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INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CNPq/FAPERJ/CAPES
Os Estados e as Regiões Metropolitanas constitutivas do Observatório
das Metrópoles no Censo 2010
COORDENAÇÃO LUIZ CÉSAR DE QUEIROZ RIBEIRO
EQUIPE RESPONSÁVEL
Maria Graciela González de Morell Marinez Villela Macedo Brandão
Wilson Sabino
Rio de Janeiro, março de 2012.
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Introdução
Este trabalho visa reunir as principais conclusões presentes nos estudos
do Observatório das Metrópoles, que analisaram as tendências da distribuição
populacional, composição demográfica por sexo e idade e inserção estadual
das Regiões Metropolitanas do Brasil – Rio de Janeiro, São Paulo, Baixada
Santista, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre, Curitiba, Maringá, Goiânia,
Brasília, Salvador, Natal, Fortaleza e Belém –, comparando os resultados do
Censo Demográfico de 2010 com os do Censo de 2000. Este texto é um dos
produtos do relatório final das pesquisas na área de Transformações
Socioespaciais e Dinâmica Demográfica do INCT Observatório das Metrópoles.
As análises estaduais, por municípios e para as metrópoles, permitiram
concluir que em 2010, o país diminuiu seu ritmo de crescimento e se tornou
mais urbano, mais feminino e mais idoso, em decorrência, principalmente, da
mortalidade diferencial por sexo e do declínio da fecundidade.
Nos contextos mais urbanizados decresce relativamente a população
dos grupos etários mais jovens e amplia-se a dos grupos mais idosos. Da
mesma forma, essas porções do território tornam-se cada vez mais femininas.
Nos municípios periféricos ainda se mantém o padrão de bases relativamente
mais largas, com expressiva presença de grupos infanto-juvenis, e cúspides
mais estreitas.
A descrição das tendências populacionais de crescimento e de
ocupação dos espaços metropolitanos, nos primeiros dez anos do século XXI,
bem como as disparidades locais nos processos de feminização e
envelhecimento populacional, conduzem à compreensão de suas
repercussões na demanda por políticas públicas.
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I. Crescimento e distribuição da população
1.1. Rio de Janeiro
O Estado do Rio de Janeiro chegou em 2010 com uma população de
15.989.929 habitantes. Durante os anos 2000 experimentou um incremento
populacional da ordem de 1,5 milhões de pessoas aproximadamente. Apesar
de algumas mudanças, o peso da população metropolitana no estado
permanece bastante elevado, 75,7% em 2000 e 74,2% em 2010.
A divisão do território apresenta seis mesorregiões geográficas, que são
Baixadas, Centro Fluminense, Metropolitana do Rio de Janeiro, Noroeste
Fluminense, Norte Fluminense e Sul Fluminense. No Estado do Rio de Janeiro,
foram se concentrando em torno da capital vários municípios que cresciam e
dependiam da metrópole, uma vez que estavam integrados a ela. Essa Região
Metropolitana em muito se diferencia das outras regiões do Estado.
Marcam também o Estado do Rio de Janeiro um centro-sul e médio
Paraíba com expressiva industrialização simbolicamente marcada pela
instalação em Volta Redonda da maior siderúrgica do país, a Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN). Destaca-se também a potencialidade turística das
regiões litorâneas do Estado ao sul e ao norte, Baía da Ilha Grande e Baixadas
Litorâneas, respectivamente, além da Região Serrana do Estado. Por fim, a
situação econômica do estado se completa com um noroeste tradicionalmente
agrícola, porém, em decadente atividade açucareira. Destacando-se deste
último quadro, entretanto, apresenta-se a região norte do estado, com dinâmica
econômica impulsionada pelas atividades petrolíferas na Bacia de Campos
(Ervatti, 2003).
Neste trabalho, a divisão do território considera sete mesorregiões
geográficas: Noroeste, Norte, Centro, Baixadas, Sul, Serrana-Centro
(corresponde a alguns municípios da região Serrana e de outras regiões) e
Região Metropolitana de Rio de Janeiro (na verdade, a aglomeração com
funções metropolitanas identificada pelo Observatório das Metrópoles).
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Algumas das mudanças populacionais ocorreram no interior, onde
especialmente a Região das Baixadas Litorâneas aumentou seu percentual de
participação (de 3,2% para 4,3%), seguida da Região Norte Fluminense (de
4,9% para 5,4%). Apesar da diminuição pequena da participação tanto do
núcleo metropolitano como da periferia, como já dito, a participação da
população na metrópole ainda é muito grande, como se vê no gráfico abaixo.
Gráfico 1 – População residente por regiões: Estado do Rio de Janeiro – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
As diferenças pequenas na participação percentual de algumas regiões
do interior estadual ganham maior relevo quando se analisam as dinâmicas
regionais separadamente. Observando as taxas de crescimento populacional
no período de 2000 a 2010, verifica-se que o estado apresentou 1,06% de
crescimento ao ano. A Região das Baixadas Litorâneas apresentou maior
crescimento populacional, bastante elevado, de quase 4% a.a. Em seguida
está a Região Norte Fluminense, com crescimento populacional de 2,05%,
enquanto a Região Sul cresceu 1,30% no período. As demais regiões do
Estado, inclusive a metropolitana, tanto o núcleo quanto a periferia,
apresentaram crescimento abaixo de 1% a.a., apesar da periferia ser maior do
que o núcleo da metrópole.
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Gráfico 2 – Taxa de crescimento por regiões: Estado do Rio de Janeiro – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
1.2. São Paulo
O Estado de São Paulo atinge, em 2010, uma população de 41.252.162
habitantes, 95,94%% vivendo em áreas urbanas e 58,53% nas suas áreas
metropolitanas institucionais; São Paulo, Santos e Campinas. O grau de
urbanização no Estado de São Paulo é alto, bem maior que a da Região
Sudeste, de 92,95% e a do Brasil, de 84,36%, mostrando um estado com
população rural reduzida, de apenas 1.676.948 pessoas em 2010. A
urbanização no estado de São Paulo é crescente: a proporção de população
urbana era, em 1950, de 52,59%, subindo para 88,65% em 1980, 93,41% em
2000 e atingindo em 2010 o percentual de 95,94%.
O peso da população paulista no total da população brasileira subiu até
o ano de 1980, quando São Paulo possuía quase metade da população do
Brasil. Desde então, esta proporção vem descendo lentamente, representando
hoje quase 22% da população brasileira. Até o decênio de 2000-2010 as taxas
de crescimento da população paulista eram sempre maiores que as taxas
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brasileiras. O incremento absoluto da população paulista na primeira década de
2000 foi de 4.219.758 pessoas.
Grande proporção deste incremento se deu nas 3 regiões metropolitanas
institucionais: São Paulo, Campinas e Santos, com aumento de 2.455.441
moradores entre 2000 e 2010, ou seja, mais de 58% do aumento da população
estadual entre 2000 e 2010 aconteceu nas regiões metropolitanas, indicando,
além de urbanização, concentração populacional. As 3 regiões metropolitanas
institucionais são responsáveis por 58,53% da população do Estado em 2010
(este valor era de 58,57% em 2000, indicando estabilidade na proporção das
metrópoles na população estadual). A Região Metropolitana de São Paulo vem
diminuindo muito lentamente seu peso na população do Estado: chegou a
representar quase a metade da sua população em 1980, chegando em 2010 a
47,72%.
As taxas históricas de crescimento populacional do Estado de São Paulo
sempre foram superiores as taxas brasileiras, até a década de 200-210. Assim,
é na primeira década do século XXI que a taxa de crescimento da população
brasileira supera a paulista: a brasileira com valor de 1,18% ao ano, e a
paulista com 1,08% anuais. Observa-se também o declínio de 40% no valor da
taxa de incremento populacional da Região Metropolitana de São Paulo, que
até 1991 costumavam ser superiores à taxa estadual. Este declínio deve-se,
sobretudo, à diminuição do crescimento do município sede.
O Estado de São Paulo possui 15 mesorregiões: mais de 64% da
população estadual reside nas quatro mesorregiões a leste do Estado: Vale do
Paraíba Paulista, Macro Metropolitana, Metropolitana de São Paulo e Litoral
Sul. As duas mesorregiões ao norte da Mesorregião Metropolitana de São
Paulo, Campinas e Piracicaba concentram 12,5% da população do Estado. Os
outros 20% se distribuem nas outras oito mesorregiões.
As mesorregiões a noroeste e a oeste do Estado apresentaram taxas de
crescimento populacional baixas, inferiores a 1% ao ano; as mesorregiões mais
centrais: Ribeirão Preto, Araraquara e Bauru, que possuíam, no ano 2010, 11%
da população estadual, já cresceram a mais de 1%; uma das maiores taxas de
crescimento se deu na mesorregião de Campinas (1,47% ao ano). Piracicaba,
mesorregião vizinha, também teve taxa expressiva, de 1,23% anual.
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As mesorregiões a leste, que circundam a mesorregião Metropolitana de
São Paulo, apresentaram altas taxas: Vale do Paraíba Paulista com 1,20%,
Macro Metropolitana com 1,63%. A mesorregião Metropolitana de São Paulo,
integrada pela metrópole institucional de São Paulo mais alguns municípios da
Baixada Santista, cresceu a 0,98% na década. O Litoral Sul, região bastante
deprimida, teve crescimento reduzido, de 0,86% anuais.
Há forte associação entre dados econômicos e demográficos. A PAEP
de 2001 mostra a existência de forte núcleo na metrópole de São Paulo,
complementado com atividade econômica intensa em regiões do seu entorno:
Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e Baixada Santista - e uma região
interiorana com menor escala de produção. É também nestas mesorregiões -
Vale do Paraíba Paulista, Campinas, Macro Metropolitana – onde se deu o
maior incremento demográfico.
Região Metropolitana de São Paulo
A taxa de crescimento da população da Grande São Paulo (metrópole
institucionalizada, com 39 municípios) mostra tendência declinante nas últimas
décadas: até 1980, as taxas de crescimento demográfico eram altas, acima de
4 % ao ano; já entre 1980 e 1991 a taxa reduziu-se para 1,86, e esta redução
continuou entre 1991 e 2000 (1,64%), atingindo 0,97% anuais entre 2000 e
2010. As taxas de crescimento demográfico das outras duas metrópoles
paulistas têm sido superiores à da Grande São Paulo: entre 2000 e 2010,
Campinas e a Baixada Santista cresceram 1,81 % e 1,20% ao ano,
respectivamente. O peso da Grande São Paulo na população estadual reduziu-
se na última década de 48,28% para 47,72%, enquanto que os pesos de
Campinas e da Baixada Santista subiram de 6,31% e 3,39% em 2000 para
6,78% e 4,03% no ano 2010.
Assim como nas outras duas metrópoles, o crescimento da Grande São
Paulo é maior na periferia que no núcleo (município de São Paulo): do seu
incremento absoluto de 1.805.272 pessoas na década, 54,62% de alocaram
nos municípios periféricos. A taxa de crescimento do núcleo foi de 0,76% ao
ano na década, enquanto que na periferia atingiu 1,25%.
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Quanto à população dos 39 municípios da metrópole de São Paulo,
nota-se que, além da capital, 4 municípios metropolitanos apresentam
população de mais de 500 mil habitantes: Guarulhos, com mais de 1 milhão,
Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo. E, em todos os municípios as
taxas de crescimento populacional são declinantes, embora alguns ainda
mostrem altas taxas como: Arujá (2,91%), Cajamar (2,36%), Cotia (3,04%),
Itapevi (2,15%), Mairiporã (3,02%), Pirapora do Bom Jesus (3,82%), Taboão da
Serra (2,16%) e Vargem Grande Paulista (2,77%).
O núcleo central da metrópole, município de São Paulo, vê suas taxas
de crescimento populacional declinar desde a década de 1960. O incremento
de 817.924 habitantes entre 2000 e 2010 representa uma taxa de apenas
0,76% ao ano. Mesmo assim, tem mais de 11 milhões de moradores,
constituindo-se no município mais populoso do Brasil.
O censo de 2010 mostrou uma inversão de tendência intraurbana que se
dava desde 1980: seu crescimento era essencialmente periférico, com perda
de moradores nos anéis mais centrais. Esta situação mudou na primeira
década do século XXI, quando os 3 anéis centrais ganharam 216 mil
residentes. Este ganho é menor que nos dois anéis mais periféricos, onde o
ganho atingiu mais de 600 mil habitantes. Mas mostra uma inversão da
tendência dos últimos 20 anos.
Tabela 1 – Taxas Anuais de Crescimento populacional: Brasil, Estado de São Paulo, Grande
São Paulo e Município de São Paulo – 1872-2010
Fonte: Censos demográficos do IBGE.
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Região Metropolitana da Baixada Santista
A Região Metropolitana da Baixada Santista, RMBS, é formada por nove
municípios: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia
Grande, Santos e São Vicente. Em relação à regionalização por Mesorregiões,
apresenta a particularidade de seis de seus municípios – Bertioga, Cubatão,
Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente – pertencerem à Microrregião de
Santos, componente da Mesorregião Metropolitana de São Paulo, e os três
restantes, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe, junto com Itariri e Pedro de Toledo -
estes dois últimos não integrantes da RMBS – constituírem à Microrregião de
Itanhaém, componente da Mesorregião do Litoral Sul Paulista.
O desenvolvimento regional econômico definiu o desenho urbano –
centro/periferia - do território da metrópole. No período em que se consolidou o
centro portuário e teve início a implantação de indústrias na região, houve
elevado crescimento populacional, fenômeno mantido até a década de 70,
quando a taxa de crescimento anual alcança o valor de 3,9% ao ano. A partir
dos anos 80 se inicia a tendência à diminuição – taxas em torno de 2,2% ao
ano -, que se intensifica cada vez mais, chegando, no período 2000-2010, a
cifra de 1,2% ao ano, semelhante à média do país, 1,2% ao ano.
Segundo o Censo Demográfico de 2010, a população da RMBS era de
1.663.082 habitantes. Durante os anos 2000 houve um incremento
populacional da ordem de 186.000 pessoas. Apesar da diminuição na década,
o peso da população do município sede, Santos, na região, permanece sendo
o mais elevado, 28,3% em 2000 e 25,2% em 2010. Também é possível
constatar, que houve decréscimos no crescimento populacional, entre 2000 e
2010, em todos os municípios que compõem a região, porém com grande
variação de ritmo.
Santos e os municípios de seu entorno, Cubatão, Guarujá e São
Vicente, apresentaram as menores taxas de crescimento populacional -
inferiores a 1% ao ano -, enquanto os mais distantes, Bertioga, Praia Grande,
Itanhaém, Mongaguá e Peruibe registraram as maiores. O menor crescimento,
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0,04% ao ano, entre 2000 e 2010, coube à sede regional, o município de
Santos.
O município de Bertioga, o menor da região em termos populacionais, foi
o que apresentou a maior taxa de crescimento do Estado, 4,8% ao ano, mas foi
também o que teve a maior redução no seu ritmo de crescimento (137%).
Dessa maneira, a diferença entre a maior taxa de crescimento, correspondente
a Bertioga, e a menor referente a Santos, passou, na primeira década do
século XXI, de 11,34 a 4.4 pontos percentuais.
Na tabela e gráfico seguintes, o crescimento populacional da RMBS no
período 2000/2010, se evidencia mediante outra forma de mensuração, a
proporção de mudança em termos relativos (%).
Tabela 2 – Crescimento populacional (%). RMBS, Estado de São Paulo e Brasil, 2000 – 2010
RMBS, Estado de São Paulo e Brasil
População 2010
População 2000
Crescimento 2000-2010
(%)
Bertioga 47.572 30.039 58,4
Cubatão 118.797 108.309 9,7
Guarujá 290.607 264.812 9,7
Itanhaém 87.053 71.995 20,9
Mongaguá 46.310 35.098 31,9
Peruíbe 59.793 51.451 16,2
Praia Grande 260.769 193.582 34,7
Santos 419.757 417.983 0,4
São Vicente 332.424 303.551 9,5
RM Baixada Santista 1.663.082 1.476.820 12,6
Estado de São Paulo 41.262.199 36.969.476 11,6
Brasil 190.755.799 169.590.693 12,5
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010
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Gráfico 3 – Taxa de Crescimento populacional por município da RMBS
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.
1.3. Minas Gerais
O estado de Minas Gerais, um dos maiores do país em área (586.520
km2), é o segundo estado brasileiro mais populoso, com um total de
19.583.789 pessoas residentes em 2010, distribuídos em 853 municípios. Esta
população está, no entanto, altamente concentrada: quase a metade encontra-
se na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e em outros 21
municípios com mais de 100 mil habitantes.
O estado está dividido em 12 mesorregiões: Campo das Vertentes,
Central Mineira, Jequitinhonha, Metropolitana de Belo Horizonte, Noroeste de
Minas, Norte de Minas, Oeste de Minas, Sul/Sudoeste de Minas, Triangulo/Alto
Paranaíba, Vale do Mucuri, Vale do Rio Doce e Zona da Mata. Em cada uma
delas a concentração populacional está nos polos regionais, com destaque
para Juiz de Fora e Uberlândia.
As regiões economicamente mais dinâmicas e onde a rede urbana é
mais consolidada situam-se nas áreas meridionais, além do Triângulo e da
Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, onde se encontra a RMBH. O
Triângulo e o Sul/Sudoeste constituem áreas de “transbordamento da indústria
paulista” desde os anos setenta, na primeira destaca-se também a
agroindústria. As mesorregiões Metropolitana de Belo Horizonte, Campo das
Vertentes e Vale do Rio Doce contêm o Quadrilátero Ferrífero, concentrando as
atividades de mineração e siderurgia, base econômica do estado. Nessa última
Gráfico 1 - Taxa de crescimento populacional, por município - RMBS
12,6%
0,4%
9,5%
9,7%
9,7%
16,2%
20,9%
31,9%
34,7%
58,4%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%
Baixada
Santos
São Vicente
Cubatão
Guarujá
Peruíbe
Itanhaém
Mongaguá
Praia Grande
Bertioga
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situa-se a Região Metropolitana do Vale do Aço; a Usiminas e a antiga
siderúrgica Acesita, atual Arcelor-Mittal. O Oeste de Minas tem recebido
importantes investimentos industriais, destacando-se os municípios de
Divinópolis, Nova Serrana e Itaúna. A Zona da Mata é antiga região cafeicultora
e têxtil. Nesta, Juiz de Fora, polo regional e quarto município do estado em
população (atrás de Belo Horizonte, Contagem e Uberlândia) é importante
centro terciário e universitário.
Os municípios que mais crescem em Minas Gerais são aqueles de porte
médio e grande, à exceção da capital – os 29 municípios com população entre
100 mil e 1 milhão de habitantes receberam 91% de todo o incremento
populacional do estado na década de 2000. Os municípios com menos de 10
mil habitantes, ao contrário, perderam população na última década.
Em termos regionais, a população continuou concentrando-se na
Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte. A distribuição mesorregional não
se alterou muito na década, destacando-se ligeiro ganho na participação do
Triângulo/Alto Paranaíba e do Oeste de Minas e ligeira queda na participação
das mesorregiões Vale do Rio Doce e Zona da Mata. Três regiões cresceram
mais do que o crescimento médio do estado: Triângulo/Alto Paranaíba, Oeste
de Minas e Metropolitana de Belo Horizonte.
Região Metropolitana de Belo Horizonte
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), cuja economia é
fortemente baseada no complexo mínero-metal-mecânico, três municípios
concentram a população e o PIB: Belo Horizonte, Contagem e Betim – em
2005, a capital concentrava 45,5% do PIB da RM (Fundação João Pinheiro,
2007).
Belo Horizonte vem perdendo população para os municípios da sua
periferia, destacando-se os do norte e oeste. Considerando o território que
constituía a RMBH em 1991, a capital passa de 75% da população da RM, em
1970, para 50% em 2010. Assim como na grande maioria das regiões
metropolitanas brasileiras, o movimento demográfico nas décadas de 1950 a
1970 era constituído de fluxos migratórios de longa distância, vindos para as
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capitais e grandes cidades. A partir dos anos 80, à diminuição dos fluxos de
longa distância corresponde o movimento do centro para as periferias.
Gráfico 4 – Taxa de Crescimento Anual das Mesorregiões de Minas Gerais – 2000/2010
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.
1.4. Espírito Santo
De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2010,
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o Brasil
registrou uma população de 190.755.799 habitantes. Na classificação de
estados mais populosos, o estado do Espírito Santo situou-se na 15ª posição,
representando 1,8% da população brasileira. Em 2010, a maior proporção da
população brasileira mostrou-se concentrada nos outros três estados da região
Sudeste, com 21,6% da população em São Paulo, 10,3% em Minas Gerais e
8,4% no Rio de Janeiro.
Segundo dados do Censo, o estado do Espírito Santo apresentou uma
população de 3.514.952 habitantes, evidenciando aumento de 13,5% (417.720
habitantes) em relação à população registrada em 2000 (3.097.232 pessoas
residentes). No decorrer dos anos 2000, o estado destacou uma taxa média de
crescimento anual de 1,27%, apresentando valor acima da média nacional
(1,17%) e a maior taxa de crescimento populacional da região Sudeste,
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seguido por São Paulo (1,09%), Rio de Janeiro (1,06%) e Minas Gerais
(0,91%).
Analisando as taxas médias geométricas anuais de crescimento das
microrregiões do ES, foi possível verificar que as microrregiões Metropolitana,
Polo Linhares e Litoral Norte apresentaram taxas superiores à registrada no
estado. A população da microrregião Polo Linhares apresentou o maior
crescimento no período avaliado, correspondendo a um crescimento médio
anual de 2,08%, superando até mesmo a RMGV que evidenciou a maior
participação relativa populacional. Em contrapartida, as microrregiões Noroeste
I e Caparaó apresentaram as menores taxas do estado, com valores inferiores
a 0,35%.
Constata-se o predomínio das maiores taxas de crescimento
populacional nas microrregiões litorâneas, fato que corrobora o padrão de
distribuição espacial predominante dos capixabas ao longo da costa atlântica,
padrão este que difere em relação ao contexto nacional, quando alguns
estados salientam o processo de interiorização do crescimento populacional.
Mapa 1 - Taxa média geométrica anual de crescimento (%) por microrregião:
Espírito Santo – 2000/2010
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Verificou-se certa similaridade entre a distribuição da população do ES
por microrregiões nos anos de 2000 e 2010, uma maior concentração
populacional na Região Metropolitana da Grande Vitória - RMGV,
representando quase que metade da população total do Estado em ambos os
anos avaliados. Já os Polos Cachoeiro e Linhares concentraram,
respectivamente, a segunda e terceira maior parcela da população do ES. Por
outro lado, a população da microrregião Extremo Norte representou menos que
2% da população de todo o Estado, a menor parcela registrada em ambos os
anos.
Quanto ao grau de urbanização, todas as microrregiões litorâneas, com
exceção da Metrópole Expandida Sul, destacaram os maiores percentuais de
população urbana. A RMGV destacou a maior taxa de urbanização (98,3%); os
7 municípios apresentaram elevadas taxas de urbanização, sendo que Fundão
(84,5%) evidenciou o menor valor.
As menores taxas de urbanização foram registradas nas regiões Central
Serrana (42,0%) e Sudoeste Serrana (44,4%), o que evidenciou o predomínio
da população rural nesses territórios.
1.5. Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul atravessou largo processo de mudança territorial
ao longo dos últimos 30 anos. Composto em 1980 por 232 municípios alcança
o ano de 2010 com um total de 496, sendo que a grande maioria (mais de 43%
desde 1980) se localiza na mesorregião Noroeste Rio-grandense. À
mesorregião Metropolitana de Porto Alegre pertencem cerca de 20% dos
municípios. A Região Metropolitana também sofreu impactos em sua estrutura
territorial, passando de 14 para 31 municípios entre o primeiro e o último ano.
A população total do Rio Grande do Sul, em 2010, é de 10.727.937
habitantes, o que significa, em relação a 1980, um incremento total de mais de
2,9 milhões de habitantes. Ao longo do período, no entanto, apenas entre
1980-91 que o incremento relativo da população estadual foi positivo, tendo
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atingido um percentual de 17,56%; nos períodos seguintes, o incremento
relativo foi negativo (– 2,99 entre 1991-00 e –2,59% entre 2000-10). E, redução
progressiva das taxas de crescimento da população, chegando a 0,52% ao ano
entre 2000-10, mostra que o ritmo do crescimento populacional do estado está
em queda. Em compensação, a densidade demográfica se intensificou ao
longo dos últimos 30 anos (de 29 habitantes por Km2, em 1980, passou para
quase 40 hab./Km2 em 2010).
No período 2000/2010 cerca de 52% dos municípios gaúchos tiveram
taxas de crescimento total negativos, e mais de 18% cresceram a taxas abaixo
da média do estado. Apenas uma pequena parcela do território, onde se
observa o maior dinamismo econômico e onde se concentram os
investimentos, abrangendo o eixo entre a Região Metropolitana de Porto
Alegre, e a Aglomeração Urbana da Região Nordeste, se manteve atrativa.
Cabe destaque para o litoral rio-grandense, com a existência de municípios
com forte atração populacional, revelando intensos processos de
transformação por que está passando essa parcela do Estado, que já teve
institucionalizada a Aglomeração Urbana do Litoral Norte. No mais, todo o
oeste e sul rio-grandense apresentam taxas de crescimento populacional ou
negativo (perda de população) ou em patamares inferiores à média do Estado.
Quando se trata da população urbana as mudanças são mais
expressivas. Em 2010 a população urbana do estado é de 9.122.477
habitantes (3.8 milhões superior a 1980). Equivale a 85,03% da população
total, percentual muito superior a 1980, que era de apenas 67%%. Portanto,
num lapso de 30 anos ocorreu a inversão na relação rural/urbano no Estado,
com intensificação do processo de urbanização. Mas essa urbanização intensa
no RS aconteceu entre 1980 e 1991, quando se registro um incremento
populacional de 33,24%, a um ritmo intenso, de 3,24% ao ano. Nos períodos
seguintes, embora se mantendo a tendência a incremento da população
urbana, ela foi diminuindo de maneira significativa nas duas décadas seguintes,
chegando, no período 2000-10 a um incremento de 9,74% e a uma taxa de
crescimento de 0,93% ao ano. Por outro lado, a perda de população rural no
Estado, que no período 1980-91 teve uma taxa de crescimento negativo de
1,80% ao ano, continuou caindo todos os períodos, alcançando menos 1,51%
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
17 www.observatoriodasmetropoles.net
ao ano no período; entre 2010-10. Ou seja, ao mesmo tempo em que se
mantêm o processo de desruralização após os anos 2000, a urbanização dá
sinais de relativa estabilidade se considerado o ritmo de crescimento.
Região Metropolitana de Porto Alegre
A Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) foi criada em 1973 com
14 municípios e ampliada ao longo dos anos, sendo composta, atualmente, por
32 municípios. Dos 10 municípios do RS com mais de 200 mil habitantes, sete
estão localizados na RMPA, incluindo, evidentemente, a Capital, a única com
mais de um milhão de habitantes. É, ainda, a que reúne a maior parcela da
população do Estado.
A meso que concentra maior população intrarregional é a metropolitana
(era 37% em 1980 e chega a 44% em 2010), seguida pela Nordeste, que,
apesar disso diminuiu seu peso no conjunto do Estado (de 21% em 1980
baixou para 18% em 2000). Essa formação é a que ostenta também ao longo
de todo o período um grau de urbanização mais elevado (superior a 87% em
1980 e 93,5% em 2010), superando significativamente as médias estaduais.
Outra questão que merece registro diz respeito à densidade demográfica
na meso metropolitana, cujo aumento entre 1980 e 2010, de 96 para 126
habitantes por quilômetro quadrado, resulta da concentração da maioria das
atividades econômicas do Estado na maior aglomeração urbana, a Região
Metropolitana de Porto Alegre. Em 1980 a população da RMPA correspondia a
67% da população residente na mesorregião; em 2010 esse percentual eleva-
se para 84%. Em relação ao total do Estado, a população metropolitana
representava, em 1980 cerca de 25% dos habitantes; em 2010 esse percentual
eleva-se para mais de 37%. O ritmo de crescimento da região metropolitana
também foi muito elevado, no período de 1980-91 a RMPA cresceu 4,18% ao
ano, tendo arrefecido nos dois períodos seguintes (1,64 e 1,34 % ao ano),
patamares bem superiores ao da meso e ao do Estado.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
18 www.observatoriodasmetropoles.net
Mapa 2 – Taxa de Crescimento geométrico do Rio Grande do Sul – 2000/2010
1.6. Paraná
O Estado do Paraná atinge, em 2010, uma população de 10.444.526
habitantes, 85,3% vivendo em áreas urbanas. Sua participação no total da
população brasileira vem apresentando ligeiro declínio desde os anos 1990,
situando-se, em 2010, na ordem dos 5,5%.
Enquanto no decênio 1970-80 o país crescia a taxas de 2,5% a.a., o
Paraná apresentava um crescimento de 0,97% a.a. Entre 1991-00,
experimentou alguma recuperação, mas retomou a situação de declínio na
década seguinte, fechando o intervalo 2000-10 com a taxa de 0,89% a.a.
Mesmo assim, entre os anos 2000/10 o incremento no total populacional
do Estado foi de 881.068 pessoas. O peso da população vivendo nas regiões
metropolitanas do Estado elevou-se de 41,4%, em 2000, para 43,6% em 2010.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
19 www.observatoriodasmetropoles.net
A metropolização paranaense, no bojo da brasileira, expressa uma urbanização
ainda mais intensa que a do próprio país. Enquanto o Brasil descreve uma
curva contínua ascendente, o Paraná eleva seu grau de urbanização de 36,1%,
em 1970, para mais de 80% em 1991, superando o patamar da urbanização
brasileira. Em 2010 o Estado registra 85,3% da população vivendo em áreas
urbanas, enquanto no Brasil são 84,4%.
Entre os municípios com crescimento superior ao dobro do Estado, a
maioria corresponde àqueles inseridos em uma das RMs institucionalizadas,
destacando-se que, entre os 28 nessa condição de crescimento, 11 se
integram à RM de Curitiba. Esse conjunto reúne apenas 7% dos 399
municípios paranaenses, opondo-se ao conjunto que ainda permanece como o
mais expressivo: o dos municípios com perda de população, que totaliza 177
municípios ou 44% do total do Estado. Outros 32% dos municípios crescem a
taxas entre 0 e 0,89% a.a., e 17%, entre 0,89% a.a. e 1,78% a.a., o que
demonstra que são poucos e concentrados os municípios que dão suporte às
dinâmicas mais relevantes do Paraná.
Regiões Metropolitanas do Estado do Paraná
Mais de 64% da população paranaense se concentra nas mesorregiões
Metropolitana de Curitiba (33,5%), Norte Central (19,5%) e Oeste Paranaense
(11,7%). O restante se distribui entre as outras sete mesorregiões, todas,
exceto a Centro-Oriental, apresentando redução da participação no total da
população do Estado, comparativamente a 2000. O incremento populacional do
Estado também se concentra nessas três mesorregiões, de forma ainda mais
extremada na Metropolitana (49,9%) e na Norte Central (23,62%). Essas são
as mesorregiões mais urbanizadas do Paraná, com grau superior a 91%;
fazem-se seguir pela Oeste, que também tem grau de urbanização (85,6%)
superior ao do Estado, mesmo que em poucos pontos percentuais.
Com relação às regiões metropolitanas institucionalizadas, observa-se
que se eleva a participação da população dessas no total do Paraná. Na RM de
Curitiba, essa elevação se dá tanto em relação ao núcleo quanto,
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
20 www.observatoriodasmetropoles.net
principalmente, aos municípios periféricos. As RMs de Maringá e Londrina
também elevam a participação da população no total do Estado, em
proporções menores e fortemente centrada nos núcleos.
Em 2010, entre as três unidades institucionalizadas, a de Curitiba e a de
Maringá apresentam taxas de crescimento da população total e urbana
superiores às do Estado, com destaque para a RM de Maringá, com a taxa de
1,6% a.a. A de Londrina distingue-se por registrar o crescimento urbano inferior
ao do Paraná. A RM de Maringá é a que manifesta a maior evasão rural, com a
perda de –2,4% a.a. no período.
Comparativamente ao crescimento médio do conjunto das RMs do país,
os núcleos das paranaenses apresentam taxas de crescimento anual
superiores às desse, particularmente Maringá que cresce a 2,1% a.a. – mais
que o dobro da média dos núcleos das RMs brasileiras (1% a.a.). Já os
municípios periféricos, os da RM de Curitiba ainda apresentam a mais elevada
taxa de crescimento nas unidades (1,9% a.a.) e são apenas esses que vêm
crescendo mais que a média dos núcleos (1,5% a.a.); os das RMs de Londrina
e de Maringá apresentam a taxa inferior a 1% a.a.
Destarte, a relação núcleo periferia nas RMs do Paraná opõe a RM de
Curitiba às demais. A RM de Curitiba obedece ao padrão médio das RMs
brasileiras, com decréscimo da concentração populacional nos núcleos.
Curitiba tem um percentual de concentração (55,2%) em 2010 muito próximo
ao da média das RMs (56,1%), declinando dos 57,2% de 2000. As RMs de
Londrina e de Maringá, por sua vez, elevam a concentração nos núcleos.
Enquanto na primeira o percentual de concentração (66,3%) é muito superior
ao da média das RMs, elevando-se em relação aos 65,9% de 2000, na
segunda ele inverte uma situação na qual a periferia respondia por mais da
metade da população da RM, nos anos 2000 (51,2%), para uma concentração,
em 2010, de 51,7% no núcleo Maringá.
Sumarizando, a distribuição e o crescimento da população em território
paranaense apontam para um reforço das três mesorregiões mais
concentradoras (Metropolitana, Norte Central e Oeste); internamente a elas, a
consolidação da RM de Curitiba, como o espaço mais concentrador e
adensado do Estado, já com bases populacionais elevadas e mantendo taxas
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
21 www.observatoriodasmetropoles.net
de crescimento também elevadas, com destaque para os municípios periféricos
ao núcleo; a consolidação das aglomerações urbanas que polarizam as RMs
de Maringá e Londrina, neste caso com reforço dos polos; e sinais mais
explícitos do adensamento das aglomerações do Oeste. As informações
analisadas demonstram que a evasão populacional, principalmente do rural,
permanece em curso no Estado, e se mostra mais proeminente na mesorregião
Centro-Ocidental, mas também presente na Norte Pioneiro.
Tabela 3 – Incremento Absoluto e Taxa geométrica de crescimento anual da População –
Paraná e RMs – 2000/2010
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010. IPARDES.
Gráfico 5 – Participação Núcleo-Periferia no total da população da RM – Paraná – 2000/2010
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010. IPARDES.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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1.7. Goiás
Conforme o resultado do Censo Demográfico 2010 a população
residente do Estado de Goiás alcançou 6.003.788 habitantes, e densidade
demográfica de 297 hab./km2. No ano 2000 sua população correspondia a
5.003.228 habitantes – significando um aumento em torno de 20% ou
1.000.560 pessoas em números absolutos. A taxa geométrica de crescimento
da população goiana no período foi de 1,84% ao ano, crescimento acima da
média nacional que foi de 1,17% ao ano.
No contexto do Centro-Oeste, desde a década de 1950 até meados da
década de 70, com a expansão da fronteira agrícola do país, as taxas de
crescimento anual médio da população regional e do Estado de Goiás ficam
bem acima da nacional: no decênio 60/70 chegam a 5,60% e 4,38%,
respectivamente, contra 2,89% da taxa brasileira. No decênio 70/80, a taxa de
crescimento médio anual experimenta queda na região e no Estado de Goiás:
4,05% e 2,56%, respectivamente. Já na década 91/2000 Goiás teve
crescimento levemente superior à média do Centro-Oeste: 2,46% contra 2,39%
- situação que vai se alternando no decênio 2000-2010: 1,84% contra 1,89%.
Em termos de contingente populacional, Goiás é o Estado mais
populoso do Centro-Oeste, sendo responsável em 2010 por 42,7% da
população da região. E no cenário nacional é o 12º Estado do País – sua
participação no total da população brasileira vem apresentando um leve e
contínuo aumento, situando-se, em 2010, na ordem dos 3,15%.
A região Centro-Oeste, como um todo vem se destacando como novo
eixo de atração populacional, e o Estado de Goiás, em particular, é o maior
receptor de migrantes vindos de vários Estados, sendo classificado como área
de média absorção migratória no estudo Deslocamentos Populacionais no
Brasil (2011), que tem como base o Censo 2000 e as PNADs 2004 e 2009.
A maior parte do crescimento populacional de Goiás ocorreu nas áreas
urbanas. A população rural que em 2000 era de 606.583 passou para 583.074
em 2010, significando uma redução da ordem de 3,9%. Entretanto, no decênio
anterior, entre 1991/2000, o recuo chegou a 21,3%, revelando redução no
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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êxodo rural. De outro lado, a população urbana que em 2000 era 4.396.645
habitantes, passou para 5.420.714 habitantes em 2010, significando um
incremento de 1.024.069 habitantes nas cidades ou crescimento de 23,3%4. A
taxa de urbanização em 2010 chegou a 90,30% – bem acima das taxas
nacional que foi de 84,36% e do Centro-Oeste que foi de 88,80%.
Gráfico 6 – Taxas de Crescimento Populacional: Goiás, Centro-Oeste e Brasil – 1969/2010
Região Metropolitana de Goiânia
Segundo o Censo 2010, a população metropolitana é constituída de
2.173.141 habitantes, distribuída num território de aproximadamente 7.315,1
km2, o que lhe confere uma densidade demográfica aproximada de 297,07
hab./km2. Incluindo a população de Anápolis, de 334.613 mil habitantes, a
população da região alcança 2.507.754 habitantes, significando que 41,76% da
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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população do Estado vivem em 21 municípios (8,53% dos municípios goianos),
os quais distam no máximo 50 Km do polo metropolitano.
Com relação ao peso da população metropolitana no total do Estado, é
possível observar que quando se separa a RM de Goiânia da mesorregião
Centro Goiano somente a metrópole abriga 2/3 da população estadual e
aumentou sua participação de 34,8% para 36,2% entre 2000-2010, enquanto
que no restante da região houve decréscimo populacional de 15,8% para
14,7%.
Internamente a metrópole goianiense, verifica-se que enquanto o Núcleo
vai perdendo peso – de 62,7% para 59,9%; a Periferia vai aumentando sua
fatia populacional – de 37,3% para 40,1% da população da metrópole.
Observando as taxas de crescimento populacional no período de 2000 a
2010, verifica-se que a Região Metropolitana, e mais especificamente a
Periferia de Goiânia apresentou o maior crescimento populacional: quase 3,0%
a.a. – contra 1,8% de crescimento ao ano do Estado e do Núcleo da RM de
Goiânia.
Entre os municípios da RM de Goiânia, observa-se que o Polo – a
capital Goiânia – apresentou baixo crescimento em relação aos municípios do
entorno metropolitano: a população de Goiânia, em 10 anos passou de
1.093.007 habitantes para 1.302.001, com taxa de crescimento a. a. de 1,79%
apenas. Se considerarmos os limites territoriais como meros arranjos
administrativos, já que para a população esses limites não significam nada em
termos de mobilidade urbana, o que se constata é que a metrópole goianiense
continua em franco crescimento, porém, cresce para fora de si mesma. Em
outros termos, Goiânia é de fato a cidade metropolitana que atrai os fluxos
migratórios, porém, grande parte desse fluxo, por razões econômicas e sociais
vão buscar solução de moradia nos municípios de seu entorno. A partir desses
municípios demanda a metrópole em busca de trabalho, dos equipamentos de
saúde e de educação.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Tabela 4 – População e participação das RMs no total da população de Goiás
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE-DF)
A RIDE-DF é formada por 22 municípios e o Distrito Federal, sendo 19
municípios pertencentes ao Estado de Goiás e 3 pertencentes ao Estado de
Minas Gerais. No contexto do desenvolvimento a maioria dos municípios
concentra-se em torno do Distrito Federal (DF), sendo que esses apresentam
alta dependência do DF. Os municípios mais afastados praticamente têm seu
desenvolvimento independente do DF. Os 22 municípios da RIDE-DF têm
como principal atividade econômica a agropecuária, sendo que em dois
municípios (Pirenópolis e Corumbá de Goiás) destaca-se também a
participação do setor turístico.
Em 2010, a população do DF chegou a 2.570.160 habitantes e entre os
anos de 2000 e 2010houve um incremento populacional da ordem de 519.014
habitantes. Em comparação com a sua Região integrada de Desenvolvimento
(RIDE), que também teve acréscimo populacional, o peso da população no DF
praticamente permaneceu o mesmo, 69,3% em 2000 e 69,0% em 2010,
continuando a ser considerado elevado.
O objetivo deste documento é explorar os primeiros resultados do Censo
de 2010, por meio de uma abordagem demográfica utilizando a divisão em três
partes, município da RIDE, DF e RIDE-DF. Assim, serão considerados nesse
trabalho 4 regiões: os municípios de Goiás, os município de Minas Gerais, o DF
e a RIDE-DF.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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A partir dos dados censitários percebe-se que praticamente não houve
mudanças na composição da participação da população entre os municípios da
RIDE e o DF. Em 2000 a participação dos municípios da RIDE era de 30,7%
passando para 31% em 2010, e o DF passou de 69,3% em 2000 para 69,0%
em 2010. Apesar da diminuição muito pequena da participação do núcleo
metropolitano (DF), a população da metrópole ainda é muito grande em relação
aos 22 municípios que compõem a RIDE.
Ao analisar os dados da RIDE-DF verifica-se uma taxa de crescimento
populacional de 2,3% no período de 2000 a 2010, sendo que os municípios de
Goiás tiveram uma taxa de crescimento de 2,6%, os de Minas Gerais 1,0% e o
DF de 2,3% para o mesmo período.
Gráfico 7 – População residente por UF: RIDE-DF – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Gráfico 8 – Taxa de Crescimento por UF: RIDE-DF – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Pode-se notar que os municípios do Estado de Goiás apresentaram
maior taxa de crescimento, fato provavelmente decorrente de essa região ser
composta por 19 municípios. Essa situação também pode ter sido causada
pela migração de moradores do DF para os municípios da RIDE, chamados de
Entorno, em busca de custo de vida menor.
1.8. Bahia
A Região Metropolitana de Salvador
Por ocasião do Censo de 2000 a Região Metropolitana de Salvador era
composta pelos municípios de Camaçari, Candeias, Dias d'Ávila, Itaparica,
Lauro de Freitas, Madre de Deus, Salvador, São Francisco do Conde, Simões
Filho e Vera Cruz.
Com o Estatuto das Cidades de 2001, e o sequente surgimento do
Ministério das Cidades em 2003, começaram a ser desenvolvidas políticas
públicas específicas para as cidades brasileiras, especialmente as regiões
metropolitanas. Para ter acesso a investimentos, a fundos de financiamento e
garantir o desenvolvimento do entorno das grandes metrópoles, houve, assim,
um estímulo à inclusão formal de municípios, já integrados à dinâmica urbana
das metrópoles. Assim, em dezembro de 2007, foi aprovada pela Assembleia
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Legislativa da Bahia e sancionada pelo governo estadual em janeiro de 2008 a
Lei complementar estadual n° 30, que incluiu Mata de São João e São
Sebastião do Passé na RMS. Em 22 janeiro do ano seguinte a inclusão de
Pojuca foi sancionada pelo governo através da Lei complementar estadual n°
32, passando essa região metropolitana a ter a seguinte composição:
No ano 2000 a RMS era a sexta maior região metropolitana do país. Em
2010, contudo, o Censo revelou que ela havia sido superada pela região do
Distrito Federal, caindo para a sétima posição e ficando em patamar similar a
Porto Alegre, Recife, Fortaleza e Curitiba, ou seja, entre 3 a 4 milhões de
habitantes.
No período compreendido entre 2000 e 2010 o crescimento da RMS
persistiu significativo, com uma taxa de crescimento médio anual da população
residente de 1,7%, o que confirma que Salvador mantém a característica de
atrair migrantes, mais do que expulsar, principalmente do interior do próprio
estado da Bahia e de outros estados do Nordeste. Conforme observado,
Manaus foi a região metropolitana que mais cresceu na década (2,5% anual
em média), seguida pela Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito
Federal e Entorno (RIDE), com 2,3% e que ultrapassou a RMS em tamanho da
população. Também apresentaram dinâmica de crescimento significativo as
Regiões de Goiânia, com o elevado crescimento econômico das atividades
agropecuárias do Centro-Oeste, e Florianópolis, no Sul do país. A Região de
Campinas, em São Paulo, teve crescimento estimulado, por um lado, pela
proximidade com a Grande São Paulo, e por outro, pela crescente
interiorização da economia no estado, com a garantia de oferta de trabalho,
educação de qualidade e mais qualidade de vida fora da capital.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Tabela 5 – Região Metropolitana de Salvador: População, Área e PIB
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010; SEI/SEPLAN; PIB Municipal (2009).
No Nordeste, Salvador e Fortaleza destacaram-se nas taxas médias de
crescimento anual (ambas com 1,7%), ainda que o contingente populacional
seja menor que o de Recife, por exemplo. Em oposição, Porto Alegre, no Sul
do país, teve o menor crescimento médio entre quinze metrópoles analisadas
(0,6% ao ano).
1.9. Rio Grande do Norte
O estado do Rio Grande do Norte chegou em 2010 com uma população
de 3.168.027 habitantes. Durante os anos 2000 experimentou um incremento
populacional da ordem de 1,4 milhões de pessoas aproximadamente. O peso
da população metropolitana no estado permanece bastante elevado, com
variação positiva, 40,2% em 2000 e 42,30% em 2010.
O estado do Rio Grande do Norte apresentou crescimento populacional
no período 2000 – 2010 de 1,33% ao ano, crescimento esse um pouco menor
do que o registrado na década anterior. Entre 1991 e 2000 o estado cresceu à
taxa de 1,58 % ao ano.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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A divisão do território apresenta quatro mesorregiões geográficas:
Agreste Potiguar, Central Potiguar, Leste Potiguar e Oeste Potiguar.
O maior crescimento populacional ocorreu na região Leste, onde se situa
a Região Metropolitana de Natal. Nesta mesorregião o crescimento foi de 1,77
% ao ano, entre 2000 e 2010. Analisando o crescimento da região Leste de
forma mais detalhada, percebe-se que este é mais forte na Região
Metropolitana de Natal, com taxa de 1,85% ao ano.
Esses resultados apontam para um processo de concentração
populacional no estado do Rio Grande do Norte, em direção à Região
Metropolitana de Natal. O gráfico a seguir mostra que a capital detém um
quarto da população do Estado como um todo. A região metropolitana de Natal,
em 2000, era responsável por 40,2% da população estadual e, esse número
subiu para 42,3% em 2010. Essa concentração ocorre de tal forma que,
cotejando os dois últimos censos demográficos, nenhuma outra região do Rio
Grande do Norte aumentou sua participação relativa na distribuição
populacional.
Por outro lado, quando o foco é especificamente a RMN, pode-se dizer
que há uma desconcentração da população do município polo, com maior
crescimento demográfico na periferia. O conjunto dos municípios periféricos da
RMN cresceu, entre 2000 e 2010, 2,88% ao ano, mais que o dobro da taxa de
crescimento do Rio Grande do Norte no período.
A região Oeste Potiguar, por sua vez, tem uma dinâmica econômica
impulsionada pelas atividades petrolíferas e pela fruticultura irrigada para
importação. Mesmo assim, sofreu pequeno decréscimo populacional em
relação a população do estado, passando de 26,7% em 2000 para 26,0% em
2010.
A região Central Potiguar, que inclui o sertão do Seridó, tradicionalmente
decadente após a crise do algodão nos anos setenta do século passado,
também apresentou ligeiro decréscimo populacional passando de 26,7% da
população do estado em 2000, para 26,0% em 2010 e a menor taxa de
crescimento da população, 0.58% ao ano no período 2000-2010. Por fim, a
situação econômica do estado se completa com um Agreste Potiguar
tradicionalmente agrícola, porém em decadência, que também apresenta a
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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mesma performance, ou seja, de pequeno decréscimo populacional, passando
de 13,9% em 2000 para 13,4% em 2010 do total do RN.
Gráfico 9 – População Residente no Rio Grande do Norte segundo mesorregiões, periferia da
Região Metropolitana e capital – 2000/2010
Fonte: Censos demográficos de 2000 e 2010 – IBGE
Tabela 6 – Taxa de Crescimento Populacional nos períodos de 1991/2000 e 2000/2010 para
Natal, RM, Mesorregiões e Rio Grande do Norte
Fonte: Censos demográficos de 2000 e 2010 – IBGE.
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Região Metropolitana de Natal
A Região Metropolitana de Natal está inserida na região Leste Potiguar e
corresponde a 87% de sua população. Na sua origem, compreendia os
municípios de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim,
Macaíba e Extremoz. Posteriormente, foram incorporados os municípios de
Nísia Floresta e São José de Mipibu em 2002, de Monte Alegre em 2005 e de
Vera Cruz em 2009. Hoje, a região compreende 10 municípios. A sua área
abrange uma superfície de 2.819,11quilômetros quadrados, o que corresponde
a 5,2% do território estadual. Sua população, segundo o Censo Demográfico
de 2010, atingiu 1.351.004, que corresponde a 42,5% do total da população do
Rio Grande do Norte (3.121.451 habitantes), compreendendo uma taxa de
crescimento no período 2000 – 2010 de 1,85% ao ano.
Tabela 7 - Região Metropolitana de Natal: População e Área por Municípios – 2010
Fonte: Censo demográfico de 2010 – IBGE.
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1.10. Ceará
De acordo com os dados do Censo de 2010 (IBGE), o Ceará
corresponde ao oitavo estado brasileiro em termos de população absoluta,
sendo também o terceiro da região Nordeste, não havendo alteração em sua
posição hierárquica com relação ao Censo Demográfico de 2000.
A Mesorregião de maior destaque, a Região Metropolitana de Fortaleza
representa na escala estadual, o ponto máximo da concentração de
investimentos e da disseminação das desigualdades socioespaciais. De acordo
com os estudos do IBGE sobre as Regiões de Influência de Cidades realizado
em 2007, Fortaleza possui a terceira maior região de influência entre as
cidades, num total de aproximadamente 20 milhões de pessoas, sendo
superada apenas por São Paulo e o Rio de Janeiro. Formam parte de sua
região de influencia, grande parte dos Estados do Rio Grande do Norte, Piauí,
Maranhão, indo até o Pará.
A Mesorregião Norte, que praticamente abraça a Mesorregião
Metropolitana, é formada por municípios litorâneos ao leste e oeste da
Metrópole e por periurbanos em situação de transição entre o sertão e o litoral
e outros das serras úmidas conhecidas como maciço do Baturité. A
Mesorregião Noroeste também reúne municípios de biomas diversos,
litorâneos, de serras úmidas e de caatinga. O município de Sobral, com mais
de 188.000 habitantes se destaca como centro regional histórico. A
Mesorregião dos sertões cearenses, com seis centros regionais com mais de
50.000 habitantes, é a região mais pobre do Estado, tradicional celeiro de
migrantes nos períodos de estiagem mais prolongados.
A Mesorregião do Sul do Estado é composta por três municípios que,
somados, ultrapassam a população de 420.000 pessoas: Juazeiro do Norte,
Crato e Barbalha. Desde 2009, um conjunto de nove municípios compõe a
Região Metropolitana do Cariri, através de lei complementar estadual,
perfazendo um total de 560 mil habitantes. Na Mesorregião do Centro Sul
destacam-se os municípios de Iguatu e Icó, com características fitogeográficas
similares aos sertões, com atividades vinculadas ao binômio gado-algodão. Por
fim, tem-se a Mesorregião do Jaguaribe reunindo municípios do médio e baixo
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Jaguaribe, da chapada do Apodi (fronteira com o Rio Grande do Norte) e os do
litoral extremo leste, coincidentes com a foz do rio.
Considerando a distribuição populacional, todas as Mesorregiões
apresentaram crescimento populacional absoluto na década considerada para
análise, reforçando uma rede urbana marcada por forte macrocefalia, uma vez
que a RMF concentra perto de 40% da população total do Estado.
No que tange a variação populacional na década, a RMF apresentou os
maiores crescimentos, tanto absoluto, quanto relativo. Foram mais de 537 mil
novos habitantes no período, representando um crescimento de 18,5%. A RMF
seguiram-se em termos de crescimento populacional absoluto, as
Mesorregiões do Noroeste e Norte.
Tabela 8 – População Total segundo mesorregiões: Ceará – 2000/2010
Fonte: Censos demográficos de 2000 e 2010 – IBGE.
Aumentou o número de cidades de porte médio e o percentual de
concentração de população. Juntos os municípios nas faixas entre 50 e 500 mil
habitantes já representam mais de um terço da população cearense, passando
de 27,5% para 34,5% da população total. Os municípios menos populosos
perdem representatividade no total passando de 43% para 36%. Somente a
capital é responsável por 29% da população total do Estado do Ceará.
1.11. Pará
O Pará apresentou em 2010 uma população de 7.581.051 habitantes,
sendo o estado mais populoso da Região Norte, com mais de duas vezes a
população do Amazonas. É o segundo maior estado brasileiro em extensão
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territorial, mas, apresentando uma densidade populacional baixa, de 6,07
hab/km2, contribui com apenas 3,97% da população brasileira. Sua
participação no país pouco se altera em comparação ao ano 2000, quando era
3,64%, embora tenha crescido a taxas anuais maiores do que as verificadas
para o Brasil, e registrado um incremento bastante superior, 22%, enquanto o
país aumentou 12,34%.
As transformações socioeconômicas e espaciais nas últimas décadas na
Amazônia são acompanhadas por mudanças demográficas na região e no
estado do Pará. No intervalo 2000-2010, todas as mesorregiões paraenses
crescem acima da média nacional, mas com importantes diferenças entre elas.
As regiões Marajó e, em maior nível, Sudeste aumentam sua
participação na população do estado, enquanto todas as outras diminuem.
O Baixo Amazonas e o Sudoeste Paraense se constituem na maior área
do Estado de reserva indígena e de proteção ambiental. Trata-se de
mesorregiões mais estagnadas em termos de crescimento populacional,
exceção feita a alguns municípios, ligados essencialmente a atividades de
mineração de bauxita, garimpo e extração de madeira. No município que mais
cresce na região, Anapu, criado na década de 1990, onde são registradas
taxas acima de 8% a.a., continuam ocorrendo conflitos de terra entre posseiros
e assentados, de um lado, e madeireiros e novos colonos de agricultura de
extensão, do outro. Prevê-se que a microrregião de Altamira, cresça
intensamente na próxima década devido à construção da usina hidrelétrica de
Belo Monte.
O Sudeste Paraense é a mesorregião que apresenta o maior
crescimento econômico. É onde se localiza a maior mina de ferro do mundo,
está sob o arco de desmatamento, e a região do estado em que mais
municípios foram criados durante os anos 1990. Dada sua extensão territorial e
as diferentes dinâmicas econômicas em cada uma das microrregiões
componentes, a análise nesse nível espacial parece mais acurada.
Na microrregião de Paragominas, com economia baseada em agricultura
de grãos e mais recentemente reflorestamento, se situa um dos municípios que
mais cresce no período estudado, Ulianópolis, com taxas anuais de 8,45%.
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A microrregião de Tucuruí abriga a segunda maior usina hidrelétrica do
Brasil. A microrregião de São Felix do Xingu tem emancipação mais recente e
apresenta alta taxa de desmatamento para pecuária. A de Marabá abriga o
distrito industrial de ferro-gusa e é polo de serviços às microrregiões
adjacentes.
A microrregião de Parauapebas apresenta uma elevada concentração
urbana, pois abriga uma área de reserva ambiental e também as maiores
jazidas de minério do estado. Nela, o município que mais cresce é Canaã dos
Carajás, com taxa de 9,36% a.a., que se estabelece a partir de um
assentamento do INCRA nos anos 1990 e abriga a maior mina de cobre do
Brasil. O surgimento e expansão dos projetos de mineração promovem taxas
elevadas de imigração e explicam o grande crescimento dessa microrregião.
Os municípios da região que se apresentam mais estagnados
demograficamente estão mais isolados ou ainda não tiveram exploradas suas
reservas naturais de minério.
Tabela 9 – População, Taxa de Crescimento populacional anual e participação populacional do
Para por mesorregiões – 2000/2010
Fonte: Censos demográficos de 2000 e 2010 – IBGE.
Região Metropolitana de Belém
A intensa dinâmica demográfica do estado do Pará, entre 2000-2010
não se reflete no comportamento da RMB, que registra taxas de crescimento
de 1,3% ao ano, similares às observadas no Brasil. Em 2010, a população
metropolitana alcançou 2.042.417 habitantes, acréscimo de 13,7% em relação
ao início da década, bem menor do que o observado para o estado e muito
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menor do que o dos municípios paraenses com maior dinâmica econômica. A
contribuição da RMB no total da população brasileira praticamente não se
alterou no período analisado, permanecendo em pouco mais de 1%. No
estado, há pequeno decréscimo, com participação de 27% no final da década.
Na distribuição populacional por município da metrópole não se verificam
alterações significativas, há pequena diminuição em Belém, núcleo da RMB, de
71% para 68%, mas seu peso permanece grande, mesmo com a variação de
26% no conjunto dos municípios periféricos, que cresceu a taxas anuais de
2,3%, enquanto o núcleo aumentou menos do que 9%, com taxas de 0,8%.
Considerados esses recortes espaciais, tais alterações não significam
aumento da urbanização, que se mantém nos patamares de 99% no núcleo e
94% na periferia. Ao se observarem os municípios periféricos isoladamente,
contudo, grandes diferenças aparecem. Ananindeua, cuja população já no ano
2000 foi considerada urbana em sua totalidade, mantém o mesmo perfil.
Marituba se aproximou da alocação em Belém e em Ananindeua, aumentando
o contingente urbano de 87% para 99%. Benevides e Santa Bárbara do Pará
têm diminuída a participação das populações urbanas nos totais municipais, de
59% para 56% e de 35% para 32%.
II. Composição da População
2.1. Rio de Janeiro
Nos gráficos abaixo, temos a distribuição de homens e mulheres entre
as regiões. Primeiramente em 2010, nota-se que a participação dos homens no
interior é um pouco maior do que na região metropolitana; a região que
chamamos de Serrana1, já apresenta um percentual menor, valor que diminui
na periferia metropolitana, e reduz-se ainda mais no núcleo da metrópole – o
município do Rio de Janeiro. Em trabalho anterior sobre a dinâmica
populacional no Brasil, considerando território metropolitano e não
metropolitano, notamos que as mulheres apresentam maior participação em
1 Na mesorregião do Censo Demográfico do IBGE, essa região é conjunta com a
metropolitana, formando apenas uma, como visto.
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idades mais avançadas do que os homens, entretanto, considerando apenas o
universo masculino, também é nos espaços não metropolitanos que os homens
parecem viver mais. Essas distinções de participação entre homens e mulheres
no interior e nas regiões metropolitanas devem-se a aspectos relacionados à
mortalidade, condições de saúde, e também violência que se manifestam
distintamente nesses espaços.
Gráfico 10 – Distribuição de homens e mulheres por mesorregiões do Estado do Rio de Janeiro
– 2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Gráfico 11 – Distribuição dos Homens: ERJ
– 2000/2010
Gráfico 12 – Distribuição das Mulheres:
ERJ – 2000/2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Nos gráficos complementares 11 e 12, podemos ver a participação de
homens e mulheres separadamente em 2000 e 2010. Fica nítido como diminui
a participação dos homens nas regiões e aumenta a das mulheres, vê-se
também como a participação destas é maior tanto em 2000 como em 2010,
sendo mais elevada na região metropolitana.
Observando a idade média da população nos aproximamos das
tendências da estrutura etária, mudanças demográficas e envelhecimento
populacional. Pode-se ver que o comportamento não é tão diferenciado entre
as regiões, em todo o estado a idade média da população aumentou de 2000 a
2010, revelando as tendências do envelhecimento populacional. Entretanto,
especialmente no núcleo da RM essa idade é maior, revelando o avanço deste
processo na capital do estado. Mas vale notar também que em 2010, a região
noroeste apresentou uma idade média bem próxima a da capital, tendo um
aumento em anos bastante considerável no período. Já a menor idade média
em 2010 ficou para a Região Norte Fluminense.
Gráfico 13 – Idade Média por Mesorregiões: Estado do Rio de Janeiro – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Comparando a estrutura etária do Estado do Rio de Janeiro com a do
Brasil, podemos notar que este estado apresenta uma composição mais
envelhecida do que o país em geral. Apesar da redução da fecundidade já
bastante acentuada em 2000, neste ano a faixa etária mais larga era a de 15 a
19 anos no estado, revelando uma estrutura ainda jovem. Na década de 2000,
o envelhecimento populacional se acentua e a faixa mais larga para homens e
mulheres em 2010 passa a ser a de 25 a 29 anos, cada vez mais a parte
central da pirâmide torna-se expressiva. Até 24 anos, o processo é de
estreitamento das faixas de idade; embora a faixa de 35 a 39 anos que tenha
apresentado uma redução, no momento é a população em idade ativa que
ganha maior participação, os idosos também seguem abarcando maior parcela
populacional.
Gráfico 14 – Pirâmide Etária: Estado do Rio de Janeiro – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Devido ao peso populacional da região metropolitana, a pirâmide etária
do estado em geral é bem parecida com a da metrópole. Mas se separamos o
município núcleo da região dos demais municípios metropolitanos, notamos as
distinções. O núcleo, capital do estado, apresenta uma estrutura já bem mais
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envelhecida, a redução da fecundidade é bastante visível; os grupos etários de
20 a 34 anos abarcam maior parcela da população; a proporção de idosos
também é considerável, especialmente para as mulheres.
2.2. São Paulo
O Estado de São Paulo apresentou uma nítida transformação na sua
estrutura demográfica: percebe-se uma diminuição de sua população jovem,
até 15 anos (26,13% do total populacional em 2000 para 21,47% em 2010) e
aumento de quase 2 pontos percentuais na população idosa, com 65 anos e
mais. Há aumento da participação percentual da população adulta, a partir dos
25 anos de idade. Este comportamento etário se dá em ambos os sexos,
embora se perceba também que entre as mulheres a proporção de pessoas
com mais de 65 anos é superior: 4,55% das mulheres em 2010 têm mais de 65
anos, para 3,29% dos homens.
Comparando-se com 2000, dos dados do Censo Demográfico de 2010
mostram que em São Paulo os grupos etários entre 0-4 anos e 5-9 anos
mostram forte perda absoluta no seu contingente populacional, seguido pelos
grupos entre 10 e 14 anos e 15 a 19 anos, para os dois sexos.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Gráfico 15 – Pirâmide Etária: Estado de
São Paulo – 2000
Gráfico 16 – Pirâmide Etária: Estado de
São Paulo – 2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Os ganhos mais expressivos vão acontecer em grupos etários elevados,
acima de 45 anos. Percebe-se também a feminização da população estadual,
já que a variação da população feminina foi superior à masculina: a razão de
sexo estadual em 2000 era de 96,01, passando para 94,87 homens para cada
100 mulheres. O Estado de São Paulo tornou-se mais feminino e mais idoso.
Para o Brasil como um todo, a proporção de jovens é de 24,08% da população
total em 2010, e a de pessoas com 65 anos e mais, de 7,38%, contra 21,47% e
7,85% para São Paulo, respectivamente.
Em relação às mesorregiões, apenas duas delas – Itapetininga e Litoral
Sul Paulista – mostram percentuais de população jovem (entre 0 e 15 anos) no
mesmo nível que a população brasileira como um todo: no Litoral Sul a
proporção de pessoas com até 15 anos de idade foi de 25,68% no ano 2010,
enquanto que em Itapetininga esta porcentagem alcançou 24,06%. São nestas
duas mesorregiões onde acontece o PIB per capita mais baixo do Estado de
São Paulo. Na porção centro oeste do estado, onde as mesorregiões crescem
a taxas mais elevadas, o percentual de população idosa (com 65 anos e mais)
fica em torno de 8 a 9%; já na parte leste do estado este percentual cai para
7%, com exceção do litoral Sul, onde atinge 9,25%.
Outro indicador que revela ainda com maior expressividade as
mudanças etárias do estado e as mesorregionais é o índice de idosos (que
mede a proporção entre o número de pessoas com 65 anos e mais e o número
de crianças e adolescentes abaixo de 15 anos: quanto maior for este índice,
mais envelhecida é a população). Em 2000, o índice de idosos no Estado de
São Paulo era de 23,23, subindo para 36,50 idosos para cada 100 jovens em
2010. No Brasil, em 2010, o índice atingiu 30,66 idosos para cada 100 jovens.
Região Metropolitana de São Paulo
A população da metrópole de São Paulo ficou mais feminina (a razão de
sexo em 2000 era de 93,04, passando a 92,03 no ano 2000), mais velha (o
índice de envelhecimento mudou de 20,73 em 2000 para 32,48 idosos para
cada 100 jovens em 2010, com proporção de pessoas com 65 anos e mais
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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indo de 5,48% da população total para 7,12%), com menor percentual de
crianças e adolescentes (a população de até 15 anos que era de 26,42% no
ano 2000 mudando para 21,93% em 2010).
Nota-se, também, que tanto para homens como para mulheres, os 4
primeiros grupos etários – até 20 anos- apresentam redução. Esta redução,
para o sexo feminino, chega até 25 anos de idade. Entre os homens, a redução
é de quase 4% entre os de até 20 anos; entre as mulheres, de 3,71% até os 25
anos. De outro lado, há dois picos de acréscimo populacional para os dois
sexos: entre 25 e 35 anos, indicando uma possível entrada migratória, e entre
os 50 e 60 anos. E nas idades mais avançadas, pós 65 anos, há incremento
nos dois sexos, maior nas mulheres (2,79%) que nos homens (1,80%),
resultante de uma maior expectativa de vida feminina.
A composição demográfica varia entre o núcleo da metrópole (município
de São Paulo) e a periferia (demais municípios). A população da capital tem
maior proporção de idosos (com 65 anos e mais): 8,13% do total em 2010,
comparando com a dos municípios da periferia (5,78%), Isto se traduz num
índice de envelhecimento de 39,16 na capital e em 24,60 idosos para cada 10
jovens na periferia. A proporção de menores de 15 anos é superior nos outros
municípios que não a capital: 23,50% do total populacional para a periferia e
20,76% no município de São Paulo. A razão de sexo na capital favorece mais
as mulheres que na periferia: 89,93 homens para cada 100 mulheres, enquanto
que na periferia esta proporção foi de 94,90. Tanto no núcleo da metrópole
como na periferia o grupo etário com maior concentração é o de 25 a 29 anos,
para os dois sexos.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Município de São Paulo
A análise da composição populacional do município de São Paulo
mostra uma população com razão de sexo de 89,94 homens para cada 100
mulheres e um índice de envelhecimento de 39,16 idosos para cada 100 jovens
entre 0 e 15 anos. A população paulistana tornou-se mais feminina e mais
idosa: no ano 2000 a razão de sexo foi de 92,26 homens para cada 100
mulheres e o índice de envelhecimento de 26,12.
Esta composição por idade e sexo varia bastante por anel, conforme se
pode observar nas pirâmides abaixo: os anéis central, interior e intermediário
tem população jovem extremamente reduzida, de 12,07%, 13,40% e 15,76%
do total, respectivamente, enquanto que nos anéis exterior e periférico a
população com até 15 anos de idade atinge 19,61% e 24,28%,
respectivamente. Chama a atenção que no anel interior, o com população com
renda mais alta, a razão de sexo seja a menor, de 84 homens para cada 100
mulheres, e o índice de envelhecimento mostre 103,23 idosos para cada 100
jovens até 15 anos. O anel central de São Paulo também mostra uma
população feminina e envelhecida: a razão de sexo é de 89 mulheres para
cada 100 homens e o índice de envelhecimento de 98,0.
De outro lado, os jovens residem no anel periférico: neste anel a
população com até 15 anos atinge 24,28% do total, resultando num índice de
Gráfico 17 – Pirâmide Etária: RM de São
Paulo – 2000
Gráfico 18 – Pirâmide Etária: RM de São
Paulo – 2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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envelhecimento de 22,05. A razão de sexo é a maior entre os anéis: 92,37
homens para cada 100 mulheres.
Região Metropolitana da Baixada Santista
O Censo Demográfico 2010 evidenciou, para o total do País, uma
relação de 96,0 homens para cada 100 mulheres, acentuando a tendência
histórica de predominância feminina na composição por sexo da população do
Brasil, uma vez que em 2000 esse indicador era de 96,9 homens para cada
100 mulheres (IBGE, 2011).
Na mesma publicação, se enfatiza que em populações fechadas isentas
de movimentos migratórios, se esperaria que o número de mulheres fosse
superior ao de homens, devido à sobre-mortalidade destes em todas as idades.
“Dessa forma, tem-se que esses diferenciais no quantitativo entre os sexos são
ainda maiores nas regiões mais envelhecidas, como Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, pois à medida que aumenta a idade, o
contingente feminino vai ficando maior que o masculino, em função da maior
mortalidade nas idades mais avançadas” (IBGE, 2011).
A idade média da RMBS era em 2000 de 28,1 anos e envelheceu quatro
anos, para 32,1 em apenas uma década; no município sede esse fenômeno foi
muito mais acentuado, também a idade média ficou quatro anos mais velha,
mas o patamar de comparação inicial, 33,6, que era maior que o final para a
região avançou em 2010 até 37,6 anos. Quando se observa que Santos, já em
2000 detinha uma razão de sexo muito baixa, 86,0 homens por 100 mulheres e
que em 2010 passa a ter a menor razão de sexo do país, 84,4, e que o
contingente masculino diminui em números absolutos, 1.310 homens a menos,
e o feminino continuou crescendo, 2.727 mulheres a mais, atesta-se a
veracidade da afirmativa da publicação comentada anteriormente e da
denominação da “cidade mais feminina do Brasil” (IBGE, 2011).
No caso específico de Santos, além da mortalidade diferencial por sexo,
outros fatores devem ser considerados na explicação dos valores encontrados,
a migração seletiva em busca de mercado de trabalho também poderia estar
contribuindo para esses resultados.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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“A representação gráfica da estrutura por sexo e idade de determinada
população é obtida através da construção das pirâmides etárias. Além de
identificar o padrão etário de determinada população - se mais jovem ou mais
envelhecido, por exemplo - e suas mudanças ao longo do tempo, ela permite
também inferir sobre o comportamento das componentes da dinâmica
demográfica no passado” (IBGE, 2011).
A observação das pirâmides etárias relativas à Região Metropolitana da
Baixada Santista para os anos de 2000 e 2010, confirma o estreitamento da
base e o alargamento do ápice, expressando os processos de declínio da
fecundidade e mortalidade e do decorrente envelhecimento populacional
ocorridos no período.
A porcentagem relativa ao grupo de 0 a 4 anos de idade em 2000 ainda
apresentava-se maior que o grupo seguinte, fenômeno que desaparece em
2010, confirmando a queda dos níveis de fecundidade. Esta situação reflete-se
na saliência que o grupo de 10 a 14 anos apresenta em 2010, assim como
acontece com o grupo de 25 a 29 anos em relação ao de 15 a 19 em 2000.
A comparação das pirâmides dos vários municípios integrantes da
Baixada Santista, permite distinguir, ao menos dois modelos diferentes,
reveladores de ritmos diferenciados de transição demográfica, que, por sua
vez, se associam a condicionantes históricas e socioeconômicas diversas.
Nos municípios de Santos, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e São
Vicente, muito embora com redução da fecundidade presente em 2000, a faixa
etária mais acentuada era a de 15 a 19 anos seguida por a de 20 a 24,
indicando a presença da chamada onda jovem. Já o censo de 2010 revela a
maior concentração populacional nas faixas de 25 a 29 e 30 a 34 anos, como
consequência do processo de envelhecimento populacional.
O segundo modelo presente na metrópole corresponde aos municípios
de Bertioga, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe, que ainda em 2000,
apresentavam suas maiores proporções no grupo de 0 a 4 anos de idade,
indicativo de entrada tardia na transição da fecundidade. Em decorrência, em
2010 são populações muito jovens, de 10 a 14 anos, as mais numerosas
nesses contextos. Coincidentemente, essas quatro cidades são aquelas em
que ainda é possível enumerar população rural.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Para concluir, precisa-se enfatizar um fenômeno que se dá sem
exceções, todos os municípios aumentam seus contingentes de pessoas com
60 anos e mais, com altas porcentagens referentes aos idosos de 80 e mais,
em proporção maior para o sexo feminino.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Gráfico 19 – Pirâmide Etária da Baixada
Santista – 2000
Gráfico 20 – Pirâmide Etária da Baixada
Santista – 2010
Gráfico 21 – Pirâmide Etária da Baixada
Santista – 2000
Gráfico 22 – Pirâmide Etária da Baixada
Santista – 2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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2.3. Minas Gerais
As pirâmides etárias de cada mesorregião permitem duas observações:
em primeiro lugar, as regiões mais pobres apresentam maior percentual de
crianças e adolescentes no conjunto de sua população, com destaque para as
mesorregiões Jequitinhonha, Norte de Minas e Vale do Mucuri. Em segundo
lugar, em todas as mesorregiões observou-se o envelhecimento da população
na última década, em especial da população feminina.
Se observada a RMBH, em particular, além do fenômeno do
envelhecimento, houve expressivo aumento na participação dos adultos na
fase produtiva (20 a 60 anos).
Embora tenha havido um aumento na idade média da população em
todas as mesorregiões (com destaque para a maior idade média das mulheres,
que tendem a viver mais), observa-se também nas regiões mais pobres a
menor idade média: Jequitinhonha, Noroeste de Minas, Norte de Minas e Vale
do Mucuri.
Região Metropolitana de Belo Horizonte
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte também há desigualdade no
que diz respeito à idade média da população, sendo maior na capital do que
nos demais municípios. Na capital a idade média é significativamente maior do
que a média do estado, em especial no caso das mulheres.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
2.4. Espírito Santo
Analisando a população do ES no ano de 2010 de acordo com o sexo,
observa-se que a mesma é composta em sua maioria por mulheres (50,75%).
É possível identificar ainda que a distribuição de homens e mulheres nas
microrregiões do estado encontra-se equilibrada (percentuais próximos de
50%). O percentual de mulheres mais significativo foi registrado na região
Metropolitana (51,55%). A população feminina mostrou-se predominante
também nas microrregiões Litoral Norte (50,28%), Polo Cachoeiro (50,49%) e
Polo Colatina (50,74%). Já as demais microrregiões são compostas
predominantemente por homens, sendo a Central Serrana a microrregião com
maior percentual de pessoas desse gênero, 50,91%.
Entre 2000 e 2010, aumenta a parcela feminina da população em todas
as microrregiões do estado, inclusive no próprio ES. Constatou-se, também,
um aumento nas idades média e mediana de todas as microrregiões do estado.
No ES, a idade média da população cresceu de 28,8 para 32,4 anos. Já a
idade mediana passou de 25,5 anos para 30,0 anos. Em 2010, as
microrregiões Central Serrana e Polo Colatina apresentaram as idades média e
mediana mais elevadas do estado. Enquanto que os menores quantitativos
foram registrados nas microrregiões Litoral Norte e Polo Linhares.
Gráfico 23 – Pirâmide Etária da RM Belo
Horizonte (exclusive colar) – 2000
Gráfico 24 – Pirâmide Etária da RM Belo
Horizonte (exclusive colar) – 2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Analisando as pirâmides etárias do Espírito Santo referente aos anos de
2000 e 2010, observa-se um considerável estreitamento da base e uma
ampliação das faixas etárias superiores da pirâmide. Esse resultado revela que
a população do estado encontra-se em processo de envelhecimento. Isso já
era esperado, uma vez que esta é uma tendência nacional7.
Os grupos etários que perderam maior representatividade no total da
população do estado foram os grupos que englobam idades inferiores a 20
anos. Esses grupos representavam 39,4% da população total em 2000. Em
2010 esse percentual reduziu para 31,7%. Além da redução na participação
relativa, os grupos etários de menores de 20 anos registraram uma diminuição
no seu contingente absoluto. Já os grupos de 45 a 59 anos registraram os
maiores aumentos percentuais, a participação desses grupos passou de 12,3%
em 2000 para 16,7% em 2010.
Gráfico 25 – Pirâmides Etárias do Estado do Espírito Santo – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Elaboração: Coordenação de Estudos Sociais e Coordenação de Estudos Territoriais – IJSN.
O processo de envelhecimento populacional se verifica em todas as
regiões do estado. No ano 2000, na RMGV, a faixa etária mais representativa
foi a de 15 a 19 anos (10,7%). Em 2010, nessa mesma microrregião, o grupo
etário mais significativo foi o de 25 a 29 anos (9,7%). O município de Vitória,
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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capital do estado, possui uma composição um pouco mais envelhecida que a
população conjunta dos demais municípios da região Metropolitana. Em 2000,
o grupo etário com maior representatividade foi o de 15 a 19 anos (10,5%). Já
em 2010, foi o de 25 a 29 anos (9,8%). Observou-se ainda aumento no
percentual da população com mais de 80 anos, sendo que esse crescimento foi
mais expressivo entre as mulheres, de 0,6% em 2000 para 0,9% em 2010.
Gráfico 26 – Pirâmides Etárias do Estado do Espírito Santo – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010. Elaboração: Coordenação de Estudos Sociais e Coordenação de Estudos Territoriais – IJSN.
2.5. Rio Grande do Sul
Na década de 2000 aumentou a proporção de população madura (45 a
64 anos) em mais de um ponto percentual; a população mais madura (65 anos
e mais) também aumentou, mas de modo menos significativo. Agora, destaca-
se a diminuição das crianças, jovens, e adultos jovens (até os 44 anos). Mas,
foram as crianças de zero a quatro anos que mais diminuíram o peso na
proporção de população no Estado. De fato, o índice de idosos subiu de
27,61% em 2000 para 44,61% em 2010. Essa é uma mudança muito
significativa na estrutura demográfica gaúcha.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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As regiões onde o aumento no índice de envelhecimento da população
total foi mais elevado são a Noroeste e a Centro Ocidental (na primeira a
diferença em pontos percentuais foi de 22,34 e na segunda foi de 20,89). Os
índices das mulheres foram mais elevados que os dos homens. Em média, no
Estado, enquanto o aumento desse índice foi de 20,16 pontos percentuais, o
dos homens foi de 13,95 pp. Na RMPA o índice de envelhecimento na periferia
é bem menor do que no polo, com vantagem para as mulheres, tendo
aumentado de 47,69 em 2000 para 72,65 em 2010. Como se sabe, é na
periferia metropolitana onde estão situados os municípios onde é maior a
pobreza. Então se pode dizer que dois fatores contribuem para a menor
longevidade: urbanização intensa e pobreza. Por outro lado, convém destacar
que o RS se mantém predominantemente feminino, com diminuição, inclusive,
da proporção de população masculina em 2010 frente a 2000.
Um dado importante: quando se analisa a razão de sexo segundo os
grupos etários verifica-se que, de modo generalizado, em todas as
mesorregiões, até os 24 anos a razão de sexo indica uma prevalência
masculina e, a partir dos 70 anos, menos de 80% da população é masculina,
também em todas as mesorregiões. É nos grupos etários entre os 25 e os 59
anos de idade onde se encontra a razão de sexo tendo um equilíbrio maior (um
pouco mais de 100 em alguns grupos na Centro-Oriental e na Nordeste; e nos
demais acima dos 90). Na RMPA ocorre o mesmo fenômeno, mas os homens
não se constituem em maioria na faixa entre os 20 e 24 anos na capital, ao
contrário do que ocorre na periferia metropolitana. Esse dado pode corroborar
a grande questão que se discute nos estudos sobre violência, que nas grandes
cidades verifica-se uma tendência à morte de homens jovens mais do que de
mulheres jovens. De outro lado, é em Porto Alegre onde a população feminina
continua prevalecendo após os 80 anos. Cerca de 60% da população nessa
faixa etária em Porto Alegre é de mulheres.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Gráfico 27 – Pirâmide Etária; Região Metropolitana de Porto Alegre – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
2.6. Paraná
Nas últimas décadas, o Paraná apresentou uma nítida transformação em
sua estrutura demográfica. De um Estado com elevada proporção de
população jovem, passou a apresentar crescente participação dos grupos
Gráfico 28 – Pirâmide Etária da RM de
Porto Alegre (Núcleo) – 2000
Gráfico 29 – Pirâmide Etária da RM de
Porto Alegre (Periferia) – 2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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idosos na composição de sua população. Em 1991, os grupos etários do
Paraná configuravam uma pirâmide de bases largas, com a maior
concentração populacional (22,4%) nas faixas entre 5-9 e 10-14 anos. A partir
dessas, há um estreitamento contínuo em direção ao topo, e a faixa com mais
de 80 anos incorpora apenas 0,6% da população. No ano 2000, o desenho
estreita as bases e aponta os estratos mais significativos (19,7% da população)
nos grupos etários jovens, ou seja, com idades entre 10-14 e 15-19 anos.
Demonstra também um leve alargamento no topo. Uma década depois há uma
reconfiguração na pirâmide etária do Paraná, com forte estreitamento da base,
a maior concentração (17,5%) nos grupos entre 15-19 e 20-24 anos, portanto
em idade jovem, e maior alargamento do topo, no qual o grupo de 80 anos e
mais atinge 1,4% da população, com vantagem para a feminina.
Em 2000, o índice de idosos do Paraná era 19,7%, elevando-se, em
2010, para 33 idosos para cada 100 jovens. Este indicador também é crescente
nas RMs, particularmente nas de Maringá e Londrina, que aumentaram
sobremaneira a proporção de população em idade mais avançada com relação
à mais jovem, superando os 40%. Cabe observar que na RM de Curitiba,
embora esse índice também tenha se elevado substancialmente, situa-se, em
2010, bem abaixo das demais RMs e inferior, inclusive, ao do conjunto dos
demais municípios não metropolitanos: 28,4% e 33,6%, respectivamente.
As pirâmides das RMs de Maringá e de Londrina apresentam similitudes
em seus formatos, principalmente em relação às bases mais estreitas e ao
segmento etário de 20-24 anos sendo o predominante. Nos grupos mais idosos
(acima de 45 anos), também se equiparam, notando-se apenas uma leve
diferenciação no topo das pirâmides femininas, em que a de Londrina é
ligeiramente mais larga.
Detendo-se de forma mais minuciosa nos diferenciais das estruturas
etárias entre as RMs paranaenses nos períodos considerados, observa-se na
RM de Curitiba que os grupos etários mais concentradores de Curitiba (núcleo)
deixam de corresponder aos de 15-24, para os homens e para as mulheres, e
passam aos 20-29, para homens, e 20-34 para mulheres. Distintamente, os
municípios periféricos da RM de Curitiba mantêm as maiores concentrações
nas faixas etárias de 0-9 anos, seja em 2000 ou 2010, para homens e
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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mulheres. A RM de Londrina, para ambos os sexos, deixa as maiores
concentrações dos grupos de 15-24 anos, incorporando o de 25-29 anos.
Maringá, demonstrando uma evolução mais acentuada, passa das maiores
concentrações nos grupos entre 10-19 para os entre 20-29 anos.
Em síntese, o Paraná tornou-se mais feminino e mais idoso, espelhando
um comportamento muito nítido nas mesorregiões Norte Central e
Metropolitana de Curitiba. Mesmo assim, na RM de Curitiba, os municípios da
periferia retratam ainda o Paraná das décadas anteriores, com proporções
elevadas de populações infantis e jovens. Tal comportamento aproxima-se do
apresentado para os municípios não inseridos nas RMs do Paraná.
Gráfico 30 – Pirâmides Etárias do Estado do Paraná – 1991/2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Gráfico 31 – Pirâmides Etárias: RMs de Curitiba, Maringá, Londrina e Demais Municípios do
Paraná – 2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
No que diz respeito às razões de sexo, as três RMs, no período
considerado, elevam a participação feminina no total da população, sendo a de
Londrina a que apresenta a razão de sexo mais significativa em 2010: apenas
93,8 homens para cada 100 mulheres. Os núcleos das três RMs apresentam
razões de sexo mais favoráveis à presença feminina, com destaque para
Curitiba: 91,1 homens para cada 100 mulheres. Distintamente, os municípios
periféricos assumem um comportamento similar ao dos municípios não
metropolitanos, estes com a razão de sexo na ordem de 98,2% em 2010.
2.7. Goiás
A população feminina é predominante em Goiás e vem aumentando
mais rapidamente que o número de homens: são 3.022.161 mulheres e
2.981.627 homens, o que resulta numa proporção de 98 homens para cada
100 mulheres (ou 40.534 mulheres a mais). Em 2000, essa diferença era
menor: 18.352 mulheres a mais, o que resultava numa proporção de 99,2
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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homens para cada 100 mulheres. Na média do Brasil, em 2010, a proporção é
de 96 homens para cada 100 mulheres.
Entre as mesorregiões destaca se o Centro Goiano tem a maior
concentração da população feminina: em 2010 chegou a 70.794 mil mulheres a
mais que homens, enquanto em todas as outras mesorregiões o quantitativo de
homens é maior que o de mulheres, o que amortece um pouco a diferença no
total da população do Estado de Goiás. Por sua vez, a RM de Goiânia
concentra quase todo o excedente feminino do Centro Goiano: são 67.129 mil
mulheres a mais que homens. E nos municípios da RIDE DF a população
feminina alcançou um excedente de 2.868 mil mulheres em 2010 – invertendo
a o excedente masculino observado na década anterior: 2.127 mil homens.
Região Metropolitana de Goiânia
Na RM Goiânia, somente no município polo – a capital Goiânia, o
excedente da população feminina é de 60.287 mulheres a mais: um total de
681.144 mulheres e 620.857 homens. No restante do Centro Goiano, que
abrange grande parte dos municípios da RMG, verifica-se uma diferença menor
no quantitativo de mulheres, evidenciando que os homens parecem viver mais
nos espaços não metropolitanos.
Na área metropolitana, observa-se a concentração da população
feminina nos centros com mercado de trabalho mais desenvolvidos e mais
integrados à metrópole, destacando os municípios de Aparecida de Goiânia,
Trindade e o município Polo – Goiânia. Apenas no município de Inhumas, que
tem baixa integração à metrópole, observa-se a predominância de mulheres.
Em consonância com o restante do país, o Censo 2010 mostra uma
tendência de envelhecimento da população goiana. A diminuição na proporção
da população jovem é observada em todos os grupos de idade entre 0 e 24
anos – destaca-se a redução no grupo de 0 a 4 anos (-24,4%). O aumento na
proporção da população adulta e de idosos é observado em todos os grupos
etários a partir dos 40 anos – somente a proporção dos grupos com mais de 60
anos aumentaram de 7,2% em 2000 para 9,3% em 2010. Na RM de Goiânia o
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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aumento proporcional dos grupos etários entre 25 e 29 anos – passa de 9,4%
em 2000 para 10,0% em 2010.
Gráfico 32 – Pirâmides Etárias do Estado de Goiás – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
As mudanças na estrutura demográfica de Goiás traduzem a
reconfiguração da sua pirâmide etária: estreitamento da base – com a redução
dos grupos mais jovens, e alargamento do topo – inversão na proporção dos
grupos etários adultos (a partir do intervalo 25 a 29 anos): o grupo entre 60 e
64 anos alcança 3,1% da população; entre 65 e 69 anos alcança 2,3% da
população; e o grupo de 80 anos e mais com 1,1% da população.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Nas pirâmides etárias da RM de Goiânia, separando o município Polo –
Goiânia e os demais municípios metropolitanos, a reconfiguração piramidal é
ainda mais acentuada: maior estreitamento da base (redução de todos os
grupos entre o e 19 anos); alargamento do centro (grupos entre 25 e 34 anos)
e do topo da pirâmide (grupos a partir de 40 anos de idade).
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE-DF)
A distribuição de homens e mulheres entre os Estados e o Distrito
Federal que compõem a RIDE-DF, em 2010, denota que a participação de
homens é menor que a das mulheres na composição da população, com
exceção de Minas Gerais. Na composição geral da RIDE-DF a tendência de
participação menor dos homens prevalece.
É interessante notar que a participação dos homens diminuiu entre 2000
e 2010 e a das mulheres cresceu. Outro fato a ser observado é que o
crescimento do número de homens e mulheres no DF permaneceu constante,
apresentando a mesma participação em 2000 e 2010.
Gráfico 33 – Pirâmides Etárias do
Município de Goiânia – 2000/2010
Gráfico 34 – Pirâmides Etárias dos Demais
Municípios da RM de Goiânia – 2000/2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Gráfico 35 – Distribuição de homens e mulheres por UF: RIDE-DF – 2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Ao observar a idade média da população, verifica-se a repetição da
tendência de comportamento que ocorre em todo o país, o envelhecimento
populacional. Apesar da pouca variação, os municípios do Estado de Minas
Gerais apresentam o maior envelhecimento. A média de idade da RIDE-DF se
aproxima muito da média do DF, comportamento esperado, uma vez que o DF
apresenta a maior população e a variação entre as regiões é muito próxima.
Gráfico 36 – Distribuição de homens por
UF: RIDE-DF – 2000/2010
Gráfico 37 – Distribuição de mulheres por
UF: RIDE-DF – 2000/2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Gráfico 38 – Idade Média por UF: RIDE-DF – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Quando se comparam os dados do censo demográfico da RIDE-DF
entre os anos de 2000 e 2010, verifica-se mudança na composição da
população, também marcada pelo envelhecimento. Percebe-se que em 2000 a
faixa etária mais larga era de 20 a 24 anos, em 2010 a faixa mais larga passa a
ser a de 25 a 30 anos. Percebe-se também uma redução da contribuição da
faixa etária de 0 a 24 anos e um aumento das maiores idades.
Gráfico 39 – Pirâmides etárias – RIDE-DF – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Devido ao peso da população do DF, na composição da RIDE-DF, a
pirâmide etária da RIDE-DF é bem parecida com a do DF. Mas ao se separar
os municípios do Estado de Goiás e de Minas Gerais, que compõem a RIDE-
DF, percebem-se algumas distinções. Tanto os municípios do Estado de Goiás
quanto os de Minas Gerais apresentam base mais larga que o DF, o que
significa que a população dessas duas regiões tem maior contribuição na
formação de sua população de jovens. Esse fato é bem mais realçado nos
municípios do Estado de Goiás. Também é possível notar que a população do
DF é a mais envelhecida do conjunto.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
2.8. Bahia
Região Metropolitana de Salvador
Em relação ao perfil dos residentes, as pirâmides etárias têm
características próprias das grandes cidades, ou seja, com a redução da
fecundidade, percebe-se claramente a redução da participação de crianças de
0 a 4 anos na população. Os adolescentes de 15 a 19 anos do início da década
agora estão claramente representados na pirâmide etária de 2010 na faixa dos
Gráfico 40 – Pirâmides Etárias: DF –
2000/2010
Gráfico 41 – Pirâmides Etárias: Municípios
de Goiás que compõem a RIDE-DF –
2000/2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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jovens de 25 a 29 anos, em plena idade de inserção no mercado de trabalho.
Apesar dessa pressão por novos postos de trabalho, os indicadores recentes
de ocupação e emprego da RMS evidenciam um relativo crescimento do
espaço para a inclusão de jovens, mesmo que em ocupações precárias e de
baixa remuneração.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Muitos desses jovens vêm de outros municípios do interior do estado ou
de outros estados, o que pode ser percebido quando se compara o tamanho do
grupo de jovens em 2000 e em 2010: em 2000, eram 173 mil adolescentes do
sexo masculino de 15 a 19 anos e 181 mil do sexo feminino. Esse grupo que
seria, em 2010, o de jovens de 25 a 29 anos, parece estar maior: 181 mil
homens e 200 mil mulheres. Portanto, apesar da violência que vitima
adolescentes e jovens da RMS, principalmente homens e negros, o número
desses residentes cresceu, provavelmente alimentado pela emigração.
Outra característica perceptível através das pirâmides é a de
envelhecimento da população residente, com aumento visível da participação
de pessoas com 80 anos ou mais, principalmente mulheres. Em 2000, os
homens de 80 anos ou mais eram cerca de 8 mil. Em 2010 eles passaram para
Gráfico 42 – Pirâmide Etária da RM de
Salvador – 2000
Gráfico 43 – Pirâmide Etária da RM de
Salvador – 2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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13 mil. No caso das mulheres o crescimento foi de 17 para expressivos 30 mil
em 2010.
Algumas características demográficas da Região Metropolitana de
Salvador indicam que, apesar da tendência de envelhecimento, ainda é uma
metrópole jovem e com maioria feminina. A Razão de sexo é sempre menor
que 100% em 2010. Já a Razão de dependência mostra que tem ocorrido uma
queda entre os períodos censitários, o que denota um crescimento da
população economicamente ativa na composição. Isso se explica por ser a
Metrópole uma região mais dinâmica economicamente.
2.9. Rio Grande do Norte
A distribuição por sexo da população norte-riograndense em 2010
mostra equilíbrio entre homens e mulheres. No estado em geral, 48,89% são
homens e 51,11% são mulheres. O maior diferencial entre os sexos ocorre na
capital, Natal, onde 52,98% dos habitantes são do sexo feminino. Em apenas
uma mesorregião do estado há mais homens do que mulheres. Na região
Agreste Potiguar, 50,13% dos habitantes são do sexo masculino. O cenário,
portanto, é de que no interior do estado, assim como na periferia metropolitana,
há equiparação entre homens e mulheres. A maior diferença entre sexos
ocorre na RMN em virtude do que ocorre no município de Natal.
No que se refere à estrutura etária, o índice do idoso em 2010 foi de
27,86, o que significa que temos 27,86 idosos para cada 100 jovens com 14
anos ou menos. O município de Natal está bem acima da média do estado,
com índice de envelhecimento igual a 32,37. Contudo, verifica-se que os
municípios periféricos da RMN possuem índices bem menores.
A idade média é outro indicador que reflete essa transição de estrutura
etária da população. Entre 2000 e 2010 o Rio Grande do Norte aumentou em
mais de três anos sua idade média.
As pirâmides etárias mostram que o Rio Grande do Norte segue a
mesma tendência do Brasil, ou seja, população numerosa em idades jovens e
medianas, redução acentuada da população infantil, sobretudo nos primeiros
dois grupos etários e aumento da população de idades mais avançadas.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Das pirâmides a seguir, as três primeiras, Rio Grande do Norte em geral,
RMN e Natal, apresentam uma análise comparativa da estrutura etária entre os
dois últimos censos, 2000 e 2010. Ressalte-se a baixa fecundidade do
município de Natal, refletida na baixa participação relativa da população dos
dois primeiros grupos etários, sobretudo em 2010.
A longevidade feminina fica evidente, sobretudo, em Natal e na RMN. A
partir dos 55 anos, a população feminina tem peso bem maior que a masculina.
Comparando esses grupos etários mais avançados nos dois censos em
análise, praticamente todos as idades a partir dos 55 anos tiveram ganho de
população acima da média.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Também se apresenta uma comparação, para 2010, das estruturas
etárias da Região Metropolitana de Natal: Natal, periferia e total da RMN. O
município de Natal se sobressai nas idades mais avançadas, enquanto que na
periferia da RMN, as maiores participações relativas ocorre na população das
idades mais jovens.
Gráfico 44 – Pirâmide Etária do Estado do
Rio Grande do Norte – 2000/2010
Gráfico 45 – Pirâmide Etária da RM de
Natal – 2000/2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
2.10. Ceará
Considerando o conjunto de mesorregiões que compõem o Estado do
Ceará, no que concerne à média de idade da população, chama atenção, em
todas as unidades espaciais de análise, que a idade média da mulher supera a
do homem, denotando maior longevidade da primeira, com destaque nas
mesorregiões Metropolitana e Sul do Estado, onde as mulheres apresentam
idade média dois anos maior. Isto indicaria que justamente nas regiões mais
urbanizadas, o homem estaria vivendo menos. Seria tal característica já
consequência da violência urbana e do estilo de vida?
Em termos absolutos e relativos, predominam as mulheres sobre os
homens em todas as mesorregiões, sendo esta prevalência maior na
mesorregião metropolitana. A exceção é a mesorregião Norte, onde se tem o
predomínio do sexo masculino.
Quando nos deparamos com a RMF, subdividida entre o núcleo, a
capital Fortaleza, e os demais municípios que compõem a sua periferia, chama
atenção as significativas diferenças entre os mesmos, entre as quais: a maior
longevidade no núcleo da RMF associada a uma maior idade média
independente do gênero, representando mais que o dobro em relação à
Gráfico 46 – Pirâmide Etária do Estado do
Rio Grande do Norte – 2000/2010
Gráfico 47 – Pirâmide Etária da RM de
Natal – 2000/2010
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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periferia. Isto indicaria que o desenvolvimento concentrado na capital em
termos de acesso aos equipamentos de saúde e as infraestruturas urbanas
básicas estaria influenciando na maior expectativa de vida.
Considerando a distribuição etária da população em 2010, reduz-se o
contingente das faixas mais jovens, menores de 20 anos. Ao mesmo tempo,
observa-se a expansão da população em todas as demais faixas, denunciando
tendência de aceleração do processo de envelhecimento da população.
Estreita-se a base e alarga-se o topo e especialmente aumenta o meio da
pirâmide demográfica para todas as mesorregiões. A redução da base da
pirâmide mostra-se mais intensa para Fortaleza, o núcleo da RMF, da mesma
forma que faixas intermediárias indicam maior representatividade da população
entre 20 e 49 anos, se comparadas às demais.
Gráfico 48 – Pirâmides Etárias: Estado do Ceará – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
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Gráfico 49 – Pirâmides Etárias: Mesorregião Metropolitana de Fortaleza – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
2.11. Pará
No intervalo 2000-2010, equilibrou-se a composição da população
paraense por gênero, diminuindo ligeiramente a quantidade relativa de
homens, de 51% para 50%, e se aproximando da nacional, cuja participação
masculina estabilizou em torno de 49%.
A estrutura etária de homens e mulheres, bem como sua transformação
no período estudado são muito similares. Pouco se alterou a idade média de
ambos os sexos e a da população total, aumentando de 25 para algo em torno
de 27 anos e meio.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Gráfico 50 – Pirâmides Etárias: Estado do Pará – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Pela pirâmide etária, percebe-se que as faixas que mais crescem se
situam entre os 25 e 50 anos e que a população jovem (até 19 anos) está se
contraindo. Vem diminuindo a taxa de fecundidade e os indicadores de
mortalidade infantil permanecem elevados para as médias brasileiras. Os
relatórios dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (IPEA, 2010) indicam
que o estado do Pará vem melhorando os seus indicadores, alcança as metas
estaduais e algumas regionais, mas não as nacionais, no que se refere aos
indicadores de saúde, e não tem convergência real com o resto do país
(PNUD/PUC Minas/UFPA, 2007).
O processo de envelhecimento da população no Pará encontra-se em
estágio menos avançado do que no Brasil e segue a um ritmo mais lento. No
período 2000-2010, a variação no índice de envelhecimento do estado, de
10,35% para 15,32%, foi menor do que a observada no país (19,77% para
30,66%). De forma mais aproximada variou a razão de dependência dos
idosos, de 6,5% para 7,41%, em comparação com a brasileira (9,07% para
10,77%). Por outro lado, a razão de dependência das crianças diminuiu de
62,79% para 48,39%, pouco mais do que a alteração ocorrida no país (45,86%
para 35,13%).
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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Região Metropolitana de Belém
Não se altera a composição da população por gênero na RMB, no
núcleo e nem na periferia metropolitana, acompanhando a tendência brasileira,
mas não a estadual, que teve reduzida um pouco a proporção de homens. A
participação masculina é pouco menor do que a feminina na metrópole (48%) e
maior na periferia (49%) em comparação com o núcleo (47%).
Tanto homens quanto mulheres são na maioria jovens e crianças, sendo
ainda a contribuição desses contingentes maior na periferia do que no núcleo
metropolitano, embora o processo de envelhecimento na última década tenha
sido mais acentuado no conjunto dos municípios periféricos do que na RMB e
bem menos intenso no município de Belém. Na metrópole como um todo, a
idade média aumentou de 27 para 31 anos, maior do que a observada para o
estado do Pará, sendo maior também a variação do índice de envelhecimento,
de 14% para 22,79%. A razão de dependência dos idosos aumentou de 6,34%
para 7,96%, portanto, uma variação pouco maior do que a ocorrida no estado,
enquanto a razão de dependência das crianças, que diminuiu de 45,32% para
34,94% no período estudado, teve uma redução bem menos acentuada do que
o conjunto dos municípios paraenses.
Gráfico 51 – Pirâmides Etárias: Estado do Pará – 2000/2010
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Os Estados e as Regiões Metropolitanas no Censo 2010 2012
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