Material do Curso oferecido na Santa Casa de Rio Claro

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Silvia Marina Anaruma

Coordenadora do PROAMA

Depto de Educação – UnespCâmpus de Rio Claro

ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO

ALEITAMENTO MATERNOPROAMA

Projeto Amamentar

UNESP

REDE SOCIAL AMAMENTA RIO CLARO

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM ALEITAMENTO

MATERNO - abril 2013

O aleitamento materno é um híbrido natureza -

cultura (ALMEIDA & NOVAK, 2004)

O aleitamento materno é determinado pelas

condições históricas, culturais e sociais, ou seja,

pelas condições concretas de vida

O aleitamento é um tema multifatorial, tendo

portanto, a influência de fatores biológicos,

nutricionais, fonoaudiológicos e psicológicos

PRINCÍPIOS

Psicologia – estudo da subjetividade A subjetividade – um terreno interno que se

define pelo meio externo, mas que só pode surgir deste

O conceito remete à universalidade e à particularidade(CROCHI, 1999)

A subjetividade é a síntese única que cada sujeito constrói através das suas experiências vividas social e culturalmente.

O que são fatores psicológicos?

Nesse sentido, a subjetividade não é inata. Ela é construída continuamente pelo indivíduo e por todos os elementos presentes no ambiente em que ele vive

É composto por emoções, sentimentos, pensamentos, linguagem

É o que constitui nosso modo de ser

A opção por amamentar

O estabelecimento do vínculo

A formação do apego

A satisfação da fase oral

O desenvolvimento cognitivo

Apesar de aprendermos que o aleitamento materno é um ato natural, portanto, biológico, a escolha por amamentar passa pelo mundo interno da cada mãe, por sua vivência com a amamentação e com o afeto, pelo seu conhecimento à respeito

Portanto, passa pelas suas condições de vida

Do ponto de vista psicológico ...

Há, muitas vezes, uma ambivalência entre o querer e o poder amamentar

Sentimentos como dar e receber estão presentes

Nutrir = alimentar = fazer, doar

Muito da dificuldade da mãe para amamentar tem causas inconscientes

O acolhimento também interfere para que a mulher possa desempenhar este novo papel

O aleitamento materno ameniza o rompimento da relação simbiótica que ocorre no útero entre mãe e filho, podendo acontecer lenta e progressivamente

A amamentação contribui para a manutenção no bebê da ilusão da continuidade intra uterina.Parece q o corpo de um se continua no corpo do outro (QUEIROZ, 2005).

A relação entre mãe e bebê são

tão importantes da hora da

amamentação que o seu olhar

para a mãe vai estimular a descida do leite

O que se entende por vínculo?

A maneira peculiar pela qual cada indivíduo se

relaciona com outro ou outros, criando uma

estrutura particular a cada caso e a cada

momento...

O vínculo forma como um carimbo que se

repete nas outras relações tanto internas quanto

externas (PICHON-RIVIÈRE, 2000).

A Gestalt-terapia entende que a maneira como a mãe

decide vivenciar a fase da gravidez e como constrói o

contato afetivo com o feto influenciará sua própria vida

e, possivelmente, a vida do filho em desenvolvimento.

...a construção do vínculo afetivo na gestação é

fundamental e é estabelecido e vivenciado pela mãe, na

maioria das vezes, em expressões de carinho e afeto

através do contato com o bebê, principalmente através

da fala e do toque na barriga (FONSECA,2010).

A atenção, o toque, o carinho são essenciais

para a sobrevivência em todas as fases de

desenvolvimento, mas tem uma importância

fundamental nos primeiros meses de vida da

criança

Ex:

Mãe canguru

A amamentação na primeira hora de vida

Se um bebê pré-termo é tocado durante sua

permanência na UTIN (por 10 minutos, 3 vezes ao dia)

este poderá apresentar níveis mais baixos de sono

ativo, de atividade motora e de comportamento de

estresse(. ..) se o tocarmos e/ou conversarmos com

ele, poderá apresentar menos falhas na respiração,

ganho de peso, alteração da motilidade intestinal e do

choro e um progresso mais rápido em algumas áreas

de funcionamento cerebral (In: BRUN ; SCHERMANN,

2007)

Construção do vínculo e

prematuridade

Teoria do apego de Bowlby (1989):

“Qualquer forma de comportamento que resulte numa pessoa

(criança) alcançar e manter a proximidade com algum outro

indivíduo claramente identificado (mãe) considerado mais apto para

lidar com o mundo”.

Esta relação fornece uma base segura para a criança a partir do

qual ele pode explorar o mundo exterior e a voltar certos de que

serão bem vindos, nutridos fisica e emocionalmente

Construção por volta de 1 ano e meio de um sentimento de

confiança e segurança da criança em relação ao si mesma e,

principalmente, em relação aqueles que os rodeiam”

No vínculo existe a necessidade da presença do

outro e um acréscimo da sensação de segurança

na presença dele

No apego o outro é visto como uma base segura,

a partir do qual o indivíduo pode explorar o mundo

e experimentar novas relações

" Os efeitos perniciosos da privação variam de acordo com o grau da mesma. A privação traz consigo a angústia, uma exagerada necessidade de amor, fortes sentimentos de vingança e, em conseqüência, culpa e depressão". (p.14)

Como saber se o vínculo entre mãe e bebê está sendo estabelecido:

• Durante a amamentação, o bebê procura o olhar da mãe e ela olha para ele.

• Quando o bebê está chorando e a mãe o pega no colo, ele se acalma.

• Quando a mãe está bem perto do bebê, ele tenta acompanhar, com os olhos, os movimentos dela.

O bebê precisa reconhecer quem cuida dele, por isso, precisa ser cuidado

sempre pela mesma pessoa.

Neste primeiro mês, o melhor para o bebê é ser cuidado pela mãe.

Ela deve aproveitar os momentos da troca de fralda e do banho para conversar com o bebê, cantar baixinho, massagear o corpo dele, olhá-lo nos olhos.

Assim, os dois vão se conhecendo e se amando mais.

O pai deve participar ativamente desses momentos.

O melhor para o bebê é ser cuidado pela mãe.

O bebê gosta muito quando a mãe conversa com ele, canta baixinho, olha nos seus olhos, toca e massageia o corpo dele.

Na falta da mãe, é bom que o bebê seja cuidado sempre pela mesma pessoa, porque ele precisa reconhecer quem cuida sempre dele.

(CARTILHA DA FAMÍLIA, 2004, A 2)

Crianças avaliadas como seguramente apegadas no intervalo dos 12

aos 18 meses mostram-se, na idade escolar, mais, sociável e positiva

em suas relações com amigos e irmãos e menos dependentes dos

professores, ou seja, apresentam maior independência e habilidade nas

relações com os outros e fora do ambientes.

O padrão de apego seguro parece favorecer nas crianças uma maior

autoconfiança e competência social. Por outro lado, crianças que

apresentam apego do tipo esquivo, ansioso, resistente ou

desorganizado, são mais resistentes ao contato e tem pior

desempenho nas tarefas propostas . Suas mães de um modo geral

demonstram uma ansiedade excessiva quanto às realizações das

crianças, exigindo dos mesmos mais do que elas podem fazer,

geralmente mostram-se pouco atentas, impacientes e/ou agressivas

com seus filhos.

(BEE, 1996)

Desenvolvida pela Psicanálise

O prazer está localizado na zona oral e ocorre no

1º. Ano de vida

A amamentação proporciona satisfação oral

O desmame precoce pode interromper esta

gratificação que poderá ser “procurada” mais

tarde

Desmame e vínculo

O desmame é tão importante quanto a

amamentação

É o primeiro movimento de rompimento da

dependência da mãe

Deve ser gradual e respeitar a vontade da mãe e

do bebê

Ele se inicia com a alimentação complementar

As pesquisas demonstram que crianças amamentadas até o fim do segundo ano mostraram melhor desempenho escolar do que as que não foram.

A amamentação propicia um ótimo desenvolvimento cerebral por meio dos nutrientes e da interação, o leite materno protege os bebês de enfermidades que podem causar desnutrição e dificuldades de aprendizagem e audição;

assegura interação freqüente e expõe o bebê à linguagem, ao comportamento social positivo e a estímulos importantes e, finalmente,

desenvolve maior agudeza e enfoque visual levando à melhor disposição à aprendizagem e à leitura

ALMEIDA, JAC; NOVAK, FR. Amamentação: um híbrido natureza - cultura. Joranl de Pediatria. V. 80,n.5 (Supl), 2004.

Bee, H. (1996). A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artes Médicas.

. BRASIL. Unicef. Kit da Família fortalecida. Brasilia, 2004. Disponível em: http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10178.htm. Acesso em : 28 set 2012

Bowlby, J. (1989). Uma Base Segura: aplicações clínicas da teoria do apego. Porto Alegre: Artes Médicas.

BRUM, E.H.M. de e SCHERMANN, L. Intervenção para promover a qualidade do vínculo mãe-bebê em situação de nascimento pré-termo. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. [online]. 2007, vol.17, n.2 [citado 2012-09-27], pp. 12-23 . Disponível em:

<http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822007000200003&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0104-1282.

Crochik, José Leon. De Os Desafios atuais do Estudo da subjetividade na Psicologia.Psicol. USP , São Paulo, v 9, n. 2, 1998. Disponível a partir do <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641998000200003&lng=en&nrm=iso>. acesso em 29 de abril de 2013.http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65641998000200003.

FONSECA, B.C.R. A construção do vínculo afetivo mãe- filho na gestação. Revista científica Eletrônica de Psicologia, ano viii, n. 14, 2010. Disponível em: http://www.revista.inf.br/psicologia/pages/artigos/ART10-ANOVIII-EDIC14-MAIO2010.pdf. Acesso em: 27 set 2010

PICHON-REVIÈRE, E. Teoria do Vínculo. 6ª. Ed, SP. Martins Fontes, 1998 (Piscologia e Pedagogia)

QUEIROZ, T.C. DA N. Do desmame ao sujeito. São Paulo, casa do Psicólogo, 2005 (Coleção 1ª. Infância)

Programa

1º. dia – 23 de maio (5ª. feira)

8h30 – Entrada na sala (teste de som e imagem)8h45 – Mensagem de boas vindas9h - Conferência 1 – Val: Quero amamentar: quem está comigo?9h40 – Perguntas e conversas

10h – Intervalo

10h30 – Conferencia 2 – Luís: As Mães de UTI e seus bebês Prematuros11h10 – Perguntas e conversas

12h – Intervalo

14h – Conferencia 3 – Luciano: Superando as dificuldades na Amamentação com conhecimento e aconselhamento14h40 – Perguntas e conversas

15h - Intervalo

15h10 – Conferência 4 – Cristiane: Atualidades e novas perspectivas em Fonoaudiologia & Aleitamento Materno15h50 – Perguntas e conversas

16h10 – Intervalo

16h30 – Conferência 5 – Roberto: A incrível fábrica de leite humano17h10 – Perguntas e conversas17h30 - Apresentação do próximo dia do Congresso

Sorteio do livro17h40 - Encerramento do dia

2º. dia – 24 de maio (6ª. feira)

8h30h – Entrada na sala (teste de som e imagem)9h – Conferencia 6 – Cristine: Mamadeira: marketing para o desmame precoce 9h40 – Perguntas e conversas

10h – Intervalo

10h30 - Conferencia 7 – José Martins: O Desmame precoce e a terceirização da infância11h10 – Perguntas e conversas

11h40 – Intervalo

14h – Conferencia 8 – Simone: Empoderamento e apoio às mães nas redes sociais14h40 – Perguntas e conversas

15h – Intervalo

15h30 - Conferencia 9 – Aline: Sexualidade & Amamentação16h10 – Perguntas e conversas16h30 – Sorteio do livro + Avaliação – mensagens, depoimentos...

16h45 - Mensagem: Convite para novos encontros e encerramento.

Os slides estarão disponíveis no site:

www.rc.unesp.br/proama

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