Post on 30-Jan-2018
Portugal é por tradição um país de migrações, dado que apesar do incremento da imigração, os portugueses continuam a emigrar...
CAUSAS DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA
A motivação económica, que se traduz pela procura de emprego, de melhores salários e de melhores condições de vida, está na origem da saída de portugueses do país, que vêem noutros destinos a esperança num futuro melhor.
Como é que a mobilidade se refletiu na evolução da população portuguesa neste período?
Ao longo dos anos, os movimentos migratórios, quer internos, quer externos, tem influenciado as caraterísticas demográficas e sociais do país, refletindo-se diretamente no comportamento da população portuguesa no tempo e no espaço. Podemos apontar duas fases distintas na 2.ª metade do séc. XX:
Saldo migratório Espaço Tempo
Fase I 1960-1973
Negativo Diminuição da população
Intracontinentais Incremento temporárias
Fase II Após 1973
Positivo Aumento da população
Intracontinentais e intercontinentais
Aumento temporárias
A evolução do número de emigrantes portugueses no séc. XX
Principais destinos
FASE I (1960 – 1973)
FASE I – ENTRE 1960-1973 • Maior período de emigração
da população portuguesa;
• Emigração sobretudo intra-continental;
• A Venezuela é destino dos madeirenses e os EUA e Canadá são destinos de açorianos.
É um período marcado pelo aumento da emigração ilegal.
FASE I (1960 – 1973)
FASE I (1960 – 1973)
É um período marcado pelo aumento da emigração ilegal devido a:
Morosidade na organização dos processos;
Restrições impostas pelos países recetores;
Degradação acelerada das condições de vida em Portugal;
FASE I (1960 – 1973)
É um período marcado pelo aumento da emigração ilegal devido a:
Guerra colonial em África;
Intensificação das perseguições políticas em Portugal.
FASE I (1960 – 1973)
CAUSAS DO FLUXO MIGRATÓRIO 1960 – 1973
Em Portugal:
Falta de recursos e de emprego;
Baixo nível de vida e baixos salários;
Falta de estruturas de apoio às famílias e às atividades socioculturais;
FASE I (1960 – 1973)
CAUSAS DO FLUXO MIGRATÓRIO 1960 – 1973
Em Portugal:
Regime político (ditadura de Salazar);
Guerra colonial nas ex-províncias africanas;
O desenvolvimento dos transportes e comunicações internacionais.
FASE I (1960 – 1973)
CAUSAS DO FLUXO MIGRATÓRIO 1960 – 1973
Nos países de destino:
O grande desenvolvimento económico da Europa Ocidental após a II Guerra Mundial;
Necessidade de reconstrução das estruturas produtivas – necessidade de mão-de-obra barata para a indústria, construção civil e serviços pouco qualificados.
FASE I (1960 – 1973)
CONSEQUÊNCIAS DO FLUXO MIGRATÓRIO 1960 – 1973 PARA PORTUGAL:
Diminuição da população ativa, que levou, nas áreas rurais, ao abandono dos campos e ao esforço de mecanização dos campos agrícolas;
Aumento da taxa de analfabetismo (que era inferior na população que emigrou, cerca de 17%, contra 30% na população do país);
FASE I (1960 – 1973)
CONSEQUÊNCIAS DO FLUXO MIGRATÓRIO 1960 – 1973 PARA PORTUGAL:
Subida dos salários e o investimento em nova tecnologia na indústria, sobretudo a de capital estrangeiro;
Envelhecimento demográfico;
Entrada de divisas (dinheiro enviado pelos emigrantes) estrangeiras.
FASE II (Após 1973)
- Os países da Europa ocidental impuseram restrições à imigração, com o objetivo de diminuir o desemprego da sua população.
- Incentivaram o regresso de alguns imigrantes aos seus países de origem, dando indemnizações.
Grande AUMENTO DO DESEMPREGO nos países da Europa Ocidental.
FORTE DIMINUIÇÃO DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA
1973 – Crise Petrolífera (Subida vertiginosa dos preços do petróleo que levou a graves consequências económicas).
Após 1973, a população portuguesa aumentou, o saldo migratório passou a ser positivo, apesar de decrescer na década de 1980 e de registar um abrandamento nos últimos anos.
FASE II (Após 1973)
Crise económica internacional de 1973
25 de Abril de 1974 - Melhoria da situação económica portuguesa:
- Fim da Guerra Colonial;
- Democratização da sociedade portuguesa;
- Entrada de Portugal na CEE (atual UE) em 1986;
- Melhoria do nível de vida da população;
- Melhoria da qualidade de vida.
- Decréscimo da emigração portuguesa
- Regresso de muitos emigrantes a Portugal
FASE II (Após 1973)
Nesta década, temos um aumento da imigração em Portugal, em resultado...
- Da descolonização e do retorno dos portugueses das ex-colónias;
- Do regresso dos emigrantes, sobretudo os que se encontravam numa situação de impedimento, antes do 25 de Abril, de voltarem a Portugal.
Década de 1970
FASE II (Após 1973)
Nesta década, assistimos a um aumento da emigração, um incremento e predomínio da emigração temporária, em consequência, por exemplo:
Do fim dos condicionalismos administrativos que restringiam a saída do país;
Da assinatura dos acordos de Schengen, que estabelecem a livre circulação de pessoas nos países signatários;
Do desenvolvimento das infraestruturas e dos meios de transporte;
Da globalização da economia.
Década de 1980
FASE II (Após 1973)
Nesta década, verificamos ainda:
um incremento da imigração, originária dos países africanos de expressão portuguesa (PALOP), especialmente de Cabo Verde;
um aumento do regresso da população emigrante a Portugal devido à melhoria do nível de vida em Portugal.
Década de 1980
FASE II (Após 1973)
Os imigrantes não são só de países de expressão portuguesa (com destaque para Brasil e Cabo Verde) mas também...
Da Europa de Leste (Ucrânia, Roménia, entre outros)
Da Europa Ocidental (como o Reino Unido)
Da Ásia (como a China)
Década de 1990
A partir desta década, Portugal passa também a ser um país de imigrantes, que representam já 3,7% do total da população em 2011.
Origem da população estrangeira residente em Portugal (2001 e 2011)
FASE II (Após 1973) A partir da década de 1990...
FASE II (Após 1973)
Apesar de desde esta altura, também sermos um país de imigrantes, Portugal continua a ser um país de emigrantes mas com destinos e um perfil diferenciados dos encontrados na década de sessenta:
A par da emigração intracontinental, os destinos intercontinentais regressam, como Angola, Moçambique e Brasil;
A emigração temporária predomina;
Surge o aumento da emigração de jovens qualificados;
A emigração de caráter individual substitui a familiar;
A emigração feminina aumenta, apesar de predominar a masculina;
A partir da década de 1990...
O aumento da população em 2% entre 2001 e 2011 foi consequência da imigração compensando o decréscimo da natalidade.
Com a taxa de fecundidade dos portugueses a diminuir, a
substituição das gerações em Portugal teve o contributo dos
imigrantes.
Num futuro próximo, perspetiva-se uma baixa mais acentuada da Taxa de Crescimento Efetivo, já que o saldo migratório será negativo.
A nova vaga emigratória de portugueses recupera antigos
destinos dentro da Europa e países de expressão portuguesa.
As migrações e a evolução da população
portuguesa
Em suma...