Post on 01-Feb-2018
ANO 11- JUNHO DE 1988- N~ 13
Em .comemoração aos 90 anos -----do cinema brasileiro, o IBGE promoverá, de 25 de julho a 19 de agosto, no Rio, a mostra Quem não viu, verá. A programação começa em Mangueira, .... rti dia 25, com duas sessões diárias, apresentando A Queda, Chuvas de Verão, Se Segura Malandro, Gaijin, Deus e o Diabo na Terra do Sol, Lúcio Flávio, Tudo Bem e O Homem Que Virou Suco. Complementando, serão exibidos os curtas Meow e Superstição e os médias-metragens Fala Mangueira e Cinema e Futebol.
De 1 a 5 de agosto serão apresentados em Parada de Lucas, em única sessão, os vídeos Eles Não Usam Black-Tie, Gaijin, Bar Esperança, Lei/a Diniz e A Hora da Estrela.
e A mesma programação em vídeo será mostrada, em uma sessão diária, na Praça da Bandeira, de 8 a 12 de agosto, e no auditório da Sede, de 15 a 19 de agosto. Esta é uma oportunidade para assist!r aos filmes que você deixou de ver no cinema e para rever as grandes obras nacionais.
• DI: planos para 88 O Diretor de Informática, José Sant'Anna Bevilaqua, participou, em junho, no Chile, do Seminário Técnicas e Sistemas Generalizados para Processamento de Dados Estatísticos. No encontro, que reuniu representantes de todos os países latinos, foram discutidas as metodologias empregadas nesta área, inclusive no IBGE. Na página 3 estão as principais metas de sua gestão .
Fotos do Arquivo da Fundaç~o do Cinema Brasileiro
• SIAS responde O Diretor-Superintendente da SIAS, Paulo Brum, tira as principais dúvidas dos contribuintes sobre aposentadoria e assistência médica, incluindo a regularização da rede credenciada. Ele explica como são feitos os cálculos das suplementações. e reajustes e f ai~ sobre a implantação do novo sistema de atendimento aos servidores, por telefone, que está sendo desenvolvido. (Página 6)
• . Circo em promoção Julho é mês de férias escolares e de programação especial para a garotada. Por isso o IBGE está promovendo descontos em alguns espetáculos infantis como o Circo Hatary, na Praça XI, de quarta a domingo, e a peça Sementes de Um Novo Tempo, no Teatro do Grajaú Tênis Clube, aos sábados e domingos. Para participar dessa festa é só pegar as filipetas na Coordenadoria de Comunicação Social, na Sede.
, na area
administrativa Para agilizar a área administrativa do
IBGE, o Presidente Charles Mueller baixou resolução no dia 20 de junho determinando alterações de estrutura . A Superintendência de Administração, sem as atividades de Recursos Humanos, foi transformada em Superintendência de Recursos Financeiros, Materiais e Patrimoniais, assumindo as funções de orçamento anteriormente vinculadas à CPS e as do Núcleo de Auditoria Interna, antes ligadas à Presidência. O titular desta Superintendência é Homero Marciano Corrêa Júnior.
Na mesma resolução foi criada a Superintendência de Recursos Humanos, que desenvolverá as funções do Departamento de Recursos Humanos e do Serviço de Pessoal dos Quadros em Extinção, e ainda as funções da Gerência de Planejamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos - GEPLA e de Desenvolvimento Gerencial, anteriormente vinculadas à Presidência e à CPS, respectivamente . O exSuperintendente-Adjunto da extinta SUPAD, Miguel Mubárack Heluy, é o titular da Superintendência de Recursos Humanos recém-criada.
A Coordenadoria de Planejamento e Supervisão teve suas funções redefinidas e passou a denominar-se Coordenadoria de Planejamento, Organização e Controle, enquanto a Assessoria Técnica foi extinta a partir de 1? de julho, com as suas atribuições sendo exercidas por coordenadores, que serão designados de acordo com as necessidades de trabalho .
Na próxima edição do Jornal do IBGE apresentaremos uma entrevista com o Diretor-Geral, David Wu Tai, que está dando ênfase no seu trabalho às questões administrativas.
• IBGE em vídeo O IBGE assinou um convênio de cooperação técnica com a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (Funtevê) que prevê, entre outras coisas, a produção de vídeos, filmetes e spots sobre nossas pesquisas e estudos. O primeiro projeto é uin vídeo para treinamento dos recenseadores do Censo Experimental de Limeira, que começa em setembro. Maiores detalhes na próxima edição. ·
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EDITORIAL
A comemoração da Semana Nacional do Meio Ambiente deu ao IBGE a
oportunidade de revelar uma face que é pouco conhecida do público em geral. A de que não somos uma instituição voltada somente para os números.
A importância de projetos que viabilizem a utilização racional das matas está diretamente ligada à reversão da atual " " h guerra que o ornem trava com o meio ambiente. As florestas, por exemplo, são consideradas um obstáculo ao assentamento de elementos humanos. A impressão que se tem é a de que as matas são uma fronteira hostil que deve ser vencida. Como um Narciso às avessas, o homem não reconhece a própria imagem de sua sobrevivência, atrelada ao espaço que ocupa, nem o delicado mecanismo que o regula.
Nessa "guerra" com a natureza, os interesses econômicos estão em franca vantagem. Em dez anos os brasileiros derrubaram árvores em uma área equivalente à Irlanda, cujas florestas os ingleses levaram mais de um século para desmatar.
Já é tempo de afastarmos o orgulho de "sociedade civilizada" e procurarmos, humilde e respeitosamente, aprender com os índios, castanheiros e seringueiros a usar a floresta. As matas podem e devem ser rentáveis, mas, evidentemente, não o serão pela ótica da ganância. A fábula da galinha dos ovos de ouro pode ser recontada a partir de nosso relacionamento com o ambiente. Só temos a obrigação de alterar o final desta estória pelo bem das futuras gerações.
Presidente da República Joaé Sarney
Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento e CoordenaçAo Joio Batista de Abreu
Secret~rio-Geral
Ricardo Lulo Santiago
c,: FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATfSTICA - IBGE
Presidente: Charles Curt Mueller
Diretor-Geral: David Wu Tai
Diretor de Peequloao: Lenildo Fernandes Silva
Diretor de Geoctêncla•: Mauro Pereira de Mello
Diretor de lnlonnitlca: JoS<! Sant' Anna Bevilaqua
JORNAL DO IBGE
ANO 11- JUNHO DE 1988 - N!' 13
Publicaçilo mensal destinada aos fu"cion~rios do IBGE Editado pela Coordenadoria de Comunicação Social - Avenida Frankhn Rooseveh, 194-9? andar- Rio de Janeiro- Te i.: (021} 220-1222
Editora Reoponeivel: Shirley Soares (Reg. n? 12.466 MT-RJ}
Edltorla e Redaçlo: Sheila Riera e Francisco Alchome
Reportagem: Marco Santos
Equipe de Apolo: F~tima Santos e Robson Waldhelm
Publicidade: Tereza Cristina Millions (Responsável}
Programaçlo GriRco-Edltorlal: Ger~ncia de Editoração
Fotocomposlçlo, Jmpresolo e Clrculaçlo: Centro de Documentação e Disseminação de Informações - CDDI/Oepartamento de Produção GrA!ica e Ger~ncia de Marketlng.
Tiragem: 16.200 exemplares
Permitida a transcrição total ou parcial de maMria publicada no Jornal do IBGE, desde que citada a fonte.
TRAÇO LIVRE
Colaboração de Marco Santos, da CCS
Imigrantes
Manoel Antonio Soares Cunha, Coordenador do Censo Agropecuário, diz da sua emoção pelo artigo Obrigado, por terem vindo!
Ao receber o Jornal do IBGE referente ao mês de abril ' deparei-me, na página 8, com ~ bela e bem feita matéria sobre imigrantes. Como também sou filho de imigrantes ( ... ), passoume pela lembrança a vida de meus pais e dos meus irmãos, a nossa longa caminhada e a plena integração na sociedade brasileira.
( ... )Resolvi dirigir-me à editora responsável, parabenizando-a (e a sua equipe), pedindo-lhe licença para fazer um pequeno histórico da minha família( ... ).
Meu pai era português, natural de Cinfães do Douro ( . .. ) , tendo imigrado para o Brasil (Pará) no fim do século passado ( ... ), e em 1908 veio para o Rio, onde passou a trabalhar no comércio de carvão vegetaL ( ... ) Minha mãe, (. .. ) nascida na Ilha Terceira, Arquipélago dos Açores, sem perspectiva de um melhor futuro, junto com o seu irmão gêmeo e outra irmã, imigrou direto para o Rio ( ... ) para trabalhar como doméstica na casa da família Goulart. ( ... ) Meu pai a conheceu em 1918 ( ... ),casaram-se e tive-ram sete filhos.
Todo imigrante (. .. ) acalenta sempre o sonho de voltar a sua origem. ( ... ) Meu pai não fugiu a esta sina. (. .. ) Regressou a Portugal em 1931. Apesar do conceito e posses de meu pai, minha mãe não se conformava em ver sua filha ma)s velha sem possibilidade de prosseguir nos estudos e temia pelo futuro dos filhos. ( ... ) Em 1934, resolveram pelo nosso regresso ao BrasiL
(. .. ) Agora, quando vejo nos noticiários que inúmeros descendentes de estrangeiros ( ... ) estão
JORNAL DO IBGE Junho de 1988
imigrando para a Europa, fico triste e até revoltado. Repudiar a terra que acolheu nossos progenitores, que para cá vieram em busca de oportunidades para seus descendentes, não me parece uma atitude correta e coerente com o nosso passado e a nossa história.
Festas e jecas
Celeste Maria Tavares, do Setor de Documentação e Dis· seminação da Unidade Regional da Bahia, adora São João e os aspectos religiosos e típicos das festas juninas. E envia uma sugestão:
( ... ) A Bahia inteira se anima para os festejos do santo. Em Salvador, a abertura das comemorações é feita no Parque de Exposições com o já famoso "Arraiá da Capitá", organizado por empresas baianas. ( ... ) Seguem-se forrós por toda a parte da cidade ( ... ), danças de quadrilhas para todas as idades. (. .. ) Mais felizes são aqueles que vão em busca do São João na roça. (. .. ) Danças folclóricas, comidas típicas, licores diversos, sobretudo o tradicional jenipapo, o calor das fogueiras, que são puladas por pessoas de mãos dadas, "os cumpades e cumades", e trajes caipiras: chapéu de palha, blusa de quadros, calças remendadas, bigode e costeletas postiços, e, para as mulheres, "maria-chiquinha" e saias rodadas.
A Unidade Regional da Bahia anseia, a cada ano, receber no dia 23 o salário de junho para
que todos os funcionários ligados ao interior o levem no bolso para o seu município.
Será que o santo tão comemorado irá operar esse milagre no próximo ano?
Elogio e reflexão
Ruy Wagner da Silva, assessor do titular da Unidade Regional de Sergipe, cumprimenta o IBGE no seu 52'! ani· versário com um trabalho intitulado: Panegírico ao IBGE.
( ... ) Nesta data solene ( ... ) , a família ibgeana em profunda contrição e genuflexa, agradece a Deus o dom da vida, oh! graça especial!( ... ) Homens e mulheres resolutos, despidos do menor egoísmo, se congraçam ( ... ) com o pensamento voltado para o Alto ( ... ) e oram com fervor, ( ... ) numa incontida prece de súplica pela perenidade de nossa Unidade-Maior, como um todo indivisível da família ibgeana.
( ... ) Da comunhão harmônica de nossos atos, da felicidade e bem-estar de cada um de nós, depende a integridade, a felicidade da Instituição. Cada ibgeano é uma célula viva que se conjuga na formação de cada Unidade -Regional e órgãos afins. ( ... ) São decorridos 52 anos que homens como Macedo Soares, (. .. ) Jua-rez Távora( ... ) e Teixeira de Frei-tas( ... ) assentaram a pedra angu-lar da estatística no País em 1936. ( ... ) De então para cá, o IBGE não parou de crescer, lan-çou raízes e se firmou alémfronteiras, no conceito das nações civilizadas. Valeu o traba-lho, a perseverança desses espíri-tos abnegados ( ... ) com o pensamento voltado para a grandeza do Brasil.
Nossas congratulações ao Presidente Charles Curt Mueller pela data tão significativa e, por seu intermédio, saudamos a comunidade ibgeana do Brasil inteiro. ( ... ) O nosso respeito e admiração póstumos àqueles bravos que já A se foram, cujos nomes permane- W cerão gravados no panteão de nossas lembranças pelo trabalho edificante que fizeram pelo IBGE e pelo Brasil.
Que a mão segura de Deus conduza a nossa Instituição para um destino feliz pelos tempos afora e, de nossos corações, clamemos, em uníssono,
IBGE, ad gloriam!
JqRNAL DO IBGE- Junho de 1988 Página 3
Até 1990 o IBGE deverá estar informatizado
O novo Diretor de Informática é José Sant'Anna Bevilaqua, 37 anos, gaúcho de ljuí, formado em Economia, com curso de mestrado em Pesquisa Operacional da COPPE - UFRJ. Trabalha em informática há 20 anos e para o IBGE veio em 1983.
Jl - Há muitos problemas na DI?
JB - Na DI existem os mesmos problemas que ocorrem em qualquer área que trabalha com tecnologia de ponta. Existe uma necessidade de atualização técnica. Numa instituição pública, hoje, isso é difícil. A obtenção constante de recursos que permitam essa atualização técnica é um problema muito sério. Isto significa manter uma equipe permanentemente treinada em novas tecnologias, o que nem sempre é possível. Jl- O IBGE está informatizado? JB -Temos um centro de processa
mento de dados dotado de uma excelente quantidade de recursos na área de informática. Agora, em termos de informatização, o IBGE está apenas entrando nessa nova era.
Jl - Quais são seus planos para o Diretoria de Informática?
JB - A idéia é dar continuidade ao projeto técnico da informática dentro do IBGE. Estou falando especificamen-e te de descentralização operacional e de informatização do usuário. São duas diretrizes que devem ser seguidas. No tocante a prioridades, a idéia da atual administração é o resgate da produção estatística com a conclusão do Censo de 1985 e todo o trabalho de preparação para o Recenseamento Geral de 1990.
JI - Em que consiste essa descentralização, o que é possível fazer?
JB - O modelo consiste na transferência da produção estatística para o nível regional. A Sede, neste modelo, entra como normalizador, controlador e a~J.egador das informações produzidas, ou seja, opera o Banco de Dados.
JI - Em que locais? JB - Hoje temos São Paulo, Paraná
além dos estados pioneiros do Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Santa Catarina, e estamos começando agora com Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Santa Catarina, Espírito Santo e Rio Grande do Norte participaram da primeira fase . Já São Paulo fez parte da segunda, com um aparato de equipamentos um pouco maior. Isto permitiu dar início à segunda fase do projeto,
Bevilaqua: nossa intenção é fazer a informatização do usuário através da microinformática.
que é a informatização das Unidades Regionais e está servindo de modelo para a expansão das demais.
Jl - Ela já está colocando na prática, por exemplo, os dados coletados para os índices de preços?
JB - Eles são codificados e digitados em São Paulo e vêm para cá por teleprocessamento . Quando este trabalho é concluído na UR o minicomputador de São Paulo entra em conexão com o de grande porte instalado em Mangueira, no Rio, transmitindo, então, o resultado. No Censo Experimental de Limeira, a nossa intenção é dar um salto qualitativo nesse processo, tentando obter o arquivo final na própria Agência de Limeira, com um equipamento que vai ser instalado exclusivamente para esse fim.
JI - Seria possível, então, que os dados do Censo de Limeira já fossem todos digitados lá?
JB - Isso certamente vai acontecer. E será possível produzir uma sinopse a partir da própria Agência de Limeira. Se esse modelo for aprovado, será adotado em todas as UR para o Censo de 1990.
JI - Em quanto tempo isso pode ser implantado nas UR?
JB - A perspectiva é de que até o final do Recenseamento de 1990 todas as UR estejam informatizadas. Para este Censo nós estamos incluindo minicomputadores para todas as Unidades Regionais. O que é interessante neste modelo é que, mesmo sendo um equipamento de pequeno porte, a facilidade
de conexão que ele tem faz com que tenha toda a capacidade e p9tência de um equipamento de grande porte, quando isto é necessário. De uma forma bem simples, o dado vem ao Rio de Janeiro, é processado e retoma à origem praticamente sem que a UR perceba a mudança de ambiente de processamento, porque isso se dá através de uma conexão de máquina com máquina.
JI - Essa informatização das Unidades Regionais vai beneficiar também o usuário, facilitando o acesso aos dados do IBGE na própria UR?
JB - Essa é a terceira fase desse modelo de informatização. Ela vem associada a um outro projeto que a DI e o CDDI estão desenvolvendo, que é o projeto de disseminação eletrônica de dados. O IBGE é o maior banco de dados sobre o Brasil. E uma parte desses dados, hoje, está disponível numa base de dados computadorizada. Já existem alguns sistemas para que se faça a disseminação, desde que você tenha equipamento, um terminal, por exemplo, que permita o acesso à base. Se a UR dispõe de um equipamento de processamento de dados, ela tem, automaticamente, acesso à base.
JI - Essa idéia de descentralizar abrange também as pesquisas?
JB - A gente usa o iermo no sentido da descentralização da operação da Instituição. No IBGE, hoje, nós temos as UR como responsáveis pela coleta de dados e a Sede como responsável
pela produção de estatísticas. A Unidade Regional vai ao campo com o questionário, preenche, envelopa e manda para a Sede, que faz todo o processamento do dado estatístico. O que nós estamos fazendo é transferir parte desta função operacional da produção estatística para as UR.
JI - E a capacitação do usuário interno, do técnico?
JB - A nossa idéia é fazer a informatização do u~;uário através da microinformática. E nossa intenção colocar a informática como ferramenta do seu dia-a-dia, sem ter que transformá-lo num "informata", que é uma coisa importante também.
s JI - E as pessoas estão sendo ~ preparadas para isso? g JB - A Gerência de Informática ] (GEINF) está adotando uma nova pos~ tura em termos de treinamento e se-
leção de software aplicativo para uso da Instituição. A nova orientação consiste em disseminar o uso de softwares aplicativos utilizáveis sem necessitarem de uma programação específica. Essa abordagem na área de capacitação vai envolver, na realidade, toda uma mudança dentro da Instituição.
Jl - Isto pode ser a curto ou a médio prazo?
JB - A curto prazo. JI - Então o técnico que quiser
um cruzamento de dados para chegar a outras conclusões não vai mais depender de um funcionário da DI?
JB - Bem, o trabalho que a DI desenvolve visa a empregar o profissional de informática no processo de construção do Banco de Dados. Pretendemos que o usuário possa chegar a este Banco, fazer seus cruzamentos, sem necessitar de um analista. E o que é mais importante, sem ter que se transformar num especialista de informática. Para isto precisaremos evoluir nos recursos técnicos empregados para permitir, por exemplo, a rápida e fácil construção de um mapa temático.
Jl - Haverá um treinamento? JB - Um treinamento básico certa
mente terá que ser feito. Mas é importante que o usuário continue técnico na sua área de competência. A informática tem que estar à disp<::>sição dele, ele não tem que se preocupar com ela para executar a sua tarefa. O esforço técnico da DI, hoje, é nesse sentido. Mas sendo um projeto técnico complexo não pode ser feito da noite para o dia . Será feito aos poucos.
CoraçfJes na fogueira
Para viver um grande amor I n~ ... u nn F r:- !i i, m In . m v
Dos afetos e desafetos
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tirando dúvidas Reclamações freqúentes dos par
ticipantes da Sociedade lbegeana de Assistência e Seguridade -SlAS levaram o Jornal do IBGE a ouvir o diretor-superintendente daquela entidade, Paulo Brum, que esclareceu as questões mais polêmicas .
Um dos pontos de maior preocupação dos funcionários se refere à assistência médica . Em alguns estados, médicos credenciados vinham se recusando a atender os servidores e não aceitavam o plano SIAS. Paulo Brum explica o que ocorreu:
- Em agosto de 1987, a SIAS se viu obrigada a rescindir o seu contrato com a METHODUS (Consórcio Golden-Amil) , que condicionava a continuidade das prestações de serviços a preços não compatíveis com os recursos disponíveis. Por essa razão, passamos, a partir de setembro de 87, a gerir diretamente o nosso plano de saúde, com apoio operacional da HOSPITAL, empresa especializada no acompanhamento e controle de planos dessa natureza .
Segundo ele, depois da mudança surgiram dificuldades iniciais relacionadas com o estabelecimento da rede credenciada. Para acelerar o processo, a SlAS comunicou aos médicos, hospitais e entidades anteriormente vinculados à METHODUS, que continuava a considerá-los credenciados, caso não se manifestassem contra . De lá para cá foram feitos os acertos necessários, objetivando a regularização da rede credenciada . Assim, os manuais do MED-SlAS estão sendo revistos e melhora
rações sobre as quais tenham incidido as contribuições do participan
te . Até 1985, essa média era estabelecida com base nas 12 últimas remunerações, sem qualquer tipo de correção. Com o crescimento da
inflação, a renda da aposentadoria ficava muito defasada em relação ao salário. A SlAS passou, então, a adotar a média das 36 últimas re-
muneraç~es, corrigidas as 24 primeiras, mediante a aplicação de fatores estabelecidos pela Previdência Social. Além disso, as gratifi-
cações e horas extras foram integradas no cálculo, aumentando o valor das suplementações.
Paulo Brum lembra, ainda, que a
renda global (INPS + SIAS) não
vas matemáticas que garantam a manutenção dos benefícios já concedidos e dos que vierem a ser concedidos no futuro .
- Durante 1987, cerca de 34% das contribuições recolhidas foram gastas no pagamento de suplementações . Como se trata de uma taxa
crescente , dado o "envelhecimento" dos quadros de empregados, dentro de mais alguns anos a despesa ultrapassará o montante anual
de contribuições, passando a ser atendida, também, pelas reservas matemáticas constituídas.
Ele ressalta que , por força do re
gulamento da SIAS, as suplementações são reajustadas na mesma época e proporção das correções
de aposentadorias do INPS. E lembra que em março de 88 as suplementações foram aumentadas em 89,9%, contra uma taxa de 49,86% atribuída aos empregados ativos. "Além disso, os benefícios previdenciários ainda estão sendo reajustados pela URP."
Representantes
dos. Os atendimentos do Paulo Brum: "Bene/fclos corrigidos pela URP" ..
Os funcionários têm reclamado, também, das representações da SIAS, que dificilmente esclarecem as dúvidas dos servidores. Segundo Paulo Brum, os representantes no Rio e nas Unidades Regionais , em geral de bom nível e de dedicação inquestionável , estão habilitados a responder questões de rotina . Já as mais complexas, como o cálculo de suplementações, dependem de dados somente disponíveis
programa se normalizaram a partir do fim do ano passado, quando os índices de atendimento se igualaram aos da METHODUS.
Aposentadoria
O pouco conhecimento do plano de aposentádoria leva muitos parti
cipantes da SIAS a acharem que a suplementação de salário recebida é menor do que aquela que eles esperavam . O diretor-superinten
dente explica como são feitos esses cákulos:
- As suplementações correspondero à diferença apurada entre
o valor da aposentadoria concedida pelo INPS e a média das remune-
está tão distante da renda lfquida recebida em atividade . Segundo ele, as reclamações dos aposenta
dos se referem, principalmente, às dife~enças decorrentes das correções de curvas e revisões das tabelas salariais dos ativos, feitas após
a aposentadoria . E frisa que, "diante das características do atual plano de benefícios e do respectivo plano de custeio, que não podem ser alte
rados por ordem do governo federal, a SlAS está impedida , no momento , de fazer essa equiparação" .
O diretor-superintendente acres
centa que as contribuições do IBGE por funcionário (9,8% do salário) e dos participantes (3, 7% em média) se destinam à constituição de reser-
na sede da SIAS .
Atenta a esse problema, a SIAS tem procurado mélhorar o atendimento, simplificando os procedi
mentos, além de promover o treinamento e a reciclagem dos funcionários. Paulo Brum diz que se encontra em desenvolvimento um
sistema informatizado acoplado a telefone com toda a regulamentação nas áreas de benefícios e serviços assistenciais . E ressalta:
- Não se deve , no entanto , es
quecer a recente edição do Manual do Participante , distribuído a todos
os associados, cujo objetivo é, exa
tamente, tirar dúvidas e orientá-los sobre as condições dos planos e be
nefícios da SIAS.
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JORNAL DO IBGE- Junho de 1988
IBGE na ·Feira de Ribeirão Preto
Representado pela Unidade Regional de São Paulo, o IBGE participou da 11 Feira Nacional da Casa, Habitação e Construção realizada em Ribeirão Preto, entre os dias 7 e 12 de junho. No stand do IBGE foi instalado um microcomputador, que através de um programa mostrava as diversas etapas das principais pesquisas desenvolvidas pela Instituição.
Paralelamente à Feira, aconteceu no dia 9 de junho o 11 Ciclo de Estudos da
Construção e Habitação, quando foram proferidas duas palestras sobre o Siste!l'la Nacional de Pesquisas e Custos e lndices da Construção Civil - Sinapi. Uma pelo técnico da Diretoria de Pesquisas, Pedro Luís de Souza, e outra pela Coordenadora do Sistema em São Paulo, Aurora Takenaka. Em linhas gerais, Pedro de Souza falou também sobre as pesquisas do IBGE e os meios pelos quais os usuários têm acesso a essas informações.
PELO BRASIL AFORA
O titular da Unidade Regional de Rondônia, Gerino Alves da Silva Filho, reuniu-se no dia 2 de junho com o Governador Jerônimo Santana para prestar informações cartográficas, geográficas e populacionais sobre os projetos de emancipação dos oito novos municípios do estado. O governador ficou de sancionar a Lei de Criação dos Municípios de Cabixi, São Miguel do Guaporé e Vila Nova do Mamoré.
A convite do deputado estadual Reditário Casso!, Gerino compareceu, dia 19, à solenidade de entrega da Lei de Emancipação do novo Município de São Miguel do Guaporé, presidida pelo governador do estado.
Os Agentes de Coleta da Unidade RegioMal de Roraima, enfrentando sol e chuva Worte , terminaram a Pesquisa de Assistência
Médico-Sanitária referente a 1987 e a primeira listagem da PNAD/88. O titular da Unidade, José Maria dos Santos Serrão, reconhecendo o espírito de luta dos funcionários, cumprimenta-os pelo árduo trabalho e eficiente desempenho.
Com o objetivo de proporcionar aos funcionários da Unidade Regional do Amapá o aperfeiçoamento dos conhecimentos da Língua Portuguesa, foi iniciada em 1 ~de junho uma série de cursos dinâmicos. Atualização Gramatical, Relações lnterpessoais no Trabalho, Técnicas de Dinâmica de Grupo e Relações Humanas foram os principais temas abordados.
O estatístico Raimundo Mariano Garcia é o novo titular da Unidade Regional do Amazonas.
Já está implantado e funcionando, a todo vapor, o trabalho de atualização de listagem da PNAD/88 na Unidade, que abrange, além de Manaus, vários municípios como Benjamin Constant, Boca do Acre, Itacoatiara, Manacapuru, Novo Airão e Parintins. Participaram do trabalho um coordenador, dois supervisores e 14 pesquisadores, além dos Agentes de Coleta daquele estado.
Atendendo à Resolução PR-30/88, foram extintas as Agências de Coleta dos Municípios de Borba, Coari, Carauari, Lábrea, Manicoré e São Gabriel da Cachoeira. A mesma Resolução, no entanto, criou as Agências de Boca do Acre e Humaitá, localizadas nas zonas fisiográficas dos rios Purus e Madeira.
A Unidade Regional do Pará realizou dois encontros no mês de junho. O primeiro, nos dias 20 e 21, reuniu todos os coordenadores das Estatísticas Agropecuárias da Região Norte para discutir os problemas característicos da região. Já no dia 22, houve o Encontro de Análise do Sistema de Acompanhamento de Safras no Estado do Pará, onde foram debatidos assuntos relativos à previsão de safras.
O Setor de Desenvolvimento e Assistência ao Empregado da Unidade Regional do Ceará realizou durante o mês de junho o curso de Relações Humanas no Trabalho. Com uma carga horária de 40 horas/ aula e dirigido a 48 funcionários das áreas técnica e administrativa, foi ministrado pelo Professor Alvisto Skaffe Sobrinho.
Ainda no Ceará, o Departamento Regional de Geociências - DRG - concluiu a determinação das altitudes de precisão em todas as sedes municipais, desde o Estado dé Sergipe até o Ceará, totalizando 701 cidades. Atualmente, esse projeto denominado ALSEM está sendo executado na Bahia e no Piauí, com término previsto para o final do ano .
Neste trabalho foi constatado que a cidade mais alta daqueles estados é Triunfo, em Pernambuco, cuja altitude é igual a 1.004 metros.
Interessada na qualificação técnica de seu pessoal, a Unidade Regional de Alagoas promoveu o Curso de Relações Humanas no Trabalho, em convênio com o SENAC. A finalidade do curso foi proporcionar aos participantes maior integração nas relações
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Um terminal de vídeo mostrou as principais pesquisas do IBGE.
interpessoais, possibilitando assim melhor ajustamento social. A programação foi feita em etapas, de acordo com as necessidades levantadas em cada setor de trabalho. A primeira etapa começou no dia 13 de junho, no auditório do SENAC.
O Setor de Documentação e Disseminação da Unidade Regional de Pernambuco está desenvolvendo um programa de divulgação das publicações do IBGE através de visitas às bibliotecas das universidades . A iniciativa tem tido boa acolhida junto a professores , alunos e responsáveis pelas bibliotecas.
E falando de iniciativa, a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição foi introduzida em termos de projeto-piloto, em Caruaru. Os técnicos Alberto Luiz e Carlos Grille foram responsáveis pelo treinamento aos entrevistadores, durante uma semana (de 7 a 14 de junho). Na aula' inaugural, estiveram presentes o Gerente de Pesquisas, Democlacides Bezerra de Melo, o coordenador Paulo Galvão e funcionários da Agência Caruaru.
Uma missa em ação de graças foi a comemoração que marcou os 52 anos do IBGE na Unidade Regional de Goiás . Na oportunidade, o Padre Raimundo - já conhecido como padre do IBGE pelas inúmeras vezes que participou dessa comemoração - ressaltou em seu sermão a importância da Instituição, relembrando fatos ligados aos idealizadores do IBGE, como Teixeira de Freitas.
Os Professores Geraldo Magela de Morcerf e Raimundo Costa, da Unidade Regional de Minas Gerais, representaram o IBGE na X Reunião Regional de Estatfstica realizada na Escola de Estatística da UFMG .
Já o Setor de Base Operacional da Unidade Regional mineira recebeu da Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa 136 processos relativos à criação de . novas unidades políticoadministrativas.
A Unidade Regional do Rio de Janeiro foi escolhida para promover o Teste Piloto da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição - PNSN, que teve início em junho. A pesquisa faz parte do convênio firmado entre o IBGE, o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição - INAN e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- IPEA. O teste inicial abrangerá a área urbana e rural do Município de ltaboraí.
Visando ao aperfeiçoamento de seus funcionários, a Unidade Regional do Paraná promoveu no mês de junho os cursos de Liderança Administrativa e Elementos de Administração, que contaram com a participação de 66 servidores. Paralelo aos cursos houve ainda um ciclo de palestras sobre higienização e profilaxia bucal, apresentado pelo dentista da Unidade Regional e ilustrada com uma série de slides .
Equipe de Apoio nas Unidades Regia· nais: Dante Chaves - RJ: Claudionora de Paiva - AC: Alcemir de Carvalho - AM; José Jirino de Santana - AL; Djalma de Almeida - AP; Celeste Moreira - BA; Roberto Aragão - CE: Claro de Marcelo - DF; Sebastião de Mato - GO; João Monteiro Filho -MA; Tereza Nogueira - MT: Benedito Azamor Filho - MS: Cide Antônio Fonseca - MG; Tamar Martins - ES: Cláudia Hortides - PA; Afonso Biali - PR: Hélio Caldas - PB; Vicente da Silva - PE; Pedro de Oliveira - Pl: Maria Ednaide de Oliveira - RN; Paulo Seben - RS; Maria do Socorro Costa - RO; José Monteiro da Silva -RR; Vera Lúcia de Souza - SC; Gui lherme Bittencourt - SP; e Ruy Régis -SE.
Página 8 JORNAL DO IBGE - Junho de 1988
Meio Ambiente
IBGE em campo No I Simpósio sobre
Recursos Naturais e Meio Ambiente, realizado em Mangueira, o diretor de
Geociências, Mauro Mello, falou sobre os trabalhos que
o IBGE vem desenvolvendo na área ambiental,
destacando-se os projetos ~acrozonea10ento
GeoalDblental do Estado do ~ato Grosso do Sul, o
Estudo Integrado de Recursos Naturais elD Áreas
Específicas do Progra10a j
Ocupação ordenada O Pantanal Mato-Grossense é, certamen
te, um dos mais belos recantos do Brasil. No entanto, nos últimos anos, o Pantanal tem aparecido nos jornais muito mais como área onde a ecologia é constantemente agredida do que pelo potencial turístico que a região desperta.
A Secretaria de Planejamento e Coordenação - Seplan e o governo do Mato Grosso do Sul, preocupados com a utilização que essa área vem tendo e interessados em um diagnóstico sobre as potencialidades de .2 todo o estado, encomendaram ao IBGE o ~ projeto Macrozoneamento Geoambienta/ ê do Estado do Mato Grosso do Sul. i:
O objetivo deste trabalho é avaliar os recursos naturais desta unidade da federação, qualificando-os, quantificando-os e, posteriormente, fazendo uma análise para aproveitamento racional dos recursos e para uma ocupação territorial ordenada.
O coordenador do projeto é o engenheiro agrônomo Zebino Amaral Filho, do DRG de Goiás. Segundo ele, o Mato Grosso do Sul tem 97,2% de sua área total com possibilidade de aproveitamento de terras aptas a usos diversos, como lavoura, indústria, exploração mineral e florestal e atividades pastoris.
- O Pantanal, por exemplo, apresenta potencialidades peculiares que o tornam uma macrorregião sem similar no País. A melhor opção de utilização é, sem dúvida. o aproveitamento racional de suas caracterfsticas
Zebino Filho: Potencialidades do estado.
naturais, destacando-se as pastagens naturais, a pesca e o turismo- afirma Zebino.
A aplicabilidade desse projeto será no sentido da indicação, entre outras possibilidades, de áreas adequadas a pesquisas, definição de áreas de relevo favoráveis à implantação de rodovias, levantamento de sítios que propiciem a implantação de rodovias, levantamento de áreas próprias à implantação de usinas hidrelétricas, além de fornecer subsídios que permitam à iniciativa privada reconhecer as oportunidades de investimento no estado.
Zebino diz ainda que o trabalho está praticamente concluído e que a curto prazo ele propiciará a elaboração de projetos especfficos, visando a uma ocupação territorial ordenada.
Proteção aos povos da floresta ' Não se trata de fadas e gnomos. Ou dos
mitológicos duendes das matas. Os "povos da floresta" são, como se autodenominam, os seringueiros, as famílias que vivem da extração da castanha, de plantas medicinais e de sementes oleaginosas, além, é claro, dos índios.
No interesse da preservação destes agrupamentos sócio-econômicos e das fontes naturais de onde tiram a subsistência é que foi criado o projeto Proteção do Meio Ambiente e das Comunidades Indígenas -PMACI. Este projeto se refere à elaboração de um documento que tem por objetivo diagnosticar e avaliar as conseqüências do asfaltamento da rodovia BR-364 no trecho Porto Velho-Rio Branco. Tal diagnóstico, que foi entregue no fim de abril, atende ao convênio firmado entre o Banco lnteramericano de Desenvolvimento - BID e instituições federais, como o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário - Mi-
rad, Funai, Secretaria Especial do Meio Ambiente- SEMA, IBDF, além do próprio IBGE.
Degradação do solo
Tereza Cardoso da Silva, geógrafa <\<> Departamento Regional de Geociências -DRG, da Bahia, é a coordenadora técnica do projeto. Ela descreve as conseqüências do asfaltamento, que vão desde o desmatamento até a migração de pessoas que buscam terras ao longo da estrada, além do surgimento de reservatórios e poças de água que acabam por servir para a proliferação de mosquitos transmissores de malária. E adverte :
- Hoje estão desmatando a selva amazônica para explorar a pecuária e o comércio de madeiras nobres. O número de serrarias que vêm sendo instaladas é alarmante. Além disso, as terras de lá não são apropriadas para a criação extensiva de ga-
Explorar sem agredir Como explorar "uma montanha de ferro"
e implantar um complexo siderúrgico em uma área tradicionalmente agrícola com cerca de 340 mil pessoas? Para minimizar os impactos que um megaprojeto como Carajás certamente trará àquela comunidade, especialmente em Marabá, Parauapebas e Curionópolis, no Pará, e Santa Inês, Pindaré-Mirim, Santa Luzia e Vitorino Freire, no Maranhão, foi instituído o Estudo Integrado de Recursos Naturais em Áreas Específicas do Programa Carajás.
De acordo com a coordenadora técnica do projeto, a geógrafa Antônia Maria Ferreira, do Derna, a área vem sendo ocupada e explorada de maneira desordenada.
- Haverá problemas, se não for feito um reordenamento espacial nessas áreas, aproveitando o potencial da região e das pessoas que lá vivem .
Antônia defende a revalorização das vocações históricas e ambientais dessa região, adequando a estrutura fundiária que foi deslocada para esta área.
-Temos que conviver com o fato de que toda aquela região será transformada em produtora de riquezas. O nosso trabalho será estudar qual a melhor forma de exploração, atenuando as agressões ao ambiente e aos hábitos do povo de lá, proporcionando melhoria na qualidade de vida da comunidade .
Grande Carajás e o projeto de Proteção do ~eio A10blente e das CoiDunidades Indígenas P~ACI. Estes trabalhos reúnem técnicos multidisciplinares do IBGE e foram encomendados por instituições como o Banco lnteramericano de Desenvolvimento - BID, Secretaria de Planejamento e Coordenação - Seplan e o governo do Mato Grosso do Sul, entre outros órgãos.
Além do diagnóstico, o projeto pretende apresentar soluções para os problemas gerados pela implantação do Programa Carajás, que foram discutidas em reuniões com representantes dos sindicatos da região, proprietários de terras, prefeitos e junto às próprias comunidades locais.
Participaram do projeto, sob a coordenação da Secretaria Executiva do GrandePrograma Carajás/Seplan, além do IBGE, técnicos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal- IBDF, da Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente -FEEMA, do Centro de Pesquisas de Recur-sos Minerais e do Departamento Nacional da Produção Mineral. O prazo previsto para a entrega do relatório final é 15 de agosto.
PMACI, lotado no Derna, afirmou que a Secretaria de Planejamento - Seplan e os governos estaduais das áreas cobertas pelo projeto- Acre, especialmente, Rondônia e Amazonas - estão engajados na execução do plano de ação. E salientou:
~ - A implantação do projeto está estimaw da em 12 anos, envolvendo recursos da or
dem de 10 milhões de dólares.
do. O próprio-gado, que levam para lá, acaba não se adaptando.
A geógrafa alertou para o fato de que, pelas próprias características daquele solo, as pastagens não se desenvolvem e o resultado é a degradação do solo pela erosão: "Aí não se tem o pasto nem a floresta, que nunca se regenera".
O governo brasileiro tem o compromisso assumido com o BID de desenvolver as ações recomendadas pelo projeto. Ailton Baptista de Oliveira, gerente do projeto
Tereza e Ailton acrescentam que os próprios seringueiros lutam pela criação de reservas extrativistas. Estes fizeram uma proposta ao governo, com a assessoria de técnicos especializados, no sentido de serem criadas várias reservas em locais previamente indicados e que o próprio projeto aprovou, tendo sido incluídas no plano de ação imediata quatro dessas áreas, para criação de assentamentos extrativistas. O PMACI indicou, também, a criação de três florestas nacionais em locais predeterminados e a demarcação e regularização de 32 reservas indígenas .