O QUE É METAFÍSICA. MODELO 1 É proporcionar o conhecimento último da estrutura da realidade.

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O QUE É

METAFÍSICA

MODELO 1

É proporcionar o conhecimento último da

estrutura da realidade

MODELO 2

É caracterizar a estrutura geral

de nosso esquema conceitual

da realidade

NATUREZA DA METAFÍSICA

[1] Descritiva

● Exame do que fazem os Filósofos.

[2] Normativa

● Identificar o que devem fazer os Filósofos.

Diferentes justificativas do tema;

Diferentes metodologias.

Problema Histórico:

● Identificar um único tema;

● Identificar uma única metodologia.

Problema de Origem:

● Ambigüidade sobre o que é a Metafísica

“Metafísica”

Tratado de Aristóteles

Filosofia Primeira – Teologia

Objetivo:

Sabedoria

Metafísica, I, 1

● Conhecimento das causas primeiras

● Disciplina Departamental

Tema distinto:

Deus – Motor Imóvel

Ciências:

[1] Teóricas

● Filosofia Primeira● Matemática

● Física

[2] Produtivas

[3] Práticas

Física:

● Estuda a natureza e a estrutura das substâncias materiais – físicas.

Matemática:

● Estuda a quantidade:

[a] discreta – aritmética

[b] contínua – geometria

Metafísica, VI, 1

● Estuda a substância imaterial;

Deve provar que existe uma substância imaterial que possa ser tratada.

Deve provar que há um motor imóvel fora do mundo natural.

Metafísica IV, 1

Ciência que estuda o

ente enquanto ente

● Disciplina Universal

Metafísica IV, 1

● Examina todos os objetos que existem

● Estuda as coisas enquanto entes – existentes

● Tenta especificar as propriedades, características que as coisas exibem enquanto

são entes - existentes

Metafísica

Ciência Universal

Categorias

CATEGORIAS

Tipos ou classes mais gerais e elevadas nos quais as coisas estão

incluídas.

[1] Identificar as Categorias;

[2] Especificar as características das Categorias;

[3] Identificar as relações entre as Categorias.

Objetivo:

Fornecer um mapa da estrutura de tudo o que existe.

Aristóteles

Metafísica I, 1

[1] Disciplina Departamental

● Identificar as causas primeiras

● Deus – Motor Imóvel

Aristóteles

Metafísica IV, 1

[2] Disciplina Universal

● Estudar as coisas enquanto são entes – existentes

● Fornecer a estrutura de tudo que existe

Tensão:

[1] Disciplina departamental

Concerne à identificação das

causas primeiras –

em particular Deus.

[2] Disciplina universal

Estuda as coisas da perspectiva de seu Ser ou existência

(ente enquanto ente);

Fornece uma caracterização geral de todo o domínio do Ser.

Aristóteles

Uma ciência das causas primeiras pretende identificar as causas

subjacentes aos aspectos primários das coisas;

Aspectos esses que estão pressupostos para todos os outros

aspectos que elas exibam.

Visto que o ente ou existência de uma coisa é um fato primário;

A ciência que estuda as causas primeiras pretende ser, apenas, a

ciência que investiga

o ente enquanto ente.

Entretanto, Aristóteles

parece sustentar que uma disciplina

que examine tudo, enquanto é um

ente, pretende incluir Deus entre

seus itens.

Medievais:

Perspectiva Dual da Metafísica

● Delinear a estrutura categorial da realidade;

● Estabelecer a existência e natureza da Substância Divina

Racionalistas

(Séc. XVII – XVIII)

● Expansão do âmbito da Metafísica

● Identificar e caracterizar os tipos mais gerais de coisas que existem

● Substância Divina – papel causal.

Reestruturação

Geral

Metafísica Cosmologia

Especial Psicologia Racional

Teologia Natural

Metafísica Geral:

● Estuda o ente enquanto ente

Metafísica Especial:

● Estuda o ente a partir de uma variedade de perspectivas

Cosmologia

Ente – mutabilidade

Psicologia Racional

Ente – base dos seres racionais

(mente-corpo; liberdade)

Teologia Natural

Ente – expressão do Divino

Aristóteles

Disciplina Universal -----------

Disciplina Departamental ----

Racionalistas

Metafísica Geral

Teologia Natural

Cosmologia – Psicologia Racional:

Ampliação do âmbito da Metafísica

Crítica dos Empiristas:

David Hume

Toda a afirmação sobre

conhecimento requer uma justificação com referência a

experiência sensível.

● Nenhuma experiência poderia justificar as asserções feitas pelos sistemas metafísicos

racionalistas;

● Então tais afirmações (que pretendiam proporcionar conhecimento científico da

realidade) eram espúrias.

● As asserções características da Metafísica racionalista eram sem significado.

● Todas as nossas

representações conceituais

são derivadas dos conteúdos

da experiência sensível.

● Desse modo, uma asserção tem conteúdo cognitivo genuíno ou é significativa, somente se, os termos utilizados são suscetíveis de uma análise ou explicação puramente em

termos de conteúdos sensíveis.

Portanto:

Visto que as afirmações dos metafísicos racionalistas não passam no teste, os

empiristas concluem que elas são meramente sons sem sentido

Kant

Crítica da Razão Pura – Prefácio

Conhecimento – representacional

Relação:

● Conceitos inatos

● Dados da experiência

Objeto do Conhecimento:

Estrutura conceitual inata

(conceitos puros do entendimento)

Faculdades sensoriais

(intuições puras da sensibilidade)

Distinção:

Nôumeno – coisa em si

Fenômeno – afetação

● Jamais teremos acesso a coisa em si

Aristóteles – Racionalistas

● Falharam ao irem além dos limites do conhecimento humano.

Metafísica Transcendente – Tradicional

X

Metafísica Transcendental – Crítica

Metafísica Tradicional:

Caracterizar uma realidade que transcende a experiência sensível.

Metafísica Crítica:

Delinear os aspectos mais gerais de nosso pensamento e conhecimento.

A Metafísica Crítica busca:

[1] identificar os conceitos mais gerais de nossa representação do mundo;

[2] as conexões que obtemos entre esses conceitos;

[3] os pressupostos de sua aplicação objetiva.

Kant:

Delimita o âmbito de investigação da Metafísica;

Examinar os limites e as condições de possibilidade de nosso conhecimento da

realidade;

Descrever nosso esquema ou estrutura conceitual.

Contemporaneamente:

Metafísica: investigação descritiva.

Caracterizar nosso esquema ou estrutura conceitual.

Princípios estruturais.

Concepção kantiana:

Há uma estrutura não-mutável que subjaz a tudo aquilo que pode ser denominado conhecimento ou experiência humana.

A tarefa da metafísica é examinar o modo humano de representação do mundo.

Concepção alternativa:

Considera que a estrutura conceitual é dinâmica e histórica.

A metafísica tem uma tarefa comparativa.

Tenta revelar as diferentes formas de esquemas conceituais alternativas –

historicamente importantes para refletir o mundo.

Metafísica Tradicional:

Investiga a estrutura do mundo;

Metafísica pós-kantiana:

Investiga nosso modo de representação do mundo.

Richard Rorty Idealismo

A idéia de um objeto separado e independente do esquema conceitual, a partir do qual

formamos nossas representações, é incoerente.

O mundo tal como é, é inacessível para nós.

Metafísica Tradicional:

Proporcionar o conhecimento último da estrutura da realidade.

Metafísica pós-kantiana:

Caracterizar a estrutura mais geral do nosso esquema conceitual.

Metafísicos Tradicionais

[1] Se, por um lado, o esquema conceitual é correto ao negar que o mundo, tal como realmente ele é, possa ser um objeto de

investigação filosófica séria;

[2] Por outro, ele erra em supor que um esquema conceitual possa ser correto.

Se o esquema está correto ao afirmar que a

atividade de representação conceitual impede-

nos de uma apreensão de tudo que buscamos

representar, então por que consideraríamos

seriamente as afirmações do esquema sobre

representação conceitual?

Por fim, o metafísico tradicional argumentaria

que não há razão para supor que é preciso

outra maneira para lidar com os conceitos

metafísicos tradicionais utilizados em sua

tentativa de nos fornecer um exame daquilo

que existe e sua estrutura geral.

Ele admitiria que um metafísico pode errar,

que poderia haver afirmações falsas.

Mas ele insistiria que a ameaça de falsidade

aqui, não é mais séria do que em qualquer

outra disciplina onde tentamos dizer como as

coisas são.

Pode ser difícil proporcionar uma

caracterização verdadeira da natureza

da realidade, mas isso não significa

que seja impossível.

Fonte:

Michael J. Loux.

Metaphysics: An contemporary introduction.

London – New York: Routledge

1998.