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ESCOLA TÉCNICA AGAMENON MAGALHÃES
RECIFE - PE
Máquinas e EQUIPAMENTOS
2010 Professor Alfredo Gomes
EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS NA CONSTRUÇÃO
INTRODUÇÃO
A arquitetura e a engenharia, atualmente, são altamente dependentes do uso de
máquinas. Muitas das grandes obras que conhecemos hoje, só foram possíveis de serem
realizadas graças aos avanços no campo do maquinário.
O homem, na pré-história, fez usos de máquinas simples, como rolar uma pedra
aplicando uma força de alavanca. Hoje, rolamos cidades inteiras através das forças dos
guindastes e gruas modernos que, se analisarmos mais cuidadosamente, funcionam com
base nos princípios das máquinas simples.
Este trabalho foi realizado com a intenção de coletar dados acerca de algumas das
máquinas mais comuns encontrados em um canteiro de obras. É evidente que a quantidade
de equipamentos existentes atualmente é enorme. Nosso objetivo não é fazer um catálogo
de todas as máquinas, mas sim, fornecer informações que possam esclarecer quaisquer
dúvidas relativas aos usos e funcionamentos de algumas delas, além de expor ao arquiteto
as possibilidades, e limitações, impostas por elas na execução do projeto arquitetônico.
HISTÓRICO
Durante o desenvolvimento de um trabalho sobre a história das máquinas, Luiz
Felipe Heide Aranha Moura, diretor da AMA (Organização de Desenvolvimento Cultural e
Preservação Ambiental) disse: "Conhecer a história das máquinas é conhecer a vida de
grandes gênios, revolucionários que com suas invenções isoladas articularam as veias do
planeta. Pequenas engenhocas que resultaram em grandes soluções estratégicas para os
modelos econômicos atuais".
O homem, há milênios, faz uso de máquinas; mas, assim que elas foram se tornando
mais complexas e cada vez mais autônomas, houve algumas desconfianças quanto a sua
presença e funções. A fobia às maquinas não surgiu de simples camponeses ou
trabalhadores ignorantes, e sim de pessoas de alta classe e pensadores. Consta que Platão,
certa vez, advertiu seriamente dois de seus discípulos por terem recorrido a um aparelho
que lhes permitiu realizar um cálculo geométrico em pouco tempo. Advertiu-os de que
recorrendo a um artifício técnico - a utilização de algo mecânico - "rompiam e
deterioravam a dignidade de tudo o que existia de excelente na geometria", rebaixando-a do
sublime abstrato às coisas sensíveis e materiais. Recorrer à técnica era associar-se ao
vulgar, ao banal. Mas as possibilidades da máquina, ou de um engenho tecnológico
qualquer, vir a mudar o mundo já estava subentendido no dito de Arquimedes "dai-me uma
alavanca que eu erguerei o mundo".
Mas o real deslumbramento com as máquinas data de tempos recentes. Mesmo os
desenhos dos aparelhos de Leonardo da Vinci foram vistos por muitos como projetos de um
visionário, sem nenhuma aplicação ao mundo prático, nada mais do que "sonhos
tecnológicos", mesmo que tenha sido da cabeça dele que tenham saído projetos de
ventiladores, escavadeiras de pequeno porte, fornos e até roupas de mergulho. Uma maior
aceitação das máquinas iniciou-se com sir Francis Bacon que vislumbrou desmedidas
potencialidades para obter a soberania humana sobre a natureza em geral através das
máquinas, uma vez que essas é que satisfariam as ambições humanas de ampliar os
horizontes através do descobrimento de novas terras, o que levou ao pensamento “saber é
poder”, já que eram as máquinas, especialmente as militares, que permitiam aos escassos
homens brancos navegar pelos oceanos e dominar continentes inteiros. Logo, Descartes,
impressionado pela multiplicação dos aparelhos, das fontes e grotas artificiais, relógios, e
artefatos mecânicos, deduziu que, em breve, utilizando-se deles em larga escala, o Homem
tornar-se-ia "senhor e possuidor da Natureza".
As máquinas percorreram um longo caminho até chegar ao patamar em que se
encontram hoje. Passa pela máquina de costura, pelo motor elétrico de Werner Von
Siemens, pelo automóvel, construído em série por Henry Ford, por Santos Dumont e chega
até às máquinas de controle numérico. Aí, entramos na era da informática: Bill Gates, Steve
Jobs, os primeiros robôs. As nanomáquinas, máquinas minúsculas, do tamanho de um vírus
que podem ajudar, principalmente, no tratamento de doenças como câncer. Elas levariam os
medicamentos diretamente nas células tumorais. Toda essa evolução se deu também na área
da construção civil que contou com a evolução do maquinário para crescer. Sem a vasta
utilização desse recurso, com certeza o crescimento seria minúsculo, uma vez que as
possibilidades de construção se dão quase que totalmente em função das máquinas.
Máquinas e Equipamentos Manuais
Furadeira - São máquinas operatrizes especializadas em fazer buracos. Existem diversos
tipos de furadeiras:
Furadeiras manuais - São furadeiras portáteis que se prestam aos mais diversos usos na
indústria e no lar. São máquinas extremamente versáteis e leves. Atualmente possuem
velocidades variáveis eletronicamente. Servem como furadeiras, esmeratrizes, marteletes,
aparafusadeiras além de outros usos.
Furadeiras horizontais - A nomenclatura é auto-explicativa. Estas máquinas estão montadas
horizontalmente, paralelas ao solo e fazem furos longitudinais paralelos ao solo também.
Em geral são equipamentos de grandes dimensões que fazem furos de grandes diâmetros
em peças pesadas e de difícil manuseio, daí a necessidade de se utilizá-la no sentido
horizontal.
Furadeiras industriais - São máquinas de grande porte e com muitos recursos, em geral
possuem mesas de fixação de peças que se inclinam em diversos ângulos, além de serem
mesas coordenadas. Em geral estas máquinas trabalham em três eixos, podendo fazer furos
em quaisquer ângulos e posições.
Furadeiras verticais - São as furadeiras mais comuns encontradas em geral em qualquer
estabelecimento metalúrgico. São compostas de uma base de fixação das peças à serem
furadas, a qual pode ou não ter uma morsa e uma mesa de coordenadas de deslocamento e
inclinação das peças à serem furadas em três eixos. É semelhante a furadeira industrial, a
única diferença são os recursos e tamanho do equipamento.
Betoneira – Equipamento utilizado para mistura de materiais, na qual se adicionam cargas
de pedra, areia e cimento mais água, na proporção e textura devida, de acordo com o tipo de
obra. A critério do engenheiro civil, podem ser acrescidos outros materiais, como diversos
tipos de cimentos e pedras, ou aditivos. É muito usada na construção civil. A sua
capacidade varia de acordo com a necessidade pode ir dos pequenos misturadores semi-
automáticos que comportam pouco mais de 10 kg ou 10 litros de concreto, movidos por um
motor com sistema de polias e correias, pois a mistura deve ser homogênea, até caminhões
com mais de dez metros cúbicos de capacidade ou 10.000 litros. Os sistemas de mistura
podem variar conforme o tipo, sendo os mais comuns pivotantes (onde o tambor gira em
torno de um eixo) ou rotativas (o tambor gira sobre roletes). As pivotantes funcionam
através do giro do tambor e palhetas que cortam a massa a ser misturada, como em um
liquidificador. Já as rotativas provocam o turbilhonamento da mistura, com pás elevando e
jogando o material, como em uma roda d'água invertida.
Serra Portátil – Usada para pequenos serviços de corte em paredes, ou em telhas pré-
moldadas, onde não há necessidade do uso de uma máquina maior, ou o acesso ao local do
serviço é restrito.
Serra de Piso – Equipamento destinado ao corte de pisos de concreto, tanto para juntas de
dilatação como para abertura de valetas, instalações industriais, vãos para elevadores, etc.
Alguns modelos usam discos com diâmetros de até 42 polegadas, que cortam espessuras de
até 45 centímetros.
Serra de Parede – Para cortes em paredes, vigas ou colunas de concreto, abertura de portas
e retângulos para passagem de cabos ou dutos de ar condicionado. Corta paredes verticais
ou mesmo diagonais. Pode executar cortes que chegam até a 60 cm de espessura. Algumas
serras são totalmente eletrônicas, com avanço controlado por computador, garantindo
velocidade e precisão no serviço.
Perfuratriz de Coroa Diamantada – Para perfuração de concreto em lajes, vigas e
paredes, para passagem de tubulações em geral. Normalmente utilizada com coroas de até
16 polegadas de diâmetro (podendo, contudo, chegar a diâmetros bem maiores). As coroas
diamantadas têm profundidade útil em torno de 40 centímetros, mas com o uso de
prolongadores, praticamente não há limitação, sendo que já foram executados furos com até
3 metros de profundidade.
Demolidor de Pisos – O EZ-Breaker, desenvolvido pela Holemaker Cortes e Furos, é um
equipamento de alta capacidade de produção: de um piso de 20cm de espessura consegue-
se romper até duzentos metros quadrados em uma hora. A máquina é autopropelida, e tem
um mastro de 2,3 metros de altura que acomoda um bloco de 500 kg. Movimentado por um
sistema hidráulico, esse bloco bate no piso com uma força de impacto equivalente a
2400Kg em uma área de apenas 10cm2, provocando rachaduras em um raio de 1 metro. O
EZ-Breaker é acionado por um motor à gasolina, e o nível de ruído é bem mais baixo que
outros sistemas de demolição.
Veículos
Dumper – é um equipamento utilizado para o transporte de materiais, como concreto, terra,
entre outros. Também conhecido como dumper ou jeguinho, tem motorização a diesel ou
gasolina, podendo ter basculamento por gravidade ou hidráulico. Ideal para o transporte
horizontal pode puxar carretas auxiliares e ter acessórios, tais como engates, torres de
iluminação, betoneira, misturadores, carregador, etc. As capacidades são variáveis,
existindo desde 500 litros até dezenas de toneladas.
Retro-escavadeira – escavadeira é a designação genérica aos vários tipos de máquinas de
escavar, de revolver ou remover terra ou de retirar aterro. É também conhecida como
escavador, escavadora ou pá mecânica.
Exemplo: Escavadeira Hidráulica CX - O projeto da CX220 contempla engenharia de ponta
com os mais modernos conceitos tecnológicos e ergonômicos. Um avançado sistema de
inteligência artificial, comandado pelo computador de bordo, gerencia todas as funções
hidráulicas, otimizando a potência hidráulica instalada para obter o máximo de
produtividade, com a maior eficiência e o menor consumo. Os braços, super-reforçados
para trabalhos pesados, suportam os mais severos esforços e, juntamente com o sistema
hidráulico de alta capacidade, asseguram uma excelente força de escavação e levantamento.
A CX220 oferece três opções de braço de penetração: 2.400, 2.940 e 3.500 mm, com braço
monobloco de 5.650 mm. E ainda um conjunto de braços monobloco e penetração de longo
alcance, de 15,8 metros.
Rolo Compressor – equipamento de pavimentação e terraplanagem utilizado na rolagem
de solos, e composto de um ou vários cilindros metálicos de grande diâmetro formando
rodas, montados sobre um chassi.
Exemplo: Rolos Combinados CC 422C - Rolo articulado combinado com a possibilidade
de direção pivotada no módulo traseiro (opcional), possibilitando deslocamento lateral de
500 mm. É ideal para compactação de Concreto Rolado, mas também apresenta excelente
desempenho na compactação de brita e bases. Possui quatro pneus lisos na parte traseira no
lugar do cilindro. As rodas traseiras são tracionadas em pares por motores de tração
separados, reduzindo o risco de danos no asfalto, principalmente nas curvas acentuadas.
Motonivelador – Máquina de terraplanagem equipada com uma lâmina móvel de perfil
curvo.
Exemplo: Motoniveladora 845 - Motoniveladora de alto desempenho e elevada
produtividade, está equipada com motor de grande potência, elevado torque e baixo
consumo. Seu capô basculante, de forma arredondada, proporciona harmonia no design,
fácil acesso aos componentes internos e, principalmente, total visibilidade em trabalhos
com implementos traseiros. A lâmina central da motoniveladora 845 possui um perfil
multirraios (Roll-Away) que permite um corte sem esforço, já que o material cortado é
rolado ao invés de empurrado. Assim, os esforços decorrentes são reduzidos e o resultado é
a menor demanda de potência, menor consumo de combustível e maior vida útil dos
componentes. E ainda, como características de projeto, a motoniveladora 845 possui, além
de articulação dianteira, uma cabine ampla, confortável, com comandos e alavancas
ergonomicamente posicionados.
Equipamentos Diversos
Vibrador de Concreto– Equipamento utilizado no adensamento do concreto, evitando-se
bolhas de ar que prejudicam na resistência, impermeabilização e durabilidade do mesmo.
Em obras de construção civil, após o preparo do concreto, recomenda-se o adensamento
com a utilização de vibradores de concreto. Já na fabricação de pré-moldados, como
mourões, placas e peças de concreto em geral, pode-se também utilizar as mesas vibratórias
e os vibradores de parede ou coluna.
Bomba de Concreto – Equipamento destinado a impulsionar o concreto usado na
construção civil, como complemento às atividades de uma betoneira, principalmente em
construções de grande porte, como edifícios e prédios em geral. O concreto deve ser
bombeável, ou seja, na forma semipastosa, caso contrário entope a bomba causando danos
irreversíveis ao equipamento e seus componentes.
Guindaste – Um guindaste, grua ou guincho é uma máquina usada para erguer e carregar
materiais pesados. Uma variante deste, com a mesma função, é conhecida como ponte
rolante. É constituído normalmente por uma torre equipada com cabos e roldanas que é
usada para levantar e baixar materiais, habitualmente nas indústrias da construção civil,
fabrico de equipamento pesado, portos marítimos, etc. Na construção civil, os guindastes
são geralmente estruturas temporárias fixadas ao chão (chamadas gruas) ou montadas num
veículo especialmente concebido (guindaste propriamente dito).
Martelo Hidráulico – Equipamento com capacidade de cravação de estacas de concreto ou
metálicas de diversas seções. Possui uma torre guia que pode chegar aos 22 metros, o que
possibilita a cravação de estacas de até 17 metros sem a necessidade de emendas.
Exemplo: Martelo Hidráulico PM20 - Equipamento importado da Finlândia, com a mais
alta tecnologia, garantindo agilidade e velocidade na execução de fundações profundas,
com capacidade para cravar estacas inclinadas em diversas direções. Sua base gira 360º em
relação às esteiras retráteis, contraindo-se para viabilizar o seu transporte e alongando-se
para as laterais, o que aumenta a sua estabilidade. Seu martelo hidráulico HHK-4 possui um
pilão de 4 toneladas, trabalhando com alta freqüência de golpes e proporcionando uma
excelente produtividade.
Estacas-hélice – Estacas de concreto montadas “in loco”, executadas através da introdução
de um trado helicoidal contínuo no solo, sendo que este trado possui um tubo interno pelo
qual se realizará a concretagem simultaneamente a retirada do solo, evitando assim o
desconfinamento do mesmo.
Exemplo: Máquina perfuratriz SOILMEC CM-48 - Equipamento com capacidade para
execução de estacas com diâmetros de 30, 40, 50, 60, 70 e 80 cm com profundidades que
vão até 23,5 metros. A monitoração eletrônica é feita por computador e programas,
fornecendo dados como velocidade de avanço da perfuração, velocidade de rotação, torque
na perfuração, velocidade de subida do trado, pressão de injeção do concreto, volume de
concreto injetado, além de traçar um perfil da estaca executada.
Conclusão
Esperamos, com o término desse trabalho de pesquisa, ter elucidado uma
parcela das possíveis dúvidas que o leitor pudesse ter acerca dos equipamentos utilizados
na construção civil. Ainda que uma análise superficial, essa pesquisa nos foi de grande
utilidade e contribuiu significativamente para a ampliação de nossos horizontes de
conhecimentos. Como futuros arquitetos, estamos agora mais cientes das possibilidades e
limitações projetuais impostas pelas máquinas. Todavia, como elas estão em constante
aperfeiçoamento e evolução, é provável que, no futuro, a linha que separa possível de
impossível se torne cada vez menos nítida. Não há limites. Enquanto houver a criatividade
e a ambição humana, haverá sonhos, dos quais brotarão idéias pioneiras e revolucionárias
que apagarão essa linha.
Sendo assim, é com profunda gratidão que concluímos o semestre com a
certeza de que o objetivo principal de nossa pesquisa foi atingido: enriquecer-nos com
novas informações e contribuir para nosso crescimento como profissionais na área da
construção civil. Estamos agora mais maduros, com bases mais sólidas. Bases que nos
servirão de apoio para a realização de projetos com qualidade sempre crescente. Somente
com a ampliação dessa enorme gama de conhecimentos é que poderemos atingir nossa
meta: a construção de um ambiente mais saudável e adequado que tanto desejamos a todos.
Disciplina
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Professor Alfredo Gomes