Post on 18-Sep-2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PALOMA JOSEFA SILVA ALMEIDA
PERCEPÇÃO DOS ALUNOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COLETA SELETIVA DO LIXO EM UM COLÉGIO DO MUNICÍPIO DE
ESTÂNCIA, SERGIPE.
Trabalho de Conclusão de Curso
São Cristóvão - SE
2019
Paloma Josefa Silva Almeida
PERCEPÇÃO DOS ALUNOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COLETA SELETIVA DO LIXO EM UM COLÉGIO DO MUNICÍPIO DE
ESTÂNCIA, SERGIPE.
Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências
Biológicas Licenciatura entregue como
requisito para aprovação na disciplina Prática
de Pesquisa em Ensino de Ciências e
Biologia II.
Orientadora: Profª Aldeci dos Santos.
São Cristóvão - SE
2019
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________ Profª Aldeci dos Santos
_______________________________________________________________ Prof. Alexandre Liparini
____________________________________________________ Profª RannaHeidy Santos Bezerra
Data da aprovação _____/____/____.
São Cristóvão-Se
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus familiares, e principalmente a Deus por ter me dado força
e coragem para poder prosseguir, sabemos que um curso a distância é difícil e
necessário força de vontade para prosseguir. Agradeço a universidade e todo corpo
docente que nos apoiou e prestou todo o suporte para chegarmos à tão desejada e
almejada conquista.
A todos que direta ou indiretamente contribuiu a minha nova conquista, ao meu
marido Cleber Lacerda que me acompanhou, apoiou e estiveram ao meu lado nos
momentos que mais precisei minha família, pais Genivaldo José Almeida e mãe Maria
São Pedro Silva Almeida, meus queridos irmãos que amo demais, Júnior Almeida,
Patrícia Almeida e Priscila Almeida, meus sobrinhos lindos e maravilhosos, Matheus,
Ana Vitória e Marquinhos.
RESUMO
O presente trabalho constituiu-se em um levantamento de questões com os alunos,
sobre Educação Ambiental (EA) desenvolvida no contexto do colégio municipal
localizado no município de Estância, Sergipe. O objetivo da pesquisa foi avaliar o nível
de conhecimento dos alunos sobre ações pedagógicas de inserção de práticas
educativas ambientais, como a implantação de coleta seletiva na escola. Para a
reflexão sobre a prática vivenciada, foi feita uma coleta de dados, por meio da
aplicação de questionários contendo seis questões, com um total de 30 alunos
matriculados no curso de Educação de jovens e adultos (EJA), na faixa etária de 15 a
30 anos, de ambos os sexos, da 6ª série do ensino fundamental. Segundo os dados
obtidos, 50% dos alunos entrevistados acham que educação ambiental é uma forma
de educação que se aprende somente na escola. Porém, quando questionados, 90%
afirmou que na escola não existem práticas docentes referentes à educação
ambiental, e 100% afirmou que a abordagem do tema se dá apenas por meio de
pesquisas solicitadas pelos professores. Quando questionados sobre a coleta
seletiva, 67% não acham que a escola deve implantar o sistema, e justificam a
resposta afirmando que não tem interesse no assunto, apesar de 93% deles
responderem que não sabem separar corretamente o lixo dos resíduos sólidos. Diante
do exposto, torna-se importante que a equipe pedagógica da escola analise os dados,
e adote novas formas de abordagem visando despertar o interesse dos alunos pelo
tema, e assim poder formar indivíduos com consciência ambiental.
Palavras-chave: Reciclagem, reaproveitamento de resíduos, consciência ambiental.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2. PROBLEMA .......................................................................................................... 2
3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 3
4. OBJETIVOS .......................................................................................................... 3
4.1. Geral ..................................................................................................................... 3
4.2. Específicos ............................................................................................................ 3
5. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 4
6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 5
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 6
8. CONIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 11
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 12
Anexo 1: Questionário aplicado aos alunos: ............................................................. 14
Anexo 2:Terrmo de consentimento livre e esclarecido..............................................15
1
1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento exponencial da população, foi necessário o aumento da
produção de alimentos para suprir esta demanda. Consequentemente, houve maior
produção de resíduos sólidos e um aumento da preocupação com o seu descarte,
uma vez que os locais de destino desses, como aterros sanitários, estão cada vez
mais escassos (SANTOS et al., 2016).
Estes eventos e o aparecimento de evidências científicas contribuíram para
despertar a atenção da população quanto à forma que ela cuida do meio ambiente em
que vive. Assim, nas últimas décadas tem aumentado a preocupação com adoção de
medidas de conscientização ambiental por meio de Organizações não
Governamentais (OnGs), Institutos de pesquisa e Universidades (PEREIRA & CURI,
2012). Nesse contexto, a escola aparece com papel fundamental na conscientização
da comunidade em que está inserida, uma vez que é um ambiente importante para
obter informação e começar a implantar as atividades relacionadas à educação
ambiental (DANTAS et al., 2015).
Entende-se por educação ambiental os processos pelos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente (DIAS, 2015). E se
configura mais que uma simples ferramenta de conscientização, sendo uma mudança
de valores entre o homem e o meio ambiente, visando que ambos convivam em
harmonia (PÁDUA & TABANEZ, 1998). Este tema foi instituído no Brasil há cerca de
20 anos, por meio da Lei Federal de nº 9.795, sancionada em 27 de abril de 1999,
quando foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Quanto ao destino dos resíduos sólidos, estima-se que a principal dificuldade
encontrada para colocar em prática as diretrizes do Plano Nacional de Resíduos
sólidos (criado a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos, nº da lei e ano em
que foi sancionada) seja a falta de planejamento e implantação de programas de
coleta seletiva nos municípios brasileiros (CAMPOS, 2014; CHAVES, SANTOS Jr. &
ROCHA, 2014), uma vez que grande parte dos municípios ainda não possui
programas ou estes são pouco eficientes. Como exemplo, podemos citar o estado de
São Paulo, um dos mais populosos do nosso país e que possui coleta seletiva. Porém,
76% do lixo produzido diariamente é encaminhado a aterros sanitários segundo a
Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
2
Especiais, 2018). A grande quantidade de lixo produzida nos grandes centros urbanos
contribui para alagamentos, uma vez que estes entopem os bueiros das cidades
prejudicando o escoamento da água, e podem até trazer doenças para a comunidade.
Neste contexto, a conscientização da comunidade e dos alunos sobre a importância
do reaproveitamento do lixo torna-se evidente, e esta tem sido uma preocupação
mundial nos últimos anos, mas infelizmente essa prática ainda é pouco adotada pela
população. No Brasil, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa econômica e
Aplicada), apenas 13% dos resíduos sólidos urbanos vão para reciclagem (BRASIL,
2017).
Diante desse panorama, pode-se afirmar que a implantação de metodologias e
práticas voltadas para educação ambiental nas escolas é de suma importância, uma
vez que estarão formando uma sociedade mais consciente da importância de separar
corretamente o lixo e dar a este o destino adequado, aproveitando o que pode ser
reciclado e ajudando o meio ambiente.
Por conta disso, o presente estudo objetivou investigar o nível de conhecimento
dos alunos de um colégio municipal localizado no município de Estância-SE, acerca
de educação ambiental e destino correto para os resíduos sólidos, por meio da
aplicação de questionários
Nesse colégio há uma deficiência na metodologia e faltam práticas que
estimulem os alunos a buscarem e colocarem em prática os conhecimentos sobre
educação ambiental.
2. PROBLEMA
Toneladas de lixo são produzidas diariamente em todo o mundo, e esses
resíduos vêm provocando consequências de degradação do meio ambiente e até
causando doenças graves. No entanto, alguns atos, como a separação dos materiais
recicláveis para reaproveitamento, podem mudar essa situação. Esta prática pode
começar nas escolas através dos professores com projetos de conscientização sobre
como proteger o meio ambiente, tornando assim, algo interdisciplinar.
Para que exista uma transformação na escola através de seus gestores,
planejando projetos e direcionando funções, se faz necessário identificar o nível do
conhecimento dos alunos sobre educação ambiental. Na atualidade a maioria dos
alunos não possui conhecimento sobre, ou conhecem pouco do tema, o que não
3
contribui para a sociedade em que estes alunos estão inseridos. Dessa maneira,
através da conscientização e do ensino-aprendizagem, podem haver muitas
mudanças dentro da escola, contribuindo para a proteção do meio ambiente.
3. JUSTIFICATIVA
O manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (RDU) tem sido uma preocupação
mundial nas últimas décadas, uma vez que eles podem trazer problemas de saúde
pública e ao meio ambiente como: proliferação de vetores de doenças, contaminação
do solo e reservas de água na superfície e subterrâneos (VALENCIA-VÁZQUEZ et
al.,2014; ALKHATIB et al., 2014; AGOSTINO et al., 2013).
Por conta disso, é necessário que os alunos entendam a necessidade da
correta destinação ao lixo, visando à mudança de comportamento no espaço escolar,
e na comunidade em que vivem, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
Segundo Dantas et al., (2015), a educação ambiental se mostra como uma ferramenta
para efetiva conscientização da comunidade. As escolas se sobressaem como
espaços privilegiados na implantação dessas atividades. Através da educação se
pode mudar os vícios e hábitos desses alunos, sendo necessário orientar, sensibilizar
e mostrar a todos a importância do verdadeiro sentido da proteção ambiental.
4. OBJETIVOS
4.1. Geral
Avaliar o nível e conhecimento dos alunos do 6º ano do programa de educação
de jovens e adultos (EJA) do de um colégio municipal localizado no município de
Estância -SE, acerca do tema educação ambiental.
4.2. Específicos
Verificar qual o nível de conhecimento dos mesmos sobre coleta seletiva, e
reciclagem do lixo;
4
Informar os resultados da pesquisa aos educadores da escola, para que estes
possam direcionar as aulas para aprofundamento do tema que os alunos tenham
menos conhecimento.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
Vivemos um tempo de degradação ambiental desenfreada. Na atualidade 7
bilhões de pessoas no mundo geram por ano 1,4bilhão de toneladas de resíduos
sólidos, e quase metade desses resíduos são gerados nos 30 países desenvolvidos
do mundo (BRASIL, 2014). Segundo estimativa da ONU (Organização das Nações
Unidas) se continuar neste ritmo, no final deste século seremos 9 bilhões de
habitantes 4 bilhões de toneladas de lixo por ano (BRASIL, 2014).
Apesar dos números serem alarmantes e o problema antigo, as primeiras
discussões sobre desenvolvimento econômico e meio ambiente a nível mundial
tiveram início na década de 1960, principalmente a partir da Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em 1972 (DOS ANJOS RODRIGUES et al.,
2016). Da década de 60 até os dias atuais, muitas ideias eficazes para o correto
descarte e reaproveitamento dos resíduos sólidos surgiram, ainda assim, atualmente
só uma pequena porcentagem do lixo produzido tem o destino correto (AMPARO et
al.,2013). Neste contexto, surge a coleta seletiva como uma alternativa para destino e
reaproveitamento dos resíduos sólidos (AMPARO et al.,2013), pois quando o lixo que
não é tratado da forma correta pode causar poluição do solo, dos lençóis freáticos e
das ruas, muitas vezes sendo a causa de enchentes nas cidades (RIBEIRO & BESEN,
2007).
A coleta seletiva consiste em separar objetos que podem ser reaproveitados ou
reciclados, e é de grande importância para o equilíbrio dos impactos que os resíduos
sólidos causam ao meio ambiente (BESEN, 2006). Nessa coleta, o lixo é separado
por grupos que correspondem a uma classificação e é separado por cores. Dessa
maneira, resíduos com características similares são depositados no recipiente
correspondente e enviados para coleta separadamente, podendo assim serem
reaproveitados e terem o destino correto. Os papeis, tais como jornais, revistas,
caixas, embalagens de papelão entre outros, devem ser direcionados aos recipientes
azuis; nos recipientes vermelhos vão os plásticos, tais como garrafa pet, embalagens
plásticas e sacos; nos recipientes amarelos devem ser colocados os vidros, como
5
copos, garrafas e embalagens de medicamentos e perfumes, entre outros
(BRINGHENT, 2004).
Apesar de amplamente explorado na mídia, a maior parte das ações ligadas à
coleta seletiva no Brasil é informal, ocorrendo apenas em 3,5% dos municípios
brasileiros (CEMPRE, 2003).
Por conta disso, este tema deve ser cada vez mais abordado nas escolas,
visando à mudança de mentalidade dos alunos e a transformação da consciência
ambiental. A falta de acesso à educação ambiental, assim como da abordagem por
parte dos professores sobre o tema em sala de aula, pode levar os alunos a terem
ações sem se preocupar com o meio ambiente em que vivem, tais como jogar lixo na
rua, atear fogo em mata e lixo indiscriminadamente, entre outras. Sendo assim, a
educação ambiental quando aplicada de forma eficaz nas escolas, pode promover o
conhecimento e a mudança de hábitos. Esses conhecimentos podem transcender os
muros da escola e alcançar a sociedade em que aqueles jovens estão inseridos,
multiplicando os conhecimentos adquiridos (FELIX, 2007).
6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
No presente estudo foi aplicado um questionário com objetivo de investigar o
nível de conhecimento dos alunos referente à educação ambiental e coleta seletiva
do lixo. O questionário foi aplicado a 30 alunos matriculados no curso de Educação
de jovens e adultos (EJA), na faixa etária de 15 a 30 anos, de ambos os sexos, da 6ª
Figura 1: Recipientes de coleta seletiva. Fonte: todamateria.com.br/coletaseletiva
6
série do ensino fundamental de um colégio Municipal da cidade de Estância, Sergipe.
Todos os questionários foram aplicados com a autorização prévia da gestão da
escola, bem como do professor da disciplina de Ciências biológicas. No questionário
foram realizadas seis perguntas referentes ao que o aluno sabe ou julga saber sobre
educação ambiental e coleta seletiva conforme consta no Anexo1.
As perguntas foram elaboradas com base nos temas que os alunos deveriam
conhecer e que são importantes no tocante a educação ambiental. Assim, o
questionário constituiu-se de perguntas objetivas e subjetivas, a fim de explorar de
uma forma mais completa o nível de conhecimento dos alunos.
De posse das respostas dos alunos, foi possível a construção de gráficos que
expressam os dados de forma clara, e assim puderam ser passados aos educadores
da escola.
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi possível verificar que 50% dos alunos responderam que educação
ambiental seria um tema que somente se aprende na Escola. Já 33% responderam que
só aprendem através de discussões e aprendizagem de temas da natureza abordados
em aula de ciências enquanto apenas 16,7% responderam que educação ambiental
é o processo de formação e informação do orientado para o desenvolvimento da
consciência crítica sobre as questões ambientais (Figura 2).
Figura 2: “O que você entende por educação ambiental?” Respostas: A- Processo de
formação e informação orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sobre
as questões ambientais. B- É uma forma de educação que somente se aprende na
Escola. C- Discussão e aprendizagem de temas relacionados à natureza.
16,7%
50%
33%
A B C
7
Na escola objeto desse estudo a maioria dos alunos acreditam que educação
ambiental é um tema que só se aprende na escola, ou seja, eles não tem consciência
da importância do tema para a sociedade como um todo. Conforme Terra (2015), a
educação ambiental envolve o indivíduo e a coletividade, através dos quais são
construídos valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas a
conservação do meio ambiente em que estão inseridos, sendo essencial à qualidade
de vida e sustentabilidade de uma sociedade.
Quando perguntados sobre a existência de práticas docentes referentes à
educação ambiental na escola, 90% dos alunos responderam que não existiam,
enquanto 10% afirmaram que existem professores que falam ou comentam sobre a
temática durante a explicação de algum assunto ou quando há trabalho em sala de
aula nas aulas de ciências (Figura 3). O referido dado corrobora com os resultados
obtidos na pergunta anterior do questionário, onde a maioria dos discentes respondeu
que a educação deve ser abordada em sala de aula. Porém, de que forma irão
compreender a importância do tema, se não há práticas nem metodologias
relacionadas ao assunto?
Figura 3: “Existem práticas docentes referentes à Educação Ambiental na Escola?”.
Para reverter essa situação é de suma importância que, tanto a escola como
os professores, trabalhem sobre a temática ambiental, através de metodologias e
práticas educativas que despertem o interesse por parte do aluno.
Na atualidade grande parte dos desequilíbrios ambientais está diretamente
relacionada à ação humana, tais como consumismo e uso inadequado dos recursos
10%
90%
0
5
10
15
20
25
30
Sim Não
Alu
no
s e
ntr
evi
stad
os
Respostas do item 2 do questionário
8
naturais. Portanto, é por meio das instituições de ensino que poderemos mudar
hábitos desta geração e das gerações futuras, formando seres humanos com
consciência ecológica (FELIX, 2007).
Na presente pesquisa, quando perguntados sobre o destino do lixo produzido
na escola, 100% dos alunos responderam que o lixo é recolhido pela prefeitura do
município. Uma pesquisa semelhante ao presente estudo, foi desenvolvida numa
escola estadual no município de Picuí, Paraíba, com 41 alunos das três séries do
ensino médio, na qual também foi questionado aos alunos se eles conheciam o
destino do lixo urbano produzido nas casas e na escola. Foi observado que 83% dos
alunos tinham consciência de que era a prefeitura a quem competia a tarefa de
recolher os resíduos urbanos. Os autores da pesquisa afirmaram que esse é um dado
preocupante, pois, o fato de que os alunos compreendem que a responsabilidade de
recolher o lixo é da prefeitura, faz com que os mesmos enquanto cidadãos do
município se eximam de sua responsabilidade sobre os resíduos que geram, sem se
preocupar, portanto em separá-lo da forma adequada (DANTAS et al., 2015).
Quando questionados de que forma é introduzida a prática de coleta seletiva
no cotidiano da educação escolar, 100% dos alunos responderam que a abordagem
é feita na aula de biologia por meio de pesquisas que são solicitadas pelos
professores. Quando indagados se a escola deveria implantar a coleta seletiva,
verificou-se que 67% dos alunos responderam que não (Figura 4). O item também
pedia que eles justificassem a resposta, e dos 67% que acham que a escola não deve
implantar a coleta seletiva, as respostas foram que não tinham interesse em saber
sobre o assunto. Os 33% que responderam que sim, justificaram a resposta afirmando
que querem conhecer sobre o tema e tentar levar seu conhecimento para sua
residência.
Segundo Dantas et al. (2015), o nível de conhecimento e interesse dos alunos
sobre a coleta seletiva pode se dá pela existência de coletores disponíveis na escola.
Portanto, talvez o simples fato de existirem coletores pode gerar curiosidade nos
alunos em saber em qual recipiente deve colocar o lixo que ele produziu ao consumir
o seu lanche, por exemplo. Segundo Silva et al. (2013), o corpo docente pode ainda
desenvolver práticas de ações pedagógicas, tais como de reaproveitamento de
materiais recicláveis, e discutir do ponto de vista sócio-político a importância da
educação ambiental na escola. Tudo isso, visando despertar o interesse dos alunos e
criar uma conscientização dos mesmos sobre o tema.
9
Figura 4: “Você acha que a escola deve implantar a Coleta Seletiva?”
Quando perguntados se sabiam separar corretamente o lixo dos resíduos
sólidos, 93% dos alunos responderam que não sabiam (Figura 5). Quando pedido
para justificar a resposta, 63% afirmaram que não tem interesse, pois não julga
importante a separação dos resíduos sólidos e os demais não justificaram. Apenas
7% dos alunos afirmaram que sabiam, e justificaram que acham importante a
separação correta do lixo para preservação do meio ambiente.
Figura 5: Vocês sabem separar corretamente o lixo dos Resíduos Sólidos?”
33%
67%
0
5
10
15
20
25
30
Sim Não
Alu
no
s e
ntr
evi
stad
os
Respostas do item 5 do questionário
7%
93%
0
5
10
15
20
25
30
Sim Não
Alu
no
s e
ntr
evi
stad
os
Respostas do item 6 do questionário
10
A referente falta de interesse ou motivação por educação ambiental da maioria
dos alunos da escola é preocupante, e isso reafirma a necessidade de uma
abordagem mais profunda do tema. A educação ambiental é mais que um conteúdo
disciplinar, sugerindo mudanças de valores e adoção de novas atitudes dentro e fora
do ambiente escolar para que este indivíduo possa viver em harmonia com o meio
ambiente em que ele está inserido (PÁDUA & TABANEZ, 1998).
11
8. CONIDERAÇÕES FINAIS
Na escola onde foi desenvolvida a pesquisa, há falhas de motivação para que
ocorra o desenvolvimento de práticas ambientais, pois uma minoria de alunos se
mostrou entusiasmado para desenvolver trabalhos na área ambiental ou obter
conhecimento dos temas ligados a educação ambiental.
Sendo assim, os professores devem mudar o cotidiano e as práticas de ensino-
aprendizagem propondo atividades mais dinâmicas, revertendo ou mudando o ensino
tradicional presente nas salas de aula, visando atrair a atenção e motivar os alunos a
aprender.
12
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRELPE. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2013. AGOSTINO, F.; ALMEIRA, C. M. V. B.; BONILLA, S. H.; SACOMANO, B. J.; AL-KHATIB, I. A.; AJLOUNY, H.; AL-SARI, M. I.; KONTOGIANNI, S. Residents’ concerns and attitudes toward solid waste management facilities in Palestine: A case study of Hebron district. Waste Management & Research, v. 32, n. 3, p. 228-236, 2014. AL-KHATIB, I. A.; AJLOUNY, H.; AL-SARI, M. I.; KONTOGIANNI, S. Residents’ concerns and attitudes toward solid waste management facilities in Palestine: A case study of Hebron district. Waste Management & Research, v. 32, n. 3, p. 228-236, 2014. AMPARO, D. C. S.; BRICHET, S. S. A.; MAGALHÃES, M. F. Avaliação da aplicação do programa de educação ambiental e cidadania-PEAC-Universidade Castelo Branco e CAP. Revista Eletrônica novo Enfoque, v.17, n.17, p.148-167, 2013. BRASIL. Senado Federal. Resíduos sólidos: os lixões persistem. In: Revista em Discussão, Ano 5, n. 22, set. 2014. BRINGHENTI, Jacqueline Rogéria. Coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos: aspectos operacionais e da participação da população. Diss. Faculdade de Saúde Pública, 2004. CAMPOS, H. K. T. Recycling in Brazil: Challenges and prospects. Resources, Conservation and Recycling, v. 85, p. 130-138, 2014. CEMPRE. Compromisso Empresarial para a Reciclagem. Cempre Review, 2013. Disponível em: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>. Acesso: 20 maio 2019. CHAVES, G. L. D.; SANTOS JR, J. L.; ROCHA, S. M. S. The challenges for solid waste management in accordance with Agenda 21: a Brazilian case review. Waste Management & Research, v. 32, n. 9, p. 19-31, 2014. DANTAS, M. M. M.; MARTINS, J. G. S; SOUZA, D. de M., GUIMARÃES, M. L. C.; SILVA, E. A Da. A importância da educação ambiental no amplo escolar. Cadernos de Agroecologia, v. 10, n. 3, 2015. DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental. Global Editora e Distribuidora Ltda, 2015. DOS ANJOS RODRIGUES, L.; CUNHA, D. A.; BRITO, L. M; PIRES, M. V.; Pobreza, crescimento econômico e degradação ambiental no meio urbano brasileiro. Revista Iberoamericana de Economia ecológica, v. 26, p.11-24, 2016.
13
FELIX, R. A. Z. Coleta seletiva em ambiente escolar. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v.18, p.56-60, 2007. PÁDUA, S.; TABANEZ, M. (orgs.). Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil. São Paulo: Ipê, 1998. PEREIRA, S. S.; CURI, R. C. Meio ambiente, impacto ambiental e desenvolvimento sustentável: conceituações teóricas sobre o despertar da consciência ambiental. Revista Reunir, v. 2, n. 4, p. 35-57, 2012. RIBEIRO, H.; BESEN, G. R. Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de três estudos de caso. InterfacEHS. São Paulo - SP, v. 2, n. 4, p.1-18, ago., 2007. SANTOS, J. B. L. dos; SÁ, V. S.; MOREIRA, C. R.; DOMINGOS, W. C. X.; MAIA, T. S.; BOMBA, J. P.; CAMPOLINO, M. L. Aumento na demanda alimentar populacional e implantação de compostagem como ação mitigadora e sustentável. Revista Brasileira de Ciências da Vida, [S.l.], v. 4, n. 1, jul. 2017. SILVA, C. O.; LOPES, J. P.; DANTAS, M. I. Coleta seletiva e reciclagem do lixo: experiência de educação sócio ambiental em uma escola da rede estadual de ensino de Maceió, Alagoas. Nature and Conservation, v. 6, n. 2, 2013. TERRA, S. B.; MATTIA, J. L.; JASKULSKI, G. F. Produção de hortaliças orgânicas na escola: promoção de hábitos saudáveis e o cuidado com meio ambiente. Em Extensão, v. 14, n. 1, p. 52-75, 2015. VALENCIA-VÁZQUEZ, R.; PÉREZ-LÓPEZ, M. E.; VICENCIODE-LA-ROSA, M. G. MARTÍNEZ-PRADO, M. A.; RUBIO-HERNÁNDEZ, R. Knowledge and technology transfer to improve the municipal solid waste management system of Durango City, Mexico. Waste Management & Research, v. 32, n. 9, p. 848-856, 2014.
14
Anexo 1Questionário aplicado aos alunos:
1. O que você entende por Educação Ambiental?
( ) Processo de formação e informação orientado para o desenvolvimento da
consciência crítica sobre as questões ambientais.
( ) É uma forma de educação que somente se aprende na Escola.
( ) Discussão e aprendizagem de temas relacionados à natureza. 2. Existem práticas docentes referentes à Educação Ambiental na Escola? ( ) Sim ( ) Não 3. Que destino é dado ao lixo produzido na Escola?
( ) Reaproveitado ( ) Recolhido pela Prefeitura ( ) Jogado a céu aberto
4. De que forma é introduzida a prática de coleta seletiva no cotidiano da Educação
escolar?
( ) Pesquisas ( ) Trabalhos em grupos; ( ) Aulas em contato com a natureza
5.Você acha que a escola deve implantar a Coleta Seletiva?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?
________________________________________________________
6.Vocês sabem separar corretamente o lixo dos Resíduos Sólidos?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?
________________________________________________________
Fonte: Naianne Trindade Consciência ambiental: Coleta Seletiva e Reciclagem no
ambiente escolar. 2011.
15
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(res. 466/2012, CNS)
Prezado participante:
Sou formanda do curso de graduação em Ciências Biológicas na Universidade Federal de Sergipe /UFS. Estou realizando uma pesquisa intitulada “Percepção dos alunos sobre educação ambiental e coleta seletiva do lixo em um colégio do município de Estância, Sergipe”. ", sob supervisão da prof.ª Aldeci dos Santos, do Departamento de Biologia. O objetivo é avaliar o que vocês sabem a respeito de educação ambiental.
A participação nesse estudo é voluntária, sem quaisquer ônus ou bônus
a você e, se você decidir não participar ou quiser desistir de continuar em
qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-lo.
As informações fornecidas por você serão utilizadas apenas para fins
acadêmicos (apresentação em sala de aula, congressos e/ou publicação de
artigo). Na divulgação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será
mantida no mais rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que
permitam identificá-lo(a) e será utilizado um nome fictício para se referir às
informações prestadas por você mantendo o anonimato do/da jovem conforme
prevê o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você
estará contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a
produção de conhecimento científico.
Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo(s)
pesquisador(es): Paloma Josefa Silva Almeida (79) 99661-8199.
Atenciosamente,
_________________________
Nome e assinatura do(a)
pesquisador
____________________________
Local e data
Eu (responsável),
_______________________________________________________
16
RG nº _____________________ declaro ter sido informado e concordo que
_____________________________________RG nº ____________________
participe, como voluntário, do projeto descrito, dos procedimentos envolvidos,
assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de sua participação.
Estou ciente que:
I. Se decidir não participar ou quiser desistir de continuar em
qualquer momento, tenho absoluta liberdade de fazê-lo;
II. A desistência não causará nenhum prejuízo a minha saúde ou bem
estar físico;
III. Na publicação dos resultados desta pesquisa, minha identidade
será mantida no mais rigoroso sigilo, sendo omitidas todas as
informações que permitam identificação;
IV. Logo estarei contribuindo para a compreensão do fenômeno
estudado e, para a produção de conhecimento científico;
V. Caso deseje poderei tomar conhecimento dos resultados ao final
da pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados da pesquisa
( ) Não desejo conhecer os resultados da pesquisa
__________________________________________________________
Participante Voluntário
___________________________________________________________
Responsável
__________________________________________________________
Pesquisador Responsável
Estância-SE ___ de ________ de 2019