Post on 14-Nov-2015
Cadeira de
PATRIMNIO CULTURAL PORTUGUS
Coleo de Manuais da Universidade Snior Contempornea
Professor Doutor
Artur Filipe dos Santos
O CAMINHO DE SANTIAGO PATRIMNIO CULTURAL DA F
2 Aula 1
AUTOR Artur Filipe dos Santos artursantosdocente@gmail.com artursantos.no.sapo.pt politicsandflags.wordpress.com Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicao, Publicidade Relaes
Pblicas e Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitrio, consultor e investigador em Comunicao Institucional e Patrimnio, Protocolista, Socilogo.
Director Acadmico e Professor Titular na Universidade Snior Contempornea, membro da Direo do OIDECOM-Observatrio Iberoamericano de Investigao e Desenvolvimento em Comunicao, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo. Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO para o Patrimnio Mundial, membro do Grupo de Investigao em Comunicao (ICOM-X1) da Faculdade de Cincias Sociais e da Comunicao da Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigao em Turismo e Comunicao da Universidade de Westminster. Professor convidado da Escola Superior de Sade do Instituto Piaget. Orador e palestrante convidado em vrias instituies de ensino superior. Formador em Networking e Sales Communication no Network Group +Negcio Portugal.
3 Artur Filipe dos Santos - artursantos.no.sapo.pt
A Universidade Snior Contempornea
Web: www.usc.no.sapo.pt Email: usc@sapo.pt Edies online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com A Universidade Snior Contempornea uma instituio
vocacionada para a ocupao de tempos livres dos indivduos que se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas matrias tericas e prticas,adquirindo conhecimentos em mltiplas reas, como lnguas, cincias sociais, sade, informtica, internet, dana, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade de participao em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da USC, USC Web TV, conferncias, colquios, visitas de estudo. Desenvolve manuais didticos das prprias cadeiras lecionadas(23), acessivis a sniores, estudantes e profissionais atravs de livraria online.
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Os Caminhos do Apstolo
5 Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago
Peregrinar um acto de F. um Caminho e como tal pressupe um itinerrio, mas no se esgota neste. A este se associa uma inteno e um objectivo, que alimentam a motivao e despertam a busca interior, promovendo assim o enriquecimento espiritual e cultural.
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Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago
Entre os cristos, as Peregrinaes mergulham as suas razes no Antigo Testamento, no xodo do povo eleito para a Terra Prometida.
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E a Igreja, que desde os primeiros tempos promoveu o culto dos lugares santos, fomentou tambm as Peregrinaes. Jerusalm, Roma e Santiago foram os grandes centros da cristandade que mobilizaram inmeras geraes de peregrinos.
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Mas se Jerusalm e Roma foram os grandes plos de difuso do cristianismo a Santiago de Compostela cabe o privilgio de ter sido, ao longo de todo o segundo milnio, a grande confluncia da rede viria europeia por onde correu a pregao do Evangelho, que a base civilizacional do velho continente.
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Os Caminhos de Santiago so por isso um denominador comum da cultura europeia pelo que estes itinerrios, que so espaos pblicos de convergncia e harmonia, devam ser respeitados e promovidos.
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Os Caminhos de Santiago correm toda a Europa
Neles, qualquer caminhante se sente um cidado do mundo, o que lhe d a oportunidade de perspetivar as suas convies num sentido universal de abertura e de tolerncia.
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Associado ao factor religioso, os Caminhos de Santiago proporcionam a todos os participantes o contacto com a cultura e a Histria Europeia e, acima de tudo, momentos nicos de aventura, emoo e actividade fsica.
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Os Caminhos de Santiago so compostos, na maior parte do trajecto, por trilhos de terra batida, barro, pedras antigas caladas romanas, que se confundem com as modernas rodovias ou caminhos paralelo a elas, a penetrar em cidades e pequenas vilas (que aparentam no terem sado da Idade Mdia).
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O terreno a ser percorrido muito acidentado e h casos de entorses e tendinites. As botas e a humidade causam bolhas nos ps. O Caminho ensina a parar, a ter pacincia.
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O Peregrino caminha o quanto pode e no o quanto quer, e h sempre outro Peregrino pronto a ajudar.
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Santiago foi durante a Idade Mdia, a zona mais antiga, mais concorrida e mais celebrada de todo o noroeste peninsular.
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Jerusalm e Roma, qui, mais importantes como grandes centros de cristandade e locais de peregrinaes. Santiago, porm, assemelhando-se a essa grandeza, ultrapassou-a e foi at superior porque teve o condo de erguer nestas paragens ignotas a que os romanos apelidavam de finisterra, um s caminho, uma s estrada, um s roteiro.
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A Galiza alumiou ento ao mundo uma nova estrutura espiritual, que em breve se transformou numa aculturao de ideias, de costumes e tcnicas, de civilizaes.
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Foi pelo Caminho de Santiago que circularam rainhas e prncipes, pintores e artistas, trovadores e jograis, as cantigas milagreiras, os romances heroicos, as narrativas e as lendas que encheram a geografia literria medieval.
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O Caminho de Santiago significou na histria do Ocidente uma das mais importantes vias de peregrinaes e intercmbios da cultura.
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Todos os pases da Europa medieval contriburam ativamente para a sua criao e na realidade nenhuma nao lhe historicamente estranha.
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O Caminho de Santiago foi um crisol (recipiente onde se apura a prata) em que se fundiram o sentir e o pensamento de muitos homens e de onde nasceu constitudo o esprito ocidental
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So vrias as verses sobre Santiago de Compostela.
A primeirtrer diz que Tiago irmo de Joo, morreu espada em Jerusalm, na perseguio desencadeada contra os chefes da igreja por Herodes Agripa.
A Lenda de Santiago
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De acordo com a mais apurada cronologia, o seu martrio ocorreu no ano 42 d.C. .
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Fonte: Wikipdia
No sculo. IX (814), o bispo Teodomiro de Iria descobriu Milagrosamente o corpo do apstolo e o rei Afonso II, O Casto, edificou uma igreja e um mosteiro sobre o sepulcro do santo.
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A segunda verso a de que Santiago, o Maior, pregou o Evangelho na Hispnia e tendo regressado a Jerusalm, a sofreu o martrio. Depois, teria sido trasladado para Jope e dali, por mar, para Iria (atualmente Padron, na Galiza).
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Outro testemunho, diz-nos que aps a sua morte, o seu corpo foi recolhido por Atansio e Teodsio, e levado num barco que navegaria para a Lusitnia. Chegados a Iria Flvia (Ria de Arosa), ncleo castrejo onde vivia a Rainha Lupa, os discpulos suplicaram-lhe para deixar sepultar o seu Amigo. A Rainha fingiu ceder ao seu pedido e disse-lhes:
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Ide quele monte e buscai dois bois que atrelareis a este meu carro e levai vosso Amigo e vosso Mestre para o sepultardes onde queirais!
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Sabia Lupa que no havia bois mas sim touros bravos naquele pousio. Primeiro, apareceu-lhes um drago que os atacou. Mas ao fazerem o sinal da cruz, o drago desfez-se. E, milagre, os touros bravos quedaram em bois mansos.
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Ficou a Rainha convencida da misso religiosa que traziam os discpulos e depois de colocarem o corpo no carro deixaram que os bois seguissem o seu caminho. Onde eles parassem, a seria sepultado o mestre.
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tradio dar um abrao imagem De Santiago, que se encontra no Altar da catedral em Compostela
Ao lugar, chamaram-lhe, ento, de Liberum Donum ou Libre Don, em recordao desta oferta.
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Aqui construram os discpulos uma capela e aqui viveram e morreram junto ao tmulo do Apstolo.
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Posteriormente, segundo refere a tradio, o eremita Pelayo explicou ao Bispo Teodomiro de Iria que durante a noite tinha observado resplendores que partiriam da pequena capela. O Bispo foi, ento, com uma numerosa comitiva e encontrou num sepulcro de mrmore as relquias do Apstolo.
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Tambm, nos elementos que compem a relato de Pseudo Turin, Liber Santi Iacobi, se conta o seguinte:
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Codex Calixtinus Fonte: Wikipedia
"(...) e olhando Carlos Magno para o cu viu um caminho de estrelas que comeava no mar da Frsia e ia pela Alemanha e pela Frana, e pelo meio de Gasconha e Navarra, e pela Espanha adiante, terminando na Galiza onde estava sepultado o corpo de Tiago."
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Fonte: www.mundoeducacao.com
Ento, Tiago apareceu em sonhos a Carlos Magno para lhe explicar o simbolismo da Via Lctea e recomendar-lhe que deveria seguir aquele caminho para que pudesse venerar as suas relquias e libertar os seus caminhos dos muulmanos.
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Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago
Assim fez Carlos Magno. Tomou Pamplona, venerou Santiago na sua catedral e deitou ao mar, em terras da Galiza, as suas lanchas.
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E, assim, diz a lenda, se chamou Compostela campo (campus) + estrelas (Stella) a este local. A estrela teria aqui a mesma funo mitolgica aquando do nascimento do Menino em Belm, chamando ateno urbi et orbi deste acontecimento e trazendo at ao estbulo onde a criana (Jesus) nasceu, em prestao de cultos, as mais variadas gentes.
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Texto Fonte: RTAM, 2004 Santiago Caminho do Alto-Minho
Os Caminhos de Santiago so os percursos percorridos pelos peregrinos que afluem a Santiago de Compostela desde o sculo IX para venerar as relquias do apstolo Santiago Maior, cujo suposto sepulcro se encontra na catedral de Santiago de Compostela.
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Fonte: http://www.mundicamino.com/ingles/img/Mapa_Caminos.gif
A peregrinao foi uma das mais concorridas da Europa medieval, cuja importncia s era superada pela Via Francigena (com destino a Roma) e Jerusalm, sendo concedida indulgncia plena a quem a fizesse.
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Depois de vrios sculos relativamente esquecida, desde os anos 1980 que a popularidade da peregrinao tem vindo a crescer substancialmente, embora grande parte das pessoas que fazem o Caminho nome pelo qual tambm conhecida a peregrinao atualmente no o faam por motivos religiosos.
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O Caminho tornou-se um itinerrio espiritual e cultural de primeira ordem, que percorrido, que por dezenas ou centenas de milhares de pessoas todos os anos. Foi declarado Primeiro Itinerrio Cultural Europeu em 1987 e Patrimnio da Humanidade (em Espanha em 1993 e na Frana em 1998).
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Os caminhos espalham-se por toda a Europa e vo entroncar nos caminhos espanhis. Com excepo das vrias vias do Caminho Portugus e da Caminho da Prata, do qual uma variante atravessava o nordeste de Portugal, que tm origem a sul, e do Caminho Ingls que vinha do norte.
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Fonte: Wikipedia
A maior parte liga-se ao Caminho Francs, cuja rota mais popular entra em Espanha na zona de Pamplona (Roncesvalles), que se encontra com as restantes em Puente la Reina e segue ao longo do norte de Espanha.
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Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago
O Caminho geralmente feito a p, mas tambm pode ser feito de bicicleta, a cavalo, ou at de burro.
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O smbolo dos peregrinos (do latim per gros, "aquele que atravessa os campos") tm como smbolo uma vieira, a venera, cujas origens se atribuem aos povos ancestrais que antes do cristianismo peregrinavam a Finisterra, durante muitos sculos considerado o local mais ocidental do mundo conhecido e, como tal, o fim do mundo.
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O Caminho de Santiago popularmente associado desde h sculos Via Lctea, por supostamente indicar o caminho para Santiago de Compostela noite.
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Via Lctea um dos nomes dado ao Caminho e um dos nomes populares da galxia em Espanha e Portugal Caminho ou Estrada de Santiago.
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www.ccvalg.pt
Origem do culto a Santiago na pennsula Ibrica
O nome ibrico de Santiago provm do latim Sanctus Iacobus. As origens do culto a Santiago na Hispnia romana so desconhecidas.
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velocipedia.blogspot.com
Especula-se que a peregrinao crist deu continuidade a uma peregrinao pag anterior que terminava no cabo Finisterra (em latim: Finisterrae, literalmente "fim da terra"), durante muitos sculos considerado o local mais ocidental do mundo, mas no h quaisquer referncias histricas que apoiem tal tese.
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A principal rota de peregrinao, o Caminho Francs, corresponde a uma antiga rota de comrcio romana, que segue at ao cabo Finisterra. Como no passado, muitos peregrinos prosseguem at Finisterra depois de passarem por Santiago e o trecho entre Santiago e o cabo Finisterra tambm considerado parte do Caminho.
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Segundo a tradio, foi em Iria Flvia, a cidade mais importante da regio durante o perodo romano, situada a cerca de 20 km a sudoeste de Compostela, que o apstolo Santiago pregou pela primeira vez durante a sua estadia de evangelizao da Hispnia.
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O apstolo ter chegado regio em 34 d.C. vindo da Terra Santa.
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http://ocaminhodecompostela.blogspot.pt/
Depois da sua morte por decapitao em Jafa, na Judeia, o corpo e a cabea do apstolo foram transportados para a Galiza pelos seus discpulos Teodoro e Atansio numa barca de pedra, que aportou no local onde hoje Padrn, ento o porto de Iria Flvia, e que foi amarrada antiga ara de pedra que deu o nome atual vila.
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Fonte: Wikipedia
Os discpulos depositaram os restos mortais de Santiago num local do monte Libredn, onde hoje se ergue a catedral.
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Depois de enterrarem o corpo do apstolo, os dois discpulos ficaram a pregar em Iria Flvia. Num monte no muito longe do centro de Padrn, do outro lado do rio Sar, encontra-se um outro lugar de culto a Santiago: a pedra em cima da qual, de acordo com a lenda, Santiago celebrou missa.
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Em finais do sculo VIII difunde-se no noroeste da pennsula Ibrica a lenda de que Santiago Maior tinha sido enterrado nessas terras. Em 812 ou 813, um eremita chamado Pelgio avistou uma estrela pousada no bosque Libredn (local onde se situa atualmente a Igreja de So Flix de Solovio (San Fiz), sobre uma urna de mrmore.
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Isso mesmo comunicou ao bispo Teodomiro de Iria Flvia, que se deslocou ao local e ali identificou o achado como sendo o o sepulcro de Santiago com o corpo decapitado do apstolo, nos restos de uma antiga capela e de um antigo cemitrio romano.
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Esta suposta descoberta coincide com a chegada ao reino asturiano de morabes fugidos das zonas dominadas pelos muulmanos, que procuravam um local onde pudessem praticar as suas crenas religiosas crists.
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A figura de Santiago est intimamente ligada Reconquista, da qual foi de certa forma padroeiro, como ainda de Espanha.
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Uma das representaes mais comuns em Espanha do apstolo a de Santiago Mata-mouros (Matamoros), que representa a sua apario milagrosa como combatente montado num corcel branco na batalha de Clavijo, supostamente travada em 844, na qual Ramiro I das Astrias, que tinha sido cercado por um grande exrcito muulmano na sequncia de se ter recusado a pagar tributo, conseguiu vencer os infiis com a ajuda milagrosa de Santiago.
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A batalha de Clavijo, por muitos considerada uma lenda, frequentemente apontada como uma das batalhas decisivas do incio da reconquista crist da pennsula Ibrica.
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