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7/23/2019 o Subversivo Do Século Xxi_ o Filósofo Proibido Contra o Neopositivismo
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quarta-feira, 25 de julho de 2012
O FILÓSOFO PROIBIDO contra o neopositivismo
O FILÓSOFO PROIBIDO contra o neopositivismo
O filósofo Mario Ferreira Dos Santos
Filósofo brasileiro (1907-1968). Nasceu em
Tietê (São Paulo). Passou sua infância e
adolescência em Pelotas (Rio Grande do Sul).Licenciou-se em Direito e Ciências Sociais pela
Universidade de Porto Alegre. Mudou-se para
São Paulo onde fundou duas editoras para
publicação e divulgação de suas obras (Editora
Logos e Editora Matese).
Escritor e pensador extraordinariamente fecundo publicou, em menos de quinze
anos, a coleção Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais, que abrange 45
volumes; parte deles de caráter teorético e parte histórico-críticos. Em 1957
publicou Filosofia Concreta que estabelece o seu modo de filosofar. Ferreira dos
Santos é um filósofo apodítico considerando a Filosofia como ciência rigorosa,aceitando o que é demonstrado e não o problemático e provável. Para ele, a
Filosofia possui o genuíno valor de ciência, seja na investigação e na
sistematização, assim como na análise e na síntese de temas expositivos e polêmica.
Em 1959, a edição de Métodos Lógicos e Dialéticos, expõe uma nova metodologia
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pró livre mercado, e com oobjetivo, ad hoc, conquistar odireito de ser verdadeiramentelivre. Abaixo todos os Estados eestatistas. Anon, SSXXI
(Ativista da liberdade)
O capitalismo sem aintervenção estatal sempre seráo melhor sistema econômico. Osocialismo é um subproduto(monstro) do sistema capitalistaintervencionista. Ou seja, umfalso capitalismo que sofreumutações devido àsinterferências abruptas doestado por interesses própriosou em prol de certas
corporações. Anon, SSXXI
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para guiar com segurança o estudioso no campo do saber.
"O que propriamente chamamos de Dialética Concreta é a arte de unir o
conhecimento especulativo com o conhecimento prático, a ciência especulativa à
ciência prática, desde que compreendamos que há uma dialética própria a cada
disciplina, como há uma dialética própria para cada subordinante, tanto para a parte
prática como para a parte especulativa. A Dialética, que consegue unir as duas, é
precisamente a Dialética Concreta, porque concreciona a práxis com a epistéme
humana no sentido superior, pois há necessidade de ficar bem clara a distinção entrea Ciência especulativa e a Ciência prática."
Em Tratado de Simbólica justifica-a como disciplina filosófica; já que pode-se
considerar todas as coisas no seu aparecer, na forma como se apresentam, como um
apontar para algo ao qual elas se referem. Chamou a atenção para a importância de
simbólica na interpretação dos livros sagrados, já que a dialética simbólica é um
instrumento de auxílio à hermenêutica. Baseando-se nela interpretou o Apocalipse
de São João, obra inédita.
Em Pitágoras e o Tema do Número, publicado em 1960, visualizou o filósofo grego
sob novos ângulos. "Este livro é já uma realização do emprego do meu métododialético-concreto, e as conclusões obtidas estão fundadas em bases reais e
históricas, suficientes para assegurar a justeza das minhas afirmações, as quais
sempre procuro demonstrar."
Em 1967, iniciou a publicação das obras da "Matese da Filosofia Concreta" que
completavam o trabalho iniciado em "Filosofia Concreta". Entretanto só foram
publicadas: "A Sabedoria dos Princípios", "A Sabedoria da Unidade" , "A
Sabedoria do Ser e do Nada", deixando vários inéditos, A Sabedoria das Leis, A
Sabedoria da Dialética Concreta, A Sabedoria dos Esquemas e a Sabedoria das
Tensões.
Para a publicação Rumos da Filosofia atual no Brasil em auto-retratos, organizada
pelo Prof. Dr. Pe. Stanislaus Ladusãns S.J., escreveu o seu auto retrato filosófico.
Ed. Loyola, S.P. 1976.
Teve sua biografia, da autoria do Prof. Padre Carlos Beraldo S.J., publicada na
Enciclopédia Filosóficas. Centro di Studi Filosofici di Gallarate. G.C. Sansoni.
Editora Firenze, 1969.
Fonte: Filósofos ilustres de Academus
Dicionário de Filosofia de Mário Ferreira dos Santos
FILOSOFIA CONCRETA
Chamamos de filosofia concreta, em oposição à filosofia predominantemente abstratista, o
nosso modo de filosofar, exposto em nossas obras, no qual devotamos o máximo cuidado
em retornar ao conjunto, do qual faz parte, todo aspecto abstraído, separado mentalmente, e
que se dá na mesma realidade. Contudo, este seria apenas um aspecto metodológico do
que chamamos de filosofia concreta, pois esta realiza uma construção e alcança uma
sistematização, fundada em teses, que são demonstradas apoditicamente, no sentido
kantiano; ou seja, através de juízos universalmente válidos. O ponto de partida da filosofia
concreta são os seguintes juízos universalmente válidos: alguma coisa (algo) há; o nadaabsoluto total não há; alguma coisa não há (nada relatívo) não contradíz que alguma coisa
há. Partindo-se de tais postulados, devidamente demonstrados, verifica-se que, obedecendo
a rigorosas ilações lógico-dialéticas, é possível construir toda uma visão rigorosamente
apoditica, e alcançar a várias centenas de postulados absolutamente verdadeiros, que
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permitem, com eles, estabelecer o ponto de partida para um filosofar seguro e liberto do
axioantropológico, bem como servir de ponto de referência e de aferição para julgar da
validez de qualquer posição filosófica. Na construção dessa filosofia, que realizamos em
nosso «Filosofia Concreta», em 3 vols., verifica-se que grande parte dos postulados
expressos no decorrer do processo filosófico humano são válidos e se identificam com os
que decorrem rigorosamente da filosofia concreta. E pode-se dizer ainda mais, que o
pensamento dos maiores filósofos, aqueles que revelaram a mais sólida mens philosophica
se identifica muitas vezes com a nossa filosofia. Os postulados fundamentais da filosofia
concreta têm de ser aceitos por todos, inclusive pelos sistemáticos, pois estes partem,inevitàvelmente, de uma afirmação. O cético de certo modo afirma, porque afirma uma
recusa apenas. Imaginemos que o cético negue a tese do dogmatismo moderado de que
«nós, por introspecção, somos cônscios de que em nós existe um estado de certeza, de
dúvida, ou de opinião, pois nós, ora temos certeza (alguns), ora duvidamos, ora opinamos.
Esses estados se dão.» Contudo, o cético sistemático suspende seu juízo, considerando
que nada pode afirmar. A certeza, para os dogmáticos moderados, é a adesão firme do
entendimento ao objeto conhecido, fundada em um motivo evidente, que exclui todo temor
de errar. Há verdade lógica, quando há conformidade entre o esquema eidético-noético, com
o qual conhecemos, e a realidade da coisa conhecida. E diz-se que há verdade metafisica
ou ontológica, quando a coisa conhecida é adequada ao nosso esquema. A verdade
ontológica de um juízo decorre da perfeita adequação do que se predica ao sujeito, cujarelação ou é necessária ou é da própria natureza da coisa. Assim, a prioridade indica a
anterioridade de algo em vetor ou ordem ou espécie a outro do mesmo vetor ou ordem ou
espécie, necessàriamente. A anterioridade está, necessàriamente, inclusa na estrutura
ontológica da prioridade. Assim qualquer ato do espírito é, em si, afirmativo, porque onde há
uma ação, há afirmação, embora a ação seja negadora, que, neste caso, é a afirmação da
não presença, da ausência de alguma coisa ou da recusa de algo. Os dogmáticos
moderados fundam em geral sua posição na certeza, que é humana. E esta surge, para
eles, apoditicamente (apoditicidade lógica), pela reflexão ou pela observação subjetiva, que
revela muitos atos psíquicos heterogêneos, entre eles os representativos, nos quais se
distinguem vários estados, tais como: a dúvida - quando não damos nenhuma adesão firme
do entendimento e a mente permanece suspensa com temor de erro; a opinião, quando háadesão da mente, mas com a admissão de poder estar ena êrro e de ser possivelmente
verdadeira a opinião contrária; a certeza, quando há essa adesão da mente sem temor de
errar. Ora, a verdade lógica está no juízo, enquanto, a verdade ontológica está na essência
da própria coisa. A certeza ontológica é firme. O que tem prioridade é de certo modo
anterior. Se a prioridade é cronológica, tem anterioridade no tempo; se axiológica, tem-na
como valor, etc. Na certeza ontológica, há uma evidência intrínseca. Colocando-nos do
ângulo antropológico, o que engendra a certeza na mente deve ser um motivo supremo, o
último porque de toda certeza. E esse motivo supremo deve ter as seguintes condições: a)
Ser primário na ordem cognoscitiva, de maneira que não suponha outro do qual dependa.
Conseqüentemente, será indemonstrável, e o mais fácil de ser conhecido por todos. b) Terá
de ser universal, isto é, há de extender-se a todos os conhecimentos certos, e deve estar incluído em todos os outros critérios. c) Há de ser necessário, de maneira que sena ele não
tenham valor os outros motivos de certeza. d) Há de ser o último, no sentido de que nele
venham, finalmente, resolver-se todos os outros. O que tem tais condições é a evidência
objetiva. Assina a evidência objetiva de que o todo é quantitativamente maior que cada uma
de suas partes é suficiente para obrigar qualquer mente a assentir firmemente com a
verdade que tal principio encerra. A certeza é subjetiva, mas a evidência é objetiva. É a
segunda que engendra a primeira. A luz da evidência é bastante para si mesma e nada mais
se poderia pedir, porque é ela suficiente. É evidência que encerra em si todos os requisitos
anteriormente apontados. Poder-se-ia objetar que a evidência pode levar ao erro. Se alguns
são levados a «evidências», que são erradas, deve-se a não terem usado devidamente a
razão. Não é essa, porém, a evidência que empregamos para assegurar a validez apoditicadas teses. Não precisamos, aqui, repetir a longa polêmica em torno deste tema, que está
dispersa nas obras de filosofia, porque não é dela que lançamos não, sem que por isso lhe
neguemos validez. Se na verdade lógica há a adequação entre o intelecto e a coisa; na
verdade ontológica, a da coisa com o intelecto, em ambas, há, portanto, a adequada
As45 metas do
comunismo
The Naked Communist
ONU crida por
LÚCIFER
ONU & LÚCIFER
ESCOLA DE FRANKFURT E ADESTRUIÇÃO DA
CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
ESCOLA DE FRANKFURT
Nazista, pedófila,
misógina… feminista.
Simone de Beauvoir
Qual a posição do Brasil em
2015?
Índice Econômico
Ludwig von Mises
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assimilação entre o esquema noético-eidético e a coisa. Numa, daquele com esta, noutro,
desta com aquele. Mas a verdade dialético-ontológica exclui o esquema eidético-noético do
homem. Não parte dele, mas da razão do próprio ser. Quem dá a solidez aos nossos
esquemas noético-eidéticos é a razão ontológica, é o logos do ontos. A prioridade da
afirmação é necessária, e ela afirma que alguma coisa há. Essa verdade dispensa
adequação. É verdade em si mesma. O que construímos noeticamente vale na proporção
que corresponde ao que é ontologicamente verdadeiro. Nossa verdade é dada pelo conteúdo
ontológico, por isso a Lógica tena de ser, afinal, subordinada à análise ontológica. É o
fundamento ontológico que dá solidez e validez ao lógico, e não o inverso. A validez dasidéias está na proporção em que o ontológico lhes dá conteúdo. E por essa razão pode-se
dai partir para toda uma revisão dos nossos juízos lógicos. Nossos esquemas (species)
constituem o que, pelo qual, é conhecido o objeto, não o que é conhecido (species est id
objectum cognoscitur, non id quod cognoscitur.) Esta afirmação escolástica é de grande
valor. O esquema eidético-noético expressado representa o objeto corno nós o entendemos.
Mas a validez de tais esquemas é dada pela validez dialético-ontológica. Ao partirmos do
lógico, só deduzimos o que já está nas premissas; só deduzimos o que nas premissas já
pusemos. Por essa razão, apenas com o uso da Lógica, pode o homem perder-se no erro.
Mas, na captação ontológica há outro modo de proceder. Por meio dela, não extraímos o
que pomos, mas o que já está na razão da coisa. Desse modo, pode o ser humano errar
quando usa a Lógica, não quando usa a via dialético-ontológica. Podiam-se apresentar ar-gumentos contra os antípodas, porque todos os corpos pesados caem, e se houvesse seres
abaixo de nós, cairiam, mas ontologicamente nada impediria que houvesse antípodas.
Posteriormente, se conclui, graças aos conheci mentos científicos, que os corpos pesados
caem em direção ao centro da Terra (como se dá em nosso planeta). Já nesse enunciado os
antípodas não são mais absurdos. São motivos, como tais, que nos levam a afirmar que a
via dialético-ontológica supera a via lógica para alcançarmos a evidência. sem que se
despreze o valor inestimável que esta. oferece para o filosofar. Mas o que queremos
estabelecer, nesse nosso intuito de matematizar no bom sentido a Filosofia, é que devemos
sempre submeter as premissas lógicas à análise ontológica por nós preconizada, a fim de
evitar os erros que a deficiência humana fatal mente provoca. E aqui encontramos, ademais,
uma justificação a favor de nossa posição filosófica. Chamamos a nossa filosofia deconcreta, precisamente por que se funda ela no ontológico, e este é a realidade última da
coisa, é a realidade fundamental da coisa. Não surgem as estruturas ontológicas de
elaborações mentais. Elas não são impostas pela nossa mente, mas se lhe impõem, As
estruturas ontológicas são válidas de per si, e justificam a sua própria validez, mostrando-se
a nós. O que construímos logicamente, temos de demonstrar, mas o fundamento dessa
demonstração está na mostração da raiz ontológica. Por isso, a via dialético-ontológica é
concreta, e só pode levar à construção de uma filosofia concreta. Não seguimos, assim, o
caminho usado pelos filósofos de todos os tempos, sem que tal im peça que muitas das
nossas afirmativas e das teses por nós demonstradas coincidam com o pensamento
exposto por outros. Não, é, porém, o pensamento alheio que fundamenta a nossa posição, é
o nosso método dialético-ontológico que lhes fundamenta os postulados. A FilosofiaConcreta não é, assim, uma construção sincrética do que há de mais seguro no filosofar.
Mas, o que há de mais seguro no filosofar, através dos tempos, é o fundamental concreto,
no sentido que damos. A Filosofia Concreta forma, assim, uma unidade, e a sua validez é
dada por si mesma. Para mostrar a diferença entre o filosofar, submetido apenas ao lógico,
e o filosofar dialético-ontológico, podemos apresentar diversas diferenças. Vamos, contudo,
apresentar outro exemplo. Não devemos confundir a gênese noética do conceito com o
conteúdo lógico, nem com a sua estrutura ontológica. Tomemos, como exemplo, o conceito
de infinito. Combatendo os argumentos escotistas, os suarezistas, que são filósofos tão
grandes como aqueles e tão grandes como os maiores de todos os tempos, repelem a
afirmativa destes de que a primeira diferença de Deus é constituída pela infinitude. Para
estes, Deus é o ente simpliciter infinitum, absolutamente infinito. Ora, tal não procede,afirmam, porque infinito é algo negativo, e o negativo funda-se em algo positivo. E se
fundado em algo positivo, então, este seria a diferença primeira e constitutiva de Deus. O
infinito seria, pois, um acidente, e não poderia constituir a diferença primeira. Pode-se,
através de uma análise dialético-ontológica, responder do seguinte modo: Segundo o nosso
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O FORO DE SÃO PAULO
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modo de conceber, a gênese do conceito de infinito surge da negação da infinitude, infinito.
Mas se etimologicamente o conceito é negativo, não o é em sua estrutura ontológica, como
não é o conceito de Não-eu, o conceito de átomo (átomos), porque se referem a conteúdos
positivos. Mas o conteúdo positivo de infinito é a absoluta independência: o ser
absolutamente necessário. Se a mente humana percorre um longo caminho para alcançar o
conteúdo concreto-ontológico do conceito de infinito, o seu verdadeiro conteúdo é o final, e
não o que é dado aos primeiros ensaios. Neste caso, se tomarmos infinito em sentido
lógico, o argumento dos escotistas é inaceitável, mas se tomarmos em seu conteúdo
ontológico, é ele válido. O céptico poderá dizer que nada sabe sobre o que há, mas terá deconcordar que há alguma coisa, e também o agnóstico e o relativista; pois, para este último,
há, pelo menos, a relação, e o ser é para ele relativo. Ademais, a relação é alguma coisa e
não nada. É uma entitas, uma entidade. Os principais argumentos cépticos, na Criteriologia,
podem ser simplificados em dois: um a priori e outro a posteriori. Aprioristicamente afirma a
impossibilidade de um critério seguro e inapelável da verdade por parte da razão, porque
esta terá de demonstrar, não por si, mas por outrem, sendo impossível alcançar um primeiro
critério, base certa e segura de toda demonstração. O defeito fundamental dessa objeção
consiste em afirmar, gratuitamente, que tudo é demonstrável, e que nada poder-se-á ter por
certo e seguro sem uma demonstração. Como a primeira deveria ser certa e segura, e como
exige demonstração, essa seria indefinidamente levada avante. Estamos no dialelo. Mas já
evidenciamos que não se prova apenas demonstrando, mas mostrando. Há um critério deevidência, que não necessita de, nem pode ser justificado por outro, e que se justifica por si
mesmo: alguma coisa há. Esta verdade é ontologicamente perfeita, porque a sua proposição
encerra em si a verdade. Não há possibilidade de uma ficção absoluta, porque a sua mera
enunciação afirma que alguma coisa há. Na proposição alguma coisa há, o sujeito é suprido
perfeitamente pelo predicado. Essa evidência é objetiva. Se é o homem que a pronuncia, a
evi dência subjetiva apóia-se numa evidência objetiva. Alguma coisa há para que o homem
possa afirmar que alguma coisa há. O segundo argumento dos cépticos está no fato de nos
enganarmos quanto à verdade das coisas. E por que nos enganamos algumas vezes,
concluem que nos enganamos sempre. Quod nimis probat, nihil probat (o que prova em
demasia não prova) afirmavam os escolásticos, e com fundamento, porque a conclusão
desse argumento aposteriorístico dos cépticos é dogmático, exageradamente dogmático,além de extener a conclusão além das premissas. Que nos enganamos algumas vezes, é
procedente a afirmativa, mas que nos enganamos sempre é uma afirmativa que excede e
refuta o próprio cepticismo, pois saberíamos, então, com certeza, como verdade, que
sempre nos enganamos. No entanto, alguma coisa há refuta que nos enganamos sempre,
porque o próprio engano afirmaria que «alguma coisa há». Nossa tese, portanto, é válida
também para os cépticos. O cepticismo tornar-se-ia ainda mais absurdo se negasse que
alguma coisa há, pois a sua negação seria a afirmação de que alguma coisa há. Gonzalez
sintetiza sua objeção ao cepticismo com estas palavras, onde mostra a contradição
fundamental que o anima: "ou sabes que não sabes nada, ou não o sabes. Se não o sabes,
porque o afirmas? E se sabes, já sabes algo, e é prova de que se pode saber alguma coisa".
Repete, assim, as palavras de Santo Agostinho: «Quem pode duvidar que vive e entende, eque julga? se duvida, vive; se duvida, entende que duvida; se duvida, é porque quer ter
certeza; se duvida, pensa; se duvida, sabe que não sabe; se duvida, julga que convém não
prestar um assentimento temerário» (De Trinitate, lib, X, capo 10, n. 14: Xv, 12): Ademais o
cepticismo aplicado à prática seria destrutivo, e tornaria impossível a vida humana, pois o
céptico, para o ser integralmente, teria de excluir toda prática. Tal não impede que haja um
cepticismo até certo ponto benéfico para o progresso do saber humano. Se paira aqui uma
grande polêmica na filosofia, certa dúvida metódica poderá levar o homem a investigações
mais longas e mais profundas, e corresponderia, perfeitamente, a um desejo mais amplo de
saber. Contudo, conviria estabelecer os limites desse cepticismo relativo, pois a dúvida
metódica de Descartes deu frutos ácidos para a filosofia, embora não fosse essa a sua
verdadeira intenção. Entre os escolásticos modernos, há muitos que a admitem, comoSentroul. Monaco, Monnot, Noldin, Maquart, Geny, Jeannière, Guzzetti, Maréchal,
Montagne, Jolivet, Noel, d'Aquarparta, Kleutgen, Liberatori, Palmieri, etc. Admitem-na
apenas metódicamente, mais em face do estado de cepticismo que avassala certas
camadas intelectuais, e a necessidade de partir dela para estabelecer as bases firmes de
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um critério gnosiológico. A posição agnóstica é fundamentalmente céptica, e padece dos
mesmos defeitos do cepticismo e a sua refutação se faz pelo mesmo caminho. Já o
relativismo tem encontrado na época moderna seus cultores. Protágoras é considerado o
fundador dessa posição, e a tese fundamental do relativismo consiste em afirmar que a
nossa verdade é relativa ao sujeito cognoscente. Não conhecemos o objeto como ele o é em
si, afirma, bem como nega possamos adequadamente distinguir entre cognição
absolutamente verdadeira e cognição falsa, já que a coisa não pode ser captada, senão
segundo as nossas medidas. Se há um relativismo absoluto, há, ademais, um relativismo
moderado. Este afirma que nossas verdades são relativas ao sujeito cognoscente, segundoo seu modo de conhecer, aceitando, portanto, que há um conhecimento verdadeiro do que a
coisa é em si, mas proporcionado ao sujeito cognoscente. Ora, quer o agnosticismo, quer o
relativismo universal como o moderado não podem por em dúvida a tese fundamental da
filosofia concreta, pois se o agnóstico declara não podermos saber o que a coisa é em si,
não nega que algo há e, por sua vez, o relativismo afirmaria que a relação há, e que a
relação não é um puro e absoluto nada. Os relativistas intelectualistas. como os idealistas e
os fenomenistas, que chegam a negar a existência da coisa em si, e apenas afirmam a das
nossas idéias e representações não negam, conseqüentemente, que algo há. No fundo, a
relativismo é cético, e sobre ele cai a mesma refutação. Pode-se, de certo modo, considerar
o agnosticismo um relativismo fenomenístico, sobretuo o agnosticismo científico, bem como
também o psicologismo e o historicismo, o pragmatismo, pois todas essas doutrinasfundamentam-se nos mesmos postuladas. O idealismo, em geral, ao afirmar que o objeto
conhecido é totalmente imanente ao cognosente, chegando até à negação do mundo
exterior, e o idealismo fenomenistico afirmam, portanto, que algo há. Se os acosmísticos
negam a existência real do mundo corpóreo, não afirmam uma negação absoluta de que algo
há, nem os fenomenísticos, ao afirmarem que nosso único conhecimento é aparente, nem
os idealistas monisticos, nem os pluralistas negam tal postulado. O idealismo é, em suma,
relativismo, e conseqüentemente, cético. Em oposição ao idealismo, poder-se-ia dizer que o
intelecto humano é naturalmente ordenado à verdade e que a verdade objetiva existe
independentemente da cognição humana. O que, no entanto, fica afirmado, ante essas
posições, é que algo há. Também entre os filósofos anti-intelectualistas, como Bergson,
Nietzsche, e os existencialistas, que afirmam serem insuficientes os meios intelectuais deconhecimento, e que a realidade concreta nós a atingimos através de uma experiência vital
e alógica, apesar da fraqueza dos seus postulados, aceitam também que algo há. Para a
fenomenologia moderna, em todos os seus aspectos e escolas, não se nega validez ao
postulado fundamental da Filosofia Concreta. Restaria apenas a posição nihilista absoluta,
que negaria terminantemente que algo há, e afirmaria que nada absolutamente não há. Tudo
seria mera e absoluta ficção. Mas tal posição ainda afirmaria que a ficção é algo, e,
canseqüentemente, que algo há. Portanto, sob nenhum dos aspectos do filosofar, sob
nenhum dos seus ângulos, em nenhuma das posições filosóficas consideradas em todos os
tempos, nenhuma sequer nega a validez do postulado fundamental da filosofia concreta, o
que prova também a sua universal validez. Poder-se-ia, ainda, discutir a vali dez dos
conceitos alguma coisa (áliquid) e o haver (há). Mas, que apontam tais conceitos? Aliquiddiz-se do que tem positividade de qualquer modo, do que se afirma. Haver indica presença
simplesmente. O predicado afirma que se pode predicar a presença de algo (ser, devir,
ficção, não importa), e que essa presença tem uma positividade, pois não se pode predicar a
absoluta ausência. Entre os conceitos de presença e de ausência total e absoluta, a mente
não pode vacilar, pois a afirmação da segunda seria negada pela própria afirmação.
Consequentemente, prova-se, ainda, que é verdadeiro o postulado: é absolutamente falsa a
predicação da ausência total e absoluta. Conseqüentemente: é absolutamente verdadeira a
predicação de uma presença. Tem, assim, o filosofar um ponto arquimédico de partida,
sobre o qual nenhuma objeção pode ser feita; ou seja: há um juízo universalmente válido e
absolutamente verdadeiro, sobre o qual se podem construir os fundamentos de um filosofar
coerente, que era o que a Filosofia Concreta desejava mostrar e demonstrar. Fundadanesses postulados, apoditicamente demonstrados, constrói ela, de modo unitário, a visão
geral concreta filosófica com validez, por ser rigorosamente encadeada em teses
universalmente válidas. Em suma: A filosofia concreta opõe-se à filosofia da doxa (a
filodoxia), das meras asserções, e pretende instaurar uma metamatematização da filosofia,
Gol, Gol, Gol
Compositor
politicamenteanárquico
O gol subversivo
Bem-vindo àSociedadeSocialista ouSociedadeInvertida
CRIME SEM CASTIGO
Amaldição de Cuba: Tem culpa
Cuba?
A maldição Cubana
Aliança Política Cristã – AliançaCristã contra o Comunismo no
Brasil
Cruzada Apocalíptica
O socialismo na prática
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fundando-se, não em juizos assertóricos, mas em juízos necessários, portanto
apoditicamente válidos. SÍNTESE FINAL - Procede distintamente a filosofo concreta em
relação ao significado dos termos, de modo outro que o proceder clássico, no qual, partindo-
se do termo, buscam-se as suas noções. Prefere-se, naquela, partir primeiramente das
noções para, depois, buscarem-se os termos apropriados. É comum tomarem-se as
famosas polaridades aristotélicas, como ato e potência, forma e matéria, essência e
existência e substância e acidente, e procurar-se o nexo de tais conceitos. Mais avisados
andaremos, contudo, se procurarmos reexaminar as noções para, finalmente, verificarmos
se tais termos são adequados ou se não é mister buscar outros que melhor condigam com o
que pretendemos expressar. Ao examinarmos a grande controvérsia que se verifica na
filosofia em torno de tais conceitos, e das diversidades a que chegam vários filósofos, que
partem do aristotelismo, como se verifica em todo o processo da escolástica, chegamos à
conclusão que se impõe uma revisão das polaridades aristotélicas. Não que a filosofia
concreta queira fazer o que é mais do sabor dos eruditos exegetas, que desejam penetrar
nos verdadeiros sentidos que emprestou a tais termos o grande estagirita. Achamos essa
providência própria de eruditos e exegetas, útil, sem dúvida, aos que desejam na filosofia,
ser repositório da maior soma de conhecimentos vários. Como essa não é a nossa
finalidade, dispensamos essa providência, porque o que nos interessa é saber como
concretamente poderemos chegar a tais conceitos, e não saber por que caminhos, muitas
vezes tortuosos, outros até lá chegaram. Procuramos, sim, saber qual a única maneiraconcreta, ou seja, apoditicamente válida, no campo ontológico, pela qual se pode considerar
substância e acidente, forma e matéria, ato e potência, essência e existência. Como a
consideraram este ou aquele filósofo, quais as opiniões que foram apresentadas por um ou
outro, quais as distinções que se podem estabelecer entre um pensador e outro pertencem
ao campo da história do pensamento filosófico, não ao da filosofia concreta, que segue outra
orientação. Não se trata mais de opinar na filosofia. Trata-se de estabelecer a única maneira
ontológicamente verdadeira de expressar alguma coisa, mas fundando-se a afirmativa em
bases apodíticas, com o rigor que desejamos dar à filosofia. Não queremos com isso fazer
uma religião da filosofia concreta, como pretendeu afirmar um escritor de ensaios filosóficos,
que não percebeu bem a distinção que há entre filosofia, religião e ciência e teologia natural,
racional e religiosa. Ora, já sabemos o que é ciência, e em toda a ciência opera o homemcom a luz natural da sua inteligência. Dispõe ele da sua mente e dos processos judicativos
para, empregando determinados meios, alcançar um conhecimento. Se esses meios são os
naturais, temos a ciência natural; se apenas trabalha com a luz natural da sua inteligência,
temos a filosofia. A teologia como ciência das coisas divinas, se é fundada na luz natural da
inteligência, constrói a teologia natural e a racional, se ademais se funda na revelação,
temos a teologia religiosa. Ora, a filosofia concreta não se funda numa revelação. Não é,
portanto, uma religião. Ela se funda na luz natural da inteligência e busca concrecionar os
conteúdos eidéticos que a nossa inteligência é capaz de captar, conexionados com, rigor
ontológico. Jamais poderia ser confundida com a religião. Só o poderiam fazer aqueles que
têm uma vi são primária do que seja a religião, ciência, filosofia. Por outro lado, o que
chamamos filosofia concreta não é uma sistematização de opiniões mais ou menos bemconcatenadas. É ela avessa, desde a base, e fundamentalmente, ao opinativo, ao
meramente assertivo. Busca-se nela alcançar conteúdos eidéticos rigorosamente apoditicos,
em base estritamente ontológica. É, assim, uma metafilosofia, porque, alcançados tais
fundamentos rigorosos, é ela capaz não só de fazer a critica precisiva do pensamento vário
na filosofia, como, também, de estabelecer a procedência ou não de qualquer tese esboçada
através dos tempos. Não é, desse modo, um filosofar eclético, porque no ecletismo há uma
seleção, uma escolha de postulados coordenados numa construção mais ou menos feliz.
Não trata ela de escolher as melhores passagens do pensamento filosófico. Ela é inteiriça
em sua construção. Realiza sucessivamente a captação do que se dá simultaneamente.
Busca reunir pelas operações mentais o que é rigorosamente já dado. Há uma verdade
ontológica e sobretudo dialética, no sentido que se deve empregar o termo, que se nosrevela parcial e sucessivamente. As nossas operações servem apenas para desvelar o que
já é em toda a sua glória, mas que exige de nossa fraqueza um processo de desvelamento
demorado. Todos os juízos mais profundos da filosofia já estão virtualmente contidos no
juízo fundamental de que parte toda filosofia concreta: «alguma coisa há». O trabalho de
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Post ado por Anon I m an às 07: 52
desdobramento, de desvelamento posterior se deve apenas à impossibilidade de nossa
mente captar simultaneamente todas as verdades já contidas nos juízos virtuais para nós,
contidos na verdade daquele juízo, já que a nossa mente é discursiva. A simples captação
do ser, que é primordial em toda e qualquer experiência de um ser consciente e inteligente,
encerra em si toda a gama judicativa possível. A verdade já está dada de todo o sempre.
Essa é também a grande revelação. Não, porém, uma revelação expressada claramente à
mente humana, mas um desafio que se lhe faz para que ela busque e encontre. É, porém,
com a luz natural da nossa inteligência, graças à construção de um método proveitoso,
como o é a dialética concreta, que nos é possível construir a filosofia concreta. E se nos
diversos pontos ela se identifica com esta ou aquela posição, é que esta ou aquela tem
fundamentos concretos. Tomada como um todo, é ela obra original, embora não seja, sob
certos aspectos, em suas particularidades. Nem o poderia ser. A nossa capacidade criadora
de ficções não cabe ao campo da filosofia, mas ao da estética. Na filosofia não criamos
ficções, Nesta, desvelamos, descobrimos verdades. Os que procederam de outro modo não
foram filósofos, mas artistas. Impõe-se separá-los de uma vez, para que o meramente
assertivo, de uma vez por todas, seja expulso do âmbito filosófico. Se querem fazer estética
que o façam no campo da arte, da literatura, não no da filosofia. Já bastam as inúmeras
construções precipitadas ou mal acabadas, que geraram tantos erros, tantas confusões e
tantas personalidades famosas que gozam de um prestigio que não merecem. Por não ter
compreendido a riqueza que há de juízos virtuais num mero juízo analítico, poderia Kantfazer o que fêz com a sua obra, e gerar as monstruosidades do pensamento moderno, como
são o positivismo, o pragmatismo, o agnosticismo, o cepticismo moderno, o materialismo
histórico, o materialismo moderno, o nihilismo, o ficcionalismo e o desesperismo, o
satanismo, a loucura em suma. Também do erro palmar dos racionalistas desde Descartes
não poderia surgir outra coisa que a monstruosidade do espiritualismo exagerado, o
racionalismo, o idealismo de toda espécie. Tudo isso, que ensombreia o pensamento
moderno, embora para muitos seja um espetáculo de pujança filosófica, precisa de uma vez
por todas ser relegado apenas ao campo da história, que sirva de pasto aos famintos de
exegese, aos famintos de erudição viciosa, aos pescadores de águas turvas, que só serv -
ram para lançar a dúvida sobre o valor da filosofia, que tem sido desprezada por tantos
espíritos de escol que dela se afastam, porque pensam que a filosofia é opinar à maneiraprimária de tantos famosos escritores, na maior parte falhos das mais elementares regras de
lógica. Tudo isso deve pertencer ao passado e constituir apenas elementos do historial da
filosofia. Partimos para uma nova era, para uma nova maneira de compreender o mundo e
as coisas, não no sentido particularista dos tempos passados, submetido às condições e
aos fatores históricos e aos fatores caracterológicos dos seus seguidores. Podem um
retraído de base e um dilatado ter duas maneiras diversas de visualizar o mesmo fato, pode
um introvertido e um extrovertido verem diferentemente dois acontecimentos e apreciá-los
de modo diverso, com valorações diferentes. Podem; não podem, porém, modificar ao sabor
de suas apreciações condicionadamente submetidas ao seu caráter e ao seu temperamento,
as leis da geometria, nem da matemática, nem da lógica. Um sofisma será sempre um
sofisma, como uma operação matemática será sempre a mesma. O que queremos fazer, eo temos feito, na filosofia concreta, é libertarmo-nos do condicionalismo caracterológico e
temperamental, é divorciarmo-nos das apreciações ao sabor da afetividade, e construir a
filosofia com juizos rigorosos e ontológicamente apodíticos. Outro caminho só pode dar o
que deu. Não queremos mais experimentar. Queremos construir com solidez tais caminhos
e suas veredas.
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