Post on 10-Jul-2015
CADERNOSDESEGURO
A TARIFAÇÃO DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL EM AUTO~v1Óv'EIS
OS VENTOS E SEUS EFEITOS
Explicando os Riscos
NOTAS SOBRE A HABILITAÇÃODE CORRETORESDE SEGUROS NO BRASIL
O SEGURO E O FRANCHISING
ARTIGO
Os ventos e SeusEfeitosExplicando os Riscos
Antonio Fernando Navarro::0" .;ror de empresas. especialista emger"",,- ;umento de risco.' e professor daF. ",,~,eg
os recentes aconrec:;.~{Os en-
volvendo a passage~ d~ furacãoAndrew nos. Estados L~dos. com
um rastro de dest:n...çãzsuperiorà provocada pe.~ f~racào Hugo,com perdas esumadas em cerca de20 bilhões de da.ares. fazem-nos
retomar um pclo~::C tempo,quan-do tivemos a Gr:-t'..rudade de es-crever um art;go sobre a cláusula224 - cobern.ra acessória de ven-
daval, furacão.c.c.one,tomado,gra-nizo, queda de aeronaves ou quais-quer outros engenhosaéreos ou es-paciais, impacto de veículosterres-tres e fumaça. da Tarifa de SegurosIncêndio do Brasil. Na ocasião,questionávamosa aplicaçãodacláu-sula e os seus custos, confrontandotudo com o panorama de riscos en-contrados no Brasil. No presenteartigo abordaremos o fenômenoem si e os seus efeitos, desmis-tificando o fato de todos serem
enquadrados como um mesmofISCO.
Vento é o deslocamento do ar
por sobre a superfície da terra,provocado pelas correntes de con-
II
vecção dessas mesmas massas. Oefeito da convecção é a de um fe-nômeno fisico, onde o ar quente.disposto sobre a superfície e em fun-ção de sua menor densidade, deslo-ca-se, ascendendo às camadas su-
periores da atmosfera. Com o des-locamento, novas canladas de ar
frio vão tomando o lugar antesocupado pelo ar aquecido. O mesmofenômeno é observado durante o
processo de ebulição da água. Oturbilhonamento da água durante a
sua fervura é provocado pelo deslo-camentodas massas de líquidoquen-te para cima, enquanto que as friasdescem.
A velocidade do vento provo-cada por esse deslocamento é
avaliada por um equipamento de-nominado anemômetro. Os dados
nele registrados são comparadoscom tabelas específicas, que for-necem para cada velocidade en-contrada uma classificação. As ta-belas mais empregadas são aEscala Terrestre e a Escala deBeaufort. Os seus dados são os se-
guintes:
-
ESCALA TERRESTRE
NÍVEL DESCRIÇÃO DO FENÔMENO VELOCIDADE (m/s) As famosas trombas
o calmaria de Oa I d'água são descargas
1 fraco de I a 4 de água contidas 110
2 moderado de4 a 8 interior de um Tornado,
3 bastante forte de 8 a 12 descarregadas por
4 forte de 12a 16 I ocasião de sua passagem
5 violento de 16a 25 ou por quando de sua
6 furacão acima de 25 Idissipação.
I
ESCALA BEAUFORTpontos de temperatura mais elevada
NÍVEL DESCRIÇÃO DO FENÔMENO VELOCIDADE (m/s)são. pOIS.os pontos ondegeralmente
O calmaria de Oa Iha uma baixa pressão, também co-nhecidos como centros de chamada
1 quase calmaria dela2para com as massas de ar vizinhas.
2 ligeira brisa de2a4 As massas de ar chamadas para esses3 pequena brisa de 4 a 6 centros. ao invés de deslocar-se
4 linda brisa de6a8 retdmearnente.são desviadas de sua
5 boa brisa de 8 a 10 dlfl:çàc pelo movimento de rotação
6 bom fresco de 10 a 12 da t.;:. assumindo, assim, desloca-
7 grande fresco de 12 a 14 mentos esplralados ou circulares. A
8 pequena rajada del4al6p1a5 de ar contida na atmosferaterrestre temuma velocidadede rota-
9 rajada de vento de 16a 20 çãc sobn: c eixo terrestre menor do10 forte rajada de 20 a 25 que a massa de solo eágua. A veloci-11 tempestade de 25 a 30 dade de rotaçãc de um ponto sobre o
12 furacão acima de 30 solo. almhadc no equador terrestre éde 65 Km11 Devidoa esse fenô-
As variações dos tipos de ventos, meno. ha formação de um movimen-
quantoàs suas ocorrênciaseàs inten-Quanto mais quente é a
to circular dos \ entos em tomo da
sidades, variam de acordo com as depressãoatmosférica que lhedá ori-
estaçõesclimáticas doano. No inver- superfície da terra gemno, a velocidademédiaé maior do maior é apossibilidade A COisatoda funcionamais ou
que no verão. A velocidade também deformação de zonas menos como se destampássemos o
varia de acordo com a altitude da de baixa pressão, ralo de uma pia cheia de água.
camada de ar. Quanto maior for a com incidência '\0 hemisfério norte o sentido de
altitude maior será a velocidade. de fortes ventos rotação das massas de ar é inversoao
Os ventos desempenham um pa- do padrão defuracão.movunentodos ponteirosdeum reló-
pel importantesobo pontodevistada glO.No hemisfério sul, o movimento
repartição climatérica das chuvas e segue o dos ponteiros. O movimento
das tempestades. terra ou do mar. A diminuição da no norte chama-se ciclonal e no sul
De um modogeral, os ventos têm pressão dá-se pelo movimento as- anticiclonal. O nome ciclone deriva
origem em um ponto de baixa pres- censionaldo ar, aquecidoquandoem do nome da massa de ar que possui
são atmosférica sobre a superfícieda contato com a superfície terrestre. Os esse movimento.
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rodcla. gcrando c.:mros u,-':l11lssão. as cham3u.lS
monçõcs dc Il1\crno. ou dI..
atração. as monçõcs chu-\ asas de \'crão. A tercclra
1~\I.\.a.zona temperada. é
caracterizada pelas depres-sões oceânicas do Atlânti-
co e do Pacífico Boreal.
cm torno dos quais os ven-(OSirradiam um imenso tur-
bilhão ciclonal. No Atlân-!lco norte o centro dessa
depressão desloca-se do
(Icste para o leste. No he-misfáio sul. onde as su-
perficies marítimas são
superiores às superficies
terrestres. praticamentenão existl:m centros de de-
pressão localizados. Os ventos são
deslocados em conseqÜência do mo-
vimento próprio da terra. ou seja. de
leste para oeste.
Cada centímetro quadrado do solo
no equador recebe. em média. cerca
de 250.000 calorias por ano. Essa
ofuracão é umvento que ocorremais na região
do equador terrestre,próximo ao
Caribe. Tem grandeefeito destrutivo.
A distribuíção dos ventos por so-
bre a crosta terrestre é feita por fai-xasdistintas.Na primeirafaixa.zonaequatorial. o calor solar sobre ascamadas de ar induz a correntes na
direçãonorte-sul,unifonnementedes-viadas para leste. São os ventosalísios, regulares por excelência. Azona intertropical é caracterizada nohemisfério norte pela existência decorrentes alternativas de ventos ge-rais ou alísados. Confonne as esta-
ções do ano as massas continentaisda Ásia e da África são mais ou
menos frias do que o mar que as
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sobre uma faixa de I Km dI...u::;.-.ao longo de todo o equador terrcs;:..
A atmosfera absorve cerca de u;"
terço do calor solar recebido. O princI-
pal fator dessa absorção é o vapord'água. O vapor está situado numafaixa abaixo dos 8.000 metros de
altitude. No equador a atmosferaaquece-sepela parte inferior, inicial-mente.A superficieaquecida fica empennanente contato com as camadasinferiores do ar. Essa superposiçãode centros calóricos gera zonas debaixa pressão. Nessas regiõestêm-seas calmanas equatonais, conhecidasdos navegadores a séculos. Nessamesma região há tempos tempes-tuosos. pelas fortes correntes as-
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o Tornado é um ventoem redemoinho, com
um máximo de 100 Kmde diâmetro, grande
altura e uma velocidadeque se aproxima dos 400
Kmlh. Seu efeitodestrutivo dura poucos
minutos, de 15 a 30.
censionais nas zonas de baixa pres-são.
Peloquevimos,quantomaisquen-te é a superficie da terra maior é apossibilidade de formação de zonasde baixa pressão, com incidênciadefortes ventos do padrão de furacão.
Furacão, ciclone, tomado e tufãosão ventosfortes com características
distintas. O furacão é um vento queocorre mais na região do equadorterrestre, próximo ao Caribe. Temgrande efeito destrutivo. O furacãotem de 300 a 400 Km diâmetro, com
ventos que podem atingir a 300KmIhem seu interior. A sua origemsitua-se em pontos de baixa pressãocomtemperaturas acima de30°C.Nohemisfério sul, ao longo da costabrasileira, a temperatura média anu-al é inferior a 22°C, não gerandocondições propícias à formação defuracões.
O Ciclone é um vento com ca-racterísticas semelhantes a de um
Furacão, ocorrendo no Pacífico nor-te.
O Tufão é um vento com forte
velocidadeascencional e rotacional,
não tão largo quanto um Furacão,porém, com velocidades que se lheaproximam. São os ventos que asso-lam o Oceano Índico.
O Tomado é um vento em rede-
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moinho, com um máximo de 100 Km
de diâmetro, grande altura e uma
velocidade que se aproxima dos 400
Km/h. Seu efeito destrutivo dura pou-
cos minutos, de 15 a 30. Em função
de sua grande velocidade, pequeno
diâmetro e grande altura, forma um
cone alongado, que tem a particulari-
dade de sugar tudo por onde passa.
As famosas trombas d' água são des-
cargas de água contidas no interior de
um Tomado, descarregadas por oca-
sião de sua passagem ou por quando
de sua dissipação.
Nem tudo é desgraça ou destrui-
ção quando se estudam os ventos. No
aspecto mitológico os Gregos perso-nificavam os ventos, fazendo deles
gênios alados, frutos do amor de
Urano por Gea ou de Urano porAstrea, dependendo dos historiado-
res, ou de Typhon e Eos ou Typhon e
Rhea ou Heribea. Os ventos, pelos
antigos, estavam submetidos ao rei-
no de Eolo, que os conservava prisio-
neiros nas ilhas eolias, libertando-os
sempre que assim o desejasse Zeus
ou Poseidon, para irem a todos os
ca...,tosd~ mundo. Tão grande era o
fasc~;~ d..;Sscpovo pelos ventos que
os T-.:smos eram distinguidos pelosnomes Bcreas. vento do norte: Euros.
\I:mo dü...st~. "Jotos. vento do sul: e
Zeph~ ro. ' ento do oeste. Mais tarde.
para d;st.ng~lr seus outros compa-nh..::-as. passaram a ser 12 os gênios
aladas Boreas. Aparctias, Kaekias.
Ape.~cte. Euros. Euronotos, Notos.L:bonotos. LlpS. Zephyro. Lapyx eThrac;os
Os '. entos. em seu incessante
mo' lmemo. esculpem rochas, for-
mam dunas. dão formas às geleiras,
carrelam detritos ou sedimentos, ar-
rasam edificações, arrancam árvo-
res. "lram embarcações e outras des-
graças mais. No Brasil, pela sua lo-
calIzação e extensão territorial, os
danos mais comuns, ou os de maiores
severidades, são os provocados por
tempestades, e, muito raramente, por
tomados. Assim, tem-se regiões onde
existem rajadas de ventos frequentes,como em Goiás, Rio Grande do Sul,
Paraná, São Paulo, e outras regiões
não sujeitas a esses fenômenos.
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