Post on 23-Nov-2018
MINISTRIO DA EDUCAO
SECRETARIA DE EDUCAO TECNOLGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DA PARABA
PLANO PEDAGGICO DE CURSO
ABRIL 2016
CURSO TCNICO EM MULTIMDIA
(Integrado)
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DA PARABA CAMPUS CABEDELO
REITORIA
Ccero Niccio do Nascimento Lopes | Reitor
Mary Roberta Meira Marinho | Pr-Reitora de Ensino
Degmar Francisco dos Anjos | Diretor de Educao Profissional
Maria Jos Aires Freire de Andrade | Diretora de Articulao Pedaggica
Gesio Lima Vieira | Diretor de Educao Superior
Anderson Brulio Nbrega da Silva | Diretor de Educao a Distncia e Programas Especiais
CAMPUS CABEDELO
Lcio Romero Costa | Diretor Geral
Turla Angela Alquete de Arreguy Baptista | Diretora de Desenvolvimento de Ensino
Henrique Cesar da Silva | Diretor de Administrao
Lvia Cristina Cortez Lula de Medeiros| Coordenadora Pedaggica e de Apoio ao Estudante
Andressa de Arajo Porto Vieira | Coordenadora do Curso Tcnico em Meio Ambiente
COMISSO DE ELABORAO
Renata Amorim Cadena | IFPB Campus Cabedelo
Angelica Lacerda Ferreira | IFPB Campus Cabedelo
Bruno Leonardo de Andrade Santana | IFPB Campus Cabedelo
Cndida Maria Nobre de Almeida Moraes | IFPB Campus Cabedelo
Daniel de Sousa Andrade | IFPB Campus Cabedelo
Diego Gomes Brando | IFPB Campus Cabedelo
Livia Cristina Cortez Lula de Medeiros | IFPB Campus Cabedelo
Luciana Mendonca Dinoa Pereira | IFPB Campus Cabedelo
Lucyana Sobral de Souza | IFPB Campus Cabedelo
Rachel de Oliveira Queiroz Silva | IFPB Campus Cabedelo
Rafael Leite Efrem de Lima | IFPB Campus Cabedelo
Raquel Reboucas Almeida Nicolau | IFPB Campus Cabedelo
Rodrigo Pessoa Medeiros | IFPB Campus Cabedelo
Turla Alquete | IFPB Campus Cabedelo
Vitor Feitosa Nicolau | IFPB Campus Cabedelo
Wilson Gomes de Medeiros | IFPB Campus Cabedelo
CONSULTORIA PEDAGGICA E REVISO FINAL
Maria Jos Aires Freire de Andrade | IFPB/PRE/DAPE
Tibrio Ricardo de Carvalho Silveira | IFPB/PRE/DAPE
SUMRIO 1. APRESENTAO 5
2.CONTEXTO DO IFPB 7
2.1. DADOS 7
2.2. SNTESE HISTRICA 7
2.3. O MUNICPIO DE CABEDELO 11
2.4. MISSO INSTITUCIONAL 15
2.5. VALORES E PRINCPIOS 16
2.6. FINALIDADES 16
2.7. OBJETIVOS 17
3. CONTEXTO DO CURSO 19
3.1. DADOS GERAIS 19
3.2. JUSTIFICATIVA 19
3.3. CONCEPO DO CURSO 20
3.4. OBJETIVOS DO CURSO 22
3.4.1. Objetivo Geral 22
3.4.2. Objetivos Especficos 22
3.5. PERFIL DO EGRESSO 23
3.6. POSSIBILIDADES DE ATUAO NO MUNDO DE TRABALHO 23
4. MARCO LEGAL 25
5. ORGANIZAO CURRICULAR 28
6. METODOLOGIA E PRTICAS PEDAGGICAS PREVISTAS 30
6.1 PROJETOS INTEGRADORES 33
6.2 SEMINRIOS DE INICIAO PESQUISA, EXTENSO E DE
ORIENTAO PRTICA PROFISSIONAL
33
7. PRTICAS PROFISSIONAIS 34
8. MATRIZ CURRICULAR 37
9. REQUISITOS E FORMAS DE ACESSO 38
10. CRITRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E
EXPERINCIAS ANTERIORES
39
11. CRITRIOS E PROCEDIMENTOS DE AVALIAO 40
11.1. AVALIAO INSTITUCIONAL 42
12. APROVAO E REPROVAO 43
13. ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E TRABALHO DE
CONCLUSO DE CURSO (TCC)
45
14. DIPLOMAO 46
15. PLANOS DE DISCIPLINAS 47
16. PERFIL DO PESSOAL DOCENTE E TCNICO ADMINISTRATIVO 135
16.1. PESSOAL DOCENTE 135
16.2. EQUIPE DE APOIO TCNICO 135
17. BIBLIOTECA 137
17.1. ESPAO FSICO 137
17.2. ACERVO 138
17.3. EMPRSTIMO 139
17.3.1 Apoio na elaborao de trabalhos acadmicos 139
17.4. ACERVO ESPECFICO PARA O CURSO 139
17.5. PERIDICOS, BASES DE DADOS ESPECFICAS, REVISTAS E
JORNAIS
139
17.6. CORPO TCNICO-ADMINISTRATIVO 140
18. INFRAESTRUTURA 141
18.1 ESPAO FSICO GERAL 141
18.2 RECURSOS AUDIOVISUAIS E MULTIMDIA 141
19. CONDIES DE ACESSO PARA PESSOAS COM DEFICINCIA 142
19.1. ATENDIMENTO A PESSOA COM DEFICINCIA 142
20. INFRAESTRUTURA DE SEGURANA 144
21. LABORATRIOS 145
22. AMBIENTES DA ADMINISTRAO 147
23. AMBIENTES DA COORDENAO DO CURSO 148
24. SALAS DE AULA 149
25. REFERNCIAS 150
1. APRESENTAO
Considerando a atual poltica do Ministrio da Educao MEC, com a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases da Educao Nacional, Lei n 9.394/96), o decreto n 5.154/2004 define
a articulao como nova forma de relacionamento entre a Educao Profissional Tcnica
de Nvel Mdio e o Ensino Mdio. As DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais), definidas
pelo Conselho Nacional de Educao para a Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio
e para o ensino Mdio, tambm compactuam desse princpio e, nesse contexto, o IFPB
Campus Cabedelo, apresenta o seu Plano Pedaggico para o Curso Tcnico em
Multimdia, eixo tecnolgico Produo Cultural e Design, na forma integrada.
A elaborao do referido plano primou pelo envolvimento dos profissionais, pela
articulao das reas de conhecimento e pelas orientaes do Catlogo Nacional dos
Cursos Tcnicos CNCT (Resoluo n 03, de 9 de julho de 2008) e sua atualizao
(Resoluo CNE/ CEB n 04 de 06 de junho de 2012), na definio de um perfil de
concluso e de competncias bsicas, saberes e princpios norteadores que imprimam
proposta curricular, alm da profissionalizao, a formao omnilateral de sujeitos em
formao.
Na sua ideologia, este plano pedaggico se constitui enquanto instrumento terico-
metodolgico que visa dar suporte o enfrentamento dos desafios do Curso Tcnico em
Multimdia de maneira sistematizada, didtica e participativa. Determina a trajetria a ser
seguida pelo pblico atendido no cenrio educacional e tem como finalidade traar o
horizonte da caminhada, estabelecendo a referncia geral, expressando o desejo e o
compromisso dos envolvidos no processo.
resultado de uma construo coletiva dos ideais didtico-pedaggicos, do
envolvimento e contribuio conjunta do pensar crtico dos docentes do referido curso,
sempre se norteando na legislao educacional vigente e visando o estabelecimento de
procedimentos de ensino e de aprendizagem aplicveis realidade e, consequentemente,
contribuindo com o desenvolvimento socioeconmico da Regio do Litoral Paraibano e de
outras regies beneficiadas com os seus profissionais egressos.
Com isso, pretende-se que os resultados prticos estabelecidos neste documento
culminem em uma formao globalizada e crtica para os envolvidos no processo formativo.
Dessa maneira, pretende-se formar sujeitos aptos a exercer a cidadania e que se
reconhea a educao como meio de transformao de realidades e responsvel pela
resoluo de problemticas contemporneas.
Sendo assim, este Plano Pedaggico de Curso se configura como instrumento de
ao poltica balizado pelos benefcios da educao de qualidade, tendo a pretenso de
direcionar o cidado e, no mbito da Instituio, educando ao desenvolvimento de
atividades didtico-pedaggicas e profissionais, para que a ao do egresso na sociedade
paute-se na competncia, na habilidade e na cooperao.
Ademais, com a implantao efetiva do Curso Tcnico em Multimdia no Campus
Cabedelo, o IFPB consolida a sua vocao de instituio formadora de profissionais
6
cidados capazes de lidarem com o avano da cincia e da tecnologia e delas participarem
de forma proativa configurando condio de vetor de desenvolvimento tecnolgico e de
crescimento humano.
7
2. CONTEXTO DO IFPB
2.1 DADOS
CNPJ: 10.783.898/0010-66
Razo
Social: Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba - IFPB
Unidade: Campus Cabedelo
Esfera Adm.: Federal
Endereo: Rua Santa Rita de Cssia, Bairro Jardim Camboinha
Cidade: Cabedelo CEP: 58103-772 UF: PB
Fone: (83) 3248-5400 Fax: (83) 3248-5400
E-mail: design.cabedelo@ifpb.edu.br
Site: http://www.ifpb.edu.br/campi/cabedelo
2.2 SNTESE HISTRICA
O atual Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia da Paraba (IFPB) tem
mais de cem anos de existncia. Ao longo de todo esse perodo, recebeu diferentes
denominaes: Escola de Aprendizes Artfices da Paraba (1909 a 1937), Liceu Industrial de
Joo Pessoa (1937 a 1961), Escola Industrial Coriolano de Medeiros ou Escola Industrial
Federal da Paraba (1961 a 1967), Escola Tcnica Federal da Paraba (1967 a 1999),
Centro Federal de Educao Tecnolgica da Paraba (1999 a 2008) e, a partir de 2008,
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba.
Criado no ano de 1909, atravs de decreto presidencial de Nilo Peanha, o seu perfil
atendia a uma determinao contextual que vigorava a poca. Como primeira denominao,
a Escola de Aprendizes Artfices foi concebida para prover de mo de obra o modesto
parque industrial brasileiro que estava em fase de instalao.
quela poca, a Escola atendia aos chamados desvalidos da sorte, pessoas
desfavorecidas e at indigentes, que provocavam um aumento desordenado na populao
das cidades, notadamente com a expulso de escravos das fazendas, que migravam para
os centros urbanos. Tal fluxo migratrio era mais um desdobramento social gerado pela
abolio da escravatura, ocorrida em 1888, que desencadeava srios problemas de
urbanizao.
O IFPB, no incio de sua histria, assemelhava-se a um centro correcional, pelo rigor
de sua ordem e disciplina. O decreto do Presidente Nilo Peanha criou uma Escola de
Aprendizes Artfices em cada capital dos estados da federao, como soluo reparadora
8
da conjuntura socioeconmica que marcava o perodo, para conter conflitos sociais e
qualificar mo de obra barata, suprindo o processo de industrializao incipiente que,
experimentando uma fase de implantao, viria a se intensificar a partir dos anos 30, com a
Era Vargas (Estado Novo).
A Escola da Paraba, que oferecia os cursos de Alfaiataria, Marcenaria, Serralheria,
Encadernao e Sapataria, inicialmente funcionou no Quartel do Batalho da Polcia Militar
do Estado, depois se transferiu para o Edifcio construdo na Avenida Joo da Mata, onde
funcionou at os primeiros anos da dcada de 1960 e, finalmente, instalou-se no atual
prdio localizado na Avenida Primeiro de Maio, bairro de Jaguaribe, em Joo Pessoa,
Capital.
Ainda como Escola Tcnica Federal da Paraba, no ano de 1995, a Instituio
interiorizou suas atividades, atravs da instalao da Unidade de Ensino Descentralizada de
Cajazeiras - UNED.
Enquanto Centro Federal de Educao Tecnolgica da Paraba (CEFETPB), a
Instituio experimentou um frtil processo de crescimento e expanso em suas atividades,
passando a contar, alm de sua Unidade Sede, com o Ncleo de Educao Profissional
(NEP), que funciona Rua das Trincheiras.
Em 2007, o Centro Federal de Educao Tecnolgica da Paraba vivenciou a
implantao da Unidade de Ensino Descentralizada de Campina Grande (UNED-CG) e a
criao do Ncleo de Ensino de Pesca, no municpio de Cabedelo.
Desde ento, em consonncia com a linha programtica e princpios doutrinrios
consagrados na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional e normas dela
decorrentes, esta instituio oferece sociedade paraibana e brasileira cursos tcnicos de
nvel mdio (integrado e subsequente) e cursos superiores de tecnologia, bacharelado e
licenciatura.
Com o advento da Lei 11.892/2008, o CEFET passou condio de IFPB, como
uma Instituio de referncia da Educao Profissional na Paraba. Alm dos cursos,
usualmente chamados de regulares, a Instituio desenvolve um amplo trabalho de oferta
de cursos extraordinrios, de curta e mdia durao, atendendo a uma expressiva parcela
da populao, a quem so destinados tambm cursos tcnicos bsicos, programas de
qualificao, profissionalizao e re-profissionalizao, para melhoria das habilidades de
competncia tcnica no exerccio da profisso.
Em observncia ao que prescreve a Lei, o IFPB tem desenvolvido estudos que
visam oferecer programas para formao, habilitao e aperfeioamento de docentes da
rede pblica.
Para ampliar suas fronteiras de atuao, o Instituto desenvolve aes na modalidade
de Educao a Distncia (EAD), investindo com eficcia na capacitao dos seus
professores e tcnicos administrativos, no desenvolvimento de atividades de ps-graduao
9
lato sensu, stricto sensu e de pesquisa aplicada, preparando as bases oferta de ps-
graduao nestes nveis, horizonte aberto com a nova Lei.
At o ano de 2010, contemplado com o Plano de Expanso da Educacional
Profissional, Fase II, do Governo Federal, o Instituto implantou mais cinco Campi, no estado
da Paraba, contemplando cidades consideradas polos de desenvolvimento regional, como
Picu, Monteiro, Princesa Isabel, Patos e Cabedelo.
Desse modo, o Instituto Federal da Paraba contempla aes educacionais em Joo
Pessoa e Cabedelo (Litoral), Campina Grande (Brejo e Agreste), Picu (Serid Oriental e
Curimata Ocidental), Monteiro (Cariri), Patos, Cajazeiras, Sousa e Princesa Isabel
(Serto), conforme Figura 1.
Figura 1. Localizao geogrfica dos campi do IFPB no Estado da Paraba.
As novas unidades educacionais levam a essas cidades e municpios circunvizinhos
Educao Profissional nos nveis bsico, tcnico e tecnolgico, proporcionando-lhes
crescimento pessoal e formao profissional, oportunizando o desenvolvimento
socioeconmico regional, resultando em melhorias na qualidade de vida da populao
beneficiada.
A diversidade de cursos ofertada pela Instituio se alicera na sua experincia e
tradio na Educao Profissional.
O Instituto Federal da Paraba, considerando as definies decorrentes da Lei no.
11.892/2008, observando o contexto das mudanas estruturais ocorridas na sociedade e na
educao brasileira, adota um Projeto Acadmico baseado na sua responsabilidade social
advinda da referida Lei, a partir da elaborao de um projeto pedaggico flexvel, em
consonncia com o proposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, buscando
produzir e reproduzir os conhecimentos humansticos, cientficos e tecnolgicos, de modo a
10
proporcionar a formao plena da cidadania, que ser traduzida na consolidao de uma
sociedade mais justa e igualitria.
O IFPB atua nas reas profissionais das Cincias Agrrias, Cincias Biolgicas,
Cincias da Sade, Cincias Exatas e da Terra, Cincias Humanas, Cincias Sociais
Aplicadas, Engenharias, Lingustica, Letras e Artes.
So ofertados cursos nos eixos tecnolgicos de Recursos Naturais, Produo
Cultural e Design, Gesto e Negcios, Infraestrutura, Produo Alimentcia, Sade e Meio
Ambiente, Controle e Processos Industriais, Produo Industrial, Turismo, Hospitalidade e
Lazer, Informao e Comunicao e Segurana.
Nessa perspectiva, a organizao do ensino no Instituto Federal da Paraba oferece
aos seus alunos oportunidades em todos os nveis da aprendizagem, permitindo o processo
de verticalizao do ensino. Ampliando o cumprimento da sua responsabilidade social, o
IFPB atua em Programas tais como PRONATEC - FIC e Tcnico Concomitante (Lei n
12.513/2011), PROEJA (Decreto n 5.840/2006), Mulheres Mil, CERTIFIC (Portaria
Interministerial n. 1.087, de 20 de novembro de 2009), propiciando o prosseguimento de
estudos atravs do Ensino Tcnico de Nvel Mdio, do Ensino Tecnolgico de Nvel
Superior, das Licenciaturas, dos Bacharelados e dos estudos de Ps-Graduao lato sensu
e stricto sensu.
Alm de desempenhar o seu prprio papel na qualificao e requalificao de
recursos humanos, o IFPB atua no suporte tecnolgico s diversas instituies de ensino,
pesquisa e extenso, bem como no apoio s necessidades tecnolgicas empresariais. Essa
atuao no se restringe ao estado da Paraba, mas, gradativamente, vem se consolidando
no contexto macrorregional delimitado pelos estados de Pernambuco, Cear e Rio Grande
do Norte.
Com o Plano de Expanso da Educao Profissional -Fase III, do governo federal,
que foi at o final de 2014, o Instituto implantou mais um campus, na cidade de Guarabira, o
campus avanado Cabedelo-Centro e viabilizou o funcionamento de mais dez unidades, a
saber: Areia, Catol do Rocha, Esperana, Itabaiana, Itaporanga, Mangabeira, Pedras de
Fogo, Santa Luzia, Santa Rita e Soledade. Essas novas unidades levaro educao em
todos os nveis a essas localidades oportunizando o desenvolvimento econmico e social e
melhorando a qualidade de vida nestas regies.
Assim, junto aos campi j existentes, promovem a interiorizao da educao no
territrio paraibano (Figura 2).
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Figura 2. Municpios paraibanos contemplados com o Plano de Expanso III do IFPB.
2.3 O MUNICPIO DE CABEDELO
O Municpio de Cabedelo fica localizado no Estado da Paraba, na regio Nordeste
do Brasil. Apresenta uma rea de 31,915 km, com contorno singular, de 18 km de extenso
por 3 km de largura, agregando tambm a Ilha da Restinga (Figura 3).
Cabedelo uma cidade porturia e assentada numa pennsula entre o Oceano
Atlntico e o Rio Paraba. Seu nome vem da expresso que significa pequeno cabo.
Em 1585, Martim Leito deu incio colonizao do local, que posteriormente
originaria o povoado de Cabedelo. Data dos fins do sculo XVI a construo da Fortaleza
de Santa Catarina, que na poca dos assdios dos piratas franceses e da invaso
holandesa, serviram de palco a tremendos combates. Arrasada diversas vezes, foi a
Fortaleza outras tantas reconstruda.
Quando criado, o povoado de Cabedelo pertencia ao municpio de Joo Pessoa. A
Lei Estadual n 1.631 de 12 de dezembro de 1956, deu-lhe autonomia poltica compondo-se
de um nico distrito. A instalao do novo municpio verificou-se a 31 de janeiro de 1957.
um municpio que faz parte da Regio Metropolitana de Joo Pessoa e abriga o Porto de
Cabedelo, que a grande entrada e sada comercial do Estado.
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Figura 3. Localizao geogrfica do municpio de Cabedelo, PB.
(Fonte: Silva, 2007)
O clima quente e mido, com temperatura mxima de 35C e mnima de 22C. A
cidade possui duas estaes climticas, o inverno que vai de maro a agosto e o vero que
predomina de setembro a fevereiro, favorecendo assim, o turismo durante esse perodo.
Cabedelo apresenta uma grande diversidade natural, sendo sua vegetao
composta de Mata Atlntica, coqueirais e manguezais. O relevo constitudo de uma
Plancie Litornea formada pelas praias e terras arenosas. A fauna dessa pequena cidade
surpreendentemente fabulosa, principalmente a marinha. Em Cabedelo podem ser
encontrados vrios ecossistemas coexistindo em harmonia. As reservas marinhas, a Mata
Atlntica e as barreiras de corais ainda esto muito bem conservadas.
Fazem parte do municpio de Cabedelo os distritos: Centro, Camboinha (1,2 e 3),
Renascer (Criado pela Lei n 614/91 de 20 de Junho de 1991); Poo (Criado pela Lei n
651/92 de 10 de Abril de 1992); e Intermares (Aprovao do loteamento na dcada de 80).
O espao urbano do municpio de Cabedelo estruturou-se inicialmente pelo centro,
em torno da Fortaleza de Santa Catarina (sculo XVII), encaminhando-se para o bairro de
Ponta de Mattos, por volta do sculo XVIII. O espao urbano de Cabedelo s veio a sofrer
grandes alteraes por volta da dcada de 50, com a aprovao dos primeiros loteamentos.
13
O municpio cresceu rumo s praias do sul, tendo na dcada de oitenta a aprovao do
loteamento Intermares.
Desde a criao do municpio at os anos 80, a tipologia das edificaes era
dominantemente unifamiliar com dois pavimentos. O perfil da ocupao do espao urbano
em Cabedelo comeou a se modificar a partir dos anos 80, passando a predominar a
verticalizao das edificaes, com destaque especial para o loteamento Intermares.
A populao total estimada em Cabedelo de 57.944 habitantes (IBGE, 2010)
aumenta durante o vero, chegando a atingir aproximadamente oitenta mil pessoas, devido
ao fluxo de turistas, veranistas e visitantes, e at trezentas mil pessoas durante o carnaval.
A cidade de Cabedelo destaca-se por apresentar uma identidade cultural particular
em relao s cidades prximas, apresentando uma cultura regional rica e memorvel,
acompanhada por toda a beleza natural de suas praias e a diversidade de monumentos
histricos. Os principais pontos de destaque da regio so obras seculares, como a
Fortaleza de Santa Catarina, o Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha, o Parque
Natural de Cabedelo, a Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo (Mata do Amm), alm
dos Manguezais e outras reas costeiras que so de preservao ambiental. A Praia de
Jacar o principal ponto turstico de Cabedelo e reconhecido nacionalmente pelo pr do
sol s margens do Rio Paraba.
As principais atividades econmicas do municpio so a indstria, o comrcio e a
prestao de servios. A atividade pesqueira ocupa tambm um lugar de destaque no
mbito da economia como uma das principais fontes de renda da populao local. A
localizao da cidade, na pennsula, entre o Oceano Atlntico e o Rio Paraba, propcia
realizao da atividade pesqueira, sendo o Porto de Cabedelo uma das principais rotas de
entrada e sada de produtos que impulsionam o comrcio na Paraba.
Diante de uma demanda crescente, o municpio de Cabedelo constitui-se como um
promissor Polo Turstico e Ambiental, com uma necessidade extrema de formao de
profissionais, buscando atender s necessidades dos muncipes e da regio. Nessa mesma
perspectiva, constata-se uma proliferao econmica de pequenas e mdios grupos
dedicados ao comrcio e a servios, os quais demandam produtos e profissionais que
estejam aptos a realizar sua comunicao institucional, bem como a participar de prticas e
registros culturais relacionados vida na Regio Metropolitana de Joo Pessoa, da qual
Cabedelo faz parte.
Portanto, com o intuito de atender a tais perspectivas, a proposta de implantao do
Curso Tcnico Integrado ao Ensino Mdio em Multimdia articula-se perfeitamente com a
proposta pedaggica e com o plano estratgico do IFPB, ofertando comunidade uma base
de conhecimentos instrumentais, cientficos e tecnolgicos no desenvolvimento de
competncias especficas e necessrias para a formao de profissionais com esse perfil
de qualificao.
14
O Campus Cabedelo resultou de um Plano de Expanso II aps a instituio, pela
Lei n 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que institui a Rede Federal de Educao
Profissional, Cientfica e Tecnolgica, e a criao de trinta e oito Institutos Federais de
Educao, Cincia e Tecnologia em todo Pas.
No IFPB Campus Cabedelo funcionam atualmente os Cursos Tcnicos
Subsequentes em Recursos Pesqueiros e em Meio Ambiente, e os Cursos Tcnicos
Integrados em Recursos Pesqueiros e Meio Ambiente. Na modalidade PROEJA (Programa
Nacional de Integrao da Educao Profissional com a Educao Bsica na Modalidade
de Educao de Jovens e Adultos) tem-se o curso tcnico integrado ao ensino mdio de
Recursos Pesqueiros. Na modalidade EAD funcionam os cursos de Tcnico em Segurana
do Trabalho e o de Secretaria Escolar. H tambm o Curso Superior de Tecnologia em
Design Grfico e o Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas.
No mbito institucional, foi implantado o Programa CERTIFIC, por meio da Portaria
Interministerial n 1.087, de 20 de novembro de 2009, que criou a Rede Nacional de
Certificao Profissional e Formao Inicial e Continuada Rede CERTIFIC atende ao que
prev o Art. 41 da Lei N 9.394/96, de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN), o
Parecer CNE/CEB n 16/99, o Parecer CNE/CEB n 40/2004, o 2 do Art. 2 da Lei n
11.892 de 28 de dezembro de 2008, que se constitui como uma Poltica Pblica de
Educao Profissional e Tecnolgica voltada para o atendimento de trabalhadores, jovens e
adultos que buscam o reconhecimento e certificao de saberes adquiridos em processos
formais e no formais de ensino-aprendizagem e formao inicial e continuada.
O trabalhador interessado em ter seus saberes profissionais reconhecido
formalmente pelo Ministrio da Educao (MEC) e pelo Ministrio do Trabalho e Emprego
(M.T.E) dever se dirigir ao Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia mais
prximo de sua localidade, que oferte o Programa Interinstitucional de Certificao
Profissional e Formao Inicial e Continuada Programa CERTIFIC que contemple seu
setor de atuao profissional, por ex. Construo Civil. Em seguida o trabalhador dever
inscrever-se, mediante edital pblico, para participar do processo de reconhecimento de
saberes e se necessrio for de complementao de formao profissional atravs de
Cursos de Formao Inicial e Continuada. Essas duas etapas ou apenas a primeira
reconhecimento de saberes dar ao trabalhador o direito de receber memorial descritivo
do conjunto avaliativo ao qual se submeteu, e se este contemplou todos os quesitos
previstos na profisso/ocupao a qual se inscreveu o trabalhador, obter sua Certificao
Profissional.
Os demais programas Interinstitucionais do IFPB desenvolvidos no Campus
Cabedelo so o PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e
Emprego, institudo pela Lei n 12.513/2011, cujo objetivo expandir, interiorizar e
democratizar a oferta de cursos de Educao Profissional e Tecnolgica e o Programa
15
Mulheres Mil (institudo pela Portaria MEC n 1.015, do dia 21 julho de 2011, publicada no
Dirio Oficial da Unio do dia 22 de julho, seo 1, pgina 38), que oferece as bases de
uma poltica social de incluso e gnero para 100 (cem) mulheres em situao de
vulnerabilidade social no Litoral Paraibano, permitindo o amplo acesso educao
profissional, ao emprego e renda. O projeto local ser ordenado em consonncia com as
necessidades da comunidade, levando em considerao a vocao econmica regional.
Para o fortalecimento do iderio e do compromisso educacional firmado, trabalha-se
no interior e fora do Instituto com a vertente da potencializao e fortalecimento das bases
da articulao e integrao indissociveis do trip da educao, o Ensino-Pesquisa-
Extenso como novo paradigma, com foco especfico em cada disciplina, rea de estudo e
de trabalhos ao lado de uma poltica institucional de formao contnua e continuada, de
seus docentes e discentes. Isto porque, o iderio pedaggico do Campus entende que
ensino com extenso e pesquisa aponta para a formao contextualizada aos problemas e
demandas da sociedade contempornea, como parte intrnseca da essncia do que
constitui o processo formativo, promovendo uma nova referncia para o processo
pedaggico e para dinmica da relao professor-aluno. Isso, necessariamente, exige um
redirecionamento dos tempos e dos espaos de formao, das prticas vigentes de ensino,
de pesquisa e de extenso e da prpria poltica do IFPB.
2.4 MISSO INSTITUCIONAL
A misso para orientao institucional do Instituto Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia de Educao da Paraba, segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional
PDI (2015-2019), : Ofertar a educao profissional, tecnolgica e humanstica em todos
os seus nveis e modalidades por meio do Ensino, da Pesquisa e da Extenso, na
perspectiva de contribuir na formao de cidados para atuarem no mundo do trabalho e na
construo de uma sociedade inclusiva, justa, sustentvel e democrtica.
Sendo assim, o Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia da Paraba tem
como um dos componentes da sua funo social o desenvolvimento pleno dos seus alunos,
seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho dentro do
contexto da Educao Profissional e Tecnolgica, ofertada com qualidade, preparando-os
para serem agentes transformadores da sua realidade social.
Outros componentes da funo social do Instituto Federal de Educao Cincia e
Tecnologia da Paraba so a gerao, disseminao, transferncia e aplicao de cincia e
tecnologia visando ao desenvolvimento do estado a fim de que seja ambientalmente
equilibrado, economicamente vivel e socialmente justo, amplificando assim sua
contribuio para a melhoria e qualidade de vida de todos.
16
2.5 VALORES E PRINCPIOS
No exerccio da Gesto, a partir de uma administrao descentralizada, o IFPB
dispe ao Campus Cabedelo a autonomia da Gesto Institucional democrtica, tendo como
referncia os seguintes princpios, o que no se dissocia do que preceitua a Instituio:
a. tica: requisito bsico orientador das aes institucionais;
b. Desenvolvimento Humano: desenvolver o ser humano, buscando sua integrao
sociedade atravs do exerccio da cidadania, promovendo o seu bem-estar social;
c. Inovao: buscar solues s demandas apresentadas;
d. Qualidade e Excelncia: promover a melhoria contnua dos servios prestados;
e. Autonomia: administrar preservando e respeitando a singularidade de cada
campus;
f. Transparncia: disponibilizar mecanismos de acompanhamento e de conhecimento
das aes da gesto, aproximando a administrao da comunidade;
g. Respeito: ateno com alunos, servidores e pblico em geral;
h. Compromisso Social: participao efetiva nas aes sociais, cumprindo seu papel
social de agente transformador da sociedade.
2.6 FINALIDADES
Segundo a Lei n 11.892/08, o IFPB uma Instituio de educao superior, bsica
e profissional, pluricurricular e multicampi, especializada na oferta de educao profissional
e tecnolgica, contemplando os aspectos humansticos, nas diferentes modalidades de
ensino, com base na conjugao de conhecimentos tcnicos e tecnolgicos com sua prtica
pedaggica.
O Instituto Federal da Paraba atuar em observncia com a legislao vigente com
as seguintes finalidades:
Ofertar educao profissional e tecnolgica, em todos os seus nveis e modalidades,
formando e qualificando cidados com vistas na atuao profissional nos diversos
setores da economia, com nfase no desenvolvimento socioeconmico local,
regional e nacional;
Desenvolver a educao profissional e tecnolgica como processo educativo e
investigativo de gerao e adaptao de solues tcnicas e tecnolgicas s
demandas sociais e peculiaridades regionais;
Promover a integrao e a verticalizao da educao bsica educao
profissional e educao superior, otimizando a infraestrutura fsica, os quadros de
pessoal e os recursos de gesto;
Orientar sua oferta formativa em benefcio da consolidao e fortalecimento dos
arranjos produtivos, sociais e culturais locais identificados com base no mapeamento
das potencialidades de desenvolvimento socioeconmico e cultural no mbito de
atuao do Instituto Federal da Paraba;
17
Constituir-se em centro de excelncia na oferta do ensino de cincias, em geral, e de
cincias aplicadas, em particular, estimulando o desenvolvimento de esprito crtico e
criativo;
Qualificar-se como centro de referncia no apoio oferta do ensino de cincias nas
instituies pblicas de ensino, oferecendo capacitao tcnica e atualizao
pedaggica aos docentes das redes pblicas de ensino;
Desenvolver programas de extenso e de divulgao cientfica e tecnolgica;
Realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produo cultural, o empreendedorismo,
o cooperativismo e o desenvolvimento cientfico e tecnolgico;
Promover a produo, o desenvolvimento e a transferncia de tecnologias sociais,
notadamente, as voltadas preservao do meio ambiente e melhoria da
qualidade de vida;
Promover a integrao e correlao com instituies congneres, nacionais e
Internacionais, com vista ao desenvolvimento e aperfeioamento dos processos de
ensino-aprendizagem, pesquisa e extenso.
2.7 OBJETIVOS
Observadas suas finalidades e caractersticas, so objetivos do Instituto Federal da
Paraba:
Ministrar educao profissional tcnica de nvel mdio, prioritariamente na forma de
cursos integrados, para os concluintes do ensino fundamental e para o pblico da
educao de jovens e adultos;
Ministrar cursos de formao inicial e continuada de trabalhadores, objetivando a
capacitao, o aperfeioamento, a especializao e a atualizao de profissionais,
em todos os nveis de escolaridade, nas reas da educao profissional e
tecnolgica;
Realizar pesquisas, estimulando o desenvolvimento de solues tcnicas e
tecnolgicas, estendendo seus benefcios comunidade;
Desenvolver atividades de extenso de acordo com os princpios e finalidades da
educao profissional e tecnolgica, em articulao com o mundo do trabalho e os
segmentos sociais, com nfase na produo, desenvolvimento e difuso de
conhecimentos cientficos, tecnolgicos, culturais e ambientais;
Estimular e apoiar processos educativos que levem gerao de trabalho e renda e
emancipao do cidado na perspectiva do desenvolvimento socioeconmico local
e regional;
Ministrar em nvel de educao superior:
cursos de tecnologia visando formao de profissionais para os diferentes setores
da economia;
cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formao pedaggica,
com vistas formao de professores para a educao bsica, sobretudo, nas reas
de cincias e matemtica e da educao profissional;
cursos de bacharelado e engenharia, visando formao de profissionais para os
diferentes setores da economia e reas do conhecimento;
cursos de ps-graduao lato sensu de aperfeioamento e especializao, visando
formao de especialistas nas diferentes reas do conhecimento;
18
cursos de ps-graduao stricto sensu de mestrado e doutorado que contribuam
para promover o estabelecimento de bases slidas em educao, cincia e
tecnologia, com vistas no processo de gerao e inovao tecnolgica.
19
3. CONTEXTO DO CURSO
3.1 DADOS GERAIS
Denominao Curso Tcnico em Multimdia
Forma de Ensino Integrada
Eixo Tecnolgico Produo Cultural e Design
Durao 3 (trs) anos
Unidade Educacional IFPB Campus Cabedelo
Carga Horria das Prticas Profissionais 400 horas
Carga Horria Total 3.369 horas
Turno Matutino e Vespertino (Integral)
Vagas 40
3.2 JUSTIFICATIVA
O Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba IFPB vem
contribuindo, nos ltimos 10 anos, com a formao de profissionais que so aptos a atuar
no planejamento de objetos e de espaos, considerando vetores como a usabilidade e a
esttica, assim como os procedimentos metodolgicos mais atualizados.
Com o Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores, iniciado no ano de
2006 no IFPB Campus Joo Pessoa, iniciou-se a ateno desta instituio ao Design
enquanto uma rea do conhecimento estratgica para as prticas socais e econmicas e
tambm para o desenvolvimento tecnolgico. Vale salientar que, no estado, apenas na
Universidade Federal de Campina Grande havia um curso de Design em mbito federal.
Tal direcionamento no IFPB resultou na criao do Cursos Superior de Tecnologia
em Design Grfico no ano de 2011 no campus Cabedelo. O curso surgiu em um contexto
de crescimento econmico na cidade, que tinha, entre 2008 e 2009, um crescimento de
19% na quantidade de empresas. Atualmente, 5 anos aps a criao do curso, verifica-se a
permanncia e desenvolvimento de egressos no mercado paraibano, nacional e
internacional, tanto atuando profissionalmente como Designers, Produtores Visuais,
Diretores de Arte, bem como academicamente, em cursos de mestrado ou mesmo
lecionando no ensino superior. Esse curso alcanou o grau de excelncia na avaliao do
MEC em 2015: a nota 5, chancela mxima nunca obtida por nenhum curso superior de
tecnologia no Norte/Nordeste at ento.
Assim, de acordo a vocao formadora do IFPB e aproveitando a estrutura material
e humana do campus Cabedelo, o Curso Tcnico Integrado em Multimdia tem o intuito de
20
avanar na tendncia verticalizadora da formao humana e profissional nos Institutos
Tcnicos Federais. Uma particular ateno foi dada, na elaborao deste documento, para
que no haja sobreposio entre o Curso Tcnico Integrado em Multimdia e o Curso
Superior de Tecnologia em Design Grfico, pois o objetivo que o egresso da formao
tcnica tenha interesses em continuar a sua formao, seja no CST em Design Grfico, seja
em outras instituies de ensino superior.
Observando a sociedade contempornea e a sua expresso social, econmica e
cultural, verificamos a intensidade com que as ferramentas de TIC (Tecnologia da
Informao e Comunicao) fazem parte do cotidiano das pessoas. A partir das
possibilidades tecnolgicas possibilitadas pelas novas tecnologias, a comunicao se d de
uma maneira progressivamente mais multimdia, explorando para alm da linguagem verbal
a imagem, o som, o vdeo e as diversas combinaes que essas expresses podem
assumir. As prticas econmicas, naturalmente, so impactadas por e muitas vezes
lideram essas mudanas. Sendo assim, o curso tem o intuito de formar tcnicos aptos a
formatar e editar contedos para plataforma plurimdia, a exemplo da internet, conseguindo
lidar com essa profuso de linguagens de acordo com os aparatos tcnicos apropriados,
mas tambm de maneira crtica e tica.
3.3 CONCEPO DO CURSO
O Curso Tcnico em Multimdia se insere, de acordo com o Catlogo Nacional dos
Cursos Tcnicos - CNCT (2012), no eixo tecnolgico Produo Cultural e Design e, na
forma integrada, est balizado pela LDBEN (Lei n 9.394/96) alterada pela Lei n
11.741/2008 e demais legislaes educacionais especficas e aes previstas no Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI) e regulamentos internos do IFPB.
A concepo de uma formao tcnica que articule as dimenses do trabalho,
cincia, cultura e tecnologia sintetiza todo o processo formativo por meio de estratgias
pedaggicas apropriadas e recursos tecnolgicos fundados em uma slida base cultural,
cientfica e tecnolgica, de maneira integrada na organizao curricular do curso.
O trabalho conceituado, na sua perspectiva ontolgica de transformao da
natureza, como realizao inerente ao ser humano e como mediao no processo de
produo da sua existncia. Essa dimenso do trabalho , assim, o ponto de partida para a
produo de conhecimentos e de cultura pelos grupos sociais.
A cincia um conjunto de conhecimentos sistematizados, produzidos socialmente
ao longo da histria, na busca da compreenso e transformao da natureza e da
sociedade. Se expressa na forma de conceitos representativos das relaes de foras
determinadas e apreendidas da realidade. Os conhecimentos das disciplinas cientficas
produzidos e legitimados socialmente ao longo da histria so resultados de um processo
21
empreendido pela humanidade na busca da compreenso e transformao dos fenmenos
naturais e sociais. Nesse sentido, a cincia conforma conceitos e mtodos cuja objetividade
permite a transmisso para diferentes geraes, ao mesmo tempo em que podem ser
questionados e superados historicamente, no movimento permanente de construo de
novos conhecimentos.
Entende-se cultura como o resultado do esforo coletivo tendo em vista conservar a
vida humana e consolidar uma organizao produtiva da sociedade, do qual resulta a
produo de expresses materiais, smbolos, representaes e significados que
correspondem a valores ticos e estticos que orientam as normas de conduta de uma
sociedade.
A tecnologia pode ser entendida como transformao da cincia em fora produtiva
ou mediao do conhecimento cientfico e a produo, marcada desde sua origem pelas
relaes sociais que a levaram a ser produzida. O desenvolvimento da tecnologia visa
satisfao de necessidades que a humanidade se coloca, o que nos leva a perceber que a
tecnologia uma extenso das capacidades humanas. A partir do nascimento da cincia
moderna, pode-se definir a tecnologia, ento, como mediao entre conhecimento cientfico
(apreenso e desvelamento do real) e produo (interveno no real).
Compreender o trabalho como princpio educativo a base para a organizao e
desenvolvimento curricular em seus objetivos, contedos e mtodos assim, equivale dizer
que o ser humano produtor de sua realidade e, por isto, dela se apropria e pode
transform-la e, ainda, que sujeito de sua histria e de sua realidade. Em sntese, o
trabalho a primeira mediao entre o homem e a realidade material e social.
Considerar a pesquisa como princpio pedaggico instigar o educando no sentido
da curiosidade em direo ao mundo que o cerca, gerando inquietude, na perspectiva de
que possa ser protagonista na busca de informaes e de saberes.
O currculo do Curso Tcnico em Multimdia est fundamentado nos pressupostos
de uma educao de qualidade, com o propsito de formar um profissional/cidado que,
inserido no contexto de uma sociedade em constante transformao, atenda s
necessidades do mundo do trabalho com tica, responsabilidade e compromisso social.
O currculo, na forma integrada, preconiza a articulao entre educao geral e
formao profissional, com planejamento e desenvolvimento do plano pedaggico realizado
coletivamente, que remete a elaborao de uma matriz curricular integrada, consolidando
uma perspectiva educacional que assegure o dilogo permanente entre saber geral e
profissional e que o discente tenha acesso ao conhecimento das inter-relaes existentes
entre o trabalho, cultura, a cincia e a tecnologia, que so os eixos norteadores para o
alcance de uma formao humana integral.
22
Dentre os princpios norteadores da Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio -
EPTNM, conforme Parecer CNE/CEB n 11/2012 e Resoluo CNE/CEB N 6 de 20 de
Setembro de 2012, destacamos:
Relao e articulao entre a formao geral desenvolvida no ensino mdio na
preparao para o exerccio das profisses tcnicas, visando formao integral
do estudante;
Integrao entre educao e trabalho, cincia, tecnologia e cultura como base da
proposta e do desenvolvimento curricular;
Integrao de conhecimentos gerais e profissionais, na perspectiva da articulao
entre saberes especficos, tendo trabalho e pesquisa, respectivamente, como
princpios educativo e pedaggico;
Reconhecimento das diversidades dos sujeitos, inclusive de suas realidades
tnico-culturais, como a dos negros, quilombolas, povos indgenas e populaes do
campo;
Atualizao permanente dos cursos e currculos, estruturados com base em ampla
e confivel base de dados.
3.4 OBJETIVOS DO CURSO
Objetivo Geral
Formar profissionais tcnicos de nvel mdio aptos ao desenvolvimento de suas
funes no campo de trabalho, com maior perspectiva de empregabilidade nas reas de
produo audiovisual, grfica, de artefatos digitais, publicitria e cultural, com reconhecida
competncia cientfica, tecnolgica e humanstica para o exerccio da profisso, numa
perspectiva crtica, pr-ativa, tica e global, considerando o mundo do trabalho, a
contextualizao scio-poltico-econmica, o desenvolvimento sustentvel e agregando
valores culturais.
Objetivos Especficos
Desenvolver atitudes de respeito diversidade cultural, tnica e social;
Possibilitar a aquisio dos conhecimentos tericos e prticos ligados produo
multimdia;
Permitir a resoluo de problemas dos mbitos econmico e cultural nos grupos
sociais de que os estudantes participam;
Estimular o desenvolvimento do educando enquanto cidado, incluindo a formao
tica, a autonomia intelectual e o pensamento crtico;
Favorecer a construo da identidade do educando, enquanto agente social e
poltico;
Desenvolver atitude empreendedora.
23
3.5 PERFIL DO EGRESSO
Profissional com slida formao humanstica e tecnolgica, capaz de analisar
criticamente os fundamentos da formao social e de se reconhecer como agente de
transformao do processo histrico, considerando o mundo do trabalho, a contextualizao
scio-poltico-econmica e o desenvolvimento sustentvel, agregando princpios ticos e
valores artstico-culturais, para o pleno exerccio da cidadania, com competncia para em
consonncia com o Catlogo Nacional de Cursos Tcnicos CNCT (2012):
Desenvolver projetos grficos e audiovisuais para aplicao em mdias digitais;
Captar e editar imagens, udio e vdeo, adequando os recursos tecnolgicos aos
propsitos comunicacionais estabelecidos;
Conceber produtos digitais, articulando conhecimentos estticos e funcionais;
Articular conhecimentos histricos e tericos no desenvolvimento de artefatos
multimdia;
Analisar os contextos sociais e produtivos em que os resultados de sua criao
sero utilizados.
Na perspectiva de uma educao integral articulada que contemple a dimenso
omnilateral do educando h de se considerar as competncias especficas para a formao
geral expressas na Matriz de Referncia para o Exame Nacional do Ensino Mdio - ENEM,
a saber:
I. Dominar linguagens: dominar a norma culta da Lngua Portuguesa e fazer
uso das linguagens matemtica, artstica e cientfica e das lnguas espanhola
e inglesa.
II. Compreender fenmenos: construir e aplicar conceitos das vrias reas do
conhecimento para a compreenso de fenmenos naturais, de processos
geogrficos, da produo tecnolgica e das manifestaes artsticas.
III. Enfrentar situaes-problema: selecionar, organizar, relacionar, interpretar
dados e informaes representadas de diferentes formas, para tomar
decises e enfrentar situaes-problema.
IV. Construir argumentao: relacionar informaes, representadas em
diferentes formas, e conhecimentos disponveis em situaes concretas, para
construir argumentao consistente.
V. Elaborar propostas: recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola
para elaborao de propostas de interveno solidria na realidade,
respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
3.6 POSSIBILIDADES DE ATUAO NO MUNDO DE TRABALHO
A perspectiva para o Tcnico em Multimdia no mercado de trabalho bastante
promissora, tendo em vista o crescimento do uso de artefatos digitais pelas pessoas ou, no
24
mbito da comunicao, no aumento das demandas do mercado relacionadas presena
online das empresas.
O Tcnico em Multimdia o profissional com atuao fundamental em diversas
atividades de instituies pblicas e privadas, tais como:
Portais de internet;
Produtoras de multimdia;
Escritrios de criao grfica ou publicitria;
Editoras de mdias impressas e digitais;
Agncias digitais;
Estdios de fotografia;
Assessorias de imprensa;
Agncias de mdias sociais.
Alm da capacidade tcnica necessria ao pleno desempenho especfico de suas
atividades, o Tcnico em Multimdia, receber uma formao mais geral, buscando atender
aos critrios descritos abaixo:
Capacidade de relacionamento interpessoal;
Habilidade em comunicao verbal e escrita;
Capacidade empreendedora e de organizao;
Facilidade de adaptao a novas tecnologias;
Capacidade de resolver problemas;
Raciocnio lgico desenvolvido;
Autocontrole e postura tica;
Capacidade de concentrao;
Senso de prioridade;
Capacidade de adaptao a novas situaes;
Curiosidade, criatividade e persistncia;
Capacidade de adquirir conhecimentos por conta prpria.
25
4. MARCO LEGAL
O presente Plano Pedaggico fundamenta-se no que dispe a Lei n 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDBEN), e, das
alteraes ocorridas, destacam-se, aqui, as trazidas pela Lei n 11.741/2008, de 16 de julho
de 2008, a qual redimensionou, institucionalizou e integrou as aes da Educao
Profissional Tcnica de Nvel Mdio, da Educao de Jovens e Adultos e da Educao
Profissional e Tecnolgica. Foram alterados os artigos 37, 39, 41 e 42, e acrescido o
Captulo II do Ttulo V com a Seo IV-A, denominada Da Educao Profissional Tcnica
de Nvel Mdio, e com os artigos 36-A, 36-B, 36-C e 36-D. Esta lei incorporou o essencial
do Decreto n 5.154/2004, sobretudo, revalorizando a possibilidade do Ensino Mdio
integrado com a Educao Profissional Tcnica, contrariamente ao que o Decreto n
2.208/97 anteriormente havia disposto.
A alterao da LDB n. 9.394/96 por meio da Lei n. 11.741/2008 revigorou a
necessidade de aproximao entre o ensino mdio e a educao profissional tcnica de
nvel mdio, que assim asseverou:
Art.36 A. Sem prejuzo do disposto na Seo IV deste Captulo, o ensino
mdio, atendida a formao geral do educando, poder prepar-lo para o
exerccio de profisses tcnicas.
Pargrafo nico. A preparao geral para o trabalho e, facultativamente, a
habilitao profissional podero ser desenvolvidas nos prprios
estabelecimentos de ensino mdio ou em cooperao com instituies
especializadas em educao profissional.
Art. 36 B. A educao profissional tcnica de nvel mdio ser desenvolvida
nas seguintes formas:
I articulada com o ensino mdio;
II subseqente, em cursos destinados a quem j tenha concludo o ensino
mdio.
Pargrafo nico. A educao tcnica de nvel mdio dever observar:
I os objetivos e definies contidos nas diretrizes curriculares nacionais
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educao;
II as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino;
III as exigncias de cada instituio de ensino, nos termos de seu projeto
pedaggico.
Art. 36 C. A educao profissional tcnica de nvel mdio articulada,
prevista no inciso I do caput do art. 36 B desta Lei ser desenvolvida de
forma:
I integrada, oferecida somente a quem j tenha concludo o ensino
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno
habilitao profissional tcnica de nvel mdio, na mesma instituio de
ensino, efetuando-se matrcula nica para cada aluno;
II concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino mdio ou j o esteja
cursando, efetuando-se matrculas distintas para cada curso, e podendo
ocorrer:
a) na mesma instituio de ensino, aproveitando-se as oportunidades
educacionais disponveis;
26
b) em instituies de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades
educacionais disponveis;
c) em instituies de ensino distintas, mediante convnios de
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de
projeto pedaggico unificado. (g.n.)
Assim, a LDB estabelece efetiva articulao com vistas a assegurar a necessria
integrao entre a formao cientfica bsica e a formao tcnica especfica, na
perspectiva de uma formao integral.
Este um marco legal referencial interno que consolida os direcionamentos didtico-
pedaggicos iniciais e cristaliza as condies bsicas para a vivncia do curso.
Corresponde a um compromisso firmado pelo IFPB, Campus Cabedelo, com a sociedade
no sentido de inserir no mercado de trabalho um profissional de nvel mdio, com domnio
tcnico da sua rea, criativo, com postura crtica, tica e compromissado com a nova ordem
da sustentabilidade que o meio social exige. Dessa forma, este documento educacional
apresenta a concepo de ensino e de aprendizagem do curso em articulao com a
especificidade e saberes de sua rea de conhecimento. Nele est contida a referncia de
todas as aes e decises do curso.
O Decreto n 5.154, de 23 de julho de 2004 resgatou diante das vrias
possibilidades e riscos de enfrentamento enquanto percursos metodolgicos e princpios a
articulao da educao profissional de nvel mdio e o ensino mdio, no cabendo, assim,
a dicotomia entre teoria e prtica, entre conhecimentos e suas aplicaes. Todos os seus
componentes curriculares devem receber tratamento integrado, nos termos deste Plano
Pedaggico de Curso - PPC.
Segue, ainda, as orientaes do Catlogo Nacional dos Cursos Tcnicos - CNCT,
institudo pela Resoluo CNE/CEB n 3/2008, posteriormente atualizado pela Resoluo
CNE/CEB n 4/2012, definindo alteraes no CNCT.
O Parecer CNE/CEB n 11/2012 de 09 de maio de 2012 e a Resoluo CNE/CEB N
6 de 20 de Setembro de 2012 definidores das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio (DCN/EPTNM), em atendimento aos debates
da sociedade brasileira sobre as novas relaes de trabalho e suas consequncias nas
formas de execuo da Educao Profissional. Respalda-se, ainda, na Resoluo
CNE/CEB n 04/2010, com base no Parecer CNE/CEB n 07/2010, que definiu Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educao Bsica, na Resoluo CNE/CEB n 02/2012, com
base no Parecer CNE/CEB n 05/2011, que definiu Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Mdio, os quais tambm esto sendo aqui considerados. As finalidades e objetivos
da Lei n 11.892, de 29 de dezembro de 2008, de criao dos Institutos Federais de
Educao, Cincia e Tecnologia esto aqui contemplados.
27
Consta, tambm, como marcos orientadores desta proposta, as decises
institucionais traduzidas nos objetivos, princpios e concepes descritos no PDI/PPI da
Instituio Educacional e na compreenso da educao como uma prtica social.
Considerando que a educao profissional complementar, portanto, no substitui a
educao bsica e que sua melhoria pressupe uma educao de slida qualidade, a qual
constitui condio indispensvel para a efetiva participao consciente do cidado no
mundo do trabalho, o Parecer CNE/CEB n 11/2012, orientador das DCNs da EPTNM,
enfatiza:
"Devem ser observadas, ainda, as Diretrizes Curriculares Gerais para a
Educao Bsica e, no que couber, as Diretrizes Curriculares Nacionais
definidas para o Ensino Mdio pela Cmara de Educao Bsica do
Conselho Nacional de Educao, bem como as Normas Complementares
dos respectivos Sistemas de Ensino e as exigncias de cada Instituio de
ensino, nos termos de seu Projeto Pedaggico, conforme determina o art. 36-
B da atual LDB".
Conforme recomendao, ao considerar o Parecer do CNE/CEB n 11/2012, pode-
se enfatizar que no adequada a concepo de educao profissional como simples
instrumento para o ajustamento s demandas do mercado de trabalho, mas como
importante estratgia para que os cidados tenham efetivo acesso s conquistas cientficas
e tecnolgicas da sociedade. Impe-se a superao do enfoque tradicional da formao
profissional baseado apenas na preparao para execuo de um determinado conjunto de
tarefas. A educao profissional requer alm do domnio operacional de um determinado
fazer, a compreenso global do processo produtivo, com a apreenso do saber tecnolgico,
a valorizao da cultura e do trabalho, e a mobilizao dos valores necessrios tomada de
decises.
28
5. ORGANIZAO CURRICULAR
Segundo o Parecer CNE/CEB N 5/2011, orientador das Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Mdio:
Toda ao educativa intencional. Da decorre que todo processo educativo
fundamenta-se em pressupostos e finalidades, no havendo neutralidade
possvel nesse processo. Ao determinar as finalidades da educao, quem o
faz tem por base uma viso social de mundo, que orienta a reflexo bem
como as decises tomadas.
O currculo entendido como a seleo dos conhecimentos historicamente
acumulados, considerados relevantes e pertinentes em um dado contexto histrico, e
definidos tendo por base o projeto de sociedade e de formao humana que a ele se
articula; se expressa por meio de uma proposta pela qual se explicitam as intenes da
formao, e se concretiza por meio das prticas escolares realizadas com vistas a dar
materialidade a essa proposta.
A matriz curricular do curso busca a interao pedaggica no sentido de
compreender como o processo produtivo (prtica) est intrinsecamente vinculado aos
fundamentos cientfico-tecnolgicos (teoria), propiciando ao educando uma formao plena,
que possibilite o aprimoramento da sua leitura do mundo, fornecendo-lhes a ferramenta
adequada para aperfeioar a sua atuao como cidado de direitos.
A organizao curricular da Educao Profissional e Tecnolgica, por eixo
tecnolgico, fundamenta-se na identificao das tecnologias que se encontram na base de
uma dada formao profissional e dos arranjos lgicos por elas constitudos (Parecer
CNE/CEB n 11/2012, pg. 13).
O Curso Tcnico em Multimdia na forma integrada est estruturado em regime
anual, no perodo de trs anos letivos, sem sadas intermedirias, sendo desenvolvido em
aulas de 50 minutos, em perodo integral, totalizando 2.967 horas, acrescida de 400 horas
destinadas prtica profissional a qual composta por 200 horas destinadas aos projetos
integradores e com mais 200 horas voltadas ao Estgio Supervisionado ou o TCC.
A Resoluo CNE/CEB n 02/2012 que definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Mdio estabelece a organizao curricular em reas de conhecimento, a
saber:
I Linguagens.
II Matemtica.
III Cincias da Natureza.
IV Cincias Humanas.
29
Assim, o currculo do Curso Tcnico em Multimdia deve contemplar as quatro reas
do conhecimento, com tratamento metodolgico que evidencie a contextualizao e a
interdisciplinaridade ou outras formas de interao e articulao propiciando a interlocuo
entre os saberes e os diferentes campos do conhecimento.
Em observncia ao CNCT, a organizao curricular dos cursos tcnicos deve
abordar estudos sobre tica, raciocnio lgico, empreendedorismo, normas tcnicas e de
segurana, redao de documentos tcnicos, educao ambiental, formando profissionais
que trabalhem em equipes com iniciativa, criatividade e sociabilidade.
Considerando que a atualizao do currculo consiste em elemento fundamental
para a manuteno da oferta do curso ajustado s demandas do mundo do trabalho e da
sociedade, os componentes curriculares, inclusive as referncias bibliogrficas, devero ser
periodicamente revisados pelos docentes e assessorados pelas equipes pedaggicas,
resguardado o perfil profissional de concluso.
Desta forma, o currculo do Curso Tcnico em Multimdia passar por reviso, pelo
menos, a cada 02 (dois) anos, pautando-se na observao do contexto da sociedade e
respeitando-se o princpio da educao para a cidadania.
A solicitao para alterao no currculo, decorrente da reviso da matriz curricular,
ser protocolada e devidamente instruda com os seguintes documentos:
1. Portaria de nomeao da Comisso de Reformulao;
2. Ata da reunio, realizada pela Coordenao ou Colegiado do Curso, com a
assinatura dos docentes (das reas de formao geral e tcnica) e do
pedagogo que compuserem a comisso de reviso curricular do curso;
3. Justificativa da necessidade de alterao;
4. Resoluo do Conselho Diretor aprovando a reformulao;
5. Cpia da matriz curricular vigente;
6. Cpia da matriz curricular proposta.
Aps anlise do setor competente, o processo ser encaminhado para apreciao e
deliberao na instncia superior do IFPB, contudo a nova matriz s ser aplicada aps a
sua homologao.
30
6. METODOLOGIA E PRTICAS PEDAGGICAS PREVISTAS
Visando a superao da mera apropriao do conhecimento pelo aluno baseada
apenas no repasse de informaes, a estratgia metodolgica a ser desenvolvida buscar a
superao do aprender que tem se resumido a simples memorizao. O objetivo principal
caminhar na direo do apreender, sentido este caracterizado por uma maior atividade do
aluno e uma mediao do docente que no apenas seleciona estratgias diversificadas,
mas potencializa situaes que permitem aos estudantes mobilizarem, construrem e
elaborarem uma sntese do conhecimento durante o curso. Assim, trata-se da formao de
um cidado apto a contribuir com a resoluo de intervenes no mundo do trabalho, no
contexto social e no desenvolvimento de tecnologias.
Compreende-se o desenvolvimento da metodologia como fundante do
estabelecimento de uma rede de relaes que superar as dificuldades da simples
memorizao e tornar o estudante ativo, reflexivo para que possa apreender e apropriar-se
do quadro terico-prtico objetivado.
Dessa forma, opta-se pela realizao de projetos integradores que primem por uma
forma organizativa e viabilizadora de uma atividade intencional, em que o envolvimento dos
alunos um pressuposto fundamental. A partir dessa postura, busca-se resolver problemas
e romper com o modelo de fragmentao do ensino, transformando o espao educativo
seja intra ou extra escolar em contexto profcuo e significativo de aprendizagem para
todos que dele fazem parte.
Torna-se importante a reconstruo do papel do professor, sendo este orientador e
mediador de situaes propositivas que visem o relacionamento da educao bsica com a
profisso do tcnico em multimdia, levantando e viabilizando condies para que os
prprios estudantes identifiquem situaes problemas relativas s disciplinas, ao contexto
do trabalho, promovendo inclusive uma interveno social, ou seja, o incentivo produo
de pesquisa e projetos de extenso voltados para a prtica profissional.
Assim, a metodologia presente neste projeto pedaggico de curso entendida como
um conjunto de procedimentos empregados para atingir os objetivos propostos, a
integrao da Educao Bsica com a Educao Profissional, assegurando uma formao
integral dos estudantes.
Vasconcellos (1994) sugere tambm que a abordagem do conhecimento seja
mobilizada estabelecendo uma articulao entre a realidade concreta e o grupo de alunos,
um dilogo entre o mundo dos estudantes e o campo a ser conhecido, observando os
conhecimentos prvios, ritmos de aprendizagens e considerando as caractersticas
especficas dos alunos, auxiliando-os na sua construo intelectual, procedimental e
atitudinal.
31
Para viabilizar aos educandos o desenvolvimento de competncias relacionadas s
bases tcnicas, cientficas e instrumentais, sero adotadas, como prtica metodolgica,
formas ativas de ensino-aprendizagem, baseadas em interao pessoal e grupal.
Segundo Freire (1998, p. 77):
toda prtica educativa demanda a existncia de sujeitos, um, que ensinando,
aprende, outro, que aprendendo, ensina (...); a existncia de objetos,
contedos a serem ensinados e aprendidos envolve o uso de mtodos, de
tcnicas, de materiais, implica, em funo de seu carter diretivo/objetivo,
sonhos, utopia, ideais (...).
Assim, a prtica educativa tambm deve ser entendida como um exerccio constante
em favor da produo e do desenvolvimento da autonomia de educadores e educandos,
contribuindo para que o aluno seja o artfice de sua formao com a ajuda necessria do
professor.
A natureza da prtica pedaggica a indagao, a busca, a pesquisa, a reflexo, a
tica, o respeito, a tomada consciente de decises, o estar aberto s novidades, aos
diferentes mtodos de trabalho. A reflexo crtica sobre a prtica se torna uma exigncia da
relao teoria-prtica porque envolve o movimento dinmico, dialtico entre o fazer e o
pensar sobre o fazer.
A partir da experincia e da reflexo desta prtica, do ensino contextualizado, cria-se
possibilidade para a produo e/ou construo do conhecimento, desenvolvem-se
instrumentos, esquemas ou posturas mentais que podem facilitar a aquisio de
competncias.
Os programas devem ser planejados valorizando os referidos interesses, o aspecto
cognitivo e o afetivo. Nessa prtica, os contedos devem possibilitar aos alunos meios para
uma aproximao de novos conhecimentos, experincias e vivncias. Uma educao que
seja o fio condutor, o problema, a ideia-chave que possibilite aos alunos estabelecer
correspondncia com outros conhecimentos e com sua prpria vida.
Em relao prtica pedaggica, Pena (1999) considera que o mais importante
que o professor, consciente de seus objetivos e dos fundamentos de sua prtica, assuma os
riscos de construir o seu objeto. Faz-se necessrio aos professores reconhecer a
pluralidade, a diversidade de abordagens, abrindo possibilidades de interao com os
diversos contextos culturais. Assim, o corpo docente ser constantemente incentivado a
utilizar metodologias e instrumentos criativos e estimuladores para que a relao entre
teoria e prtica ocorra de modo eficiente. Isto ser orientado atravs da execuo de aes
que promovam desafios, problemas e projetos disciplinares e interdisciplinares orientados
pelos professores.
32
Nessa direo para viabilizar o desenvolvimento do conhecimento e operacional da
atividade do aluno e de sua prxis, sero desenvolvidas aes como:
Utilizao de aulas prticas, na qual os alunos podero estabelecer relaes entre
os conhecimentos adquiridos e a prtica;
Desenvolvimento de aulas expositivas, dialogadas para a construo do
conhecimento nas disciplinas;
Pesquisas sobre os aspectos tericos e prticos no seu futuro campo de atuao;
Discusso de temas: partindo-se de leituras orientadas individuais e em grupos;
vdeos; pesquisas e/ou aulas expositivas;
Simulaes de contexto e vivncias em laboratrios;
Utilizao de softwares;
Estudos de Caso: atravs de simulaes e casos reais nos espaos de futura
atuao do tcnico em Multimdia;
Realizao de estudo dirigido;
Construo de publicaes e de portflios;
Debates provenientes de pesquisa prvia, de temas propostos para a realizao de
trabalhos individuais e/ou em grupos;
Seminrios apresentados pelos alunos, professores e tambm por profissionais de
diversas reas de atuao;
Utilizao de recursos tecnolgicos para subsidiar as atividades pedaggicas;
Dinmicas de grupo;
Produo de vdeo, animao e documentrios visando dar visibilidade ao
protagonismo juvenil;
Utilizao e produo de blogs, jogos e interfaces digitais que viabilizem uma
aprendizagem colaborativa e interativa;
Prtica da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extenso;
Estmulo iniciao da prtica profissional;
Realizao de visitas tcnicas;
Atividades diretamente relacionadas extenso e pesquisa, com partes
integrantes do currculo, atravs das disciplinas de Seminrio de Iniciao
Pesquisa, Seminrio de Iniciao Extenso e Seminrio de Orientao Prtica
Profissional;
Projeto integrador como prtica profissional, articulando conhecimentos e
proporcionando uma anlise crtica e interventiva da realidade social, cultural,
artstica, tecnolgica e do mundo do trabalho.
Assim, as disciplinas de um modo geral devem buscar a promoo de momentos em
que a interdisciplinaridade transcenda a simples nomenclatura do componente curricular,
incentivando o aluno a produzir trabalhos de pesquisa e participar de debates, fruns e
seminrios em que as temticas a partir de projetos integradores. Pretende-se, portanto,
que a formao integrada esteja presente no apenas como um contedo mecnico, mas
como uma prtica discursiva, reflexiva e analtica da sua prpria vivncia.
33
6.1 PROJETOS INTEGRADORES
A aprendizagem baseada em projetos tem sido assinalada como uma metodologia
que proporciona a aquisio de conhecimento a partir da ressignificao do processo de
ensino- aprendizagem. Autores da rea, como Hernandez (1998), Martins (2011), Lck
(2003) e Zabala (2002), e documentos oficiais do MEC a indicam como um possvel
caminho metodolgico para envolver os estudantes na busca pelo conhecimento a partir da
problematizao de temas, do estudo aprofundado, do estmulo colaborao e
investigao, da interdisciplinaridade e da integrao entre educandos e educadores.
Os projetos integradores perpassaro todas as sries do curso e tero como objetivo
a unio entre teoria e prtica, a conexo entre os conhecimentos da formao geral com os
da formao tcnica, a anlise crtica e interventiva da realidade social, cultural, artstica,
tecnolgica e do mundo do trabalho, a aplicao dos conhecimentos adquiridos ao longo do
curso, com vistas a contribuir para o desenvolvimento local.
Os projetos podem ser realizados a partir de diversas estratgias metodolgicas,
como: pesquisa, extenso, estudo de caso, aes de interveno na realidade, simulao
de situaes-problema, estudo tcnico, entre outros. Desta forma, o trabalho pedaggico
com projetos tem como principal caracterstica ser um processo dinmico, que contribui
para que o estudante possa ser protagonista do seu processo de aprendizagem, alm de
desenvolver a capacidade crtica, criativa e de inovao, bem como compartilhar ideias e
atuar em equipe.
6.2 SEMINRIOS DE INICIAO PESQUISA, EXTENSO E DE ORIENTAO
PRTICA PROFISSIONAL
As disciplinas de Seminrio de Iniciao Pesquisa, Seminrio de Iniciao
Extenso e Seminrio de Orientao Prtica Profissional, buscam estimular a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso, alm de introduzir o mundo do
trabalho ao cotidiano escolar.
Assim, formam um conjunto de estratgias didtico-pedaggicas que proporcionam,
curricularmente, a articulao entre teoria e prtica, bem como a construo de novos
saberes e habilidades ao longo da formao do estudante. As ementas apresentam de
forma detalhada os objetivos, contedos e metodologias a serem aplicados nessas
disciplinas.
34
7. PRTICAS PROFISSIONAIS
As prticas profissionais integram o currculo do curso, contribuindo para que a
relao teoria-prtica e sua dimenso dialgica estejam presentes em todo o percurso
formativo. So momentos estratgicos do curso em que o estudante constri
conhecimentos e experincias por meio do contato com a realidade cotidiana das decisoes.
E um momento mpar de conhecer e praticar in loco o que est aprendendo no ambiente
escolar. Caracteriza-se pelo efetivo envolvimento do sujeito com o dia a dia das decisoes e
tarefas que permeiam a atividade profissional.
O desenvolvimento da prtica profissional ocorrer de forma articulada,
possibilitando a integrao entre os diferentes componentes curriculares.
Por no estar desvinculada da teoria, a prtica profissional constitui e organiza o
currculo sendo desenvolvida ao longo do curso por meio de atividades tais como:
I. Estudo de caso;
II. Conhecimento do mercado e das empresas;
III. Pesquisas individuais e em equipe;
IV. Projetos;
V. Exerccios profissionais efetivos.
A prtica profissional ter carga horria mnima de 400 horas, objetivando a
integrao entre teoria e prtica, com base na interdisciplinaridade, e resultando em
documentos especficos de registro de cada atividade pelo estudante, sob o
acompanhamento e superviso de um orientador.
A prtica profissional compreende desenvolvimento de projetos integradores (200
horas) e estgio curricular supervisionado (estgio tcnico, 200 horas).
O mecanismo de planejamento, acompanhamento e avaliao das atividades da
prtica profissional composto pelos seguintes itens:
elaborao de um plano de atividades, aprovado pelo orientador;
reunies peridicas do estudante com o orientador;
visita(s) peridica(s) do orientador ao local de realizao, em caso de estgio;
elaborao do documento especfico de registro da atividade pelo estudante;
Os documentos e registros elaborados devero ser escritos de acordo com as
normas da ABNT, estabelecidas para a redao de trabalhos tcnicos e cientficos e faro
parte do acervo bibliogrfico do IFPB.
Ser atribuda aos Projetos Integradores e ao Estgio Supervisionado uma
pontuao entre 0 (zero) e 100 (cem) e o estudante ser aprovado com, no mnimo, 70
(sessenta) pontos.
Os projetos integradores sero orientados de acordo com os seguintes objetivos:
35
a) investigar aspectos significativos das problemticas e dos desafios verificados nos
estudos desenvolvidos;
b) estimular prticas pedaggicas com unidade e consistncia terica, entendendo que
o projeto integrador estabelece, ao mesmo tempo, uma viso global e um enfoque
especfico acerca de problemticas investigadas;
c) empregar esforos para a viabilizao das solues e desdobramentos
apresentados pelos projetos integradores;
d) conectar os conhecimentos das diversas reas e disciplinas, estimulando o
protagonismo na articulao entre os saberes e na tomada de decises;
e) promover prticas que permitam a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extenso;
f) estimular o contato entre os estudantes e o mundo do trabalho, desenvolvendo
atividades que articulem, ao longo do curso, conhecimentos tericos e prticos;
g) Proporcionar a anlise crtica e interventiva da realidade social, cultural, artstica,
tecnolgica e do mundo do trabalho.
h) desenvolver, como princpio educativo, habilidades de pesquisa e de extenso, por
meio da elaborao e da apresentao de projetos investigativos em uma
perspectiva interdisciplinar;
i) articular a integrao entre a comunidade acadmica e as comunidades locais, por
meio da pesquisa e da extenso como agentes de interveno e de transformao
para a melhoria da qualidade de vida.
As etapas para realizao do Projeto Integrador seguiro o modelo desenvolvido
pelo IFRN (2006), quais sejam: inteno, preparao e planejamento; implementao,
desenvolvimento e acompanhamento; e resultados finais.
A inteno corresponde aos objetivos, s metas e realizaes desejadas. Encontra-
se diretamente interligada ao escopo do projeto, envolvendo as disciplinas, as necessidades
de aprendizagem de cada turma e os conhecimentos da dinmica social da rea especfica
de formao. Assim, abre-se espao, na concepo do(s) projeto(s), para a
36
problematizao dos contedos e para a canalizao das curiosidades e dos interesses dos
alunos. Deste modo, a inteno engloba, a definio do problema, a justificativa, os
objetivos, os resultados esperados e a abrangncia do projeto.
A preparao e o planejamento consistem na definio das etapas de
realizao do projeto. Estudantes e professores devem identificar estratgias possveis para
atingir os objetivos propostos; coletar materiais bibliogrficos necessrios ao
desenvolvimento da temtica escolhida; organizar grupos de trabalho por afinidades e
habilidades; buscar informaes; idealizar pesquisas de campo; organizar instrumentos de
investigao; programar coleta de dados; analisar
resultados; escrever relatrios; definir durao das pesquisas; buscar outros meios
necessrios para a soluo das questes e/ou das hipteses levantadas na fase anterior; e
aprofundar e/ou sistematizar contedos necessrios ao bom desempenho do projeto.
Estudantes e professores devem, conjuntamente, planejar tanto a divulgao do projeto
quanto a apresentao dos resultados finais da pesquisa.
A implementao, o desenvolvimento e o acompanhamento correspondem fase de
execuo das atividades planejadas na busca de respostas s questes e/ou s hipteses
definidas anteriormente. Nessa etapa, as equipes (grupos) de pesquisa planejam e
executam as tarefas, trazendo, com frequncia, apreciao do coletivo, o que j foi
desenvolvido ou est em desenvolvimento, as dificuldades encontradas e os resultados
alcanados. Os estudantes devem ter a oportunidade de conhecer o trabalho dos diversos
grupos e de, quando convier, cooperar com eles. importante que sejam elaborados
relatrios parciais orais ou escritos, a fim de acompanhar o desenvolvimento do tema (ou
dos temas) e estimular a participao dos estudantes. Durante toda essa fase, os docentes
e os discentes devem criar um espao de confronto cientfico e de discusso de pontos de
vista distintos. Trata-se de antecedente fundamental para a construo do conhecimento,
uma vez que professores e estudantes precisam se sentir desafiados a cada atividade
planejada.
Os resultados finais correspondem, principalmente, sistematizao dos resultados
da aprendizagem e avaliao dos objetivos pedaggicos que balizaram o projeto. Essa
etapa final contribui, decisivamente, para a construo da autonomia intelectual dos
estudantes, uma vez que possibilita avaliar contedos (ou saberes) abordados e
desenvolvidos, procedimentos adotados e experincias vivenciadas. Deve-se oportunizar a
abertura de canais de comunicao para que o estudante verbalize suas impresses acerca
do processo e, sobretudo, acerca dos resultados alcanados. Geralmente surgem nos
resultados finais interesses que podem proporcionar novos temas e, por conseguinte, novos
projetos integradores.
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8. MATRIZ CURRICULAR
SRIES 1 2 3 TOTAL
DISCIPLINAS a/s h.r. a/s h.r. a/s h.r. h.a. h.r.
FORMAO GERAL
Lngua Portuguesa e Literatura Brasileira 3 100 3 100 3 100 360 300
Matemtica 4 133 3 100 3 100 400 333
Arte* 2 67 80 67
Fsica 2 67 2 67 2 67 240 200
Qumica 2 67 2 67 2 67 240 200
Biologia 2 67 2 67 2 67 240 200
Histria 3 100 2 67 200 167
Geografia 3 100 2 67 200 167
Sociologia 2 67 1 33 1 33 160 133
Filosofia 1 33 2 67 1 33 160 133
Educao Fsica* 2 67 2 67 2 67 240 200
Subtotal CH 26 868 21 702 16 534 2.520
2.100
PREPARAO BSICA PARA O TRABALHO
Informtica B sica 2 67 80 67
Lngua Estrangeira Moderna (Ingls) 2 67 2 67 160 133
Seminrio de Iniciao Pesquisa 1 33 40 33
Seminrio de Iniciao Extenso 1 33 40 33
Seminrio de Orientao Prtica Profissional
1 33 40 33
Empreendedorismo 1 33 40 33
Subtotal CH 5 167 3 100 2 66 400 333
FORMAO PROFISSIONAL
Imagem e Vetor 2 67 80 67
udio e Vdeo 2 67 80 67
Fundamentos e Anlise da Linguagem Grfica
2 67 80 67
Produo da Imagem 2 67 80 67
Histria das Mdias, da Arte e do Design 2 67 80 67
Composio Visual e Tipogrfica 2 67 80 67
Produo de Vdeo e de Animao 2 67 80 67
Interfaces Digitais 2 67 80 67
Subtotal CH 2 67 6 201 8 268 640 536
PRTICA PROFISSIONAL
Projeto Integrador 2 67 2 67 2 67 240 200
TCC ou Estgio Supervisionado 240 200
Subtotal CH 2 67 2 67 2 67 480 400
TOTAL 35
32
28
4040 3369
LEGENDA: Equivalncia h.a. / h.r.
1 aula semanal 40 aulas anuais 33 horas
a/s - Nmero de aulas por semana 2 aulas semanais 80 aulas anuais 67 horas
h.a - hora aula 3 aulas semanais 120 aulas anuais 100 horas
h.r hora relgio 4 aulas semanais 160 aulas anuais 133 horas
OBSERVAES
A Lei n 11.161, de 5 de agosto de 2005, dispe que o ensino de Lngua Espanhola, de oferta obrigatria pela escola e de matrcula facultativa para o aluno, ser implantado nos currculos do ensino mdio. Sendo a mesma disciplina optativa, no aparece na matriz curricular, no entanto, o registro de sua carga horria dever constar no histrico do educando que optar por curs-la.
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9. REQUISITOS E FORMAS DE ACESSO
O ingresso no Curso Tcnico em Multimdia no Campus Cabedelo, dar-se- por
meio de processo seletivo, destinado aos egressos do Ensino Fundamental ou transferncia
escolar destinada aos discentes oriundos de Cursos Tcnicos Integrados ao Ensino Mdio
de instituies similares.
No processo seletivo, o certame para ingresso nos cursos tcnicos integrados ser
realizado a cada ano letivo, conforme Edital de Seleo, sendo as provas elaboradas por
docentes das respectivas reas de conhecimento, sob a responsabilidade da Coordenao
Permanente de Concursos Pblicos - COMPEC.
Os(as) candidatos(as) sero classificados(as) observando-se rigorosamente os
critrios constantes no Edital de Seleo.
O ingresso ocorrer no curso para o qual o(a) candidato(a) foi classificado(a), no
sendo permitida a mudana de curso, exceto no caso de vagas remanescentes previstas no
Edital de Seleo especfico.
O Edital de Seleo que trata da ocupao das vagas remanescentes dever
explicitar os critrios para preenchimento destas vagas.
O IFPB receber pedidos de transferncia de discentes oriundos de escolas
similares, cuja aceitao ficar condicionada:
I. existncia de vagas;
II. correlao de estudos entre as disciplinas cursadas na escola de origem e
a matriz curricular dos Cursos Tcnicos Integrados ao Ensino Mdio do IFPB;
III. complementao de estudos necessrios.
No caso de servidor pblico federal civil ou militar, na condio de estudante, ou seu
dependente estudante, removido ex officio, a transferncia ser concedida
independentemente de vaga e de prazos estabelecidos, nos termos da Lei no 9.536/97
(Regulamenta o pargrafo nico do Art. 49 da Lei n 9.394/96).
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10. CRITRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E EXPERINCIAS
ANTERIORES
Poder ser concedido, ao discente, aproveitamento de estudos realizados em cursos
Tcnicos Integrados ao Ensino Mdio de instituies similares, havendo compatibilidade de,
no mnimo, 75% (setenta e cinco por cento) entre contedos dos programas das disciplinas
do curso de origem e as do curso pretendido, desde que a carga horria da disciplina do
curso de origem no comprometa a somatria da carga horria total mnima exigida para o
ano letivo.
No sero aproveitados estudos do Ensino Mdio para o Ensino Tcnico na forma
integrada (Parecer CNE/CEB n 39/2004).
O aproveitamento de estudos dever ser solicitado por meio de processo
encaminhado ao Departamento de Educao Profissional (DEP), onde houver, ou
Coordenao de Curso em at 45 (quarenta e cinco) dias aps o incio do ano letivo.
Os conhecimentos adquiridos de maneira no formal, relativos s disciplinas que
integram o currculo dos cursos tcnicos integrados, podero ser aproveitados mediante
avaliao terico-prtica.
Os conhecimentos adquiridos de maneira no-formal sero validados se o discente
obtiver desempenho igual ou superior a 70% (setenta por cento) da avaliao, cabendo
comisso responsvel pela avaliao emitir parecer conclusivo sobre a matria. A comisso
ser nomeada pela Coordenao do Curso, constituda por professores das disciplinas,
respeitando o prazo estabelecido no Calendrio Acadmico.
Ser permitido o avano de estudos em Lnguas Estrangeiras, Arte e Informtica
Bsica, desde que o discente comprove proficincia nesses conhecimentos, mediante
avaliao e no tenha reprovao nas referidas disciplinas.
A comprovao da proficincia dar-se- com a obteno de desempenho igual ou
superior a 70% (setenta por cento) da avaliao.
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11. CRITRIOS E PROCEDIMENTOS DE AVALIAO
Conhecer algo equivale a avali-lo, atribuir-lhe um valor, um significado, a explic-lo, e isto tanto na experincia comum, quanto nos mais sistemticos processos cientficos (BARTOLOMEIS, 1981).
A avaliao deve ser compreendida como uma prtica processual, diagnstica,
contnua e cumulativa, indispensvel ao processo de ensino e de aprendizagem por permitir
as anlises no que se refere ao desempenho dos sujeitos envolvidos, com vistas a
redirecionar e fomentar aes pedaggicas, devendo os aspectos qualitativos sobressarem
aos aspectos quantitativos, ou seja, inserindo-se critrios de valorizao do desempenho
formativo, empregando uso de metodologias conceituais, condutas e inter-relaes
humanas e sociais.
Conforme a LDB, a avaliao de aprendizagem deve ser desenvolvida refletindo a
proposta expressa no plano pedaggico. Salienta-se que esta deve assumir carter
educativo, viabilizando ao estudante a condio de analisar seu percurso e, ao professor e
escola, identificar dificuldades e potencialidades individuais e coletivas.
A avaliao ocorrer por meio de instrumentos de verificao peculiares e prprios,
buscando detectar o estgio de progresso do discente em processo de aquisio de
conhecimento. Realizar-se- por meio da promoo de situaes de aprendizagem e da
utilizao dos diversos instrumentos que favoream a identificao dos nveis de domnio de
conhecimento/competncias e o desenvolvimento do discente nas dimenses cognitivas,
psicomotoras, dialgicas, atitudinais e culturais.
O processo avaliativo de cada disciplina, assim como os instrumentos e
procedimentos de verificao de aprendizagem, devero ser planejados e informados, de
forma expressa e clara, ao discente no incio de cada perodo letivo, considerando possveis
ajustes ao longo do ano, caso se faa necessrio.
Na metodologia de avaliao da aprendizagem devero ser utilizados diversos
instrumentos, que possibilitem a anlise do desempenho do discente no processo de
ensino-aprendizagem, tais como debates, visitas de campo, visitas tcnicas, atividades de
fundamentao terico-prticos, exerccios dirigidos, provas, trabalhos terico-prticos
aplicados individualmente ou coletivamente, projetos dirigidos, relatrios de atividades,
seminrios, portflio dentre outros, visando identificao dos nveis de
competncia/habilidade adquiridas ou ampliadas.
Os resultados das avaliaes devero ser expressos em notas, numa escala de 0
(zero) a 100 (cem), considerando-se os indicadores de conhecimento terico e prtico e de
relacionamento interpessoal.