Post on 17-Apr-2015
Patentes produtos quimico-farmaceuticas
registadas Reckie & Weber (adaptado)
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Michael A. Friedman JAMA. 1999;281:1728-1734
DOENÇA IATROGÉNICA
- Ocorre em 6-15% dos doentes internados em UCI
- Causa de morte em 0.3%
- Causa de internamento hospitalar 3-5%
- Causa de consulta 2-3%
- Responsável por 15% dos dias de internamento
EPIDEMIOLOGIA
DOENÇA IATROGÉNICA
- Anos 30 (EUA) – dietilenoglicol como solvente de xarope de sulfanilamida – 100 mortes
- 1960/62 – Talidomida (focomélia)
- 1973 (Japão/austrália) – Clioquinol (neuropatia
mielo-óptica subaguda)
- 1978 – Practolol (síndroma mucocutânea)
- 1982 – Benoxaprofeno (síndroma hepato-renal)
Exemplos históricos
REACÇÃO ADVERSA a MEDICAMENTOS
Reacção a um medicamento nociva e inesperada e que ocorre com a dose habitualmente utilizada no Homem para profilaxia, diagnóstico, tratamento ou modificação de uma função fisiológica (CE-OMS)
ADRs – Adverse Drug Reaction
Overall it was estimated that some 2.2 million serious ADRs would have occurred in 1994, with 106,000 of them fatal.
J Lazarou, BM Pomeranz, PN Corey. Incidence of adverse drug reactions in hospitalized patients: A meta-analysis of prospective studies. JAMA 1998 279: 1200-5
Incidence of adverse drug reactions in the USA
Number of studies
Patients studied
Incidence of ADR (95% CI)
Estimated number (thousands, with 95% CI)
ADRs in patients while in hospital
Serious
12 22,500 2.1 (1.9 to 2.3) 702 (635 to 770)
Fatal 10 28,900 0.19 (0.13 to 0.26) 63 (41 to 85)
ADRs in patients admitted to hospital
Serious
21 28,000 4.7 (3.1 to 6.2) 1547 (1033 to 2060)
Fatal 6 17,800 0.13 (0.04 to 0.21) 43 (15 to 71)
Overall ADR incidence
Serious
33 50,500 6.7 (5.2 to 8.2) 2216 (1721 to 2711)
Fatal 16 46,600 0.32 (0.23 to 0.41) 106 (76 to 137)
Causas de morte nos EUA (JAMA 2000)
1- Cardiacas
2- Cancro
3- AVC4- Reacções adversas medicamentos
5- Pulmonares
Medicamentos retirados do mercado por RAM
- Espanha - 16
- UK - 20
- 3-4% dos medicamentos aprovados no mesmo período
1974-93
- AINE - 16
- Vasodilatadores - 4
- Antidepressivos – 3
- Outros - 13
EFEITOS TIPO B
- Hepaticas
- Hematológicos
- Cardíacos
- Cutâneos
ENSAIO CLÍNICO DE MEDICAMENTOS
Voluntários sãosEstudos farmacocinéticos
Ensaios farmacodinâmicosCaracterização dose-resposta
Ensaios comparativos, controlados, aleatorizadosEficácia e segurança
5- 10 Voluntários sãos
50- 200 doentes seleccionados
< 1000 doentes, inc. grupos espe-cíficos (IR, IH)
FASE Características Objectivos
I
II
III
PERÍODO PRÉ-COMERCIALIZAÇÃO
ENSAIO CLÍNICO DE MEDICAMENTOS
Diverso tipo de doentesExpansão, novas indicaçõesFarmacovigilância
Diversos figurinos
FASE Características Objectivos
IV
PERÍODO PÓS-COMERCIALIZAÇÃO
Michael A. Friedman JAMA. 1999;281:1728-1734
FARMACOVIGILÂNCIA
“Detecção, registo e avaliação das reacções adversas, para determinar a incidência, gravidade e relação causal ... ... com o objectivo da sua prevenção*.
(*OMS-1966)
Conceito
ENSAIO CLÍNICO DE MEDICAMENTOS
> Dezenas de milharAlgumas centenas
Pré-comercialização Pós-comercialização
Nº de doentes
Diferenças entre pré e pós comercialização
Dias a anosDias, semanasDuração
Toda a população de doentes
Muito seleccionadaPopulação
FrequenteGeralmente evitadosOutros tratamentos
Geralmente variávelGeralmente fixaDose
Seguimento menos rigoroso(doente menos informado)
Seguimento rigoroso(melhor informação)
Condições
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
TIPO A – (augmented) (~80%) – resulta de um efeito farmacológico exagerado
- Hipoglicemia da insulina; bradicardia beta-bloq; hemorragia AAS
TIPO B – (bizarre) (~20%) – resposta inesperada e totalmente aberrante
- Anafilaxia PN; necrose hepática halotano; S. Lyell piroxicam
PATOGENIA
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
TIPO C – (chronic) (<1%) – durante exposição prolongada
- Cushing da prednisolona; discinésia das fenotiazinas,
TIPO D – (delayed) (<1%) – muito após exposição- Neoplasias após agentes alquilantes, malforações craniofaciais em filhos de mães expostas ao isotretinoina
TIPO E – (End-of treatment) (<1%) – imediata- mente após suspensão
- Privação após paroxetina; Addison pós corticoterapia; HT apos beta-bloq ou clonidina
PATOGENIA
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
-Consequência inevitável de uso de medicamentos cada vez mais potentes
-Risco de RAM aceitável se doença grave; inaceitável o uso de medicamento potencialmente tóxico em doença trivial
-Polipragmasia facilita a ocorrência de RAMs
-O clínico deve ser instruído a:reconhecer a presença de RAMalertar o doente para o risco da sua ocorrêncianotificar perante suspeita de RAM grave
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
Incidência de RAM em doentes hospitalizados relativamente ao número de medicamentos prescritos
Numero de medicamentos prescritos
0-5 6-10 11-15 16-20
Numerodoentes 4009 3861 1713 641
% RAM 4% 10% 28% 54%
May et al (1977)
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
-Resultado de interacção complexa entre:
Doente
Condição patofisiológica Factores extrínsecos
Medicamento
RAM
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
-Resultado de interacção complexa entre:
Doente
Condição patofisiológica
Factores extrínsecos
Medicamento
RAM
CaracerísticasFisicoquímicas e farmacocinéticas
Formulação
Dose
Via de administração
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
-Resultado de interacção complexa entre:
Doente
Condição patofisiológica
Factores extrínsecos
Medicamento
RAM Administração deoutros medicamentos
Alcool
Poluentes, fumo
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
-Resultado de interacção complexa entre:
Doente
Condição patofisiológica
Factores extrínsecos
Medicamento
RAMDoença associada
Predisp. genética
D. alérgica
D. intercorrente
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
-Resultado de interacção complexa entre:
Doente
Condição patofisiológica
Factores extrínsecos
Medicamento
RAM
Idade
Sexo
Má nutrição
Gravidez
DOENÇA IATROGÉNICA
1-Quantidade do medicamento2-Idade (crianças, idosos)3-Doenças subjacentes4-Sexo e gravidez6-Susceptibilidade “alérgica”6-Polipragmasia7-Factores étnicos
FACTORES PREDISPONENTES
FACTORES DE RISCO DE R.A.M.
1-Anormalidades na resposta do doente
2-Anormalidades subjacentes
3-Anormalidades na administração
4-Sindromes de “privação”
5-Interacções farmacológicas
6-Reacções do sujeito passivo
ETIOLOGIA DAS DAS R.A.M.
MÉTODOS DE ESTUDO DE EFEITOS ADVERSOS
- Notificações espontâneas
- Vigilância intensiva em meio hospitalar
- Análise de tendências de morbi-mortalidade
- Estudos prospectivos de “cohortes”
- Estudos retrospectivos comparativos
(“case-control”)
- Ensaios clínicos controlados e aleatoriados
MÉTODOS DE ESTUDO DE EFEITOS ADVERSOS
- Notificações espontâneasSimples
Subestima incidência
Raramente relatados efeitos novos
Base em impressões , não em causa-efeito
Necessário conjugar nº ocorrencias/nº prescrições
Dicionário de RAM
• “Ficha • Amarela”
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO EM FARMACOVIGILÂNCIA
- Registo
- Validação
- Imputabilidade
- Explicação
- Acção / Banco de dados
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
Sequência temporal Reacção já conhecida Desaparece com interrupção Recidiva após re-introdução Explicada (ou não) pela
doença ou outra terapêutica Reacção ainda não descrita
IMPUTABILIDADE CAUSAL – Critérios operacionais
Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
- DEFINITIVO
- PROVÁVEL
- POSSÍVEL
- IMPROVÁVEL
- INCLASSIFICÁVEL
IMPUTABILIDADE CAUSAL
Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
- DEFINITIVOSequência temporalReacção típicaDesaparece com interrupçãoRecidiva após re-introduçãoNão explicada pela doença ou
outra terapêutica
IMPUTABILIDADE CAUSAL
Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
- PROVÁVELSequência temporalReacção típicaDesaparece com interrupçãoNão explicada pela doença ou
outra terapêutica
IMPUTABILIDADE CAUSAL
Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
- - POSSÍVELSequência temporalReacção típicaDesaparece com interrupção Não se pode excluir que resulte
da doença de base
IMPUTABILIDADE CAUSAL
Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
- INCLASSIFICÁVELNão há dados suficientes ou
são contraditóriosNão é posível estabelecer
imputabilidade.
IMPUTABILIDADE CAUSAL
Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
- IMPROVÁVELA relação no tempo torna-o improvávelEfeito não descritoRelação causa efeito mal definida
IMPUTABILIDADE CAUSAL
Karch & Lasagna
IATROGENIA MEDICAMENTOSA
Reacção frequente com o medicamento, mas rara espontaneamente*
Reacção rara, quer com medicamentos, quer espontaneamente**
Reacção frequente, quer com medicamentos, quer espontaneamente**
Medicamento apenas eleva ligeiramente a incidência de situação espontânea frequente***
Dificuldades no diagnóstico
*Detectável antes comercialização; ** Detectável após comercialização; *** Raramente detectada
Pecado maior do farmacovigilante
perante
determinada manifestação mórbida
Esquecer que pode tratar-se de uma RAM!
-Atribui a causa à doença subjacente-Atribui a causa a uma nova doença-Não inquere sobre a medicação em curso-Esquece que a doença subjacente aumenta
o risco de RAM
RAM
- MEDICAMENTOS COM > 2 ANOS DE COMERCIALIZAÇÃO
Efeitos NOVOS (não descritos)
O QUE NOTIFICAR?
- MEDICAMENTOS COM <= 2 ANOS DE COMERCIALIZAÇÃO
TODOS os efeitos
- PARA AMBOS OS CASOS TODOS os efeitos GRAVES (descritos ou não)
EFEITOS ADVERSOS GRAVES
- A morte
- Perigo de vida
- Incapacidade significativa
- Hospitalização
- Prolongamento de hospitalização prévia
Os que provocam