Post on 21-Apr-2015
Naturalismo
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“Para os naturalistas, o homem é visto como um “caso” a ser cientificamente analisado.”
Naturalismo
• O Naturalismo foi um movimento cultural relacionado às artes plásticas, literatura e teatro. Surgiu na França, na segunda metade do século XIX. Este movimento foi uma radicalização do Realismo.
• Émile Zola: principal representante do Naturalismo
• Entusiasmado com as descobertas das ciências naturais e da medicina, o escritor Émile Zola, representante máximo do Naturalismo na França, produziu romances com personagens doentias, dominadas pelos apelos da carne, do sangue e pela herança transmitida por seus ancestrais.
• Com Thérèse Raquin, Zola inaugurou, em 1867, o Naturalismo. Esse "romance experimental" tinha como objetivo confirmar o que na época era tido como verdade científica: heranças biológicas, condições do meio ambiente e momento histórico determinavam o caráter, a psicologia e o comportamento do ser humano.
Raspando o assoalho (1875) de Gustave Caillebotte.
Características
• A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências;
• Descrições minuciosas e linguagem simples;• Preferência por temas como miséria, adultério,
crimes, problemas sociais, taras sexuais etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.
Charles Darwin, o cientista inglês, em 1859 deu início a uma profunda evolução na história da ciência ao publicar sua obra fundamental denominada Sobre a origem das espécies, cujas principais ideias são:
Evolucionismo:
a “luta pela sobrevivência” e a “seleção natural”.
Hippolyte Taine defende que
o comportamento humano é
determinado por três fatores:
Determinismo:
o meio, a raça e o momento histórico.
Também denominado socialismo
marxista, o socialismo científico foi
desenvolvido no século XIX por Karl
Marx e Friedrich Engels.
Socialismo científico:
“A religião é o ópio do povo”.
PositivismoO positivismo defende a idéia
de que o conhecimento
científico é a única forma de
conhecimento verdadeiro. De
acordo com os positivistas
somente pode-se afirmar que
uma teoria é correta se ela foi
comprovada através de
métodos científicos válidos.
Diferenças entre o Realismo e o Naturalismo
• Todo naturalista é realista, mas nem todo
realista é naturalista.
• O Naturalismo “é” uma tendência dentro do
Realismo.
• O Naturalismo é o Realismo levado às últimas
consequências.
A distinção entre os dois estilos nem sempre é muito nítida.
PERSONAGENS
• Condicionada a um destino contra o qual não pode lutar;
• Sua vida interior é reduzida a quase nada;
• Seu comportamento aproxima-se do comportamento animal, é movido pelo instinto;
• Ênfase na hereditariedade física e psicológica como fator determinante do comportamento das personagens;
• O desequilíbrio das personagens aparece quando o ambiente físico e social favorece sua manifestação;
• As condições para a manifestação do conflito dramático da personagem naturalista são herança biológica e ambiente;
• Os espaços miseráveis evidenciam os desequilíbrios que o escritor pretende denunciar;
• O autor tem intenção combativa, ou seja, pretende provocar a reflexão sobre a realidade social da época;
• O autor é objetivo, tem compromisso com a realidade;
• A visão apresentada é imparcial e impessoal;• Há uma interpretação da vida através métodos
científicos;• Há preocupação com o momento histórico;• Não há idealização;
• Condicionamento das personagens ao meio físico e social:- Fatores naturais (temperamento, raça);- Fatores sócio culturais (ambiente, educação);
• Apresentam relação de causa e efeito;• Explicação lógica e racional;• Descrição minuciosa do espaço e da
personagem;• Linguagem mais simples que a dos românticos;• Preferência por períodos curtos e de compreensão
imediata.
Afinal, o que estava acontecendo com ela naquele dia? Nunca se sentirá tão mole. Devia ser ar contaminado. Não havia
ventilação no fundo daquela via longínqua. Respirava-se toda espécie de vapores que saíam do carvão com uma efervescência de fonte, e às
vezes com tal abundância que as lâmpadas apagavam-se.
[...]
Não podendo mais, sentiu necessidade de tirar a camisa. [...] tirou tudo, a corda e a camisa, com tanta ânsia que teria arrancado a
pele, se pudesse. E agora, nua, deplorável, rebaixada ao trote de fêmea ganhando a vida pela lama dos caminhos, esfalfava-se, com a garupa coberta de fuligem e barro até a barriga, como uma égua de carroça.
De quatro patas, ela empurrava o vagonete.”
ZOLA, Émile. Germinal. Tradução: Francisco Bittencourt. São Paulo:
Abril Cultural, 1979. P. 318-319. (Fragmento).