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1ºsemestre

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Andreia Pedro Cláudia Silva

Marta Bartolomeu

Alfabeto Fonético

Origem da Fonética

Relações da fala e da ortografia

Descrição e classificação dos sons da fala

O papel da sílaba na estruturação do conhecimento fonológico

Origem da Origem da fonéticafonética

A Fonética trata dos constituintes do discurso segmentados no nível mais profundo, quando ainda estão desprovidos de significação, ou seja, a Fonética trata dos sons da fala. Embora muitos autores tratem Fonética e Fonologia como áreas de estudos distintas, não é fácil traçar a linha divisória que separa essas duas áreas do conhecimento

Em virtude disso, em nosso trabalho vamos considerar Fonética e Fonologia como uma área única, preservando o nome Fonética por ser mais disseminado entre os estudiosos.

A Fonética pode ser subdividida em três áreas distintas:

Articulatória

Acústica Auditiva

Fonética Articulatória

A ênfase é dada na forma como os sons da fala são emitidos pelo aparelho fonador

Fonética AcústicaEstuda-se os sons da fala sob o prisma da Acústica, que é a parte da Física que estuda os sons em geral

Fonética Auditiva

Estuda-se como os sons da fala são tratados pelo aparelho auditivo e como são descodificados e compreendidos pelo cérebro humano

Sons (fala)

letras grafemas

substituídos

Relações entre som da fala e ortografia

PRIVILEGIADO

6 vogais 6 consoantes

3 <is> < p>1 <e> <r> 1 <a> <v>1 <o> <l> <g> <d>

Fica de fora so a vogal <u> Fica de fora ao todo

13 consoantes

[In Manuel António Pina (1995) O têpluquê e outras histórias. Porto: Ed. Afrontamento. Pp.10-13]

TRABALHAR

só havia seis consoantes e só uma vogal, o <a>, que andava de uma

sílaba para a outra para parecer que havia lá muitas vogais a trabalhar

[In Manuel António Pina (1995) O têpluquê e outras histórias. Porto: Ed. Afrontamento. Pp.10-13]

14 vogais

9 orais

a

A

a

ɨ

E ɛ

eI i

O

o

c

U u

<casa>

<casa><grande>

<ferro>

<seco><filme>

<troca>

<lobo>

<uva>

5 nasais

a~ <manta>

ẽ <pente>

ĩ <fim>

õ <monte>

ũ <fundo>

Vogal [ε] em <ferro>

Vogal [e] em <seco>

Vogal [ ɨ ] em <grande>

Vogal [ ɐ ] em <lenha>

Grafema <e>

Vogal [ε] em <ferro>

Vogal [e] em <seco>

Vogal [ ɨ ] em <grande>

Vogal [ ɐ ] em <lenha>

Semivogal [ j ] em <mãe>

Semivogal [j] em <maleável>

Ausência de vogal fonética em <estrada>

Grafema <e>

~

Sons do Sons do portuguêsportuguês

Vogais

Semivogais

Consoantes

VogaiVogaiss

[a] <casa>

[ ] <casa>

[ ɨ ] <grande>a

[ε] <ferro>

[e] <seco>

[i] <filme>

[ ͻ ] <toca>

[o] <lobo>

[u] <lobo>

[ɐ] <manta>

[ẽ] <lenço>

[ĩ] <fim>

[õ] <fonte>

[ũ] <atum>

~

[ j ] <pai>

[w] <pau>

[ j ] <mãe>

[w] <pão>

~

~

SemivogSemivogaisais

ConsoantConsoanteses

[p] <pato>

[b] <bata>

[t] <toca>

[d] <doca>

[k] <cabo>

[g] <gato>

[f] <figa>

[v] <viga>

[s] <saco>

[z] <casa>

[∫] <chuva>

[3] <gente>

[m] <mota>

[n] <nota>

[ŋ] <manha>

[ l ] <lata>

[ ł ] <mal>

[λ] <falha>

[ ] <caro>

[R] <carro>

J

<A Maria trabalha em casa>

<Ontem, a Susana foi à praia>

[ɐ mɐ’ɾiɐ trɐ’baʎɐ ɐj ‘kazɐ]~~

[‘õtɐj // ɐ su’zɐnɐ ‘foj a ‘pɾaja]

[‘õtɐj ɐ su’zɐnɐ ‘foj a ‘pɾaja]

*no entanto a marcação da pausa não é obrigatória.

<desespero> <desinteresse> <tesouro>

[dɨzɨʃ’peru]

podem ser produzidas como numa situação de leitura lenta.

Palavras como:

[dɨzĩtɨ’ɾesɨ] [tɨ’zoɾu]

Numa situação de conversa entre dois falantes já são produzidas como

<desespero> <desinteresse> <tesouro>

[dzʃ’peru] [dzĩtɨ’ɾes] [t’zoɾu]

A queda de vogais àtonas é um dos processos mais frequentes na produção de enunciados de fala em português.

Produção da marca do plural em Português

<as casas> [ɐʃ ‘kazɐʃ]

<as casas dos perigos> [ɐʃ ‘kazɐʒ duʃ pɨ’ɾguʃ]

<as casas dos dados> [ɐʃ ‘kazaʒ duʃ ‘daduʃ]

<as casas dos arcos> [ɐʃ ‘kazɐʒ duʒ ‘aɾkuʃ]

<as áreas com alvos> [ɐʒ ‘aɾjɐʒ kõ ‘ałvuʃ]

<as grandes áreas> [ɐʒ ‘gɾɐdɨz ‘aɾjɐʃ]

<as pequenas áreas> [ɐʃ pɨkenɐz ‘aɾjɐʃ ]

<as áreas amarelas> [ɐz ‘aɾjɐʃ ɐmɐɾɛlɐʃ]

Descrição e classificação dos sons da fala A fonologia, tem como objectivo, a definição dos sons que desempenham,

funções linguísticas numa dada língua e a descrição e a explicação dos processos fonológicos que os sons de um sistema linguístico sofrem ou provocam nas relações que estabelecem com outros sons igualmente próximos.

A fonética identifica, descreve e classifica os sons da fala a partir da observação das suas propriedades físicas.

Há 3 tipos de propriedadesArticulatórias

AcústicasPerceptivas

Relacionadas com um ponto especifico do percurso do som na comunicação verbal.

A B C Falante

Ar Ouvinte

Produção do som Transmissão do som Recepção do som

Fonética Articulatória Fonética Acústica Fonética Perceptiva

A viagem do som Para haver produção de fala, é necessário que um comando cerebral inicial, seja dado no sentido da articulação final do som:

Cérebro Informação linguística Pólo emissor

Informação

No sistema Nervoso Central

Sistema Nervoso PeriféricoAos músculos e órgãos que são activados no momento da produção de um som da fala.

Informação recebida

Órgãos e músculos ( que têm a tarefa de produzir a fala)

Entram em acção e produzem o som ou sons correspondentes à informação linguística que inicialmente estava no cérebro.

Das várias etapas da produção dos sons da fala, a única que é recuperada para a definição das características dos sons é: a activação dos músculos e órgãos do aparelho fonador.

Aparelho Fonador: Pulmões Laringe Faringe Boca Fossas nasais

São partes fundamentais do aparelho fonador observadas para a identificação das posições que os órgãos e os músculos assumem no momento da produção dos sons da fala.

Som Massa de ar em movimento no aparelho fonador :

Pulmões

Traqueia

Laringe

Cavidade faríngea

Cavidade nasal

Cavidade Oral

(fase 1)I- Expiração

(fase 2)II- Fonação

(fase 3)III- Articulação

Gerada pelos pulmões (fase1) através de um movimento de expiração, essa massa de ar, circula na traqueia até atingir a laringe, onde estão as cordas vocais e a glote.

Depois de atravessar a laringe e tendo provocado ou não uma vibração das cordas vocais (fase 2), a massa de ar entra nas cavidades supraglotais. A massa de ar é moldada nestas cavidades e assume o seu formato final (fase 3): o som da fala.

Massa de Ar

Som da falaSinal acústico em forma de onda sonora

Sinal acústico Aparelho auditivo do ouvinte

No pólo receptor da comunicação

Sistema Nervoso Periférico

Sistema Nervoso Central

O conduz ao cérebro do ouvinte onde é descodificado

Características articulatórias dos sons da fala

A etapa da fonação e da articulação, são determinantes, para a definição da identidade dos sons ou segmentos fonéticos.

A- Cavidade OralB- Cavidade NasalC- Cavidade faríngea

1- Lábios2- Dentes3- Alvéolos4- Palato duro5- Véu Palatino6- Úvula7- Ápice da língua 8- Dorso da língua9- Raiz da língua10- Cordas Vocais e glote11- Laringe

B

A

C

11

10

98

4

7 56

2

2

11

3

À etapa da fonação, cabe a responsabilidade da produção da voz:

Na Laringe

Ar

Ar

Faz vibrar ou não as cordas vocais.

Assim, a única forma de diferenciar os sons entre si é observar o que se passa na etapa da produção :

Sons: Vozeados ou sonoros Com vibração das cordas vocais

Não vozeados ou surdos Sem produção das cordas vocais

Sons do Português

Cavidades supraglotais É nestas, cavidades que a massa de ar que constitui o som, sofre mais alterações.

Cavidades faríngea Não desempenha um papel fundamental na articulação dos sons do Português.

Cavidades Nasal Esta, já permite que haja uma distinção dos sons orais e dos sons orais.

Nasal/OralSempre que há uma

passagem simultânea do ar pela cavidade nasal e

pela cavidade oral.

É sempre que o ar atravessa a cavidade oral sem atravessar

a cavidade nasal.

Sons do Português

Das três cavidades supraglotais, a cavidade oral é a que tem um papel mais activo na formação de um som da fala.

Já na cavidade oral, há elementos móveis (articuladores) que ao movimentarem se para as zonas imóveis, formam vários sons.

Articuladores importantes:

Lábios Maxilar Língua Véu palatino

É articulador mais móvel e está divididos em 3 partes:

•Ápice• Dorso•Raiz

Língua

A forma como os articuladores se movimentam e o modo como a massa de ar (som) atravessa a cavidade oral determinam a natureza dos seguimentos.

Vogais e semi vogais Consoante

Todos os sons produzidos no qual o ar transita

livremente na cavidade oral.

Todos os sons produzidos na qual há obstruções à

passagem do ar na cavidade oral.

Sons do Português

Na produção dos vogais, existem alguns movimentos dos articuladores na cavidade oral.

Abertura da cavidade Oral

Parcialmente a identidade das vogais

Vogais do Português

Fechado [ i ] [ ɨ ] [ u ]

Médio [ e ] [ ɐ ] [ o ]

Aberto [ ɛ ] [ a ] [ ɔ ]

A projecção dos lábios (arredondamento/não

arredondamento) e o movimento de recuo ou de avanço da raiz da língua

são outros dois parâmetros que permitem finalizar a caracterização

das vogais do português.

Classificação articulatória das vogais do português

Não arredondado ArredondadoFechado [ i ] [ ɨ ] [ u ]

Médio [ e ] [ ɐ ] [ o ]

Aberto [ ɛ ] [ a ] [ ɔ ]

Não recuado Recuado

semi vogais = Vogais

[ j ] e [w] [ i ] / [ j ] e [ u ] / [ w ]

Diferença entre cada elemento do par (vogal/ semi vogal) reside no tempo de produção

Vogal dura mais tempo

Semi vogal dura menos tempo

ConsoantesPela forma como a massa de ar (som), atravessa a cavidade oral e pela localização da obstrução criada pelos articuladores na cavidade oral.

Modos de articulação

Oclusivas – Há um toque dos articuladores na cavidade oral ( [ p ,b, t ,d, k, g ])

Fricativas - Os articuladores aproximam-se , sem haver toque criando uma zona de fricção ( [ f, v, s, z, ʃ,ʒ ] )

Vibrantes - Existe movimento de vibração do articulador ( [ ɾ , ʀ ] )

Laterais - O ar passa pelas zonas laterais da língua ( [ Ɩ,ʎ, ɬ ] )

Ponto de articulaçãoBilabiais - Há movimento dos dois lados ( [ p ,b , m] )

Labiodentais – O lábio do maxilar inferior se desloca em direcção aos dentes do maxilar superior ( [ f, v ] )

Dentais – O ápice da língua toca ou se aproxima dos dentes ( [ f, d, s, z ] )

Alveolares – O ápice da língua toca nos alvéolos ( [ I , n ,ɾ ] )

Palatais – O dorso da língua se eleva em direcção ao palato duro ( [ ʃ,ʒ,ɲ,ʎ ] )

Velares – A raiz da língua exerce um movimento de retracção em direcção ao véu palatino ( [ k, g ] )

Uvulares – Existe movimento da úvula ( [ ʀ ] )

Classificação articulatória das consoantes do português

Bilabiais Labiodentais Dentais Alveolares Palatais Velares Uvulares

Oclusivas P ,b F, d K ,g

Fricativas F, v S, z ʃ,ʒ

Nasais m n ɲ

Laterais Ɩ ʎ

Vibrantes ɾ ʀ

O papel da sílaba na estruturação do conhecimento fonológico

Quando se adquire uma língua e se formos observar as primeiras palavras de uma criança verificamos que elas respeitam os princípios de organização silábica.

A informação inicialmente recuperada pertence à sílaba tónica, e para além da vogal tónica apresenta toda a informação silábica e segmental que a criança já é capaz de produzir.

A extensão das primeiras palavras é reduzida à produção de uma ou duas Sílabas.

O formato fonético dominante das primeiras palavras é o de formasde grupos de sons (CV ou CVCV), tendem a obedecer ao padrão silábico universal CV.

Na aquisição de uma língua a primeira unidade linguística a surgir na produção é a sílaba.

A observação do comportamento verbal da criança no processo de desenvolvimento silábico permite-nos estudar o modo como o conhecimento linguístico se organiza e que tipo de hierarquias são respeitadas na estabilização desse conhecimento.

Sílaba

Exemplo:

A Laura descreve um desenho:

Mãe: É uma…?

Laura: É uma…?

Mãe: Cha…[∫ɐ]

Laura: Miné [mi’nɛ].

Mãe: Diz lá…

Laura: Chaminé [∫ɐmi’nɛ].

Mãe: Outra vez…

Laura (irritada): Chaminé [∫ɐ/mi/n’ɛ].

Silabação

As crianças manipulam intuitivamente a unidade linguística sílaba, sem queninguém lhes tenha fornecido a informação.

Este comportamento das crianças argumenta a favor da realidade psicológica da sílaba.

O desenvolvimento silábico na aquisição do português confirma o facto de Os constituintes silábicos desempenham um papel importante na aquisição das sílabas.

Exemplo:

Ataques simples ([patu] ˂pato˃ é produzido como [‘pa] e [krɛmɨ] ˂creme˃ é produzido como [‘kɛ]);

Em algumas línguas, Ataques vazios ([‘agwɐ] ˂_água˃ é produzido como [‘a]);

Rimas não ramificadas ([‘patu]˂pato˃ é produzido como [‘pa] e [‘bałdɨ] ˂balde˃ é produzido como [‘badɨ]);

Núcleos não ramificados ([‘paj] ˂pai˃ é produzido como [‘pa]).

A ordem de aquisição e de estabilização do funcionamento dos constituintes silábicos na aquisição das línguas tende a ser a seguinte:

Ataques simples ˂pato˃ [‘pa] ˂creme˃ [‘kɛ]

Ataque vazio ˂_água˃ [‘a]

Rima não ramificada ˂balde˃ [‘badɨ] ˂festa˃ [‘fɛtɐ]

Núcleo não ramificado ˂pato˃ [‘pa] ˂pai˃ [‘pa]

Rima ramificada ˂festa˃ [‘fɛ∫tɐ] ˂balde˃ [‘bałdɨ]

Núcleo ramificado ˂pai˃ [‘paj]

Ataque complexo ˂creme˃ [‘kɾɛmɨ]

As ferramentas gramaticais usadas para o tratamento da sílaba são eficazes para a descrição e para a explicação das várias fases de desenvolvimento silábico que as crianças atravessam.

A realidade psicológica da sílaba e dos seus constituintes(Ataque, Rima, Núcleo e Coda) é confirmado pelos dados de aquisição.

Exemplo:

˂cavalo˃ [kɐ’valu] é produzido como [vɐ’kalu]

˂elevação˃ [ilɨvɐ’sɐŵ] é produzido como [ivɨlɐ’sɐŵ]~ ~

˂a pata na poça˃ [ɐ ‘patɐ nɐ ‘pͻsɐ] é produzido como [ɐ ‘pͻtɐ nɐ ‘pasɐ]

As cantinelas com que as crianças têm contacto ainda na fase pré-escolarusam este tipo de procedimentos.

Exemplo:

˂O rato roeu a rolha da garrafa do rei da rússia˃, o jogo línguistico é feito comA manipulação do Ataque, em cada uma das palavras é preenchido pelo som[R].

O treino de manipulação silábica na pré-escola através da explicitaçãosimplificada da estrutura das sílabas, permite aumentar a velocidade de processamento em operações cognitivas de acesso lexical,

Quanto mais rápido for o acesso lexical, menor hesitação serão produzidas pelo aluno na leitura oral.

A observação do comportamento verbal da criança no processo de desenvolvimento silábico permite estudar desde o início da produção, o modo como o conhecimento linguístico se organiza e que tipo de hierarquias são respeitadas na estabilização desse conhecimento.

Desenvolvimento silábico na aquisição do português confirma o facto de os constituintes silábicos terem um papel importante na aquisição das sílabas. As crianças portuguesas começam por produzir estruturas silábicas não ramificadas.

Tiveram com atenção???Que tal por essas cabecinhas a trabalhar????

Têm 10mn para resolver os exercícios…