Post on 30-Jul-2016
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As Reflexões do Poeta “Os Lusíadas”
Tomás Feith; Nº30; 10ºA
Fig.1: “Os Lusíadas” Fig.2: Luís de Camões
Canto I
No canto I o poeta reflete quanto à pequenez e fragilidade do Homem.
Durante a sua viagem, o herói enfrenta forças adversas mais fortes e poderosas
que ele e o poeta interroga-se sobre como é possível viver e ser superiores se a
qualquer momento os deuses podem conspirar contra os homens, tomando
formas da Natureza que os podem matar instantaneamente.
Fig.3: A força da Natureza
Canto I (justificação)
Esta interpretação pode ser justificada pelos seguintes versos:
“Oh, Caminho da vida nunca certo,/ Que, aonde a gente põe a sua esperança,/
/Tenha a vida tão pouca segurança!”
No mar, tanta tormenta e tanto dano,/(...)/ Na terra, tanta guerra, tanto
engano,(...)”
“Onde terá segura a curta vida,/ Que não se arme e se indigne o Céu sereno,/
/Contra um bicho da terra tão pequeno?”
Canto V
Neste canto, o poeta argumenta que a razão de não haver tantos heróis
portuguese não se prende no facto de eles não existirem. Pelo contrário, Portugal
é uma terra de gente brava e extraordinária. O que falta, contudo, é poetas para
os cantar. Mais importante, faltam grandes senhores que se interessem pela
poesia e suportem os poetas. O poeta estabelece ainda uma analogia com os
grandes heróis da Antiguidade, que apenas chegaram a este estatuto porque
houve alguém que os cantasse.
Fig.4: A importância dos Poetas
Canto V (justificação)
Os seguintes versos permitem justificar esta interpretação:
“Fazem mil feitos sublimados./ Quem valerosas obras exercita,/ Louvor alheio
muito o esperta e incita.”
Dá a terra Lusitana Cipiões,/ Césares, Alexandres e dá Augustos;/ Mas não lhe
dá, contudo, aqueles does cuja falta os faz duros e robustos.”
“Mas o pior de tudo é que a ventura/ Tão ásperos os fez e tão austeros,/ Tão
rudos, e de engenhos tão remisso,/ Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso.”
Canto VI
Nesta interrupção o poeta reflete sobre a fama e os meios para alcançá-
la. Ele argumenta que a fama apenas se atinge através de trabalho e esforço, e
não nas atividades fáceis e ociosas. Para além disso, o poeta acrescenta que as
honras recebidas por sorte são desprezáveis e que apenas com sacrifício, dor e
coragem a virtude do Homem é refletida.
Fig.5: Os sacrifícios e os trabalhos
Canto VI (justificações)
A opinião do poeta em relação à fama pode ser justificada pelos
seguintes versos:
“Destes trabalhos graves e temores,/ Alcançam os que são de fama amigos/ As
honras imortais e graus maiores:”
“Mas com buscar co seu forçoso braço/ As honras que ele chame próprias
suas;”
“Desprezador das honras e dinheiro,/ Das honras e dinheiro que a ventura/
Forjou, e não a virtude justa e dura.”
Canto VII
Nesta reflexão, o poeta realiza uma crítica aos seus contemporâneos.
Ele diz que de todos os tormentos que sofreu, o pior foi a forma como os seus
compatriotas o trataram e que os portugueses não são merecedores de uma
História tão grandiosa. O poeta ainda critica diretamente os portugueses
corruptos e desonestos que parecem ter esquecido os heróis dos
Descobrimentos. Por fim, ele critica os invejosos que esperam atingir a
grandiosidade sem trabalho.
Fig.6: Crítica aos portugueses
contemporâneos
Canto VII (justificação)
A crítica é passível de ser identificada nos seguintes versos:
“A troco dos descansos que esperava,/ Das capelas de louro que me
honrassem,/ Trabalhos nunca usados me inventaram,/ Com quem em tão duro
estado me deitaram!”
“Nenhum ambicioso, que quisesse/ Subir a grandes cargos, cantarei,/(...)/
Nenhum que use de seu poder bastante/ Para servir a seu desejo feio,/(...)/ Nem,
Camenas, também cuideis que cante/ Quem, com hábito desonesto e grave,
veio,/ Por contentar o Rei, no ofício novo,/ A despir e roubar o pobre povo!/(...)/
Nem quem acha que é justo e dereito/ Guardar-se a lei do Rei severamente,/(...)/
Nem quem sempre, com pouco experto peito,/(...)/ Os trabalhos alheios não
passa.”
Canto VIII
No final deste canto, o poeta reflete sobre o poder vil do dinheiro. Ele
acredita que o dinheiro corrompe a alma humana, sendo capaz de tornar
homens bons em homens cruéis e injustos. Esta influência é forte tanto para os
ricos como para os pobres, poluindo até o homem mais puro.
Fig.7: O poder corruptor do dinheiro
Canto VIII (justificação)
É possível ver o que o poeta pensa do dinheiro nos seguintes versos:
“Quanto no rico, assi como no pobre,/ Pode o vil interesse e sede immiga/ Do
dinheiro, que a tudo nos obriga.”
“Este rende munidas fortalezas;/ Faz tredores e falsos amigos;/ Este a mais
nobres faz fazer vilezas, E entrega Capitães aos inimigos;/ Este corrompe
virginais purezas,/(...)/ Até os que só a Deus omnipotente/ Se dedicam, mil vezes
ouvireis/ Que corrompe este encantador, e ilude;/ Mas não sem cor, contudo, de
virtude.”
Canto IX
Nesta interrupção, o poeta questiona-se quanto à forma de alcançar a
fama. Ele argumenta que os trabalhos difíceis são compensados com fama e que
o caminho para a virtude é atribulado mas o prémio compensa o custo. O poeta
diz que o derradeiro prémio da Humanidade é a imortalidade. Depois, ele faz um
grito de motivação aos que desejam atingir esta fama. Se é esse o seu objetivo,
os homens têm de acordar e restringir a cobiça e ambição. O ouro e os vícios de
nada valem, e apenas a lutar pelo Rei, ou a proteger os indefesos, se tornarão
Heróis e serão aceites na Ilha de Vénus.
Fig.8: A Ilha de Vénus
Canto IX (justificação)
O valor da fama pode ser explicado pelos seguintes versos:
“Sobre as asas ínclitas da Fama,/ Por obras valerosas que fazia,/ Pelo trabalho
imenso que se chama/ Caminho da virtude, alto e fragoso,/ Mas, no fim, doce,
alegre e deleitoso:”
“Porque essas honras vãs, esse ouro puro,/ Verdadeiro valor não dão à gente./
Milhor é merecê-los sem os ter,/ Que possuí-los sem os merecer.”
Fareis os Reinos grande e possantes,/ E todos tereis mais e nenhum menos:/
Possuireis riquezas merecidas,/ Com as honras que ilustram tanto as vidas.”
“Impossibilidades não façais,/ Que quem quis, sempre pôde; e numerados/
Sereis entre os Heróis esclarecidos/ E nesta Ilha de Vénus recebidos.”
Canto X
No final da obra “Os Lusíadas”, o poeta revela desânimo e desapreço
pelos portugueses. Ele sente-se desiludido pois canta para um povo que já não
mais quer saber dos grandes feitos de outrora e faz um último elogio aos nautas
e aos guerreiros. Por fim, ele mostra ao Rei a superioridade do povo Lusíada e
pede-lhe que oiça os mais velhos pois estes possuem uma experiência e uma
sapiência incríveis. Para além disso, eles já não têm nada a perder e, por isso,
podem ser honestos e dizer o que verdadeiramente pensam.
Fig.9: O velho do Restelo (aqui representa os
mais velhos, que já não têm nada a perder)
Canto X (justificação)
As opiniões do poeta podem ser justificadas pelos seguintes versos:
“No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho/ Destemperada e a voz
enrouquecida,/ E não do canto, mas de ver que venho cantar a gente surda e
endurecida.”
“Olhai que ledos vão, por várias vias,/ Quais rompentes leões e bravos touros,/
Dando os corpos a fomes e vigias,(...)”
“Os mais esperimentados levantai-os,/ Se, com a esperiência, tem bondade/
Pera vosso conselho, pois que sabem/ O como, o quando, e onde as cousas
cabem.”
“Os Cavaleiros tende em muita estima,/ Pois com seu sangue intrépido e
fervente/ Estendem não somente a Lei de cima,/ Mas inda vosso Império
preeminente;”
Fontes
Fig.1: literaturaemdiaa.blogspot.com (consultado em 20/5/2016)
Fig.2: bloguedominho.blogs.sapo.pt (consultado em 20/5/2016)
Fig.3: maeterrra.blogspot.com (consultado em 20/5/2016)
Fig.4: www.megajuridico.com (consultado em 20/5/2016)
Fig.5: joiasdavida.com (consultado em 21/5/2016)
Fig.6: 23superherois.blogspot.com (consultado em 21/5/2016)
Fig.7: ministerioentrejovens.wordpress.com (consultado em 21/5/2016)
Fig.8: contosencantar.blogspot.com (consultado em 21/5/2016)
Fig.9: josecardosowebfolio.blogspot.com (consultado em 21/5/2016)