Post on 16-Mar-2022
S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A
A ssignatura yAnno, 1S000 réis; semestre. 5oo réis. Pagamento adeantado. I l Para o Brazil, anno. 2$5oo réis (moeda tortej. t)Avulso, no dia da publicação. 20 réis.
EDITOR— José Augusto Saloio
R E D A C C A O , A D j J I . \ I S Í I i A l ' A O E T Í P O I M I l i A19, i.° — RUA DIRbITA — 19,
A L O K í i A L L K G A
|j l*t5Í>licaeõesh Annuncios— t.3 publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, ?) 20 réis. Annuncios na 4.» pagina, contracto especial. Os auto- A giaphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.
PR0PRIKTAR10—José Augusto Saloio
IV A \N O DOMINGO. 18 DE OUTUBRO IDE 1904 iV,® / jo
EXPEDIENTE
R o g a m o s a o s n o s s o s
estim áveis assignantes a fineza de nos p a rt ic ipa rem qualquer falta na r e m essa do jo rnal, para «le p rom pto p ro v id en c ia rmos.
A cceitam -se com gratidão quaesquer n oticias que scjiuii de in teresse p o l í t i c o .
0 desastre na Aírica
Recebeu-se ha dias a noticia da morte desastrosa de um punhado de militares portuguezes em África. Foram cruelmente chacinados pelos negros e soltaram o ultimo suspiro longe dos seus, sem terem mão amiga que lhes cerrasse os olhos.
Tem d estas crueldades a guerra Cega e feroz, des- troe tudo que encontra na sua passagem, semeando por toda a parte o luto, a orphandade e a viuvez. Quem paga a essas familias a perda dos entes q u e I h e s e r a m c a r o s ? Q u e m lhes suavisa a magua enorme, a profunda saudade que lhes ai a n ceia o coração ?
Já era previsto, segundo se diz, o que havia de suc- ceder; já se sabia que entrar naquellas paragens, de onde os negros ferozes e implacaveis ã̂o absolutos senhores, era caminhar para o matadouro. Porque se fez isso? Então dispõe-se assim da vida de uns poucos de homens como um brinquedo?
Na gUerra, uma vez que a civilisação ainda não conseguiu impedil-a, a primeira coisa a exigir é a prudência. Não a havendo, está o militar sempre sujeito a qualquer embuscada. Foi o que succedeu agora. Os negros deixaram-nos caminhar á vontade e cahi- ram-lhes depois em cima
de surpreza, matando-os desapiedadamente.
Fala-se agora em desforra. O que tinha sido muito mais coherente era impedir que se désse o desastre.
Depois do burro morto...JOAQUIM DÓS AN.IOS.
-------------- — «c— ----- :---------------
1'oaeceilío d ^ s t a r r e j a
Entrou 110 4.0 anno de publicação, este nosso collega, orgão do partido progressista que se publica em Pardilhó, Estarreja.
Felicitámos o collega e desejámos-lhe muitas pros- peridades.
I t íc ita
A récita que o novo grupo tenciona effectu ar para o Natal, será em beneficio da actriz Filomena.
E’ de toda a justiça que tal se faça, pois á actriz Filomena devemos as bellas noites de espectáculo que aqui temos passado. Sem ella não teriamos, como agora, dois grupos de dis- tinctos amadores.
Esperámos, pois, que todos se unam e façam uma passagem de bilhetes, em favoi'daquella distincta artista que é nossa conterra- nea.
,%s v i n d i m a s
Estão finalmente concluídas as vindimas neste concelho. Os vinhos são de primeira ordem.
Na noite de 11 do corrente, o nosso amigo José Pau- o Relogio, 11a occasião em
que tratava na sua casa de um candieiro de acetylene, este explodiu indo queimar-lhe a mão esquerda. Felizmente o nosso amigo está quasi bom. o que sinceramente estimámos. ■
ISaile ao 3í'gvo Citai»
No preterito domingo houve baile no Novo Club dançando-se alli animadamente até de madrugada.
 G R Í C U L T U R A
C o n s e r v a r ã o d o s p o m a* r e s
O que principalmente agora convém muito fazer para conservação do pomar são as applicações < >u tratamentos antiparasi la rios: nos últimos annos as pereiras e macieiras teem sido atacadas por uma doença que produz na casca fendas e verrugas, por onde exsuda levem ente um humor négro ou que enegrece ao contacto do ar. Este mal chega a compro- metter a vida das arvores e parece contagioso para os fructos que tambem se cobrem de nodoas e de fendas pretas e apodrecem.
Consegue-se atalhar este mal, limpando as arvores dos musgos ou da casca velha estalada, e appiican- do sobre os pontos affe- ctados da doença uma solução de 5 por cento de capa-rosa (sulfato de cobre;; e 25 por cento de capa-rosa verde (sulfato de ferro); isto antes da rebentação, ou mesmo depois não tocando nos gom- mos.
Mais tarde, quando o fructo está vingado, e já se divisa bem a fórma, appli- ca-se sobre o fructo e em toda a ramagem a cauda bordaleza, como para a vinha, com o pulverisador.
Nas macieiras faz grande estrago o pulgão lanígero, que se combate tambem com muita limpeza da arvore, indo até ao principio das raizes, para o que é preciso levantar a terra que as cobre, e se untam com azeite o 1 qualquer oleo os pontos feridos e rugosos," signaes do inimigo no anno anterior.
Depois, mais tarde,quando o pulgão se apresenta em actividade, fazendo-se notar pelo seu abrigo de cotão branco, a- maneira de, mais directamente o atacar é esmagando á mão ou com uma escova que possa entrar nas pregas em que se acoita.
Tambem se póde tirar algum resultado applican-
do diversos liquidos em que entre o petroleD oti agua-raz ou o lysol a 1 por cento. Ultimamente aconselha-se a seguinte fómola :
Sabão negro, 5o grammas; agua quente. 65o grammas; alcooi amylico,ioo grammas.
Dissolve-se o sabão na agua quente; depois de frio, junta-se o álcool.
Outra victima do para- sitismo, que muito precisa ser defendida, é o pece- gueiro por causa do cos- corão ou lepra que tanto o damnifica. A maneira de atalhar este mal, além do tratamento do inverno, ou antes da rebentação, é colher as folhas ao passo que appareeerem doentes e dar repetidas pul ve risaçoes com a calda bordaleza como para a vinha.
«José dos Santos O liveira
lmcontra-se completamente restabelecido do in- commodo de saude que ultimamente soffreu, o nosso amigo José dos Santos Oliveira. intelligente tenente de infanteria, com o que muito folgámos.
O esium bran te
Foi deveras deslumbrante a exposição que na sexta feira ultima, os nossos amigos, srs. Nunes de Carvalho & Silva efíectuaram no seu importante estabelecimento de modas, na rua Direita, 88 e 90.
Era um verdadeiro primor, podendo dizer-se que ha muito tempo a esta parte não temos ensejo para admirai', neste genero, uma exposição mais completa e de mais aprimorado gosto.
E’ incalculavel a concorrência de pessoas que durante’ aquelle dia procurouadmirar está exnosicão.i . i
concorrência que sem duvida deve ter recompensado bem não só o muito trabalho como paciência de que dispoz o nosso amigo Nunes de Carvalho a quem foi confiada a symetria da exposição.
Enviámos, pois, aos brio
sos e incançaveis commerciantes, a quem augurámos um futuro prospero porque realmente se tornaram dignos delle, o mais apertado e affectuoso abraço.
Retiraram durante a semana finda e retiram ainda hoje, os estudantes que a esta villa vieram passar as férias em companhia de suas familias.
Para Lisbôa: Julio Pilar da Costa Nepomuceno, José Viegas Ventura Junior, José Reis, Guiihermino Pires, Francisco Leite e Manuel Paulino Gomes; para Santarém: Antonio Leite Junior e João Ramos; para Coimbra: José Augusto Simões da Cunha, Amádeu Quaresma Ventura, Alberto Vieira da Motta; para o Porto: Pedro Julio Roque da Silveira; para Setúbal: Antonio Nepomuceno da Silva, José Maria de Vasconcellos, Domingos Tavares Móra, Virgilio Tavares Móra, Abel Justiniano Ventura, Arthur Vieira da Motta e João Quaresma.
P edim os
Que se não consinta que os cães andem pelas ruas da viila sem açaime;
Que seja devidamente illuminado o Bairro Serrano;
Que se multe quem fizer os despejos para a rua;
Que se prohiba que fiquem carroças de noite nas ruas e largos desta villa, impedindoo transito e muitas vezes collocadas de fórma a pôr em risco a vida do cidadão;
Que se ordene a limpeza dos sumidouros;
Que se evite que sequem as arvores da Praça Serpa Pinto;
Que se prohiba que gallinhas, patos, carneiros, etc., vagueiem pelas ruas;
Que se obrigue os encarregados da limpeza publica a não deixarem borrões na escripta;
Que sc mande concertar a rua das Taypas, que está uma vergonha, e collocar- lhe um candieiro.
Aaessf «ers;trl»£
Completou no dia 8 do corrente mais um anniversario natalicio, a gentil menina Elvira, filha do nosso amigo, sr. Edmundo José Rodrigues.
Felicitámos.— Tambem nos dias 8 e
9 fizeram annos as duas fi- lhinhas mais velhas do nosso amigo, sr. Antonio dos Santos Fernandes, digno tenente da armada.
Enviámos os nossos sinceros parabéns.
— No dia 9 do corrente festejou o seu anniversario natalicio, o nosso amigo, sr. Joaquim Guerreiro da Fonseca.
Parabéns.— Completou no dia 11 o
seu 2.° anniversario, a interessante filhinha do nosso amigo Estevam José dós Reis.
Sinceras felicitações.--Tambem no dia i 3 o
sr. Domingos Tavares Móra festejou o seu i 5.° anniversario.
Os nossos parabéns.
<i?selx«is
Queixou-se na administração do concelho, Anto- nia de jesus, solteira, domestica, residente na freguezia de Sariihos Grandes, deste concelho, de que no dia 9 do corrente, pelas 7 horas da noite, na occasião em que se achava sentada á porta da casa da sua habitação, ahi fòra insultada e offendida corporalmente com bofetadas por Maria Gertrudes, casada e residente na mesma freguezia.
— Tambem no dia 12 do corrente se queixou na administração do concelho o sr. José Cypriano Salgado, proprietário, residente nesta villa, de que E-leute- rio Domingues casado, trabalhador, natural e residente nesta villa, entrára em uma noite da semana passada na sua propriedade denominada a Marinha do Falcão, sita no Seixa- linho, limites d esta villa,
furtando-lhe d ahi uma porção de sal, calculada no valor de 2$000 réis, indo depois vendel-a pelo campo a differentes pessoas.
Coastrucçiio de assa tfsea- í r o
Fala-se por ahi na cons- trueção de um theatro. Já são tantas as vezes que tal boato se levanta, que ainda não cremos que se consiga desta vez. •.Sabemos que estão mettidos nesse grande commettimento homens capazes de emprezas muito mais arrojadas, mas é preciso haver quem os ajude. O theatro é para gòso de todos. E’ preciso que todos ajudem.
Ju lg a m e n to
Respondeu em audiência de policia correccional Antonio San to s, na t u ra 1 d e H a- bana, Ilha de Cuba, condemnado em 4 mezes de prisão, 8 dias de multa, custas esjilos cio processo, pelo crime de furto de uma peça de cotim, no estabelecimento dos srs. Nunes de Carvalho & Silva, d’es- ta villa, no dia 2 do corrente.
L u t u o s a
Na noite de 12 do corrente, pelas 10 horas e meia, falleceu nesta villa Othelinda d'A raujo Vianna, de j 3 annos de edade, solteira, natural de Lisboa, victima de asystoiia cardíaca.
— Lambem na noite dei 3 do corrente, pelas 7 horas e meia, falleceu a íilhi- nha do nosso amigo Estevam José Rodrigues. Victi- mou-á-uma bronchite capil- lar. Pesames a seus paes.
— —
C'»esda
C O F R E B E P É R O L A S
é fL e disliriôlô peeta JfosJ S^gnaeio de S % ra u jQ
Projecta-se para 24 do vigente uma caçada em que tomarão parte talvez 18 cacadores.
Meu poeta peregrino Que venho agora saudar,Os tempos de Tolentino Como tu fazes lembrar!
Entraste em férvidas luc tas N 'esses campos ideaes Onde hoje vemos recrutas Fingindo de generaes.
Tu ganhastes os teus brasões Nas incruentas batalhas.
Um que não tem galardões Nem tra ̂ a0 peito medalhas.
Pondo-se hoje em evidencia, Penna em guisa d'espingarda, Vem fe\er-te a continência, Poeta da velha guarda!
JOAQUIM DOS ANJOS.
PENS AMEMTOS
Quando alguem diz mal da vida, é porque lhe pediu quasi sempre um impossível.
— A incerteza da felicidade é mais cruel que a certeza da desgraça.
— 0 sublime e o delicado são como as montanhas muito altas e os grãos de areia muito pequenos, que a multidão não póde apreciar d vista desarmada.— Gustavo D rol.
A N E C D O T A S
N um estabelecimento:— Quanto custa cada arratel d isso?— Eu não vendo senão a kilo.— Essa é notável! Pois eu quero comprar isso, e vo
cê quer-me vender a uillo?
Em uma praia de banhos.Entram na agua marido e mulher. Logo em seguida
começa esta ultima a grilar para 0 marido:— Ai, acode-me! Olha que me affogo! Dá-me a tua
mão. . .0 marido finge que não ouve, e nada apressadamente
para longe, ao mesmo tempo que vae resmungando por nlre os dentes:
— N essa não caio eu .. . Dei-t'a ha dez amios uma vez, e tenho-me arrependido milhares de vezes!
Sam oucoAssistimos no preterito
domingo, no logar do Samouco, a um espectáculo na casa da extincta sociedade phylarmonica Labor Samouquense, promovido pelo grupo dramatico Lança, que ha pouco alli se encontra. Abriu o espectáculo o drama em tres actos «A mulher adultera». Mão desgostámos. Como companhia de provinda temos visto muito peor.
A este espectáculo assistiu grande numero de individuos de Aldegallega, e tomaram parte os nossos distinc.tos amadores Justiniano Antonio Gouveia e Adriano Tavares Móra, que em seguida ao drama desempenharam uma parodia seguindo-se uma poesia recitada por Adriano Móra. Após um pequeno interval- lo, uma das actrizes da companhia, cantou uma cançoneta, que muito agradou, sendo bisada.
Teve alguem a infeliz idéa de lembrar ao Justiniano que fizesse «As beatas», scena comica em que aquelle distincto amador conserva sempre a platéa numa constante gargalhada, e a que elle da melhor vontade accedeu. Ao apresentar-se no palco convicto de que ia receber mais uma ovação pela sua corôa, succede porém,'que uns qua- drupedes, sem comprehen- derem o que aquelle nosso amigo ia fazer, começam de jogar os coices, pondo em alvoroço o mulherio e aquelles mais timidos. Ora nada d'isto aconteceria se os cabos de policia cumprissem, como é dever, as ordens que lhes cabem. Foram os primeiros a fazer a desordem, valendo-se da sua auctoridade. Imbecis!
— Hoje realisa-se alli um novo espectáculo. E’ provável que se repita a mesma scena. Ainda assim o que vale é que depressa amansam.
A’s auctoridades superiores compete evitar estes abusos, que pódem um dia
101 FOLHETIM
Traducção de J. DOS ANJOS
D E P O I S {h T p E C C A D OL ivro Seguudo
1 1 1
Depois de ter lido esta carta, a Ma gdalena respirou.
Via cotn alegria desapparecer um perigo, e como u;na felici Jade nunca vem sempre só, a sr.a Telemaco veiu tambem participar-lhe que se ia e n- foora.
— Vejo que a ; tua? resoluções sáo jn.ibalaveís. disse-lhe ella, e qu: não ha pedidos nem s ippl cas que te obriguem >; vok. r pa-a Paris. E u nS» te- j
I nho nada que fazer aqui. e se náo vês inconveniente n'isso, vou-me embora ámanhã.
— Já náo preciso de ti, minha querida Telemaco, estás livre. Podes ir receber todos os mezes ao meu tabel- iiáo de Paris a pensão que -.e estabeleci.
A sr.a Telemaco agradeceu, n’uma linguagem comraovida. á sua ami-ui- nha e sahiu logo para tratar do; preparativos da sua partida, que dev:a effectuar-se na tarde do dia seguinte.
Quando ficou só. a Magdalena tornou a ler a carta do Mauricio, onde notará um bom conselho, o de pro vocar ella mesmo uma explicação que lhe permittisse não só deseulpar-se. mas ainda medir a extenção e o caracter -dos pensamentos que traba-
jlham nó e pirito do seu n. morado.I O p-ocewo aprrsentav:- m as de
um inconveniente; mas acabaria de certo com uma situação cheia de af- flicçóes e a Magdalena não hesitou em recorrer a elle quando se lhe apresentasse occasião para isso.
Essa occasião appareceu quasi logo.Depois da lição da manhã, durante
a qual estivera entregue ás mais tristes preoccupaçóes, resultado do lucta que se travava n'elle, o Pedro, a cujos ouvidos resuava sempre, apesar da perturbação do seu esjairito. a melodiosa canção dé amor que tinha ouvido na véspera, foi ter com a Ma gdalena. desejoso dc continuar a ouvir aquelle enebrinnte estribilho. Pela sua poli ide:', quando elle entrou, adivinhou el!a o mal que o affligia e comprehendeu que o Mauricio não fôra exaggerado ao falar-lhe n‘isso.
— O senhor Ma urin o Vivi; n escreveu-me ha bocado, dis.e ella. Sei que
, hontem á noite, depois de sahirem d'aqui, deram os dois um bello passeio.
— E ’ verdade, acompanhei-o até meio caminho de Vais. respondeu o Pedro.
— Tambem sei, continuou ella sorrindo-se, que o Pedro lee fez algumas perguntas a respeito da mimha vida durante o tempo que passei longe de Antraigues.
O Pedro fe/.-se córado como uma creança apanhada a fazer mal.
— O que! disse elle, o senhor Mauricio contou-lhe a nossa conversa?
— Todo inteira, e estou um pouco zangada comsigo. amigo Pedro, por ir conimunicar a ext-anhos as suas duvida , estando eu aque para lhe responder e para as dissipar.
- - E u não tinha encarregado o senhor Vivian de lhe repetir as palavras
que eu julgava confiar a un homem discreto objectou o Pedro, sem poder conter um movimento de despeito.
— Oh! náo lhe queira mal por isso. Na carta que elle acaba de me escrever para me communicar que, por ser chamado rapidamente a Paris, é obrigado a ir-se embora sem se despedir de mim. fala-me uma lingnagem de amigo e dá-me parte dos temores que lhe fazem conceber para a minha felicidade futura as suspeitas que lhe surprehendera nas suas palavrrs.
— Elle foi-se embora! exclamou o Pedro, sem poder occultar asuasur- preza.
E inclinou-se de repente deante da Magdalena, accrescentou:
(Continua,).
occasionar dissabores por parte dos cobardes desordeiros, feitos cabos de policia, naquella localidade.
DECLARACÃO>
Eu, Avelino Marques Contramestre, declaro que desde o dia 6 do corrente nada tenho com o relogio da freguezia.
Aldegallega, i 5 de outubro de 1904.
- —«IO— ---------------------- •
P ara se coinheeer da esis- teiacia da agesa
Para se saber onde se póde encontrar agua nas terras e a profundidade em que existe, usa-se em Italiao seguinte processo:
Tomam-se 100 grammas de enxofre, 100 de verdete,100 de cal viva e 100 de incenso branco, reduz-se tudo a pó, tendo o cuidado de o misturar bem, lança- se numa panella de barro nova e vidrada, acaba de encher-se de lã e cobre-se com um testo de barro tambem vidrado. Seguidamente pesa-se e enterra-se numa cova de 3o centime- tros de profundidade.
Passadas 24 horas, tira- se e pesa-se novamente; se tem menos peso é signal de n’aquelle sitio não haver agua; mas se pesa mais é uma prova de que a agua existe.
Se o augmento no peso fôr de 40 grammas a agua estará a 21 metros de profundidade; de 80, a 14 metros; de 120, a 10 metros; de 160, a 7 metros; e de 200, a 3 metros.
A época adoptada para estas experiencias, é aquella em que a terra não está nem muito secca nem muito humida.
AGRADECIMENTOMaria Jacinlha Borges
Fialho e seus irmãos José Amaro e Manues dos San los Amaro, muito reconhe eidos, agradecem a todas as pessoas que se dignaram acompanhar d sua ultima morada, sua querida mãe Maria da Conceição.
Aldegallega, i 5 de outubro de igoq..
seguintes
cto e autos d’aeção commercial de processo ordinário, em que é auetor Feliciano de Miranda Salgueiro e réo Francisco Marques Paulino, casados, proprietários, residentes em Sarilhos Grandes, vão á praça á porta do tribunal judicial de esta comarca no dia '2,3 do corrente pelas 11 horas da manhã, para serem vendidos por preços superiores ás suas avaliações, os bens:
O gozo de arrendamento e bemfeitorias, constantes de casa baixa com seu quintal sitas no logar de Sarilhos Grandes, paga de renda annual 3$ooo réis a João de Paiva Carromeu Sobrinho, e é posto, em praça no valor de 240,^000 réis— dois barris um com agua-pé estragada e um vasio — Uma meia com- moda velha — Um toucador— Um relogio de meza— Cinco cadeiras velhas
-Tres caixas de differentes tamanhos.
São citados para a dita arrematação quaesquer crédores incertos nos termos e para os effeitos do numero i.° do artigo 844 do codigo Processo civil.
Aldegallega do Ribatejo,1 de outubro de 1904.Verifiquei a exactidão:
O JU IZ D E D IR E IT O ,
S. Mo tia.O E S C R IV Á O
José Maria de Mendonça.
A N N U N C I O
COMARCA DE ALDEGALLEGA \1
(4 .8 PultHcitçáo)
Para os devidos effeitos se faz publico que por sentença de cinco do corrente mez, do tribunal do commercio d’esta comarca de Aldegallega do Ribatejo, foi declarado em estado de fallencia Augusto Lupi Tavares Castanhei- ra, casado, commerciante, domiciliado no logar do Samouco, e fixado o prazo de trinta dias para todo- os crédores reclamarem a verificação dos seus créditos, tendo o mesmo tribunal escolhido para curadores fiscaes da massa fal- lida, José Caetano Fernandes Ervedoso e Manuel Caetano de Almeida, e o Juiz Presidente nomeado para adm inistrador da mesma massa, o sollicita- dor forense Francisco Pes- sanha de Mendonça Furtado.
Aldegallega do Ribatejo,6 de outubro de 1904.
i dita arrematação e ahi 'uzarem dos seus direitos sob pena de revelia.
Aldegallega do Ribatejo, 7 de outubro de 1904.
O E S C R IV Á O
Antonio Augusto da Silva Coelho.
Verifiquei a exactidão.
O JU IZ DE D IR E IT O
S. Moita.
JOSE A. DA FOMBECA VAZ YKí.HOS O L IC IT A D O R
Encarrega-se de solicitar em qualquer repartição publica nesta comarca. Preços modicos. ,83R. d a C alçada, A1 d e ga 11 e ga
JORNAESNa administração deste
jornal se vendem a 80 réis o kilo.
A R M A Z É M D E M O V E I S— D E —
•iUisK IAM© ÊA&BHMS1E315 d« fojiíie. -5-8. 4 8 -s í. 4S-b. (predio dc iiziilij»)
A L D E G A L L E G A DO ' R IB A TEJO
0 E S C R IV Ã O ,
1 A
Coelho.Anlonio Augusto da Silva
A N N U N C I O S
A N N U N C I O
DE ALDEGALLEGA RIBATEJO
( S .a SPaslísieação)
Por-este Juizo de Direito, cartorio do primeiro offi-
A Camara Municipal do Concelho de Aldegallega abre concurso por espaço de 3o dias a contar da data da publicação do presente edital no «Diario do Governo», para o fornecimento da luz electrica, para a iiluminação publica e particular de esta villa, segundo as condições que desde já estão patentes na Secretariá da Camara para serem examinadas.
Os concorrentes apresentarão as suas propostas em carta fechada, a fim de serem examinadas na sessão seguinte ao respectivo concurso.
Aldegallega e Paços do Concelho, 11 de Outubro de 1904.
E eu, Antonio Tavares da Silva, Secretario da Camara o subscrevi.
O Presidente
Domingos Tavares.
Verifiquei a exactidão:
O JU IZ DE D IR E IT O ,
S. Mo tia.
A N N U N C I O
: a d e
Completo sortimento de mobilias para sala, casa de jantar, quartos e cosinha. Camas de fino gosto, tanto em madeira como em ferro, lavatorios, baldes, regadores, bidets, bacias para pés, tinas para banho e retretes.
Alguidares de zinco de todos os tamanhos, fogareiros de chapa de ferro, tigelas da casa e baldes de ferro zincado. Malas em todos os tamanhos e feitios cobertas de lona. oleado e folha.
C O F R E S A P R O V A D E F O G Oresistentes a qualquer instrumento perfurante ou cortante com segredos e fechaduras inglezas, recebidos directamente de uma das melhores fabricas do paiz.
Os attestados que os fabricantes possuem e cujas copias se encontram n’esta casa, são garantia mais do que' sufficiente para o comprador.
Tapetes, capachos de coco e arame, de duração infinita. Completo sortido de colchoaria e muitos outros artigos. Vende-se tambem mobilia a prestações semanaes ou mensaes, á vontade do freguez, e por preços sem competencia. Ninguém que tenha amor ao dinheiro deverá comprar móveis sem primeiro se informar dos preços realmente limitadíssimos por que se vende n’esta casa. 135
N’esta casa se pule e concerta mobilia com perfeição.
C C M M 3 R G X 0 E C P O VOO m ais vasío c mats bem so rt id o estabelecim ento
do R ibatejo
(g .a Publicação)
No dia 1.6 do corrente mez pelas onze horas da manhã, á porta do tribunal judicial de esta villa de Aldegallega do Ribatejo, nos autos de inventario orphanologico a que se procede por obito de Tho- mé Gomes, morador que foi n’esta mesma villa de Aldegallega, se ha de arrematar em hasta publica a quem maior lanço offerecer sobre o valor abaixo designado, uma morada de casas terreas com quintal e poço, sitas na rua do Vau, de esta villa de Aldegallega, foreiras em i$>6on réis annuaes a Luiz Eloy Nunes, e vae á pra ça no valor de ioo$ooo réis.
O pagamento por inteiro da contribuição de re gisto fica a cargo do arrematante.
São citados os crédores incertos para assistirem á
Por motivo do extraordinario sortimento que já se acha apartado para a estação de INVERNO, que muito breve começa a chegar, os proprietários d’este vantajoso estabelecimento resolveram vendei' todos os artigos da estacão de verão (que poucos restam já) com
GRANDES ABATIMENTOS!!!Tem artigos que são verdadeiras pechinchas: Retalhos de cassas, setinetas, mousselines, cassinét-
tes, grenadines, etc., etc. Retalhos de casimira por metade do seu valor. Alguns dão fatos para rapazes.
ENORME SALDO DE COLLARINHOS em algodão, dos feitios mais modernos, a 5 0 i's ; em linho, a IO O rs.
A divisa Lesta casa é sempre vender barato para vender mais, e a todos pelos mesmos preços, que são fixos.
-----------------BSaSX— ------ -------
ÁO COMMERCIO DO POVORua Direita, 88 e go Rua do Conde, 2 a 6
l l d e s i í l i e a a d o I t ib a t e f o
NUNES DE CARVALHO & SILVA
E S T E V Ã O J O S E D O S R E IS— . COM - —
0FF1C1NA DE CALDEIREIRO DE COBREIIISIIIII1III1IISIIII til Jll Itll ■ tlll-llf IIIIII tl I
Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.
R U A D E JO SE M A R IA DOS SA N TO SALDEGALLEGA
C/ )oC/)oQOF -
wQ
ÉS?t>r2C/)o
< zC,0 UJoõa
z>
p■f)
Cá Z
£3]ã3o i i « t, É‘t’í/ o I ou -ZK*-«D";UJQ
Consultorio de medicina e Cirurgia dentaria
~ DE —
AMTSMI® í i C A K T E M AN J31AK^liarsnacesitieo e c iru rg ião -deu tis ta
Cura certa e rapida de todas as doenças da boca e dentes.
Obturações a ouro, platina, esmalte e cimento. Extracção de dentes sem dôr, por meio de anes-
Ihesia local.Coroas em ouro e esmalte. Dentaduras arlifi-
ciaes em ouro e vulcanite.
DENTES A PIVOTT 81 A B A Bi I S © S « A M A UI T I W © %
--------o o o o o --------
RUA DIREITA, 65 —-ALlegallega
KÉL8J® ARI A fi AS A N T í í) A— DE —
A venho M anques ÇV OlíTfcAÍTESTfrEVende e concerta Ioda a qua
lidade de relogios por preços — modicos. Tambem concerta cai
xas de musica, objectos de ouro, prata e tudo que pertença d a r te de gravador e ga.vanisador.
Fecha ds qumtas /eiras.
GARANTEM-SE 03 CONCERTOS— •//:-— I
f . I ln a «lo Poço. fl-At©E$AIX$ííA
J ~ u
s « ; i i« a s s e t m wAXALYMKII ABftOLUTAJlUXTE «A BI A .VFI»AM
Preços proporcionaes ds dosagem por unidade:
! Azote.........................Acido pho^phorico. Potassa................
400 1 *.)i 6vj
Preço extrao dinariamente inferior aos de todos os ou-tros adubos annunciados, a saber:
Acido Sulphato i'reçosN.OS Azote phosphork o Potassa de ferro por tonelladá3 3,5 °|o 7.0 “jo 0.20 °|o — Rs 2 iS.ioii7 3.5 °|o 5.5 Pjo i.t > — » 21 S.1003 B 3,o'°[o 6,i °[o 6,o °[o — » 37S7009 5 o »[o io .5 u;0 o .5 u(0 — » 3 i S 31 04 ã 6,5 °[o 4-7 °[o o,5 °(o — » 3 iS5ooi 5.5 0|0 6.4 ■> o .5 «jo —• « J 2S5('0
e ainda muitos outros números de dijfer entes percentagens.
Farinha cie tremòço b$8oo rs. sem sacca hH )6r> rs. com sacca
Moagem de tremòço por conta do lavrador, 240 réispor cado sacca
Peio systema commercial adoptado rfesta empreza, estão inteiramente postas de parte todas as apprehcn- *ões dos lavradores, com respeito a fraudes de qualquer natureza nos adubos que lhes vendemos.
As analyses são feitas em amostras exírahidas da remessa no acto da expedição, e em qualquer laboratório official á escolha do comprador, sendo por conta d’este até ao limite de cinco toneladas (salvo prévia recusa; e de nossa conta dahi por deante. •
SACCAR1A GRATUITAFaítrlca e deposito» da X ota BSiupreza «le Adsi-
fcos Artificiaes essa Altleg-ilíega do R tb s te jo (a feéirs-iMas*).
LSCRIPTORIOS:— Em Lisbôa, Largo de S: Paulo, 12,i.°; em Aldegallega, Rua Conde Paçô Vieira, 24.
G R A N D E A R M A Z É M
DOMIXCOS J O S E l)E Í Q I Í& Comp.*
Farinha, semea, arroz nacional, alimpadura, fava, milho, cevada, aveia, sulphato e enxofre.
Todos estes generos se vendem poi( preços muito em conta tanto para o consumidor como para o revendedor. 17S
íâsss do Caes — ALDEGALLEGA
a s ú l t i m o s mmm d eP A R I S
Romance de acontecimentos sensacionaes e verídicos occorridos na actualidade e mais interessante que os Mysterios de Paris e Rocambole por Dubut de Laforest.
Pedidos á «Editora», largo do Conde Barão, 5o — Lisboa.
SALCHICHARIA MERCANTIL
OS DRAMAS DA i l iTE
D E
Chronica «Jo reinado de Luiz X Y i
Romance historico ror E. LADOUCETTE
Os amores trágicos de Manon Les <aut com o t eiebre cavulleiro de Grieux. formam o entrecho d‘este. romance, rigorosamente historico. a que Lrdoui ette mrprim.u um cunho de originalidade devérns encantador;
A corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, é escripta nugistralsnente peio auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo iivro, destinado sem duvida, a alcançar en r e nós exito egual áquelle com que- foi receb do em Pa. ris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.
A edição portugueza do popular e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas,
e grande formato.. illustrados com soberbas gravuras dc pagina, e constará apenas de 2 volumes.
8 0 réis o fiíselesgioréis & tUmso
■2 valiosos brindes:a todos os assignantes
Pedidos á Biblio-fhecaPopuiar.Empresa Editora, i â ; . Rua da Ro ia, 1Õ2
Lisboa.
ííABíiíEL BE m m M M mN’este estabelecimento encontra o publico, sempre
que queira, a excellente carne de porco fresca e salgada, assim como:
CHISPE, CABECA E TOUCINHO;>Acceio esm erado! —♦— P recos lissa liados*
RUA DE JOSÉ MARIA DOS SANTOS->3f ALDEGALLEGA
JOSÉ DA ROCHA BARBOSACom officina dc C orree iro e ftciieiro
•18, 1UJA DO FOllNO, 18 A B.. S& Si «ri A S, Bi i i A
lilíILIOTIECA 1 DIARIO DE NOTICIASA G U E R R A A N G L O - B O E R
Impressões do TransvaalInteressantíssima narração das luctas-entre inglezes e boers, «illustrada»
com numerosas z;nio-gravuras de «homens celebres» do l ransvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruentas da
G U E R R A A N G LO -B O ER ;or um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço
do Transvaal.Fasciculos semanaes de 16 paginas.............. 3 o réisTomo de 5 fasciculos........................... . i 5o »
A G U ER R A A N G LO BO ER é a obra de mais palpitante actualidade.N ella são descriptas, «por uma testemunha presencial», as differentes
phases e ai ontecimentos emocionantes da ter ri vel guerra que tem espantadoo mundo inteiro.,
A G U ER R A A N G LO -BO ER faz passar ante os olhos do leitor todas as «grandes bati lhas, combates» e «escaramuças» d'esta prolongada e acérrima meta entre.inglezes, tra svaalianos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroísmo e tenacidade, em que são eguaimente admiraveis a coragem e dedicação p triotica de vencidos e vencedores.
Os incidentes variadíssimos d’esta contenda e.itre a poderosa inglater ••a e as duas pequ-.-na.-, republicas sul-africanas, decorrem atra vez de verda- deiras pet pc- i;;s. ro r tal maneira rami.ticas e pittorescas, que dão á G U ERRA AN G LO -B O ER. conjunctamente com o irresistível attractivo dum a nar. rutiva historiei- dos nossos d.as, o encanto da leitura romantisada.
A Bibliotheca do DIARIO DE NOTÍCIASapresentando ao publico esta obi^ em «esmerada edição-,» e por um preço diminuto, julga prestar um serviço aos numerosos leitores que ao mesmo tempo desejam delenar-se e adquirir perfeito conhecimento dos successos que mais interessam o mundo culto na actualidade.
Pedidos d Empregado D IA R IO D E N O T IC IA S Rua do Diario de Noticias, 11o — LISBOA
[gente em Aldegallega— A. Mendes Pinheiro Junior.
Relojoaria e ourivesaria$ m TilVM. /
âsó ãa S iha Stfhimoleo
r \
O proprietário d’este estabelecimento vem participar aos seus estimáveis fregueses e ao publico em geral, que tem ao seu serviço, no seu estabelecimento, um bom official de relojoeiro, ex-empregado da importante casa J. Maury; de Lisbôa.
Aproveitando esta occasião, roga aos seus numerosos freguezes o favor de visitarem ò seu estabelecimento, onde encontrarão um soberbo sortimento de objectos de ouro e de prata e relogios de algibeira, de mesa e de parede. Especialidade em concertos de relogios chronometros, barometros, chrono- graphos e de repetição. Tambem se acceitam propostas para concertos em relogios de torre, quer nesta villa ou fòra.
Concertos em caixas de musica, em objectos de ouro e de prata com a maxima perfeição e rapidez por preços modicos.
I oDos as trabalhos sc tviranícm por um anno
p r a ç a s e r p a p i n t oA L D E G A L L E G A
j 88 .{!
iH tlii
-jcxaesaK&f*