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MODELO DE LAYOUT DE SISTEMA PRODUTIVO PARA USINAS DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS
INORGÂNICOS SÓLIDOS PARA PEQUENOS MUNICÍPIOS
RESUMO No passado o lixo não era um problema tão enfatizado pela sociedade, no entanto, o aumento significativo do consumo tornou a gestão de resíduos uma das principais áreas de estudo por todo mundo. Este estudo teve como objetivo identificar, descrever e comparar modelos de layout (arranjo físico) do sistema produtivo de usinas de reciclagem, proporcionando assim, melhores perspectivas na concepção destes empreendimentos tão necessários nas cidades da nova sociedade sustentável que se deseja construir. O objeto principal de estudo são os modelos de layout (arranjo físico) de sistemas produtivos de usinas de reciclagem, visando identificá-los, descrevê-los e compará-los. Para tal, foram utilizados dados bibliográficos ou secundários, em livros, periódicos, e dissertações, que abordem a temática em questão. O principal resultado da pesquisa foi a varredura na literatura, com conseqüente identificação e descrição de 04 (quatro) modelos de layout para usinas de reciclagem. Ao analisar os Layouts abordados, pode-se perceber que existem algumas semelhanças e diferenças entre eles. Espera-se que o referencial bibliográfico, os resultados e discussões apresentados neste trabalho possam subsidiar novos estudos sobre o arranjo físico ideal para implementação de Usinas de Reciclagem para pequenos municípios. PALAVRAS-CHAVE: Resíduos inorgânicos sólidos; Reciclagem; Usinas de reciclagem; Arranjo Físico.
LAYOUT MODEL SYSTEM FOR PRODUCTION OF PLANTS INORGANIC SOLID WASTE RECYCLING FOR SMALL CITIES
ABSTRACT In the past, garbage was not a problem as emphasized by the company, however, the significant increase in consumption has made waste management a major area of study throughout the world. This study aimed to identify, describe and compare models of layout of the production system of recycling plants, thus providing better prospects in the design of these much needed projects in the cities of the new sustainable society that wants to build. The main object of study is the layout templates production systems of recycling plants in order to identify them, describe them and compare them. To this end, we used bibliographic data or secondary, in books, periodicals, and dissertations on the theme in question. The main result was to scan the literature, with subsequent identification and description of 04 (four) layout templates for recycling plants. When reviewing Layouts addressed, one can see that there are some similarities and differences between them. It is expected that the theoretical background, results and discussions presented in this study may support further studies on the physical arrangement ideal for implementation of recycling plants for small municipalities. KEYWORDS: Inorganic solid waste; Recycling; Recycling plants; Layout.
Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais, Aracaju, v.1, n.1, dezembro, 2010. ISSN 2179‐6858 SEÇÃO: Artigos TEMA: Saneamento e Tratamento de Resíduos
DOI: 10.6008/ESS2179‐6858.2010.001.0004 José Augerlan Silva de SANTANA http://lattes.cnpq.br/9807784396865242 admaugerlan@hotmail.com
Carlos Eduardo SILVA http://lattes.cnpq.br/3700554054159220 carlos@arvore.org.br
Recebido: 17/05/2010 Aprovado: 12/10/2010
Referenciar assim:
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.. Modelo de layout de sistema
produtivo para usinas de reciclagem de resíduos inorgânicos sólidos para pequenos municípios. Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais, Aracaju, v.1, n.1, p.67‐90, 2010.
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
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INTRODUÇÃO
Segundo Athayde Jr., Nobrega e Onofre (2009, p.01), há muito tempo, o lixo não era
visto como um problema, pois ele era gerado em menor quantidade, e sua maior parte era
composta por materiais biodegradáveis, facilmente transformados pela natureza. No
entanto, nos últimos tempos a população cresceu acentuadamente, migrou da área rural
para as cidades, seus hábitos mudaram, passando a consumir mais produtos
industrializados e, com isso, passaram a existir no lixo as embalagens longa vida, sacos
plásticos, isopor, latas, dentre outros; materiais esses que demoram muito para serem
degradados, mas que, por outro lado, podem ser reciclados.
De acordo com Pereira (2005, p.19), a importância da realização de estudos e
discussões sobre a problemática dos resíduos sólidos indica avanços na forma de
tratamento e no destino final adequado desses rejeitos. Apesar dos esforços realizados,
entende-se que a questão é complexa, exigindo atuação em diversas áreas de
conhecimento que contemplem as questões ambientais, sociais e econômicas, de forma
interdisciplinar, que integre a urbanização, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Ressalta Oliveira (2007, p.202), a grande quantidade de lixo produzido,
especialmente nas cidades, é uma das preocupações cruciais no mundo hoje. O processo
da industrialização fez com que o homem conseguisse modificar mais rapidamente o
espaço, dominando as forças da natureza e produzindo os meios necessários à formação
da sociedade capitalista, hoje, essencialmente voltada para o consumo.
De acordo com Cavalcanti et al. (2007, p.100), os avanços tecnológicos trouxeram
importantes contribuições que possibilitaram o desenvolvimento globalizado da sociedade
atual. Este desenvolvimento resultou numa marcha desenfreada do sistema capitalista
ocasionando um distanciamento da relação homem/natureza.
Ao longo dos anos, a civilização foi se tornando mais complexa, se comportando como se o divórcio com o mundo natural fosse possível. A preocupação primeira era com a construção de um mundo extremamente racional, planejado, controlado e manufaturado. À medida que essa complexidade foi aumentando, nós nos distanciamos das nossas raízes com a terra e perdemos o elo de integração com o restante da natureza. Machado, (2004, p.82, citado por CAVALCANTI et al. 2007, p.101).
Como descreve Taguchi (2001, citado por JUNKES, 2002, p.34), a reutilização e
reciclagem são práticas bastante antigas, os ‘sucateiros’ da antiguidade recolhiam
espadas nos campos de batalha para fazer novas armas. As cidades não possuíam
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serviços públicos de coleta de lixo e em São Paulo foi só em 1869 que a Câmara
Municipal resolveu contratar carroceiros para recolher o lixo das casas.
A partir do final da década de 70, segundo Wells (1997, citado por JUNKES, 2002,
p.35), as primeiras ações de reciclagem de lixo associadas a programas de coleta seletiva
começaram a surgir no país, sendo que a prefeitura de Pindamonhangaba, no Estado de
São Paulo, foi pioneira com uma experiência implantada em 1978, e a coleta era realizada
com apoio de charretes à tração animal.
A reciclagem já é utilizada no Brasil e em várias partes do mundo pelas indústrias de transformação, aonde um programa bem conduzido tende a desenvolver na população uma nova mentalidade sobre questões que envolvem a economia e a preservação ambiental, o cidadão acondicionando corretamente o lixo de sua residência passa a se colocar como peça integrante de todo um sistema de preservação do meio ambiente bem maior e mais concreto do que um mero espectador de todas as campanhas comumente veiculadas em favor da preservação de sua própria espécie, Pereira, (2000, citado por JUNKES, 2002, p.35).
Condizente com Alencar (2005, p.101), reciclagem é o “resultado de uma série de
atividades pelas quais os materiais que se tornariam lixo ou que estão no lixo sejam
desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima
na manufatura de novos produtos”. O autor afirma que a reciclagem pode ser considerada
também como um processo de separação e transformação do lixo para sua posterior
reutilização.
Este estudo teve como objetivo identificar, descrever e comparar modelos de layout
(arranjo físico) do sistema produtivo de usinas de reciclagem, proporcionando assim,
melhores perspectivas na concepção destes empreendimentos tão necessários nas
cidades da nova sociedade sustentável que se deseja construir.
METODOLOGIA
O objeto principal de estudo são os modelos de layout (arranjo físico) de sistemas
produtivos de usinas de reciclagem, visando identificá-los, descrevê-los e compará-los.
Para tal, foram utilizados dados bibliográficos ou secundários, em livros, periódicos, e
dissertações, que abordem a temática em questão.
A pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já tornada pública em relação o tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos e meios de comunicação
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
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orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão (MARCONI; LAKATOS, 2009, p.57).
Os dados coletados foram analisados de forma cautelosa, e a seleção dos dados
bibliográficos passou por uma visão crítica, com intuito de amenizar possíveis
contradições para que o resultado almejado fosse alcançado.
REVISÃO TEÓRICA
Resíduos nas Cidades
Do ponto de vista histórico, segundo Dias (2000, citado por JUNKES, 2002, p.24),
“o lixo surgiu no dia em que os homens passaram a viver em grupos, fixando-se em
determinados lugares e abandonando os hábitos de andar de lugar em lugar à procura de
alimentos ou pastoreando rebanhos". A partir daí, processos para eliminação do lixo
passaram a ser motivo de preocupação, embora as soluções visassem unicamente
transferir os resíduos produzidos para locais afastados das aglomerações humanas
primitivas.
Fernandes (2007, p. 38) entende que:
O lixo é hoje um dos problemas sociais mais graves que as cidades enfrentam e é, também, fator determinante para um meio ambiental saudável. Só prestar serviços de limpeza urbana não resolve o problema. O lixo é um dos grandes problemas que ameaçam a vida no planeta terra, porque, além de polui o solo, a água e o ar, também atraem animais que transmitem doenças. Ao contrário das tribos primitivas, que só produziam o necessário para sua sobrevivência, vivemos numa sociedade consumista, onde as pessoas têm valor pela quantidade de bens que possuem.
Baptista (2001, citado por PONTES; CARDOSO, 2006, p.02), o significado de
resíduos sólidos é bastante amplo, fazendo parte dele todo e qualquer tipo de resíduo
sólido ou semi-sólido produzido pelo homem durante o desenvolvimento de suas
atividades profissionais, sociais, recreativas, culturais, etc.
Segundo a NBR 10.004 (1987, citado por MUÑOZ, 2002, p.04), os resíduos sólidos
podem ser definidos como:
Aqueles resíduos em estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de serviços, de varrição e agrícola. Também estão incluídos nesta definição os lados provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição bem, como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis face à melhor tecnologia disponível.
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Segundo a Resolução CONAMA 05 (1993, citado por MUÑOZ, 2002, p.05), os
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) são definidos como “resíduos gerados em
hospitais, farmácias, laboratórios, consultórios médicos, odontológicos e veterinários,
bancos de sangue e leite, além de estações rodoferroviárias, portos e aeroportos”.
Como assevera Pontes e Cardoso (2006, p.02), lixo é tudo aquilo que sobra de
uma atividade. Pode ser resultado de uma atividade realizada nas nossas residências
(Varrição, restos de comida, de embalagens), nas comunidades e na empresa (Papéis
jogados no chão, chicletes, copos descartáveis, palitos de picolé, guimbas de cigarro,
folhas e galhos) ou em processos industriais (Borrachas, papel, papelão, madeiras,
sucatas, cabos elétricos, finos industriais, restos de construções civis, refratários, etc.).
Existe uma diferença fundamental entre os termos Lixo e Resíduo Sólido; enquanto que o primeiro não possui qualquer tipo de valor, sendo necessário o seu descarte, o segundo pode possuir valor econômico agregado, havendo possibilidade de se estimular o seu aproveitamento dentro de um processo produtivo apropriado. Mas esta comparação só pode ser levada em consideração se o lixo for encarado como um material sem nenhuma utilidade, o que, sem dúvida nenhuma ocorria há algumas décadas atrás, Demajorovic (citado por PONTES; CARDOSO, 2006, p.02).
É inevitável a geração de lixo nas cidades devido à cultura do consumo. Segundo o
IBGE (2006, citado por BELLINI; MUCELIN, 2008, p.113):
O Brasil é constituído por 5.507 municípios e na última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada no ano de 2000 pelo IBGE, foi registrado que somente 33% (1.814) dos 5.475 municípios daquele ano coletavam a totalidade dos resíduos domiciliares gerados nas residências urbanas de seus territórios. Os dados dessa pesquisa revelaram que diariamente o Brasil gerava 228.413 toneladas diárias de resíduos sólidos. Isso implica numa produção de 1,2 kg/habitante.
Como descreve Delmont (2007, p. 18), a tarefa de definir os resíduos não é uma
das mais simples, diversas outras formas de classificação foram elaboradas para auxiliar
os processos de gestão dos mesmos. Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de
Resíduos Sólidos do IBAM (2001, citado por DELMONT, 2007, p.18), “existem duas
formas mais comum de classificar os resíduos sólidos: pelos riscos potenciais de
contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem dos resíduos”.
Segundo o IPT/CEMPRE (2000, citado por SAVI, 2005, p.37-38), os resíduos
podem ser classificados como mostra a Tabela 01. Quanto à fonte geradora, segundo
Baptista (2001, citado por PONTES; CARDOSO, 2006, p.03), todos os imóveis
localizados no município produzem resíduos sólidos. Entretanto, Magera (2003, citado por
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
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SAVI, 2005, p.39), aponta outra forma de classificação dos resíduos sólidos, quanto a sua
origem de acordo com a Tabela 02.
Tabela 01: Classificação dos resíduos quanto características físicas e composição química.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e toalhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças;
Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc..
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim;
Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc..
Fonte: adaptado de IPT/CEMPRE (2000, citado por SAVI, 2005, p.37-38).
Tabela 02: Classificação do lixo quanto a sua origem
CLASSIFICAÇÃO FORMAÇÃO
DOMICILIAR Aquele originado na vida diária, produzido nos domicílios, residenciais e consiste basicamente de restos de alimentos, cascas de frutas, verduras, embalagens, etc.;
COMERCIAL Aquele originado nos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como bancos, instituições financeiras, supermercados, escritórios, etc.;
INDUSTRIAL Consiste, geralmente, de aparas de fabricação, rejeitos de diversos ramos da indústria;
HOSPITALAR Originário de ambulatórios, hospitais, laboratórios de exames clínicos; constitui-se de resíduos sépticos, tais como: seringa, gases, tecidos removidos, etc.;
PÚBLICO Aquele originado dos serviços de limpeza público urbana, varrição de vias públicas, limpeza de praia, limpeza de feiras livres, etc.;
AGRÍCOLA
Composto de resíduos sólidos das atividades agrícolas e pecuárias, podendo incluir também as embalagens de fertilizantes e defensivos agrícolas que, geralmente, são altamente tóxicos e devem possuir um destino diferenciado das demais embalagens utilizadas nas lavouras;
NUCLEAR Composto de bastões de combustível radioativo que sobram das usinas nucleares aos quais, ainda hoje, não se sabe que destino dar;
ENTULHO Formado por resíduos normalmente originados na construção civil, composto por matérias de demolição ou restos de matérias de construção, tais como: pisos, azulejos, metais, cimentos, tijolos, etc.
Fonte: Adaptado de Magera (2003, citado por SAVI, 2005, p.39-40).
Outra forma de classificação dos resíduos de acordo com a ABNT (citado por
PONTES; CARDOSO, 2006, p.02-03), os Resíduos Sólidos podem ser classificados em
três classes, mostrados na Tabela 03.
O crescimento populacional, o excesso de consumo, o desperdício inconsequente
e o desenvolvimento industrial têm contribuído para o aumento da quantidade de resíduos
sólidos gerados. Consequentemente, os resíduos sólidos, sob forma de lixo, vêm se
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tornando um problema de difícil solução para a maioria dos municípios brasileiros e um
grave problema sanitário e ambiental para a população, conforme Ruberg e Philippi
(2001, citado por PONTES; CARDOSO, 2006, p.06). De acordo com Pontes e Cardoso
(2006, p.08), os resíduos mais produzidos nas cidades estão apresentados na Tabela 04.
Tabela 03: Classificação dos Resíduos Sólidos CLASSE TIPO CLASSIFICAÇÃO
CLASSE I
RESÍDUOS PERIGOSOS
São resíduos que não podem ser dispostos no solo sem a utilização de práticas protetoras para evitarem-se os riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Exemplos: borras de tinta, lodo de galvanoplastia, Resíduos de Serviço de Saúde (RSS), solventes, substâncias cloradas e contendo metais pesados, outros.
CLASSE II
RESÍDUOS NÃO
INERTES
São aqueles que podem ser dispostos no solo, porém, devem receber cuidados adicionais. Exemplo: lixo domiciliar urbano (doméstico e comercial), sucata de metais ferrosos e não ferrosos, papel, plástico, madeira, outros.
CLASSE III
RESÍDUOS INERTES
São resíduos que dispostos no solo de forma adequada não causam risco a saúde pública e ao meio ambiente. Exemplo: cacos de vidro, entulho de construções civis, refratários, outros.
Fonte: Adaptado da ABNT (citado por PONTES; CARDOSO, 2006, p.02-03).
Tabela 04: Composição Média Ponderada do Lixo de 33 Cidades Brasileiras
COMPONENTE PERCENTUAL EM PESO (%)
Plásticos 3,83
PET 1,50
Papel 3,00
Papelão 10,18
Matéria Orgânica 34,40
Alumínio 0,22
Lata de Aço 3,20
Vidros 3,07
Outros 40,60
Totais 100,0
Fonte: Adaptado de Nardim, Prochnik e Carvalho (2000, citado por PONTES; CARDOSO, 2006, p.8).
Resíduos Sólidos Inorgânicos e Formas de Tratamento
Segundo Reichert (1999, citado por JUNKES, 2002, p.29), o correto manejo dos
resíduos sólidos é certamente um dos principais desafios neste início de milênio.
Soluções isoladas e estanques que não contemplam a questão dos resíduos desde o
momento de sua geração até a destinação final, passando pelo seu tratamento, mesmo
sendo boas a princípio, não conseguem resolver o problema como um todo.
De acordo com Charnock e Wells (1985, citado por MUNÕZ, 2002, p.07), existem
três formas básicas adotadas pela sociedade urbana para disposição e tratamento dos
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
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resíduos sólidos: lixão ou vazadouros, aterro controlado e aterro sanitário. Dando
continuidade, Munõz (2002, p.10) aborda que outra forma de tratamento é a reciclagem.
Por fim, a Fundação Nacional de Saúde (BRASIL, 2006, p.266) aborda que também deve
abranger a incineração.
De acordo com Serra et al. (1998, citado por MUNÕZ, 2002, p.08), os lixões ou
vazadores resultam da simples descarga do lixo a céu aberto sem levar em
considerações: a área em que está sendo descarga, a percolação dos líquidos derivados
da decomposição do lixo, a liberação de gases para a atmosfera e a proliferação de
insetos, roedores e outros animais que podem transmitir doenças ao homem.
Para Calderoni (1997, citado por SAVI, 2005, p.53), lixões a céu aberto, também
conhecidos como vazadouros, são locais onde ocorrem a simples descarga dos resíduos
sem qualquer tipo de controle técnico. É a forma mais prejudicial ao ser humano e ao
meio ambiente, pois, nesses locais, geralmente é estabelecida uma economia informal
resultante da catação dos materiais recicláveis, e ainda a criação de animais domésticos,
que possivelmente são destinados ao consumo humano tais como: aves, gado, suíno.
Segundo Munõz (2002, p.08-09), aterro controlado diferencia-se dos lixões apenas
pelo fato do lixo não ficar exposto a céu aberto, por ser periodicamente coberto com terra.
O solo não é impermeabilizado e nem sempre possui sistema de drenagem dos líquidos
percolados, tampouco captação de gases formados pela decomposição da matéria
orgânica.
O aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo,
visando à minimização dos impactos ambientais. Esse método utiliza alguns princípios de
engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material
inerte na conclusão de cada jornada de trabalho, Fundação Nacional de Saúde (BRASIL,
2006, p. 267).
Segundo Munõz (2002, p.09), aterro sanitário refere-se a uma instalação
previamente planejada para a posterior disposição de resíduos sólidos, visando a não
causar danos nem perigo ao meio ambiente e à saúde pública. Percebe-se na literatura
outros conceitos, a saber:
Aterro sanitário – o lixo é colocado dentro de valas, forradas com lonas plásticas, compactado em camadas sobre um terreno adequado e previamente preparado, para depois ser coberto com material inerte, geralmente, a própria terra. Com o passar do tempo, todo o material se decompõe e integra-se ao solo. O terreno é impermeabilizado para permitir que os líquidos e os gases resultantes da decomposição que esses resíduos sofrem embaixo da terra, pela ação principalmente de bactérias, sejam drenados e tratados, para evitar a
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contaminação do ambiente. Ainda há falta de aterros sanitários no Brasil. (Alencar, 2005, p.100) O aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos é a técnica de disposição de resíduos no solo, visando à minimização dos impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário. (BRASIL, 2006, p.267)
Para Cerqueira e Alves (1999, citado por MUNÕZ, 2002, p.10), a incineração,
processo de tratamento de resíduos através da oxidação a altas temperaturas, sob certas
condições controladas, é considerada uma das técnicas mais adequadas para o
tratamento dos resíduos dos serviços de saúde.
A Fundação Nacional de Saúde (BRASIL, 2006, p. 266) conceitua:
A incineração é um processo de oxidação a alta temperatura, com a queima dos gases entre 1.000˚C a 1.450˚C, no tempo de até quatro segundos, devendo ocorrer em instalações bem projetadas e corretamente operadas, onde há a transformação de materiais e a destruição dos microorganismos dos resíduos sólidos, visando, essencialmente, à redução do seu volume para 5% e, do seu peso, para 10% a 15% dos valores iniciais.
Prosseguindo, a Fundação Nacional de Saúde (BRASIL, 2006, p.266), ainda afirma
que: as escórias e as cinzas geradas no processo são totalmente inertes, devendo
receber cuidados quanto ao acondicionamento, armazenamento, identificação, transporte
e destinação final adequada.
De acordo com Scarlato e Pontin (1992, citado por ALENCAR, 2005, p.100), onde:
Incineração ou queima de lixo - reduz grandemente o volume e a massa de lixo e virtualmente elimina o risco de doenças. Os lixos hospitalares são geralmente incinerados, assim como os animais mortos coletados nas ruas da cidade. As cinzas que sobram têm massa muito menor que o lixo original e são inertes, sendo sua destinação muito mais simples e menos perigosa que o lixo bruto, podendo ser mandados, sem nenhum risco, para os aterros sanitários.
Conforme o IPT/CEMPRE (2000, citado por DELMONT, 2007, p.25), a reciclagem
é “o resultado de atividades que visam minimizar ou desviar os resíduos de seu destino
final para serem utilizados como matéria-prima secundária na manufatura de bens, que
antes eram produzidos com matéria-prima virgens”.
Segundo Pontes e Cardoso (2006, p.03), a reciclagem é um “processo que vem
ganhando espaço considerável e cuja função prioritária é promover a recuperação de
materiais tidos como resíduo sólido, transformando-os em matérias primas a serem
utilizados em processos de reprocessamento”.
Por fim, Medina (2007, citado por DELMONT, 2007, p.25) define a reciclagem
como “o processo de produção de matérias-primas secundárias a partir de rejeitos
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
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industriais (resíduos) e de produtos em fim de vida (sucatas) para introduzi-los no
processo produtivo”.
De acordo com Ruberg, Aguiar e Philippi Jr (2000, citado por MARTINS, 2005,
p.29), o processo de reciclagem de materiais abrange, em geral, três etapas, conforme
Tabela 05.
Tabela 05: Processo de reciclagem ETAPA PROCESSO
I A coleta seletiva, que pode ser do tipo porta a porta, isto é, o recolhimento de materiais recicláveis pelos serviços de limpeza pública municipal, por empresas privadas, por catadores de rua, ou por outras entidades, diretamente nos domicílios. A coleta pode ocorrer, alternativamente, com participação direta da população; nesse tipo de coleta, conjuntos de contêineres são instalados em diversos pontos da cidade pelo poder público municipal, para que a população deposite ali os recicláveis.
II A triagem e o pré-beneficiamento do material reciclável em galpões, usinas; nessa etapa — pós-coleta —, faz-se a seleção dos materiais inorgânicos, de acordo com o tipo de material, e um beneficiamento preliminar, com atividades como lavagem, prensagem e enfardamento. Os materiais considerados sem potencial de reciclabilidade, como alguns inorgânicos que ainda não são vendidos para indústrias recicladoras por questões de viabilidade, ou mesmo materiais orgânicos que vêm misturados aos “recicláveis”, constituem os rejeitos não aproveitáveis, que são, em geral, descartados nos aterros após a seleção;
III O beneficiamento do material em uma indústria recicladora, modificando suas características físicas e resultando na fabricação de um novo produto.
Fonte: adaptado de Ruberg, Aguiar e Philippi Jr (2000, citado por MARTINS, 2005, p.29).
Segundo Reis et al. (2000, citado por JUNKES, 2002, p.30) um dos fatores
fundamentais no sucesso de tratamento dos resíduos sólidos urbanos é a existência de
programas de coleta diferenciada como: a coleta segregada, que consiste na separação
por tipo de material no momento da geração do resíduo e a coleta seletiva, utilizada para
denominar a coleta de materiais recicláveis, apesar que exige um grande investimento em
educação ambiental, uma vez que as pessoas passam a separar os resíduos em seus
domicílios por conscientização.
Usinas de Reciclagem como Forma de Tratamento de Resíduos Inorgânicos
De acordo com Pontes e Cardoso (2006, p.06), no Brasil, o beneficiamento do lixo
é um processo que teve início há cerca de 30 anos, e vem se tornando um aliado muito
importante na gestão do Sistema de Limpeza Urbana (SLU). Os autores relatam ainda
que, “torna-se assim importante, hoje, conhecer o processo de uma usina de reciclagem e
compostagem de lixo urbano (URCL), inserida no sistema de gestão e seu
comportamento”.
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Segundo Junkes (2002, p.48), as usinas de triagem e compostagem, muitas vezes
qualificadas como galpões de triagem, podem variar bastante seu layout de acordo com o
esquema de recebimento e separação dos recicláveis. Como não existe um padrão
estático, as etapas clássicas segundo Reichert (1999, citado por JUNKES, 2002, p.48),
são: recebimento/estocagem, separação (em esteiras, silos ou mesas/bancadas) e
prensagem/enfardamento.
Conforme Silva et al. (2003, p.102), Usinas de Triagem recebem os resíduos
ausentes de qualquer tipo de coleta seletiva e a separação total dos resíduos é realizada
na própria usina. Além do galpão como local de trabalho e uma área para
acondicionamento dos resíduos, os equipamentos mínimos para a montagem de centro
de triagem são esteiras de rolamento dos resíduos, bombonas específicas para cada tipo
de material e prensas para enfardamento.
Conforme Pontes e Cardoso (2006, p.06), a sequência do funcionamento de uma
URCL inserida no Sistema Integrado de Resíduos Sólidos se apresenta a seguir: geração
(lixo em geral); coleta domiciliar; tratamento (URCL), (separação de materiais); material
reciclável, (para reaproveitamento); compostagem, (para utilização em adubação) e
rejeitos e descartes finais, (para aterros sanitários).
Pontes e Cardoso (2006, p.06) relatam que se pode definir uma URCL como
“sendo um centro de triagem e compostagem dos resíduos sólidos, nas suas funções
orgânica e inorgânica”.
A implantação de uma URLC possibilita a geração de empregos diretamente proporcional ao total da demanda de lixo gerada no município, minimiza o envio de lixo para aterro sanitário devido aproveitamento de materiais recicláveis existentes, minimiza a contaminação do Meio Ambiente em função da redução de lixo enviado para aterro sanitário, minimiza a transmissão de doenças relacionadas com o lixo, minimiza a necessidade de retirada ou extração de matéria prima da natureza em função do aproveitamento de materiais recicláveis e a minimização de enchentes com quedas de barreiras em função de uma maior normalidade na coleta do lixo em ruas e encostas (PONTES e CARDOSO, 2006, p.07).
No entanto, Pontes e Cardoso (2006, p.04) relatam que atualmente são 03 (três) os
modelos de reciclagem adotados regularmente no mundo para o tratamento dos resíduos,
conforme Tabela 06.
De acordo com Bley Jr. (2001, citado por Junkes, 2002, p. 53), a grande justificativa
de construir usinas reside nas vantagens diretas de saneamento com redução de volumes
a aterrar. Ele ainda afirma que outra vantagem é o acesso aos materiais na forma de
sucatas, que depois de classificados e descontaminados das impurezas seguem para a
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais v.1 ‐ n.1 dezembro de 2010 P á g i n a | 78
reciclagem abrindo novo ciclo econômico para as matérias-primas que seriam aterradas
e, principalmente, a redução de impactos ambientais.
Tabela 06: Modelos de reciclagem
MODELO DESCRIÇÃO
RECICLAGEM MECÂNICA
Aquela que possui um ou vários processos operacionais (lavagem, trituração, moagem, aglomeração, aglutinação, extrusão, granulamento, fundição, outros), visando o reaproveitamento de um determinado resíduo sólido para produção de bens de consumo (produtos secundários).
RECICLAGEM QUÍMICA
Aquela que decorre do processo tecnológico realizado a partir da conversão do resíduo sólido em matérias primas primárias. Este processo já vem sendo utilizado para a conversão de plásticos em matérias-primas petroquímicas (gasolina, querosene, óleo diesel, outros) a partir de reações químicas específicas.
RECICLAGEM ENERGÉTICA
Aquela realizada com o objetivo de recuperar parte da energia calorífica contida nos constituintes dos resíduos sólidos considerados como combustíveis e/ou putrescíveis.
Fonte: Adaptado de Pontes e Cardoso (2006, p.04).
Segundo Pereira (1999, citado por Junkes, 2002, p.54), os custos de implantação e
os benefícios obtidos com as alternativas das unidades de triagem e compostagem
podem ser verificados na Tabela 07, que caracteriza um município de pequeno porte.
Tabela 07: Características de uma unidade de triagem e compostagem e do aterro de rejeitos para comunidades de 10.000 Habitantes. ESTRUTURA, MATERIAIS E
ENCARGOS FUTUROS AREA EM m² E CUSTOS
Módulos Básicos da Unidade
Prédio para administração. Recepção de lixo e triagem. Depósito para os recicláveis.
Pátio de compostagem. Aterro de rejeitos.
Área de Projeto em m2
Construções Pátio para compostagem
Projetos agregados Aterro de rejeitos
250 m2 3.500 m2 500 m2 600 m2
Equipamentos e Obras
Civis (custo US$)
Bica de Alimentação Esteira de triagem Prensa hidráulica
Obras civis
1.200 2.800 8.000 35.000
Custo Operacional (Mensal US$)
Salários, encargos, energia, água e manutenção de 10 funcionários.
4.200
Benefícios
Extinção do lixão do município, tratamento médio mensal de18 toneladas de resíduos urbanos, produção média mensal: (06 toneladas de composto orgânico, 2,5 toneladas de recicláveis, 04 toneladas de rejeitos), geração de 10 empregos diretos e 50 indiretos, melhorias sanitárias, ambientais, econômicas e sociais.
Fonte: Pereira (1999, citado por Junkes 2002, p.54).
Modelo de layout de sistema produtivo para usinas de reciclagem de resíduos inorgânicos sólidos para pequenos municípios
Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais v.1 ‐ n.1 dezembro de 2010 P á g i n a | 79
Layout (Arranjo Físico) de Sistema Produtivo
De acordo com Corrêa e Corrêa (2009, p.398), a localização de uma operação
afeta tanto sua capacidade de competir quanto outros aspectos, internos e externos.
Dando continuidade, afirmam Gaither e Frazier (1999, citado por BÓSOLI et al. 2009,
p.03), que planejar o arranjo físico acarreta implicações práticas e estratégicas para as
organizações. O fornecimento suficiente da capacidade de produção, a redução do custo
e manuseio dos materiais, a garantia de espaço para as máquinas, a elevada utilização
de recursos e mão-de-obra, e a redução de investimento são os principais objetivos desse
tipo de planejamento.
Marinho, Sousa e Vargas (2006, p.02) relatam que a elaboração do Layout de uma
operação é de fundamental importância, uma vez que, o arranjo físico determina a forma
e aparência de uma operação produtiva, além de determinar o fluxo de recursos ao longo
de todo o processo produtivo. Ainda abordam que um Layout mal elaborado pode gerar
uma série de problemas para a operação como: estoques desnecessários, fluxos longos
ou confusos, deslocamentos extras, filas de clientes e altos tempos de produção.
Segundo Slack (2002, citado por MARINHO, SOUSA e VARGAS 2006, p.03), a
maioria dos arranjos físicos, na prática, deriva de apenas quatro tipos básicos, são eles:
Arranjo físico posicional, por processo, celular e arranjo físico por produto.
Corrêa e Corrêa (2009, p.407), o arranjo físico de uma operação é a maneira
segundo a qual se encontram dispostos fisicamente os recursos que ocupam espaço
dentro da instalação de uma operação.
Slack et al. (2002, citado por PEINADO; GRAEML, 2007, p.199) define arranjo
físico de uma operação produtiva como a preocupação com a localização física dos
recursos de transformação. De forma simples, definir o arranjo físico é “decidir onde
colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção”.
Segundo Gaither e Frazier (2001, citado por PEINADO; GRAEML, 2007, p.199)
descrevem que definir o arranjo físico significa:
Planejar a localização de todas as máquinas, utilidades, estações de trabalho, áreas de atendimento ao cliente, áreas de armazenamento de materiais, corredores, banheiros, refeitórios, bebedouros, divisórias internas, escritórios e salas de computador, e ainda os padrões de fluxo de materiais e de pessoas que circulam o prédio.
De acordo com Ritzman e Krajewski (2004, citado por PEINADO; GRAEML, 2007,
p.199), o planejamento do arranjo físico envolve decisões sobre a disposição dos centros
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais v.1 ‐ n.1 dezembro de 2010 P á g i n a | 80
de atividade econômica em uma unidade e definem centro de atividade econômica como
qualquer coisa que utilize espaço: uma pessoa, um grupo de pessoas, o balcão de um
caixa, uma máquina, uma banca de trabalho e assim por diante.
Norões, Gadelha e Gadelha (2008. p.03): os diferentes tipos de arranjos físicos
guardam uma coerência da relação existente entre as exigências de determinado tipo de
produto (quantidade e variedade a ser produzida) e a natureza do processo produtivo
presente na linha fabril.
Segundo Corrêa e Corrêa (2009, p.408), há basicamente três tipos básicos de
arranjo físico que têm características bastante específicas e apresentam diferentes
potenciais de contribuírem e até alavancarem diferentes desempenhos em distintos
critérios de desempenho, são eles: arranjo físico por processo, arranjo físico por produto e
arranjo físico posicional. Relatam que há outros tipos de arranjo físico, ditos híbridos, que
procuram, de certa forma, aliar características de dois ou mais arranjos básicos, o arranjo
físico celular.
Conforme Corrêa e Corrêa (2009, p.407), o objetivo primordial das decisões sobre
arranjo físico é, acima de tudo, apoio a estratégia competitiva da operação, significando
isso que deve haver um alinhamento entre as características do arranjo físico escolhido e
as prioridades competitivas da organização.
De acordo com Peinado e Graeml (2007, p.203), ao relatar sobre arranjo por
produto ou em linha, deve-se destacar que,
os equipamentos ou as estações de trabalho são colocados de acordo com a seqüência de montagem, sem caminhos alternativos para o fluxo produtivo. O material percorre um caminho previamente determinado dentro do processo. Este arranjo permite obter um fluxo rápido na fabricação de produtos padronizados, que exigem operações de montagem ou produção sempre iguais.
Como descreve Norões, Gadelha e Gadelha (2008, p.03), o arranjo físico por
produto, linear ou mesmo em linha, é o tipo de arranjo em que o produto se move e as
máquinas estão fixas. As máquinas são colocadas de acordo com a seqüência de
operações e estas são executadas de acordo com a seqüência estabelecida sem
caminhos alternativos.
Peinado e Graeml (2007, p.203) relatam as vantagens do arranjo por produto ou
em linha, como “possibilidade de produção em massa com grande produtividade, carga
de máquina e consumo de material constante ao longo da linha de produção e controle de
produtividade mais fácil”.
Arranjo Físico por Processo tem esta denominação, pois de acordo com Slack et al.
(1999, p.164, citado por RIBEIRO et al., 2006, p.04), “as necessidades e as conveniências
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dos recursos transformadores que constituem o processo na operação dominam a
decisão sobre o arranjo físico“. Este tipo de arranjo mantém todos os recursos similares
da operação próximos um do outro, isso é mais conveniente para que desta forma a
utilização dos recursos transformadores seja otimizada.
Conforme Peinado e Graeml (2007, p.212), arranjo físico por processo ou
funcional:
Agrupa, em uma mesma área, todos os processos e equipamentos do mesmo tipo e função. Por isso, é conhecido também como arranjo funcional. Este arranjo também pode agrupar em uma mesma área operações ou montagens semelhantes. Os materiais e produtos se deslocam procurando os diferentes processos de cada área necessária. É um arranjo facilmente encontrado em prestadores de serviço e organizações do tipo comercial.
Para Martins e Laugeni (1999, citado por RIBEIRO et al., 2006, p.04), esse
processo apresenta as seguintes características: flexibilidade para atender às mudanças
no mercado, fluxo longo dentro da fábrica, possibilita satisfação no trabalho, mais
adequado para produções diversificadas em médias ou pequenas quantidades e atende a
produtos diversificados ao longo do tempo.
No entanto, Peinado e Graeml (2007, p.213) abordam as vantagens do arranjo
físico por processo ou funcional, “grande flexibilidade para atender a mudanças de
mercado, bom nível de motivação, atende a produtos diversificados em quantidades
variáveis ao mesmo tempo, menor investimento para instalação do parque industrial e
maior margem do produto”.
Segundo Peinado e Graeml (2007, p.225), o arranjo físico celular:
Procura unir as vantagens do arranjo físico por processo, com as vantagens do arranjo físico por produto. A célula de manufatura consiste em arranjar em um só local, conhecido como célula, máquinas diferentes que possam fabricar o produto inteiro. O material se desloca dentro da célula buscando os processos necessários, porém o deslocamento ocorre em linha.
De acordo com Ribeiro et al. (2006 p.04), Arranjo Físico Celular é assim chamado
porque os recursos necessários para uma operação específica estão dispostos de forma
agrupada, ou seja, consiste em dispor em um só local as máquinas ou equipamentos que
serão utilizados para a fabricação do produto inteiro.
Entretanto, Peinado e Graeml (2007, p.227) comentam as vantagens do arranjo
físico celular: “aumento da flexibilidade quanto ao tamanho de lotes por produto,
diminuição do transporte de material e diminuição dos estoques”. Conforme Peinado e
Graeml (2007, p. 228), arranjo por posição fixa é “aquele em que o produto, ou seja, o
material a ser transformado, permanece estacionário em uma determinada posição e os
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
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recursos de transformação se deslocam ao seu redor, executando as operações
necessárias”.
Por sua vez, segundo Norões, Gadelha e Gadelha (2008. p.03), o arranjo físico
posicional ou por posição fixa é usado quando o produto fica fixo (por exemplo, na
construção de navios, aeronaves, edifícios) enquanto os trabalhadores, as máquinas, os
equipamentos e as matérias-primas se movimentam. Nesse caso, a movimentação deve
ser a mínima possível. Tudo deve estar próximo ao produto.
Para Gaiter e Irazier (2001, citado por RIBEIRO et al., 2006, p.03), algumas
características deste tipo de arranjo físico: não é repetitivo, para um produto único, em
quantidade pequena ou até unitária e minimiza a quantidade necessária de movimento de
produto. Segundo, Peinado e Graeml (2007, p.228), as vantagens do arranjo físico por
posição fixa, é que “não há movimentação do produto e existe a possibilidade de
terceirização de todo o projeto.
Conforme Marinho, Sousa e Vargas (2006, p.02), os objetivos básicos do Layout
são: integração total de todos os fatores que afetam o arranjo físico; movimentação de
materiais por distâncias mínimas, trabalho fluindo através da fábrica, todo o espaço
efetivamente utilizado, satisfação e segurança para os empregados, um arranjo flexível
que possa ser reajustado, minimizar custos de processamento, transporte e
armazenamento de material ao longo do sistema de produção.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com Savi (2005, p.48), o aspecto mais importante na fase de
implantação de um Centro de Triagem é, sem dúvida, a escolha da área de implantação,
ou seja, o espaço físico e geográfico para o projeto. Na Tabela 08 apresentam-se quais
os itens que deverão ser levados em consideração nesta escolha.
Tabela 08: Itens importantes para implantação do layout. ITENS
I Espaço físico interno para a locação de equipamentos; II Área para recepção e expedição; III Área para estocagem de materiais beneficiados; IV Espaço para movimentação de materiais e pessoas; V Ventilação apropriada; VI Rede elétrica dimensionada para suprir o consumo dos equipamentos; VII Equipamentos de combate a incêndio, hidrantes e extintores; VIII Iluminação apropriada, preferencialmente natural; IX Condições físicas e estruturais do local de implantação; X Fácil localização, o mais próximo possível dos compradores (menor custo com transporte); XI Área reservada para a administração/escritório.
Fonte: Adaptado de Savi (2005, p.48).
Modelo de layout de sistema produtivo para usinas de reciclagem de resíduos inorgânicos sólidos para pequenos municípios
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Modelo de layout do sistema produtivo de um centro de Triagem de acordo com
Savi (2005, p. 50), conforme Figura 01.
Figura 01: Layout de um Centro de Triagem. Legenda1
Fonte: Adaptado da Prefeitura do Município de Adamantina (citado por SAVI, 2005, p. 50).
1 1) Pátio de recepção; 2) Moega; 3) Silo com esteira metálica existente; 4) esteira de catação e triagem existente; 5) esteira de triagem recicláveis; 6) saída de matérias para reciclagem; 7) RA (1) existente; 8) saída de material para compostagem adubo orgânico; 9) saída de material para aterro sanitário.
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais v.1 ‐ n.1 dezembro de 2010 P á g i n a | 84
Para Castro (2001, citado por SAVI, 2005, p.49), o processo que envolve as usinas,
pode ser dividido em Recepção e Estocagem, Triagem (manual ou mecanizada) dos
materiais, Trituração e Tratamento biológico (normal ou acelerado) da matéria orgânica
(compostagem).
De acordo com Savi (2005, p.49), a recepção dos resíduos é feita mediante a
descarga dos caminhões coletores em pátios pavimentados ou áreas de recebimento, em
dispositivos especiais, como fossos cobertos com captação para chorume e drenagem,
com paredes verticais de um lado e inclinado de outro para favorecer o escoamento dos
RSU ou tremonhas de recepção com inclinação mínima de 60º em relação à horizontal. O
pátio de estocagem, assim com o fosso de recepção, é dimensionado em função da
capacidade nominal, prevendo-se uma reserva mínima de três dias de estocagem.
O centro de triagem é o local onde se faz a separação das diversas frações do
resíduo. O equipamento principal é a esteira de triagem revestida com borracha que
desliza por roletes, movimentando os RSU de uma extremidade à outra permitindo, assim,
a retirada dos materiais recicláveis, IPT/CEMPRE (citado por SAVI, 2000, p.49).
Segundo Savi (2005, p.49), a triagem dos resíduos pode ser feita manualmente –
executada em esteiras transportadoras com largura útil de 1m e velocidade entre 6 e 12
m/min, com variador de velocidade, onde os operários, dispostos de cada lado da esteira,
retiram manualmente os resíduos recicláveis. O sistema mecanizado é feito por
equipamentos especiais como eletroímã, peneiras rotativas e vibratórias, ciclones,
aspiradores, flutuadores, etc. Em algumas usinas, a triagem é realizada pelos dois
métodos.
Savi (2005, p.51), é importante ressaltar que ao final da esteira de separação, esta
contenha um separador magnético (eletroímã) para reter objetos como pilhas, metais,
tampinhas, visando uma melhor qualidade no composto orgânico.
Um galpão de triagem é útil, mesmo no caso da segregação na fonte pelo sistema
secos/úmidos, já que haverá necessidade de separação dos secos, (papéis, plásticos,
vidros, etc.), úmidos (fração de orgânicos) e outros (rejeito). Conforme CEMPRE (1999, p.
12, citado por SAVI 2005, p.51). Em continuidade, Savi (2005, p.51), ressalta que a
trituração é realizada em moinhos especialmente construídos para processar os resíduos.
Existem vários tipos de moinhos, sendo os mais empregados os do tipo martelo. Em
alguns sistemas de processamento, este equipamento não existe.
No processo de compostagem ocorre a decomposição aeróbia da matéria orgânica
através da ação de agentes biológicos microbianos na presença de oxigênio, podendo ser
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natural ou acelerado, conforme definição do manual do CEMPRE/IPT (2000, citado por
SAVI 2005, p.51).
Outro modelo encontrado na literatura, segundo Teobaldo Neto e Nishiyama (2005,
p.132), é o Esquema da Usina de Triagem e Reciclagem de Uberaba conforme pode ser
verificado na Figura 02.
Figura 02: Esquema da Usina de Triagem e Reciclagem de Uberaba
Fonte: Adaptado de Teobaldo Neto e Nishiyama (2005, p. 132).
Teobaldo Neto e Nishiyama (2005, p.131), descrevem o sistema de funcionamento,
que é ilustrado por meio do esquema representado na Figura 02. Na primeira etapa, o lixo
é descarregado no fosso de depósito inicial com capacidade de aproximadamente 500
toneladas. Uma garra hidráulica com capacidade de 1,5 ton. alimenta a esteira de
separação dos resíduos. De acordo com Teobaldo Neto e Nishiyama (2004, p.132), a
partir daí o lixo segue para uma peneira rotativa circular com malha de 20 x 20 cm e
pontas rasga-sacos. A seguir, ele é direcionado para duas esteiras de catação com 13
metros de comprimento onde é segregado manualmente nos tipos: papelão, papel,
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais v.1 ‐ n.1 dezembro de 2010 P á g i n a | 86
plástico fino, outras embalagens plásticas, alumínio, metal, vidro, cobre e rejeitos em geral
(panos, pneus, madeira, etc.).
Ainda em Teobaldo Neto e Nishiyama (2005, p.132): a seguir, o lixo passa por um
eletroímã onde é feita a retenção de todo material ferroso existente. Na seqüência os
resíduos passam por um peneiramento fino com malha variável de 12 a 18 mm e
raspador interno separando de um lado composto orgânico e de outro lado, rejeito fino.
Por fim, Teobaldo Neto e Nishiyama (2005, p.132) acrescentam que, os resíduos
orgânicos passam pelo biodigestor, protótipo de uma Usina francesa, onde sofrem ação
bacteriológica anaeróbica em condições controladas de temperatura e pressão. Em
seguida são dispostos em leiras e após 45 dias são comercializados.
Modelo de layout do sistema produtivo de Usina de Reciclagem baseado na
empresa Valtec Indústria de Máquinas LTDA., solicitado por Instituto Sócio Ambiental
Árvore (2009), vislumbrado na Figura 03.
Outro modelo encontrado na bibliografia de acordo com Junkes (2002, p. 50), é o
Esquema de uma usina de triagem e compostagem 25 t/dia, conforme pode ser verificado
na Figura 04.
Figura 04: Esquema de uma usina de triagem e compostagem 25 t/dia
Fonte: Adaptado de IPT (1993, citado por Junkes 2002, p.50).
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Figura 03: Linha de classificação de lixo urbano.
Fonte: adaptado de Valtec Indústria de Máquinas LTDA., solicitado por Instituto Sócio Ambiental Árvore
(2009). Legenda2
2 1) Calha de entrada; 2) Esteira seletora de 800X20000mm; 3) Plataforma de suspensão; 4) Moinho MV800; 5) Bicas seletoras 500X500X6000mm; 6) Esteira de saída em “V” 5000X6000mm; 7) Esteira de alimentação do moinho 400X2000mm; 8) Esteira magnética suspensa; 9) Prensa hidráulica 15 Ton Vertical – Fardo 600X400X950mm; 10 Prensa hidráulica 25 Ton Horizontal para latas e ferro 350X350mm; 11) Equipamento compostador (revolvedor de material); 12) Peneira de padronização de resíduos de compostagem.
SANTANA, J. A. S.; SILVA, C. E.
Revista Ibero‐Americana de Ciências Ambientais v.1 ‐ n.1 dezembro de 2010 P á g i n a | 88
Há uma série de fatores que devem ser considerados para instalação de uma usina
de triagem e compostagem segundo D’Almeida (2000 citado por Junkes 2002, p.49), bem
como algumas recomendações no âmbito industrial, em função da quantidade de lixo
gerado e coletado.
D’Almeida (2000 citado por Junkes 2002, p.49), descreve o sistema de
funcionamento esquematizado na figura 04. Descarrega-se o lixo diretamente numa
moega, que alimenta a esteira de triagem de onde retiram os recicláveis. Deve haver um
dispositivo magnético no final da esteira para remover metais. Os resíduos não
separados, rico em material orgânico, vão para o pátio de compostagem, onde deverá
permanecer por cerca de 90 dias em leiras revolvidas periodicamente; denominado
compostagem artesanal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foram identificados e descritos quatro modelos de layout (arranjo físico) de sistema
produtivo para Usinas de Reciclagem. A Figura 01 Layout de um Centro de Triagem
adaptado da Prefeitura do Município de Adamantina (citado por SAVI, 2005), a outra
Figura 02 Esquema da Usina de Triagem e Reciclagem de Uberaba Adaptado de
Teobaldo Neto e Nishiyama (2005), a Figura 03 Linha de classificação de lixo urbano
adaptado de Valtec Indústria de Máquinas LTDA., solicitado por Instituto Socioambiental
Árvore (2009), por fim a Figura 04 Esquema de uma usina de triagem e compostagem 25
t/dia Adaptado de IPT (1993, citado por Junkes 2002).
Ao analisar os Layouts abordados, pode-se perceber que existem algumas
semelhanças e diferenças entre eles. Comparando a figura 01 com as demais, foi
possível perceber a ausência da prensa hidráulica, biodigestor e pátio de compostagem.
Na figura 02 comparada com as demais, pode-se perceber a inexistência de alguns itens,
ou seja, pátio de recepção, moinho, prensa hidráulica, pátio de compostagem e a saída
de material para aterro sanitário. Entretanto, há uma substituição da moega por um
depósito de lixo e o silo com esteira metálica por uma garra hidráulica, vale ressaltar que
não há necessidade da balança de pesagem para caminhão. Comparada a figura 03 com
as demais, foi notável a carência do pátio de recepção, moega, separador magnético,
biodigestor e pátio de compostagem. Por fim, na figura 04 foi perceptível a falta do pátio
de recepção, garra hidráulica ou esteira metálica, biodigestor, prensa hidráulica e a saída
de material para aterro sanitário.
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Espera-se que o referencial bibliográfico, os resultados e discussões apresentados
neste trabalho possam subsidiar novos estudos sobre o arranjo físico ideal para
implementação de Usinas de Reciclagem para pequenos municípios. As abordagens aqui
apresentadas não limitam as possibilidades de existência de outros modelos de layout
(arranjo físico), mas apenas introduz o assunto, pela percebida escassez de literatura
sobre o assunto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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