para fazer seu trabalho
final. Nos captulos que seguem, voc vai encontrar diversas ferramentas ou tcnicas de
investigao que poder utilizar para a coleta e a anlise de dados de pesquisa, seja ela feita
na internet, com pessoas, em jornais, em bibliotecas ou em outros trabalhos cientficos.
84 qcaptulo 3
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALBERTI, V. Manual de histria oral. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
ALVES-MAZZOTTI, A. J., GEWANDSZNAJDER, F. O mtodo nas cincias naturais e sociais: pesquisa quantitativa e
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ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. In: Cadernos de Pesquisa. So Paulo, Fundao Carlos
Chagas/Cortez, n. 129, 2006.
BASTOS, L. R; PAIXO, L.; FERNANDES, L.M.; DELUIZ, N. Manual para a elaborao de projetos e relatrios de
pesquisa, teses, dissertaes e monografias. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.
BOGDAN, Robert, BIKLEN, Sari. Investigao qualitativa em educao: uma introduo teoria e aos mtodos. In:
Coleo cincia da educao, 12. Portugal: Porto, 1994
BOSI, E. O tempo vivo da memria: ensaios de psicologia social. So Paulo: Ateli Editorial, 2003.
BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. N. (Org.). A bssola do escrever: desafios e estratgias na orientao de teses e
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CASTRO, Monica Rabello de; FERREIRA, Giselle; GONZALEZ, Wania. Metodologia da Pesquisa em Educao. Nova
Iguau: Marsupial, 2013.
DE BRUYNE, P. et al. Dinmica da pesquisa em Cincias Sociais: os plos da prtica metodolgica. Rio de Janeiro:
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GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. So Paulo: Atlas, 1991.
HIRANO, Sedi (Org.). Pesquisa social: projeto e planejamento. So Paulo: TA Queiroz, 1979.
MEIHY, J. C. S. B.; HOLANDA, F. Histria oral: como fazer, como pensar. So Paulo: Contexto, 2010.
RIZZINI, I.; CASTRO, M. R.; SARTOR, C. Pesquisando: guia de metodologia de pesquisa para programas sociais. Rio de
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SELLTIZ ET AL. Mtodos de pesquisa nas relaes sociais. So Paulo: Universidade de So Paulo, 1974.
TURATO, E. R. Tratado da Metodologia da Pesquisa Clnico-qualitativa. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
ZAGO, N.; CARVALHO, M. P.; VILELA, R. A. T. (Org.). Itinerrios de pesquisa: perspectivas qualitativas em Sociologia
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4 Tcnicas de pesquisa
wania gonzalez