Mas quem estranhará que seja tão grande o poder do Coração de Maria sobre o Coração de Seu...

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Mas quem estranhará que seja tão grande o poder do Coração de Maria sobre o Coração de Seu Divino Filho? Quem ignora os laços naturais e sobrenaturais que

unem estes dois Corações?

O Coração de Jesus veio todo de Maria: Jesus, é a Flor desta Virgem Mãe! Ninguém há mais de Maria do que Jesus. Todo o Seu Corpo santíssimo e por conseguinte o Seu

Coração Lhe veio de Maria e de mais ninguém; por isso, com todo o direito A podemos chamar: «Nossa Senhora do Sagrado Coração».

E que parecidos são nos Seus afetos, nos Seus sentimentos aqueles dois Corações? Saem um ao outro, como já o consideramos.

Eis porque ninguém melhor do que a Virgem conhece o Coração Divino de Jesus e ninguém mais intensa e perfeitamente O amou em vida mortal do que Maria. Ela mais que ninguém foi feita de propósito para amar o Sagrado Coração; Ela a Sua primeira

Adoradora desde a Encarnação ao Calvário, e do Calvário à Ascensão.

Logo que em suas entranhas virginais o Verbo se fez carne, todos os momentos de Maria se transformaram em atos de perfeitíssima adoração. A primeira pulsação que

em Seu seio bendito deu o Coração de Jesus, teve a acompanhá-la, em amorosa correspondência, as pulsações fervorosas do Coração Imaculado de Maria.

Ela, incomparavelmente melhor do que Santa Margarida Maria, escutou desde então aquelas palavras: «eis o Coração que tanto tem amado os homens» e reconheceu em

Si mesma a mais eloquente prova desse amor de Jesus aos filhos de Adão.

E por isso, que cânticos parecidos ao Magnificat entoaria no silêncio da Sua casa! Ditosos os Anjos que acompanharam esses poemas de amor!

Ela é a primeira Adoradora, a primeira alma apaixonadamente, divinamente Amante do Coração de Jesus e também a primeira Reparadora, a Sua primeira Vítima. Já o

meditamos ao contemplar o Coração Doloroso de Maria.

Desde a profecia de Simeão até a Morte de Jesus, toda a vida daquele Coração maternal foi martírio; foi sofrer a uníssono com o Coração de Seu Filho, por compaixão para com Ele, em expiação com Ele dos pecados do mundo e em

desagravo à Divina Majestade ofendida.

Por sua vez, como não corresponderia a esse amor de Sua Mãe, Jesus, Ele que nunca se deixa vencer em generosidade e amor? Aqui sim que Jesus podia exclamar com

verdade: «As minhas delícias são estar com os filhos dos homens». Em Maria encontrava Jesus as Suas delícias melhor do que em nenhuma criatura.

Maria mais que ninguém Lhe conquistou o Coração e se fez pelo amor Senhora dele. Por isso, bastará uma palavra Sua, para que Jesus corresponda logo aos maternais

desejos. — «Não têm vinho!» — diz Ela, nas bodas de Caná da Galiléia — e ainda que não tinha chegado a hora dos milagres, Jesus antecipa essa hora, para satisfazer os

desejos do Coração de Sua Mãe.

Não teve outra Mestra, Santa Margarida Maria Alacoque. Falando dos princípios da sua vida espiritual, escreve na Autobiografia: «Não me atrevia a dirigir-me a Seu

Divino Filho, mas sempre a Ela e oferecia-Lhe diariamente uma parte do Rosário, que rezava com os joelhos em terra ou fazendo uma genuflexão ou beijando o chão a

cada Ave-Maria. Não admira depois disto, que Margarida Maria tenha saído tão aproveitada discípula do Coração de Jesus, se teve tal Mestra.

Por isso ela também não separava da devoção ao Coração de Jesus, a devoção ao Coração de Maria. Em carta ao P. Croiset, que preparava um volume sobre a devoção ao Santíssimo Coração de Jesus, escrevia-lhe a Santa: «muito me contenta o que V. R. me diz da intenção em que está de fazer o livro o melhor que puder... Não esqueça

de inserir nele as ladainhas do Coração da Santíssima Virgem, nossa boa Mãe».

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1º/06/2010