Post on 05-Jul-2015
1. Como ocorreu o processo de separação entre o Brasil e a Coroa Portuguesa nas primeiras décadas do século XIX?
2. Quais interesses estavam envolvidos nesse processo e quem foram os responsáveis pelo mesmo?
3. Como os grupos populares vivenciaram esse processo?
A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA COLÔNIA PARA METRÓPOLE.
A INSEGURANÇA REINANTE NA EUROPA:
As pretensões imperialistas de Napoleão Bonaparte;
O Bloqueio Continental (1808).
Abertura dos portos (1808);
Tratado de Navegação e Comércio (1810);
Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarve (1815);
Reestruturação administrativa e urbana do Centro-Sul do Brasil;
Articulação econômica entre as regiões brasileiras;
Constituição de uma elite dirigente: portugueses e brasileiros (comerciantes, proprietários rurais, traficantes de escravos e funcionários da Coroa).
Norte e Nordeste Brasileiro:
Desprovidos dos cargos administrativos da Coroa;
Manutenção do monopólio português na região;
Cobrança abusiva de impostos;
Crise internacional do comércio do algodão e açúcar.
Insurreição Pernambucana (1817): PE, RN, CE e PI;
Queda do preço do açúcar e do algodão; Rivalidades entre os produtores locais e os
comerciantes lusitanos; Pensamento liberal e republicano; Proclamação da República e criação de um
governo provisório e Lei Orgânica; FRACASSO: Repressão violenta das autoridades portuguesa; Retirada do apoio dos grandes proprietários por
discordarem das propostas “radicais”.
Retirada das tropas napoleônicas em 1811;
Conselho de Governo do Reino era presidido por um marechal inglês:
Preponderância inglesa nos negócios do império.
Retorno imediato do Rei (D. João VI – 1816);
Fim da Monarquia Absolutista e criação de uma Monarquia Constitucional;
Recolonização do Brasil.
Não havia unidade de interesses:
Grupos dominantes:
1. Manutenção de privilégios conquistados a partir de 1808;
Afastamento do risco de radicalizações populares;
Liberdade econômica para continuar negociando com outras nações.
As divergências eram muitas: a elite do sul propunha uma monarquia dual; a baiana o retorno da sede a Salvador e o controle de Lisboa.
Resistir as tentativas de diminuição do poder absolutista;
Manutenção da economia brasileira, bem mais rentável que a da Coroa;
Manifestações no Brasil: vulnerabilidade às ideias revolucionárias; necessidade de retorno imediato a Portugal;
Aproximação de D. Pedro I às elites coloniais:
1. Resistência as ideias liberais.
2. Preservação da ordem estabelecida: escravidão e hegemonia política do sul.
3. Optar pelo reformismo à revolução.
Partido Português: Composto por comerciantes lusitanos, interessados na manutenção dos privilégios concedidos pela estrutura colonial. Defendiam o retorno do príncipe e a recolonização.
Partido Brasileiro: burocratas, comerciantes, grandes proprietários, advogados. Defendiam medidas reformistas.
Liberal Radical: Defendia a ruptura definitiva, a República e o fim da escravidão.
“Ao proclamar sua independência de Portugal em 1822, o Brasil herdou uma tradição cívica pouco encorajadora. Em três séculos de colonização (1500-1822), os portugueses tinham construído um enorme país dotado de unidade territorial, lingüística, cultural e religiosa. Mas tinham também deixado uma população analfabeta, uma sociedade escravocrata, uma economia monocultora e latifundiária, um Estado absolutista. À época da independência, não havia cidadãos brasileiros, nem pátria brasileira.”
(José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil, 2002).