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PORTAL FACULDADESCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO – “lato sensu”
SUPERVISÃO EDUCACIONALROSICLER VITORIA SILVEIRA SALAZART
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
RIO GRANDE – RS2009.
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ROSICLER VITORIA SILVEIRA SALAZART
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada à Portal Faculdades, como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista em Supervisão Educacional.Orientador: Profª MSc.Maria Mirta Calhava de Oliveira
RIO GRANDE – RS2009.
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ROSICLER VITORIA SILVEIRA SALAZART
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Esta monografia apresentada à Portal Faculdades, foi julgada aprovada, como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista em Supervisão Educacional.Orientador: Profª MSc.Maria Mirta Calhava de Oliveira
Rio Grande, RS____/_____/2009. Maria Mirta Calhava de OliveiraOrientador
Prof. Siegmund BepplerCoordenador de Pós Graduação
RIO GRANDE – RS
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2009.
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Rosicler Vitoria Silveira Salazart*
RESUMO
Este trabalho de monografia apresenta o TDA-H que é considerado um distúrbio
infantil muito comum e, que com bastante freqüência, prejudica o rendimento escolar.
Evidentemente,, existem diversas outras razões para que uma criança mostre baixo
rendimento escolar, mas o TDA/H é tido como uma causa importante de fracasso nos
estudos. Os diversos estudos realizados têm demonstrado que esse transtorno ocorre em
cerca de 5% das crianças, em um índice semelhante foi encontrado em pesquisas realizadas
em países diferentes por autores independentes uns dos outros. Não parece então ser uma
característica de comportamento apenas dessa ou daquela cultura, desse ou daquele modo
de vida. Alguns estudos afirmam que esse transtorno é mais freqüentes em meninos que em
meninas, mas o que se sabe também é que nas meninas a hiperatividade geralmente não é
tão acentuada quanto nos meninos.
Palavras-Chave: Transtorno. Hiperatividade. Atenção.
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_________________________________*Pedagoga – FURG. rosevic@terra.com.br
T UPHEAVAL OF the DEFICIT OF ATTENTION AND HIPERATIVIDADE IN the INFANTILE EDUCATION
Rosicler Vitoria Silveira Salazart*
ABSTRACT
This work of monograph presents the TDA-H that is considered very common an infantile
riot and, that with sufficient frequency, it harms the pertaining to school income. Evidently,
other reasons exist diverse so that a child shows low pertaining to school income, but the
TDA/H is had as an important cause of failure in the studies. The diverse carried through
studies have demonstrated that this upheaval occurs in about 5% of the children, in a
similar index were found in research carried through in different countries for independent
authors ones of the others. It does not seem then to be a characteristic of behavior only of
this or that culture, this or that way of life. Some studies affirm that this upheaval is more
frequent in boys who in girls, but what also know are that in the girls the hiperatividade so
is generally not accented how much in the boys.
Word-Key: Upheaval. Hiperatividade. Attention.
__________________________________*Pedagoga – FURG. rosevic@terra.com.br
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................8
1. CONCEITO DE TDAH......................................................................10
2. HISTÓRICO........................................................................................13
3. CARACTERÍSTICA...........................................................................15
3.1 Característica da Desatenção na criança..............................................17
3.2 Característica da Hiperatividade na criança.........................................20
3.3 Característica da Impulsividade na criança..........................................22
4 TIPOS.....................................................................................................25
5 DIAGNÓSTICO.....................................................................................26
5.1 Critérios de diagnóstico......................................................................28
6 TRATAMENTO.....................................................................................30
6.1 Informação adequada..........................................................................33
6.2 Medicamentos.....................................................................................33
6.3 Intervenção Psicológica......................................................................36
6.4 Treinando e estimulando o cérebro....................................................38
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7 CONSEQUÊNCIAS DA TDAH...........................................................40
7.1 Consequências na infância.................................................................40
7.2 Consequências na adolescência.........................................................42
7.3 TDAH em adultos- prejuízos no trabalho .........................................43
7.4 Dificuldades emocionais e de relacionamento...................................45
8 COMORBIDADE..................................................................................49
9 ESTRATÉGIAS PARA A ESCOLA...................................................50
9.1 Estratégias para o professor................................................................51
10 CONCLUSÃO........................................................................................57
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................58
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INTRODUÇÃO
Quando estivesse mais pronta, passaria de si para os outros, o seu caminho era os outros. Quando pudesse sentir plenamente o outro estaria a salvo e pensaria: eis meu porto de chegada. (CLARICE LINSPECTOR, 1969/1998, p.37)
Esta monografia tem por objetivo informar aos professores sobre o TDA-H que
ainda nos dias de hoje é confundida com outros sinais de desinteresse.
Os estudos nacionais e internacionais situam a prevalência do transtorno de déficit
de atenção/hiperatividade (TDAH) entre 3% e 6%, sendo realizados com crianças em idade
escolar na sua maioria. O impacto desse transtorno na sociedade é enorme,considerando-se
seu alto custo financeiro, o estresse nas famílias, o prejuízo nas atividades acadêmicas e
vocacionais, bem como efeitos negativos na auto-estima das crianças e adolescentes.
Estudos têm demonstrado que crianças com essa síndrome apresentam um risco aumentado
de desenvolverem outras doenças psiquiátricas na infância, adolescência e idade adulta.
Costuma-se falar de modo informal em “hiperatividade”, mas convém deixar claro
que hiperatividade, inquietação, ou seja, o aumento da atividade motora, nem sempre está
presente no TDA/H. Existem casos de crianças exclusivamente desatentas,
desconcentradas, aquelas que vivem no mundo da lua, perdidas nos seus próprios
pensamentos, e que não são muito inquietas. Algumas são até quietas demais. Mesmo sem
terem nenhum sinal de inquietação, essas crianças podem também ser consideradas
portadoras do Transtorno do Déficit de Atenção.
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Por outro lado, a hiperatividade pode acontecer em muitos outros distúrbios
psíquicos, não sendo, portando, uma marca característica da pessoa portadora do TDA/H.
Algumas situações podem deixar a criança inquieta e desassossegada na sala de aula por
alguns dias , mas não quer dizer de forma alguma que ela sofra do TDA/H. Diante disso
podemos concluir nem sempre o que parece é, e que o portador do TDAH tem todo o
direito à educação, como forma de exercício de sua cidadania, eis que se trata de um
indivíduo como outro qualquer, e que aos olhos da lei não pode ser excluído, estando ele
na rede pública de ensino ou na iniciativa privada.
Aos olhos da sociedade, quem sofre do TDAH deve ser visto como um portador de
necessidades especiais, entendidas estas simplesmente como meios alternativos que
conduzem todos ao lugar comum, às mesmas coisas, ou seja, à cidadania. Caso haja algum
empecilho na forma pedagógica ou até mesmo do meio utilizado para lecionar, entendemos
que cabe ao educador proporcionar as adaptações necessárias para o normal desempenho
dos alunos que necessitem de tratamento específico.
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CONCEITO
O TDA/H é um distúrbio habitualmente de longa duração (frequentemente se
estendendo até a idade adulta), se manifesta por três grupos de sintomas: desatenção,
hiperatividade e impulsividade. É evidente que esses sintomas não são específico, que
dizer, pode ser encontrado numa grande variedade de outros transtornos como também
fazem parte da vida psíquica normal, em alguns momentos.
O que vai caracterizar uma criança com TDA/H é que ela, com freqüência, e não só
uma vez ou outra, apresenta essas características de inquietação, desconcentração e
dificuldade de segurar os impulsos. É preciso cuidado para não taxar de hiperativa
qualquer criança que se mostra inquieta, sem antes procurarmos saber o que está
acontecendo com ela o mais detalhadamente possível. Na verdade, o pensamento mais
moderno é que o TDA/H não é simplesmente uma deficiência de atenção, como a
denominação pode fazer pensar. Para ser mais preciso, a questão reside num
comprometimento do desenvolvimento adequado da inibição e modulação das respostas,
melhor dizendo, do autocontrole.
A tendência natural da criança pequena é dar respostas imediatas a um estímulo. Por exemplo, se um bebê vê algo que lhe atrai ele quer pega-lo. Só gradativamente a criança aprende, com a ajuda dos pais, a inibir a resposta imediata e ter uma reação mais adequada, por exemplo, pedir a coisa desejada, e assim evitar um atrito, com suas conseqüências negativas. A aquisição do autocontrole é algo que se processa lentamente ao longo do crescimento. Algumas crianças são mais rápidas para adquirir um bom autocontrole e outras são mais lentas, mas, de maneira geral, acredita-se que a maioria vai conseguir um razoável autocontrole. (ANDRADE, 2002, p. 38).
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O autocontrole implica também na capacidade da criança se dedicar a algo que
pode não ser o mais atraente no presente, mas que promete uma recompensa melhor no
futuro.
E estudar, convenhamos, não é, na maioria das vezes uma coisa que seja do maior
interesse e prazer para uma criança. Mas podem se gratificantes para ela a aprovação dos
pais, a nota alta e o reconhecimento dos professores, além da promessa de uma vida melhor
num futuro distante. Essa capacidade de autocontrole é também denominada, em
neuropsicologia de funções executivas, pois lembra as funções que um executivo
desempenha numa empresa comercial ou industrial. Nas empresas, é importante que os
diferentes trabalhadores saibam exercer bem os ofícios, mas isso não basta. Além da
eficiência dos funcionários, é necessário que outro profissional coordene e promova a
articulação, o trabalho de todas as partes (departamentos) da empresa, para que ele
funcione com um todo harmônico e eficiente.
Atualmente, sabe-se que as funções executivas dependem principalmente do
funcionamento de certas áreas cerebrais, em especial da parte mais anterior do cérebro,
chamada de região frontal e suas conexões com algumas outras regiões. Alguns autores
comparam o trabalho dessa área, e as funções executivas, com o papel do maestro de uma
orquestra.
Os componentes da orquestra podem ser exímos músicos e seus instrumentos
podem estar bem afinados, mas se faltar um componente, o conjunto não vai funcionar de
forma coordenada a ponto de produzir um som adequado. Um elemento básico das funções
executivas é a capacidade de inibição. Quer dizer, o primeiro passo é ser possível inibir a
reação imediata para que se possa desenvolver um outro tipo de resposta mais adequada e
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amadurecida. Quando essa inibição é precária, a pessoa torna-se, então, anormalmente
desinibida, um fato observado no TDA/H.
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HISTÓRICO
Tendo em vista que o TDA/H foi descrito pela primeira em 1902 por um pediatra
inglês (George Still), que observou alterações de comportamentos em crianças, que,
segundo esse médico não podiam ser atribuídas à falhas educacionais, mas pareciam ter
determinante biológico incapaz de ser demonstrado. Desde que foi cientificamente descrito
por Still até os dias de hoje, esse problema já recebeu diversas denominações. As
denominações que foram mais conhecidas são: síndrome da criança hiperativa, lesão
cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno hipercinético.
Em 1980, a Associação Americana de Psiquiatra adotou oficialmente o termo
Transtorno do Déficit de Atenção que, mais tarde (em 1994), foi atualizado para
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, significando o acréscimo da barra
inclinada que o problema pode ocorrer com ou sem componentes de hiperatividade,
inicialmente considerado o sintoma mais importante e definidor do quadro.
Podemos notar que algumas dessas designações anteriores (síndrome da criança
hiperativa, transtorno hipercinético) priorizavam o fator hiperatividade, e outras (lesão
cerebral mínima, disfunção cerebral mínima) preocupavam-se com a possível causa
biológica que deveria existir incapaz de ser detectada pelos exames complementares
existentes. Atualmente, com a classificação atual da DSM-IV, empregam-se os termos
Predominantemente Desatentos, Predominantemente Hiperativo-Impulsivo e Combinado,
para descrever as três possibilidades (formas) de TDA/H.
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TDAH, DDA, TDA, TDHA, TDAHI, DDAH - são muitas siglas, que causam
confusão. T ou D referem-se sempre a Transtorno ou Distúrbio - TDAH ou DDAH. A
hiperatividade (H) pode ou não estar presente, o que se reflete também nas siglas usadas. O
mesmo vale para a impulsividade (I). Algumas pessoas chamam, erroneamente, a
hiperatividade de iperatividade ou imperatividade
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CARACTERÍSTICAS
Os três aspectos fundamentais são a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade.
A desatenção é caracterizada pela dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por
descuido em atividades escolares, dificuldade de manter a atenção mesmo nos jogos ou
brincadeiras. A criança muitas vezes aparenta não escutar quando lhe dirigem a palavra,
não seguir as instruções dadas e não terminar as tarefas propostas, dificuldade em
organizar-se e evitação de atividades que exijam concentração, perda constantes de
materiais próprios por distrair-se com facilidade perante estímulos alheios.
A hiperatividade caracteriza-se pelo constante mexer-se na cadeira, balançar as
mãos e pés constantemente, abandonar a cadeira quando se esperava que permanecesse
sentado, correr, escalar em demasia ou em situações onde isso seria inapropriado, falar em
demasia, dificuldade de envolver-se silenciosamente em situações ou brincadeiras,
dificuldade de permanecer realizando atividades mesmo que da preferência da criança
como as atividades de lazer escolhidas por ele, dar a impressão de que está "sempre a mil".
A impulsividade caracteriza-se por dar respostas precipitadamente mesmo antes da
pergunta ter sido completada, meter-se ou interromper as atividades dos outros e ter
dificuldade de esperar a sua vez.
Crianças com déficit de atenção e hiperatividade costumam ser impulsivas e
propensas a se acidentarem. Não tomam cuidado consigo mesmas nem com os outros, são
socialmente desinibidas, sem reservas e despreocupadas quanto às normas sociais. Podem
ser impopulares com outras crianças e acabam isoladas, sem se importarem aparentemente
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com isso. Como resultado da falta da persistência da atenção se atrasam no colégio e no
desenvolvimento da linguagem.
A hiperatividade torna-se aparente quando numa turma da mesma idade todos
colaboram e a criança hiperativa acaba tendo que ser retirada por impedir o
prosseguimento da atividade. Essas crianças obviamente não sabem o que se passa com
elas mesmas, por isso não se justificam e ficam sendo consideradas problemáticas,
indisciplinadas, mal-educadas e despertam antipatias entre as pessoas responsáveis pelos
seus cuidados. Essas crianças tentam fazer várias coisas ao mesmo tempo e além de não
acabarem nada, deixam tudo desorganizado. Este problema incide mais sobre meninos do
que sobre meninas, sendo detectável em torno dos cinco anos de idade, ou antes, na
maioria das vezes. O diagnóstico fica mais fácil depois que a criança entra para a escola,
porque aí a comparação com outras crianças é natural, evidenciando-se o comportamento
diferente. Mesmo aquelas crianças consideradas muito inquietas antes de entrarem para o
colégio, podem ficar comportadas e participativas; somente as crianças com algum
transtorno não se adaptam.
Até poucos anos, suspeitava-se que no final da adolescência os sintomas do TDA/H
iriam regredindo com ou sem tratamento, e que o adulto ficaria livre das características que
apresentava quando criança. Mas diversos estudos recentes comprovaram exatamente o
contrário:
A questão é que as características do distúrbio vão revelando aparências diferentes,
de acordo com as diversas faixas de idade. É fácil entender que uma criança hiperativa
corre de um lado para outro, sobe nos móveis, está constantemente pulando, mais do que as
outras crianças da mesma idade. Já o adolescente e o adulto hiperativos irão exteriorizar a
hiperatividade de uma forma diferente, mais de acordo com as suas respectivas idades. Não
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podemos esperar que um adolescente ou um adulto hiperativo vá continuar correndo,
subindo, pulando, como ele fazia quando era criança. Nos jovens e nos adultos, costuma
predominar uma sensação interna de inquietação, mais do que um excesso de atividade
facilmente percebida exteriormente.
TDAH (DDA) e Hiperatividade causam dificuldades de atenção, memória, foco,
agitação em adultos e crianças. Muitas crianças e adultos são criticados por falta de
atenção, hiperatividade, impulsividade. Há também queixas por não fazer as coisas até o
final, deixar tudo largado e pela metade. É comum tentar explicar a desatenção,
hiperatividade, agitação, impulsividade como traços de personalidade, irresponsabilidade
ou falta de interesse.
Quando a falta de atenção, hiperatividade, agitação, descuido ou adiamento crônico
são muito intensos, é possível ser um caso de TDAH (DDA) - Transtorno de Déficit de
Atenção / Hiperatividade. Nesta situação, vale a pena procurar um especialista em TDAH
(DDA), hiperatividade e co-morbidades.
3.1 Características da desatenção na criança.
A criança tem pouca capacidade de concentração, e com freqüência comete erros
em trabalhos escolares e provas por puro descuido, não por desconhecer a matéria.
Examinando a prova que ela fez, a própria criança por vezes é a capaz de apontar os seus
erros e até se aborrece por ter cometido erros tão tolos. Ou a professora pode se espantar
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com os erros cometidos em matérias que a criança mostrava já ter aprendido. A mãe pode
ficar irritada, pois no dia anterior a criança respondeu acertadamente questões parecidas
junto com ela, ao fazer os deveres de casa, mas lá na hora da prova a criança não se atém
exatamente ao que sendo pedido.
Todas as pessoas já tiveram a experiências de tentar ler ou estudar, quando estão se
sentindo muito cansados ou sob uma tensão nervosa. Aí a atenção não funciona de forma
alguma, a impressão que temos é que as coisas que a gente está lendo ficam confusas ou
embaralhadas na nossa cabeça, até que a gente desiste e vai dormir ou fazer outra coisa. É
exatamente isso que ocorre com quem sofre de TDA/H. O problema está no fato de que
com essas pessoas isso é um acontecimento freqüente, do dia a dia, e com a gente isso só
acontece quando tentamos ter concentração numa situação de cansaço, ou então de muito
estresse.
É comum a criança com TDA/H perder a atenção no que o professor está falando, e
ficar pensando em coisas bem distantes das aulas. Diz-se que “voa” ou “viaja” nesses
momentos. Parece que vive nas nuvens ou na lua. Essa mesma perda constante de
concentração é que dificulta a leitura de um livro recomendado pela escola. Com
freqüência, ela precisa voltar a ler do inicio da página, pois é como se tivesse dado um
branco no momento em que estava lendo um trecho.
Essa perda de atenção pode ser ocasionada por alguma coisa que desviou sua
atenção, como a conversa de algum colega, ou então um estímulo mínimo, como uma
borboleta que passou. Outras vezes, a perda da atenção pode ocorrer mesmo sem a
contribuição de outros estímulos. Uma mãe disse de seu filho: “ ele se distrai com os
próprios pensamentos”.
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A criança tem grande dificuldade de fazer os deveres de casa sozinha, porque se
distrai a todo instante, interrompe, demora muito tempo, fazendo desses momentos
verdadeiras batalhas entre mãe e filho. É natural que queira adiar essas tarefas, ou até
chegar a ponto de esconder dos pais que existem deveres a serem feitos. Isso porque a
criança sabe que para fazer os deveres vai despender um esforço muito grande, quase
sempre com pouco êxito.
Os pais sabem que a criança só funciona sob pressão, no que diz respeito a deveres de casa ou estudar para provas. Essa pressão pode ser a pressão de um dos pais ou a pressão do tempo, quer dizer, quando percebe que não tem mais quase tempo suficiente para fazer determinada atividade que vai redumdar em prejuízo, como numa prova. Aí é capaz de estudar até tarde, na véspera do exame. E isso acontece em conseqüência do habito que ela tem de adiar as tarefas que exigem concentração. (MATTOS, 2001, p. 28).
Outras vezes, quando a criança está fazendo algo que é do seu interesse, como ver
TV, jogar videogame etc., ela é capaz de ficar tão concentrada que parece não escutar se
for chamada. Isso quer dizer que a criança com TDA/H é capaz de ficar hiper-concentrada
(se estiver interessada) ou então ficar bastante desconcentrada (quando não se sentir atraída
pela tarefa). Para muitos pais e professores, isso cheira a malandragem, ou capricho.
Costuma-se dizer; “ela só faz o que quer”, ou “só faz aquilo que gosta”. É verdade, só que
não é exatamente por capricho:
Até certo ponto, todas as pessoas funcionam dessa forma. A diferença é que as
pessoas que não sofrem de TDA/H podem voluntariamente forçar a atenção e conseguir
algum grau de atenção quando precisam fazer alguma coisa que é dever e não prazer.
É facilmente distraída daquilo que está fazendo. Por exemplo, basta que alguém
chame seu nome ou que ocorra um ruído diferente para que se perca quase completamente
da tarefa que estava realizando, em especial se era uma leitura ou aula.
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É em geral muito desorganizada com seus pertences e na maneira com que tenta
fazer as coisas. É verdade que para crianças e adolescentes a organização não é o ponto
forte delas, mas as crianças e jovens com TDA/H são bem mais bagunceiros e
desorganizados. Costumam deixar um rastro dos seus pertences por onde vão passando, e
logicamente quando precisam de um desses objetos não se lembram onde os deixaram.
Perdem objetos escolares, óculos, e ás vezes até sapatos que foram tirados para uma pelada
no recreio. Não raro chegam a casa sem alguma parte do vestuário. A desorganização da
criança com TDA/H é uma fonte de aborrecimento para os pais e professores. Ela é capaz
de escrever a matéria de matemática no caderno de ciências guardar a roupa suja no meio
da roupa limpa, ou coisas parecidas.
Algumas crianças com TDH/A têm grande dificuldade em dar a partida para
realizar qualquer coisa, parecem lentas, sem energia. Demoram a acordar e até parecem
sonolentas. Já outras começam as coisas rapidamente, mas também logo abandonam o que
começaram para fazer uma segunda atividade, que por sua vez dificilmente será
completada.
3.2 Características da hiperatividade na criança
A criança é muito ativa, inquieta, tem dificuldade de ficar sentada na sala de aula,
ou numa missa. Quando é forçada a ficar sentada, como acontece na escola, se revirando
na cadeira o tempo todo, ou então adormece. Crianças pequenas não andam, vivem
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correndo, sobem nas cadeiras e nos móveis da casa. As mães nos contam que quando
aprenderam a andar elas já começaram a correr, e não andaram mais.
Dão cansaço nas babás e nos pais, pois parece que sua energia é inesgotável. São
elétricas vivem a mil como afirma Cabral;
Algumas continuam com essa inquietação até mesmo durante o sono, pois quase todos os dias o travesseiro e as cobertas amanhecem no chão. Outras parecem que apagam subitamente, “é como se tivessem morrido”, tão profundo é o sono. Não raro, demoram a pegar no sono, porque a pilha não se esgota cedo, e também por vezes demoram a despertar pela manhã, indo para a escola sonolentas e permanecendo assim nas primeiras aulas.(2003, p. 54).
A criança fala muito, muitas vezes não sabe falar em tom de voz baixo, é
barulhenta, e a ponto de perturbar a classe e ser frequentemente advertida pelas
professoras. Mas, incompreensivelmente, não se corrige, apesar de ser até carinhosa e
demonstrar arrependimento pelo mau comportamento. Essa é uma causa freqüente de
frustração e desespero para os professores que, no íntimo, consideram-se falhando como
educadores, ou então buscam nas dificuldades emocionais dos pais a explicação para esse
comportamento tão difícil de ser modificado.
Dificilmente consegue brincar sossegadamente. Suas brincadeiras preferidas
envolvem movimento, atividade. Curiosamente, videogames e jogos eletrônicos em geral
atraem bastante essas crianças, pois na verdade esses jogos implicam um bom grau de
atividade, para elas que jogam. Ao mesmo tempo, esses joguinhos proporcionam sempre
um ganho imediato, a pessoa vence ou não vence rapidamente, o que se encaixa bem para
o perfil de quem tem TDA/H.
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Um certo grau de agitação física - hiperatividade é normal em crianças. A criança
hiperativa pode ser portadora de TDAH. E é sempre desafiador “ter “um menino hiperativo
em casa”.
Porém, nem toda forma de agitação infantil quer dizer que ela tem o transtorno. Há
vários outros problemas que podem apresentar os sintomas do TDAH, entre eles a
hiperatividade ou a desatenção. Deve-se evitar rótulos, como “criança hiperativa”, pois
podem levar à discriminação e prejuízos de longo prazo.
3.3 Características da impulsividade na criança
A criança não consegue esperar com paciência sua vez, seja em jogos, filas etc.
Costumamos dizer que esperar é um verbo desconhecido para a criança que tem TDA/H.
Uma criança mal entrou no carro para uma viagem perguntou aos pais se ainda faltava
muito tempo para chegarem ao local onde iam passar as férias.
Ela fala quando não deve, interrompe as pessoas, responde sem ouvir a pergunta
por inteiro. Muitas vezes revela falta de tato, dizendo coisas inadequadas, que saem de
supetão. Ao encontrar sua mãe conversando com uma vizinha, uma criança disparou essa
pergunta: “Não é ela que a senhora diz que é cafona para se vestir?”. Por vezes até se dá
conta da mancada que deu, e pede desculpas, mas outras vezes é a mãe que adverte a
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criança do que ela não deveria ter falado. Alguém já comparou essas crianças a um carro
ou uma bicicleta sem freio.
Como não pensam antes de agir, podem ter pouca noção de perigo, e por isso
sobem em locais perigosos, machucam-se com freqüência. Para se julgar que uma situação
envolve perigo, a mente da criança precisa parar por um instante e imaginar as
possibilidades futuras de um ato qualquer. A criança impulsiva age antes de pensar, como
também fale sem pensar, e só depois do ato feito é que perceberá o que fez.
Algumas dessas crianças são freguesas dos serviços de urgência, de tanto que
sofrem fraturas ou todos os tipos de acidentes, da escada, da bicicleta, dos patins, e ás
vezes até mesmo por ingestão inadvertida de um medicamento pertencente à outra pessoa
da casa.
Têm baixa tolerância à frustração, não suportam uma resposta negativa. Insistem
tanto quando desejam algo que lhes foi negado, que muitas vezes os pais se sentem
vencidos pelo cansaço. O que, aliás, é péssimo do ponto de vista do aprendizado de
comportamento, pois quando os pais cedem diante da insistência da criança, depois de
terem inicialmente negado alguma coisa se desejado, e da próxima vez que a criança
desejar algo ela já vai sabendo, conscientemente ou não, que é uma questão de um pouco
mais de insistência que ela tem de fazer antes de conseguir o seu objetivo.
A criança impulsiva pode apresentar reações de curto-circuito. Faz parte do quadro
clínico do transtorno uma regulação não muito adequada das suas reações emocionais.
Essas crianças explodem com facilidade, é como se tivessem o pavio curto. Algumas
parecem nem ter pavio. Mas uma característica dessas reações emocionais da criança com
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TDA/H é que essa reação desaparece com a mesma facilidade com que apareceu.
(ANDRADE, 2002).
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TIPOS
O DSM-IV (apud ROHDE, 2000, p.7) subdivide o TDAH em três tipos:
a) TDAH com,predomínio de sintomas de desatenção;
b) TDAH com predomínio,de sintomas de hiperatividade/impulsividade;
c) TDAH combinado.
O tipo com predomínio de sintomas de desatenção é mais freqüente no sexo
feminino e parece apresentar, conjuntamente com o tipo combinado, uma taxa mais
elevada de prejuízo acadêmico. As crianças com TDAH com predomínio de sintomas de
hiperatividade/impulsividade, por outro lado, são mais agressivas e impulsivas do que as
crianças com os outros dois tipos, e tendem a apresentar altas taxas de rejeição pelos
colegas e de impopularidade. Embora sintomas de conduta, de oposição e de desafio
ocorram mais freqüentemente em crianças com qualquer um dos tipos de TDAH do que
em crianças normais, o tipo combinado está mais fortemente associado a esses
comportamentos. Além disso, o tipo combinado apresenta também um maior prejuízo no
funcionamento global, quando comparado aos dois outros grupos
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DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é estabelecido pela presença das características fundamentais tendo
iniciado pelo menos antes dos sete anos de idade. Pelos critérios norte americanos são
necessários no mínimo seis sintomas para a realização do diagnóstico, mas esse número
está sendo revisto podendo vir a ser reduzido para cinco ou quatro sintomas uma vez que a
intensidade de poucos sintomas muitas vezes é suficiente para causar prejuízos à criança. A
organização mundial de saúde não especifica um número de sintomas para fazer o
diagnóstico. Segundo Rohde,
A tríade sintomatológica clássica da síndrome caracteriza-se por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Independentemente do sistema classificatório utilizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, em escolas e em casa. A desatenção pode ser identificada pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias (2000, p.7)
O diagnóstico do TDA/H é eminentemente clínico. Nesse ponto concordam os
renomados especialistas sobre o tema. Por diagnóstico clínico entende-se que não
dependemos de nenhum exame complementar para fazer a avaliação e responder à questão
se a pessoa apresenta ou não o transtorno (MATTOS, 2002, p. 52).
Segundo (MATTOS, 2002) as pesquisas científicas utilizam muitos exames para
explorar o cérebro das pessoas com o TDA/H, mas de forma alguma se pode pensar em
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utilizar esses exames quando estamos fazendo uma avaliação diagnóstica na prática clínica.
Até os dias de hoje nenhum exame é capaz de afirmar, ou descartar, a presença do TDA/H.
Até mesmo os testes psicológicos não são mais fidedignos do que a observação clínica.
Algumas pessoas se sentem inseguras diante dessa afirmação, mas é importante lembrar
que é da mesma forma que são feitos quase todos os diagnósticos de transtornos psíquicos.
Só para exemplificar, não recorremos a exames complementares para diagnosticar um
transtorno do pânico, uma fobia social, ou um transtorno bipolar.
Quando se fala em diagnóstico clínico, pensamos numa avaliação que engloba um
relato minucioso colhido com uma ou mais pessoas próximas, uma entrevista com a pessoa
avaliada, e a observação dela em situações da sua vida normal. Para ajudar as entrevistas,
podemos usar questionários ou escalas de avaliação, que nada mais são do que perguntas
sobre determinadas características que a pessoa que avalia confere uma pontuação maior
ou menor para cada característica pesquisada. No caso de crianças e adolescentes, as
informações dos professores são de inestimável valor,
As agendas de anotações escolares são de grande utilidade, porque muitas vezes
retratam fielmente as características do TDA/H. Quando se trata de avaliar adultos, os
parentes próximos e os conjugues ajudam muito com suas informações, e sempre precisam
ser ouvidos. Uma história familiar deve apontar a existência de casos similares em outros
membros da família, muitas vezes em um dos pais. Não é raro um dos pais dizer que o
filho é exatamente como ele era na infância sem, contudo, o pai se dar conta de que ele
então é ou era portador do mesmo transtorno. Exames complementares são importantes,
quando o profissional está investigando a possibilidade de a criança apresentar um outro
problema associado ou alternativo em relação ao TDA/H. Testes neuropsicológicos são
úteis para esclarecer se a criança apresenta dificuldades especificas de aprendizado, se
27
apresenta problemas com o nível intelectual, ou também para avaliar outros transtornos
psiquiátricos.
5.1 Critérios diagnósticos
O diagnóstico do TDAH é fundamentalmente clínico, baseado em critérios operacionais claros e bem definidos, provenientes de sistemas classificatórios como o DSM-IV (vide quadro clínico) ou a CID-10. ( ROHDE, 2000, p.7)
Para se fazer o diagnóstico de qualquer transtorno é obrigatório para uso de critérios
oficialmente aceitos pelos organismos científicos. Duas são as entidades que estabelecem
critérios diagnósticos em psiquiatria, a organização Mundial de Saúde e a Associação
Americana de Psiquiatria. Considerando que a grande maioria dos trabalhos com TDA/H
tem sido realizada nos EUA, os critérios diagnósticos mais frequentemente empregados
têm sido os que a associação Americana da Psiquiatria preconiza, através de uma
publicação intitulada Manual de Diagnóstico. Os critérios gerais do DSM-IV são os
seguintes:
A pessoa deve apresentar essas características constantemente, como um padrão de
comportamento e não como uma ocorrência eventual em algum momento da vida. Quem
convive com essas pessoas costuma dizer que elas sempre forma assim.
Quer dizer, se alguém passou a apresentar essas características depois de
adolescente ou adulto, não se trata de TDA/H, mas provavelmente de algum outro
28
transtorno. Além disso, é necessário que esses sintomas tenham uma intensidade e
constância tal que passa a existir um comprometimento do funcionamento da pessoa sem
mais de uma área de atuação, como na casa, na escola, no trabalho, ou na vida social. Por
ultimo, para se fazer o diagnóstico de TDA/H exige-se que sejam excluídas outras causas
que bem justificariam a presença daquelas características.
29
TRATAMENTO
Neste capítulo abre-se espaço para repensar a inclusão, enquanto prática ideal que
visa a reeducação do sistema.
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofarmacológicas.( SPENCER apud ROHDE, 2000, p.9)
No âmbito das intervenções psicossociais, o primeiro passo deve ser educacional,
através de informações claras e precisa às família a respeito do transtorno.
Muitas vezes, é necessário um programa de treinamento para os pais, a fim de que
aprendam a manejar os sintomas dos filhos. É importante que eles conheçam as melhores
estratégias para o auxílio de seus filhos na organização e no planejamento das atividades.
Por exemplo, essas crianças precisam de um ambiente silencioso, consistente e sem
maiores estímulos visuais para estudarem. intervenções no âmbito escolar também são
importantes. As intervenções escolares devem ter como foco o desempenho escolar. Nesse
sentido, idealmente, as professoras deveriam ser orientadas para a necessidade de uma sala
de aula bem estruturada, com poucos alunos. Rotinas diárias consistentes e ambiente
escolar previsível ajudam essas crianças a manterem o controle emocional. Estratégias de
ensino ativo que incorporem a atividade física com o processo de aprendizagem são
fundamentais.
30
As tarefas propostas não devem ser demasiadamente longas e necessitam ser
explicadas passo a passo. É importante que o aluno com TDAH receba o máximo possível
de atendimento individualizado. Ele deve ser colocado na primeira fila da sala de aula,
próximo à professora e longe da janela, ou seja, em local onde ele tenha menor
probabilidade de distrair-se. Muitas vezes, as crianças com TDAH precisam de reforço de
conteúdo em determinadas disciplinas.Isso acontece porque elas já apresentam lacunas no
aprendizado no momento do diagnóstico, em função do TDAH. Outras vezes, é necessário
um acompanhamento psicopedagógico centrado na forma do aprendizado, como, por
exemplo, nos aspectos ligados à organização e ao planejamento do tempo e de atividades.
O tratamento reeducativo psicomotor pode estar indicado para melhorar o controle do
movimento. Em relação às intervenções psicossociais centradas na forma do aprendizado,
como, por exemplo, nos aspectos ligados à organização e ao planejamento do tempo e de
atividades. O tratamento reeducativo psicomotor pode estar indicado para melhorar o
controle do movimento. Em relação às intervenções psicossociais centradas na criança ou
no adolescente, a psicoterapia individual de apoio ou de orientação analítica pode estar,
conforme Rohde, 2000, p.10; indicada para:
a) abordagem das comorbidades (principalmente transtornos depressivos e
de ansiedade);
b) a abordagem de sintomas que comumente acompanham o TDAH (baixa
auto-estima, dificuldade de controle de impulsos e capacidades sociais
pobres).
A modalidade psicoterápica mais estudada e com maior evidência científica de
eficácia para os sintomas centrais do transtorno (desatenção, hiperatividade,
impulsividade), bem como para o manejo de sintomas comportamentais comumente
31
associados (oposição, desafio, teimosia), é a cognitivo- comportamental, especialmente os
tratamentos comportamentais.
O tratamento começa pela educação, através de medicamentos e em alguns casos
acompanhamento psicológico. Três pilares sustentam a terapêutica do TDA/H: a
informação adequada sobre o transtorno, a medicação e as diversas formas de intervenções
psicológicas e educacionais.
6.1 Informação adequada
A informação e a conscientização do paciente e dos familiares é o primeiro passo
no tratamento e muitas vezes o mais importante de todos. O profissional, logo depois de se
certificar que está diante de um caso de TDA/H, precisa dispor de tempo e paciência para
explicar para os pais e para própria criança o que é transtorno, de que forma o transtorno
está comprometendo o funcionamento daquela criança, e responder a todas as duvidas que
surgirem. Mesmo para crianças com pouca idade devem ser fornecidas explicações numa
linguagem ao seu alcance, e é interessante verificar como elas são muito capazes de
entender do que costumamos imaginar.
32
6.2 Medicamentos
Há décadas os tratamentos veêm sendo pesquisados e por enquanto nada se mostrou
superior a utilização de estimulantes. No Brasil apenas o metilfenidato é comercializado.
Vale a pena aqui comentar o preconceito fortemente arraigado em nossa sociedade a
respeito dessa medicação ou grupo farmacológico, principalmente por parte de não
psiquiatras. Muitos pediatras criticam o uso do metilfenidato deixando os pais com severas
dúvidas, impedindo o tratamento adequado e permitindo que prejuízos sócio-educacioais
ocorram para a criança e sua família. Existe uma associação entre uso de estimulantes e
dependentes químicos como se o tratamento fosse induzir a isso. Há nisso um grande
equívoco: nunca se mostrou que o uso prolongado de estimulantes para tratar a
hiperatividade leva o criança ou o jovem a abusar dessas substâncias nem a se tornarem
usuários de drogas ilícitas. Esse assunto é estudado há vários anos e continua sendo
estudado, mas não se encontraram indícios de que o tratamento com estimulantes torna o
paciente propenso ao uso de drogas ilícitas. A relação que existe entre o déficit de atenção
e o abuso de drogas na idade adulta se relaciona com a comorbidade entre o déficit de
atenção com distúrbios de conduta (que se encontram freqüentemente entre os paciente
com déficit de atenção) e não com o tratamento.
Ao contrário do que se pensa, um estudo de 1999 feito pela OMS mostrou que os
jovens não tratados estão mais sujeitos ao abuso de substâncias psicoativas quando adultos,
do que aqueles que tomaram metilfenidato e foram adequadamente tratados. Esse estudo
mostra claramente que o uso de estimulantes diminui a chances das crianças virem a abusar
de drogas posteriormente.
O metildenidato deve ser usado na dose de 20 a 60mg por dia (0,3 a 1 mg/Kg de
peso corporal), sendo a dose dividida em duas tomadas ao dia, uma pela manhã outra no
33
almoço. O metilfenidato deve ser evitado antes dos seis anos de idade, pois como seu
principal efeito colateral é a inibição do apetite, pode prejudicar a alimentação levando o
paciente a perder altura. Após os seis anos de idade esse efeito é mitigado, mas um
acompanhamento da curva de crescimento com o pediatra é recomendável.
Para as crianças que por alguém motivo não possam fazer uso do metilfenidato
outras medicações podem ser tentadas, mas a eficácia delas é menor. A imipramina, a
clonidina e mais recentemente a bupropiona são alternativas válidas.
A Ritalina é indicada como parte de um programa de tratamento amplo que tipicamente inclui medidas psicológicas educaconais e sociais direcionadas a crianças estáveis com uma síndrome comportamental caracterizada por distractibilidade moderada a grave, déficit de atenção, hiperatividade, labilidade emocional e impulsividade. (...) O diagnóstico correto requer uma investigação médica, neuropsicológica, educacional e social. (Parecer Técnico 2007-D)DF< Processo nº410.006355/ 2007, p.8 – Ref.: Bula do medicamenyo Ritalina – Registro nºM. S. 1.0068.0080., marca registrada pelo laboratório Novartis AG, Basiléia, Suíça [NOVARTIS Biociências S/A].
O uso de medicações, contudo, não é suficiente; procedimentos no ambiente e na
orientação dos pais quanto ao que fazer são indispensáveis. Por exemplo, crianças que se
distraem à toa na sala de aula devem sentar de frente para o professor e longe de lugares
que possam distrair, como as janelas e portas. Ao estudar é preferível o ambiente silencioso
e quieto para não permitir distrações. Para cada caso deve ser avaliado o que deve ser
mudado sob orientação.
Raros são os problemas de comportamento que têm recebido a atenção dos
pesquisadores tanto quanto o TDA/H. Nos últimos anos tem havido um grande número de
publicações em revistas cientificas, em livros e sob a forma de apresentações em
congressos no mundo inteiro. Difícil também achar em outros transtornos o índice de
resultados positivos que é possível se obter com o tratamento adequado do TDA/H. Isso
não quer dizer de forma alguma que o tratamento é rápido, fácil, e quase mágico. Pelo
34
contrário, é longo, exige a participação contínua de vários profissionais e da família, além
do próprio portador.
A experiência tem demonstrado que tratamentos curtos raramente deixam
resultados duradouros. Impossível prever quanto tempo será necessário de tratamento em
casos individuais. Algumas pessoas necessitarão de alguma forma de assistência por toda a
vida. Da mesma forma que ocorre com um diabético, o desejável é que a pessoa adquira a
capacidade de cuidar de si mesmo.
As substâncias que se mostraram mais eficazes até os dias de hoje e que têm sido
usadas há algumas décadas pertencem à classe dos estimulantes. Por isso, são chamadas de
1ª linha. Quer dizer, são elas que têm uma chance maior de dar bons resultados. Existem
centenas de estudos mostrando beneficio que essas drogas proporcionam às pessoas que
apresenta o TDA/H, reduzindo os sinais básicos do transtorno, ou seja, as dificuldades de
atenção, a hiperatividade e a impulsividade. Aproximadamente 70 a 80% das pessoas com
TDA/H que fazem uso adequado de estimulantes obtêm melhora.
No Brasil, o único estimulante disponível no mercado eficaz para o TDA/H é o
metifenidato. Existe sob três formas: uma de curto período de ação e duas formas de efeito
prolongado. O médico deve discutir com os pais as necessidades da criança para definir
qual a melhor forma a ser usada, e todo o regime da administração do medicamento, como
o número de doses diárias, o uso nos finais de semana, nas férias etc.
35
6.3 Intervenções psicológicas
.
A modalidade psicoterápica mais estudada e com maior evidência científica de
eficácia para os sintomas centrais do transtorno (desatenção, hiperatividade,
impulsividade), bem como para o manejo de sintomas comportamentais comumente
associados (oposição, desafio, teimosia), é a cognitivo- comportamental, especialmente os
tratamentos comportamentais. Entretanto, os resultados recentes do MTA (ensaio clínico
multicêntrico, elegantemente desenhado, que acompanhou 579 crianças com TDAH por 14
meses divididas em quatro grupos: tratamento apenas medicamentoso, apenas
psicoterápico comportamental com os crianças e orientação para os pais e professores,
abordagem combinada e tratamento comunitário) demonstram claramente uma eficácia
superior da medicação nos sintomas centrais do transtorno quando comparada à abordagem
psicoterápica e ao tratamento comunitário. Entretanto, a abordagem combinada (medicação
+ abordagem psicoterápica comportamental com os crianças e orientação para os pais e
professores) não resultou em eficácia maior nos sintomas centrais do transtorno quando
comparada a abordagem apenas medicamentosa. A interpretação mais cautelosa dos dados
sugere que o tratamento medicamentoso adequado é fundamental no manejo do transtorno
Embora a medicação desempenhe importante papel no tratamento do TDA/H, quase
sempre se faz necessária uma abordagem psicológica para lidar com os problemas
comportamentais oriundos do transtorno, além dos sentimentos da raiva, frustração e culpa
que pesam sobre o portador e sobre os pais.
O terapeuta também pode auxiliar as crianças a reconhecerem suas qualidades e
talentos (quem não tem algum?), a lidar com seus problemas do dia-a-dia, e aumentar o
36
controle sobre sua atenção e impulsividade. O terapeuta também ajuda a família a lidar
com os comportamentos perturbadores da criança. o do médico ou da equipe de
acompanhamento.
É porque o educador não põe em causa sua relação com o desejo que ele se encontra em situação diferente do analista. Este último se interessa essencialmente por tudo que toca sua própria relação com a verdade. Não distante o educador marcado pela análise terá mais facilmente acesso à “palavra justa”, a que não “se ensina”, mas que surge na experiência pessoal de adulto tocado pela criança que há nele. (MANNONI 1967/1999, p. 234)
Aqui é o que há de mais importante para a ação pedagógica deves dar um
aprofundamento... faz uma relação da pedagogia e a psicologia...
6.4 Treinando e estimulando o cérebro
Fonte?
Até recentemente, o tratamento dos problemas de atenção e hiperatividade - típicos
do TDAH - era quase exclusivamente baseado em medicação, como a ritalina. Há boas
notícias! Atualmente é possível treinar diretamente áreas do cérebro que estão alteradas no
caso do TDAH, levando à desatenção e hiperatividade mental ou física.
O Neurofeedback é um tratamento baseado em tecnologias avançadas, totalmente
natural e não-invasivo. Ele atua como uma “musculação para o cérebro”, agindo
diretamente sobre as estruturas cerebrais responsáveis pela falta de atenção, hiperatividade,
impulsividade e dificuldades com memória, entre outros.
37
CONSEQÜÊNCIAS DO TDA/H
Fonte?
As conseqüências do TDA/H pode ser gravidez precoce, abuso de álcool e drogas,
reprovação escolar, acidentes, problemas com a lei, dentre outro. Podemos compreender
que uma pessoa que vive com os sintomas do TDA/H sem ser identificado como possuindo
um transtorno que merece um tratamento é um forte candidato a sofrer de conseqüências
desfavoráveis na sua vida, que irão se modificando de acordo com a etapa da vida.
7.1 Conseqüências na infância problemas na escola e no aprendizado
A criança com TDA/H Apresenta um mau rendimento escolar, embora tenha
capacidade de aprender.
“... O aprendizado é prejudicado pela pouca dedicação ou pela má qualidade da dedicação ao estudo, e não por um problema propriamente de aprendizado, que é outro problema distinto, mas também pode coincidir com o TDA/H EM 20-25% dos casos” (ANDRADE, 2002: 65).
38
Outras vezes uma criança pode ir mal aos estudos escolares, mas quando se trata de
um outro tipo de aprendizado, por um assunto que lhe atraia, por exemplo, computador,
mecânica, ou artes, é capaz de mostrar todo seu potencial capacidade de aprender. Essa
situação deixa os pais perplexos, pois se ela é capaz de aprender tão bem nessa outra área,
como é possível que demonstre um rendimento tão baixo na escola, os pais se perguntam.
A realização das tarefas escolares de casa é uma fonte de grande estresse para os pais e
para s crianças.
A criança para a todo instante, desvia-se do trabalho, levanta-se para fazer outra
coisa qualquer, ou se perde no meio da tarefa, e fala um outro assunto que não tem nada a
ver com o estudo. Quando os pais não têm tempo de acompanhar a criança nessa tarefa, o
mais comum é que ela não faça ou faça pela metade essa atribuição de casa. Quando a
criança entra na adolescência, os pais se preocupam que ela seja muito “dependente”,
porque só consegue fazer a tarefa de casa sob a supervisão ou mesmo sob pressão deles.
Mas podemos entender agora que não se trata de uma questão de dependência psicológica,
mas sim de uma dificuldade de concentração, aliada quase sempre a dificuldade de parar.
Os problemas escolares aumentam no curso secundário à medida que mais se exige
capacidade de auto-organização. Adolescentes costumam escamotear as tarefas domésticas
ou simplesmente copiar dos colegas na hora que antecede as aulas.
Uma das mais importantes áreas de prejuízo diz respeito às habilidades sociais e ao
relacionamento com os seus pares. A intrusão e por vezes a agressividade resultante da
hiperatividade e da impulsividade, junto com a falta de atenção às regras sociais, geram
dificuldades de se socializar adequadamente.
39
Crianças com TDA/H sofrem um alto índice de rejeição de seus colegas, em
conseqüências dos prejuízos nas habilidades sociais. Uma vez que os colegas percebem
que ela perturba as atividades em grupo, seja nos trabalhos de equipe, seja nos esportes, ela
deixa de ser convidada, quando não deixada propositadamente de lado nessas ocasiões. A
rejeição social é um fator que nos permite predizer a ocorrência da delinqüência, abandono
dos estudos, e má adaptação na vida adulta.
Desde o inicio, os pais costumam se sentir sobrecarregados pela hiperatividade e
pela impulsividade da criança pré-escolar. Em seguida, surgem os atritos ligados à
realização das tarefas de casa, descritas acima. Pais estressados geram relações familiares
estressadas, que deixam as crianças mais estressadas ainda. Frequentemente, os pais
entram em conflito entre si quanto aos meios de lidar com a criança.
A separação acentua o estresse submetido tanto aos pais quanto à criança. Como
qualquer distúrbio, inclusive o TDA/H, é agravado pelo estresse, gera-se um ciclo vicioso,
no qual os sintomas da criança aumentam o estresse familiar e o estresse familiar agrava os
sintomas da criança. Se da criança não se deve esperar muito o que se deve dizer dos pais,
deve-se esperar muito mais porque crianças com TDAH exigem dos pais uma maior
persistencia nas atividades A característica básica deste transtorno é a falta de
persistência em atividades que requeiram atenção. relação
7.2 Conseqüências na adolescência
40
As dificuldades que tiveram inicio na infância persistem nessa nova fase da vida e
outras vão surgindo e se acrescentando aquelas. A adolescência não é um período da vida
fácil e sem turbulências para qualquer pessoa. O medo de falhar na escola e nos
relacionamentos, a pressão do grupo, o desejo de ser independente, de experimentar coisas
novas e proibidas (álcool, sexo, drogas) são alguns dos ingredientes dessa fase sempre
conflitiva. Os problemas trazidos pelo TDA/H só fazem tornar mais difícil ainda essa fase.
Por serem impulsivos, os adolescentes com o transtorno costumam ter um inicio de
vida sexual mais precoce. Já vimos que a dificuldade de esperar, de adiar a satisfação de
um desejo é uma marca da impulsividade. Quais? Os estudos têm mostrado também que
entre esses adolescentes a ocorrência de uma gravidez precoce é mais freqüente. Para isso
contribui, além da impulsividade, desorganização, pois a adolescente esquece sua
camisinha que jurava estar em sua carteira. Pelas mesmas razões, esses adolescentes estão
mais propensos a sofrerem doenças sexualmente transmissíveis.
FONTE???Adolescentes com TDA/H costumam fumar e experimentar drogas
mais precocemente que os demais colegas da mesma idade. Também têm maior propensão
a passarem do simples uso para o abuso de drogas. E esses problemas são ainda mais
acentuados quando, além do TDA/H, o adolescente apresenta, em comorbidade, um
transtorno de conduta.
7.3 Consequência de TDAH em adultos - Prejuízos no trabalho
41
O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade é tipicamente um transtorno
da infância. Até há pouco tempo acreditava-se que lentamente a criança melhorava dos
sintomas que iam desaparecendo na idade adulta, entretanto sabemos hoje que esse
transtorno persiste nos adultos em aproximadamente 50% dos casos. As características nos
adultos, conforme Brown, 1995, são os seguintes:
a) déficit de atenção: a pessoa distrai-se com facilidade, comete erros no trabalho ou
nas atividades que exigem concentração, é desorganizada, avoada, esquece compromissos
assumidos, perde seus objetos pessoais, não presta atenção quando lhe dirigem a palavra,
perde-se em devaneios
b) hiperatividade motora: agitação ou inquietação constantes, a pessoa não consegue
ficar muito tempo parada; se está sentada fica mexendo os dedos, os pés ou não consegue
ficar sem se levantar enquanto assiste TV, por exemplo
c) labilidade afetiva é a propriedade de alternância de emoções, variações entre altos e
baixos com mudanças bruscas de humor sem motivo aparente
d) o temperamento pode ser explosivo tendo constantes discussões por motivos fúteis e
perdendo o controle com freqüência
e) desorganização, essas pessoas deixam com que seus pertences e material de trabalho
estejam em constante desordem podendo vir a perder objetos ou documentos importantes
f) a impulsividade, assim como nas crianças também se manifesta da mesma forma
levando os pacientes a agir sem pensar, tomando decisões precipitadas, da mesma forma os
relacionamentos podem ser iniciados e interrompidos abruptamente.
42
Para se fazer o diagnóstico de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade
no adulto é necessário que ele tenha começado na infância, tenha durado pelo menos seis
meses e prejudicado de forma significativa o desenvolvimento do paciente.
Devido ao TDAH, pessoas talentosas deixam de desenvolver todas as suas
capacidades devidos a erros por desatenção. Ações impulsivas levam a consequencias
indesejadas e a agitação mental impede descansar, recuperar as forças, podendo levar à
exaustão.
Desatenção, problemas com memória, falta de organização, dificuldades em levar
tarefas e projetos até o final... Estas são queixas comuns, na área profissional ou
acadêmica.
Para as crianças, os prejuízos maiores do TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção
- estão na área escolar e no controle da agitação motora (hiperatividade) e na impulsividade
excessiva. Em adultos, as áreas mais comprometidas tem relação com a vida profissional.
7.4 Dificuldades emocionais e de relacionamentos
Algumas crianças com TDA/H são simpáticas, engraçadas, amorosas e populares.
Fazem amigos com facilidade, são queridas pelo professores e estão sempre prontas a
ajudar os outros e a participar das atividades de grupos na escola. Todavia, nem sempre as
coisas seguem esse rumo. E não é difícil entender que uma criança inquieta, barulhenta,
43
impaciente, passe a despertar críticas por parte dos professores e a ser evitada pelos colegas
para aquelas atividades do grupo nas quais sua presença dificulta a realização da tarefa
desejada.
Vamos abrir aqui parênteses para avaliar como se dá um desenvolvimento psíquico
saudável com qualquer pessoa. Para isso ocorrer, é indispensável que a criança receba no
inicio da vida, por parte dos pais, e posteriormente das outras pessoas significativas, de
professores e de colegas, um nível razoável de resposta positivas, no sentido de ser
apreciada, estimada, e ter seus dons pessoais admirados e valorizados. É dessa forma que a
criança, à medida que se desenvolve, vai adquirindo um sentimento de si mesma com
tonalidades positiva sentimento esse que vai acompanhá-la pelo resto da vida, e que pode
se constituir em fonte de coragem e crença nos seus recursos internos.
Na verdade, por uma série de razões, dificilmente, na vida de qualquer pessoa, as
coisas ocorrem dessa forma ótima, muitas vezes as crianças não se sentem admiradas
suficientemente pelos pais, e em conseqüência não desenvolvem esse sentimento positivo
de si mesmas. Todas as crianças estão sujeitas a essa possibilidade na dependência das
vicissitudes da sua vida, como pais imaturos, conflitos familiares, ambiente de privações, e
outras disfunções ambientais das mais diversas naturezas, e que não conseguiríamos aqui
enumerar todas elas.
Entretanto, não é difícil imaginar que as crianças que apresentam as características
do TDA/H estão muito mais propensas a esse tipo de respostas desfavoráveis do meio em
que vivem. Em especial, isso se dá porque na maioria das vezes o transtorno não é
identificado no inicio da vida e por essa criança são interpretados de forma desfavoráveis e
frequentemente a criança passa a ser alvo constante de críticas e punições. A criança
44
inquieta e impulsiva é frequentemente vista como mal-educada, teimosa, e submetida a
castigos mais vezes.
Evidentemente essa criança deve imaginar que seu comportamento é a causa das
mais respostas que recebe só que ela não tem um perfeito controle sobre seu
comportamento. Lembraremos que o TDA/H implica exatamente num déficit na
capacidade do autocontrole. O próprio fato da se perceber incapaz de controlar e dirigir
adequadamente seu comportamento já é um fator psicológico adicional capaz de
interiormente diminuir a imagem que se tem de si mesmo.
Não faltam parentes e vizinhos, e até mesmo profissionais de saúde, a garantir que a
questão é simplesmente de os pais não saberem dar limites, o que confirma e reforça essa
sensação de fracasso, pela qual a criança é tida como responsável voluntária.
Além da opinião desfavorável de si, feita pela própria criança, também não faltam
professores e colegas a proclamar a suposta inferioridade intelectual da criança que sofre
de dificuldade de concentração, esquecimento fácil, desorganização etc. os medos das
provas, a timidez, pode ser decorrências naturais dessa situação.
Falar simplesmente em baixa auto-estima pode parecer uma super simplificação do
problema vivido por essas crianças. Esse amor-próprio diminuído é apenas a ponta de um
icerbeg. Mais do que isso, a pessoa carrega dentro de si um sentimento de solidão, de
isolamento, por não se sentir entendida e até de não se entender claramente, de não fazer
parte desse mundo, além de sensações de vazio, inadequação, e falta de vitalidade e crença
em si mesma.
Dessa forma o caminho está pavimentado para uma vida psíquica de colorido
negativo, descrença, atencipação do fracasso, e uma resignação com metas discretas,
45
inferiores à real capacidade de pessoa. Não poucas vezes esses problemas associados ao
TDA/H tornam-se mais importantes e salientes que as próprias características nucleares do
transtorno (os sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade). Podemos inferir do
exposto acima que, mesmo sendo o TDA/H um transtorno de origem basicamente
neurobiológico, as influencias ambientais não podem deixar de ser consideradas relevantes,
e justificam a participação e o papel do psicólogo no atendimento da criança.
Crianças desatentas, sem hiperatividade, mais frequentemente meninas, costumam
ser consideradas como excessivamente tímidas, ou pouco capazes intelectualmente,
fazendo com que pais e professores as vejam como menos capazes que as demais. Como o
mundo é um espelho, a criança logo passa a fazer essa mesma idéia de si mesma e a reduzir
suas metas de vida.
Um outro aspecto do TDA/H é o controle deficiente das reações emocionais. Isso
quer dizer que uma criança com o transtorno pode apresentar reações emocionais súbitas,
inesperadas, mas que se caracterizam por passarem imediatamente. Assim, uma criança
dessas pode ter uma explosão de raiva, e no momento seguinte agir com o colega com
quem se irritou como se nada tivesse acontecendo um pouco antes. Essa é uma outra fonte
de interferência nas relações sociais dessas crianças.
46
Comorbidade
Vários estudos, de acordo com Rohde (2000, p. 9) têm demonstrado uma alta taxa
de comorbidade entre TDAH e abuso ou dependência de drogas na adolescência e,
principalmente, na idade adulta (9% a 40%).
Discute-se ainda se o TDAH, por si só, é um fator de risco para o abuso ou
dependência a drogas na adolescência. Sabe-se que é muito freqüente a comorbidade de
TDAH e transtorno de conduta, e que o transtorno de conduta associa-se claramente a
abuso/dependência a drogas. Dessa forma, é possível que o abuso/dependência a drogas
ocorra com mais freqüência num subgrupo de adolescentes com TDAH que apresentam
conjuntamente transtorno de conduta. Em outras palavras, o fator de risco não seria o
TDAH em si, mas sim a comorbidade com transtorno de conduta.Portanto, esta ainda é
uma questão de pesquisa em aberto.
As pesquisas mostram uma alta taxa de comorbidade entre o TDAH e os
transtornos disruptivos do comportamento (transtorno de conduta e transtorno opositor
desafiante), situada em torno de 30% a 50%. No nosso meio, Rohde et al. (1999)
encontraram uma taxa de comorbidade de 47,8% com transtornos disruptivos em
adolescentes com diagnóstico de TDAH. A taxa de comorbidade também é significativa
com as seguintes doenças:
a) depressão (15% a 20%);
b) transtornos de ansiedade (em torno de 25%);
c) transtornos da aprendizagem (10% a 25%).
47
ESTRATÉGIAS PARA A ESCOLA
A escola para beneficiar estas crianças, deverá estar o mais próximo possível dos
valores da família, deverá dar importância às mesmas coisas que os pais dão, enfim, ser
uma escola que complete a educação que o aluno recebe em casa. Escola esta que tenha a
preocupação com o desenvolvimento integral do aluno, em vez de uma que vise
determinado tipo de sucesso (acadêmico, artístico, esportivo). A escola que melhor atende
às necessidades dos portadores deste transtorno é aquela cuja preocupação maior está em
desenvolver o potencial especifico de cada aluno, em atender ás suas características únicas,
em perceber seus pontos fortes e tentar superar pontos fracos, porque estas crianças, com
certeza, precisarão muito mais de apoio e intervenção acadêmica do que os outros ditos
“normais”.
Para Dr Mattos (2002) ao escolher uma escola para uma criança com este transtorno, é
importante levar em consideração as seguintes características:
As escolas que levam em conta as diferenças individuais de aprendizagem e que
apresentam alguma possibilidade de adaptar o método de ensino às necessidades da
criança;
As escolas que utilizam critérios diversificados ao avaliar o aluno e que consideram
seus progressos individuais em vez de compará-lo à média da turma. A avaliação
de aquisição de conhecimentos é importante, mas não pode ser o único critério
utilizado;
48
Em geral, classes com poucos alunos permitem uma maior individualização das
atenções.
Devemos ter uma preocupação grande com a linha pedagógica que a escola oferece,
pois algumas linhas pedagógicas podem prejudicar ainda mais o desenvolvimento da
criança com TDA/H, como nos afirma Dr: Mattos (2001,p. 50):
O sistema educacional tradicional penaliza muito quem tem TDA/H, pois exige que os alunos permaneçam quietos (em geral sentados em carteiras desconfortáveis), que sempre sigam todas as regras, que mantenham a atenção por horas seguidas e que sejam avaliadas por provas monótonas e sem permissão para interrupções. Sem falar nas matérias chatíssimas e coisas sem sentido que nos ensinam nas escolas. O resultado disso são advertências constantes, desenvolvimento baixo, mesmo quando o aluno se esforçou. O importante não confundir incapacidade de fazer o correto com a falta de desejo de fazer o correto.
9.1 Estratégias para o professor
Efetuar uma verdadeira reflexão sobre educação implica o esforço de construir uma doutrina científica e de se livrar da falta de pontos de referência que caracteriza o imaginário .( MANNONI, 1973/ 1977, p. 44)
Quando a criança vai para escola, e desde o primeiro dia de aula apresenta-se
inquieta, tira os brinquedos do lugar, esparrama pelo chão quase sem usá-los, toma dos
colegas pega outro e outros, sem deter-se em nenhum, interrompe permanentemente a
professora, atrapalha as brincadeira de outras crianças, responde impulsivamente e de
forma exagerada aqueles que a molestam, seus companheiros de sala já começaram a evitá-
la, mesmo assim ela sempre termina chamando-os para pedir-lhes ajuda para algo que não
conseguiu completar sozinha etc. Esta criança pode ser portadora de transtorno de déficit
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de atenção/hiperatividade, se apresentar esse típico comportamento em casa, na escola e na
sociedade.
Partindo dessa observação, o primeiro passo que o professor deve tomar na
tentativa de solucionar os problemas é verificar o que realmente está acontecendo. Esta
primeira avaliação deve ser feita por um grupo dentro da escola, devendo-se levar em
consideração o comportamento do aluno em várias atividades e situações.
Depois, um encontro com os pais se faz necessário, no entanto qual a escola
transmite suas preocupações com o aluno e mostra as opções para um diagnóstico correto,
que talvez necessite avaliações de profissionais de outras áreas (saúde psicologia,
neurologia etc.). Os professores devem ter o cuidado de não diagnosticar, mas apenas
descrever o comportamento e o rendimento do aluno, propondo um possível curso de ação.
Uma vez determinado o problema o problema, se faz necessário o trabalho
multidisciplinar. Pais, professores, médico e terapeuta devem fazer um planejamento
quanto às estratégias e intervenções que serão implementadas para o atendimento desse
aluno (modificação do ambiente, adaptação do currículo, flexibilidade na realização e
apresentação de tarefas, adequação do tempo de atividades, administração e
acompanhamento de medicação se for o caso, etc.).
Quando começam a freqüentar a escola, crianças hiperativas tendem a vivenciar
uma ampla gama de problemas comportamentais e emocionais. Isto ocorre como
conseqüência da incapacidade de satisfazer as exigências da sala de aula, nas quais os
professores não têm o trabalho multidisciplinar acima citado. Esses problemas muitas
vezes se desenvolvem em respostas a fracassos freqüentes e repetidos. Como resposta, as
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crianças tornam-se deprimidas e retraídas, enquanto outras podem tornar-se irritadas e
agressivas.
De acordo com o Dr Goldstein na idade escolar, a criança hiperativa começa a ser
aventurar no mundo e já não tem a família para agir como um amortecedor. O
comportamento, antes aceito como engraçadinho ou imaturo, já não é mais tolerado. A
criança hiperativa que está no jardim de infância precisa agora aprender a lidar com as
regras, a estrutura e os limites de uma educação organizada, seu temperamento
simplesmente não se ajusta muito bem com as expectativas da escola. Rapidamente seu
comportamento ocupa uma porcentagem desproporcionalmente grande do tempo do
professor é frequentemente negativa e dirigida à criança por ela não estar fazendo o que
dela se espera.
Isto desintegra ainda mais a classe, pois existem muitas outras crianças que
prefeririam assistir a uma batalha entre o professor e a criança hiperativa do que
completar seu próprio trabalho. O professor deve ter consciência de que o
TDA/H limita a capacidade de aquisição da criança e sua atenção é menor frente
aos estímulos (GOLDSTEIN, 2003, p. 125).
Menor no que se refere ao tempo em que à criança fixa sua atenção aos estímulos, e
atenção é tudo, pois é a via de entrada de informações na vida intelectual da criança.
Sabendo que a memória é um problema para a criança com TDA/H, procure:
Ensinar a esta criança pequena coisas como cartões de lembrete;
Versos;
Rimas;
Parlendas;
Músicas;
Códigos;
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Trava-língua e outras dicas que servirão de estímulos para desenvolvê-lo a
memória;
Fazer de forma individual, adotando vários critérios e nunca compare o
desenvolvimento do hiperativo com o restante da turma.
Segundo Dr. Mattos,
... A memória em geral não é muito boa para quem tem TDA/H (mas isto não é uma regra). Se for o caso, ensine truques: sempre ler em voz alta, repetir o que leu nas partes mais importantes, resumir o que leu em voz alta e também por escrito, fazer lembretes em cartões. Relógios com alarmes também podem ser usados, mas apenas para coisas muitos especificas (como lembrar de tomar medicamento na hora do recreio ou de telefonar quando chega à casa do amigo) jamais use alarmes para marcar o tempo das tarefas. (2001, p.55).
Os professores que trabalham com crianças hiperativas enfrentam muitas
dificuldades, mas creio que um professor que aceita desafios vai também criar condições
para receber essa criança, vai usar dicas e buscar ajuda de outros profissionais, se
atualizarem no que se refere à TDA/H e principalmente fazer cumprir as regras decididas
em conjunto com a classe, porque essas crianças também precisam de limites, cobranças de
atitudes e muito carinho.
Para Dr. Mattos o professor ideal tem mais jogo de cintura criatividade para gerar
uma variedade de alternativa, avaliando qual delas funcionou melhor para aquela situação
em particular. Ou seja, ele tem que ser capaz de modificar as estratégias de ensino, de
modo a adequá-las ao estilo de aprendizagem e as necessidades da criança. Se ela aprende
matemática melhor como jogos, então o professor ideal será aquele que conseguir produzir
uma variedade de jogos matemáticos interessantes.
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O professor deverá entender bem o fato de a criança prestar atenção e se dedicar
apenas àquilo que interessa ou motiva. Essa é uma das características do transtorno que
mais facilmente se confunde com uma série de outras coisas, geralmente malvistas pelos
professores. Outro aspecto muito importante é saber distinguir incapacidade para atender
as regras (o caso do TDA/H) com falta de vontade de atender as regras (problemas
comportamentais). Às vezes, o TDA/H pode coexistir com problemas comportamentais, o
que complica as coisas.
Esse professor precisa estar consciente de seu papel como intermediador, ter bom senso
e pensar no desenvolvimento de seus alunos como uma recompensa do seu trabalho árduo.
Pois com certeza cós mesmos também serão avaliados por pais que acompanham o
trabalho de seus filhos e seus desenvolvimentos. O Dr. Mattos aponta algumas
recomendações de como os professores devem agir perante alunos hiperativos.
a. O professor deve manter a rotina constante e previsível: uma criança com TDA/H
necessita de um meio estruturado que tenha normas e regras claramente
estabelecidas e que estabeleça limites ao seu comportamento (pois ela tem
dificuldades de gerar sozinha essa estruturação e esse controle);
b. Professor deve evitar mudar de horários o tempo todo, tocar as regras do jogo no
que diz respeito às avaliações atividades e socializações (uma hora vale uma coisa,
outra hora vale outra);
c. Professor deve sempre deixar claro o que é esperado dos alunos desde o primeiro
dia, falando de maneira explícita. Alguns professores preferem e colocam as regras
por escrito em um cartaz no mural da sala, o qual é construído juntamente com os
alunos;
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d. O professor deve se expressar claramente, de modo conciso e, de preferência,
apresentar aquilo que está sendo dito também sob forma visual (slides, quadro
negro, pôsteres, figuras grandes), em função das dificuldades de manutenção da
atenção.
e. A criança com TDA/H necessita de um nível mais alto de estimulação para
produzir melhor, mas, se o estímulo for exagerado, ela irá tornar-se
superestimulada, o que é ruim. Assim embora as rotinas sejam necessárias, é
interessante eventualmente introduzir novidades, desde que isso seja feito com
preparo prévio (evite improvisações).
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Conclusão
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma síndrome
psiquiátrica de alta prevalência em crianças e adolescentes, apresentando critérios clínicos
operacionais bem estabelecidos para o seu diagnóstico. Modernamente, a síndrome é
subdividida em três tipos principais e apresenta uma alta taxa de comorbidades, em
especial com outros transtornos disruptivos do comportamento. O processo de avaliação
diagnóstica é abrangente,envolvendo necessariamente a coleta de dados com os pais, com a
criança e com a escola. O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla,
englobando intervenções psicossociais e psicofarmacológicas, sendo o metilfenidato a
medicação com maior comprovação de eficácia neste transtorno.
A desatenção, a impulsividade e a hiperatividade podem resultar de problemas na
vida dessas crianças e não necessariamente ser causada pelo déficit de atenção com
hiperatividade, principalmente quando apenas parte dos sintomas estão presentes ou
quando não se manifestam o tempo todo. O déficit de atenção se manifesta continuamente.
Uma criança que se comporte inadequadamente dentro das características citadas somente
em casa ou somente na escola possivelmente encontra problemas nesses locais e não
apresenta o transtorno de déficit de atenção. Sistemas educacionais inadequados e
problemas conjugais são as primeiras coisas a serem analisadas. Portanto, o contexto onde
a criança vive além dos sintomas devem sempre ser considerados para o diagnóstico.
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