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1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Poesias Premiadas
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
1º Lugar – Categoria Infantil
O tempo passa
Liendhry Kirstt de Oliveira Barbosa
Pra uns o tempo passa rápidoPra outros, o tempo passa devagarEnquanto vão pensando em como desvendar o tempoEle passa a passar
Ninguém consegue entender o tempoAcham que ele é uma ajuda que a vida dáEnquanto o tempo passa como o ventoÉ difícil de lhe acompanhar
O tempo passa a passarA vida vai passandoE você vai ficando velhinhoAté a vida te levar
Ai você percebe o quanto estava errado sobre o tempoE não o tempo sobre vocêQue não entendia porque o tempo passavaEnquanto ele passa a passar
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
2º Lugar – Categoria Infantil
Escola
João Vitor da Silva
Na escolaUsamo colaE borrachaTem comidaTem mochilaE poesia e tem cantinaCortina nem pensarNuma festa de abalarE eu tenho coraçãoCaneta que bate no chãoÉ como os batimentos do meu coração
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
3º Lugar – Categoria Infantil
Minha história
Vanessa Ciriaco
Eu nasci além, dos maresOs meus parceirosE amores ficaram láOnde moram meus amigosSeus suspirosEu adoro você e você me adora tambémNós nos adoramos como doisPássaros no alémOh! Que saudades tremida das montanhasQue se miram nos cristaisEu vivi longe do ninhoSem carinho e sem amorEu adoro vocês, como adoro meus amoresDistante do solo amadoDestruir a vidaNão é feliz pelos cravosDesenhado da flor de maracujáEu vejo borboletas azuis que não param de brilharSão duas flores úmidas, são duas rosas nascidasEu adoro florzinha com muito amor e carinhoAmei com féE orgulho, a terra em que nasciCriança, não haverá nenhum país como esseQue vivemos por muitos anosSó se leva a esperança em toda a vida
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Menção Honrosa – Categoria Infantil
O Amor
Thaiane Oliveira da Silva
Minha história vou contarPra você se emocionarÉ uma história muito tristeAté parece que não existeNo caminho pro sertãoEncontrei um coraçãoSozinho e abandonadoPrecisando de carinhoQuerendo um namoradoDecidi conhecerE com ele viverDepois de um tempoOlhei seu documentoSeu nome verdadeiro, não era MarcioEra InácioFiquei muito tristeAo ver aquele documentoAté o xinguei de jumentoNão sei porque esse amor existiuAgora só resta esquecerE agora vou dizerQue está tudo acabado entre eu e vocêTentei esquecerMas eu não consigoTentei tirar você da minha vidaE perdi o juízo
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Menção Honrosa – Categoria Infantil
Coisas da minha vida
Beatriz Almeida da Silva
Eu arrumo a minha casa sem reclamarPara quando a minha mãe chegar, ela não brigarGosto de estudar, para que no final do anoEu possa passar
Eu não vivo um sonhoSó uma realidadeVivo com minha famíliaMuitas felicidades
Acordo muito cedoAssisto televisãoForro as camas, lavo a louçaE depois limpo o chão
Dou banho no cachorroDepois lavo o quintalTiro as fezesE limpo o matagal
A minha vida é desse jeitoO que eu posso fazer, faço tudo direitinhoPara erros não cometer
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
1º Lugar – Categoria Infanto-juvenil
Janela
George de Paula
Vi passar pela janela
Um tristonho trovadorVi passar bela donzelaEm seus cabelos, uma flor
Vi passar a romariaAcabrunhada, pé ante péVi passar tia Luzia Braço dado a tio José
Vi passar a moça feiaVi passar o velho arcadoE quem passava não viaEu, de lá, debruçado
Pela janela vi passarLampião e Maria BonitaÀ Padim Ciço quis acenarMas ele também não me via
Vi Rapunzel jogando as tranças E um príncipe pervertidoVi Branca de Neve de mudançaMais sete anões carcomidos
Vi passar pela janela A vizinha fofoqueiraVi passar de saia curtaSua filha namoradeira
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Vi descrentes carregando tintasE fiéis, o “Livro Sagrado”Vi o urubu carregando a violaE a viola carregando o sapo
Vi passar o ginásio O colégio e a faculdadeFolheava o Kama SutraQuando passou a virilidade
Vi garboso o Sol poentePaquerando a Lua crescenteVi vagalumes contentes Brincando com estrelas cadentes
Vi passar pela janelaDe vagar, quatro estaçõesE depois que passaramMurcharam-se as emoções
Vi passar a VerdadeSe bulindo com a MentiraVi ansioso o AcasoÀ espreita na esquina
Vi passar pela janelaA ala dos desgraçadosSenti um nó na goelaPois passavam mutilados
Vi passar desilusõesE paixões desinibidasPensei que o amor fosse ficarMas ele estava de saída
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Quando a poeira passouTapei zeloso o olharE depois que se assentou Tinha desculpa para chorar
Vi passar a fria brisaE a bruma a se dissolver Abriram os guarda-chuvasNada mais eu pude ver...
Pela janela vi passarSegredosMomentos SentimentosVontades tão garridasDaí então, compreendiQue a janela era a vida
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
2º Lugar – Categoria Infanto Juvenil
Rir e chorar
Aline Gonçalves de Melo
Chorar é precisoFaz parte da vidaMas chorar sem causaÉ causa perdida
Quando o bebê choraTem boa razãoMamadeira cheiaÉ uma solução
Existe outro tipoBom, que é chorãoToda lindos chorosNo seu violão
Há alguns que choramDe birra ou de manhaNada justificaBobeira tamanha
É justo chorarDe muita saudadeMas chorar de invejaJá cheira maldade
Não vale chorarPor isto ou aquilo
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
As lágrimas falsasAs de crocodilo
Rir é sempre bom?Risos há diversosVejam só algunsNestes poucos versos
Um riso bem agradávelQue faz bem pra genteÉ sempre brilhanteO riso inteligente
Também há um risoSem nada de beloÉ um riso sem graçaO riso amarelo
Risada saudávelE bem humoradaÉ a risada simplesDe uma palhaçada
Mas há outro risoQue também existeEm certos momentosÉ um riso triste
É gostoso rirEm qualquer lugarPor sentir-se bemSem se acanhar
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
É bom poder rirRir de vez em quandoContente a observarCrianças brincando
Porém a risadaQue é mais maluquinhaÉ a desencadeadaPor uma... cosquinha!
3º Lugar – Categoria Infanto Juvenil
Fim dos tempos
Pedro Alves Valentim
Eu olho para você, relógio,
Só imaginando como seria o fim dos tempos
Talvez fosse de repente um clarão
Ou ele fosse devagar corroendo o tempo e espaço
Mas agora eu olho para você, relógio tão sereno,
E ao mesmo tempo inquieto
Com seu tic tac
Tic-tac
Tic-tac
Tic...
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Menção Honrosa – Categoria Infanto Juvenil
Ausência da minha mãe
Ronald Wilson Jacinto Mita
Hoje é um dia especialQue castiga minha almaVou às ruas pra pedirUma esmola
Esmola, por favor!Uma esmola senhoresÉ para um ramo de floresPara minha adorada mãe
E que por muito tempo me protegeuNão aguento esta dorQue faz minha alma chorarDeus meu, porque a levaste?
Vou ao cemitérioOnde está minha linda mãeVou recolhendo pétalas de rosasOnde está mamãe?Regressa, sou teu filho
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Menção Honrosa – Categoria Infanto Juvenil
O mar da poesia
Edvalton da Silva Carneiro
Pelo mar azulPelas águas tão clarasCaminho eu pela madrugada
Eu levo a minha vida excelenteE a minha vida preenchidaDe poesiaNão sou alegre, nem tristeSimplesmente sou poetaPois o meu sonho num navioE o navio em cima do marDepois abri o mar com as mãosPara meu sonho não naufragarO pensamento é tristeO amor é inconvenienteMas a poesia estará comigoPara todo o sempreNoite friaSem desejo humanoSó se escuta o somDo oceano
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
1º Lugar – Categoria Adulto
Falsos Poemas
André Telucazu KondoNão quero que meu grito caiaEm ouvidos moucosPrefiro o silêncioDos loucos
Restam vozes poucasDe palavras roucas
Prefiro o sussurro engajadoDo grão de areiaA indiferença gritanteDo deserto
Prefiro a pétala branca – sinceraQue cai ao ventoÀ primavera dissimuladaQue engana em coresPrefiro o beijo surdoAos beijos das musasCantadas ao verso
Prefiro a verdade que morre lá foraÀ eterna mentira desteE de todos os outrosFalsos poemas.
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
2º Lugar – Categoria Adulto
“Finis Patriae”
André Luiz A. Caldas Amora
Na minha terra não há mais palmeiras...Na minha terra não há mais passarinhos...Na minha terra não há mais bandeiras...Na minha terra não há mais moinhos...
Em ciranda da carne putrefata,Voam os urubus, mais-que-famintos,Homens e animais mortos pela estrada,Todos os sonhos, pretéritos, extintos.
Desta terra o povo não é seu dono,Mas há aqueles que se intitulam Reis...Disseminam a miséria e o abandono...Sem flores, sem amores, sem leis.
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
3º Lugar – Categoria Adulto
Antítese TeológicaEduardo de Paula Nascimento
Somente através das sombrasé que se percebe a luz,apenas depois da mortevale a vida do que jazdepois de engolir tristezaque o homem se faz felizhá ainda quem faça guerrapara se chegar à paz
É mui bem aventuradoo faminto por justiçaporque será saciadono farto festim da graçaassim os falsos profetasem favor de sua messeasseguram regozijosemeando a desgraça
Todos aqueles que choramserão também consoladostal como será o último,primeiro a ser escolhidoincitando a humildadeem um povo humilhadopastores levam ovelhasa suicídios coletivos
Uma insana guerra santaa procura da harmonia
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
orações à alma dos mortosdepois da luta sagazcoragem justificandoultrajante covardiaantítese teológicagenocídio em nome do Pai.
Menção Honrosa – Categoria Adulto
À deriva dos vinte anos
Fernando Cardoso Pereira
Não sei o mais o que sou,Não sei mais o que quero.Maldito vazio pós-moderno.Não sei mais por onde andei.Desconheço o caminho que pisei.
Não sei se fico,Não sei se vouPela direita,Pela esquerdaOu pelo meio?Quanta incerteza...Não sei de mais nada.
A verdade já não existe,Como ela nos libertará?Não há nada depois da porta.Aliás, já nem existe porta.José,Todas as vanguardas estão MORTAS!
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Menção Honrosa – Categoria Adulto
Canudos/ Cocorobó
Rafael de Freitas Silva
Barba de prata, única no sertãoVaga sobre o asno alumiando sentidoscorrompendo e construindoPreparando um caminhoDe conselhos sãos, bons, uns.
Casas de palha ferem o chãoNada de coberta, pano para proteger do frioTrabalhando até o meninoAmparando os desatinosDe conselhos sãos, bons, uns.
A luta te cala, Uauá. Madeira de maldiçãoCento e cinquenta tombam, doze meninosMarchando no solo malditoQue dá fel ao nordestinoDe conselhos sãos, bons, uns.
E ainda fala a tua audácia, desilusãoPrega o santo, encoraja o inconformismoIndagando o poder malditoAlheio ao sofridoDe conselhos sãos, bons, uns.
1º Concurso de Poesias “Professor Aparecido Roberto Tonelotti”
Menção Honrosa – Categoria Adulto
Cronos
Tatiana Alves Soares CaldasE chega o tempo, avassaladorPra alguns é herói, pra outros, vilão.Apaga lembranças, destrói o amorDesperta pro mundo, desfaz a ilusão.
São muitas as contas, e tantas as horasContar mais não posso, pois ele é ladrão.Roubando pessoas, em suas auroras,Trazendo outras tantas na palma da mão.
Querendo contar as perdas e danos,Sejamos do tempo o grande credorPois somos seus filhos, os reles humanos,Se somos atores, ele é diretor.
Tentamos detê-lo, que vil anedota!O tempo não para nem morre jamais.Quem julga vencê-lo amarga derrota:É o mentor das Parcas, e nós, os mortais.