Post on 14-Jun-2020
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
Escola de Ciências Médicas Farmacêuticas e Biomédicas
e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS
COMPONENTE ESPECÍFICO
Curso: Farmácia
Organizador(es):
Profª Drª Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
Profª. Drª. Jaqueline Gleice Aparecida de Freitas
Prof. Dr. Leonardo Luiz Borges
Profª. Drª. Suzana Ferreira Alves
Profª. Drª. Vania Cristina Rodriguez Salazar
Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
Prof. Dr. Vinicius Barreto da Silva
Profª. Drª Wanessa Machado Andrade
SUMÁRIO
QUESTÃO Nº 09
Autor(a): Profª Drª Suzana Ferreira Alves
QUESTÃO Nº 10
Autor(a): Profª. Drª. Vania Cristina Rodriguez Salazar
QUESTÃO Nº 11
Autor(a): Profª Drª Suzana Ferreira Alves
QUESTÃO Nº 12
Autor(a): Profª Drª Suzana Ferreira Alves
QUESTÃO Nº 13
Autor(a): Profª. Drª. Vania Cristina Rodriguez Salazar
QUESTÃO Nº 14
Autor(a): Profª Drª Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
QUESTÃO Nº 15
Autor(a): Profª. Drª Wanessa Machado Andrade
QUESTÃO Nº 16
Autor(a): Profª Drª Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
QUESTÃO Nº 17
Autor(a): Prof. Dr. Leonardo Luiz Borges
QUESTÃO Nº 18
Autor(a): Prof. Dr. Vinicius Barreto da Silva
QUESTÃO Nº 19
Autor(a): Profª. Drª Wanessa Machado Andrade
QUESTÃO Nº 20
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
QUESTÃO Nº 21
Autor(a): Prof. Dr. Leonardo Luiz Borges
QUESTÃO Nº 22
Autor(a): Profª. Drª. Jaqueline Gleice Aparecida de Freitas
QUESTÃO Nº 23
Autor(a): Autor(a): Profª. Drª Wanessa Machado Andrade
QUESTÃO Nº 24
Autor(a): Prof. Dr. Leonardo Luiz Borges
QUESTÃO Nº 25
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
QUESTÃO Nº 26
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
QUESTÃO Nº 27
Autor(a): Profª Drª Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
QUESTÃO Nº 28
Autor(a): Profª. Drª. Jaqueline Gleice Aparecida de Freitas
QUESTÃO Nº 29
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
QUESTÃO Nº 30
Autor(a): Autor(a): Profª. Drª Wanessa Machado Andrade
QUESTÃO Nº 31
Autor(a): Prof. Dr. Leonardo Luiz Borges
QUESTÃO Nº 32
Autor(a): Prof. Dr. Vinicius Barreto da Silva
QUESTÃO Nº 33
Autor(a): Prof. Dr. Vinicius Barreto da Silva
QUESTÃO Nº 34
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
QUESTÃO Nº 35
Autor(a): Profª. Drª. Jaqueline Gleice Aparecida de Freitas
QUESTÕES
QUESTÃO Nº 09
A homeopatia, prática integrativa e complementar presente nas políticas públicas de
saúde, demanda que o farmacêutico conheça as técnicas de manipulação dos
medicamentos e os seus insumos. Um exemplo de insumo homeopático é a tintura-
mãe, que é a forma farmacêutica líquida da qual se originam as diferentes formas e
diluições de medicamentos homeopáticos. De acordo com as normas e técnicas
vigentes de produção e manipulação de tinturas-mãe, avalie as afirmações a seguir.
I. As tinturas-mãe devem ser utilizadas diretamente na impregnação de formas
farmacêuticas sólidas homeopáticas, tais como os glóbulos.
II. O preparo das tinturas-mãe pode ser feito por meio da técnica de extração em que se
utiliza aparelho de Soxhlet.
III. O preparo das tinturas-mãe a partir de vegetais é feito por meio da utilização de
etanol em diferentes graduações como líquido extrator, sendo a relação resíduo
sólido/volume final da tintura-mãe igual a 1:10.
IV. As tinturas-mãe podem ser utilizadas, segundo o método hahnemanniano, como
ponto de partida para a manipulação de medicamentos na escala cinquenta milesimal
(LM), sendo necessária a correção da sua força medicamentosa. É correto apenas o
que se afirma em:
A) I e II.
B) II e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I, III e IV.
Gabarito: C
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Preparo de tintura-mãe e diluições homeopáticas.
Autor(a): Profa. Dra. Suzana Ferreira Alves
Comentário: A afirmação I está falsa, pois a tintura-mãe deve ser diluída antes de ser
impregnada em qualquer tipo de forma farmacêutica homeopática, uma vez que a
tintura-mãe é muito concentrada e pode provocar intoxicação se não for diluída e
também, se não for diluída não segue o princípio da dinamização de Hahnemman.
A afirmação II está falsa, visto que o preparo das tinturas-mães se dá pelo método de
maceração à frio e não emprega aparelhos para sua obtenção. A maceração da
matéria-prima vegetal, mineral ou animal é realizada manualmente.
As afirmativas III e IV descrevem corretamente o princípio da dinamização proposta
por Hahnemman e a farmacotécnica homeopática correta de se obter a partir da
tintura-mãe um medicamento homeopático.
Referências:
FONTES, O. L. Farmácia homeopática: teoria e prática. 4. ed. Barueri, SP: Manole,
2013.
LATHOUD, J. A. Estudos de matéria médica homeopática. 3. ed. São Paulo:
Organon, 2010.
QUESTÃO Nº 10
Em novembro de 2015, ocorreu o que está sendo considerado o maior acidente
ambiental do país, o vazamento da barragem de Fundão, na região de Mariana, em
Minas Gerais, espalhando enorme quantidade de lama e rejeitos de mineração. Essa
lama continha enorme quantidade de ferro, entre outros metais secundários
resultantes da atividade de mineração, o que causou, além do assoreamento, a
contaminação da água do Rio Doce e de seus afluentes.
Disponível em: . Acesso em: 30 jun. 2016 (adaptado).
Considerando essa situação e os efeitos da contaminação do organismo humano por
metais, avalie as afirmações a seguir.
I. O excesso de ferro pode ocasionar lesões hepáticas, podendo levar ao
hepatocarcinoma.
II. O chumbo pode provocar reações de oxidação lesivas às células, além de anemia e
disfunção renal.
III. O cádmio inativa sistemas enzimáticos, por se ligar a grupos sulfidrila das
moléculas de proteínas.
IV. O arsênio provoca efeitos de baixa gravidade, como alterações gastrointestinais
leves, a exemplo de náuseas e vômitos.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) II e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I, III e IV.
Gabarito: D
Tipo de questão: Difícil
Conteúdo avaliado: Toxicologia dos metais
Autor(a): Profa. Dra. Vania Rodríguez
Comentário:
A afirmativa descrita na alternativa I está correta, pois o ferro em altas concentrações
pode provocar lesões hepáticas, diabetes mellitus, alterações endócrinas e efeitos
cardiovasculares.
A afirmativa descrita na alternativa II está correta, pois dentre os efeitos tóxicos do
chumbo está a inibição da enzima deltaaminolevulinico desidratase (ALAD) ou
ferroquelatase, enzima que participa da biosìntese do grupo heme que forma parte da
hemoglobina, além dele também dele diminuir a meia vida eritrocitária. Os danos
renais estão relacionados ao efeito do chumbo na fosforilação oxidativa e o processo
de respiração celular.
A afirmativa descrita na alternativa III está correta, visto que o cádmio é um metal que
que se caracteriza por possuir alta afinidade pelo grupamento sulfidrila presente em
diversos sistemas enzimáticos que possuem resíduos do aminoácido cisteína,
inativando-os.
A afirmativa descrita na alternativa IV está incorreta, já que o arsênio em é um metal
que provoca graves efeitos tóxicos hematológicos, hepáticos, neurológicos e dérmicos
devido ao seu efeito citotóxico.
Referências:
OGA, S. Fundamentos de toxicologia. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
KLAASSEN, C. Casarett & Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons 6th
edition: ed. McGraw-Hill, 2001.
QUESTÃO Nº 11
Texto para as questões 11 e 12
Mikania glomerata Spreng., conhecida popularmente como guaco, é uma planta que
faz parte da lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado. O
extrato de guaco na dose de 0,5 a 5 mg/dia, por via oral, é indicado como
broncodilatador e expectorante, e pode ser prescrito pelo farmacêutico, pois é isento
de prescrição médica. Na análise fitoquímica do guaco, foram detectados cumarina
(Figura 1), estigmasterol (Figura 2), saponinas, entre outros constituintes. A cumarina é
utilizada no controle de qualidade das folhas de guaco, sendo o marcador do extrato,
além de ser um dos compostos responsáveis pela atividade farmacológica. O
dicumarol, a varfarina e a femprocumona (Figuras 3, 4 e 5, respectivamente) são
estruturas derivadas da cumarina, que apresentam propriedades anticoagulantes, pela
inibição da vitamina K. O guaco não é indicado para grávidas, crianças com menos de
dois anos de idade e pacientes que fazem uso de anticoagulantes.
CZELUSNIAK. et al. Farmacobotânica, fitoquímica e farmacologia do guaco: revisão
considerando Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schulyz Bip. ex Baker. Rev.
Bras. Pl. Med., v. 14, n. 2, 2012 (adaptado).
Com base nessas informações, avalie as asserções a seguir e a relação proposta
entre elas.
I. Caso um paciente com tosse e catarro (mal menor), há 3 dias, solicite um xarope ao
farmacêutico, ele pode prescrever um xarope de guaco, devendo, no entanto, orientar
o paciente a não usar concomitantemente ácido acetilsalicílico (AAS).
PORQUE
II. O ácido acetilsalicílico (AAS) inibe o fator de agregação plaquetária e seu uso tende
a aumentar o risco de hemorragias.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
Gabarito: A
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Heterosídeos cumarínicos e Anticoagulantes
Autor(a): Profa. Dra. Suzana Ferreira Alves
Comentário: A alternativa A é a correta, pois o AAS inibe tromboxano A2 que participa
da cascata da coagulação promovendo a conversão de protrombina em trombina, dessa
forma, uma vez que ocorre a inibição desse mediador da coagulação mais a presença
de cumarinas presente no extrato do guaco (contido no xarope) aumenta-se muito as
chances de hemorragias. Dessa forma, as duas asserções são verdadeiras e a segunda
asserção e justificativa da primeira, trata-se de uma interação entre os constituintes do
xarope de guaco que em sua maioria são cumarinas com o AAS.
Referências:
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. ed. Porto
Alegre: Ed. da UFRGS, 2010.
QUESTÃO Nº 12
Com base no texto, nas figuras e considerando o controle de qualidade, avalie as
afirmações a seguir.
I. Se na análise do perfil químico do extrato de guaco fosse realizada cromatografia
líquida de alta eficiência utilizando-se coluna de fase reversa e como fase móvel a
acetonitrila, o composto com maior tempo de retenção seria o estigmasterol, pois teria
maior afinidade pela fase estacionária.
II. Se o controle de qualidade do extrato de guaco fosse realizado por cromatografia em
camada delgada (CCD) utilizando-se como fase estacionária sílica gel e como fase
móvel uma mistura de acetato de etila e tolueno para separação dos compostos, o
estigmasterol apresentaria fator de retenção (Rf) menor que o da cumarina.
III. O controle fitoquímico de qualidade das folhas de guaco pode ser qualitativo, a
exemplo do teste para as saponinas detectadas pela formação de espuma persistente
em meio aquoso agitado, e quantitativo, utilizando-se a cromatografia em camada
delgada (CCD) para a análise do marcador químico, a cumarina.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: A
Tipo de questão: Difícil
Conteúdo avaliado: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; Cromatografia em camada
delgada e Propriedades físico-químicas de cumarinas.
Autor(a): Profa. Dra. Suzana Ferreira Alves
Comentário: A afirmativa I está correta, pois sendo uma coluna de fase reversa (apolar),
a fase móvel contendo acetonitrila também apolar e o estigmasterol a molécula mais
apolar dentre as apresentadas no enunciado, esse composto teria maior afinidade pela
fase móvel e seria arrastado por mais tempo através da fase estacionária (fase reversa)
sendo o último a ser eluído apresentando o maior tempo de retenção.
A afirmativa II está errada, pois sendo a fase móvel muito apolar o estigmasterol teria
uma fator de retenção (Rf) maior que o da cumarina, devido sua maior afinidade pela
fase móvel, portanto seria mais arrastado e demoraria mais a ser eluído, as cumarinas
ficariam retidas antes dele com Rf menor que do estigmasterol.
A afirmativa III está errada, pois cumarinas não são formadoras de espuma, dessa
forma, não seria adequado como teste qualitativo avaliar sua presença observando
formação de espuma. As cumarinas em testes qualitativos são avaliadas quanto a
fluorescência por absorção da luz ultravioleta.
Referências:
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. ed. Porto
Alegre: Ed. da UFRGS, 2010.
GIL, E. S. Controle físico-químico de qualidade de medicamentos. 3. ed. São Paulo:
Pharmabooks, 2010.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopéia brasileira. Brasília:
Anvisa, 2010.
QUESTÃO Nº 13
No Brasil, em 2015, foi realizado um estudo sobre a utilização de drogas de abuso entre
os caminhoneiros. Participaram do estudo 993 motoristas de caminhão, que coletaram,
voluntariamente, amostras de urina para a realização das análises toxicológicas. Os
resultados foram positivos para o uso de anfetaminas (5,4%), cocaína (2,6%) e
maconha (1,0%).
SINAGAWA D.M. et al. Association between travel length and drug use among brazilian truck
drivers. Traffic Inj. Prev., v. 16, n. 1, p. 5-9, 2015 (adaptado).
Em relação às análises toxicológicas das drogas de abuso e/ou seus metabólitos na
urina, avalie as afirmações a seguir.
I. A concentração salivar de cocaína, quando analisada, é equivalente à concentração
urinária dessa droga.
II. A detecção urinária do metabólito benzoilecgonina é compatível com resultado
positivo para cocaína.
III. A metadona é o metabólito primário para indicar o uso recente de estimulantes como
as anfetaminas.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: B
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Análises toxicológicas de drogas de abuso, toxicologia de drogas
estimulantes cocaína e anfetaminas e toxicocinética da cocaína
Autor(a): Profa Dra. Vania Rodríguez
Comentário: A afirmativa da alternativa I está incorreta, pois não existe relação entre a
concentração da cocaína na saliva com a concentração do seu metabólito na urina.
A afirmativa da alternativa II está correta, já que o metabólito da cocaína que é
detectado em casos suspeitos de uso de cocaína é a benzoilecgonina.
A afirmativa III está incorreta, já que a metadona é um narcoanalgésico opiáceo
derivado do fentanil e não tem relação nenhuma com as anfetaminas.
Referências:
OGA, S. Fundamentos de toxicologia. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
MOREAU, R.L.M.; SIQUEIRA, M.E.P.B. Ciências farmacêuticas: Toxicologia
analítica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
QUESTÃO Nº 14
A indústria de lácteos tem utilizado bactérias lácticas nos mais variados produtos, como
culturas iniciadoras ou adjuntas em leites fermentados e queijos, pois elas favorecerem
características sensoriais e tecnológicas, além de promover a conservação, inibindo a
competição da microbiota deteriorante e de agentes patogênicos. Esses produtos
devem também atender aos padrões de identidade e qualidade, que garantem ao
consumidor um alimento padronizado, seguro e de qualidade.
WENDLING, L.K; WESCHENFELDER, S. Probióticos e alimentos lácteos fermentados: uma
revisão. Rev. Inst. Laticínios Cândido Tostes. v. 68, n. 395, p. 49-57, 2013 (adaptado).
Nesse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. O leite não é meio adequado para a multiplicação de microrganismos probióticos, o
que torna a produção de leite fermentado probiótico um grande desafio para a indústria.
PORQUE
II. A multiplicação de bactérias probióticas em leite como meio de cultivo é lenta, em
virtude, principalmente, da ausência de atividade proteolítica, podendo ser necessária a
incorporação de nutrientes, como peptídios e aminoácidos, e de outros fatores de
crescimento, para se reduzir o tempo de fermentação.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta
da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
Gabarito: A
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Processos fermentativos.
Autor(a): Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
Comentário: A asserção I está correta, pois diversos fatores podem prejudicar a
multiplicacao das bacterias probioticas durante a elaboracao de leites fermentados, bem
como a sobrevivencia desses microrganismos durante o periodo de armazenamento.
Importantes fatores a serem considerados durante a fabricacao de leites fermentados e
iogurtes probioticos sao a composicao do meio de fermentacao e a quantidade de
oxigenio dissolvido, dentre outros.
A assercao II e verdadeira e justifica a assercao I porque a incorporacao de
micronutrientes, como peptidios e aminoacidos, e de outros fatores de crescimento sao
capazes de reduzir o tempo de fermentacao e propiciar viabilidade as bacterias
probioticas. Assim, hidrolisados proteicos de caseina ou de soro, extrato de levedura,
glicose, vitaminas e minerais (sempre em proporcoes compativeis com a legislacao)
podem estimular a multiplicacao e a sobrevivencia das culturas probioticas e
desenvolver a textura dos produtos. Alem disso, a adicao de proteinas resulta no
aumento da capacidade tamponante do leite fermentado podendo retardar na queda de
pH e impedir modificacoes desse parametro durante o armazenamento do produto,
permitindo, assim, maior sobrevivencia das cepas probioticas.
Vale ressaltar que existe tambem a possibilidade de adicao complementar de bacterias
do iogurte, L. delbrueckii ssp. bulgaricus e Streptococcus thermophilus, para melhorar o
processo de fermentacao durante a fabricacao de leites fermentados contendo
probioticos.
Referências:
ALMEIDA, K.E.; BONASSI, I.A.; ROCA, R.O. Caracteristicas fisicas e quimicas de
bebidas lacteas fermentadas e preparadas com soro de queijo minas frescal. Cienc.
Tecnol. Aliment., v.21, p.187-192, 2001.
KALANTZOPOULOS, G. Fermented products with probiotic qualities. Anaerobe, v.3,
p.185-190, 1997.
KOMATSU, T. R. BURITI F. C. A., SAADS. M. I. Inovacao, persistencia e criatividade
superando barreiras no desenvolvimento de alimentos probioticos. Revista Brasileira de
Ciencias Farmaceuticas . Vol. 44, n. 3, jul./set., 2008.
LOURENS-HATTINGH, A.; VILJOEN, B.C. Yogurt as probiotic carrier food. Int. Dairy J.,
v.11, p.1-17, 2001.
SVENSSON, U. Industrial perspectives. In: TANNOCK, G.W. (Ed.) Probiotics: a critical
review. Wymondham: Horizon Scientific Press, 1999. p.57-64.
QUESTÃO Nº 15
As formas farmacêuticas líquidas utilizadas por via oral apresentam vantagens em
relação às sólidas, dada a facilidade de administração, além da maior rapidez de
absorção do fármaco dissolvido no meio dispersante. Fórmulas clássicas das farmácias
magistrais e oficinais são os xaropes simples, que servem como base para o preparo
dos xaropes com ativos, como mostrado a seguir.
XAROPE SIMPLES
FÓRMULA
Componentes
Quantidade Sacarose............................................ 85 g
Água purificada qsp.......................................... 100 mL
Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2016 (adaptado).
A esse respeito, considere a situação em que um farmacêutico, para atender às
necessidades de um paciente com restrição alimentar e de açúcar, tenha manipulado 80
mL de xarope dietético de sulfato ferroso na concentração de 40 mg/mL. Dadas as
propriedades dos produtos para uso interno e, em específico do xarope, os adjuvantes
farmacotécnicos que podem substituir a sacarose no xarope simples e a quantidade de
sulfato ferroso a ser utilizada são, respectivamente,
A) flavorizante, corante e conservante; 3,2 g da substância ativa.
B) corante, edulcorante e conservante; 4,0 g da substância ativa.
C) agente de viscosidade, edulcorante e flavorizante; 4,0 g da substância ativa.
D) agente de viscosidade, flavorizante e edulcorante; 6,4 g da substância ativa.
E) agente de viscosidade, edulcorante e conservante; 3,2 g da substância ativa.
Gabarito: E
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Desenvolvimento Farmacotécnico – Cálculos Farmacêuticos –
Xarope
Autor(a): Profª Drª Wanessa Machado Andrade
Comentário:
Xaropes são preparações aquosas, de uso oral, concentradas de açúcar ou um
substituto, com ou sem adição de fármacos e flavorizantes.
Considerando o conceito da tal forma farmacêutica, bem como as restrições do
paciente, especialmente quanto ao açúcar, torna-se necessária a intervenção
farmacêutica em substituir a sacarose por um edulcorante durante o preparo da
formulação. Edulcorantes são substâncias de baixo ou inexistente valor energético que
proporcionam sabor doce às formulações farmacêuticas ou cosméticas quando
utilizadas em pequenas quantidades. Exemplos: sorbitol, ciclamato, manitol. xilitol,
sacarina, aspartame. Em situações como essa em que são utilizadas as substâncias
edulcorantes, justifica o acréscimo de agentes de viscosidade para garantir o aspecto
viscoso característico dos xaropes bem como a adição de um conservante polar
devido a presença de água na formulação. É comum utilizar metilparabeno (nipagim).
Considerando também que foi manipulado 80 mL do xarope medicamentoso de sulfato
ferroso na concentração de 40 mg/mL, observa-se que para tal foram necessários 3,2
g da matéria-prima ativa para atender o volume final desejado (80 mL de xarope).
Trata-se de uma situação farmacotécnica de razão e proporção (regra de três simples).
Segue abaixo o cálculo:
40 mg de sulfato ferroso --------------------1 mL
X mg -----------------------------------80 mL
X = 80 . 40
X = 3200 mg (/1000)
X = 3,2 g de sulfato ferroso.
Sendo assim, a alternativa “E” e única que possui os termos edulcorante, conservante
e agente de viscosidade, bem como a quantidade correta de 3,2 g do ativo.
Referências:
ALLEN Jr, L. V; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas
de liberação de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
AULTON, M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2005.
FERREIRA, A. O. Guia prático da farmácia magistral. 4. ed. São Paulo: Jefte Livros,
2011. v. 1 e 2.
QUESTÃO Nº 16
Para que uma substância seja considerada um medicamento pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), é necessário que passe por testes clínicos para
comprovação de sua eficácia e segurança.
Avalie as afirmações a seguir, a respeito das etapas de pesquisa clínica para a
aprovação de um medicamento.
I. A realização de testes pré-clínicos e clínicos é um pré-requisito para que qualquer
substância tenha registro na Anvisa como medicamento.
II. O estudo de coorte é o delineamento de pesquisa clínica indicado para certificar a
eficácia e a segurança de um medicamento.
III. A retirada de um medicamento do mercado pode ocorrer em decorrência da
farmacovigilância, na fase IV da pesquisa clínica, mesmo que ele já tenha registro na
Anvisa e sua comercialização tenha sido anteriormente autorizada.
IV. A fase III da pesquisa clínica é caracterizada como um estudo de grande porte,
multicêntrico, necessária para a comprovação da eficácia e da segurança de um
medicamento.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e IV.
B) II e III.
C) II e IV.
D) I, II e III.
E) I, III e IV.
Gabarito: E
Tipo de questão: fácil
Conteúdo avaliado: Desenvolvimento e processo de aprovação de novos
medicamentos.
Autor(a): Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
Comentário:
O item I esta correto porque a RDC 200, de 26 de dezembro de 2017 determina que
esses estudos sejam realizados para o registro de um novo medicamento, no Brasil.
Essa resolucao dispoe sobre os criterios para a concessao e renovacao do registro de
medicamentos com principios ativos sinteticos e semissinteticos, classificados como
novos, genericos e similares. Ela define como medicamento novo, aquele medicamento
com Insumo Farmaceutico Ativo - IFA novo no pais, o qual tem apresentado no Capitulo
IV da mesma resolucao, os requisitos especificos para o registro destes. Assim, o artigo
26, item I, letras a e b determinam que: a peticao de registro e documentacao referente
ao novo medicamento devera conter o relatorio de seguranca e eficacia de acordo com
guia especifico, o qual inclui os relatorios de ensaios nao-clinicos e ensaios clinicos fase
I, II e III.
O item II está incorreto porque o tipo de estudo orientado para o delineamento de
pesquisa clínica indicado para certificar a eficácia e a seguranca de um medicamento e
o “Ensaio clinico” (ensaios controlados e randomizados), o qual de uma forma generica,
pode ser aplicado a qualquer forma de experimento planejado que envolva pacientes e
que seja desenhado para elucidar o tratamento mais apropriado para futuros pacientes
com uma dada condicao medica. Os ensaios clinicos com farmacos sao frequentemente
classificados em quatro fases principais da experimentacao: Fase I, II, III e IV.
Já os estudos de coorte tem diversas finalidades, como avaliar fatores de risco para
determinada doenca, mensurar o impacto de fatores prognosticos, ou em intervencoes
diagnosticas e terapeuticas, assim, podem ser uma ferramenta importante para estudar
os riscos e beneficios de determinada medicacao. Entretanto, estes estudos sao
indicados para fornecer informacoes especificas sobre os medicamentos que podem
nao serem obtidas a partir de ensaios clinicos. Em primeiro lugar, estudos de coorte
podem avaliar os riscos e beneficios dos medicamentos entre populacoes que tendem a
ser excluidas dos ensaios randomizados. Em segundo lugar, estudos de coorte podem
avaliar desfechos clinicos e colaterais indesejados dos medicamentos aprovados pela
identificacao de coortes muito grandes de usuarios de medicamentos a partir de dados
dos sistemas automatizados de farmacias. A principal limitacao dos estudos
observacionais de uso de medicamentos e a dificuldade em separar o efeito de uma
medicacao a partir das caracteristicas basicas das pessoas. A segunda desvantagem
de estudos de farmacoepidemiologia e a sua tendencia para avaliar usuarios de
medicacao crônica, em vez de novos usuarios. Apesar de suas limitacoes, os estudos
de farmacoepidemiologia continuam a ser uma importante ferramenta para avaliar os
medicamentos que sao usados na pratica clinica.
O item III está correto, uma vez que as pesquisas sobre novos medicamentos estejam
na fase de pos-comercializacao (Estudos da Fase IV), a seguranca pode ser monitorada
para se fazerem cumprir as condicoes do registro, particularmente quando ha questoes
nao resolvidas. Isso pode conduzir a melhorias e mudancas mais rapidas nas
informacoes de registro ou, ate mesmo, a retirada de um novo medicamento do
mercado.
O item IV está correto porque a Fase III é constituída por grandes estudos multicêntricos
podendo incluir de centenas a milhares de pacientes. O objetivo dessa fase é avaliar a
utilidade do medicamento de forma expandida. Muitos pacientes apresentando a
condição para a qual o medicamento se destina são recrutados para participar desse
ensaio. Em tais estudos, espera-se obter informações suficientes para a eficácia do
medicamento e sua segurança, para avaliar a relação risco-benefício global do
medicamento.
Referências:
Item I:
BRASIL. ANVISA. RDC 200, de 26 de dezembro de 2017 que dispoe sobre os criterios
para a concessao e renovacao do registro de medicamentos com principios ativos
sinteticos e semissinteticos, classificados como novos, genericos e similares.
Item II:
OLIVEIRA M. A. P.; PARENTE R. C. M. Estudos de Coorte e de Caso-Controle na Era
da Medicina Baseada em Evidencia. Brazilian Journal. Video-Sur., July / September
2010
NEDEL W. L.; SILVEIRA F. Os diferentes delineamentos de pesquisa e suas
particularidades na terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):256-260
ESCOSTEGUY C.C.Topicos Metodologicos e Estatisticos em Ensaios Clinicos
Controlados Randomizados.Arq Bras Cardiol volume 72, (no 2), 1999
Item III:
Organizacao Mundial da Saúde. Departamento de Medicamentos Essenciais e Outros
Medicamentos. A importancia da Farmacovigilancia / Organizacao Mundial da Saúde –
Brasilia: Organizacao Pan-Americana da Saúde, 2005. (Monitorizacao da seguranca
dos medicamentos).
Sasich LD, Lurie P, Wolfe SM. The Drug Industrys performance in finishing post-
marketing research (Phase IV) studies. Disponible en:
http://www.citizen.org/hrg/Publications/1520.htm, accedido 20 junio 2006.
Item IV:
ALLEN Jr, L. V; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de
liberação de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
QUESTÃO Nº 17
A Doença de Alzheimer (DA) é uma questão de saúde pública no mundo, tendo o Brasil
aproximadamente 1,2 milhões de portadores diagnosticados atualmente. Os
especialistas estimam prevalência em torno de 1% na faixa etária dos 60 anos e de até
30% na faixa dos 85 anos ou mais.
Com relação aos medicamentos anticolinesterásicos para DA, avalie as asserções a
seguir e a relação proposta entre elas.
I. Os fármacos donepezila, galantamina e rivastigmina podem melhorar os sintomas da
DA primariamente nos domínios cognitivos e na função global, sendo indicados em
casos de demência leve a moderada.
PORQUE
II. Não há diferença de eficácia entre donepezila, galantamina e rivastigmina, quando
indicados para casos de demência leve, sendo que a substituição de um pelo outro só
se justifica pela intolerância ao medicamento e não pela falta de resposta clínica.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta
da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
Gabarito: A
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Fármacos anticolinesterásicos aplicados para demência
Autor(a): Prof. Leonardo Luiz Borges
Comentário: Os 3 fármacos citados na questão apresentam o mesmo mecanismo de
ação, que consiste na inibição reversível da enzima acetilcolinesterase, aumentando
portanto a disponibilidade sináptica de acetilcolina. Assim, contrapondo uma das
consequências fisiopatológicas da DA, que consiste na depleção dos níveis deste
neurotransmissor, o que acarreta o surgimento dos sintomas que caracterizam a
demência. As 3 substâncias possuem efeitos semelhantes e perfis farmacocinéticos
também parecidos, e por este motivo são indicados em casos de demência leve a
moderada, com predileções apenas pelos fármacos que o paciente possuir melhor perfil
de tolerância.
Referências:
Brunton, L. L.; Lazo, J. S.; Parker, K. L. Goodman e Gilman: as bases farmacológicas da
terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.
Lu PH, et al. Donepezil delays progression of A.D. in MCI subjects with depressive
symptoms. Neurology, 2009, 72:2115–2212.
QUESTÃO Nº 18
A anfotericina B é um antifúngico empregado há mais de 60 anos no tratamento de
micoses sistêmicas. Trata-se de uma molécula que possui uma característica fisico-
química particular: presença de um heptaeno do carbono 20 ao 33, conforme pode ser
visto na figura abaixo. Essa característica a torna bastante hidrofóbica e, portanto, para
ser empregada na terapia clínica, é necessário desenvolver uma solução micelar, o que
representa um desafio para a indústria farmacêutica.
Com objetivo de aumentar a solubilidade dessa molécula em meio aquoso, foram
desenvolvidos derivados da anfotericina B por meio da substituição de grupamentos
químicos, representados por R1 e R2 nos esquemas abaixo.
Considerando as substituições R1 e R2 na molécula de anfotericina B, avalie as
afirmações a seguir.
I. A N-acilação da anfotericina B elimina seu caráter anfótero e produz a N-acetil
anfotericina B, que, com a ionização do grupo carboxílico no carbono 16, torna-se
aniônica e solúvel em água.
II. Quando o grupo carboxílico do carbono 16 é esterificado produz-se o éster metílico
da anfotericina B, molécula que, em meio ácido, apresenta caráter catiônico e
solubilidade em água.
III. Mudanças estruturais para modificação da solubilidade podem fazer com que a
molécula perca sua atividade biológica se os grupamentos alterados forem responsáveis
pela interação fármaco-receptor.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito:E
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Propriedades químicas de fármacos; modificações moleculares
Autor(a): Prof. Dr. Vinicius Barreto da Silva
Comentário:
A questão aborda sobre as propriedades físico-químicas da anfotericina B, as quais
dependem da estrutura química da molécula, disponível na ilustração. Para avaliar a
sentença I é fundamental conhecer o conceito de anfótero. Na Química o termo anfótero
diz respeito a moléculas capazes de se comportar como ácidos e bases, ou seja, podem
doar ou receber prótons em reações químicas. Essa característica pode ser
comprovada na estrutura da anfotericina B, em que os grupos R1 e R2 são átomos de
hidrogênio. Neste caso, quando R1 é um hidrogênio temos então uma função de ácido
carboxílico e quando R2 é hidrogênio temos uma amina primária. Portanto, um ácido e
uma base, respectivamente. A N-acetilação da anfotericina B, produzindo a N-acetil-
anfotericina, acopla um grupo acetil à amina, o que mascara a sua basicidade.
Entretanto, o grupo R1 permanece como hidrogênio, não havendo alteração na função
ácida. Assim, quando adicionada à água, a função carboxílica apresenta a tendência de
se ionizar liberando um grupo H+, o qual poderia ser captado pela função amina
presente na anfotericina B, o que é dificultado com a N-acetil anfotericina, justamente
por haver um grupo N-acetil acoplado a essa função. Por causa disso a N-acetil
anfotericina em meio aquoso pode prevalecer na forma ionizada de ânion, ou seja, com
carga negativa, o que torna a molécula mais polar e, consequentemente, mais solúvel
em água, o que torna a afirmativa I uma proposição verdadeira. Já na afirmativa II,
aborda-se sobre o éster metílico da anfotericina B, no qual a função amina permanece
intacta e há a esterificação da função ácida, ou seja, em meio ácido, onde existe uma
alta disponibilidade de H+, a função amina prevalecerá na forma ionizada de cátion, ou
seja, protonada, o que aumenta a sua polaridade em relação à anfotericina e melhora a
sua solubilidade em água, tornando a afirmativa II uma sentença também verdadeira. A
afirmativa III também é verdadeira, visto que se houver alguma modificação química nos
grupos farmacofóricos, ou seja, aqueles responsáveis pela interação fármaco-receptor e
que justificam a atividade biológica do fármaco, o perfil de interação do fármaco com o
alvo biológico poderá ser alterado drasticamente, sobretudo se as características do
grupo adicionado forem diferentes das características dos grupos presentes na molécula
original. Neste caso, é provável que a molécula resultante perca a atividade biológica.
Assim, a alternativa correta é a letra E, em que podemos considerar que os ítens I, II e
III são todos verdadeiros.
Referências:
MCMURRY, J. Química orgânica. 6ed. São Paulo: Thomson, 2005. v.1 e 2.
PATRICK, G. L. An introduction to medicinal chemistry. 5. ed. Oxford: Oxford
University Press, 2013.
QUESTÃO Nº 19
Uma indústria farmacêutica vem trabalhando no desenvolvimento de um comprimido de
liberação controlada, o medicamento B, a fim de aumentar a adesão dos pacientes ao
tratamento. O medicamento A é administrado via parenteral, e o medicamento C via
oral. Para avaliar a existência de um mercado adequado para a comercialização do
medicamento B, a indústria procedeu à análise de custo-efetividade, conforme
demonstrado na tabela a seguir
Com base nos dados de custo-efetividade, verifica-se que o medicamento B
A) deve ser lançado no mercado farmacêutico, pois, apesar de ter a mesma
eficácia do medicamento A e custo maior de tratamento, sua administração por via
não-parenteral favorece a adesão do paciente ao tratamento.
B) deve ser lançado no mercado farmacêutico, pois seu custo final de tratamento é
inferior ao dos demais, com a mesma eficácia, mais comodidade de administração
ao paciente e economia.
C) não deve ser lançado no mercado farmacêutico, já que os medicamentos A e C
têm a mesma eficácia, com custo de tratamento inferior.
D) não deve ser lançado no mercado farmacêutico, já que seu custo de tratamento
é superior ao do medicamento A, sendo esse o parâmetro mais relevante nesse tipo
de estudo.
E) não deve ser lançado no mercado, pois apesar de ser mais vantajoso que o
medicamento C quanto à sua administração ao paciente e posologia, tem seu custo
total de tratamento superior ao do medicamento C.
Gabarito: B
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Farmacoeconomia
Autor(a): Profª Drª Wanessa Machado Andrade
Comentário:
A Farmacoeconomia é uma área da economia da saúde que estuda a relação entre
medicamentos e aspectos econômicos. Tem como elementos chave: custos,
consequências negativas e positivas da farmacoterapia. Dentre as diversas análises
realizadas durante a Farmacoeconomia, há a Análise custo-efetividade (ACE), a
qual refere-se a comparação entre outcomes (diz respeito aos resultados e
consequências das intervenções terapêuticas) e custos (intervenções ou
medicamentos), sendo os custos medidos em unidades monetárias e a efetividade em
unidades clínicas.
Considerando a situação da questão acima, observa-se que os 3 medicamentos
apresentam o mesmo tempo de tratamento e a mesma eficácia, portanto essas
variáveis não influenciam a análise de custo-efetividade entre os 3 medicamentos. Já
as variaveis “custo de cada dose” e “posologia” sao distintas para cada medicamento,
e portanto influenciam a análise de custo-efetividade.
Sendo assim:
- O medicamento A apresenta um custo de 39,00 para 1 dia de tratamento: (8,00 +
5,00) x 3 = 39,00
- O mediamento B apresenta um custo de 20,00 para 1 dia de tratamento
O medicamento C apresenta um custo de 30,00 para 1 dia de tratamento: 10 x 3 =
30,00
Conclusão da análise: é interessante lançar o medicamento B no mercado, pois ele
será mais barato que os demais (economia) e favorecerá a adesão do paciente ao
tratamento visto que a administração é conveniente (via oral) e apenas 1 vez ao dia.
Apenas a alternativa E contempla todos esses aspectos conclusivos da análise.
Referências:
RIBEIRO, E.; SECOLI, S. R. Farmacoeconomia. In: STORPIRTIS, S. et al. Farmácia
clínica e atenção farmacêutica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
QUESTÃO Nº 20
Texto para as questões 20 e 21
Um paciente com 50 anos de idade queixa-se de sonolência, tontura, boca seca e
confusão mental. Relata tratamento há 3 meses com clonazepam de 2,0 mg por dia,
para controle da síndrome das pernas inquietas. Há 30 dias vem fazendo dieta para
redução de peso, com ingestão rica em proteínas e restrição de carboidratos. Apresenta
hálito cetônico, pressão arterial: 120 x 80 mmHg e frequência cardíaca: 110 bpm. A
urinálise indicou glicosúria e cetonúria. No exame de sangue, a glicemia de jejum foi de
310 mg/dL (valor de referência: 60-99 mg/dL) e hemoglobina glicada igual a 7,5% (valor
de referência: 4,1-6,5%).
Nesse caso, indicam quadro de acidose metabólica do paciente:
A) a proteinúria e a sonolência.
B) a cetonúria e o hálito cetônico.
C) a tontura e a confusão mental.
D) a glicosúria e a frequência cardíaca.
E) a hemoglobina glicada e a pressão arterial.
Gabarito: B
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Critérios de diagnóstico do Diabetes, Classificação do Diabetes,
Complicações do Diabetes (acidose metabólica/cetose e cetoacidose diabética),
Gliconeogênese e Lipólise.
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
Comentário:
O caso acima descreve um paciente com diabetes tipo 2, forma mais comum dessa
doença. Essa categoria de diabéticos geralmente começa na meia-idade ou depois,
está quase sempre associado com obesidade e anormalidades menos graves da
glicemia e pode ser tratado através de: dieta, medicação oral (agentes
hipoglicemiantes) ou com pequenas doses de insulina. Caracteriza-se por
hiperglicemia (valor > ou igual 126 mg/dl), resistência à insulina e relativa diminuição
na secreção de insulina. Entre os critérios utilizados para o diagnóstico do diabetes
está a glicemia de jejum > ou igual 126 mg/dl e hemoglobina glicada (Hb A1C) > ou
igual a 6,5% ( ensaio certificado pelo NGSP e padronizado pelo DCCT). Como pode
ser observado nos exames laboratoriais desse paciente, o mesmo possui dois
resultados que podem ser usados para o diagnóstico laboratorial de diabetes: glicose
igual a 310 mg/dL e hemoglobina glicada igual a 7,5%. A hiperglicemia é causada por
aumento na produção de glicose hepática, juntamente com diminuição da sua
utilização periférica. Esse paciente em particular, além de possuir diabetes tipo 2 está
em uma dieta a base de proteína, com restrição de carboidrato. Assim, a hiperglicemia
nesse caso resulta do aumento da gliconeogênese hepática e da diminuição da
captação de glicose por tecidos que utilizam o transportador dependente de insulina -
GLUT-4.
Quando a reserva de glicose está diminuída ou a glicose não está sendo utilizada da
forma correta, o organismo lança mão da gliconeogênese e lipogenólise. A
gliconeogênese usa aminoácidos (aa), lactato, entre outros para a síntese de glicose.
Durante a síntese de glicose pela via de gliconeogênese a partir de aa, são gerados
intermediários do ciclo dos ácidos tricarboxílicos, como o oxaloacetato, que ao invés
de se ligar a Acetil-CoA e gerar citrato, ele vai ser usado na síntese de glicose. Dessa
forma, quando ocorrer a lipogenólise, o Acetil-CoA gerado não vai ter com quem se
complexar (que seria com o oxaloacetato) e então forma os corpos cetônicos.
Compreendendo melhor a lipogenólise ou mobilização dos triacilgliceróis (TGA), essa
quando acontece resulta na liberação de ácido graxo e glicerol. Os ácidos graxos
armazenados no tecido adiposo, na forma de TAG neutro, são a principal reserva de
combustível do organismo.Os ácidos graxos são levados pela albumina sérica para o
fígado e tecido periférico, onde são oxidados para produzir energia. O glicerol,
resultante da degradação dos triacilgliceróis é levado pelo sangue ao fígado, onde
serve como importante precursor da gliconeogênese, o que aumenta ainda mais a
concentração de glicose plasmática, nesse caso, pouco utilizada. A mitocôndria do
fígado tem a capacidade de converter acetil-CoA , proveniente da beta-oxidação dos
ácidos graxos em corpos cetônicos. Os compostos classificados como corpos
cetônicos são o acetoacetato, o 3-hidroxibutirato e a acetona. Os dois primeiros são
transportados pelo sangue ao tecidos periféricos e serve como fonte de energia. O
acetoacetato pode também sofrer descarboxilação espontânea no sangue, formando
acetona- um composto volátil, não metabolizado biologicamente, que pode ser liberado
na respiração.
Quando a capacidade do fígado de produzir os corpos cetônicos supera a capacidade
dos tecidos de absorvê-los, eles se acumulam na corrente sanguínea, caracterizando a
cetose. Os níveis dos corpos cetônicos começam a aumentar no sangue (cetonemia)
e, por fim, na urina (cetonúria).Em indivíduos diabéticos com cetose grave, a excreção
urinária de corpos cetônicos pode ser de até 5.000 mg/24h. Um outro sintoma
frequente da cetose diabética é o odor frutado na respiração, resultante da alta
produção de acetona.
Dessa forma justifica-se porque a acidose metabólica em paciente diabético pode ser
diagnosticada por cetonúria e hálito cetônico.
As emergências hiperglicêmicas têm sido importante causa de morbimortalidade entre
os pacientes portadores de diabetes. Caracterizada por hiperglicemia, acidose
metabólica, cetose e desidratação, a cetoacidose diabética pode causar morte em até
5% dos casos e necessita de tratamento rápido e intensivo.
Referências:
Lucchetti G, Granero LA, Almeida LGC, Battistella VM. Hipertrigliceridemia grave na
cetoacidose diabética: relato de caso. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009; 53(7) 880-
883.
Champe PC, Harvey RA, Ferrier DR. Bioquímica Ilustrada. 4∘ Ed. Porto Alegre- RS:
Artmed® Editora S.A., 2009.
QUESTÃO Nº 21
A respeito do tratamento medicamentoso do diabete melito tipo 2, avalie as afirmações
a seguir.
I. A metformina é o medicamento de primeira escolha a ser introduzido no esquema
terapêutico dos pacientes diabéticos que não atingiram as metas glicêmicas após as
medidas não farmacológicas iniciais.
II. As sulfonilureias, como a nateglinida e repaglinida, por sua ação eficaz, são
frequentemente usadas em substituição aos hipoglicemiantes orais, quando as metas
glicêmicas não são alcançadas após os primeiros meses de tratamento medicamentoso.
III. Nos pacientes diabéticos com diagnóstico de hiperglicemia grave (> 300 mg/dL),
principalmente se acompanhada de perda de peso, cetonúria e cetonemia, o tratamento
imediato com insulina poderá ser necessário por curto período de tempo, até que sejam
atingidos níveis de glicemia possíveis de serem controlados por hipoglicemiantes orais
ou por esquema terapêutico definitivo.
IV. Em comparação com a administração isolada de insulina, a associação de insulina
com hipoglicemiantes orais geralmente mostra pouca adesão terapêutica, pois se
relaciona com maiores doses de insulina, aumento do risco de hipoglicemia e ganho de
peso entre os diabéticos.
É correto apenas o que se afirma em
A) II.
B) IV.
C) I e II.
D) I e III.
E) III e IV
Gabarito: D
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Farmacologia da insulina e hipoglicemiantes orais
Autor(a): Leonardo Luiz Borges
Comentário:
A afirmação I é verdadeira porque a metformina é, em geral, aceita como tratamento
de primeira escolha do diabetes tipo 2 e, atualmente, constitui o agente oral mais
comumente usado para essa doença. A metformina é efetiva como monoterapia e em
combinação com outros agentes hipoglicemiantes e apresenta baixo risco de causar
hipoglicemia por não interferir na secreção de insulina.
A afirmação II é falsa porque os fármacos nateglinida e repaglinida não são
classificados como sulfonilureias, mas como metiglinidas.
A afirmação III é verdadeira porque a administração intravenosa de insulina é mais
apropriada em pacientes com cetoacidose ou hiperglicemia grave com estado
hiperosmolar. A infusão de insulina inibe por completo a lipólise e a gliconeogênese e
produz estimulação quase máxima da captação de glicose. Na maioria dos pacientes
com cetoacidose diabética, os níveis de glicemia caem cerca de 10% por hora,
enquanto a acidose é corrigida mais lentamente. À medida que o tratamento
prossegue, é frequentemente necessário administrar glicose juntamente com a
insulina, não apenas para evitar o desenvolvimento de hipoglicemia, mas também para
possibilitar a depuração de todas as cetonas. Os pacientes com estado hiperosmolar
hiperglicêmico não cetótico podem ser mais sensíveis à insulina do que aqueles com
cetoacidose.
A afirmação IV é falsa porque a associação a insulina e hipoglicemiantes se relaciona
na verdade a menores doses de insulina devido a co-administração com outros
agentes capazes de ajustar os níveis glicêmicos.
Referências:
Brunton, L. L.; Lazo, J. S.; Parker, K. L. Goodman e Gilman: as bases farmacológicas da
terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.
Umpierrez G, Korytkowski M. Diabetic emergencies—ketoacido-sis, hyperglycaemic
hyperosmolar state and hypoglycaemia. 2016, 12(4):222–232.
QUESTÃO Nº 22
O farmacêutico vem ampliando sua área de atuação na oncologia desde a década de
1990, quando o Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio da Resolução n.
288/1996, estabeleceu como privativa desse profissional a manipulação de
medicamentos citotóxicos.
Nesse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. A manipulação segura dos agentes citotóxicos não se resume ao uso de técnica
asséptica adequada e à utilização de uma cabine de segurança biológica, mas também
compreende a correta utilização das informações relativas aos medicamentos utilizados
e sua adequação às condições terapêuticas do paciente.
PORQUE
II. É fundamental, para diminuir os riscos associados ao manejo de medicamentos
citotóxicos, prevenir erros, como seleção errônea do diluente, além de garantir a
manutenção da eficácia e da segurança da farmacoterapia antineoplásica.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta
da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
Gabarito: A
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Deontologia farmacêutica
Autor(a): Profª. Drª. Jaqueline Gleice A. Freitas
Comentário: § 1º Para o exercício de atividades de preparo dos antineoplásicos e
demais medicamentos na oncologia, deverá o farmacêutico atender a pelo menos um
dos seguintes critérios, validado pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição:
a) ser portador de título de especialista emitido pela Sociedade Brasileira de
Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo);
b) ter feito residência na área de Oncologia;
c) ser egresso de programa de pós-graduação lato sensu reconhecido pelo Ministério da
Educação (MEC) relacionado à farmácia oncológica;
d) ter atuado por 3 (três) anos ou mais na área de oncologia, o que deve ser
comprovado por meio de Carteira de trabalho e Previdência Social (CTPS) ou de
contrato e declaração do serviço, com a devida descrição das atividades realizadas e do
período de atuação.;
§ 2º Aos farmacêuticos que atuam e aos que estão interessados em atuar nesta área
dar-se-á o prazo de 36 (trinta e seis) meses para adequação de currículo e titulação, no
que se refere ao parágrafo anterior."
Art. 2º. Compete ao farmacêutico orientar e assegurar a execução de projetos de área
física que garantam o cumprimento da legislação vigente quanto aos requisitos de
esterilidade e biossegurança dos medicamentos, através de programas de qualificação
de equipamentos e validação de técnicas e processos.
Art. 3º. No exercício de suas atividades caberá ao farmacêutico:
I - participar nos processos de seleção, padronização, qualificação de fornecedores de
produtos e prestadores de serviços, aquisição e armazenamento dos medicamentos
antineoplásicos, medicamentos de suporte e dos materiais necessários ao preparo e
uso destes medicamentos, através de procedimentos operacionais que assegurem a
rastreabilidade dos processos;
II - avaliar os componentes da prescrição médica, quanto à dose, qualidade,
compatibilidade, estabilidade e interações com outros medicamentos e/ou alimentos,
bem como a viabilidade do tratamento proposto;
III - orientar e capacitar a equipe de profissionais de saúde no que se refere aos
processos relacionados aos medicamentos antineoplásicos e contribuir para elaboração
de protocolos, clínicos e de farmacovigilância, para detecção, tratamento e notificação
das reações adversas a medicamentos (RAM);
IV - proceder o preparo dos medicamentos segundo a prescrição médica, atendendo os
aspectos galênicos de cada produto, em concordância com o que é preconizado na
literatura científica e pelo fabricante do produto; manipular antineoplásicos em
condições assépticas, obedecendo aos critérios de biossegurança dispostos na
legislação sanitária em vigor;
V - assegurar o adequado preenchimento do rótulo de cada dose manipulada,
verificando a exatidão das informações contidas na prescrição médica, a saber: nome
completo do paciente, número do leito e registro hospitalar, identificação do médico
prescritor e do farmacêutico responsável pela manipulação, volume total e dose de cada
componente adicionado, data e hora da manipulação, bem como as recomendações de
uso e relativas à validade, condições de armazenamento, transporte e administração;
VI - registrar cada dose manipulada de modo sequencial, por meio impresso ou
eletrônico, de forma a permitir a rastreabilidade de todas as informações referentes aos
produtos utilizados no preparo das doses, dados dos pacientes e responsáveis pela
prescrição e manipulação;
VII - elaborar e acompanhar o plano de gerenciamento de resíduos, de acordo com a
legislação sanitária em vigor;
Referências:
Resolução 288/1996.
QUESTÃO Nº 23
Nanocosméticos são formulações que conduzem ativos e outros ingredientes
nanoestruturados, que atuarão de forma controlada, podendo modular a liberação do
ativo em camadas mais profundas da pele, tornando-o mais efetivo em relação a outros
produtos. Eles possuem registro Grau 2 na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), ou seja, são classificados como cosméticos, porém necessitam da
comprovação científica de seus efeitos e da segurança aos usuários.
ZANETTI-RAMOS, B. Quebrando paradigmas com a nanotecnologia. Cosmetics & Toiletries
(Brasil), v. 27, p. 50-52, 2015 (adaptado).
Avalie, entre as vantagens a seguir, aquelas associadas aos nanocosméticos.
I. Maior proteção dos ingredientes quanto à degradação química ou enzimática.
II. Prolongamento do tempo de residência dos ativos cosméticos na camada córnea.
III. Promoção da melhora em relação às características sensoriais dos produtos.
IV. Ausência de danos oxidativos às células, pois a substância ativa está protegida pelo
sistema nanoestruturado.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II
B) I e
C) II e IV.
D) I, II e III.
E) II, III e IV.
Gabarito: D
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Nanotecnologia. Cosmetologia. Liberação controlada de ativos.
Autor(a): Profª Drª Wanessa Machado Andrade
Comentário:
Nanocosméticos, são formulações cosméticas que conduzem ativos ou outros
ingredientes nanoestruturados com diâmetro menor que 1000 nm, e atuam de forma
controlada nas diversas camadas da pele, incluindo as mais profundas, tornando-os
mais efetivos do que os produtos convencionais. São inúmeras as vantagens
proporcionadas por um nanocosmético, destacando-se: a proteção do ativo
encapsulado contra a degradação química ou enzimática (o que torna a alternativa I da
questão verdadeira); a liberação gradual de ativos em doses favoráveis (o que torna a
alternativa II verdadeira); a melhora na homogeneidade das formulações (o que torna a
alternativa III verdadeira); o aumento da estabilidade e da eficácia dos produtos; e o
aumento da capacidade de oclusão da pele, devido ao tamanho nanométrico dos
sistemas. Na busca por novas alternativas de formulações cosméticas, os sistemas
nanoestruturados, como lipossomas, nanoemulsões, nanopartículas lipídicas (as
sólidas e os carreadores lipídicos) e nanopartículas poliméricas (nanocápsulas e
nanoesferas), são utilizados como carreadores para a liberação de ativos cosméticos
na pele, visando modificar e controlar os perfis de liberação, permeação e oclusão, ou
seja, propiciando melhorias na formulação e, consequentemente, em sua eficácia.
Porém, uma vez que o ativo é disponibilizado à pele, sua interação com as células
podem ser benéficas, mas também maléficas, tais como oxidação celular (o que torna
o item IV falso).
Referências:
STRÖHER, A. ARMIJO, C.J.V., RAFFIN, R.P. Nanocosméticos: Conceitos,
Vantagens e Aplicações. Cosmetics & Toiletries (Brasil), 2010.
QUESTÃO Nº 24
Uma mulher com 32 anos de idade, diagnosticada com hipotireoidismo, está em
tratamento com levotiroxina sódica de 88 mcg, um comprimido/dia. O uso desse
fármaco está sujeito à interferência de diversos fatores em sua biodisponibilidade e
forma livre sanguínea. Por solicitação médica, realiza o monitoramento trimestral dos
níveis hormonais, conforme demonstra quadro a seguir.
Considerando a situação clínica da paciente e os exames laboratoriais apresentados,
verifica-se que a alteração dos níveis hormonais pode ter resultado do
A) uso de corticosteróides, que pode ter bloqueado a conversão periférica de
levotiroxina T4 para T3 e inibido, a nível hipotalâmico, a liberação de TSH.
B) consumo de alimentos ricos em fibras solúveis, os quais melhoraram a
biodisponibilidade da levotiroxina sódica, promovendo redução da secreção de TSH.
C) uso de suplementos alimentares à base de ferro, os quais aumentam a absorção
da levotiroxina sódica, reduzindo a fração ligada à proteína plasmática do hormônio
T4.
D) uso de contraceptivos orais à base de estrogênio, que pode ter aumentado a
produção da globulina ligadora de tiroxina (TBG), reduzindo a fração livre do
hormônio T4.
E) uso de drogas indutoras enzimáticas, como rifampicina, carbamazepina, fenitoína
e barbitúricos, que podem ter acelerado a conversão periférica de levotiroxina T4
para T3, aumentando a estimulação da secreção hipofisária de TSH.
Gabarito: D
Tipo de questão: Difícil
Conteúdo avaliado: Interações medicamentosas
Autor(a): Leonardo Luiz Borges
Comentário: O uso de contraceptivos aumenta a concentração da globulina ligada à
tiróide sérica de uma maneira dependente da dose. Consequentemente, pode haver
uma redução na tiroxina livre ou não ligada disponível para a atividade hormonal, o que,
por sua vez, leva a um aumento na concentração sérica de tirotropina. Normalmente, a
secreção de tiroxina pode aumentar para compensar esse efeito, mas os pacientes com
hipotireoidismo não têm o mecanismo para se adaptar. Evidências limitadas sugerem
que a terapia estrogênica transdérmica pode não afetar as concentrações de globulina
de ligação à tireoide.
Em pacientes tratados com tiroxina, a tirotropina sérica deve ser medida
aproximadamente 12 semanas após o início da terapêutica com estrogénios, alterada
ou descontinuada e a dose de tiroxina ajustada. Os pacientes devem ser aconselhados
a entrar em contato com o médico caso ocorram manifestações clínicas de
hipotireoidismo, como fadiga, intolerância ao frio, constipação, ganho de peso
inexplicável, depressão, dores articulares ou musculares, queda de cabelo ou queda de
cabelo, pele seca, rouquidão e períodos menstruais anormais.
Referências:
Utiger RD "Estrogen, thyroxine binding in serum, and thyroxine therapy." N Engl J Med
344 (2001): 1784-5.
Arafah BM "Increased need for thyroxine in women with hypothyroidism during
estrogen therapy." N Engl J Med 344 (2001): 1743-9.
Chetkowski RJ, Meldrum DR, Steingold KA, et al. "Biologic effects of transdermal
estradiol." N Engl J Med 314 (1986): 1615-20.
QUESTÃO Nº 25
Paciente com 60 anos de idade, com hipertensão arterial sistêmica diagnosticada aos
40 anos e sem adesão ao tratamento anti-hipertensivo prescrito, após discussão clínica,
foi encaminhado para acompanhamento farmacêutico e nutricional.
Dados do exame físico: peso = 117 kg; altura = 1,72 m; pressão arterial = 170 x 95
mmHg; frequência cardíaca = 68 bpm.
Com base nessas informações, avalie as afirmações a seguir.
I. A dislipidemia apresentada pelo paciente é fator determinante para o surgimento de
lesão renal, pois leva a processos oxidativos e, consequente, lesão glomerular.
II. É importante garantir a qualidade dos resultados obtidos em relação aos exames
laboratoriais realizados, devendo o farmacêutico avaliar interferentes pré-analíticos.
III. A hipertensão arterial crônica não controlada pode levar a quadro de lesão renal de
natureza microvascular, sendo importante o acompanhamento farmacêutico para
adesão ao tratamento.
IV. Verifica-se, nos resultados, indicativo de lesão renal, evidenciado pelo aumento da
taxa de filtração glomerular e pela proteinúria.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I, II e IV.
E) I, III e IV.
Gabarito: B
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Hipertensão arterial, Fisiopatologia da Doença Renal Crônica,
Marcadores Renais e Interferentes da fase Pré-analítica nos resultados dos Exames
laboratoriais.
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
Comentário:
A doença renal crônica é considerada problema de saúde pública em todo o mundo.
No Brasil, a incidência e a prevalência de falência de função renal estão aumentando,
o prognóstico ainda é ruim e os custos do tratamento da doença são altíssimos. De
acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a Doença Renal Crônica (DRC) é
definida por lesão renal caracterizada por alterações estruturais ou funcionais dos rins,
presente por um período igual ou superior a três meses,com ou sem redução da taxa
de filtração glomerular (TFG), manifestadas por alterações patológicas ou indícios de
lesão renal em exames de sangue, de urina ou de imagens.
A função renal e a Hipertensão Arterial (HA) estão intimamente relacionadas, sendo a
hipertensão uma causa frequente de DRC. A transmissão da hipertensão sistêmica
para o glomérulo determina lesão no capilar glomerular, determinando um quadro de
lesão renal de natureza microvascular.
A detecção precoce da lesão renal é muito importante, já que pequenas elevações da
creatinina sérica podem significar perda significativa da função renal, e o tratamento
pode estabilizar ou retardar a evolução da maioria das doenças renais. Neste aspecto,
a determinação do clearance de creatinina, ou sua estimativa por meio de fórmulas, é
mais precisa do que a simples dosagem da creatinina sérica.
A proteinúria também merece destaque especial, pois além de ser um excelente
marcador de lesão renal é um importante fator de risco para progressão da DRC, bem
como para morbimortalidade cardiovascular. A proteinúria é considerada persistente
quando presente em pelo menos duas de três avaliações urinárias.
Com relação a qualidade dos exames, é de fundamental importância que o
farmacêutico avalie os interferentes pré-analíticos. A fase pré-analítica é uma das
fases mais críticas, pois é a partir dela que começa todo o processamento da amostra
( vai desde as orientações do preparo para a coleta da amostra até a coleta
propriamente dita), uma vez que ocorra erro neste momento, esse mesmo se
estenderá para outras fases de análises, chegando ao paciente um resultado errado
ou mal realizado.
Referências: Bortolotto LA. Hipertensão arterial e insuficiência renal crônica. Rev Bras Hipertens 2008;15(3):152-155. Bastos MG, Bregman R, Kirsztajn GM. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 248-53.
QUESTÃO Nº 26
Durante anos, diversos foram os esforços direcionados à excelência na testagem
laboratorial para o diagnóstico de infecções por HIV-1 e HIV-2, incluindo-se, nos
fluxogramas padronizados, os testes de triagem de terceira e quarta gerações, os testes
rápidos e os testes moleculares para aplicação nos diferentes cenários e situações dos
serviços de saúde. Nesse contexto, é essencial a compreensão dos farmacêuticos para
realização e interpretação do diagnóstico laboratorial, bem como para a proposição de
novas considerações para a melhoria do cuidado ao paciente.
Os gráficos a seguir representam a evolução dos marcadores laboratoriais da infecção
pelo HIV ao longo do tempo.
Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir.
I. O fluxograma para o diagnóstico laboratorial de infecções causadas pelo HIV no qual
são utilizados testes moleculares para a pesquisa do RNA viral é considerado mais
eficaz para a confirmação diagnóstica de infecções agudas e/ou recentes que aquele
em que é utilizada apenas a pesquisa de anticorpos anti-HIV.
II. A utilização dos testes que detectam os anticorpos IgM e IgG anti-HIV implica janela
imunológica menor que a proveniente da utilização dos testes que detectam o antígeno
P24 e os anticorpos anti-HIV.
III. Os testes de triagem convencionais destacam-se pela maior especificidade, já os
confirmatórios, pela maior sensibilidade.
IV. Para o acompanhamento e o controle dos pacientes HIV positivos utilizam-se, entre
os marcadores, os resultados da contagem de linfócitos T CD4+.
V. Indica-se, para o diagnóstico laboratorial do vírus em crianças com menos de 18
meses de idade, a pesquisa de IgG anti-HIV, imunoglobulina que não atravessa a
barreira placentária e, portanto, não está relacionada às imunoglobulinas maternas.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e III.
D) II e V.
E) IV e V
Gabarito: B
Tipo de questão:Média
Conteúdo avaliado: Virologia - infecção pelo HIV, Diagnóstico laboratorial para infecção
viral.
Autor(a): Profª. M.Sc. Vanilce Vilmar Bernardes
Comentário:
A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 29,
em 17 de dezembro de 2013, a qual aprova o Manual Técnico para o Diagnóstico da
Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças e dá outras providências. Uma das
justificativas da nova norma no sentido de que “nao existem testes laboratoriais que
apresentem 100% de sensibilidade e de especificidade, e que resultados falso-
negativos, falso-positivos, indeterminados ou discrepantes podem ocorrer na prática
diaria entre os distintos testes” – ponto essencial aos laboratórios que sofrem ações
indenizatórias por divergências de laudos de triagem para HIV.
Assim, o diagnóstico sorológico da infecção por HIV deve ser realizado com pelo
menos dois testes, um inicial e um complementar, para confirmar o resultado do teste
inicial. Os imunoensaios (IE), empregados estritamente em laboratório, detectam
qualquer classe de anticorpos anti-HIV, incluindo a IgM, simultaneamente
antígeno e anticorpo, e os testes moleculares oferecem alternativas para a detecção
cada vez mais precoce da infecção pelo HIV.
Esses dois testes combinados( IE e TM), formam um fluxograma, e têm o objetivo de
aumentar o valor preditivo positivo (VPP) de um resultado reagente no teste inicial.
As 3 opções mais eficazes a serem utilizadas pelos laboratórios são: os fluxogramas 3,
4 e 5.
O fluxograma 3 e um IE4ªG (imunoensaio de 4ª geracao) como teste inicial e um ™
(teste molecular) como teste complementar para amostras reagentes no primeiro teste.
Esse fluxograma aumenta a probabilidade de diagnosticar infecção aguda pelo HIV. O
emprego de um IE seguido por um TM cujo resultado seja maior ou igual a 5.000
cópias/mL dispensa a utilização dos testes complementares do tipo Western blot (WB),
Imunoblot (IB) e Imunoblot rápido (IBR), pois confirma o diagnóstico. Já a amostra com
resultado reagente no IE4ªG e com número de cópias inferior a 5.000 cópias/mL ou
abaixo do limite de detecção no TM deverá ser submetida ao ensaio WB, IB ou IBR.
O Fluxograma 4 emprega um imunoensaio de 3ª geração (IE3ªG) como teste inicial e
um TM como teste complementar para amostras reagentes no teste inicial . O IE3ªG
deve ser capaz de detectar anticorpos anti-HIV-1, incluindo o grupo O, e anticorpos
anti-HIV-2. Os Fluxogramas 3 e 4 diferem na geração do imunoensaio (IE) utilizado na
etapa inicial.
O Fluxograma 5 utiliza um imunoensaio de 3ª geração - resultado negativo liberar /
resultado positivo deve ser confirmado por Western blot ou Imunoblot ou Imunoblot
rápido (este fluxograma é o mais utilizado pelos laboratórios).
O uso de testes moleculares para confirmar o diagnóstico sorológico positivo de HIV
é mais eficaz, mas existem fluxogramas que empregam dois testes rápidos (TR) para
tal, fluxograma 1 e 2.
O Fluxograma 1 emprega dois testes rápidos (TR1 e TR2) que contêm antígenos
diferentes, usados sequencialmente em amostras de sangue, as quais podem ser
obtidas por punção da polpa digital ou por punção venosa. O Fluxograma 2 emprega
dois testes rápidos (TR1-FO e TR2) de antígenos diferentes, usados sequencialmente,
sendo o primeiro teste (TR1-FO) realizado com amostra de fluido oral (FO) e o
segundo com amostra de sangue, a qual pode ser obtida por punção da polpa digital
ou por punção venosa.
Os indivíduos que apresentarem resultados reagentes em dois testes rápidos devem
realizar o exame de quantificação da carga viral, cujo resultado confirma a presença do
vírus, e contagem de linfócitos T-CD4+.
Com relação ao acompanhamento e o controle dos pacientes HIV positivo, sabe-se
que a contagem de células T CD4+ é um dos principais parâmetros utilizados. Desde
os primeiros anos da epidemia, a monitorização das células T CD4+ vem sendo
utilizada como um parâmetro laboratorial preditivo do prognóstico da doença causada
pelo HIV e também como um excelente indicador do risco para as principais infecções
oportunistas, principalmente em pacientes com doença sintomática. Sua avaliação
seriada vem sendo utilizada, tanto na indicação como na avaliação da necessidade de
modificação dos esquemas anti-retrovirais, e apresenta uma boa correlação com a
resposta ao tratamento. Além disso, a indicação de quimioprofilaxia, bem como a
abordagem clínica dos principais processos oportunistas presentes no espectro da
imunodeficiência crônica induzida pelo HIV é freqüentemente avaliada e monitorizada
pela contagem seriada dessas células. Alguns especialistas têm utilizado também a
análise do percentual de células CD4+ ao invés de considerar somente a contagem
absoluta em mm3, pelo fato da primeira sofrer uma menor interferência nos seus
valores.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do
HIV/Aids e das Hepatites Virais. Manual Técnico para o diagnóstico da infecção
pelo HIV em adultos e crianças. Brasília, 2018.
QUESTÃO Nº 27
Veículos lipídicos nanoestruturados (VLN) são nanoestruturas de liberação controlada
de fármacos, geralmente reconhecidos como seguros (generally recognized as safe –
GRAS). Juntamente com a formulação e as propriedades de superfície, o tamanho das
partículas exerce grande influência na biodisponibilidade do fármaco carreado. Nesse
contexto, foi avaliada a influência do tamanho dos VLN na biodisponibilidade da
cumarina-6 em ratos sprague dawley machos. O resultado é apresentado na figura a
seguir.
Concentração plasmática da cumarina-6 em função do tempo, após administração oral de
1,4 mg/kg de VLN com tamanhos de partículas de 100 nm, 200 nm e 300 nm, em ratos
sprague dawley machos (n = 6).
Os dados do gráfico permitem inferir que
A) o tamanho das VLN não influenciou na absorção da cumarina-6.
B) a cumarina-6 sofreu eliminação total após 12 horas de administração, não
havendo influência do tamanho das VLN.
C) o tamanho das VLN não influenciou no Tmáx, pois todas as formulações
alcançaram Cmáx no mesmo momento.
D) o tamanho das VLN influenciou na absorção da cumarina-6, tendo as partículas
de menor tamanho (100 nm) apresentado Cmáx mais elevada.
E) após uma hora da administração, a concentração da cumarina-6 foi maior no
plasma quando utilizada a VLN de 300 nm, em comparação com as VLN de 100 e
200 nm.
Gabarito: D
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Parâmetros farmacocinéticos relacionados à biodisponibilidade.
Autor(a): Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri.
Comentário:
A alternativa I é falsa, pois o tamanho das VLN influenciou na absorção da cumarina-6,
o que pode ser justificado observando as três curvas apresentadas no gráfico, em que
as concentrações do fármaco (ng/mL) variaram em relação ao tempo, bem como com
o tamanho do nanocarreador testado.
A alternativa II é falsa pois, a cumarina-6 não sofreu eliminação total após 12 horas de
administração, o que pode ser observado no gráfico apresentado, em que a
concentração de fármaco a partir desse tempo manteve-se entre 0,5 e 1,0ng/mL para
as três formas de nanocarreadores testadas, entre a décima segunda e a vigésima
quarta hora do início do teste.
A alternativa III é falsa pois, o tamanho das VLN influenciou no Tmáx das três
formulações testadas já que, cada uma delas alcançou o Cmáx em momentos
diferentes (Tmáx (h) da VLN 100nm em torno de 0,5, da VLN 200nm em torno de 0,8 e
da VNL 300nm em torno de 0,2).
A alternativa IV é verdadeira porque o tamanho das VLN influenciou na absorção da
cumarina-6, tendo as partículas de menor tamanho (100 nm) apresentado Cmáx mais
elevada, entre 3,0 e 3,5ng/mL, enquanto as VNL de 200nm em torno de 2,5ng/mL e as
VNL de 300nm entre 1,5 e 2,0ng/mL, além de notória diferença da área sob a curva
(AUC) entre os três nanocarreadores testados, ou seja, maior AUC para as VLN de
100nm, seguida de menor AUC para as VLN de 200nm e finalmente menor AUC que
as anteriores para as VLN de 300nm.
A alternativa V está falsa pois, após uma hora da administração, a concentração da
cumarina-6 foi menor no plasma e não maior, como mencionado na alternativa,
quando utilizada a VLN de 300 nm (entre 1,0 e 1,5ng/mL), em comparação com as
VLN de 100 (em torno de 2,5ng/mL) e 200 nm (entre 1,5 e 2,0ng/mL).
Referências:
LI H.; CHEN M. SU Z.; SUN M. PING Q. Size-exclusive effect of nanostructured lipid
carriers on oral drug delivery. International Journal of Pharmaceutics. Volume 511, 1
2016, 524-537.
STORPIRTIS, S.; GONÇALVES, J. E.; CHIANN, C. Ciências farmacêuticas:
biofarmacotécnica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
QUESTÃO Nº 28
A Lei n. 13.021/2014 transformou as farmácias e drogarias em unidades de prestação
de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e
coletiva, e assegurou a atuação do farmacêutico nesses estabelecimentos. Essa lei
respalda a atuação clínica do farmacêutico na provisão de diferentes serviços, como
educação em saúde, rastreamento em saúde, acompanhamento farmacoterapêutico e
revisão da farmacoterapia, e procedimentos, como aferição de pressão arterial,
dosagem de glicemia e vacinação.
Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2016 (adaptado).
Com base no instrumento legal citado e tendo em vista as obrigações do farmacêutico
no exercício de suas atividades, avalie as afirmações a seguir.
I. É obrigação do farmacêutico notificar os profissionais de saúde e os órgãos sanitários
competentes, bem como o laboratório industrial, a respeito dos efeitos colaterais, das
reações adversas, das intoxicações, voluntárias ou não, e da farmacodependência
observados e registrados na prática da farmacovigilância.
II. É obrigação do farmacêutico prestar orientação farmacêutica nas farmácias, com
vista a informar ao paciente os medicamentos com menor preço e proceder ao
acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes internados em estabelecimentos
hospitalares.
III. É obrigação do farmacêutico prestar orientação farmacêutica, com vista a esclarecer
ao paciente a relação benefício-risco, a conservação e a utilização de fármacos e
medicamentos, bem como as suas interações medicamentosas e a importância do seu
correto manuseio.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: C
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Deontologia Farmacêutica
Autor(a): Profª. Drª. Jaqueline Gleice A. Freitas
Comentário:
A alternativa I está correta de acordo com o Art. 13 da lei 13.021/2014:
Obriga-se o farmacêutico, no exercício de suas atividades, a:
I - notificar os profissionais de saúde e os órgãos sanitários competentes, bem
como o laboratório industrial, dos efeitos colaterais, das reações adversas, das
intoxicações, voluntárias ou não, e da farmacodependência observados e
registrados na prática da farmacovigilância.
A alternativa II está falsa de acordo com o Art. 13 da lei 13.021/2014 a orientação
farmacêutica não informar ao paciente os medicamentos com menor preço.
A alternativa III é verdadeira de acordo com o Art. 13 da lei 13.021/2014
VI - prestar orientação farmacêutica, com vistas a esclarecer ao paciente a relação
benefício e risco, a conservação e a utilização de fármacos e medicamentos
inerentes à terapia, bem como as suas interações medicamentosas e a
importância do seu correto manuseio.
Referências: Lei 13.021/2014.
QUESTÃO Nº 29
Os casos clínicos descritos a seguir referem-se a diferentes tipos de anemias.
Caso 1 Um paciente com 30 anos de idade relata cansaço, fadiga, úlcera gástrica
tratada há três anos e sangramento recente nas fezes. O resultado de hemograma
evidencia presença de hemácias microcíticas e hipocrômicas; hematócrito = 31% (valor
de referência: 35 até 45%); número de leucócitos e plaquetas normal.
Caso 2 Um paciente com 12 anos de idade queixa-se de fadiga, fraqueza e dores nos
membros inferiores, além de apresentar palidez nas mucosas, que se iniciaram de
forma abrupta e evoluíram progressivamente. Não foi obtido sucesso com a utilização
de analgésicos. O resultado do hemograma evidencia poiquilocitose e presença de
drepanócitos.
Caso 3 Uma paciente com 58 anos de idade, submetida a transfusões esporádicas ao
longo dos anos, apresenta alterações na face e relata cansaço ao mínimo esforço e
histórico de anemia hereditária. No hemograma foram visualizadas hemácias em alvo.
As figuras a seguir correspondem às lâminas sanguíneas relativas aos hemogramas
realizados.
Considerando a relação entre os casos clínicos e as figuras apresentadas, assinale a
opção correta.
A) O caso clínico 1 correlaciona-se com a Figura B, e a presença de hemácias em
alvo caracteriza anemia ferropriva.
B) O caso clínico 1 correlaciona-se com a Figura C, e a presença de hemácias em
alvo caracteriza talassemia.
C) O caso clínico 2 correlaciona-se com a Figura C, e a presença de drepanócitos
caracteriza anemia falciforme.
D) O caso clínico 3 correlaciona-se com a Figura A, e a presença de hemácias
hipocrômicas caracteriza anemia falciforme.
E) O caso clínico 3 correlaciona-se com a Figura A, e a presença de hemácias
microcíticas caracteriza anemia perniciosa.
Gabarito: C
Tipo de questão: fácil
Conteúdo avaliado: Exames laboratoriais (hemograma completo, contagem de
reticulócitos, teste de Solubilidade), Classificação das anemiais, Exames de triagem e
confirmatórios para Anemia Falciforme e Anemia Falciforme.
Autor(a): Profa MSc Vanilce Vilmar Bernardes
Comentário:
A alternativa correta é a letra C, uma vez que a presença de hemácias em foice ou drepanócitos são característicos de anemia falciforme. Ao contrário do drepanócito, a presença de hemácia hipocrômica, hemácia microcítica e hemácia em alvo não são específicas de um único tipo de anemia. Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal (13 g/dL para homens, 12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos) como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. A Anemia Falciforme (AF) é uma doença hemolítica de caráter autossômico recessivo, presente em indivíduos homozigóticos para Hemoglobina S (HbS). É originada por uma mutação na posição 6 da extremidade N – terminal do cromossomo 11, onde ocorre a substituição de um ácido glutâmico pela valina. A HbS é responsável pela polimerização dos eritrócitos em condições de hipóxia, fazendo com que esses assumam o formato de foice. Esses polímeros podem lesar a estrutura da membrana eritrocítica, causando hemólise. A diminuição do número de eritrócitos pela hemólise associada à alta destruição das hemácias pelo baço leva ao quadro de anemia comum em pacientes falciformes.Durante o evento de falcização a membrana da hemácia em foice enrijece, aumentando o contato da superfície celular com as moléculas de adesão circulantes no sangue. Essa interação impede a circulação adequada dessas hemácias na corrente sanguínea, fazendo com que dificulte o transporte de oxigênio celular e tecidual, além de contribuir para o processo de vaso-oclusão causado pela aderência dessas células no endotélio vascular, ocasionando os processos inflamatórios e infecciosos. No traço falciforme, o indivíduo apresenta heterozigose para Hemoglobina S, sendo portador de um gene de hemoglobina normal (HbA) e um gene com a mutação falciforme (HbS), formando o genótipo HbAS. O indivíduo HbAS é assintomático. Já a anemia falciforme (AF) possui a manifestação mais grave da doença O indivíduo possui homozigose para a Hemoglobina S, com dois genes da hemoglobina falciforme, formando o genótipo HbSS. Na AF, o paciente apresenta complicações e sintomas característicos da doença. O gene da hemoglobina S é um gene de alta freqüência em toda a América, e no Brasil é mais freqüente nas regiões sudeste e nordeste. Na África Equatorial, 40% da população é portadora (HbAS), e a doença falciforme atinge uma prevalência de 2 a 3% da população. As hemoglobinopatias constituem uma das principais e mais freqüentes doenças genéticas que acometem seres humanos; e, dentre elas, a anemia falciforme é a doença hereditária mais prevalente no Brasil. O hemograma completo é o primeiro passo do diagnóstico laboratorial, pois é possível
visualizar as hemácias falciformes presentes através do esfregaço sanguíneo, sendo essas hemácias características da anemia falciforme. A contagem de reticulócitos pode ser feita manualmente através da microscopia ótica ou por aparelho automatizado. Na AF, o aumento dos reticulócitos indica atividade proliferativa compensatória da medula óssea frente ao aumento de hemólise. O teste de solubilidade consiste em avaliar a solubilidade da hemoglobina. A HbS é insolúvel e neste teste é visualizada através da opacidade que confere ao filtro de papel. Este exame não é recomendado para neonatos, pois pode apresentar um falso negativo. Os exames de triagem fornecem subsídios para o norteamento do pensamento clínico, porém, são nos exames eletroforéticos que ocorre a confirmação diagnóstica. O estudo sugere que o exame padrão-ouro para definição diagnóstica da AF continua sendo a eletroforese de hemoglobina.
Referências:
Almeida RA, Beretta ALR. Anemia Falciforme e abordagem laboratorial: uma breve revisão de literatura. Revista Brasileira de Análises Clínicas. 2017.
Williamsom MA, Snyder, LM. Wallach: interpretação de exames laboratoriais. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
QUESTÃO Nº 30
Com objetivo de minimizar custos sem perda da eficiência, um profissional farmacêutico
foi escalado para revisar os medicamentos para tratamento de úlcera péptica destinada
à assistência farmacêutica da instituição em que atua. O profissional concentrou seus
achados na tabela a seguir, que apresenta o tratamento já padronizado e outras três
alternativas de medicamentos considerados inovadores e as respectivas respostas
clínicas para ciclo de 90 dias de tratamento.
SECOLI. et al. Avaliação de Tecnologia em Saúde. A análise de custo-efetividade. Arq.
Gastroenterol. v. 47, n. 4, 2010 (adaptado).
Com base nesses dados e levando em consideração a relação custo-efetividade,
assinale a opção correta.
A) O medicamento padrão é o melhor para DLS e também para cura.
B) O medicamento padrão é o melhor para DLS, e o inovador A, para cura.
C) O medicamento padrão e o melhor para DLS, e o inovador C, para cura.
D) O medicamento inovador B é o melhor para DLS,e o inovador C, para cura.
E) E O medicamento inovador C é o melhor para DLS, e o inovador A, para cura.
Gabarito: B
Tipo de questão: média
Conteúdo avaliado: Farmacoeconomia. Análise custo-efetividade
Autor(a): Profª Drª Wanessa Machado Andrade
Comentário: (mesmo comentário inicial (conceitual) da questão 23).
A Farmacoeconomia é uma área da economia da saúde que estuda a relação entre
medicamentos e aspectos econômicos. Tem como elementos chave: custos,
consequências negativas e positivas da farmacoterapia. Dentre as diversas análises
realizadas durante a Farmacoeconomia, há a Análise custo-efetividade (ACE), a
qual refere-se a comparação entre outcomes (diz respeito aos resultados e
consequências das intervenções terapêuticas) e custos (intervenções ou
medicamentos), sendo os custos medidos em unidades monetárias e a efetividade em
unidades clínicas.
Considerando a situação representada na questão, é necessário realizar a análise de
custo-efetividade com relação aos Dias Livres de Sintomas (DLS) e com relação a
porcentagem de cura:
· Com relação aos DLS:
Padrão: 400/60 = 8,00 (maior economia)
Medicamento A: 640/60 = 10,66
Medicamento B: 720/80 = 9,00
Medicamento C: 900/60 = 15,00
· Com relação a Cura (%):
Padrão: 400/40 = 10,00
Medicamento A: 640/80 = 8,00 (maior economia)
Medicamento B: 720/80 = 9,00
Medicamento C: 900/90 = 10,00
Portanto, em relação ao custo-efetividade, o medicamento padrão é o melhor para
promover DLS; e o medicamento inovador A, é o melhor para promover cura. Essa
conclusão é observada apenas na alternativa B.
Referências:
RIBEIRO, E.; SECOLI, S. R. Farmacoeconomia. In: STORPIRTIS, S. et al. Farmácia
clínica e atenção farmacêutica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
QUESTÃO Nº 31
No atendimento médico de um homem de 78 anos de idade, foram verificados indícios
de sinais de doença de Parkinson. Os sintomas incluíam tremor, com piora progressiva
nas mãos nos últimos seis meses e dificuldade de andar ao se levantar.
O diagnóstico confirmou doença de Parkinson e o médico prescreveu levodopa (L-dopa)
20 mg/dia. Passados 90 dias, o paciente retornou à consulta e o médico verificou, além
de pouca melhora do quadro clínico, efeitos adversos relacionados ao aumento da
concentração plasmática periférica de levodopa, tais como náuseas, hipotensão e
arritmias cardíacas.
Nesse caso, além de se reduzir a dose de levodopa,
deve-se prescrever
A) amantadina.
B) bromocriptina.
C) carbidopa.
D) entacapona.
E) ropinirol.
Gabarito: C
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado:
Autor(a): Leonardo Luiz Borges
Comentário:
Na prática clínica, a levodopa quase sempre é administrada em combinação com um
inibidor de AADC ( L-aminoácido-aromático-descarboxilase) com ação periférica, como
carbidopa, fármaco que não penetram bem no SNC. Se a levodopa for administrada
isoladamente, o fármaco em grande parte é descarboxilado pelas enzimas presentes na
mucosa intestinal e em outros tecidos periféricos, de modo que quantidades
relativamente pequenas e inalteradas chegam à circulação cerebral e provavelmente <
1% entra no SNC. Além disso, a liberação de dopamina na circulação depois da
conversão periférica da levodopa produz efeitos indesejáveis, principalmente náuseas. A
inibição da descarboxilase periférica aumenta expressivamente a fração de levodopa
administrada que não é metabolizada e fica disponível para atravessar a barreira
hematoencefálica; isso reduz a incidência de efeitos colaterais GI e hipotensão
ortostática induzida pelo fármaco. Em geral, uma dose diária de 75 mg de carbidopa é
suficiente para evitar náuseas. Por essa razão, a preparação prescrita mais comumente
de carbidopa/levodopa é de 25/100, ou seja, contém 25 mg de carbidopa e 100 mg de
levodopa. Com essa preparação, os esquemas posológicos de 3 ou mais comprimidos
por dia asseguram a inibição aceitável da descarboxilase na maioria dos casos.
Referências:
Brunton, L. L.; Lazo, J. S.; Parker, K. L. Goodman e Gilman: as bases farmacológicas da
terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.
QUESTÃO Nº 32
Um homem com 73 anos de idade procura atendimento em uma farmácia comunitária
com queixa de alterações visuais e náuseas. O paciente relata uso de digoxina 0,25 mg,
1 comprimido ao dia, enalapril 20 mg, 1 comprimido de 12 em 12 horas, metoprolol 50
mg, 1 comprimido ao dia, e furosemida 40 mg, 1 comprimido ao dia, para o tratamento
de insuficiência cardíaca congestiva (ICC). O farmacêutico encaminha o paciente para
um serviço de saúde, onde são dosados seus eletrólitos séricos e realizado
eletrocardiograma, sendo-lhe, então, administrado espironolactona 50 mg.
A análise da conduta terapêutica nesse caso clínico e da história clínica do paciente
demonstram que
A) a administração de metoprolol é contraindicada nos casos de ICC, pois pode
desencadear descompensação aguda da função cardíaca, como ocorreu com o
paciente.
B) a hipercalemia promovida pelo uso do enalapril potencializa a ligação do
digitálico à bomba de Na+ /K+ , o que provocou um quadro de toxicidade digitálica,
caracterizado por distúrbios visuais e gastrintestinais.
C) a espironolactona foi administrada no paciente para diminuir a fibrose miocárdica
e vascular, pois esse fármaco é um diurético poupador de potássio cujo mecanismo
de ação baseia-se na ativação da aldosterona.
D) a associação de digoxina e enalapril consiste no tratamento de primeira escolha
para a ICC, pois a digoxina melhora a função cardíaca e reduz a letalidade,
enquanto o enalapril reduz os sintomas de fadiga e dispneia.
E) a perda de sódio causada pelo uso da furosemida provoca perda secundária de
potássio que, nesse caso, desencadeou um quadro de toxicidade digitálica em
função do uso de digoxina pelo paciente.
Gabarito: E
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Tratamento da insuficiência cardíaca congestiva
Autor: Prof. Dr. Vinicius Barreto da Silva
Comentário:
A questão descreve um breve relato de um paciente com insuficiência cardíaca em
regime de polifarmácia, portanto, mais susceptível à ocorrência de interações
medicamentosas. Neste caso, o paciente é usuário de digoxina, beta-bloqueadores e
furosemida (um diurético de alça espoliador de potássio). A conduta terapêutica para
resolver os problemas relacionados ao uso do esquema terapêutico estabelecido, após
a realização de dosagem de eletrólitos e eletrocardiograma, se baseou na introdução
da espironolactona (um diurético poupador de potássio). Sabendo que a furosemida é
um diurético de alça espoliador de potássio, podemos prever que a hipocalemia
(redução dos níveis de potássio no sangue) é um efeito adverso associado ao seu uso.
O grande problema é que em usuários de digoxina a hipocalemia aumenta a
localização da digoxina no miocárdio e predispõe o indivíduo a toxicidade digitálica.
Isso acontece porque a hipocalemia induz alterações na bomba de sódio e potássio
dos cardiomiócitos, as quais aumentam a afinidade da digoxina pelo seu alvo. Assim, o
objetivo da introdução da espironolactona é corrigir os níveis séricos de potássio,
aumentando a sua concentração no sangue, o que resulta em diminuição da afinidade
da digoxina pelo seu alvo e atenua os eventos adversos relacionados à toxicidade
digitálica. Por esse motivo a alternativa E é a correta.
Referências:
BRUNTON, L. L.; LAZO, J. S.; PARKER, K. L. Goodman e Gilman: as bases
farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.
QUESTÃO Nº 33
O fator estimulador de granulócito (G-CSF) promove a maturação dos neutrófilos e
estimula a atividade fagocítica e quimiotática. O fator estimulador de colônias de
granulócito humano recombinante (rhG-CSF), obtido por biotecnologia, é usado no
tratamento de diversas doenças, sobretudo em neutropenias provocadas pela
quimioterapia utilizada no tratamento de câncer. A proteína rhG-CSF é uma molécula
monomérica que possui uma sequência de 174 aminoácidos e um resíduo de cisteína
livre em sua forma reduzida na posição 17 e duas pontes dissulfeto (Cys36,42 e
Cys64,74). Assim como no fator estimulador de colônias de granulócito humano (hG-
CSF), essas características são importantes para a atividade estrutural da proteína, o
dobramento correto da cadeia de aminoácidos e a sua atividade biológica.
CARMO, F.L.R. Clonagem, expressão e caracterização do fator estimulador de colônia de
granulócito humano recombinante (rhG-CSF) em Escherichia coli. Dissertação de Mestrado da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, 2014 (adaptado).
Considerando a produção de biofármacos, como o rhG-CSF, avalie as afirmações a
seguir.
I. Para tornar-se um biofármaco, o rhG-CSF deve apresentar estrutura homóloga
à da proteína humana ou alto grau de semelhança que garanta sua atividade biológica.
II. As variáveis do processo biotecnológico para obtenção do rhG-CSF, como
temperatura, concentrações e tipos de matéria-prima devem ser bem determinadas,
para permitir a produção de proteína com o dobramento correto e garantir a atividade
biológica.
III. O rhG-CSF, cuja estrutura é bem definida, apresenta processo produtivo em cultura
de Escherichia coli de complexidade e rendimento semelhantes aos dos fármacos com
estruturas químicas bem definidas obtidos por síntese química.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: C
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Biofármacos
Autor(a): Prof. Dr. Vinicius Barreto da Silva
Comentário:
A questão trata do fator estimulador de granulócito, uma proteína que pode ser
produzida por processos biotecnológicos, envolvendo o emprego de microorganismos
vivos que serão manipulados geneticamente para produzir a proteína abordada.
Nesse sentido, biofármaco é a designação que foi dada a medicamentos originados a
partir de processos biotecnológicos, nos quais o princípio ativo do medicamento é
obtido através do emprego industrial de microorganismos (células ou bactérias, por
exemplo) ou células modificadas geneticamente. Segundo Otto, Santagostino e
Schrader (2014), os biofármacos se distinguem pela abrangência de moléculas de
alta complexidade, podendo resultar em fármacos com alto grau de especificidade e
eficácia. Uma molécula de AAS, um fármaco convencional, contém 21 átomos,
enquanto uma molécula biofarmacêutica pode conter entre 2 mil e 25 mil átomos.
Essas moléculas grandes são semelhantes ou idênticas às proteínas e outras
substâncias complexas em que o nosso organismo confia para se manter saudável.
Por esse motivo é fundamental que um biofármaco apresente alto grau de
semelhança com a proteína humana, o torna o ítem I uma afirmativa verdadeira.
Ainda segundo Otto, Santagostino e Schrader (2014), a complexidade das moléculas
de biofármaco se estende à sua produção, trazendo grandes desafios operacionais e
tecnologicos. No caso das proteinas recombinantes, por exemplo, as “maquinas” sao
células vivas geneticamente modificadas que devem ser congeladas para
armazenamento, descongeladas sem danos, e prosperar no ambiente incomum de
um recipiente de reação. As moléculas devem então ser separadas das células que
as criaram, tudo sem destruir suas estruturas complexas e frágeis. Por esse motivo
as variáveis do processo biotecnológico devem ser bem determinadas, o que torna o
item II uma sentença verdadeira. Já a sentença III é falsa, visto que a complexidade
dos processos envolvendo a produção de proteínas recombinantes é maior e mais
desafiador que a síntese de fármacos convencionais. Isso se justifica pelo fato da
indústria química já apresentar mais de um século de desenvolvimento e
conhecimento científico acúmulado. De forma muito diferente, a produção de
biofármacos depende de engenharia genética e de processos que foram
desenvolvidos mais recentemente na história da humanidade e continuam a ser
aperfeiçoados de acordo com a evolução do conhecimento científico na área. Sem
contar, como já definido acima, que as moléculas de biofármacos tendem a ser
quimicamente mais complexas e apresentar muito mais átomos que as moléculas de
fármacos convencionais. Portanto, os limites para a produção de biofármacos são
definidos por dificuldades tecnológicas que ainda não foram totalmente superadas
pela comunidade científica, o que torna a produção de biofármacos, em geral, mais
complexa que a produção de fármacos convencionais. Nesse sentido, a alternativa
correta é a letra C, a qual expressa que apenas os ítens I e II são sentenças
verdadeiras.
Referências:
OTTO, R.; SANTAGOSTINO, A.; SCHRADER, U. Rapid growth in biopharma:
challenges and opportunities. MacKinsey & Company, dez. 2014. Disponível em:
https://www.mckinsey.com/industries/pharmaceuticals-and-medical-products/our-
insights/rapid-growth-in-biopharma
SALERNO, M. S.; MATSUMOTO, C.; FERRAZ, I. Biofármacos no Brasil:
características, importância e delineamento de políticas públicas para seu
desenvolvimento. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. - Brasília: Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, 2018.
QUESTÃO Nº 34
Um paciente com 44 anos de idade foi submetido ao exame de colonoscopia periódica
devido a histórico de adenocarcinoma de intestino na família. Algumas horas após a
alta, o paciente apresentou mal-estar generalizado e febre (38,8 °C), com piora rápida e
progressiva.
Diante do quadro clínico, o médico solicitou coleta de amostras de sangue periférico
para a realização de hemograma e hemocultura, dada a suspeita de perfuração
intestinal decorrente da colonoscopia. Os resultados da hemocultura, do teste de
sensibilidade aos antibióticos (antibiograma) e do hemograma são descritos a seguir.
Hemocultura: isolados bacilos Gram negativos com características bioquímicas de
Klebsiella pneumoniae.
A análise dos dados apresentados evidencia que
A) o antibiograma é compatível com o mecanismo de resistência KPC (Klebsiella
pneumoniae carbapenemase), responsável por inativar as penicilinas,
penicilinas/inibidores, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos.
B) os resultados do hemograma que confirmam a presença de bacteremia são
observados na série branca: trombocitopenia, leucopenia e neutropenia, que
caracterizam a participação das células envolvidas na defesa à infecção bacteriana.
C) os antibióticos pertencentes às classes dos carbapenêmicos e dos
aminoglicosídeos se encontram entre os fármacos testados, sendo elegíveis para o
tratamento da infecção ocasionada pela bactéria Klebsiella pneumoniae.
D) as quinolonas compõem o painel de antibióticos testados frente ao isolado
sanguíneo de Klebsiella pneumoniae, e, entre os antibióticos dessa classe, não se
observam as quinolonas de escolha para tratamento de infecções urinárias.
E) os fármacos beta-lactâmicos testados no antibiograma de Klebsiella pneumoniae
demonstram padrão de sensibilidade não associável à presença de mecanismo de
resistência mediado por enzima do tipo beta-lactamase.
Gabarito: C
Tipo de questão:difícil
Conteúdo avaliado: Antibiograma, Aminoglicosídeos, Carbapenêmicos, Enterobactérias
e Mecanismo de Resistência Bacteriana- KPC
Autor: Profa MSc Vanilce Vilmar Bernardes
Comentário:
O número crescente de antimicrobianos introduzidos na prática clínica e a descrição
frequente de novos mecanismos de resistência, faz com que cada laboratório seja
obrigado a adequar a composição do painel de antibióticos a serem testados,
publicada por comitês padronizadores, com as suas necessidades, conforme
consenso entre microbiologistas, corpo clínico, farmácia, comitê terapêutico e
comissão de controle de infecção hospitalar. Por exemplo, o laboratório que atende
pacientes hospitalizados e ou imunodeprimidos precisa testar rotineiramente
antimicrobianos de maior espectro, além dos antibióticos padronizados.
As sugestões do CSLI para escolha de discos de antibiograma referem-se a padrões
adotados nos Estados Unidos, e indicados pela ANVISA. São referenciados no grupo
A as drogas de primeira escolha para o antibiograma, no grupo B as de segunda
escolha e no grupo C as drogas suplementares, testadas quando o primeiro e segundo
grupos não se mostrarem eficazes. Como pode ser observado abaixo, os
aminoglicosídeos e carbapenêmicos estão no grupo B dos antibióticos selecionados
para serem testados com as enterobactérias, ou seja, drogas que a princípio são
eficazes contra essas bactérias.
Grupo A para enterobactérias: ampicilina, cefazolina e gentamicina ou tobramicina
Grupo B para enterobactérias: amicacina, amoxacilina-clavulanato, ampicilina-
sulbactam, piperacilina-tazobactam, ticarcilina-clavulanato, cefuroxima, cefepime,
cefotetam, cefoxitina, cefotaxima, ou ceftriaxona, ciprofloxacin, levofloxacin,
ertapenem, imipenem, meropenem, doripenem, piperacilina e sulfazotrim.
Grupo C para enterobactérias: aztreonam, ceftazidima, cloranfenicol e tetraciclina.
Os antibióticos carbapenêmicos, inibidores da síntese da parede celular, possuem um
amplo espectro de ação que inclui cocos gram-positivos, bacilos gram-negativos
fermentadores e não-fermentadores, anaeróbios gram-positivos e gram-negativos,
incluindo o Bacteroides fragilis. Por este espectro abrangente de ação e pela atividade
potente em gram-negativos, são opções seguras como monoterapia para o tratamento
de infecções polimicrobianas graves (sepse de foco abdominal, por exemplo). Os
principais representantes desta classe de drogas são: imipenem-cilastatina,
meropenem e ertapenem. Estas drogas mantém boa atividade diante de bacilos gram-
negativos produtores de beta-lactamases de espectro extendido (ESBLs) e contra
cepas produtoras de beta-lactamases cromossomiais do tipo AmpC. Já as cepas
produtoras de enzimas KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), isoladas pela
primeira vez em K. pneumoniae, possuem a habilidade de hidrolisar uma grande
variedade de ß-lactâmicos como cefalosporinas, penicilinas, aztreonam e inclusive, os
carbapenêmicos. Atualmente já foram descritos casos de resistência pela presença de
KPC em Salmonella enterica, K. oxytoca e Enterobacter spp, entre outros. Apresenta
alto potencial de disseminação devido à sua localização em plasmídio.
Os aminoglicosídeos também apresentam um extenso espectro de ação,
apresentando grande atividade sobre bactérias aeróbias de Gram negativo, sendo
moderadamente ativos contra bactérias aeróbias de Gram positivo, não apresentando,
no entanto, atividade sobre bactérias anaeróbias estritas. São maioritariamente de
origem natural, uma vez que são produzidos por microrganismos . A estreptomicina, a
neomicina e a tobramicina são derivados de Streptomyces spp., enquanto a
gentamicina é obtida de Micromonospora spp. Por outro lado, eles também podem ser
obtidos, in vitro, por síntese química, à custa de produtos naturais, como é o caso da
netilmicina, amicacina, arbecacina e isepamicina. Na prática clínica, a gentamicina, a
tobramicina e a amicacina são as moléculas usualmente prescritas atualmente,
enquanto a estreptomicina continua a ser uma ferramenta importante no tratamento de
algumas situações de tuberculose, brucelose, tularemia e praga. Os aminoglicosídeos
ligam-se ao ribossoma bacteriano, inibindo irreversivelmente a síntese proteica, e, a
par do seu amplo espectro de ação antibacteriana, têm como vantagens terapêuticas a
sua atividade bactericida, o seu efeito pós-antibiótico, uma farmacocinética
relativamente previsível e o sinergismo com outros antibióticos, nomeadamente β-
lactâmicos. Dessa forma, a utilidade destes antibióticos prende-se essencialmente com
o facto de eles exercerem atividade sobre bacilos aeróbios Gram negativo, como é o
caso de microrganismos da família das Enterobacteriaceae, como por exemplo,
Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Proteus spp., Enterobacter spp., Samonella
spp. e Shigella spp., além de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii.
No caso clínico descrito acima, a cepa isolada de K. pneumoniae não é produtora de
KPC, sendo sensível aos antibióticos do grupo carbapenêmicos e aminoglicosídeos
testados. Vale ressaltar que as espécies de Klebsiella pneumoniae podem causar
vários tipos de infecções, principalmente hospitalares, e têm merecido destaque pelos
seus variados e emergentes mecanismos de resistência.
Comentário:
Seibert G, Hörner R, Meneghetti BH, Righi RA, Dal Forno NLF, Salla A. Infecções
hospitalares por enterobactérias produtoras de Klebsiella pneumoniae
carbapenemase em um hospital escola. Einstein. 2014;12(3):282-6.
Tavares W. Antibióticos e quimioterápicos para o clínico. 2ª edição. São Paulo:
Editora Atheneu, 2009.
Vakulenko S, Mobashery S. Versatility of Aminoglycosides and Prospects for Their
Future. Clinical Microbiology Reviews. 2003; 7, pp. 430-450.
QUESTÃO Nº 35
A vigilância da Influenza é composta pela vigilância sentinela de síndrome gripal (SG),
de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em pacientes internados em unidade de
terapia intensiva (UTI) e pela vigilância universal de SRAG. No período que
compreendeu as semanas epidemiológicas (SE) 1 a 25 do ano de 2016, relativas a
casos com início de sintomas de 03/01/2016 a 25/06/2016, a positividade para Influenza
e outros vírus respiratórios, bem como para outros agentes etiológicos entre as
amostras processadas em unidades sentinelas, foi de 22,8% para SG, conforme
demonstrado no gráfico a seguir.
Considerando esse dados, avalie as afirmações a seguir.
I. Até a SE 25 de 2016, entre as amostras positivas para Influenza confirmadas pelas
unidades sentinelas de SG, registrou-se o predomínio do vírus Influenza A (H1N1)
pdm09, seguido do vírus Influenza A (H3N2).
II. A vacinação contra Influenza, uma das medidas mais efetivas para a prevenção da
Influenza grave e de suas complicações, é realizada com a vacina trivalente adotada e
produzida no Brasil, que confere imunização por dois anos ao indivíduo vacinado. III. A
estratégia de imunização com vacina trivalente contra a Influenza, incorporada no
Programa Nacional de Imunizações, visa reduzir internações, complicações e mortes na
população alvo.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: B
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Epidemiologia e saúde pública
Autor(a): Profª. Drª. Jaqueline Gleice Ap. Freitas
Comentário:
A alternativa I está falsa porque até SE 25 de 2016, entre as amostras positivas para
Influenza confirmadas pelas unidades sentinelas de SG NÃO registrou-se o
predomínio do vírus Influenza A (H1N1) pdm09, seguido do vírus Influenza A (H3N2).
Mas houve predomínio do vírus Influenza seguido de adenovírus e parainfluenza.
A alternativa II está falsa porque a proteção conferida pela vacinação é de
aproximadamente um ano, motivo pelo qual é feita anualmente.
A alternativa III está correta porque as vacinas utilizadas nas campanhas nacionais de
vacinação contra a influenza do Programa Nacional de Imunização (PNI) são
trivalentes que contêm os antígenos purificados de duas cepas do tipo A e uma B, sem
adição de adjuvantes e sua composição é determinada pela OMS para o hemisfério
sul, de acordo com as informações da vigilância epidemiológica.
Referências:
Informe técnico: 21ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, 2019.
Disponível em:
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/fevereiro/28/Informe-Cp-Influenza-
28-02-2019-final.pdf. Acesso em: 31/07/2019.