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PESQUISA

ETNOGRAFICA

Marcia Cristiane Peres Maciel Mestranda em Educação PPGEDU/ Ufrgs

ORIGEM

A etnografia tem origem na Antropologia Social. De origem grega, etnografia significa o estudo da descrição de um povo.

A etnografia assemelha-se a uma janela utilizada pelo antropólogo para observar as relações e tipos de comportamento de um determinado grupo e explicá-los

numa perspectiva cultural mais ampla.

Sendo que no contexto offline o etnógrafo poderá se transladar ao nível de trabalhar por um determinado período de investigação e neste momento poderá: Observar

Perguntar Entrevistar as

pessoas Adquirindo novas

habilidades fazendo o que for necessário

para participar dentro deste

contexto no qual está inserido.

Assim a etnografia nos oferece a promessa de poder acertarmos a compreensão de como as pessoas interpretam o mundo que as rodeia ou como organizam suas vidas, diferenciando-se dos estudos qualitativos que oferecem a conceitos impostos pelo investigador.

A etnografia precisa responder

3 aspectos:

O que as pessoas dizem

O que as pessoas fazem

O que as pessoas pensam que se deveria fazer

Para que uma etnografia seja boa deve ser necessariamente

comparativa.

Quatro são os planos que podemos

estabelecer na comparação:

• Comparação entre culturas.

• Comparação temporal entre o passado e o presente, ou também entre dois tempos históricos.

• Comparação entre duas teorias.

• Comparação entre as ideias prévias e as ideias finais depois do trabalho de campo.

Como o ciberespaço evidencia-se como um lugar onde atuamos, com isso as perspectivas metodológicas para o estudo dos contextos virtuais tem variado intensamente a etnografia mantém o interesse especial pelo estudo “do que as pessoas fazem” com a tecnologia. Assim é possível estudar o que se faz, porque e em que termos dentro do ciberespaço.(HINE, 2000)

Etnografia Virtual Netnografia

Deriva da Etnografia

Descrição de um sistema de significados culturais de um determinado grupo.

Busca tornar explícito o que está

implícito

NETNOGRAFIA É uma metodologia de pesquisa qualitativa para o

estudo de espaços de socialização mediada por computador (Montardo e Passerino, 2006). • Trata-se de um método de pesquisa em que se

procura um maior grau de proximidade entre o pesquisador e seu objeto de estudo, como uma forma de melhor compreender as interações sociais estabelecidas no ambiente virtual e estudo.

Hine (2000) aponta que a Internet se estabelece como um campo de ação natural, permitindo o estudo do comportamento das pessoas on-line, porém faz-se necessário ajustar-se as constituições dos desenhos de investigações. Considerando que a Internet pode ser caracterizada como um lugar onde se gera cultura.

Princípios etnografia virtual

• Presença do etnográfo no campo da pesquisa;

• Visualização do ciberespaço como campo de pesquisa;

• Considerar a interação mediada como fluída, dinâmica e móvel;

• Compreensão de que o campo pode ser alterado;

• A etnografia virtual consiste em examinar como se configuram os limites e as conexões

• Há um deslocamento do entendimento de tempo e espaço

• Etnografia virtual é sempre parcial

• Implica uma intensa imersão pessoal na interação mediada

• Os informantes podem estar presentes ou ausentes

• É uma etnografia adaptável

A maioria dos pesquisadores na área de redes sociais concordam que a melhor opção é utilizar a combinação de métodos de coleta de dados. Kozinets (2010).

Coleta de dados:

Diário de

Campo

Entrevistas

Observação

participante/não

participante

Entrevista

Episódicas

Coleta de Dados Mista (Hine, 2000)

Primeiros Informantes

Locais de observação

Aplicação de observações/entrevistas

Classificação do grupo Escolha dos sujeitos

Entrevista Episódica

Acompanhameno na Rede Social

Entrevistas Há fatos que só acontecem em determinados momentos do ano, ou são infrequentes. Outras vezes acontecem coisas importantes para a nossa investigação ao mesmo tempo, mas em lugares diferentes. Também é muito importante para descobrir aspectos do passado e da memória coletiva. Esta técnica adota a forma de uma conversa informal com o objetivo de obter informação. A qualidade da informação depende da comodidade que sinta ao falar o informante, do bom conhecimento que tenhamos do informante e do grau de confiança estabelecido. Devemos usar vários tipos de informantes como forma de contrastar e verificar a informação recolhida, mas também com o objetivo de obter diferentes pontos de vista que podem ou não ser coincidentes.

Personalizar as questões

Colocar as perguntas em positivo, pois motiva uma

resposta mais ampla e extensa.

Respeitar as pautas culturais do outro

Criar um ambiente descontraído.

Tentar utilizar os mesmo idioma que o entrevistado,

ou utilizar intérprete.

• Os silêncios também são informação, os esquecimentos e

as negativas de reposta. Todo tem um sentido e um significado a interpretar.

• Realizar uma 2ª e uma 3ª entrevista ao mesmo informante, ao longo do tempo, permite comprovar a fiabilidade e validação dos seus discursos, mas também aprofundar questões que ficaram na superfície.

• O objetivo fundamental é conhecer o ponto de vista do outro, não exibir as nossas opiniões sobre os assuntos tratados.

• A gravação pode inibir ou não ao informante. É um risco

a considerar.

A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

Implica participar na vida quotidiana do grupo humano a estudar, para compreender as lógicas locais e o significado sociocultural das suas práticas.

As vantagens desta técnica são a riqueza e profundidade de informação sociocultural produzida no seu próprio contexto. Comparar o que as pessoas dizem e pensam com o que elas fazem.

O etnográfo deve ser aceito para poder interpretar a visão dentro do grupo, deve também conseguir um trato normal e quotidiano, algo que muitas vezes só se consegue com muito tempo, confiança e redes sociais de informantes.

A grande vantagem da observação participante é que criamos um texto no seu contexto, na sua espontaneidade.

A observação participante permite não forçar os dados, permite entender melhor a cultura através da convivência.

A realização de observações participantes e não participantes permitem obter os dados empíricos de primeira mão dos fenômenos tal como se dão nos cenários do mundo real, procurando assim evitar a manipulação intencional das variáveis de estudo.(Hine, 2000)

Diário de

campo

Data

Gravação

Tempo de observação

Lugar

Momento

do dia

Registo de memória

Tempo entre a observação e o

registo no diário de campo

Análise de dados na netnografia

virtual ocorre:

Após a coleta

Durante a coleta

A partir da coleta

Coleta dos dados na netnografia

• Copiar dados diretamente da interação mediada pelo computador;

• Obter dados ao observar a comunidade;

• Levantar dados em entrevistas com os indivíduos ou através de trocas de informações pelas ferramentas da internet.

Bibliografia

HINE, Christine Etnografia Virtual. Coleção Nuevas Tecnologias y Sociedad, Edittorial UOC, 2000. KOZINETS, R. V. Netnography. Doing Ethnographic Research Online. 2010. MONTARDO, Sandra Portella e PASSERINO, Liliana Maria. Estudo dos blogs a partir da netnografia: possibilidades e limitações. In: RENOTE. Vol.4, n.2 .