O PODER DE CURA DA ORAÇÃO EM PACIENTES COM DOENÇA CRÔNICA OU TERMINAL INTERFACE ENTRE CIÊNCIA E...

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O PODER DE CURA DA ORAÇÃO EM PACIENTES COM DOENÇA

CRÔNICA OU TERMINAL

INTERFACE ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO

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A BUSCA DE A BUSCA DE CONSENSOCONSENSO

Cresce, também nos meios científicos, o consenso que a fé pode, sim, auxiliar na recuperação de um doente.

Não existem propriamente provas científicas a este respeito, mas evidências que postulam, cada vez, com pertinência, esta verdade.

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Estudos científicos, sobretudo nos últimos decênios, dão conta que o processo subjetivo vivido pelo indivíduo marcado pela religiosidade/espiritualidade: Ativa partes do cérebro que causam bem-estar; Dão mais esperança e fazem encarar com mais

positividade a vida, inclusive diante da enfermidade (sistema límbico e sistema imunológico).

Fatores que, sem sombra de dúvidas, auxiliam na recuperação de uma pessoa enferma.

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A pessoa enferma passa a acreditar, mediante a fé, que a cura para o mal que enfrenta é possível e o organismo, ciente dessa possibilidade, age ajudando no processo de cura.

De outra parte, ao saber que outras pessoas estão rezando por ela, se sente mais envolvida de solidariedade e predisposta a acolher a provação na saúde e a enfrentá-la convenientemente.

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A CONTRIBUIÇÃO DA A CONTRIBUIÇÃO DA FÉFÉ

JESUS E A JESUS E A ENFERMIDADEENFERMIDADE

A fé cristã nos faz um apelo para continuar a prática e o ensinamento de Jesus em sua relação com a doença e o sofrimento: Ele interrompe a tradição de vincular doença e

pecado; Ele anuncia a chegada do Reino de Deus e sua

condição de Messias e Senhor, ao apresentar-se como “médico”, preocupado em recuperar a saúde: Não apenas no aspecto biológico, mas promover o

ser humano para ter uma vida digna, saudável, integral e reintegrada à sociedade;

Ele se faz próximo e solidário ao sofrimento humano, dando ao sofrimento e à morte um sentido salvífico.

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A fé reconhece que a doença é um fenômeno intimamente ligado à natureza, cuja as causas devem ser procuradas na natureza e resolvidas em seu âmbito.

Que os cuidados naturais valem mais que qualquer devoção ou ato religioso para preservar a saúde.

O importante é ver que a fé não é um substituto do processo terapêutico, mas sim uma aliada. 7

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Afirmar o contrário é enveredar por um caminho de alienação e fanatismo, que depõe contra a fé, pois associa a cura tão só à recuperação física, numa leitura unilateral e, por vezes, restrita à visão de milagre, sem enxergar o todo da pessoa humana.

Apesar de tudo, não se pode negar o poder da fé; ou mesmo negar que o tempo de “milagres” já passou.

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O PODER DA ORAÇÃO O PODER DA ORAÇÃO

Reanima a pessoa na confiança em Deus; Fortalece a pessoa contra as aflições diante

da dor e da iminência da morte; Proporciona a paz e a coragem para que

suporte com fé o sofrimento, a debilidade corporal e toda a desarmonia que a enfermidade desencadeia na pessoa;

Suplica a Deus a graça da sua cura física e espiritual;

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Revela o ser humano a si mesmo como ser incapaz de possuir a própria vida pelos seus próprios esforços e o abre àquele que pode dar a vida em plenitude;

Prepara a pessoa tanto para viver com dignidade os últimos instantes de sua vida, quanto para o encontro definitivo com Deus (dimensão escatológica).

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DESAFIOSDESAFIOS

1. Cisão entre ciência e religião1. Cisão entre ciência e religião Existe, de fato, uma diferenciação de

abordagens, com métodos próprios de investigação, por vezes conflitiva e tensa. Em tempos idos, de mútua intolerância, imposição e dogmatismo; hoje, com mais elementos confluentes.

A abordagem científica, marcada por uma visão tecno-mecanicista, guiada à luz do que se pode comprovar, via experimentação.

Já a abordagem religiosa, marcada pelo ingrediente da fé, com a crença em coisas e situações vivenciadas, mas não capazes de serem comprovadas pelo método experimental-científico.

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Ciência e religião, contudo, não são incompatíveis.

Os dias de hoje, ao se compreender o ser humano numa visão holística (como um ser biológico, psicológico, social e espiritual), estão a exigir um “novo paradigma” capaz de fazer entrar em diálogo fértil as abordagens científica e espiritual, sobretudo no mundo médico em benefício do enfermo.

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SOLIDARIEDADE QUE SOLIDARIEDADE QUE CURA E LIBERTACURA E LIBERTA

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2. A cura: graça ou “sugestionamento” 2. A cura: graça ou “sugestionamento” da mente?da mente?

Não podemos negar que o ato de rezar desenvolva uma intenção mental positiva que pode ter, por si mesma, um efeito curativo, como, por exemplo, na melhora da imunidade e aceitação do tratamento.

Contudo, a especificidade da fé, que leva a pessoa a uma atitude de oração, traz elementos inconfundíveis, para o paciente, como: De ultrapassar a si mesmo para se confiar ao

amor e à solicitude de Deus, na certeza de que Ele o acompanha e o ajuda a suportar e superar o sofrimento;

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De acreditar que os profissionais de saúde, seus cuidadores, serão iluminados por Deus em sua missão;

De acreditar que os meios descobertos pela medicina cumprirão o seu objetivo e realizarão a sua finalidade curativa.

O momento do sofrimento, no qual poderia surgir a tentação de abandonar-se ao desânimo e ao desespero, pode transformar-se em tempo de graça para voltar a si mesmo, reconsiderar a própria vida, refazer-se de seus erros e reconciliar-se consigo mesmo e com os outros.

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A fé torna a pessoa mais preparada para o enfrentamento justo da enfermidade.

Dá ao ser humano um senso maior de autoconhecimento e aceitação;

A fé faz acreditar que a vida tem um objetivo e torna a pessoa mais forte para aceitar, ou pelo menos lidar, com mais clareza, com as adversidades do desconforto e diminuição da saúde e não se sentir desamparada.

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Na maioria das vezes a religiosidade, manifestada seja pela oração pessoal ou de terceiros, faz bem para as pessoas: Tanto espiritualmente por que conseguem

encontrar um sentido para a sua situação e uma motivação a mais para lutar e reconciliar-se diante da vida;

Quanto socialmente por que os insere numa rede de relações criadas, para além da família, pelo seu grupo religioso.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONDUTAS EM PACIENTES CRÔNICOS OU CONDUTAS EM PACIENTES CRÔNICOS OU

TERMINAISTERMINAIS

No que diz respeito à doutrina cristã:No que diz respeito à doutrina cristã: Reafirma que a vida é sagrada e inviolável em

todas as suas fases e situações. Nunca o ser

humano perde a sua dignidade em qualquer

circunstância física, psíquica ou relacional em

que se encontre.

Reconhece que a vida é um dom de Deus,

mas, por outro lado, que a morte é inevitável e

que, sem apressá-la, deveríamos ser capazes

de aceitá-la, com plena responsabilidade e

dignidade.20

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Reconhece na medicina a missão de cuidar e espera dos profissionais da saúde competência e humanidade. Entre outros: Ouvir o paciente e respeitar suas convicções,

também religiosas; Valorizar a sua história, sua concepção de vida e

estimular tudo o que possa ajudá-lo no processo de cura ou do enfrentamento da morte;

Ser honesto com ele e fornecer as informações clínicas necessárias de seu real estado de saúde, mas sem lhe retirar a esperança.

Dos órgãos públicos, garantir a todos o acesso universal, integral e equânime aos cuidados necessários à saúde.

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Reafirma o compromisso dos profissionais de saúde, mesmo quando não existe, a priori, possibilidade de cura para o paciente, que se prossiga na aplicação atenta e eficaz da chamada ‘terapia proporcionada” e dos cuidados paliativos que, de modo algum podem ser cessados, como: Acomodação digna, atenção especial, respeito,

higiene, alívio da dor e do desconforto

respiratório, alimentação e hidratação, apoio

familiar e espiritual.22

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““QUE A SAÚDE SE QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A DIFUNDA SOBRE A TERRA”TERRA” (ECLO 38,8(ECLO 38,8))

“SE TECNICAMENTE NÃO “SE TECNICAMENTE NÃO SE TEM TANTO MAIS A SE TEM TANTO MAIS A FAZER, HUMANAMENTE FAZER, HUMANAMENTE

MUITO SE TEM POR MUITO SE TEM POR REALIZAR”REALIZAR”

Pe. Marcelo Moreira Santiago

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