Post on 08-Nov-2018
RobsonGonçalvesCoordenadordeProjetosSetembrode2016
PerfildaIndústriadeMateriaisdeConstrução
Produto15- NotaTécnica13
• Odesempenhodacadeiaem2015sofreuoimpactodocenáriomacroedoclimadeincertezapolítica
• AretraçãodoPIBtambémserefletiunareduçãodaatividadedasconstrutorasedosgastosdasfamíliascommateriaisdeconstrução
APRESENTAÇÃO:A CADEIAPRODUTIVADA CONSTRUÇÃO
Dando continuidade a uma parceria exitosa, a Associação Brasileira da Indústria de Materiaisde Construção – ABRAMAT apresenta, em parceria com a Fundação Getulio Vargas, O Perfilda Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais. Essa iniciativa, que já serepete há dez anos, visa oferecer aos associados e ao público em geral uma visão econômicaampla e integrada, estimando e atualizando de maneira contínua os principais indicadores dacadeia e de seus elos.
O atual perfil reflete um cenário econômico e político que se deteriorou fortemente. Em2014, a cadeia da construção já havia começado a sentir os efeitos da desaceleração do cicloimobiliário e da queda nos investimentos públicos. Mas em 2015, a alta da inflação e aelevação da taxa de juros contribuíram para o aprofundando da crise econômica.
A queda do nível de atividade superou até as expectativas mais pessimistas: o PIB do Paíscontraiu 3,8% e, no caso da construção civil, de 7,6%, números que caracterizam uma daspiores crises da história. A retração severa dos investimentos determinou uma reduçãotambém bastante significativa da demanda por materiais, equipamentos e serviços, atingindoassim toda a cadeia. A exceção foi o saldo da balança comercial, que deu um pequeno alívio,mas insuficiente para compensar a retração do principal elo da cadeia.
O agravamento da retração ao final do ano deixou ainda uma herança negativa para o ano de2016, que já começou com um patamar de atividade baixo e com níveis de confiança bastantedeprimidos.
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DESTAQUES EM 2015
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Cadeiadaconstrução Acadeiarepresentou8,32%doPIBdopaís.Nacomparaçãocom2014,houvequedarealde6,8%
ConstruçãoCivil Aconstrução,querepresenta66%doPIBdetodaacadeia,registrouquedarealde6,1%.Onúmerodeocupadoscaiu5,9%
Arrecadação AcargatributárianaindústriademateriaisdeconstruçãogerouR$15bilhõesemtributos
IndústriadeMateriaiseEquipamentos
OvalordasvendasdaindústriademateriaisdeconstruçãofoideR$157bilhões.JáossegmentosdemáquinaseequipamentosfaturaramcercadeR$20bilhões
VarejodeMateriais OvalortotaldasvendasdemateriaisdeconstruçãonocomércioalcançouR$129,6bilhões.Nacomparaçãocomoanoanterior,houvequedanominalde2,4%
DesempenhoRegionaldoComércio
Ovalordasvendasnocomérciocaiuemquasetodasasregiõesgeográficas;apenasnaregiãoSuloresultadofoipositivo.AmaiorquedaocorreunoCentroOeste(-5,1%).
DesempenhoRegionaldasVendasIndustrias
Asvendasindustriaiscaíramemtermosnominaisemtodasascincoregiões.OspioresdesempenhosocorreramnoNorte(7,7%)enoSudeste(6,3%)
Emprego Aindústriabrasileirademateriaiseequipamentosparaconstruçãoempregoupoucomaisde778milpessoas,oquerepresentouumaquedade8,5%emrelaçãoa2014
ComércioExterior OdéficitdabalançacomercialdemateriaiseequipamentosparaconstruçãopassoudeUS$3bilhõesem2014paraUS$1,7bilhão
PRODUÇÃODEMATERIAISDECONSTRUÇÃOADINÂMICASETORIAL
NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
CONSIDERAÇÕESFINAIS
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• Aproduçãofísicadeinsumostípicosdaconstruçãorecuou12,7%em2015,maisdoqueaproduçãodaindústriadetransformaçãocomoumtodo(9,8%)
• Aproduçãodebensdecapitaltevedesempenhoaindamaisnegativo:quedade43,9%nocasodosbensdecapitalparaconstrução
APRODUÇÃODEMATERIAISDECONSTRUÇÃO EODESEMPENHODAINDÚSTRIADETRANSFORMAÇÃOEM2015
O desempenho da produção física de insumos típicos da construção em 2015 esteve em linhacom o observado na indústria de transformação como um todo. No ano, as taxas de variaçãodesses setores foram de -12,7% e -9,8%, respectivamente. A crise industrial, por sua vez, foireflexo do agravamento do quadro macroeconômico e do clima de incerteza política quemarcaram o ano.
A indústria de materiais, com queda ainda mais acentuada do que a média da indústria,refletiu a retração das duas principais fontes de demanda setorial: a construção civil e ocomércio.
O ano também foi marcado por forte retração na produção de bens de capital, com umaqueda que ultrapassou a marca dos 25% frente a 2014. A produção de bens de capital para aconstrução registrou declínio superior a 40%.
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Aquedanaproduçãodemateriaisedemáquinaseequipamentosparaconstruçãoacompanhouomovimentodaindústriacomoumtodo
PRODUÇÃODEMATERIAISDECONSTRUÇÃO
ADINÂMICASETORIALNÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
CONSIDERAÇÕESFINAIS
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ADinâmicaSetorial
PIBeocupaçãonacadeiadaconstruçãoOPerfildaCadeia
2015|Fonte:FGV.
PIB PessoalocupadoR$milhão (%) Pessoas (%)
Construção 325.081 66,2% 8.236.340 70,2%Indústriademateriais 55.153 11,2% 720.449 6,1%Comérciodemateriais 43.048 8,8% 1.028.463 8,8%Serviços 23.042 4,7% 754.338 6,4%Máquinaseequipamentos 6.610 1,3% 57.628 0,5%Outrosfornecedores 38.320 7,8% 939.404 8,0%Totaldacadeia 491.254 100,0% 11.736.621 100,0%
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ADinâmicaSetorial– evoluçãorecenteValoradicionado,Taxadecrescimentoreal(%),2015-20142015|Fonte:FGV.
-6,1%
-9,3% -9,3%
-5,0%
-20,9%
-1,9%
-6,8%
-25,0%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
Construção Indústriademateriais
Comérciodemateriais
Serviços Máquinaseequipamentos
Outrosfornecedores
Totaldacadeia
• Aparticipaçãodasfamíliasenquantodestinofinaldaproduçãodemateriaisdeconstruçãocaiuem2015
• Aimportânciadocomércioexterior(tantoexportaçõesquantoimportações)cresceu
• Aparticipaçãodasimportaçõesnaofertatotalsofreuinfluênciadaaltadataxadecâmbioqueaumentoseuvaloremreais
ADINÂMICA SETORIAL:CANAISDEDISTRIBUIÇÃO
O perfil da distribuição da produção de materiais de construção sofreu poucas alterações em2015 frente ao padrão dos anos anteriores.
A participação das importações na oferta local foi da ordem de 15%, enquanto a indústrianacional respondeu pelos restantes 85%. Desse total (importações + produção nacional),pouco mais de 47% escoaram pelo comércio, sendo cerca de 30% pelo varejo e 17% peloatacado.
No que se refere à demanda final, as construtoras absorveram quase 44% da oferta, seguidaspelas famílias (40,5%). A participação das exportações enquanto destino final da produção foide 8,5% e outros compradores (empresas, condomínios, prefeituras, prédios públicos etc)adquiriram cerca de 7% da produção. Na comparação com 2014, merecem destaque:
Ø A redução da parcela relativa ao consumo das famílias (45,6% naquele ano);Ø O crescimento da parcela das exportações (6,9% em 2014); eØ O crescimento da parcela das importações (11,6% em 2014).
O último fator reflete a alta da taxa de câmbio, uma vez que a participação de cadacomponente é estimada em reais correntes e não em dólares.
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ADinâmicaSetorial
2015|Fonte:FGV.
Origem,DestinoeCanaisdeDistribuição
Origem(oferta)
Indústria85%
Importações15%
Total100%
CanaisdeDistribuição
Atacado17,1%
Varejo30,2%
Total47,4%
Destinos(demanda)Construtoras
43,8%Famílias40,5%
Exportações8,5%
Outros7,2%
Total100%
PRODUÇÃODEMATERIAISDECONSTRUÇÃO
ADINÂMICASETORIAL
NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONALCONSIDERAÇÕESFINAIS
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NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
Vendas,geraçãoderendaeocupaçãonaindústriademateriaiseequipamentos- 2015|Fonte:FGVVENDAS,PIBEEMPREGO:MATERIAISEMÁQUINASEEQUIPAMENTOSPARACONSTRUÇÃO
157.764
19.796
177.560
Materiaisdeconstrução
Máquinaseequipamentospara
construção
Total
R$Milhões
Materiais88,9%
Máq.Equip.11,1%
55.153
6.610
61.764
Materiaisdeconstrução
Máquinaseequipamentospara
construção
Total
R$Milhões
Materiais89,3%
Máq.eEquip.10,7%
720.449
57.628
778.077
Materiaisdeconstrução
Máquinaseequipamentospara
construção
Total
Pessoas
Materiais92,6%
Máq.eEquip.7,4%
VendasIndustriais PIB PessoalOcupado
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NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
Parte1- Vendas,geraçãoderendaeocupaçãonaindústriademateriaiseequipamentos- 2015|Fonte:FGVVENDAS,PIBEEMPREGO:MATERIAISEEQUIPAMENTOS
*Nãoincluiitensimportadoscomercializadospelaindústria**Comcarteiraassinadaemdezembrode2015
SegmentosVendasindustriais*
Part.%PIB(ValorAdicionado)
Part.% Pessoalocupado**(Pessoas) Part.%R$milhões R$milhões
IndústriadeMateriaisdaConstrução 157.765 89,0% 55.154 89,2% 720.449 92,6%
Extraçãodepedra,areiaeargila 9.957 5,6% 5.388 8,7% 63.030 8,1%
Artefatostêxteis,excetovestuário 220 0,1% 75 0,1% 1.880 0,2%
Desdobramentodemadeira 982 0,6% 468 0,8% 9.571 1,2%
Produtosdemadeira,cortiçaematerialtrançado- excetomóveis 8.443 4,8% 3.042 4,9% 49.076 6,3%
Produtosderivadosdopetróleo 2.102 1,2% 813 1,3% 397 0,1%
Tintas,vernizes,esmaltes,lacaseafins 7.206 4,1% 1.989 3,2% 15.138 1,9%
Produtosepreparadosquímicosdiversos 1.248 0,7% 374 0,6% 3.740 0,5%
Produtosdematerialplástico 12.942 7,3% 3.913 6,3% 60.196 7,7%
Vidroedeprodutosdovidro 1.990 1,1% 740 1,2% 8.664 1,1%
Cimento 18.032 10,2% 6.898 11,2% 18.260 2,3%
Artefatosdeconcreto,cimento,fibrocimento,gessoesemelhantes 22.951 12,9% 7.430 12,0% 118.723 15,3%
Continua...
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NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
Parte2- Vendas,geraçãoderendaeocupaçãonaindústriademateriaiseequipamentos- 2015|Fonte:FGVVENDAS,PIBEEMPREGO:MATERIAISEEQUIPAMENTOS
*Nãoincluiitensimportadoscomercializadospelaindústria**Comcarteiraassinadaemdezembrode2015
SegmentosVendasindustriais*
Part.%PIB(ValorAdicionado) Part.% Pessoalocupado**
(Pessoas) Part.%R$milhões R$milhões
Produtoscerâmicos 15.685 8,8% 6.567 10,6% 156.423 20,1%
Aparelhamentodepedrasefab.deoutrosprodutosdemineraisnão-metálicos 6.938 3,9% 2.835 4,6% 35.940 4,6%
Siderurgia 10.899 6,1% 2.941 4,8% 11.842 1,5%
Tubosdeaço- excetotubossemcostura 4.030 2,3% 1.011 1,6% 4.444 0,6%
Metalurgiademetaisnão-ferrosos 4.553 2,6% 1.003 1,6% 4.365 0,6%
Fundição 116 0,1% 45 0,1% 1.548 0,2%
Estruturasmetálicaseobrasdecaldeirariapesada 11.053 6,2% 4.681 7,6% 93.822 12,1%
Tanques,reservatóriosmetálicosecaldeiras 776 0,4% 301 0,5% 3.719 0,5%
Outrosprodutosdemetal 772 0,4% 229 0,4% 3.773 0,5%
Eletrodomésticos 894 0,5% 252 0,4% 2.309 0,3%
Equipamentoseaparelhoselétricosnãoespecificadosanteriormente 269 0,2% 112 0,2% 2.000 0,3%
Equipamentosparadistribuiçãoecontroledeenergiaelétrica 13.661 7,7% 3.281 5,3% 45.180 5,8%
Motores,bombas,compressoreseequipamentosdetransmissão 2.046 1,2% 766 1,2% 6.409 0,8%
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NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
Vendas,geraçãoderendaeocupaçãonaindústriademateriaiseequipamentos- 2015|Fonte:FGVVENDAS,PIBEEMPREGO:MATERIAISEEQUIPAMENTOS
*Nãoincluiitensimportadoscomercializadospelaindústria**Comcarteiraassinadaemdezembrode2015
SegmentosVendas
industriais* Part.%PIB(ValorAdicionado) Part.% Pessoalocupado**
(Pessoas) Part.%R$milhões R$milhões
IndústriasdeMáquinaseEquipamentosparaaConstrução 19.796 11,2% 6.610 10,7% 57.628 7,4%Artigosdecutelaria,deserralheriaeferramentas 1846 1,0% 837 1,4% 10.588 1,4%Máquinaseequipamentosdeusogeral 7547 4,3% 2684 4,3% 27.545 3,5%Máquinaseeq.deusonaextraçãomineraleconstrução 10403 5,9% 3089 5,0% 19.495 2,5%
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NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
EvoluçãodaTaxadeCâmbioReal
COMÉRCIOEXTERIOR
EvoluçãodoComércioExterior
-718 -1.102 -1.159 -2.140
-2.995
-1.689
3.191 3.4363.591
4.6285.775 5.2453.912
4.5424.755
6.779
8.770
6.935
-4.000
-2.000
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015
SALDO EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES
US$MILHÕES
75
100
125
150
175
jan-14
mar-14
mai-14
jul-1
4
set-1
4
nov-14
jan-15
mar-15
mai-15
jul-1
5
set-1
5
nov-15
Jan.2013=100
PRODUÇÃODEMATERIAISDECONSTRUÇÃO
ADINÂMICASETORIAL
NÍVELDEATIVIDADEEDESEMPENHOREGIONAL
CONSIDERAÇÕESFINAIS
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CONSIDERAÇÕESFINAIS:
ARETOMADADAATIVIDADEEOFUTURODAINDÚSTRIA DEMATERIAISEEQUIPAMENTOS
A atividade industrial brasileira tem vivido desafios sucessivos. A concorrência dasimportações, o peso da estrutura tributária, a recessão e as mudanças tecnológicas sãoalguns dos principais componentes desse quadro. No caso específica da indústria de materiaise equipamentos para a construção, a intensidade do ciclo setorial eleva o nível dessesdesafios.
Depois de resultados tão negativos em 2015, é preciso trabalhar no sentido de que arecuperação comece o quanto antes. Os números de 2016 apontam para nova retração, masjá se vislumbra uma retomada. O pior da crise econômica e da incerteza política parece terficado para trás, mas é preciso lançar um olhar cauteloso adiante. A recuperação setorialdependerá tanto de políticas públicas (no caso da habitação e da infraestrutura) quanto darecuperação dos níveis de emprego e renda (no caso das vendas no comércio).
As expectativas de mercado sugerem que esse será um movimento lento. Em termos deperspectivas, o consumo das famílias e, portanto, as vendas de materiais no comércio tendema ser o elemento mais ágil de recuperação. Mas a habitação e a infraestrutura serãofundamentais para dar novos contornos ao horizonte da indústria brasileira de materiais eequipamentos para a construção.
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FICHATÉCNICACoordenadorGeral RobsonGonçalves
CoordenadoraAdjunta AnaMariaCastelo
CorpoTécnico AnaPaulaRamos
AndréadePaiva
CarolinaNour
MarcoBrancher
RenataMichalani
RobertoAragão
SofiaRamos
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GERAR , T RANSM I T I R E A P L I CAR CONHEC IMENTO PARA O
DES ENVOLV IMENTO ECONÔM ICO E SOC I A L DO BRA S I L
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CONTRIBUIRPARAAEXCELÊNCIADASORGANIZAÇÕESPÚBLICASEEMPRESARIAIS,EPARAODESENVOLVIMENTODOPAÍSATRAVÉSDAGERAÇÃOEAPLICAÇÃODOCONHECIMENTOADQUIRIDONASESCOLASEINSTITUTOSDAFUNDAÇÃOGETULIOVARGAS
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RobsonGonçalvesCoordenadordeProjetos
SãoPaulo,BrasilTelefone:(11)3799-4178
E-mail:robson.goncalves@fgv.br