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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNICENTRO/GUARAPUAVA – UNESPAR/CAMPUS FAFI/UNIÃO DA VITÓRIA
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
SUPERAÇÃO DA EVASÃO NA EJA FASE II: UM DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO PARANÁ
Autor Rozana de Fátima Tomacheski Olinquevicz
Disciplina/Área Pedagogia
Escola de Implementação
do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Izelina Daldin Gaiovicz E.F.M
Rua: Presidente castelo Branco, 375. Bairro: Monte
Castelo- General Carneiro PR
Município da escola General Carneiro
Núcleo Regional de
Educação
União da Vitória
Professor Orientador Prof°.Ms. Roseli Vergopolan
Instituição de Ensino
Superior
UNESPAR/Campus -FAFIUV
RESUMO
A Educação de Jovens e Adultos é uma conquista recente, que só a partir da Constituição de 1988 passou a fazer parte da Educação Básica. Mas ainda existem diversos percalços para serem solucionados, dentre eles a evasão, que assombra educadores e gestores. Historicamente é possível observar que as conquistas foram alcançadas com muita luta e mobilização da sociedade pela igualdade de direito à educação e o enfrentamento às diversas formas de exclusão social, como a evasão escolar que é resultado de um processo educativo que ainda exclui. Este estudo objetiva investigar, as causas da evasão dos adolescentes na modalidade de ensino da EJA. Esta pesquisa faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE), sendo um Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, tendo com objetivo o exercício da práxis, entendida aqui como o processo dialético entre a teoria e a prática. A
metodologia deste trabalho é uma pesquisa ação, de caráter qualitativo. Pautando-se no levantamento de dados do índice de evasão de alunos adolescentes, e de pesquisa bibliográfica, serão organizadas estratégias e materiais para efetivar ações buscando minimizar o problema da evasão na EJA. Pretende-se aplicar um questionário, buscando diagnosticar as fragilidades estruturais e pedagógicas do estabelecimento de ensino e possíveis motivos da evasão; palestra de motivação; dinâmicas, mensagem e filme para sensibilização; passeio, cinema, atividade artística e oficina de informática. Para finalizar um momento de sensibilização dos docentes para a necessidade de um trabalho diferenciado com os adolescentes, buscando efetivar a garantia do direito de todos à educação de qualidade, independente da faixa etária.
Palavras-chave Educação de Jovens e Adultos; evasão escolar;
adolescentes.
Formato do Material
Didático
Caderno Pedagógico
Público Alvo Alunos e professores da EJA Fase II
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
UNICENTRO/GUARAPUAVA – UNESPAR/CAMPUS FAFI/UNIÃO DA VITÓRIA
ROZANA DE FÁTIMA TOMACHESKI OLINQUEVICZ
SUPERAÇÃO DA EVASÃO NA EJA FASE II: UM DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO
PÚBLICA NO PARANÁ
UNIÃO DA VITÓRIA
2013
APRESENTAÇÃO
A presente Produção Didático-Pedagógica foi elaborada dentro do Programa
de Desenvolvimento Educacional - PDE da Secretaria de Estado da Educação, na
disciplina de Pedagogia, e justifica-se pele necessidade de intervir de forma positiva
e significativa para minimizar o índice de evasão dos adolescentes matriculados na
modalidade da Educação de Jovens e Adultos Do Colégio Estadual Izelina Daldin
Gaiovicz EFM.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que
passou a ser reconhecida e valorizada pela sociedade, como opção de resgate da
cidadania e possibilidade de conclusão dos estudos para jovens e adultos que ao
retornarem para a escola buscam a qualificação para o mercado de trabalho. Como
afirma Scortegagna (2011, p.62,) “A educação voltada para jovens, adultos e idosos
busca, por meio da aquisição de conhecimentos, a superação de preconceitos e
discriminações sofridas pelos indivíduos que não frequentaram a escola em idade
adequada”.
Numa retrospectiva histórica, é possível observar que as conquistas foram
alcançadas com muita luta e mobilização da sociedade pela igualdade de direito à
educação e o enfrentamento às diversas formas de exclusão social. Pois só a partir
da Constituição de 1988 a EJA passou a fazer parte da Educação Básica.
Conforme Scortegagna (2011, p.62):
Por muito tempo a EJA foi considerada uma educação compensatória ou assistencialista, sendo relegada a segundo plano ou apenas evidenciada em campanhas eleitoreiras. Atualmente, considerada como uma modalidade de ensino possui políticas públicas que buscam resgatar a injustiça educacional que vitimiza um grande número de brasileiros.
No entanto, ainda existem diversos percalços para serem solucionados,
dentre eles a evasão, que assombra educadores e gestores do sistema público de
ensino. A evasão é resultado de um sistema educacional que ainda exclui e não
atende a todos em sua diversidade, que utiliza metodologias e materiais didáticos
ultrapassados, que não estimula nem respeita as especificidades das realidades dos
estudantes, bem como a sua faixa etária, se reportando diretamente a EJA.
Investigar, as causas da evasão dos adolescentes na modalidade de ensino
EJA é uma estratégia em busca de sua superação, uma vez que estes alunos, já
eram de alguma forma, excluídos do sistema do ensino regular, por motivos
diversos.
A EJA representa um caminho para a educação e para o desenvolvimento do
Brasil, que vem sofrendo e se arrastando com essa desigualdade social durante
toda sua história. Neste sentido esta Intervenção Pedagógica propõe investigar e
interferir na realidade da evasão dos adolescentes da EJA Fase II, matriculados no
sistema de ensino de um colégio Público Estadual do Paraná. Esta instituição de
ensino atende uma comunidade, com sérios problemas de desemprego, onde 90%
dos alunos matriculados são beneficiários do Programa Federal de Bolsa Família, e
ainda assim tem problemas de frequência e evasão.
Este material Didático Pedagógico propõe inicialmente subsídios teóricos para
analisar, refletir, e na sequência construir estratégias pedagógicas para intervir de
forma positiva na escola, na superação da evasão escolar.
Minimizar a evasão dos adolescentes da fase II da EJA é o principal objetivo
deste trabalho pedagógico, oportunizando atividades lúdicas e motivadoras para que
ocorra a permanência e a aprendizagem efetiva desses sujeitos. Para isso é preciso
detectar as principais fragilidades do ambiente escolar, que contribuem para a
evasão, refletir e intervir para superá-las. É fundamental uma prática pedagógica
comprometida com uma sociedade igualitária, como afirma Capucho (2011, p.129):
É necessária a práxis, e para tal a compreensão de que a prática pedagógica, como prática social intencional, a qual se define a partir de um processo histórico, tem o potencial para comprometer-se ou não com uma sociedade na qual a dignidade humana seja princípio, meio e fim.
Dentro destas perspectivas, a estrutura deste material didático terá um
formato de Caderno Pedagógico, que será organizado em dois capítulos: no primeiro
capítulo que apresenta o contexto histórico, a fundamentação teórica e conceitual
sobre a EJA (Educação de Jovens e Adultos), e também considerações sobre a
evasão; e o segundo capítulo com as atividades de intervenção pedagógica.
Como metodologia se dará através da apresentação do projeto aos
professores; em seguida será feito levantamento de dados com o índice de evasão
dos anos anteriores; diagnóstico através de pesquisa entre os adolescentes, sobre
as fragilidades do espaço escolar, tanto estrutural quanto pedagógico; oficinas
temáticas onde será desenvolvido um trabalho de motivação com dinâmicas de
grupo; mensagem; filme e palestra; e também lúdico com viagem, passeios com
objetivo didático, piquenique, cinema, apresentação com coreografia para festa
junina da escola, trabalho com cartoon e oficina de informática (uso das
tecnologias), buscando a integração e a motivação dos adolescentes no ambiente
escolar, tendo em vista que as tecnologias e os esportes são os principais
motivadores que atraem e estimulam os adolescentes.
Dessa forma este trabalho propõe ações pedagógicas para estimular e
incentivar os adolescentes a continuar na escola, com atividades diferenciadas, em
busca de resultados positivos na aprendizagem e na frequência, utilizando
estratégias de sensibilização e elevação da autoestima dos mesmos.
Capitulo I
PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DA EJA E DA EVASÃO
A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade de ensino com
características próprias, no que diz respeito a conteúdos, metodologia, avaliação,
horários e organização das turmas, tendo uma proposta pedagógica flexível que
considera as individualidades e os conhecimentos dos alunos, adquiridos a partir
das suas vivências. É uma modalidade diferente do ensino regular em sua estrutura,
em sua metodologia, duração e própria estrutura como afirma Lima (2006).
A educação de Jovens e Adultos, segundo a LDB 9394/96, Seção V, artigo 37
é destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade nos estudos na
Educação Básica na idade própria. A idade mínima para estudar no Fundamental é
de 15 anos e no Ensino Médio 18 anos. A maioria destes alunos tiveram passagens
anteriores em outras escolas, mas que foram fracassadas e/ou acidentadas, e se
evadiram por necessidade de trabalhar; questões de exclusão por raça, gênero,
religião; questões pedagógicas; dentre outras.
Conforme o Parecer CNE/CEB 11/2000, o ensino da EJA possui três
funções: reparadora equalizadora e permanente. Sendo que a primeira diz se refere
à restauração de um direito negado: que é o letramento, o domínio da leitura e da
escrita; um bem real e simbolicamente importante. A função equalizadora
oportunizando aos jovens e adultos a reentrada no sistema educacional e
possibilitando novas inserções no mundo do trabalho e na vida social, tornando-os
cidadãos participantes e críticos em suas decisões. E a função permanente que é
a tarefa de propiciar a todos a atualização de conhecimentos por toda a vida que
também pode se chamar de qualificadora.
A Educação de Jovens e Adultos é um direito assegurado por lei, (Lei
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96), que determina ao poder público
o dever de garantir gratuitamente o acesso e permanência dos jovens e adultos, que
não puderam concluir seus estudos em idade própria, no sistema de ensino.
Como modalidade de ensino a Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem
como finalidade e objetivo, segundo Paraná (2006), o compromisso com a formação
humana e com o acesso à cultura geral, fazendo com que os educandos aprimorem
sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o
desenvolvimento da sua autonomia intelectual.
Ainda de acordo com a Paraná (2006), o papel fundamental da construção
curricular para formação dos educandos dessa modalidade de ensino é fornecer
subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e
democráticos. E essa emancipação humana será decorrência da construção da
autonomia obtida pela educação escolar. A Educação de Jovens e Adultos (EJA),
passou por altos e baixos desde a sua criação. E sua história como a da educação
no Brasil não aconteceu de forma isolada à própria história da nação, como é
possível observar fazendo uma retrospectiva.
No período jesuítico como afirma Scortegagna (2011 p.13) “iniciaram as
primeiras tentativas de educação de adultos, que tinham por objetivo a
domesticação dos índios, com valores religiosos e não propriamente a escolarização
ou aprendizagem”.
De acordo com Aranha (1996, p.102):
Pela atuação constante até o século XVIII, não só entre os nativos, mas, sobretudo na sociedade colonial, pode-se dizer que os jesuítas imprimiram de modo marcante o ideário católico na concepção de mundo dos brasileiros e consequentemente introduziram a tradição religiosa do ensino que perdurou até a república.
O governo português em 1759, temendo o poder econômico e político dos
jesuítas, resolve expulsá-los do Brasil, acabando assim com a certa organização da
educação, que por 10 anos ficou totalmente esquecida e abandonada, Aranha
(2006).
Em 1824 logo após a Independência do Brasil, segundo Scortegagna (2011
p.13), foi promulgada a primeira Constituição do Brasil, e trazia a garantia da
educação primária gratuita para todos, mas não se concretizou devido aos poucos
recursos das províncias e a falta de interesse dos governantes.
Para Aranha (2006), o período Republicano (1889 a 1930), é considerado
como época da educação utilitarista, onde o saber técnico e científico torna-se
essenciais ao progresso e consequentemente aumentam a exclusão. Neste período
a educação de adultos fica esquecida.
Com a Revolução de 1930, na ditadura de Getúlio Vargas, o país entra para o
mundo capitalista de produção, e há a necessidade de um trabalhador mais
especializado. Neste período aconteceram os primeiros registros relativos à
educação básica de Jovens e Adultos no Brasil, consolidando o sistema público de
educação, que buscava instrumentalizá-los com leitura e escrita para o trabalho nas
indústrias, Scortegagna (2011).
Neste momento, ainda de acordo com Aranha (1996), a educação é dual: a
escola oficial atende a elite, que busca a ascensão social, preparando-os para o
ensino superior; e a escola paralela, que prepara a classe trabalhadora para
oferecer a mão de obra especializada, sendo assim seletiva e discriminatória. A
partir de 1940 a educação de adultos no Brasil se constitui como tema de política
educacional tomando corpo, em iniciativas concretas: a criação do Fundo Nacional
de Ensino Primário em 1942, o Serviço de Educação de Adultos e a Campanha de
Educação de Adultos, em 1947, a Campanha de Educação Rural iniciada em 1952,
e a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo em 1958.
O primeiro projeto nacional voltado para a Educação de Adolescentes e
Adultos Analfabetos (1947), com recursos advindos do Fundo Nacional do Ensino
Primário, foi criado objetivando um ensino intensificado àqueles que não haviam
frequentado a escola em idade prevista. A partir da campanha de 1947, apareceram
as reflexões pedagógicas em torno do analfabetismo e suas consequências
psicossociais; sem, no entanto, produzir nenhuma proposta metodológica específica
para a alfabetização de adultos, nem um paradigma pedagógico próprio para essa
modalidade de ensino, evidencia Scortegagna (2011).
No final de 1950, começaram a acontecer críticas sobre a eficiência dos
programas de educação de adultos, tanto administrativamente e financeiramente,
quanto pedagogicamente. Principalmente no que se refere ao curto período de
alfabetização e de métodos inadequados. O material utilizado não considerava as
diferenças regionais dos alunos. Também acontece neste momento o Segundo
Congresso Nacional da Educação de Adultos, em 1958, que buscava concretizar
uma nova abordagem no ensino, que estivesse mais próxima da população e de
suas reais necessidades. Neste congresso o educador Paulo Freire se tornou
referência educacional na alfabetização de adultos, como destaca Withers (2011).
Freire (1999) criticava a chamada “educação bancária” em que o analfabeto
era considerado um indivíduo sem cultura ou conhecimento. Ele propõe uma ação
educativa humanista e libertadora que deve orientar-se no sentido da humanização
de educador educando. Professava a necessidade de realizar uma educação de
adultos, crítica, voltada à transformação social e não apenas a adaptação da
população e processos de modernização conduzidos por forças exógenas. A
pedagogia difundida baseava-se no diálogo como princípio educativo e colocava os
estudantes adultos como sujeitos da aprendizagem, de cultura e de transformação
do mundo.
Conforme afirma Paiva (1983, p.259):
A multiplicação dos programas de alfabetização de adultos, secundada pela organização política das massas, aparecia como algo especialmente ameaçador aos grupos direitistas, já não parecia haver mais esperança de conquistar o novo eleitorado [...] a alfabetização e educação das massas adultas pelos programas promovidos a partir dos anos 60 aparecia como um perigo para a estabilidade do regime, para a preservação da ordem capitalista. Difundindo novas ideias sociais, tais programas poderiam tornar o processo político incontrolável por parte dos tradicionais detentores do poder e a ampliação dos mesmos poderia até provocar uma reação popular importante a qualquer tentativa mais tardia de golpe das forças conservadoras.
No entanto tudo desapareceu sob violenta repressão dos governos militares,
iniciado com o Golpe Militar de 1964. Paulo Freire foi exilado, mas continuou no
exterior a desenvolver sua proposta de alfabetização de adultos, conscientizadora,
utilizando palavras geradoras, que tinham significado para os estudantes, salienta
Aranha (1996). Paulo Freire, ainda destaca a autora, ligava-se a uma das tendências
da moderna concepção progressista, para a qual o caráter político da educação é
torná-la acessível às camadas populares, e torná-la espaço de discussão e
problematização visando transformar a realidade social.
A partir de 1969, de acordo com Scortegagna (2011), o governo federal
organizou o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) onde o governo investiu
grande quantidade de recursos, mas não integrava o sistema público do ensino
regular. Este movimento buscava neutralizar a lembrança existente em relação às
ações de alfabetização e formação humana, social e política de adultos, inspiradas
em Freire.
Em 1971, é aprovada a Lei da Reforma Educacional (5692/71) chamada
também de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que
regulamentava o ensino de 1º e 2º graus, mas deixou de lado o Ensino Superior.
Trouxe novidades à educação de jovens e adultos, dando destaque àqueles que não
tiveram oportunidade de estudar, de o fazerem a partir do ensino supletivo. E por
meio do MEC são criados os Centros de Estudos Supletivos (CESs), que ofertavam
uma educação de cunho compensatório, com objetivo de “repor” conhecimentos aos
que não haviam estudado em idade própria, fazendo com que a educação fosse
reduzida apenas às vivências escolares, sem levar em conta as especificidades
deste público, como destaca Withers (2011).
Segundo Paraná (2006), inicialmente o supletivo tinha um caráter temporário
de suplência, para os que precisavam comprovar escolaridade no trabalho e para os
analfabetos, porém tornou-se uma forma de ensino permanente, de oferta
necessária, considerando a crescente demanda.
Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares do Paraná (2006, p.19): “com
a abertura democrática no país, na primeira metade dos anos de 1980, foram
realizados muitos debates em torno das grandes questões sociais, dentre elas, a
educação pública, de qualidade e universalizada para todos”, pois o país enfrentava
neste momento um sério problema de fracasso escolar, principalmente no 1º ano do
1º grau, por atender uma demanda de alunos de classe muito pobre, que mais tarde
resultaria na grande demanda de jovens e adultos não alfabetizados ou com pouca
escolaridade.
A partir de 1985, com a Nova República, o governo rompe com a política de
educação de jovens e adultos vigente, e cria através do MEC a Fundação Educar,
que passou a apoiar técnica e financeiramente iniciativas de governos estaduais e
municipais e entidades civis.
Conforme Paraná (2006, p. 19), “o Ministério da Educação, em 1986,
organizou uma comissão para a elaboração de Diretrizes Político-Pedagógico da
Fundação Educar, a qual reivindicou a oferta pública, gratuita e de qualidade do
ensino de 1º grau aos jovens e adultos, dotando-o de identidade própria”. Em 1988,
é aprovada uma nova constituição, chamada de Constituição Cidadã, porque
consagrou muitos direitos e incorporou conquistas sociais ao cidadão brasileiro,
também no que se refere à educação, inclusive, a ampliação das atividades da
Educação de Jovens e adultos, que nessa legislação passa a ser obrigatória e
gratuita.
Assim neste momento houve a descentralização da oferta da EJA, quando
Estados e Municípios assumiram a responsabilidade de oferta, inclusive
financeiramente. Também foram propostas parcerias em diferentes níveis, entre
sociedade civil e o estado, como destaca Soares (2004), e surgem então, nesse
contexto, os Fóruns de EJA, como espaços de encontros e ações em parceria entre
os diversos segmentos envolvidos na área, como poder público (administrações
públicas municipais, estaduais e federal), e universidades, sistemas S, ONG’s,
movimentos sociais, sindicatos, grupos populares, educadores e educandos. Esses
Fóruns têm como objetivo, dentre outros, a troca de experiências e o diálogo entre
as instituições.
De acordo com Scortegagna (2011), em 1995 foi criado e implantado o
Programa Comunidade Solidária, que visava minimizar a exclusão social e a
pobreza. Juntamente com a Alfabetização Solidária buscava a alfabetização de
adultos em parceria com universidades, prefeituras, empresas e sociedade civil.
Em 1996, de acordo com a autora, foi promulgada a nova Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, que trouxe em seu texto dois
artigos que prescrevem sobre a Educação de Jovens e Adultos, entendida a partir
de então como modalidade da Educação Básica nas etapas do Ensino Fundamental
e Médio e com especificidade própria e não mais como ensino supletivo.
De 1999 a 2000, então, os Fóruns passam a marcar presença nas audiências
do Conselho Nacional de Educação para discutir as diretrizes curriculares para a
EJA. Além disso, a Secretaria da Erradicação do Analfabetismo instituiu uma
Comissão Nacional de Alfabetização e solicitou aos Fóruns uma representação. Os
Fóruns, portanto, têm sido interlocutores da EJA no cenário nacional, contribuindo
para a discussão e o aprofundamento do que seja a EJA no Brasil, Soares (2004).
De acordo com Paraná (2006) em 2000 foram promulgadas as Diretrizes
Nacionais para a educação de jovens e Adultos, elaborada pelo Conselho Nacional
de Educação que trouxeram o reconhecimento da diversidade cultural e regional,
valorizando o conhecimento do aluno, e respeitando suas especificidades entre
outras.
As Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos trazem as seguintes funções,
como destaca Withers (2011, p.27):
*Reparadora: em que recupera o direito à educação que havia sido retirado do cidadão; *Equalizadora: pois permite a entrada dos indivíduos, que foram pouco a pouco excluídos do sistema escolar; *Qualificadora: pois possibilita uma atualização constante dos conhecimentos.
De acordo com as Diretrizes da EJA, esta modalidade de ensino da educação
básica, mas com um diferencial de perfil, que valoriza a identidade do indivíduo que
a frequenta, traz como princípio, a equidade, a diferença e a proporcionalidade,
Withers (2011).
Em janeiro de 2003, Década da Alfabetização, segundo a UNESCO, aqui no
Brasil o MEC (Ministério da Educação) anunciou que a alfabetização de jovens e
adultos seria uma prioridade do Governo Federal. Para isso, foi criada a secretaria
extraordinária de erradicação do Analfabetismo, cuja meta era erradicar o
analfabetismo durante o mandato de quatro anos do governo Lula. Para cumprir
essa meta foi lançado o programa Brasil Alfabetizado, por meio do qual o MEC
contribuiria com os órgãos públicos Estaduais e Municipais, instituições de ensino
superior e organizações sem fins lucrativos para que desenvolvessem ações de
alfabetização, Scortegagna (2011).
Ainda de acordo com a autora, em 2005 foi criado o Programa da Integração
da Educação Profissional: PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e
Adultos) - particularmente no nível médio, e sua relação com a formação integral.
Inova ao propor a integração da educação profissional com a educação de jovens e
adultos e com a elevação do nível de escolaridade dos trabalhadores. Além disso,
vincula a formação profissional de nível médio ao ensino médio, retornando com a
possibilidade da educação integrada, porém mantendo formas precárias e
aligeiradas de formação profissional.
Percebe-se que muitos foram os avanços na educação da EJA, no decorrer
das últimas décadas, como afirma Capucho (2012, p.22):
Nessa direção, a luta histórica pela igualdade do direito à Educação e o enfrentamento às múltiplas formas de exclusão social resultaram na garantia da Educação de Jovens e Adultos como modalidade da Educação Básica, sob a responsabilidade dos sistemas públicos de ensino, os quais passaram a responder pela disponibilidade, acessibilidade, aceitabilidade, adaptabilidade, permanência e elevação da escolaridade de jovens e adultos(as), mediante ações integradas e complementares entre os diferentes entes federados.
No entanto ainda muito ainda precisa ser feito, nesse sentido, declara
Capucho (2012, p.25):
Passados mais de vinte anos do reconhecimento, pelo Estado brasileiro, da Educação como direito de todos(as), em diferentes etapas da vida, ainda são precárias as condições de oferta e muito frágeis as políticas de acesso, permanência e elevação da escolaridade, situação ainda mais acentuada junto aos grupos socialmente vulnerabilizados, como as populações tradicionais, idosos(as), analfabetos(as), entre outros.
No Paraná a educação de jovens e adultos tem como eixos norteadores como
destacados nas DCEs, a cultura, trabalho e tempo, que devem estar intrinsecamente
ligados, e articulando toda ação pedagógico-curricular. Estes eixos foram definidos a
partir da concepção de currículo, como processo de seleção da cultura e do perfil do
educando da EJA. A cultura, eixo principal, norteará a ação pedagógica, tendo vista
que dela emanam todas as manifestações humanas, entre elas, o trabalho e o
tempo. Paraná (2006, p 45). A Cultura compreende os meios de produção de vida
material e imaterial em todas as formas de ações sociais; o Trabalho é a forma de
produção de vida material onde o homem transforma a natureza e a si mesmo; o
tempo é compreendido em três dimensões, sendo o tempo físico, o tempo vivido e o
tempo pedagógico, dimensões que fazem parte do perfil do aluno da EJA, pois o
envolve e interfere no seu processo de construção do conhecimento.
Uma das fragilidades que a Educação de Jovens e Adultos enfrenta hoje é a
evasão, que é um entrave para uma educação efetiva e de qualidade.
A EVASÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
No Brasil, a evasão escolar é um grande desafio para as escolas, para os
pais e para o sistema educacional. Segundo dados do INEP (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira), de 100 alunos que ingressam na escola na 1º
ano, apenas cinco concluem o ensino fundamental, ou seja, apenas 5 terminam o 9º
ano.
De acordo com Queiroz (2011, p. 02):
A evasão escolar, que não é um problema restrito apenas a algumas unidades escolares, mas é uma questão nacional que vem ocupando relevante papel nas discussões e pesquisas educacionais no cenário brasileiro, assim como as questões do analfabetismo [...]. Devido a isso, educadores brasileiros, cada vez mais, vêm preocupando-se com as crianças que chegam à escola, mas que nela não permanecem.
Segundo a Pesquisa Nacional de Domicílios (IBGE, 2009) o Brasil tem uma
população de 57,7 milhões de pessoas com mais de 18 anos que não frequentam a
escola e que não tem o ensino fundamental completo. Expondo uma fragilidade no
sistema de ensino público que tem desafiado os educadores e pesquisadores. De
acordo com dados do INEP, os motivos para abandonar a escola são: problemas
financeiros, com ingresso ao mercado de trabalho; constantes mudanças de
localidade; brigas escolares e ainda desajuste ao sistema de escolar formal.
Azevedo (2011, p.05) esclarece que:
O problema da evasão e da repetência escolar no país tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes do ensino público, pois as Causas e consequências estão ligadas a muitos fatores como social, cultural, político e econômico, como também a escola onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se agravar, diante de uma prática didática ultrapassada.
Ao trabalhar com a EJA, é possível perceber o grande e árduo desafio que se
enfrenta com relação à permanência dos alunos na escola, até a conclusão de seus
estudos. E o que angustia os educadores é o grande número de evadidos neste
sistema de ensino, principalmente dos adolescentes, que a partir da Resolução,
Brasília (2010), determina a idade mínima de 15 anos para frequentar a modalidade
da EJA, tiveram acesso garantido por lei nesta modalidade. E como afirmam as
Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do (Paraná, 2006), na
modalidade de ensino da EJA, é necessário ofertar um ensino de qualidade, onde os
alunos possam ter direito a uma vida mais digna, com perspectiva de um futuro
melhor.
A prática nem sempre obedece às leis que a legitimam, como declara
Capucho (2012, p. 23):
Jovens, adultos(as), idosos(as) precisam ser reconhecidos(as) como sujeitos de direito, pois, em virtude das situações de desigualdade presentes na sociedade brasileira, e ausência do Estado na garantia dos direitos, lhes foi negado o direito à educação no passado, e lhes é dificultado no presente.[...] as políticas públicas precisam focar medidas especiais e emergenciais com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas.
Na mesma perspectiva Freire (1999) afirma que é preciso um trabalho
pedagógico, que parta do conhecimento do aluno, sendo relevante e significativo
para a formação do educando.
Ainda segundo o autor (1999, p 83) é necessário que:
[...] a escola onde tem lugar de destaque à apreensão crítica do conhecimento significativo através da relação dialógica. É a escola que estimula o aluno a perguntar, a criticar, criar; onde se propõe a construção do conhecimento coletivo, articulando o saber popular e o saber crítico, científico, mediados pelas experiências no mundo.
No entanto sabe-se que a escola não tem dado conta dessa premissa, o que
contribui para a evasão que é uma das grandes responsáveis pela necessidade da
existência e continuidade do ensino da EJA.
As pessoas que procuram esta modalidade de ensino tem um histórico de
vida que as impossibilitou de frequentar a escola quando criança. Mas que, no
entanto, tem todo o direito de buscar alternativas para concluírem seus estudos.
A evasão na EJA pode ser motivada por muitos fatores como o cansaço após
ter trabalhado o dia todo, a distância da casa até a escola, sendo que muitos
precisam utilizar o transporte escolar. Outro fator é a falta de apoio da família, falta
de apoio do governo, da escola, da direção, dos professores que muitas vezes não
estimulam seus alunos; e também o próprio desinteresse dos alunos, que não veem
perspectivas para o futuro, isso tudo interfere nas causas de abandono da instituição
escolar.
Existem muitos fatores que podem contribuir direta ou indiretamente na
evasão escolar dos adolescentes sendo uma grande preocupação para educadores,
gestores, governo, entre outras instituições.
O fracasso escolar também é uma das causas de evasão, pois os alunos que
frequentam a EJA, em sua maioria já tiveram passagens desastradas com insucesso
pelas instituições de ensino, sendo ínfimo o numero dos que não tiveram passagem
alguma pelo sistema de ensino formal. Sendo também cada vez maior o número de
adolescentes e jovens recém-saídos do ensino regular, por onde tiveram passagens
acidentadas e nem um pouco positivas.
Então o que fazer para minimizar este problema que reforça as desigualdades
sociais e dificulta diminuir significativamente o número de analfabetos ou estudantes
que não concluíram seus estudos na idade adequada neste país?
Nesta perspectiva Freire (1999) apresenta a educação popular, que remete a
uma educação significativa, que visa à formação do indivíduo com valores,
conhecimento e consciência de cidadania, que busca utilizar o que a pessoa já tem
de conhecimento popular para transformar na matéria-prima do ensino.
Para o autor (1999, p. 91):
Quando a gente compreende a educação como possibilidade, e gente descobre que a educação tem limites. É exatamente porque é limitável, ou limitada ideológica, econômica, social, política e culturalmente, que ela tem eficácia.
Assim se tratando de evasão, segundo Scortegagna (2011, p.111) “Na EJA
evidenciam-se as dificuldades da formação dos professores, aliadas à inadequação
curricular e a falta de metodologias específicas que contribuem para o fracasso de
muitos jovens e adultos na educação, ocasionando a evasão”.
Torna-se fundamental para mudar este cenário, de acordo com a mesma
autora, investir e estimular a formação do profissional para que este consiga
administrar tanto as questões relativas ao ensino quanto as questões sociais em que
os alunos foram ou estão sendo submetidos.
É preciso que os educadores façam sua parte, seguindo Freire (1999), é a
eficácia da prática educativa, que é elemento fundamental no processo de resgate
de liberdade. E a escola é o espaço privilegiado na promoção dos direitos, da
inclusão, do respeito e a valorização das diferenças, sem qualquer forma de
preconceito ou discriminação, em que o educando obtem uma formação
indispensável para o exercício da cidadania.
Segundo Scortegagna, (2011. p.113)
O professor necessita de uma base teórica sólida e clareza de concepções que orientem a sua prática. A formação docente, na atualidade, exige que o professor tenha uma compreensão ética e crítica do avanço do conhecimento e da tecnologia, para colocá-los a serviço do desnvolvimento individual e coletivo.[...] devem ser capazes de refletir de modo crítico sobre a sua própria formação e de responder satisfatoriamente aos desafios trazidos pelas novas relações entre educação e sociedade.
Numa perspectiva de intervenção para que a evasão seja minimizada no
cotidiano escolar é preciso conscientizar os adolescentes, incentivá-los, motivá-los e
integrá-los para que se sintam importantes e como parte da vida escolar. Baseando-
se na proposta inovadora de Paulo Freire, que pregava a necessidade de uma
educação voltada para a libertação e conscientização das pessoas como sujeitos
capazes de transformar a realidade social. Uma educação democrática e libertadora,
comprometida com a realidade social, econômica e cultural dos mais pobres,
Scortegagna (2011)
Para Freire (2005, p.34), “a construção de uma sociedade não poderá ser
conduzida pelas elites dominantes, incapazes de oferecer as bases de uma política
de reformas, mas apenas pelas massas populares que são a única forma capaz de
operar a mudança”.
É preciso que os educadores nas escolas públicas deem conta dessa
premissa, intervindo de forma crítica e dinâmica, na formação de seus alunos.
Pois o professor de jovens e adultos é uma peça chave neste resgate de
cidadania e deve estar preparado para trabalhar com cada tipo de vida inserida em
sua sala de aula. Uma boa interação entre professor e aluno vai contribuir no
processo ensino-aprendizado e para o próprio crescimento do educando e do
educador proporcionando meios que venham ajudar no desenvolvimento do aluno
no meio escolar, assim como a sua permanência nele.
Capítulo II
PROPOSTAS PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO COM ALUNOS DA EJA
FASE II E ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Atitudes relevantes para realizar um trabalho efetivo no combate a evasão,
são mais que imprescindíveis para que haja realmente uma efetivação das políticas
públicas relativas a Educação de Jovens e Adultos. A evasão é hoje um ponto
vulnerável que compromete a efetivação da educação de qualidade que se busca
para todos os cidadãos e que preocupa todos os educadores.
A EJA, como modalidade de ensino, segundo as Diretrizes Curriculares do
Paraná (2006), possui características próprias e específicas, quanto à organização
de classes, conteúdos, horários, metodologia e avaliação. Devido a essa
diversidade, é necessária uma proposta educacional flexível, que seja adequada à
realidade de cada classe destes educandos.
Segundo Paraná (2012), para que haja uma educação consciente e
libertadora é preciso parcerias e responsabilidades. É neste sentido que o Programa
de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE), busca por meio de pesquisa,
interferir através de um Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, tendo como
objetivo o exercício da práxis, entendida aqui como o processo dialético entre a
teoria e a prática. Assim como define Demo (2000), a pesquisa ação esta ligada à
práxis, ou seja, à prática histórica em termos de conhecimento científico para fins
explícitos de intervenção.
Ainda neste mesmo sentido Thiollent (2009), define que uma pesquisa-ação
social, com base empírica concebida e realizada em estreita associação com uma
ação ou resolução de um problema, de modo cooperativo ou participativo. Essa
pesquisa visa implementar ações que resultem em melhoria para um grupo ou
instituição.
Assim investigando neste caso inicialmente as possíveis causas da evasão
dos adolescentes na modalidade de ensino da EJA, uma vez que estes alunos já
foram de alguma forma, excluídos do sistema de ensino regular, por diversos
motivos.
Esta é uma pesquisa ação de natureza qualitativa, que será aplicada em um
Estabelecimento de Ensino do Paraná, que oferta o Ensino Regular no período
diurno, e a modalidade de Jovens e Adultos, EJA Fase II e Ensino Médio no período
noturno.
De acordo com o diagnóstico do Projeto Político Pedagógico do
estabelecimento de ensino os alunos matriculados fazem parte de uma comunidade
pobre; a cidade não tem teatro, cinema, nem outros acessos a cultura e lazer; e
também tem sérios problemas de desemprego. E ainda de acordo com o
levantamento da secretária da escola, 90% dos alunos matriculados na Educação
Básica são beneficiários do “Bolsa Família”.
Para que os alunos da EJA permaneçam no contexto escolar, é preciso um
trabalho de dinamização do espaço escolar, que é um espaço privilegiado para o
conhecimento e deve dar espaço para os sonhos e expectativa dos adolescentes,
oportunizar momentos de lazer (ludicidade), de motivação e de acesso a cultura.
Para que os alunos construam seu “ser e estar no mundo” eles precisam se
relacionar com outras pessoas e ter acesso a outros conhecimentos que só a escola
pode oferecer. Para isso o primeiro passo é a motivação, que é processo que
mobiliza para a ação, a partir de uma relação estabelecida com o ambiente, a
necessidade e o objeto de satisfação.
Assim a base da motivação, está sempre na necessidade, no desejo, na
intenção, no interesse, na vontade ou mesmo na predisposição para agir. A
motivação está também incluída o ambiente que estimula o organismo e que oferece
o objeto de satisfação. E, por fim, na motivação está incluído o objeto que aparece
como a possibilidade de satisfação da necessidade Bock (1999), são objetos de
motivação para os adolescentes: atividades esportivas, atividades de lazer,
dinâmicas, tecnologia, musica, dança, redes sociais, entre outras. Em outras
palavras, a motivação é a vontade e o interesse em fazer um esforço para alcançar
determinadas metas, e é um elemento essencial para o desenvolvimento do ser
humano, principalmente quando se trata de aprendizagem.
Por isso os educadores precisam estar atentos para manter sempre a
motivação nos educandos, pois como evidencia Pain (2001): na relação ensino-
aprendizagem, em qualquer ambiente, conteúdo ou momento, a motivação constitui-
se como um dos elementos centrais para a sua execução bem-sucedida.
A ludicidade também é uma necessidade do ser humano. O Lúdico é a forma
de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, raciocínio através de jogos,
música, dança e mímica. O intuito é educar, ensinar se divertindo e interagindo com
os outros. O brincar é considerado uma importante fonte de desenvolvimento e
aprendizado. Caracterizando-se por ser espontâneo funcional e satisfatório. E
desenvolver este lado lúdico com adolescentes que em sua maioria já não tem
tempo nem espaço para estas atividades, vai atraí-los para o espaço escolar.
As dinâmicas de grupo também são ótimos recursos para utilizar com
adolescentes, buscando interagir, integrar, sociabilizar, compartilhar, desenvolver
capacidades, habilidades, atenção, memória, além de descontrair, tornar o ambiente
agradável e promover a aprendizagem de maneira prazerosa.
Mas utilizar dinâmicas com adolescentes pode ser um desafio, que requer
muita preparação por parte do aplicador que precisa ter conhecimento e as
atividades corretas, para um bom resultado.
O humor também é uma estratégia, capaz de motivar, atrair e provocar o
aluno incentivando-o a buscar novas analogias com suas próprias experiências de
vida. Essa capacidade de se utilizar da fantasia no ato de inventar ajuda o homem a
compreender e recriar, conforme descreve Rodari (1982, p. 14) em sua análise
sobre a criatividade e o uso da fantasia no século XVII, afirmando que “se
tivéssemos uma fantasia da mesma forma que temos uma lógica, estaria descoberta
a arte de inventar”.
As festas juninas são outra opção que proporcionam um ensino aprendizado-
dinâmico e atrativo em torno de manifestações culturais, gastronômicas, significação
e origem de elementos históricos. Elas também promovem o relacionamento
interpessoal e confraternização que nenhuma outra data consegue realizar. É um
ótimo momento para desenvolver um projeto de aprendizagem, porque é um
trabalho sociocultural que trás conhecimento, atitudes e valores. Porque escola é um
espaço de formação ampla do educando, que aprofunda o seu processo de
humanização, aprimorando suas dimensões e habilidades.
Assim o acesso às experiências culturais diversas e a novas linguagens,
contribui para o desenvolvimento do aluno como sujeito sociocultural, crítico e
criativo.
As tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas,
sendo impossível não utilizá-las em algum momento da vida. E também despertam
o interesse e a motivação dos adolescentes. Na escola ela deve estar muito
presente, pois pode tornar as aulas mais atrativas e dinâmicas quando bem
utilizadas e com planejamento pedagógico.
O uso das tecnologias na educação, veio para facilitar, agilizar e dinamizar o
trabalho dos professores no processo de ensino aprendizagem. A integração das
tecnologias na educação é positiva tanto para os alunos, que se sentem mais
atraídos pelas aulas, como para o professor que se vê instigado a se atualizar
sempre. E oferecer momentos para que os alunos da EJA possam ter acesso a
redes sociais e para pesquisa, vai motivá-los a estudar e permanecer na escola.
Dentro das perspectivas explicitadas, as atividades propostas apontam um
trabalho pedagógico pautado num viés lúdico para que minimize a evasão dos
alunos adolescentes da modalidade da EJA
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: PROPOSTA DE TRABALHO COM OS
EDUCANDOS DA EJA FASE II
*Atividade 1 : Exposição do Projeto para o coletivo escolar
Duração: 4 h
Objetivo: Expor o trabalho realizado no PDE, para apreciação do coletivo escolar na
semana pedagógica.
Procedimentos Metodológicos: Na semana pedagógica de fevereiro, utilizando
uma sala com data show, expor para a apreciação dos educadores, através de
slides o trabalho de pesquisa e as atividades que serão aplicadas no Primeiro
semestre de 2014, buscando minimizar o índice de evasão dos alunos adolescentes
da EJA Fase II.
*Atividade 2: Levantamento de Dados, para análise posterior
Duração: 2 h
Objetivo: Investigar o índice de evasão dos anos anteriores dos alunos
adolescentes que frequentaram a EJA
Procedimentos Metodológicos: Pesquisar junto à secretaria da escola, com o
secretário da escola, os índices de abandono no ano de 2013, para comparar com o
ano de 2014, buscando identificar se houve a diminuição dos índices após a
intervenção e aplicação do projeto.
*Atividade 3: Integração, diagnóstico do perfil e levantamento de prioridades
Duração: 4h
Objetivo: Integrar utilizando dinâmicas, filme e diagnosticar através de pesquisa
entre os adolescentes, sobre as fragilidades do espaço escolar, tanto estrutural
quanto pedagógico.
Procedimentos Metodológicos: Preparar a sala com aparelho de som, TV,
cadeiras, balão e cordão.
*1-Iniciar com a dinâmica do Balão no Pé para descontrair a turma.
Desenvolvimento:
1. Solicitar ao grupo que fique no centro da sala, de pé.
2. Distribuir um balão e um pedaço de cordão para cada participante.
3. Cada participante encherá seu balão, amarrará e prenderá no tornozelo direito.
4. Colocar uma música para todos dançarem.
5. Quando a música pausar, os participantes poderão estourar os balões dos outros.
6. O jogo terminará ao final da música ou quando tiver apenas um participante com
balão.
Sugestões para reflexão:
* Quantos balões sobraram?
* Como cada um se defendeu para proteger o seu balão?
* Como nos defendemos diante dos desafios que a vida nos coloca?
*2- Em seguida apresentar o Filme do youtube “Adolescência uma fase de
mudanças e oportunidades” para dar início ao trabalho com os adolescentes.
Também fazer uma fala sobre o trabalho de intervenção do PDE que será
desenvolvido com eles e os objetivos a alcançar, que é a diminuição da evasão na
EJA Fase II.
* Após, aplicar um questionário com perguntas diretas sobre o ambiente escolar e
sobre preferências dos alunos, para conhecer o mundo dos adolescentes e o que
eles gostam ou não. (questionário em anexo)
Atividade 4 : Oficina, Filme e debate para sensibilização dos adolescentes
Duração: 4 h
Objetivos: Buscar a sensibilização dos adolescentes, para levá-los a refletir sobre
os próprios objetivos de vida, e como e escola pode contribuir;
Procedimentos Metodológicos: Em uma sala preparar um ambiente com data
show, cadeiras, e pipoca. Mas deixando um espaço vazio para iniciar com a
dinâmica conhecida como João Bobo, demonstrando como é importante ter pessoas
de confiança que nos amparem, nos auxilie e reconhecer também a importância da
solidariedade, respeitando o outro até mesmo nas brincadeiras.
Desenvolvimento:
1. Pedir aos participantes para dividirem-se em trios.
2. Cada trio coloca-se da seguinte maneira: duas pessoas ficam frente a frente e a
terceira pessoa no centro, com o corpo voltado em direção a um dos colegas, que
deve segurá-lo.
3. A seguir, a dupla de fora movimenta a pessoa do centro, jogando-a de um lado
para o outro.
4. As pessoas podem trocar as posições, de forma que cada pessoa do trio tenha a
oportunidade de ficar no centro.
5. No final, o grupo todo pode conversar sobre o que sentiram em cada uma das
posições.
Conversar:
* Foi fácil realizar essa brincadeira?
* Qual o sentimento de ter a necessidade de confiar no outro?
* Todos merecem nossa confiança da mesma maneira?
* Por que sentimos mais seguras com uma pessoa e menos com outra?
Em seguida, passar o filme Vida Maria, buscando fazer com que os adolescentes se
identifiquem e ao mesmo tempo possam ver outras opções de futuro.
Após o filme realizar um debate, pedindo que falem:
*1- O que mais chamou a atenção no filme?
*2- Qual cena te emocionou mais?
*3- O que você faria no lugar do personagem principal do filme?
*4- O que você não gostou?
*5- Você se identificou em algum momento, ou em alguma cena?
*6- O que poderia ser feito para mudar a situação apresentada?
*7-O que mudaria a história desta família?
*8- Quantas gerações ficaram sem estudar?
*9-Quais as mudanças se Maria tivesse estudado?
*10- Que fim você daria para essa história?
*11-Você conhece alguma história parecida com a de Maria?
*12- Que outras considerações você acha importante?
*13- Você concorda com a obrigatoriedade de concluir a educação básica ou pelo
menos estudar até os 18 anos? Por quê? (Fazer uma explanação sobre o que é a
Educação Básica)
* Atividade 5 : Palestra de motivação;
Duração: 4 h
Objetivo: Buscar a integração e a motivação no ambiente escolar, que é um
elemento essencial para o desenvolvimento do ser humano, principalmente quando
se trata de aprendizagem.
Procedimentos metodológicos: Organizar um ambiente com frases de motivação,
com data show, folhas de papel sulfite, pincéis atômicos, fita crepe e cadeiras para
uma palestra sobre o poder da educação e da força de vontade na nossa vida.
Desenvolvimento:
*1-Começar com a dinâmica “Árvore dos valores”, Auxiliando os adolescentes a
identificarem seus valores de vida e a refletirem sobre os mesmos.
1. Colocar um fundo musical suave e solicitar aos participantes que caminhem pela
sala e pensem sobre "O que é mais importante na sua vida"?
2. Pedir a cada adolescente que pegue uma folha de papel e um pincel atômico.
3. Solicitar que a folha seja dividida em três partes, no sentido do comprimento.
4. Em seguida pedir que, em cada tira de papel, seja escrita uma palavra que
corresponda a um valor da vida do adolescente.
5.Construir um painel para expor na escola, em forma de árvore,onde os alunos
colocarão as palavras escritas por ordem de importância, quanto mais alto na
árvore, mais importante.
Sugestões para reflexão:
1. Inicialmente foi fácil detectar os principais valores?
2. Que valores aparecem mais? Que tipos de valores são?
3. Por que eles não estão na mesma escala da prioridade?
4. Qual a relação entre os valores de vida e a prevenção?
5. Quem nos auxilia a desenvolver estes valores?
* Os participantes com esta dinâmica terão um melhor entendimento sobre os
próprios valores de vida e sobre a diversidade de valores dos seus colegas, e que
devem respeitar esta diversidade.
*2-Utilizando o material de apoio do SENAI, organizar uma aula sobre as vantagens
de permanecer na escola.
*A atividade é um jogo que trás situações do cotidiano, sugerindo situações onde o
adolescente vai morar sozinho e precisa pagar as contas, aluguel, alimentação,
lazer, transporte, etc; mas com a remuneração referente à escolaridade que
possuem, no caso, ensino fundamental incompleto. Eles irão perceber que é
impossível manter-se com tão pouco. Colocar as possibilidades de aumento salarial
de acordo com o aumento do grau de escolaridade das pessoas, levando-os a
refletir sobre as possibilidades e expectativas de futuro.
Atividade 6 : Aula passeio, integração
Duração: 4 h
Objetivo: Ofertar momentos de lazer e cultura para motivar e possibilitar aos
adolescentes, conhecimento, interação e socialização;
Procedimentos Metodológicos: Agendar ônibus para uma visita ao Morro do
Cristo, no observatório Andrômeda, onde os alunos terão oportunidade de obter
novos conhecimentos de astronomia, em seguida participar de um piquenique com
lanche oferecido pelo colégio, para descontrair.
*Também fazer uma visita ao CEEBJA, para conhecer outra escola da EJA e fazer
um lanche para que em seguida possam ir à sessão de cinema.
Atividade 7 : Sessão de Cinema
Duração: 4 h
Objetivos: Oportunizar um momento cultural e de lazer para a socialização e
elevação da autoestima dos adolescentes.
Procedimentos Metodológicos: Organizar autorizações para os pais dos
adolescentes, e contratar um ônibus para levar os alunos, até União da Vitória para
assistir uma sessão de cinema, pois eles ainda não tiveram essa oportunidade
(conceituar a importância da cultura para os adolescentes)
*Atividade 8: Oficina de informática;
Duração: 8 h
Objetivo: Buscar a integração e a motivação dos adolescentes no ambiente escolar
utilizando as tecnologias que atrai e estimulam os adolescentes, dinamizando o
espaço escolar.
Procedimento Metodológico: Organizar 2 momentos para que os adolescentes
possam utilizar o laboratório de informática, para navegar, pesquisar, entrar em
redes sociais, pois como a maioria não tem acesso, será um momento prazeroso e
de interação. Organizar grupos com monitores que tem maior conhecimento de
informática.
Conversar anteriormente com os professores para que estes deem opção de
assuntos para pesquisar.
Também criar email para cada um assim como endereço no facebook com os
alunos, para ter acesso ás redes sociais.
* Atividade 9 : O uso do Cartoon para socializar e dinamizar as relações
Duração: 4 h
Objetivo: Utilizar o cartoon como estratégias de motivação, expressão e elevação
da autoestima dos mesmos, através da criatividade.
Procedimento Metodológico: Incentivar os alunos a realizar uma pesquisa na sala
de informática sobre a diferença de charge e cartoon, lembrando que há uma
diferença entre os dois, sendo o primeiro como forma de humor gráfico com temas
voltados para a realidade local ou do país, e o segundo, mesmo sendo linguagem
gráfica, tratam de temas universais, não se detém em assuntos da realidade local.
Os dois podem ser encontrados em jornais, revistas e livros.
Desenvolvimento:
*1 Após a pesquisa, fazer o jogo do “amigo secreto”, onde cada aluno vai receber o
nome de um colega, não podendo divulgá-lo.
*2 Em seguida ele vai desenhá-lo em uma folha de sulfite de forma divertida,
exagerando nas características predominantes, e que o identifique para os outros.
*3 No final expor no mural da sala os desenhos para que os colegas possam
identificar.
*4 Podem ser feito a escolha do melhor trabalho e exposição dos mesmos no mural
da escola
Atividade 10: Festa Junina da Escola
Duração: 8 h
Objetivo: Enriquecer o conhecimento da turma quanto aos costumes das festas
juninas e contribuir para a socialização através de atividades lúdicas e prazerosas.
Procedimento Metodológico: Organizar uma quadrilha maluca para apresentar na
festa junina da escola. Os alunos inverterão os papeis: os meninos se vestirão de
meninas caipiras, e as meninas se vestirão de meninos caipiras. A música e a
coreografia serão escolhidas pelo grupo, assim como a roupa e ornamentos.
Atividade 11: Sensibilização dos docentes
Duração: 4 h
Objetivo: Sensibilizar a equipe docente da EJA sobre a importância de motivar e
conquistar os adolescentes desta modalidade de ensino.
Procedimento Metodológico: Montar slides com todo o trabalho realizado durante
o semestre com os adolescentes da EJA (fotos, atividades do cartoon, questionário,
etc.)
No dia de reunião pedagógica da EJA, organizar a sala com data show, para fazer o
repasse de todo o trabalho realizado com os adolescentes, mostrando os pontos
relevantes e como é importante conhecer os alunos e suas expectativas em relação
à escola, buscando a sensibilização dos docentes para a necessidade de um
trabalho diferenciado com os adolescentes que frequentam a EJA, buscando efetivar
a garantia do direito de todos à educação de qualidade, independente da faixa
etária.
REFERÊNCIAS
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ANEXOS
OUTRAS SUGESTÕES DE ATIVIDADES QUE PODEM SER DESENVOLVIDAS
COM OS ALUNOS DA EJA:
*Atividade: Oficina de Jogos, com panfletagem para divulgação de jogos;
Objetivo: Atrair os adolescentes para o espaço escolar e trabalhar com atividades
esportivas;
Procedimento Metodológico: Organizar juntamente com os alunos e o professor
de Educação Física, um campeonato intersalas de futsal, podendo ainda de acordo
com a demanda, envolver outras modalidades esportivas, com premiação de
medalhas para os vencedores. Os alunos da EJA farão a divulgação através de
panfletagem do evento, e também a organização dos times para as disputas, que
podem ser dois momentos: time contra time, e os vencedores se enfrentam nas
finais.
*Na semana cultural da UNESPAR, contratar um ônibus para levá-los a União da
Vitória para assistir apresentações artísticas, pois na cidade não temos cinema, nem
outras fontes de lazer e cultura;
* Trazer um grupo de capoeira e organizar uma oficina para os adolescentes;
* Participar da noite cultural da EJA e fazer relatório do evento.
QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS
1-Sua idade atual:
( )15 ( )16 ( ) 17 ( ) 18
2-Sexo:
( ) Masculino
( ) Feminino
3- Você trabalha?
( ) Sim, onde....................................................................
( ) Não
4- Você já abandonou a escola alguma vez?
( ) Sim, por quantos anos?......
( ) Não
5- O que você não gosta no ambiente escolar, e o que você mais gosta
R:.Não gosta ..............................................................................................................
Gosta........................................................................................................................
6- Em sua opinião, para melhorar a situação da evasão escolar atual, seria
necessário:
( ) Mais atenção do governo com as famílias mais carentes
( ) Melhorar as condições da escola
( ) Ter professores mais pacientes com os alunos
( ) Diminuir número de aluno por turma
( ) Tomar todas estas e outra medida
7- Com relação às aulas, você as considera:
( ) Pouco interessante
( ) Cansativas
( ) Interessantes
( ) Outras. Quais?...................................................................................................
8- Você acredita que:
( ) Todos os alunos que abandonaram a escola, voltam
( ) Apenas alguns voltam
( ) Nenhum volta
9- Você conhece os prejuízos causados em sua vida, para a sociedade e aos cofres
públicos com a evasão escolar?
( ) Sim
( ) Não
10- Dentre os itens a seguir, assinale aqueles que fariam com que você
abandonasse os estudos.
( ) Horário de encerramento das aulas e a necessidade de acordar cedo para
trabalhar
( ) Falta de motivação para estudar
( ) O trabalho não me deixa tempo para estudar
( ) Falta de incentivo dos pais
( ) Outros. Quais?...
11-Onde você quer trabalhar quando adulto e em que
profissão?.......................................................................................................................
12- Que possibilidades de trabalho você vê em nosso
município?......................................................................................................................