Mediunidade e Espiritismo: o caso português. Mário Correia

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Mediunidade e Espiritismo: o caso português. Mário Correia

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MEDIUNIDADE E ESPIRITISMOO CASO PORTUGUÊS

"Tenho provas abundantes para vos afirmar a imortalidade da alma e os inexplicáveis benefícios que derivam dessa verdade. Eu não devo calar a voz da minha consciência nem os gritos da minha razão em prol de uma verdade que eu considero como adquirida.“

"Julgar-me-ia indigno de viver no meio dos homens se guardasse só para mim os frutos das minhas investigações; achar-me-ia desprezível aos olhos meus próprios olhos se quisesse conservar o monopólio dos seus resultados. Em suma, seria uma preguiça moral imperdoável, não merecendo nenhuma desculpa, mas sim o estigma da infâmia, se se não afirmasse bem alto, a persistência do EU, em face das provas que obtive.

Que importa a crítica, o desdém, o sarcasmo, desde que a consciência, a probidade, a verdade, fiquem de pé?...".

Sousa Couto, relatório do Congresso Espírita Internacional, em Paris, no ano de 1900.

Fernando Lacerda1865 - 1918

(…) “F. L., conversando despreocupadamente com os amigos, falando normalmente e respondendo-lhes acertadamente, sente uma necessidade imperiosa de escrever, e num estado psicológico especial, continuando a conversar – bem dentro da sua personalidade – deixa o seu braço armado de lápis fazer o que quiser, e recebe comunicações espantosas.”

Jornal da Noite, 23/11/1906

“O Espiritismo é pois uma Doutrina fundada sobre o ensino, existência e manifestação dos Espíritos.”  - Allan Kardec

“O Espiritismo em via de elaboração somente resultados individuais podia dar, os resultados colectivos e gerais serão frutos do Espiritismo completo que sucessivamente se desenvolverá.” - Allan Kardec 

“Dois elementos hão de concorrer para o progresso do Espiritismo: o estabelecimento teórico da Doutrina e os meios de a popularizar.” – Allan Kardec

“Num banco de jardim de campo de Ourique sentavam-se os médiuns. Os restantes, de pé, formavam um círculo à sua volta… e assim se realizavam as sessões.”

Gilberto Marques, Revista de Espiritismo nº 5, de 1932

I Congresso Espírita Português, Lisboa, 15, 16, 17 e 18 de Maio de 1925

Acácio Martins Velho

Qualwuer… qual

(…) “Qualquer pressão nesse sentido (aprovação dos Estatutos da Federação) teria sido contraproducente, tal é a crassa ignorância sobre assuntos desta natureza que reina nas regiões oficiais, essencialmente negativistas com raras excepções” (…)

António Joaquim Freire, “Revista Fraternidade”

IV Salão Automóvel, em 1925

"(...) foi, precisamente, nessa época, que a acção policial se estava exercendo intensivamente na repressão das cartomantes, magnetizadores, médiuns-curadores, etc., que infestam Lisboa, rotulando-se espíritas, abusiva e indecorosamente, ludibriando os incautos, prestando-se a confusões lamentáveis de que muito se tem ressentido o Espiritismo entre nós, e de que a Federação Espírita Portuguesa se ocupará, certamente, muito em breve, pois já no 1º Congresso Espírita Português foi abordado este abuso inqualificável de gananciosos sem escrúpulos, que precisa ser definido com urgência e clareza, para dignificação do Espiritismo."

"Num país em que se cultivam como plantas de estufa a maledicência e a intriga, deturpando as melhores intenções ao sabor de invejas e emulações inconfessáveis, atascando de vis suspeições as mais nobres atitudes, é extremamente difícil impor à consideração e respeito públicos uma colectividade, muito embora constituída por elementos representativos os mais bem seleccionados."

Dos fins:

- o estudo do Espiritismo sob os seus aspectos "científico, experimental, filosófico, moral e social, bem assim os seus princípios básicos: - Sobrevivência da alma, Reencarnacionismo ou Vidas sucessivas, Lei da Causalidade através do karma e Comunicação entre encarnados e desencarnados, por intermédio das mediunidades; e ainda as ciências psíquicas que se relacionem com o Espiritismo, bem como as forças hiper-físicas do Universo."

Dos meios:

- Organização e regulamentação de "grupos experimentais, para desenvolvimento das diversas mediunidades e das faculdades metapsíquicas latentes dos seus associados, que assim o desejarem".

"A opinião pública do nosso País acabou por compreender que o Espiritismo, no seu duplo significado - e - é a nova Ciência da alma humana, numa moderna orientação positiva, animado da nobre e progressiva missão de regenerar e espiritualizar a Humanidade por novos métodos e processos que, embora radiquem no sentimento humano, têm de florir e frutificar na sua inteligência, conduta e acção. É um luminoso e radiante Mundo, contendo novos Mundos, que se abrem para todos aqueles que queiram estudar e meditar sobre os complexos problemas da existência e do Destino à luz do Espiritismo." A.J. Freire em “Da Evolução do Espiritismo”António Joaquim Freire

“Quando a Ditadura Nacional se transformou, por obra e graça do referendo de 1933, em Estado Novo, a Federação seria perseguida pelo regime e, em 1939, a sede passou a ser um cinema”.

Do blog “Aventar”

«- Era uma vez um cordeirinho que estava a beber água num regato cristalino. Um lobo mau aproximou-se e perguntou: Por que turvas a água que eu bebo? O cordeirinho replicou: Não pode ser... eu bebo abaixo...O lobo voltou: Então é teu irmão, teu pai, teu avô...e eu tenho que me vingar. E devorou-o, porque os violentos não respeitam os inocentes.» Popular

(…) "a nova religião, se assim lhe podemos chamar, conta no mundo para cima de doze milhões de prosélitos". E acrescenta que "A Imprensa ocultista é numerosa.; a propaganda é imensa. Em 1904, já existiam cento e trinta revista e jornais diversos e o seu número não deve ter diminuído.“ (…)

"o Espiritismo não gera uma psicose especial, mas concorre para a expansão da loucura."

"São os débeis mentais, os degenerados, os psicacténicos, os indivíduos de limitada instrução e grande sugestionabilidade que formam a corte dos adeptos mais fervorosos. Sem essa acção prejudicial, todos esses indivíduos poderiam estacionar na vida social, com relativa normalidade. Diz George Dumas que entre os doentes mentais, por ele observados, de tipo paranóide e de delírio de influência, sessenta por cento tinham praticado o espiritismo. Sinistra superstição em que a fraude e - o que é pior - actos delituosos se praticam, segundo informa Goriou, que frequentou esses meios.” (…)

Egas Moniz – “Ao Lado da Medicina”, citado pelo “Novidades” em Abril de 1953

“O Espiritismo é a ante-câmara da loucura".Lévy-Valinsi

O Espiritismo é "superstição vergonhosa para o nosso tempo, pois embrutece o povo e é perigosa para a saúde".Donath

«Metapsíquica - definida pelo criador Charles Robert Richet professor da Sorbonne e cientista - "(...)ciência que tem por objecto a produção de fenómenos, mecânicos ou psicológicos, devidos a forças que parece serem inteligentes ou a poderes desconhecidos, latentes na inteligência humana".

Richet, estudando a mediunidade dividiu a Metapsíquica em dois grupos: "Metapsíquica Subjetiva" e "Metapsíquica Objectiva", classificando-os com base na sua divisão em Mediunidade de Efeitos Físicos e Mediunidade de Efeitos Psíquicos, compreendendo a primeira os telecinésicos; e a segunda, os criptestésicos.A Metapsíquica foi a precursora da Parapsicologia.»

Decreto nº 32 171, publicado no Diário do Governo a 29 de Julho de 1942

Artigo 15ª:«Todos os indivíduos que com o nome de magnetizadores,

ocultistas, videntes, quiromantes, naturistas, fisioterapeutas ou semelhantes empreguem práticas, medicações ou quaisquer

processos com os quais se procurem sugestionar doentes, e, de um modo geral, todos os charlatãis que usem de processos

análogos com os quais procurem sugestionar doentes, serão condenados na pena a que se refere o artº 20º.»

Artº 20º, que determina: «Pela forma indicada no artº anterior será encerrado o consultório médico, seja qual for a sua designação ou

modalidade, que funcione sem que seja dirigido por médico ou médicos sem condições de exercer a profissão, de harmonia

com o presente diploma.»

Recorte de Imprensa de 1969

(...) "Portugal espírita tem sofrido muito, mas vai sofrer mais, não pararão aí as dores, as angústias, estamos bem informados disso. É preciso que os espíritas portugueses entendam que ninguém, e mormente no Espiritismo, ninguém pode prescindir da necessidade do testemunho, e os espíritas portugueses são daqueles que no passado muito receberam do Alto. Quando aqui viemos, fomos advertidos de que os espíritas portugueses haviam estudado muito. Dedicaram os seus estudos à pesquisa, procuraram ocupar o tempo que lhes faltava para a livre manifestação do pensamento, a fim de burilar a inteligência no convívio amoroso dos livros. Pois nem, meus amigos, é um património extraordinário, este adquirido por todos vós, mas um património que o Senhor reclama, porque a Ele realmente pertence, e Ele o reclama numa movimentação intensa, numa movimentação intensiva para beneficiar todos aqueles nossos irmãos que não tiveram o mesmo ensejo, a mesma oportunidade de enriquecimento do seu espírito, do seu coração." (...)

(...) "É preciso, no entanto, que no movimento espírita em que ora nos engajamos, não seja permitido que nele penetrem doutrinas exóticas ou filosofias que não são pertinentes ao nosso movimento. Devemos respeitar todas as filosofias e todas as religiões, mas nós espíritas, devemos fazer apenas Espiritismo. Não importa para nós espíritas, que outras doutrinas possam eventualmente ser consideradas mais importantes. Se estamos convencidos de que a Doutrina Espírita é para nós a melhor, não há razão para que façamos misturas, estabelecendo confusões e dividindo o nosso próprio movimento. Não é razoável, não é coerente. Não podemos servir a Deus e a Mamon." (...)

"É preciso, pois, que no Espiritismo não percamos de vista os objectivos e os meios válidos. O número de profitentes não nos preocupa, esse problema é de Deus, é de Jesus que é o Governador da Terra.”

(...) "É preciso que dentro de tudo isto, cada espírita faça a sua parte. O importante não é que cada espírita seja um dirigente, o que importa é que cada um, no Espiritismo, contribua valiosamente para que o empreendimento atinja os seus fins" (...)

Francisco Thiesen

O Espiritismo cura?

“Ele não era médico e levantou paralíticos e restaurou feridos, usando o divino poder do amor” (…)

André LuizO Grande Doador