Post on 04-Feb-2018
POLUIÇÃO SONORA NO AMBIENTE ESCOLAR COMO FERRAMENTA DE ESTUDOS E CONSCIENTIZAÇÃO
Maria Carmen Iranzo 1
Juliana Vanessa Colombo Martins Perles 2
RESUMO:
O Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira, situado no bairro Requião, região periférica, zona urbana em Maringá, apresenta graves problemas de poluição sonora. Acredita-se que o fenômeno seja uma das causas do grande número de atestados e licenças médica de professores e funcionários; dados obtidos junto a secretaria demonstraram: 1 professora readaptada, 4 professoras em disfunção, e a concessão 205 atestados e 20 licenças, no período de janeiro a de junho de 2012. Acredita-se também que o fenômeno deve influenciar negativamente sobre a aprendizagem, pois apresentou na última avaliação do IDEB, nota 3,5. Portanto, procurou utilizar-se do fenômeno da “poluição sonora”, como ferramenta de estudos, visando possibilitar condições para a aprendizagem de conceitos científicos correlacionados com o tema, e também a conscientização para uma mudança de comportamento. O projeto norteou-se pela Pedagogia Histórico Crítica dos Conteúdos envolvendo diversas ações divididas em etapas, de acordo com os seus objetivos. Mesmo com resistência e dificuldades com a metodologia por parte dos alunos, obteve-se resultados significativos, sendo um deles, o excelente trabalho em que os alunos atuaram como “agentes disseminadores” da “cultura do silêncio”, junto às demais turmas. As hipóteses levantadas sobre o fenômeno da poluição sonora como um dos fatores causadores do adoecimento dos profissionais e do baixo rendimento da aprendizagem foram confirmadas, em pesquisas realizadas com os sujeitos envolvidos. Dessa forma se não houver o desenvolvimento de políticas públicas de combate e ou prevenção da problemática, as Escolas Públicas que vivenciam-na, continuarão enfrentando um sério obstáculo para o cumprimento da sua função social.
Palavras chaves: Poluição sonora. Baixo rendimento de aprendizagem. Pedagogia Histórico Crítica. Escola pública. Cultura do silencio.
1-Professora de Ciências e Matemática, graduada pela FAFIL e FAFIMAN. Professora da rede pública estadual
2- Professora Assistente de Anatomia Humana no Departamento de Ciências Morfológica da Universidade Estadual de
Maringá
1- INTRODUÇÃO:
A poluição sonora, é mais uma das problemáticas ambientais decorrente da
relação de exploração do ser humano com o ambiente, está relacionada diretamente
com o fenômeno da explosão da urbanização, que segundo Porto Gonçalves, 2000,
é conseqüência do processo de industrialização, iniciado com a Revolução
Industrial, e têm, sido considerada como uma ameaça ao habitat humano, causando
prejuízos ao organismo como um todo, a quem a ela se expõe, qualquer que seja o
ambiente, inclusive na escola, comprometendo, sobretudo, a qualidade de vida.
(SOUZA; FONSECA, 2005). Efeitos negativos para a saúde e a qualidade de vida
das pessoas têm sido relacionados à poluição sonora. Menezes e Paulino (2000)
apud Souza e Fonseca (2005) citam: aumento dos batimentos cardíacos,
hipertensão arterial leve ou moderada com conseqüente aumento de risco de
doenças cardíacas, lesão auditiva, irritabilidade, insônia, ansiedade, nervosismo,
redução da libido, aumento do tônus muscular, dificuldade de repouso do corpo,
tendência a apresentação de espasmos musculares reflexos, aumento da freqüência
respiratória, vertigem e cefaléia.
O Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira, Ensino Fundamental e Médio,
situado no bairro Requião, região periférica da zona urbana do Município de
Maringá, apresenta graves problemas de poluição sonora constatados por
observação em determinados períodos e muitas vezes durante o horário de aula. O
nível de ruídos, produzidos nos ambientes do Colégio (corredores, pátio, refeitório, e
até mesmo nas salas de aula do Ensino fundamental), em algumas situações,
tornava-se insuportável, influenciando de forma negativa sobre a qualidade da
aprendizagem e sobre a saúde de toda a comunidade escolar, principalmente dos
que estão mais diretamente expostos. Acredita-se que o excesso de ruídos, seja
uma das causas de adoecimento de professores e funcionários do Colégio, pois de
acordo com dados que foram fornecidos pela secretaria da escola, foi possível
constatar que em seu quadro de professores havia uma professora readaptada,
quatro professoras em disfunção, e houve a concessão 205 afastamentos inferiores
à três dias e vinte licenças superiores à três dias (para tratamento de saúde), no
período do início do ano letivo até o meados do mês de junho do ano de 2012. Outro
dado pertinente é que os índices do ensino fundamental, do Colégio Estadual Tânia
Varella Ferreira, apresentaram nota 3,5 na última avaliação do Índice de
Desenvolvimento da Educação básica (IDEB).
Diante da complexidade dessa situação, optou-se pelo desenvolvimento de
ações que contemplasse não apenas a questão da conscientização e sensibilização
para minimizar a problemática do excesso de ruídos no ambiente escolar, através da
mudança de postura, mas com o objetivo também de usá-las como ferramenta de
estudos, ou seja, estruturar um projeto pedagógico com um formato que
possibilitasse uma prática pedagógica com atividades diversificadas, voltadas para a
contextualização do fenômeno da poluição sonora no ambiente escolar, partindo dos
elementos que compõe a prática social dos alunos e dos conhecimentos prévios que
já traziam.
2- A POLUIÇÃO SONORA NO AMBIENTE DA ESCOLA COMO
FERRAMENTA DE ESTUDO
Procurou utilizar-se do fenômeno físico “poluição sonora”, (que se constitui
em uma problemática ambiental do Colégio), como ferramenta de estudos, ou como
um ponto estratégico que possibilitasse criar condições, para que os alunos
pudessem abstrair e generalizar os conceitos científicos correlacionados com o
tema, através do “pluralismo metodológico”, que se inicia com a aplicação de
avaliações do conhecimento prévio dos alunos e o desenvolvimento de ações com
mediação do professor em atividades que incluíram filmes, palestras, seminários,
gincanas entre outras. Sendo que no seu primeiro momento estas ações foram
desenvolvidas junto aos alunos do nono ano turma “B”, do período da manhã,
visando instrumentalizá-los para atuarem como “agentes disseminadores”, de uma
nova cultura, (a “cultura do silêncio” ou a “cultura da colaboração”), junto aos demais
alunos das turmas do ensino fundamental, ou seja, atuando como agentes
multiplicadores dos conhecimentos adquiridos, protagonizando e divulgando uma
nova forma de comportamento com relação ao ambiente sonoro da Escola.
O projeto foi estruturado de acordo com a proposta das Diretrizes Curriculares
do Estado do Paraná (2008), isto é, com base nas Teorias Críticas do conhecimento
(Pedagogia Histórico Crítica e Histórico Cultural). Como a poluição sonora é uma
questão de educação ambiental, o projeto, incluiu também na sua proposta, uma
abertura para o estabelecimento de relações interdisciplinares, com: Língua
portuguesa, Matemática, História, Geografia, Artes e Educação Física. A intervenção
teve como objetivo geral, contribuir para melhorar as condições de trabalho dos
sujeitos envolvidos com o contexto, e a melhoria do rendimento da aprendizagem,
não só na disciplina de Ciências, mas nas demais disciplinas também.
Na Semana Pedagógica do Mês de fevereiro, iniciou-se o processo da
implementação do projeto, com a realização de uma reunião com a comunidade
escolar interna (Direção, pedagogos, professores e agentes educacionais I e II),
para a apresentação do projeto na sua totalidade. As demais ações da intervenção
pedagógica foram dividas em cinco partes.
A primeira parte, denominada “Relações interdisciplinares e contextuais”, teve
como objetivo geral, estabelecer relações interdisciplinares com as demais áreas do
conhecimento, para tanto foi realizada uma reunião específica com os pedagogos e
os professores das demais disciplinas da turma, onde todos os professores
presentes foram convidados a participar do projeto, e também foi realizado um
estudo em conjunto sobre as possibilidades do desenvolvimento e aplicação de
atividades metodologicamente organizadas para o estabelecimento de relações
interdisciplinares possíveis.
Na segunda parte (denominada: Revisão de conceitos básicos), as ações
foram desenvolvidas e aplicadas com os alunos do nono ano, turma “B” e teve como
objetivo geral a revisão de conceitos científicos básicos, ou seja, revisão de
conceitos que consistem em suportes para as abstrações e generalizações do
ensino e da aprendizagem que seriam propostos nas partes posteriores da
implementação; conceito de seres vivos, ecossistemas, fatores bióticos e abióticos,
meio ambiente, e as variadas formas de interferência do ser humano nos
ecossistemas, que podem resultar na degradação dos mesmos. As ações iniciaram
com a aplicação de questionário para avaliação dos conceitos prévios.
Durante o desenvolvimento desta fase, percebeu-se que as atividades
propostas, que envolviam os sentidos da visão, como o uso de caça palavras e uso
de imagens (desenhos que os alunos coloriram), teve boa receptividade por parte
dos alunos, fato esse, que contribuiu de forma significativa, para a ampliação e
generalização dos conceitos estudados. Este acontecimento pode ser comprado na
avaliação de conceitos prévios, por meio de questionário aplicado pré intervenção,
onde se constatou que os alunos limitavam o conceito de seres vivos à espécie
humana, relatando somente às características que são restritas a esta espécie,
como por exemplo, dormir, tomar banho, estudar, jogar bola, usar roupas, sapatos,
usar garfos e facas. Após a intervenção, quando se reaplicou o questionário de
avaliação foi possível constatar que passaram a conceituar seres vivos de uma
forma mais ampla, tal como um ser que se alimenta, que respira, que faz a digestão
dos alimentos e que é formado por células. Esta assimilação do conceito de seres
vivos possibilitou-lhes estender e ampliar a compreensão de novos conceitos, tais
como o que é ecossistema, e os fatores bióticos e abióticos que formam os
ecossistemas.
Num segundo momento desta fase as atividades, que possibilitaram aos
alunos participarem de uma forma mais prática e mais ativa, contribuiu também para
um rendimento maior da aprendizagem. Isto foi comprovado através da aula passeio
no entorno do Colégio, as atividades de sistematização realizada pelos alunos com a
mediação do professor, com base nesta ação pedagógica, foi bem produtiva e
permitiu constatar na prática que eles sabiam conceituar as interferências humanas
positivas e negativas sobre o ecossistema urbano em estudo.
As ações pedagógicas propostas na terceira parte (denominada: A estrutura
da organização dos seres vivos) da implementação, foram voltadas para a
compreensão da organização estrutural dos seres vivos, tendo como objetivo geral,
disponibilizar condições aos alunos para avançarem nos seus conhecimentos, sobre
os níveis de organização do organismo humano (células, tecidos, órgãos, sistemas),
e a compreensão do funcionamento do organismo humano como um “todo
integrado”, com ênfase para a relevância do Sistema Nervoso como coordenador
desse “todo integrado”, e para o papel do Sistema Sensorial, uma vez que é através
dos órgãos dos sentidos que o ser humano percebe o meio para interagir com ele.
Através da avaliação dos conceitos prévios, por meio de questionários pré-
intervenção, foi possível constatar, de forma geral, que os alunos identificavam as
estruturas que formam o organismo humano como sendo: células, órgãos e ossos, e
100% dos alunos não souberam responder sobre a forma de como as estruturas se
organizam para formar os sistemas que constituem o corpo humano. Quanto à
identificação dos sistemas que formam o organismo humano, foi possível constatar
que 40% dos alunos não sabiam identificar os sistemas, 30% confundiram órgãos
com sistemas, 30% dos alunos conseguiram citar de dois a três sistemas, sendo os
mais citados: digestório, circulatório e nervoso.
Com relação às demais atividades, como elas foram organizadas partindo de
problematizações, já de início foi possível observar que os alunos demonstravam
não estar acostumados com estes tipos de atividades. Diante desta metodologia que
parecia ser nova para eles surgiram dois tipos específicos de reação: um primeiro
grupo que reagia demonstrando apatia, e um segundo grupo que tentava superar as
dificuldades tentando resolver as problematizações e buscando o apoio do
professor.
Mesmo diante do grau de dificuldade e da passividade de uma parte dos
alunos, a metodologia proposta possibilitou evolução na aprendizagem. Foi possível
observar esse acontecimento durante o processo de aplicação das atividades e na
avaliação pós intervenção, uma vez que ao término das atividades proposta, os
alunos demonstram uma compreensão sobre organização das estruturas que
formam o corpo humano. Os alunos ampliaram também a identificação de mais
sistemas, além do respiratório, digestório e nervoso. Os sistemas mais citados além
desses foram os sistemas sensorial, ósseo e muscular.
Além das atividades propostas, foi acrescentada uma experiência prática,
com o objetivo de reforçar a importância do Sistema Sensorial para a percepção do
ambiente. Esta atividade foi realizada no laboratório. A sala foi dividida em três
equipes com 12 alunos, para a realização das experiências propostas. Esta
metodologia consistiu em três ações com problematizações específicas. A primeira
ação foi para trabalhar a função dos órgãos da visão e do tato. Foram vedados os
olhos de um aluno da equipe, e posteriormente lhe foi dado alguns objetos, tais
como brinquedos, utensílios domésticos, garrafas de suco, entre outros para que o
mesmo tentasse, identificar os objetos através do tato, enquanto os demais
assistiam. Esta ação prendeu a atenção dos que assistiam, pois instigava os alunos
expectadores, que ficavam na expectativa para ver se sem o auxílio da visão, o
aluno vendado, conseguiria identificar ou não o objeto somente com o uso do tato.
Na segunda ação foram apresentados aos alunos três copos de vidro com
diferentes conteúdos, líquidos (substâncias compostas homogêneas) que não
poderiam ser identificadas somente com o uso da visão ou do tato, por
apresentarem uma única fase. O primeiro copo continha apenas água, o segundo
copo continha uma mistura de álcool com água e o terceiro copo com uma solução
de água com açúcar. Apenas com o sentido da visão, eles não conseguiriam
identificar a substância dos copos. Foi pedido então que usassem o olfato, para
tentar identificar, o que despertou muita curiosidade, e todos queriam tentar
identificar. Conseguiram identificar apenas o copo que continha a mistura de água
com álcool, o primeiro e o terceiro copo não foi possível identificar só com o auxílio
do olfato e da visão. Foi pedido então que usassem o paladar para a identificação
das substâncias que faltavam. Novamente, surgiu uma curiosidade, natural da faixa
etária, todos queriam provar as substâncias do primeiro e do terceiro copo. Então,
conseguiram identificá-las através do paladar.
Paralelamente com a ação dos alunos iam sendo expostas os conceitos dos
órgãos que compõem o sistema sensorial, e também a função e a importância de
cada órgão para os seres humanos perceberem e se relacionarem com o ambiente.
Pode-se afirmar que esta ação metodológica atingiu o objetivo proposto, em
conseqüência do grau de participação e envolvimento dos alunos durante a sua
aplicação.
E um segundo momento, foi realizada uma aula passeio no Parque do Japão,
com o objetivo de revisar os conceitos estudados na segunda parte da
implementação, e para o estudo da função do sistema sensorial. A “beleza
fascinante” do Parque produziu tanto encantamento nos alunos, o que fez com que
eles demonstrassem muita resistência, em discutir conceitos científicos naquele
momento, pois queriam aproveitar cada minuto para apreciar a complexidade e a
beleza natural do ecossistema. Portanto, as questões propostas, tiveram que ser
realizada, na sala de aula, após o passeio.
Na fase de aplicação das atividades de contextualização com o uso do filme
“Tempos Modernos”, possibilitou a ampliação e a generalização de conceitos sobre
a compreensão da função do Sistema Nervoso, como coordenador dos demais
sistemas que formam o corpo humano, pois foi direcionada uma problematização
específica sobre a cena do filme em que Carlitos, trabalhando como guarda noturno
em uma galeria de lojas foi atacado por um grupo de assaltantes. Durante o assalto
um barril de vinho foi atingido por um tiro que por sua vez esguichava a substância
no rosto de Carlitos, fazendo com que ele a ingerisse em grande quantidade,
alcoolizando-se. A cena de Carlitos bêbado no filme juntamente com o seu
desfecho, contextualiza claramente a função do Sistema Nervoso sobre os demais
sistemas, pois o efeito do álcool sobre o Sistema Nervoso de Carlitos, fez com que
ele perdesse totalmente a coordenação motora, lutando bravamente para se manter
de pé, mas não conseguindo, por fim acaba dormindo sobre o balcão da loja, sendo
flagrado ali e conseqüentemente acaba por perder o emprego.
É importante observar que são cenas do filme que se destacam, não só por
possibilitar a compreensão da contextualização dos conceitos científicos ensinados,
mas também porque o ator e cineasta “consegue transformar tragédia em arte, pois
as cenas são muito cômicas”. Portanto, na utilização desse filme, a metodologia
proposta e aplicada disponibilizou melhores condições para alavancar uma
aprendizagem significativa, pois abriu espaço para as relações interdisciplinares com
outras disciplinas, sendo neste contexto específico com a disciplina de Artes
conforme propõe as Diretrizes Curriculares Estaduais (PARANÁ, 2008).
Na quarta etapa da implementação, (denominada: A poluição sonora: o que
é?, causas, conseqüências e legislação) o objetivo geral foi criar condições para a
compreensão do que é a poluição sonora, e dos prejuízos que o fenômeno provoca
para a saúde das pessoas e para a aprendizagem, buscando usar essa
compreensão como ferramenta de sensibilização e conscientização de que todos
esses malefícios podem e devem ser evitados, com uma mudança de
comportamento.
Partindo da prática social do aluno, foi aplicado um questionário para
avaliação dos conceitos prévios. Participaram desta atividade vinte e nove alunos.
Os dados abaixo demonstram as questões investigadas com seus respectivos
resultados (Tabelas 1 à 4 e Gráficos 1 e 2).
Tabela 1: Apresenta os resultados obtidos com as questões de investigação a respeito das conseqüências do excesso de ruídos sobre: concentração, audição, aprendizagem e pertubação física ou psicológica
QUESTÕES RESULTADOS SIM (%) NÃO (%)
1. O excesso de ruídos no ambiente escolar dificulta a concentração?
86 14
2. O excesso de ruídos dificulta ouvir as explicações do professor?
96 4
3. O excesso de ruídos no ambiente escolar dificulta a sua aprendizagem?
89 11
4. O excesso de ruídos te causa algum tipo de perturbação física ou psicológica?
72 28
Fonte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013
Gráfico 1 : Apresentamresultados demonstraram:
Fonte: Alunos, dados obtidos em
Tabela 2 : Apresenta os conceito
Barulho
Tudo que podemos ouvir
Citaram exemplos: cachorro latindo, musica
Não responderam
Ruídos sonoros
Vibração percebida pelo ouvido humano
Ondas
Fonte: Alunos, dados obtidos em abril
Tabela 3 : Apresentam os conceito
Barulho
Barulho irritante
Não responderam
Barulho desnecessário
Citaram exemplos: mosquito voando, portas rangendo, pessoas comendo, alunos correndo pelos corredores
Coisa que tem som
Barulho baixo
Som agudo
Fonte: Alunos, dados obtidos em abril
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Irritabilidade
57%
: Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadasresultados demonstraram:
Fonte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013
conceitos prévios de som, redigidos pelos alunos, os resultados demonstraram:CONCEITO
Citaram exemplos: cachorro latindo, musica tocando, som de carro
Vibração percebida pelo ouvido humano
nte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013
conceitos de ruídos, redigidos pelos alunos, os resultados CONCEITO
Citaram exemplos: mosquito voando, portas rangendo, pessoas comendo, alunos correndo pelos corredores
onte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013
Irritabilidade Desânimo Dores de
cabeça
Cansaço
mental
Cansaço
físico
52%
33%
14%
às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos alunos, os
, os resultados demonstraram: RESULTADOS
(%)
45
10
10
10
7
3
3
, os resultados demonstraram: RESULTADOS
(%)
34
19
10
10
Citaram exemplos: mosquito voando, portas rangendo, pessoas comendo, 10
7
7
3
Cansaço
físico
Insônia
9% 9%
Gráfico 2 : poluição sonora
Fonte: Alunos, dados obtidos em
Tabela 4: Apresenta resultados obtidos ao investigarpelos alunos sobre poluição sonora foram:
1 - Não responderam2 - Ruídos que prejudicam a audição3 - Citaram exemplos: som
pessoas falando ao mesmo tempo; várias músicas exec utadas ao mesmo tempo, poda de árvores, música ruim, música pesada
4 - Excesso de barulho5 - Barulho à noite 6 - Som que polui a mente7 - Barulho infernal que acaba prejudicando muito
Fonte: Alunos, dados obtidos em abril
Os resultados apresentados na tabela 4, demonstram que mais de 60% dos
alunos não souberam conceituar o fenômeno (itens 1 e 3), sendo, que destes 30%
souberam apenas citar exemplos (item 3). Em torno de 10% dos alunos
apresentaram um conceito restrito ou limitado sobre o fenômeno (itens 6 e 7),
enquanto que, 17% conseguiram ampliar um pouco mais, incluindo o prejuízo para a
audição (item 3).
O segundo passo da
corresponde à problematização. Portando, quanto à primeira problematização, eles
foram induzidos a refletir sobre os prejuízos do excesso de ruídos para
aprendizagem, 100% dos alunos afirmaram que se
sua aprendizagem seria melhor e justificaram, conforme o exposto na tabela abaixo.
: Apresenta a resposta dos alunos a questão: “Você sabepoluição sonora?”, os alunos responderam:
Fonte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013
Apresenta resultados obtidos ao investigar a prática social dos alunos, os conceitos sobre poluição sonora foram:
CONCEITO
Não responderam Ruídos que prejudicam a audição
Citaram exemplos: som alto, várias pessoas falando alto; pessoas falando ao mesmo tempo; várias músicas exec utadas ao mesmo tempo, poda de árvores, música ruim, música pesada
Excesso de barulho
Som que polui a mente infernal que acaba prejudicando muito
nte: Alunos, dados obtidos em abril de 2013
Os resultados apresentados na tabela 4, demonstram que mais de 60% dos
alunos não souberam conceituar o fenômeno (itens 1 e 3), sendo, que destes 30%
citar exemplos (item 3). Em torno de 10% dos alunos
apresentaram um conceito restrito ou limitado sobre o fenômeno (itens 6 e 7),
enquanto que, 17% conseguiram ampliar um pouco mais, incluindo o prejuízo para a
O segundo passo da Pedagogia Histórico Crítica, proposta por Saviani (1986)
corresponde à problematização. Portando, quanto à primeira problematização, eles
foram induzidos a refletir sobre os prejuízos do excesso de ruídos para
aprendizagem, 100% dos alunos afirmaram que se não houvesse tanto barulho, a
sua aprendizagem seria melhor e justificaram, conforme o exposto na tabela abaixo.
62%
38%
“Você sabe o que é
a prática social dos alunos, os conceitos redigidos
RESULTADOS (%)
31 17
alto, várias pessoas falando alto; pessoas falando ao mesmo tempo; várias músicas exec utadas ao mesmo
30
10 3 3 3
Os resultados apresentados na tabela 4, demonstram que mais de 60% dos
alunos não souberam conceituar o fenômeno (itens 1 e 3), sendo, que destes 30%
citar exemplos (item 3). Em torno de 10% dos alunos
apresentaram um conceito restrito ou limitado sobre o fenômeno (itens 6 e 7),
enquanto que, 17% conseguiram ampliar um pouco mais, incluindo o prejuízo para a
Pedagogia Histórico Crítica, proposta por Saviani (1986)
corresponde à problematização. Portando, quanto à primeira problematização, eles
foram induzidos a refletir sobre os prejuízos do excesso de ruídos para
não houvesse tanto barulho, a
sua aprendizagem seria melhor e justificaram, conforme o exposto na tabela abaixo.
SIM
NÃO
Tabela 5 : Apresenta informações referentes a aprendizagem apontadas pelos alunos: JUSTIFICATIVA RESULTADOS
(%) O barulho dificulta a aprendizagem 39 O barulho dificulta a atenção 32 O barulho dificulta a concentração 21 O barulho dificulta a audição 8
Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013
Na fase de instrumentalização, os alunos trabalharam em equipes, que
ficaram encarregadas de resolver as questões que lhes foram atribuídas,
envolvendo vários conceitos: som, ruídos, formas de propagação do som, como é
captado pelo ouvido e transmitido ao cérebro, como é medido, limites de medidas de
sons estabelecidos em leis para os ambientes da escola, (salas de aula, corredores,
bibliotecas laboratórios); poluição sonora, aspectos específicos da poluição sonora,
efeitos negativos do fenômeno sobre o bem estar e a saúde das pessoas, ou seja,
as doenças que o fenômeno provoca, leis que enquadram o fenômeno como crime
ambiental, e penalidades para quem praticar o crime.
Nesta fase os alunos apresentaram muita dificuldade, para a realização das
tarefas, pois algumas equipes, não conseguiam se organizar ou se entrosar, para
desenvolver as atividades, o que demandou muita paciência, por parte do professor.
Nesta fase ainda foi, realizada uma gincana, entre as equipes, sobre os conteúdos
estudados, na qual os alunos participaram com muita motivação. Foi apresentada
uma palestra também sobre os efeitos patológicos da poluição sonora sobre as
saúde, o que contribuiu também para reforçar a aprendizagem dos conceitos
trabalhados.
Em seguida foram aplicadas atividades de contextualização dos conceitos
trabalhados: sendo apresentadas questões, sobre as medidas que poderiam ser
tomadas pela Direção da Escola para minimizar a problema do excesso de ruídos
nos ambientes da Escola. Os alunos apresentaram sugestões diversas que variam
entre a convocação dos pais dos alunos que cometem excessos de ruídos para uma
conscientização; sugeriram também dar advertências, aplicar penalidades, tarefa
para casa, fazer serviço comunitário, houve até mesmo sugestão de expulsão.
Ainda nesta fase, foram questionados sobre se conseguiam estabelecer
alguma correlação entre o excessivo número de atestados e licenças médicas
apresentadas pelos professores e agentes educacionais à secretaria da Escola e o
fenômeno da poluição sonora produzida no ambiente escolar. Os resultados obtidos
mostraram que 97% dos alunos afirmaram que existe correlação entre os dados
sobre o número de atestados e licenças médicas com o fenômeno em questão,
apenas 3% dos alunos afirmam que não acredita nesta correlação.
Foram questionados também sobre se conseguiam estabelecer alguma
correlação sobre o baixo resultado do IDEB, com o fenômeno em questão, sendo
que 93% dos alunos afirmaram que o baixo rendimento da aprendizagem,
constatado pelo IDEB, têm relação com o fenômeno da poluição sonora e apenas
7% dos alunos não estabelece correlação entre o fato e o fenômeno.
Retornando à prática social dos alunos, através dos questionários aplicados
após a intervenção foi possível constatar, que houve uma ampliação e generalização
dos conceitos estudados, tais como, conceito de som de ruídos e de poluição
sonora.
Tabela 6: Demonstra a evolução da aprendizagem do conceito de poluição sonora redigido pelos alunos.
CONCEITO RESULTADOS (%)
1 - Som muito alto 25 2 - Barulho alto que causa doenças ou danos à saúde 25 3 - Excesso de ruídos que causa mudanças nas propriedades
físicas do ambiente 17
4 - Excesso de barulho 17 5 - Barulho alto 7 6 - Respostas evasivas 6 7 - Aspectos específicos da poluição sonora 3
Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013
Uma análise comparativa entre os conceitos redigidos pelos alunos,
demonstrados na tabela 4 (pré intervenção) com a tabela 6 (pós intervenção) aponta
que houve evolução da aprendizagem dos conceitos, visto que, a tabela anterior
30% dos alunos só citaram alguns exemplos do fenômeno (item 3) e 30 % não
souberam conceituá-los (item 1) e apenas 17% mencionaram que o fenômeno
prejudica somente a audição (item 2), enquanto que após a intervenção, 25% dos
alunos mencionaram que o fenômeno causa doenças ou danos à saúde (item 2).
Foi cobrado também dos alunos que relacionassem no mínimo três ou mais
efeitos nocivos da poluição sonora sobre o bem estar das pessoas e três ou mais
doenças que ela provoca, e constatou-se que 100% dos alunos souberam relacionar
corretamente ambas as questões.
Iniciou-se, então a V etapa da implementação (denominada: Formação dos
agentes multiplicadores), etapa onde foi proposta atividades de organização e
montagem das oficinas, para serem desenvolvidas, junto às demais turmas do
Ensino Fundamental do período da manhã. Ou seja, este seria o momento em que
os alunos, deveriam se tornar os “agentes disseminadores” da “cultura do silêncio no
espaço escolar”.
Nesta etapa, doze professores das turmas do Ensino Fundamental do período
da manhã, também participaram do projeto respondendo uma avaliação que tratava
dos efeitos do excesso de ruídos sobre a sua saúde, o rendimento do seu trabalho e
a respeito dos fatores que influenciam o rendimento da aprendizagem das suas
turmas, que apresentaram os seguintes resultados:
Tabela 7 : Apresenta resultados obtidos sobre a avaliação dos excessos de ruídos sobre a saúde e o rendimento do trabalho pedagógico dos professores e fatores que influenciam no rendimento da aprendizagem dos alunos
QUESTÕES RESULTADOS SIM (%) NÃO (%)
1. O excesso de ruídos pelos corredores, nas salas de aula, ou nos demais ambientes da Escola prejudica o bom andamento do seu trabalho em sala d e aula?
100 0
2. O excesso de ruídos pelos corredores, nas salas de aula, ou nos demais ambientes da Escola prejudica a aprendizagem dos seus alunos?
100 0
3. O excesso de ruídos pelos corredores, nas salas de aula, ou nos demais ambientes da Escola te causa algum tipo de perturbação física ou psicológi ca?
80 20
Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013
Com relação aos efeitos nocivos da poluição sonora sobre o bem estar e a
saúde das pessoas, foi possível constatar também que os 20% dos professores que
não apresentam perturbações físicas ou psicológicas, são aqueles que têm carga
horária maior em turmas que não são ruidosas (ensino médio), e trabalham com
carga horária mínima, no ensino fundamental (máximo três horas por semana),
conseqüentemente o tempo de exposição aos excessos de ruídos desses
profissionais também é mínimo (Gráfico 3, Tabelas 8 e 9).
Gráfico 3 : Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos professores, os resultados demonstraram:
Fonte: Alunos, dados obtidos em maio
Com relação aos efeitos negativos da poluição sonora sobre o bem estar e a
saúde das pessoas, se for feito uma análise em termos de comparação, entre os
resultados apresentados nos gráficos das perturbações físicas e psicológicas de
alunos e professores, poderá se verificar que o gráfico dos alunos apontam sete
tipos de perturbações enquan
perturbações. Poderá se constatar também que o percentual de alunos que
apresentam os sintomas está 40% menor. Deve se considerar que o tempo de
exposição aos excessos de ruídos é 50% menor, do que o tempo de
professores, enquanto os alunos permanecem por quatro horas diárias no Colégio,
os professores, permanecem por oito horas ou mais.
Tabela 8 : Apresenta resultados damotivos atribuídos ao baixo rendimento da aprendizagem, os resultados foram:
MOTIVOS
Desinteresse por parte do alunoMá alfabetização Falta de pré -requisito na matériaFalta comprometimento da família
Fonte: Alunos, dados obtidos em maio
Tabela 9 : Apresenta os motivos desinteresse dos alunos pela aprendizagem:
Falta de compromisso com o estudoDéficit de atenção Desestrutura familiarProblemas de saúde
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
100%
90%
: Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos professores, os resultados demonstraram:
nte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013
Com relação aos efeitos negativos da poluição sonora sobre o bem estar e a
pessoas, se for feito uma análise em termos de comparação, entre os
resultados apresentados nos gráficos das perturbações físicas e psicológicas de
alunos e professores, poderá se verificar que o gráfico dos alunos apontam sete
tipos de perturbações enquanto que o dos professores apontam onze tipos de
perturbações. Poderá se constatar também que o percentual de alunos que
apresentam os sintomas está 40% menor. Deve se considerar que o tempo de
exposição aos excessos de ruídos é 50% menor, do que o tempo de
professores, enquanto os alunos permanecem por quatro horas diárias no Colégio,
os professores, permanecem por oito horas ou mais.
: Apresenta resultados da investigação realizada junto aos mesmos professores sobre os dos ao baixo rendimento da aprendizagem, os resultados apontados pelos professores
Desinteresse por parte do aluno
requisito na matéria Falta comprometimento da família
Alunos, dados obtidos em maio de 2013
otivos apontados pelos profissionais entrevistados às causas que geram o desinteresse dos alunos pela aprendizagem:
MOTIVOS Falta de compromisso com o estudo
Desestrutura familiar Problemas de saúde
90%
80% 80%
70%
50%
40%
30%
10%
: Apresentam às perturbações físicas e psicológicas apontadas pelos professores,
Com relação aos efeitos negativos da poluição sonora sobre o bem estar e a
pessoas, se for feito uma análise em termos de comparação, entre os
resultados apresentados nos gráficos das perturbações físicas e psicológicas de
alunos e professores, poderá se verificar que o gráfico dos alunos apontam sete
to que o dos professores apontam onze tipos de
perturbações. Poderá se constatar também que o percentual de alunos que
apresentam os sintomas está 40% menor. Deve se considerar que o tempo de
exposição aos excessos de ruídos é 50% menor, do que o tempo de exposição dos
professores, enquanto os alunos permanecem por quatro horas diárias no Colégio,
investigação realizada junto aos mesmos professores sobre os apontados pelos professores
RESULTADOS (%)
100 66 25 8
pelos profissionais entrevistados às causas que geram o
RESULTADOS (%) 100 66 66 8
10% 10% 10%
Fonte: Alunos, dados obtidos em maio de 2013
Ainda na quinta e última parte da implementação as atividades aplicadas aos
alunos, foram desenvolvidas em equipes com o auxílio do professor. As equipes
montaram uma oficina, com questões e trabalhos com uso de imagens, desenhos,
cartazes, objetivando estender para as demais turmas do Ensino Fundamental, a
compreensão do fenômeno da poluição sonora, com os efeitos que ela implica para
a saúde das pessoas e para o rendimento da aprendizagem, buscando usar essa
compreensão para a sensibilização e conscientização de que esses prejuízos
podem e devem ser evitados através da mudança de comportamento, ou seja,
disseminar a cultura do silêncio no “espaço escolar”.
As oficinas realizadas obtiveram muito sucesso, pois na construção do
material tomou-se o cuidado de se trabalhar as informações com o uso de mais
imagens e menos textos. Procurou-se, também usar uma linguagem bem adequada
à faixa etária e à capacidade cognitiva do público-alvo. Estas ações contribuíram
muito, no sentido de prender a atenção do público, conquistando um envolvimento
bem ativo dos participantes. Tudo isto ficou confirmado no processo de avaliação,
realizados com os professores, pedagogos e agentes educacionais que participaram
das mesmas, uma vez que, através do questionário de avaliação foi possível
constatar que as oficinas atingiram 100% de aprovação em todos os quesitos
(material usado, palestras, a atenção do público e objetivos propostos) (Tabela 10).
O público que avaliou as oficinas apresentaram como sugestões: maior divulgação
do material produzido e do tema trabalhado, e inclusive que os alunos trabalhassem
os conteúdos apreendidos, no seu cotidiano com a família (Tabela 10).
Tabela 10 : Aponta os resultados da avaliação realizada pelos profissionais, sobre as oficinas realizadas pelos “agentes disseminadores”
QUESTÕES RESULTADOS SIM (%) NÃO (%)
1. As palestras e o material apresentado pelos “agentes disseminadores” prenderam a atenção do público alvo?
100 0
2. Os agentes disseminadores atingiram os objetivos propostos?
100 0
3. Percebeu melhora no comportamento do público com o trabalho realizado?
100 0
Fonte: Professores, Pedagogos, Agentes Educacionais, dados obtidos em junho de 2013
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com relação à metodologia usada, foi constatado, que o passo mais
complexo para se trabalhar é o da problematização, por várias razões, sendo uma
delas, a “questão cultural”, isto é, os alunos apresentam uma “cultura de resistência”
em relação às atividades que fogem dos métodos mais tradicionais, ou seja,
atividades diferenciadas, como por exemplo, o uso de tecnologias, estudos de caso,
estudos de campo, aula-passeio, palestras, entre outras, os alunos não concebem
como aula. Uma segunda questão que dificultou a “problematização”, é que este
passo, exige que o aluno tenha que fazer escolhas ou tomar decisões, ou seja, o
aluno têm que se tornar ativo, uma vez que o processo de tomada decisões implica
em conseqüências, o que vai lhe gerar insegurança. Isto evidência que não é tão
fácil para o aluno deixar de ser um simples receptor de informações, para se tornar
um sujeito ativo, na construção do conhecimento. Mas, foi possível constatar,
durante o desenvolvimento das atividades, que houve uma gradativa redução dessa
resistência.
É importante ressaltar também, que um dos momentos mais difíceis para a
execução do projeto, foi aquele, em que eles tiveram que trabalhar em equipes,
fazendo o uso de pesquisa, para resolução de problemas. As equipes apresentaram
um alto grau de dispersão, e de dificuldade de entrosamento entre os seus
componentes para a organização e a realização das atividades proposta. Estas
dificuldades, só foram superadas, através de muita paciência e persistência, e
demandaram também muito investimento em termos de tempo.
Como o projeto, visava não só a conscientização, para uma mudança de
postura, com relação ao ambiente sonoro da Escola, mas visava também, usar o
fenômeno como ferramenta de estudos no processo de ensino e aprendizagem,
acabou tornando-se muito extenso, devido às dificuldades e à resistência com a
metodologia, em determinados momentos. Mas, é muito importante enfatizar, que
alcançou ótimos resultados, devido, ao envolvimento e à participação dinâmica e
responsável dos alunos enquanto “agentes disseminadores” da “cultura do silêncio”,
nos ambientes da Escola, junto às demais turmas do Ensino Fundamental.
Foi possível constatar, que a metodologia de atribuir-lhes as atividades de
organizar e de aplicar as oficinas, fez com que eles se sentissem valorizados,
tentando corresponder da melhor forma possível a confiança que lhes foi
depositada, tanto que, obtiveram 100% de aprovação em todos os quesitos (material
usado, conteúdo trabalhos e objetivos propostos), pelo público que lhes avaliaram. O
sentir-se “importante” ou “valorizado”, contribuiu de forma muito significativa para a
melhoria do comportamento e do rendimento da aprendizagem da turma.
Quanto ao público-alvo, que foram as demais turmas do ensino fundamental
da manhã, pode-se afirmar que houve uma sensível melhora no comportamento dos
mesmos, mas que ainda não é considerada a ideal. Portanto, ainda há a
necessidade de continuidade do trabalho de sensibilização, por isso pretende-se,
dar continuidade a mais ações, e à medida que for possível, envolver mais
parceiros, para a execução das mesmas.
No decorrer do desenvolvimento desse trabalho foi possível constatar, que a
poluição sonora nos ambientes escolares, traz prejuízos para a aprendizagem dos
alunos e para a saúde dos profissionais expostos a ela. Portanto, pode se concluir,
que este problema tem que ser levado ao conhecimento das esferas externas
(famílias, comunidades, Núcleos Regionais, e Secretaria de Estado da Educação), e
que estas esferas, também se mobilizem, através de projetos mais amplos de
sensibilização e de medidas preventivas, quanto à problemática em questão, visto
que a poluição sonora se constitui em um problema de saúde pública e crime
ambiental. A maioria dos dados auferidos com o presente projeto indica que, se não
houver uma sensibilização e um maior envolvimento das demais esferas, no
combate à poluição sonora no ambiente escolar, os índices do IDEB tendem a
continuar baixos, os profissionais expostos ao problema continuarão adoecendo e
conseqüentemente a Escola Pública continuará enfrentando um sério obstáculo para
o cumprimento da sua função social.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Diretrizes curriculares da educação básica. Curitiba: SEED, 2008.
PORTO GONÇALVES, C. V. Os (des) caminhos do meio ambiente. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2000.
SAVIANI, D. Escola e democracia. 13. ed. São Paulo: Cortez, 1986.
SOUZA, A. M.; FONSECA, G. R. S. A poluição sonora no ambiente escolar: reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem . 2005.50 f. Dissertação (Mestrado) Pós-gradução de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente do Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário Plínio Leite, Niterói, 2005