Post on 15-Jul-2020
Módulo: Linguagem
Profa Ms. Cristina M. C. Dias
Pós graduação em Neuropsicologiae
Reabilitação
Cristina M. C. Dias
Bibliografia:
CAPOVILLA, F. C., GOTUZO, A. S. Teoria e Pesquisa em AvaliaçãoNeuropsicológica. Mennon, 2ª ed, 2009.
FREITAS, K. N.. Desenvolvimento humano, organização funcional do cérebro eaprendizagem no pensamento de Luria e de Vygotsky. Ciências e Cognição, 2006; Vol9: 91-96.
HAZIN, L. Contribuições da Neuropsicologia de Aleksandr Romanovich Luria para odebate contemporâneo sobre relações mente-cérebro. Mnemosine Vol. 6, nº 1, p. 88-110 (2010).
LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Ed. da Univ. de São Paulo, S. P.:1984.
VALLE, L. E. R., CAPOVILLA, F. C. Temas multidisciplinares de neuropsicologia &aprendizagem. Rio de Janeiro: Tecmedd, 2004.
Cristina M. C. Dias
LINGUAGEM
Instrumento privilegiado da comunicação inter humana e o veículo privilegiado do pensamento.
A linguagem é expressa sob a forma de línguas, que podem ser concebidas como instituições sociais
construídas pelas comunidades humanas e formadas por um sistema estruturado de signos
que experimentam ideias,das quais a fala é a manifestação.
Cristina M. C. Dias
Transtornos da Comunicação segundo o DSMV
O DSM define os distúrbios da comunicação como:
• distúrbios da linguagem expressiva,
• distúrbio mista da linguagem receptivo-expressiva,
• alteração fonológica,
• distúrbio da comunicação não específica.
Nestes incluem tantos os distúrbios adquiridos (afasias)
como o evolutivo (disfasias)
Cristina M. C. Dias
Alteração Neurológica da Linguagem - Afasias
Disfasias: Distúrbio Específico de Linguagem (DEL)
Transtornos Fonético/Fonológicos
Transtornos da Leitura e Linguagem Escrita (Dislexias)
Gagueira
DISTÚRBIOS DA FALA E DA LINGUAGEM
Cristina M. C. Dias
A NEUROPSICOLOGIA DA LINGUAGEM
Estudos Clássicos
Estudos Atuais
Da lesão à funcionalidade
Cristina M. C. Dias
ALTERAÇÃO NEUROLÓGICA DA LINGUAGEM
AFASIAS
Cristina M. C. Dias
Perspectiva Neurológica
Perspectiva Linguística
AFASIAS
Cristina M. C. Dias
Expresso o pensamento através da linguagem falada
...
...ou da escrita. A linguagem é um dos processos cognitivos mais complexos do ser humano.
Área de BrocaEscolha
das palavras
Área pre-frontal
Cristina M. C. Dias
Paul Broca (1824-1880)
Fotografias do cérebro de
Leborgne,
51 anos (“Tan”)
Em1861, o antropólogo e neurocirurgião Pierre Paul Broca, descreveu o caso de um paciente que era capaz de entender o que ouvia, mas era incapaz de falar.
Através da autópsia, foi constatado lesão cerebral localizada próxima a área motora, que controla movimentos da boca e da língua e forma palavras.
Cristina M. C. Dias
Karl Wernicke (1848-1904)
Em 1876, o neurologista Karl Wernicke, aos 26 anos, descreveu um caso de lesão próxima ao córtex auditório primário e ao giro angular, causando distúrbio de compreensão da fala. A execução da mesma estava preservada.
Cristina M. C. Dias
A artéria cerebral média distribui ramos
que vascularizam a maior parte da face
súpero-lateral de cada
hemisfério.
Este território compreende áreas corticais importantes como a área motora, a área somestésica, o centro da palavra falada e outras.
Uma obstrução da artéria cerebral média determina umasintomatologia que pode apresentar graves
distúrbios de linguagem.
Cristina M. C. Dias
A afasia é sempre um distúrbio adquirido, decorrente de lesão
neurológica súbita ou gradual, tendo como fatores etiológicos mais
freqüentes:
Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) : Isquêmico ou Hemorrágico
•AVC Isquêmico quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sangüíneo do corpo.
•AVC Hemorrágico quando o vaso sangüíneo se rompe, extravasando sangue.decorrente de hipertensão arterial ou aneurisma
Cristina M. C. Dias
A afasia pode provocaralterações na construçãode redes sociais, gerardependências e excluir oindivíduo do exercícios dopapel de adulto ativo noambiente familiar e outrosambientes sociais.
Tumores, traumatismos, doençasdegenerativas e outras doençasmetabólicas, tóxicas ou infecciosastambém podem resultar numa afasia.
Cristina M. C. Dias
AFASIASCLASSIFICAÇÃO DAS AFASIAS
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
AFASIAS FLUÊNCIA COMPREENSÃO REPETIÇÃO
Afasia de Broca Reduzida Preservada Comprometida
Afasia de Wernicke Aumentada Comprometida Comprometida
Afasial Transcorticalmotora Reduzida Preservada Preservada
Afasia Transcorticalsensorial Aumentada Comprometida Preservada
Afasia Transcortical mista Reduzida Comprometida Preservada
Afasia de Condução Preservada Preservada Comprometida
Afasia Anômica Preservada Preservada Preservada
Afasia Global Reduzida Comprometida Comprometida
Cristina M. C. Dias
Pensamentos, estudos e conclusões
mais recentes sobre a linguagem
A partir da segunda metade dos anos 80: Advento da evolução nas neuroimagens
SIGNORET et al. (1984) –Escaneamento por tomografiacomputadorizada no cérebropreservado do Mr. Leborgnerevela que a lesão do famosopaciente era colunar e seestendia até a ínsula. O examede Broca só mostrou a superfícieda lesão.
Cristina M. C. Dias
Pensamentos, estudos e conclusões
mais recentes sobre a linguagem
DRONKERS et al. (1996)
Lesões na ínsula, e não na área de Broca, estão relacionadoscom os sintomas, a exemplo do caso do paciente “Tan” de Broca.
DRONKERS et al. (1992).
Vários pacientes sofrem de uma afasia de Broca persistente sem terem na verdade nenhum envolvimento, qualquer que seja ele, da área de Broca.
Cristina M. C. Dias
OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NAS NEUROIMAGENS
Tomografia por emissão de pósitrons (PET SCAN) Kandel, 2000.
Cristina M. C. Dias
Organização Neuroanatômica da Linguagem
Área de WernickeÁrea auditiva primária e secundária. Situada posteriormente ao córtex auditivo, está relacionada com a COMPREENSÃO da linguagem falada.
Giro angularTransforma as palavras ouvidas,lidas e tateadas em um único código de linguagem.
Área de Broca Situada anteriormente a área motora que controla a face, lábios e a língua, está relacionada com a EXPRESSÃO da linguagem falada
Cristina M. C. Dias
Área motora da fala
Mapeamento cortical da área motora realizado em
seres humanos por Penfield (homúnculo motor)
Cristina M. C. Dias
Cristina M. C. Dias
Toda a via auditiva tem uma
representação tonotópica
(bilateral) da membrana
basilar, até a área de projeção
no córtex auditivo primário
(lobo temporal).
O córtex auditivo possui um
mapa de representação colunar
das freqüências sonoras.
Córtex auditivo primário (A1)
A área de projeção primaria da
audição é ativada por todos os sons.
Córtex auditivo secundário (A2)
Ativado apenas por sons da linguagem
falada, os fonemas.
Área de Wernicke (A3)
Área de associação sensorial: compreensão das palavras não só ouvidas mas lidas.
CÓRTEX AUDITIVO
A1
A2A3
Cristina M. C. Dias
A LINGUAGEM NA
PERSPECTIVA DA
NEUROPSICOLOGIA DE
LURIA E VYGOTSKY
Cristina M. C. Dias
Seus trabalhos pertencem ao campo da
psicologia genética – estudo da gênese,
formação e evolução dos processos psíquicos
superiores do ser humano.
Interdependentes
FaseSensório- motora
(de 0 a 2 anos)
LinguagemReceptiva
Independentes
Cristina M. C. Dias
L. S. Vygotsky, 1998
ORGANIZAÇÃO DE ESTRUTURAS LINGUISTICAS E COGNITIVAS
Linguagem verbal
A Neuropsicologia de Luria
Neuropsicólogo Soviético.
Teoriza que a cognição e o comportamento humano é resultado da interação de três unidades funcionais complexas e plásticas, que não podem ser localizados em áreas específicas.
Crítica aos localizacionistas.
Cristina M. C. Dias
A Neuropsicologia da Linguagem
SISTEMA FUNCIONAL DE LURIA
I Unidade
Regular tônus cortical ou vigília (estado de consciência).
II Unidade
Obter, processar e armazenar informações.
III Unidade
Programar, regular e verificar a atividade cerebral.
Cristina M. C. Dias
Cristina M. C. Dias
área pré-motora
área motora primária área somestésica primária
área de associaçãopré-frontal
área visualprimária
área de associaçãoparieto-têmporo-occipital
área visualsecundária
área de associaçãolímbica
área auditivaprimária
área auditivasecundária
Cristina M. C. Dias
crescimento celular no córtex cerebral (0 a 2 anos)
Cristina M. C. Dias
A Linguagem e a Criança
Linguagem pré-verbalO choro e o corpo como
comunicação não-verbalDiálogo corporal com a mãe
Emoção Afetividade
(forma mais primitiva de comunicação)(constitui-se através das mediações
emocionais e da linguagem)
Cristina M. C. Dias
Linguagem verbalAquisição das primeiras palavras
Entre o 9º e o 12º mês
Explosão de vocabuláriode 20 a 40 palavras que podem chegar a 500 entre 2 anos e 2 anos e meio
Cristina M. C. Diashttp://www.youtube.com/watch?v=ciVdRahNsn0
Do balbucio a fala
Cristina M. C. Dias
Operações mentais de processamento
da informação baseadas na
estrutura fonológica da linguagem oral
Utilização da informação
fonológica para o processamento da linguagem oral e
escrita
Processador Fonológico
Transtornos Fonológicos
Cristina M. C. Dias
T
Cristina M. C. Dias
Consciência fonológica – envolve a consciência de certas propriedades da linguagem e a habilidade de segmentar a fala em estruturas menores e manipulá-las.
Memória fonológica de trabalho – habilidade de representar mentalmente as características fonológicas da língua.
Rapidez e precisão no acesso ao léxico mental –habilidade de obter acesso rápido e fácil àsinformações fonológicas e semânticasarmazenadas na memória de longo prazo.
Processador fonológico e seus sub componentes
Cristina M. C. Dias
Alça Fonológica (Loop Fonológico) - responsável pelo processamento do material linguístico e, portanto, concorre para o aprendizado de novas palavras.
Aquisição da Linguagem Oral
Aquisição da Linguagem Escrita
Memória Operacional
Cristina M. C. Dias
Avaliado em provas de nomeação rápida (requerem velocidade e
precisão no acesso à informação armazenada)
Capacidade de acesso à informação
na memória de longo termo
Quanto maior a facilidade, a velocidade e a precisão desse
acesso, maior será a facilidade para usar a informação fonológica nos processos de codificação e decodificação das palavras
Acesso fonológico ao léxico mental
Cristina M. C. Dias
Diferentes distúrbios de processamento fonológico podem estar conjuntamente subjacentes às
dificuldades de leitura e escrita.
LINGUAGEM ORAL LINGUAGEM ESCRITA
Cristina M. C. Dias
Transtornos fonético/fonológico
Organização e percepção(fonológico)
Articulação(fonético)
Falhas do Processamento fonológico
Cristina M. C. Dias
Transtornos da Leitura e Linguagem Escrita (Dislexias)
As diferenças estruturais entre o cérebro das pessoas com dislexia e o das pessoas sem dislexia concentram-se fundamentalmente no plano temporal.
Além da simetria incomum dos planos temporais, o cérebro de leitores disléxicos tem alterações na citoarquitetura e alterações do cerebelo e suas vias. Isso ocorre provavelmente porque houve algum tipo de agressão nos primeiros estágios do desenvolvimento.
Os neurônios de tecido cerebral dos leitores disléxicos parecem ser menores que a média, pelo menos em algumas áreas de cérebro (por exemplo, o tálamo). O tamanho menor dos neurônios talâmicos pode muito bem estar ligado às anormalidades tanto do sistema visual quanto no sistema auditivo de indivíduos com dislexia.
O estudo de Galaburda e colaboradores, em 2001, demonstrou experimentalmente que as alterações na citoarquitetura do córtex temporal e dos tálamos determinam um processamento lento dos sons.( Rotta, 2006)
Cristina M. C. Dias
assimetria (habitual) do
planum temporaleplanum temporale simétrico
e d e d
Simetria dos planos temporais
Cristina M. C. Dias
http://www.youtube.com/watch?v=8A22buyDJGI
O Cérebro Disléxico
Cristina M. C. Dias
Leitores ativam a área temporal
esquerda
Maus leitores não ativam a área
temporal esquerda
Disléxicos leitores ativam áreas do hemisfério direito
Cristina M. C. Dias
Modelo de Morton & Frithexemplificando o déficit fonológico
como causa dos distúrbios de leitura e escrita
BIOLÓGICO
Pobre conversãografema-fonema Déficit Fonológico
Leiturapobre dificuldade nomeação memória
de pobre pobreconsciênciafonológica
COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
Anormalidade da região peri-silviana
Cristina M. C. Dias
Avaliação Neuropsicológicada Linguagem
Competência Linguística : Raciocínio , Compreensão, Formação de Conceitos, Organização do Discurso
(Sub testes do WISC III e IV)
Nomeação :(Teste Infantil de Nomeação)
Fluência Verbal semântica e fonética :(Lista de Animais, roupa e frutas)
Cristina M. C. Dias
Gagueira de Desenvolvimento
É considerada um transtorno multicausal.
- Fatores ligados aos aspectos lingüísticos e psicossociais
também contribuem, de maneira dialética para
o desenvolvimento e manutenção da gagueira.
- Base neurogênica - resultado de uma disfunção do SNC
(controle motor e temporal da fala)
- Base genética - 70% das pessoas que gaguejam
apresentam dados familial com histórico de gagueira.
Cristina M. C. Dias
A gagueira pode ser explicada como um problema
relacionado aos Núcleos da Base, ligado à
automatização de tarefas. Neste caso, ocorre uma
negligência cerebral na automatização dos
movimentos de fala, principalmente diante da
palavra espontânea. Ela é involuntária e por isso a
pessoa que gagueja, não tem controle e não
consegue evitar a sua ocorrência. A dificuldade se
encontra em não estabelecer sinal diante do
término de um fonema, de um som ou sílaba e
iniciar outro som ou sílaba.
Cristina M. C. Dias
O gânglios da base estão envolvidos ppl/ no
processamento da informação, necessário para o
planejamento e a iniciação de movimentos auto iniciados,
bem como organização nos ajustes posturais associados.
Este sistema é dominante durante a fala espontânea,
especialmente em relação a pensamentos e emoções.
Distúrbios motores que afetam os gânglios da base
têm como características problemas na iniciação motora, movimentos involuntários, tensão
muscular, ações musculares indesejadas
Cristina M. C. Dias
No período de aquisição de fala, onde surgem as
disfluências, coincide com o período de
desenvolvimento dos gânglios da base e dos receptores
dopaminérgicos
Artigos recentes apontam para anormalidades estruturais do córtex e da substânciabranca na região sensório motora dos órgãos de fala.
Localização aproximada das anormalidades estruturais na gagueira. Esta região envolve a área sensório motora facial e regiões pré-motoras ventrais
(Foundas et al., 2001; Sommer et al., 2002; Jancke et al., 2004; Watkins et al., 2005).
Cristina M. C. Dias
Emoção e Gagueira
Os circuitos motores dos núcleos da base recebem projeções do sistema límbico, que
fornece inputs relacionados ao estado emocional.
Se o input motor do córtex para os núcleos da base estiver reduzido, é provável que o inputfornecido pelo sistema límbico adquira uma
influência desproporcionalmente forte sobre o sistema motor da fala nos núcleos da base,
tornando a fluência mais vulnerável aos influxos emocionais.
Cristina M. C. Dias
Depois de muitas décadas vendo as causas da gagueiraserem atribuídas a razões que iam desde traumas deinfância até personalidades excessivamente ansiosas, oscientistas começaram a usar técnicas avançadas deneuroimagem para descobrir diferenças mensuráveis naatividade cerebral de pessoas que gaguejam emcomparação às pessoas de fala fluente
Cristina M. C. Dias
DISTÚRBIO DO
PROCESSAMENTO TEMPORAL(percepção, nomeação, repetição,
armazenamento, recuperação, acesso à
informação) Distúrbio Fonológico
(Share, 1995)
Imagens de ressonância magnética funcional mostram ocórtex auditivo mais ativo emquem não tem gagueira (acima), do que em quem tem.
Cristina M. C. Dias
DISFASIA DO DESENVOLVIMENTO (DEL)
Conjunto de alterações de caráter predominantementelingüístico que caracterizam como distúrbios importantes eduráveis das capacidades linguísticas. Tais característicasadvogam em favor de um dano “estrutural” do “órgão dalinguagem”
A sintomatologia descrita pelos autores é muito variável,
e inclui sujeitos com grandes alterações na compreensão
e emissão da fala, bem como alguns com dificuldades menores somente na expressão oral, e
que se distribuem em quatro grupos:
Cristina M. C. Dias
A origem desse tipo de distúrbio só passou a ser melhor
conhecida com o desenvolvimento da semiologia
neuropsicológica e com a evolução da tecnologia para o
estudo do SNC: avaliações estruturais por imagem,
tomografia computadorizada e imagem por ressonância
magnética, e funcionais, com tomografia por emissão de
fóton único (SPECT), ressonância magnética funcional e
tomografia por emissão de pósitrons (PET).
Esses exames podem mostrar alterações da normal
assimetria cerebral ou alterações funcionais localizadas em
áreas corticais relacionadas à linguagem.
Cristina M. C. Dias
Distúrbio Específico de linguagem - DEL
O Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) é umadesordem de comunicação, que tem início nainfância e caracteriza-se pelo atraso na aquisiçãoe desenvolvimento da linguagem. Com isso, ascrianças portadoras desse distúrbio encontrammaior dificuldade para resolver conflitos. Alémdisso, são obrigadas a conviver com dificuldadessociais, de interação e conversação.
Cristina M. C. Dias
•· Grupo I – Falhas na aquisição fonológica, presença de distúrbios práxicos orais, em geral sem dificuldades de alfabetização.•· Grupo II – Falhas na aquisição fonológica, presença de distúrbios práxicos orais; falhas em processos auditivos, especialmente atenção e memória; falhas em estruturação gramatical e evocação de vocábulos; dificuldades de alfabetização.•· Grupo III – Além dos sintomas acima referidos, há dificuldades perceptuais auditivas severas, dificuldades de compreensão da fala, agnosia auditiva verbal e dificuldades de alfabetização.•· Grupo IV – Comprometimento lingüístico mais grave, com agnosia verbal e não-verbal; podem ter funcionamento de tipo autista.Os sujeitos incluídos nos Grupos II, III e IV podem ter dificuldades de alfabetização,dislexia específica de evolução, por falhas em fonologia e em relações fonológico-gráficas.
Cristina M. C. Dias
ESTUDO DE CASOHistórico:# intercorrência perinatal – hipóxia e episódio de crise convulsiva;
# constatação de problema a partir dos 3 anos de idade –dificuldade para aquisição normal da linguagem: comprometimento severo na linguagem expressiva sem revelar prejuízo significativo na linguagem compreensiva;
# linguagem caracterizada por jargões (dialeto africano – relato da família);
# criança com 10 anos de idade e desde os 4 anos em acompanhamento multidisciplinar sem resultados satisfatórios;
# acompanhamento pedagógico em classes especiais e tratamentos especializados na área de Educação Especial.
Cristina M. C. Dias
Compreendendo o caso em questão:
1- “Por que uma criança, com 10 anos de idade, não apresentou nenhum dado evolutivo no desenvolvimento da linguagem e por que não se beneficiou das influências fornecidas pelo meio ou pelos recursos terapêuticos que recebeu ? “
2- “O quadro clínico, apresentado por esta criança, pode ser explicado pelo continuum que constitui a deficiência mental ou pode ser explicado pelo resultado de prejuízos, ocasionados por uma lesão cerebral precoce, agravado por determinantes psico-sociais ? ”
Cristina M. C. Dias
De acordo com Luria, perturbações decorrentes de lesões das zonas superiores da região temporal
comprometem o reconhecimento dos sons fonológicos, o processo de nomeação e a memória áudio-verbal.
... Um dano ao córtexauditivo primário, no início
do desenvolvimento de uma criança pode trazer
sérios prejuízos na formação de imagens auditivas
no pensamento, que é uma funçãode zona secundária.
MODELO NEUROPSICOLÓGICO DE LURIA
Cristina M. C. Dias
MODELO NEUROPSICOLÓGICO DE LURIA
A dificuldade para determinar imediatamente as posições doslábios e da língua, no momento de articular um fonema, constituía um dos maiores impedimentos para o desenvolvimento da fala - sistema impreciso de articulação.
A consciência articulatória depende de um apoio viso-tátil-cinestésico dos pontos e modos de articulação
dos fonemas.
...participação das zonas inferiores do córtex cinestésico pós-central
Cristina M. C. Dias
MODELO NEUROPSICOLÓGICO DE LURIA
Córtex visual – área facilitadora de entrada da informação.
Recurso facilitador: leitura labial fornecendo o modelo visual da posição da articulaçãodo fonema, tornando possível a reprodução do som e consequentemente, a repetição dapalavra ouvida, uma de suas dificuldades.
Cristina M. C. Dias
A precisão da avaliação neonatal e a detecção precoce de atrasos de desenvolvimento
constituem hoje, instrumentos de prevenção para muitas deficiências
Quanto mais se aprende sobre as relações cérebro - comportamento e cérebro - aprendizagem, melhor será o nível de compreensão e intervenção sobre a criança com transtornos de linguagem, tornando-se possível obter maiores recursos para o diagnóstico e prognóstico do seu potencial de aprendizagem
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