Post on 12-Aug-2015
MICHEL BOTOR
LES /710NTL1GNES ROCHEUSES
AS MONTARHAS ROCHOSAS
Tradução e I ntroduçáode
Júlio Castafíon Guimarães
Edição Bilingue
EDITORA NOA NOAlUza d~ Santa Cztar/na
1990
Do original francêsLu iJlontagl1e.J Rocheu.Je.J"
.Jur qua{re photopraphie.J d'enseL Adan.rd Edward Weston
volume I da sérieILLu.Jtrat ion.J,GaJlimard. 1964
Capa: Cleber Teixeira
Editora Noa Noa: nlixa postal 287 ~,Florianópolis, Se.
SUl\lÁRIO
Incursão
Lu !llontagne.J Roclzelue.J
As lVIontanhas Rochosas
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Com muita probabilidade, Butor será freqüenteomente lembrado, em primeiro lugar, como um dosautores do llouveau romano La modification (1957) serásempre citado -como exemplo de nouveau romano Mas ébem melhor romance que exemplo e sua leitura maisfascinante que o cuidado em classificá-lo. Butor nãopertence a um grupo.
Bem antes desse romance, porém, Ja escrevia poesia. São poemas mais tarde reunidos em Travaux d'approche (1972). A ligação com o surrealismo é clara.Mas o autor se apressa em dizer: "fui ligado ao grupo,sem jamais ter feito parte dele, por ser alérgico a qualquer alistamento" (entrevista a .Roger Borderie, emTravaux d'approche).
Romance. Poesia.
Em 1961 publica o primeiro R~pertoire. Textos crÍticos a que daria continuidade, reunindo-os em outrosquatro repertórios. Textos que tratam de literatura,música, artes plásticas.
Ocupando territorialmente os três gêneros, Butornão tem por que não dizer: "No que me diz respeito,estou inteiramente consciente da diversidade de gêneros que se manifesta em minha produção" (entrevistareferida).
Se, de um lado, essa diversidade é visível, de outro,é ela mesma que viabiliza, para além do trânsito entregêneros, a dissolução da demarcação entre eles. Diantede vários momentos da produção. de Butor é em vãoque se indagaria pelos gêneros em que esses momentosse inseririam.
Butor tem em mente a própria "constituição" dosgêneros: "Minha atitude diante da página hranca difere segundo eu escreva um romance, um artigo paraum jornal ou um ensaio que deverá aparecer nestarevista e não naquela. Também não escrevo do mesmomodo um texto destinado a acompanhar, em uma ediçãode luxo, as gravuras de tal ou tal ·artista. Não é só oresultado que é diferente, é a atitude, o ângulo, a disci-
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tina. Af:sim, .cada colaboração implica a constituiçãoe um determmado genero" (entrevista referida).
. JEstreit? vínc~lo com esse não isolamento dos gêne-1.0S tem as 1l1CUI'soesem que Butor transfoI' tlmguag t' . ma ou rasens em ma erla de seus textos.
? Dialogue avec 33 variations de Ludwig van Beetho-\e~ ~ur une. valse de Diabelli (1971), se tem lances deanalIse. musIcal, se lança como glosa paráfrase ' I'da obra b th' " rep lca
_ . .' ~e ovemana, aç~l1and~, desafiando a imagi-naçao. Cll~!Ca. A, tl'.echos .d!scurslVos, seguem-se sobretu~lo 1u~llcas tecmco-poetIcas para leitura/execucão/remvençao. .
De 1964.é o primeiro dos quatro volumes intitula-dos IllustratlOlls Textos que "ilustram" ob '.. ras VISUalS,O~l,com? aparece na quarta capa do volume: "Ilustra-çoes de Imagens ~usentes que eram ilustrações de textosausentes que senam eles próprios suas ilustrações."
N esse jogo de leituras em reflexo, desenham-sesete textos, sete composições "sobre alguns quadros de~le~.sandro !Y.Iag~~s~,O", "sobre cinco águas-fortes deEnll~ue ~a:~~r~u, sobre fotografias de Jean-PierreCh.al bonmel , sobre nove g'uaches de Ale' d· C Id " " b xan e1 a -Eer ~ . 80 1':: ql~.at;~·ofotogntfia8 de Ansel Adams c
d"V'~tld ~ e~ton, sobre dez ou mais exatamente quinze a~uas-fOl ~es de Gregory Masurovsky", "sobre fotografIas de Gllles Ehl'mann"
O !iVl~Onão. l:eproduz :'ls obras visuais. Os textos,por ~ua. vez, utIlIzam vanados recursos tipográficos,lJ~COlpOl ando em sua estrutura a diagramação das págmas. Blocos de prosa que se diria poética alternamcom blocos fragmentários que se diriam poemas. Linhase blocos lee:n:se alternada e simultaneamente _ oespaço ?a pagma ~onstrói-se como se inscrevem sons~a partI.tura. Rec~'Ian:-se textualmente possíveis lei tu:J: as das Imagens VIsuaIS.
" "As Montanhas Rochosas" é o texto de I1lustrationssobre ~u,:~ro fotografias de Ansel Aclams e Edward
Weston . E um dos percursos do texto butoriano pelos
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EUA. Como Mobile (1962). Irrupções de um novo mundo in progress, em que extensões selvagens perseveramao lado das marcas pós-industriais.
Extensões variadas que, além de Butor, AnselAdams, Edward Weston, atraem a visão de inúmerosfabricantes de textos, fabricantes de imagens da model'l1idade.
Como Wim Wenders, silencioso e em grandes planos, em Paris, Texas.
Como Gertrude Stein, de avião e sintaxe própria,em Autobiografia de todo mundo: "e tudo foi muitoagradável mas mais foi olhar para baixo e descobrir aAmérica de verdade. As linhas retas e as seções quadradas de terra, e as linhas das montanhas na Pensilvânia linhas muito retas, isso tornou claro eu ter estadocom o cubismo e com tudo mais que se seguiu a ele".
As linguagens descobrem, tomam e povoam o lugargeográfico. Os pioneiros (do olhar) relêem a paisagemna própria produção cultural.
Por aí se folheiam as páginas das "Montanhas Rochosas" butorianas.
Na linha do alto das páginas, viaja o pioneiro doantigo oeste. Na linha da base da página, viaja o motorista de hoje. Nas linhas centrais, voa o avião. Nosblocos que se interpenetram, se expandem e explodempara além dos limites da página (os elementos da paisagem/página crescem à medida que deles nos aproxima nosso mergulho), a paisagem se 'deixa capturar porum olho que a transforma em formas, cores, tipografia,som e, no limite, só pó, silêncio, talvez poema.
A paisagem/a aventura é o texto. E vice-versa. Aodispor do leitor: "A obra se desdobra. Todo leitor nãosó constitui a partir dos sinais propostos uma representação, mas empreende a reescritura daquilo 'que lê"("La critique et l'invention", em Répertoire lU).
Por aí, é claro, passa a leitura que se chama tradução (redesenhando aqui e ali o texto, como para com o
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vent~ q~le rebenta como um lamento" recuperar asasson,~nclas do "vent qui reprend comme un hurlement ; como para reduzir, se a líng'ua pnl'ITIl'te "" ", c. ! . a pous.Slere , para alem de "poeira" a " ,,, 'final . c, po , quase pOl1to
; ~omo para permitir a interferência-110mel1ado" d r 1• " c gemlIas c Ias CiIas , do poetamenos de August .dCampos). o e
Júlio Castaíi.on Guimarães
Les l\lol1tagncs Rocheuses
s/lr q/latre pllotograpiliesd'A I1Sel A dallls et Edward Westol1
As Montanhas Rochosas
sobre quatro fotografiasde Alisei Adw/ls e Edll'l/rd Westo/l
Légendes:
1. La (ltaí.ll~ du Téloll.r.
2. La 1"o,rém/{c VaLi C!!, I'II/l'cr.
3. Lf: mOl1umerzt l1al/ol1al de Ia VaLiée df: Ia 31orf.
-1. Chao,r rOc/ICII.I·, ali jOlld /e III(/rz! lFIt/!lIcy.
1. A cadeia dos Tetolls.
2. O Yosemite ValJey, no ll1verno.
3. O monumento nacional do Vale da .Morte.
4. Caos rochoso, ao fundo o monte VVhitncy.
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QUAND LES PIONNIERS ALLANT VERS L'OUEST ET L'OR,
le bruit,le grondementrépercutépar les paroistailléescomme à coupsd'énormescouteaux,
I
I
I
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QUANDO OS PIONEIROS A CAMINHO DO OESTE E DOOURO,
o ruído,o estrondorepercutidopelas paredestalhadascomo a golpesde enormesfacas,
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APRf"S DES SEMAINES ET DES SEMAINES DANS LI:"') PLA~- .- NES ET LA PRAllUE,
LE BRUIT,
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APÚS SEMANAS E SEMANAS NAS PLANICIES E NA PRADARIA,
o Rumo,
le souffle,
Ia forge
LE GR.oNDEMENT o sopro,o ESTRONDO
a forja
du vent,
l'énorme
râle
de la gucule
blanche
et bleue,
toutesles paillettesde Ia neigetombantd'aiguilleen aiguilIe,
Je froissementde ces rameaux,mains
gantées de fer,
RÉFERCUTÉ
PAR LES P AROIS
TAILLÉES
COM:IvIEA COUPS
D'ÉNORMES
COUTEAUX.
do vento,
o enorme
estertor
da goela
branca
e azul,
todas
as palhetasda nevecaindoagulhaa agulha,
o atritodesses ramos,mãos
enluvadas de f€rro,
REPERC'UTIDO
PELAS PAREDES
TALHADAS
COMO A GOLPES
DE ENORMES
FACAS,
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APERCEVAIENT LA GRANDE MURAILLE DE ROCS, DE PICSET DE FORf:TS,
LE BRUIT,
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PERCEBIAM A GRANDE MURALHA DE ROCHAS, DE PICOSE DE FLORESTAS ,
o RUlDO,
LE SOUFFLE,toutes
todaso SOPRO,
LA FORGEles paillettes
de Ia Ileige
tombant
d' aiguille
en aiguille,
le froissement
de ces rameaux,
mains
gantées de fel'
le grincementdes branches
qui se tord-ent,se déchirentet tombent,décIenchantun geyserde plumes,
LE GRONDEMENT
DU VENT,
L'ÉNORME
IWPERCUTÉ
RALE
DE LA GUEULE
PAR LES PAROIS ...
BLANCHE
ET BLEUE
as pallwtas
da neve
caindo
agulha
a agulha,
o atrito
desses ramos,
mãos
cnll/vadas de ferro,
o ringidodos galhosque se torcem,se dilacerame caem,desencadeandoum gêiserde plumas,
A FORJA
o ESTRONDO
DO VENTO,
O ENORME
REPERCUTIDO
ESTERTOR
DA GOELA
PELAS PAREDES ...
BRANCA
E AZUL,
QUAND L'AUrOMOBILISTE AUJOURD'HUI APR~S DESHEURES, DES HEURES,
QUANDO HOJE O MOTORISTA APóS HORAS E HORAS,
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ILS SAVAIENT QU'AU-DELA COMMENÇAlENT LES DÉSERTS,
LE BRUlT,
LE SOUFFLE,le grincel71ent
LE FROISSEMENTdes brCll1ches
qui se tordent,DE CES RAMEAUX,
se déchircntLA FORGE
et tOl71bent,MAINS
déclenchantLE GRONDEMENT ...
SABIAM QUE ADIANTE COMEÇAVAM OS DESERTOS ,
O RUIDO,
O SOPRO,o ringido
o ATRITOdos galhos
que se torcem
DESSES RAMOS,se dilaceram
A FORJAe caem,
MAOSdesencadeando
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ENLUVADAS DE FERRO,dc plumas
DO VENTO,
1111geyserGANTÉES DE FER,
de plumes,DU VENT,
lcs jetsdes chutesdéployantleurs draperies
~e giclures,
um géiser
os jatosdas quedasdesdobrandoseus cortinadosde pulverizações,
O ESTRONDO ...
et le bruit du vent
qui reprend L'ENORME ...comme un hurlement.
DES JOURS DE ROUTE DROITE DANS l' lNTERMINABLEFERME DU MIDDLE-WEST,
e o ruído do vento
que de novo rebenta O ENORME ...como um lamento.
DIAS DIAS DIAS DE ESTRADA RETA NA INTERMINÁVELFAZENDA DO MEIO-OESTE.
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L'IMMENSltt MENAÇANTE, LE PAYS DE L'ÉTONNEMENT,
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A IMENSIDÃO AMEAÇADORA, A REGIÃO DO ESPANTO,
lei Aqui
plus
nem
11ll
um
bruit,
ruído,
nau,
não,
plus
nem
un
um
seul
só
son,
som,
l'air
oar
immobile,
imóvel,
lei
EST SALUÉ PAR LE MONDE SAUVAGE, A L'INTÉRIEURDUQUEL IL LUI FAUDRA
! .
Aqui
É SAUDADO PELO MUNDO SELVAGEM, NO INTERIOR DOQUAL PRECISARA
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ET QU'IL FAUDRAIT Y RÉSISTER, Y SUBSISTER PENDANTDES SEMAINES
lei
Seul
Ie
mouvement
tres
lent
QUAND L'A VION QUITTE LE QUADRILLAGE VERT DONT
LA RÉGULARITÉ S'ACCENTUAIT DE L'INDIANA A L'ILLINOIS, DE L'IOWA AU NEBRASKA,
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E QUE SERIA PRECISO RESISTIR, SUBSISTIR DURANTESEMANAS
Aqui
Só
o
movimento
muito
lento
QUANDO O A VIÃO DEIXA O QUADRICULADO VERDE CUJA
REGULARIDADE SE ACENTUA VA DE INDIANA A ILLINOISDE IOWA AO NEBRASKA' ,
d'heure de hora
eu
em
heure
hora
des
das
ombres.
sombras.
lei
Aqui
SE FAUFILER MINUSCULE ET SEUL, AVEC PRÉCAUTIONS,INSINUAR-SE MINÚSCULO E SÓ, COM PRECAUÇÕES,
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ET SEMAINES AVANT D'ATTEINDRE L'AUTRE GRANDECHAINE,
Votre
respiration
devient
un te!
tumulte
que vous
avez
envie
de Ia
retenir,
mais
vous -poussez un cri
qui s'éteint.
lei
C'EST COMME UNE GIGANTESQUE RESPIRATION QUI LESAISIT,
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E SEMANAS ANTES DE ALCANÇAR A OUTRA GRANDECADEIA
Sua
respiração
se toma
um tal
tumulto
que você
tem
vontade
de a
reter,
mas
você solta um grito
que se extingue.
Aqui
COMO SE UMA GIGANTESCA RESPIRAÇÃO O CAPTURASSE ,
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ET DESCENDRE ENFIN VERS LE PACIF10UE.
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E DESCER ENFIM PARA O PACIFICO.
Seul
Só
le
o
crissement
rangido
de
da
votre
sua
scmelle
sola
POUR FRANCHlR DANS L'ÉTAT DE COLORADO LES MONTSOUTREMER
SOMMÉS DE NACRE, ET BAIGNER DANS LA SURPRENANTECOULEUR DU SOL
UN VENT VENU DU FOND DES AGES, LUI, AMÉRICAIN,
PARA ATRAVESSAR NO ESTADO DO COLORADO OS MON
CU TES ULTRAMARMEADOS DE NÁCAR, E BANHAR-SE NA SURPREENDEN~TE COR DO SOLO,
UM VENTO ORIUNDO DO FUNDO DAS IDADES ELEAMERICANO:
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Seul
le
11l.0Uvcl11cnt
Seul
lc
erissement
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Só
o
mover
S6
o
ranger
Ruines
de rocs
:poussicre,
nous sommesperdus parmiles graÍlls d'unegigantesquepoussicrc ·dure
Ruínasde rochas
poeira,
estamosperdidos entreos grãos de umagigantescapoeira dura
CITOYEN D'UNE NATION SI RAPlDEMENT VIEILLlE, CIDADÃO DE UMA NAÇÃO TÃO RAPIDAMENTE ENVELHEClDA,
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comme celIe d'une
meule qui s'use,chacun de cesgrains I11cuIépar ]e temps, levent, Ia
poussiere, par
QUI CHANGE CONSTAMMENT AU-DESSODS DE LVI,
LE JEUNE VOY AGEUR EST PRIS D'UN VERTIGE TOUTAUTRE:
une goutted'eau perdue quis'estinfiltrée, qui,Ja nuit,gelect fait éclaterune écaille
SE RETROUVE NEUF, AU SEUIL DU PLUS INQUIÉTANT DESPARADlS.
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como a de umamó que se gasta,cada um dessesgrãos moídopelo tempo, pelovento, pelapoeira, por
QUE MUDA CONSTANTEMENTE POR DEBAIXO DELE,
O JOVEM VIAJANTE :É TOMADO DE VERTIGEM BEM DIFERENTE:
uma gotad"água perdida quese
infiltrou, que,à noite,gelae faz desabrocharuma escama,
SE RECONHECE NOVO, NO LIMIAR DO MAIS INQUIETANTEDOS PARAíSOS.
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tandis
quelcs nuagcsqui enlacent lcssommets,
changeant de forme,font changer les formesdcs taches du clairde lune, font
changer, le jour,l'épaisseurdes ombres,
l'importancedes físsures,
voilent ou dévoilcntles blessures des
pierres, sous Ia meulede Ia lumiere quitransforme tout ell
et le bruit du ventqui reprendCOIl1I11C /l1l h/lrlement ...
ao passoqueas nuvensque enlaçam oscumes,
ao mudarem de forma,mudam as formasdas manchas doluar,
mudam, de dia,a espessuradas sombras,
a dimensãodas fissuras,
velam ou desvelamas feridas das
pedras, sob a móda luz quetransforma tudo em
e o ruído do ventoq/lc de /101'0 rebcl/taCOIIIO 1/11I lamento ...
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Aquilei
nem
pllls
um
Ull
ruído,
brllit.
EN QUELQUES INSTANTS, LVI SEMBLE-T-IL,
LE MONDE DÉPLOlE A SES YEUX PLUS DE SECRETS
QUE PENDANT DES ANNÉES D'ÉTUDES AUTREFOlS.
poussiere.
EM ALGUNS INSTANTES, PARECE-LHE ,
O MUNDO ESTENDE A SEUS OLHOS MAIS SEGREDOS
QUE OUTRORA DURANTE ANOS DE ESTUDOS.
pó.
Este livro foi impresso na oficina da Editora Noa Noa.
A tiragem é de 350 exemplares impressos sobre papelVergê Classic, 85 gramas. Terminou~se a impressãono Outono de 1990. Impresso na Ilha de Santa Catarlna.