Post on 01-Dec-2018
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
RESÍDUOS SÓLIDOS: DESTINAÇÃO FINAL
Por: Maria Aparecida Salgado Soares
Orientador
Prof. Maria Esther de Araujo Oliveira
Rio de Janeiro
2012
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
RESÍDUOS SÓLIDOS: DESTINAÇÃO FINAL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestor Ambiental.
Por: Maria Aparecida Salgado Soares.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pela força e
luz na minha vida.
Obrigada minha filha, netas, genro
e esposo pela compreensão nas
minhas ausências, a meu pai, irmãos,
sobrinha, a professora e orientadora
Maria Esther pelo apoio, ao professor
Djalma pelas dicas e com muito
carinho a minha irmã por tudo.
Enfim, agradeço a todos que de
alguma forma estão juntos a mim. Um
muito obrigada a todos vocês.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus que colocou
em meu caminho pessoas que tiveram
envolvimento em meu trabalho. E
também a meu pai pelo amor e pela
participação necessária e a todos que me
ajudaram fazendo parte de minha vida.
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RESUMO
Os Resíduos sólidos sejam de que natureza forem, se não condicionados de
forma adequada acabam trazendo grandes conseqüências para toda a vida no
planeta, para que isso não ocorra são determinados alguns tipos de
tratamentos para os mesmo como: incineração, co – incineração,
biogasificação, entre outros, com destaque maior para a reciclagem de alguns
destes resíduos.
Os Resíduos podem ser classificados em perigosos, não perigosos, não
inertes e inertes e seguem critérios técnicos quanto a sua origem podendo ser:
urbanos, industrias, hospitalares e eletrônicos entre outros. Cada um possuem
um critério de reciclagem para melhor aproveitamento dos mesmos.
Atualmente existe um mercado para os resíduos reciclados, com a finalidade
de ser ter uma economia maior em relação a gastos para construções e
produtos artesanatos. A legislação brasileira ainda é um pouco fraca em
relação ao cumprimento das leis sobre aqueles que despejam os resíduos em
lugar desapropriado para a sua destinação final. Para este fim existem os
lixões, forma ainda inadequada, e os aterros sanitários, que segundos alguns
autores, seja o melhor destino final para os resíduos. O que pode ajudar na
destinação final é a coleta seletiva, uma forma mais eficaz de já deixar o que
pode ser reutilizado separado daquilo que não pode e não possui mais
serventia.
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METODOLOGIA
O estudo apresentado será desenvolvido, realizado através de pesquisa em
Bibliografia disponíveis aos interessados com: Livros, revistas, jornais, meios
eletrônicos: sites, artigos e fotos retiradas na internet.
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO............................................................................................
09
CAPÍTULO I - Resíduos Sólidos................................................................. 11
1.1- Classificação dos Resíduos...................................................... 12
1.1.1 - Resíduos Classe I – Perigosos ........................................... 13
1.1.2 – Resíduos Classe II A– Não Inertes...................................... 14
1.1.3 – Resíduos Classe II B – Inertes............................................ 15
CAPÍTULO II - O Desenvolviemnto do Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 15
2.1 – Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos..................... 17
2.2 – Conceitos Fundamentais........................................................ 18
2.3 – Objeções aos Resíduos Sólidos............................................. 19
2.4 – Critérios Técnicos................................................................... 21
2.5 – Resíduos Sólidos Urbanos...................................................... 22
CAPÍTULO III Disposição Final de Resíduos Sólidos ................................ 23
3.1 – Aterros Sanitários.................................................................... 24
3.1.1- Condições Características..................................................... 25
3.2 – Lixões...................................................................................... 28
3.3 – Cooprocessamento................................................................. 29
3.4 – Incineradores.......................................................................... 29
3.5 – Co – incineração..................................................................... 32
3.5.1- Co – incineração em Cimenteiras.......................................... 32
3.6 – Biogasificação......................................................................... 33
3.7 – Reciclagem............................................................................... 34
3.8 – Vantagens da Reciclagem........................................................ 35
8
3.8.1 – Tipos de Reciclagem............................................................. 37
3.8.2 – Reciclagem do Aço............................................................... 38
3.8.3 – Reciclagem de Embalagens Longa Vida............................... 39
3.8.4 – Reciclagem do Papel............................................................. 40
3.8.5 - Reciclagem do composto de polietileno e alumínio.............. 41
3.8.5.1 - Fabricação de peças plásticas............................................ 41
3.8.5.2 - Fabricação de placas e telhas............................................. 42
3.9 - Reciclagem de entulho.............................................................. 43
3.10 – Reciclagem de Resíduo eletrônico............................................ 45
CAPÍTULO IV - Mercado da reciclagem de resíduos da Construção Civil e
Demolição - RCD......................................................................................... 47
4.1 - Reciclagem do concreto...................................................................... 48
4.1.1 - Produtos obtidos na reciclagem....................................................... 49
4.1.2 - Reciclagem de tijolos....................................................................... 50
4.2 - Legislação no Brasil............................................................................ 52
4.3 - União Europeia................................................................................... 52
CONCLUSÃO.......................................................................... 53
BIBLIOGRAFIA CITADA............................................................................ 54
ÍNDICE....................................................................................................... 57
INTRODUÇÃO
9
Atualmente muito se fala em reciclagem e sustentabilidade e no entanto as
medidas tomadas estão aquém de uma grande problemática que é a
administração dos resíduos sólidos e sua destinação final.
Segundo a Agenda 21 Global, “Os Resíduos Sólidos compreendem todos os
restos domésticos, resíduos comerciais e institucionais, o lixo da rua e os
entulhos de construção. Em alguns países, o sistema de gestão de resíduos
também se ocupa de resíduos humanos, tais como excrementos, cinzas de
incineradores, sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento
de esgoto. Manifestam características perigosas, esses resíduos Perigosos.
O Aterro Sanitário tem como finalidade, acondicionar resíduos sólidos que
dentro da conformidade, sob nenhuma hipótese receber resíduos sólidos de
Classe I. É uma das técnicas mais seguras e de menor custo para a
disposição do lixo.
Devendo obedecer critérios de engenharia e normas técnicas, tem como
confinar os resíduos sólidos de forma segura controlando a poluição ambiental,
protegendo ,assim, a saúde pública e de acordo com a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, os lixões devem ser substituídos por aterros sanitários até
2014 pois o acúmulo do lixo desordenadamente torna-se local ideal como
criadouro de insetos, diversos vetores de transmissão de doenças. Entre eles
o Aedes Aegypti , mosquito transmissor da dengue, doença que se encontra
largamente disseminada no Brasil.
O Dr. Jair Rosa Duarte do Ministério da Saúde afirma que ultimamente as
autoridades assumiram a realidade da impossibilidade de controlar a
proliferação de tal pernilongo ( da dengue), que geneticamente tem
10
resistência a vários tipos de inseticida e o uso prolongado de um único tipo
de inseticida irá selecionar populações resistentes ao produto.
Projeto de uma Política Pública adequada à solução do problema dos
resíduos sólidos é com certeza, uma viável perspectiva e o IBGE baseado
em uma pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2000, revela uma
tendência de melhora da situação da destinação final do lixo coletado no país
nos últimos anos caindo então, a participação dos lixões.
As medidas de preservação do Meio Ambiente, vem oportunamente, de
encontro à questão de como mitigar os resíduos e detritos sólidos, que
entulham e poluem a natureza circundante sem que , entretanto, no
processamento utilizem métodos que venham a contribuir ainda mais para
poluir o ecossistema.
O Objetivo geral do trabalho e a realização de pesquisas, métodos e
resoluções que levem toda uma sociedade a trabalhar com alternativas
sustentáveis para possível reaproveitamento desse descarte e promover
harmonia entre seres humanos e os Objetivos Específicos:
Estudar a sustentabilidade ecológica e econômica, analisar os impactos
Ambientais negativos bem como pesquisar medidas de integração entre o
poder público e iniciativa privada.
CAPÍTULO I
RESÍDUOS SÓLIDOS
11
Os Resíduos Sólidos são todos os restos sendo sólidos ou semi-sólidos
provenientes das atividades que podem ser de nós seres humanos ou não.
Também conhecidos como lixo, constituem uma preocupação ambiental
mundial especialmente em grandes centros urbanos de países
subdesenvolvidos.
Segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda, Lixo é aquilo que não
presta sujidade; imundície; coisas inúteis, sem valor.
Resíduos vem do latim (residuu) aquilo que resta de qualquer substância;
resto. Logo, é óbvio que a segunda definição do dicionário é a mais aceita
pois nem todo o “material” descartado é inútil, não tem valor. Há a importância
da aplicação do conceito 3R’s (Reduzir, Reciclar e Reutilizar).
A população pouco conhece sobre as repercussões da disposição desses
resíduos a céu aberto na saúde humana. O crescente número populacional
sem planejamento em grandes núcleos urbanos torna inviáveis ações de
manejo dos resíduos. São constituídos de materiais heterogêneos que quando
acumulados no meio ambiente são ignorados, acarretam sérios problemas e
caracterizam também um desperdício da matéria originalmente utilizada.
A ISO 14.001 é uma ferramenta criada para auxiliar empresas a identificar ,
priorizar e gerenciar seus riscos ambientais como parte de suas práticas
usuais . A norma leva a empresa a comprometer-se com a prevenção da
população e com melhorias contínuas.
Cabe ao gerador a responsabilidade pela gestão de resíduos sólidos. Sendo
de pessoa física ou jurídica, pública ou privada que gera resíduos sólidos
através de seus produtos e atividades ou que desenvolva ações que
12
manipulam ou causem fluxo desses resíduos. Sendo assim, essa incumbência
se fundamenta na origem dos resíduos sólidos que podem ser agrupados em
diversas classes com suas respectivas responsabilidades.
1.1 – Classificação dos resíduos
De acordo com a A NBR 10.004/04 da ABNT que dispõe sobre a classificação
dos resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à
saúde pública para que possam ser gerenciados adequadamente.
Conforme esta Norma, resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e
semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções
técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
Os resíduos são classificados, de acordo com a NBR 10.004/04, como:
- Resíduos Classe I – Perigosos
- Resíduos Classe II – Não Perigosos
- Resíduos Classe II A – Não Inertes
- Resíduos Classe II B – Inertes.
1.1.1 - Resíduos Classe I – Perigosos
Ainda de acordo com a NBR, 10.004094, os resíduos perigosos são aqueles
que apresentam periculosidade e características como inflamabilidade,
13
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Um resíduo é
considerado inflamável quando for um líquido com ponto de fulgor inferior a
60ºC, não ser líquido, mas ser capaz de produzir fogo por fricção, absorção de
umidade ou por alterações químicas nas condições de temperatura e pressão
de 25ºC e 1atm, ser um oxidante definido como substância que pode liberar
oxigênio ou ser um gás comprimido inflamável.
Um resíduo é caracterizado como corrosivo se este for aquoso e apresentar pH
inferior ou igual a 2 ou superior ou igual a 12,5, ou sua mistura com água, na
proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2
ou superior ou igual a 12,5, ser líquida ou quando misturada em peso
equivalente de água, produzir um líquido e corroer o aço a uma razão maior
que 6,35mm ao ano, a uma temperatura de 55ºC.
Um resíduo é considerado como reativo se ele for normalmente instável e
reagir de forma violenta e imediata, sem detonar, reagir violentamente com a
água, formar misturas potencialmente explosivas com a água, gerar gases,
vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos à
saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água, possuir
em sua constituição os íons CN- ou S2- em concentrações que ultrapassem os
limites de 250mg de HCN liberável por quilograma de resíduo ou 500mg de
H2S liberável por quilograma de resíduo, ser capaz de produzir reação
explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação catalítica ou
temperatura em ambientes confinados, ser capaz de produzir, prontamente,
reação ou decomposição detonante ou explosiva a 25ºC e 1 atm, ser
explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado
14
prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não esta
substância contida em dispositivo preparado para este fim.
Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra representativa
dele, contiver ou se houver suspeita de conter, microorganismos patogênicos,
proteínas virais, ácidos desoxiribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico (ARN)
recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios,
cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em
homens, animais ou vegetais.
1.1.2 - Resíduos Classe II A – Não Inertes
São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I -
Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe II A – Não
inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água.
1.1.3 - Resíduos Classe II B – Inertes
São quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa
e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou
deionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de portabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
15
Neste capítulo procurou-se relatar o que é resíduo sólido e suas características
quanto aos diferentes tipos de classificação e os fatores que podem causar
risco a saúde humana e a vida ambiental, e suas caracterizações em:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade bem
como o seu conceito que é bem diversificado em relação a diversos autores e
estudiosos sobre o assunto.
CAPÍTULO II
2. O DESENVOLVIMENTO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Segundo BRAGA e DIAS(2008), o gerenciamento de Resíduos Sólidos pode
ser definido como as ações associadas ao controle da geração,
armazenamento, coleta, transporte, processamento e disposição de resíduos
sólidos de maneira que esteja de acordo com os melhores princípios de saúde
pública, economia, engenharia, conservação dos recursos naturais, estética e
outras considerações ambientais e que, também, possa representar as
atitudes e mudanças de hábitos das comunidades. De uma maneira geral, o
gerenciamento de resíduos sólidos inclui todas as funções administrativas,
legais, financeiras, de planejamento e de engenharia envolvidas na solução
dos problemas relativos aos resíduos sólidos. As soluções podem envolver
relações interdisciplinares complexas entre áreas de atuação como as ciências
políticas, o planejamento urbano, a geografia, a economia, a saúde pública, a
16
sociologia, a demografia, a comunicação social, a conservação ambiental, bem
como as engenharias e ciência dos materiais.
O problema do gerenciamento dos resíduos sólidos nas sociedades atuais
tornou-se complexo devido à quantidade e diversidade dos resíduos, à
explosão das áreas urbanas, à limitação dos recursos financeiros públicos em
muitas cidades, aos impactos da tecnologia e às limitações tanto de energia
quanto de recursos naturais.
Portanto, se o gerenciamento dos resíduos sólidos for realizado de maneira
ordenada e eficiente, os aspectos e as relações fundamentais envolvidas
podem ser identificados e ajustados para a uniformização dos dados e um
melhor entendimento
das ações necessárias ao bom andamento das políticas públicas de
fornecimento de
serviços municipais de gerenciamento de resíduos sólidos. As atividades
relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos, do ponto de vista da
geração à disposição final, podem ser agrupadas em seis grupos funcionais:
• geração dos resíduos;
• manuseio e separação, armazenamento e processamento dos resíduos na
fonte;
• coleta;
• separação, processamento e transformação dos resíduos;
• transporte e
• disposição final.
Através da consideração isolada de cada elemento funcional é possível:
17
• identificar os aspectos e as relações fundamentais envolvidas e
• desenvolver, onde possível, relações quantificáveis para a os propósitos de
comparações de métodos de engenharia, análises e avaliações.
2.1. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
Ainda segundo BRAGA(2008), o gerenciamento integrado de resíduos sólidos
pode ser definido como a seleção e a aplicação de técnicas, tecnologias e
programas de gerenciamento adequados, para alcançar metas e objetivos
específicos no tratamento e disposição de resíduos sólidos. Quando todos os
elementos funcionais tiverem sido avaliados para uso, e todas as interfaces e
conexões entre os elementos tiverem sido relacionadas para uma maior
efetividade e economia, pode-se dizer que a comunidade desenvolveu um
sistema de gerenciamento integrado de resíduos sólidos.
Um processo de hierarquização em gerenciamento de resíduos sólidos pode
ser utilizado para estabelecer um ordenamento das ações a serem realizadas
para a implantação e implementação dos programas em uma determinada
comunidade. De
maneira genérica pode-se sugerir os seguintes elementos para comporem um
programa integrado de resíduos sólidos:
• redução na fonte;
• reciclagem e reutilização;
• recuperação de recursos e
• aterramento.
18
2.2. Conceitos Fundamentais
• Redução na Fonte
A redução de resíduos na fonte envolve a redução das quantidades e/ou
toxicidade dos resíduos gerados. O posicionamento deste elemento no topo da
hierarquia do gerenciamento integrado de resíduos sólidos é devido à
efetividade que esta ação pode representar na redução da quantidade de
resíduos gerados, no gerenciamento dos custos associados e seus impactos
ambientais. A redução dos resíduos pode ocorrer através de projeto,
manufatura, ou embalagem de produtos que apresentem o menor potencial
tóxico possível, o menor volume e a maior vida útil. Pode ocorrer no âmbito
doméstico, comercial ou industrial através de padrões seletivos de compra e
venda bem como de reutilização dos materiais separados.
• Reciclagem
A reciclagem envolve a separação e a coleta de materiais; a preparação destes
materiais para o reuso, reprocessamento e remanufatura propriamente ditos. A
reciclagem é um importante fator no auxílio à redução da demanda sobre os
recursos naturais e sobre o tempo de vida útil dos aterros sanitários, futuros e
em operação.
• Recuperação de Recursos
A recuperação de recursos é representada pelas operações de
reaproveitamento de resíduos sólidos para a produção de energia através da
incineração e pela compostagem da porção biodegradável para a utilização na
agricultura ou em substituição à terra vegetal em parques e praças. Como
19
recursos recuperados a partir do gerenciamento de resíduos sólidos também
pode ser citada a utilização do biogás produzido nos aterros sanitários como
conseqüência da decomposição anaeróbia da fração orgânica dos
componentes dos resíduos sólidos.
• Aterramento
Apesar de todas as alternativas que podem ser identificadas para resolver o
problema da disposição final dos resíduos sólidos sempre haverá a
necessidade de dispor as frações que não podem ser recicladas ou não têm
utilização posterior; o material residual sem aproveitamento após o processo
de separação e reciclagem e os materiais residuais resultantes dos processos
de recuperação de recursos (cinzas). Portanto, existem alternativas aplicáveis
para o gerenciamento dos resíduos em longo prazo que estão relacionadas ao
aterramento de resíduos em áreas previamente escolhidas e definidas de
acordo com critérios técnicos de engenharia e de geologia.
2.3. Objeções aos Resíduos Sólidos
Ainda de acordo com BRAGA e DIAS(2008), os resíduos sólidos são
produzidos onde quer que o homem se encontre. Os tipos e quantidades de
resíduos sólidos são grandemente determinados pelos hábitos culturais e
pelas instituições econômicas e, desde as sociedades primitivas, seres
humanos e animais têm usado os recursos naturais do planeta para dar
suporte à vida e para dispor os seus resíduos.
As objeções às quantidades crescentes de resíduos sólidos podem ser
comumente enquadradas em cinco categorias: saúde pública; estética;
ocupação do solo; custo da coleta, transporte e destinação final e degradação
20
dos recursos naturais. Todas representam formas de custos econômicos pois,
mesmo que tardiamente, implicarão no modo de usufruir os recursos naturais.
Na maioria das vezes, apenas os custos da coleta, do transporte e da
destinação final são utilizados como indicadores econômicos usuais.
Entretanto, a abordagem pela relação custobenefício tem-se tornado mais
freqüente quando se trata de avaliar e mitigar os problemas relacionados à
disposição inadequada dos resíduos sólidos e dimensionar ações no sentido
da melhoria tanto da qualidade de vida quanto da ambiental, pois ambas estão
intimamente relacionadas.
Embora a natureza tenha capacidade para absorver, degradar, diluir e
dispersar ou reduzir o impacto dos resíduos indesejados, a ocorrência de
desbalanceamentos nos ecossistemas naturais em conseqüência da
contaminação do ar, da água e/ou do solo tem ocorrido onde os ecossistemas
e a atmosfera perderam ou tiveram a sua capacidade assimilativa excedida.
2.4. Critérios Técnicos
Uma vez resguardas as características de periculosidade e de toxicidade dos
resíduos sólidos, a alternativa do aterramento, que deverá ser baseada em
critérios técnicos de dimensionamento, implantação e operação de aterros,
também pode ser utilizada para a disposição final da massa total de resíduos
sólidos. Entretanto, deve ser salientado que:
21
• deverão ser dimensionados e implantados programas que visem a diminuição
da massa total a ser disposta em aterros, para que a vida útil do aterro possa
ser otimizada, e que
• resíduos industriais e hospitalares deverão ter acondicionamento e
destinação final adequados e compatíveis com as normas e regulamentações
federais. No caso dos resíduos industriais, a sua disposição com resíduos
domésticos deve ser desconsiderada devido ao fato de possuírem
características de periculosidade e toxicidade, o que os torna incompatíveis
com os resíduos domésticos. Existindo, para estes resíduos, a necessidade da
escolha de uma área própria e dimensionamento de acordo com critérios
técnicos específicos para aterros com esta finalidade. Para o caso dos
resíduos hospitalares, que apresentam, além do potencial tóxico,
características patogênicas, projetos específicos também deverão
apresentados.
2.5. Resíduos Sólidos Urbanos
Em seus estudos, BRAGA(2008), identifica os fatores positivos e negativos
relativos à implantação de um aterro sanitário para a disposição final dos
resíduos sólidos urbanos.
22
• Conceito de aterro sanitário: consiste basicamente na disposição dos
resíduos em camadas ou células e na sua compactação, devendo apresentar
captação adequada de chorume e de biogás;
• Vantagens da implantação de um aterro sanitário: custos de implantação e de
operação relativamente baixos; recuperação de energia a partir do biogás,
quando produzido em volume suficiente para justificar a coleta e utilização
como fonte alternativa de energia;
• Desvantagens: possibilidade de contaminação do lençol freático; diminuição
do valor comercial da terra; poluição sonora; desenvolvimento de maus odores
devido à decomposição anaeróbia da matéria orgânica; alteração da
paisagem; risco de explosão devido ao aumento na concentração de biogás;
disponibilidade de áreas
adequadas;
• Fatores que interferem na escolha da área para a implantação de aterros
sanitários: legislação de uso do solo; orientação dos ventos; topografia;
geomorfologia; acesso; usos possíveis da água e vida útil versus área
disponível.
A elaboração de projetos de aterros sanitários deverá ser adequada à Norma
ABNT-NBR 8419 / Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de
Resíduos Sólidos Urbanos, de março de 1984. Por se tratar de atividade
potencialmente poluidora do meio ambiente, para a execução das obras do
aterro, deverá ser solicitado o licenciamento ambiental de sistemas de
disposição final de resíduos sólidos urbanos junto ao órgão de controle
ambiental estadual competente.
23
O capítulo II, traz os elementos para comporem um programa integrado de
resíduos sólidos, bem como: redução na fonte; reciclagem e reutilização;
recuperação de recursos e aterramento. A elaboração de projetos de aterros
sanitários deverá ser adequada à Norma ABNT-NBR 8419, e os tipos e
quantidades de resíduos sólidos que são grandemente determinados pelos
hábitos culturais. Abordando ainda os Conceitos Fundamentais e como o
gerenciamento de Resíduos Sólidos pode ser definido como as ações
associadas ao controle da geração, armazenamento, coleta para a os
mesmos. Outro ponto importante são os fatores negativos e positivos para a
implantação de um aterro sanitário.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A área selecionada para implantação do sistema de disposição final dos
resíduos sólidos deverá ser isolada com cerca, impedindo a entrada de
pessoas não autorizadas e de animais (BRAGA e DIAS, 2008). O lixo é
coletado ou pelas prefeituras ou por uma companhia particular e levado a um
depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área. Lá pode haver
uma certa seleção - sobras de metal, por exemplo, são separadas e
reaproveitadas. O resto do lixo é enterrado em aterros apropriados. A grande
São Paulo descarta 59% de seu lixo por esse processo e para os lixões
seguem 23%. Além dos aterros sanitários existem outros processos na
24
destinação do lixo, como, por exemplo, as usinas de compostagem, os
incineradores e a reciclagem (Ambiente Brasil online).
3.1 - Aterros sanitários
Segundo a ABNT-NBR 8419, Aterros sanitários são considerados como um
solução prática, relativamente barata de disposição final de resíduos urbanos e
industriais - inclusive de resíduos que poderiam ser reciclados. Todavia
demandam grandes áreas de terra, onde o lixo é depositado. Após o
esgotamento do aterro, essas áreas podem ser descontaminadas e utilizadas
para outras finalidades. Todavia, se o aterro não for adequadamente
impermeabilizado e operado, constitui-se em fator de poluição ambiental e
contaminação do solo, das águas subterrâneas e do ar. A poluição se deve ao
processo de decomposição da matéria orgânica, que gera enormes
quantidades de chorume (fluido que se infiltra para o solo e nos corpos de
água) e biogás, composto de metano e outros componentes tóxicos.
A construção do aterro sanitário requer a instalação prévia de mantas
impermeabilizantes, que impedem a infiltração do chorume no solo e no lençol
freático. O líquido que fica retido no aterro, o chorume, é então conduzido até
um sistema de tratamento de efluentes para posterior descarte em condições
que não agridam o meio ambiente.
É um espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos gerados pela
atividade humana. Nele são dispostos resíduos domésticos, comerciais, de
serviços de saúde, da indústria de construção, e também resíduos sólidos
retirados do esgoto.
25
Aterro sanitário não controlado Fonte:www.wikipedia.org/wiki/ficheiro:Aterro-Sanitario.hpg, acessado em 17/01/2012
3.1.1 - Condições e características
A base do aterro sanitário deve ser constituída por um sistema de drenagem
de efluentes líquidos percolados (chorume) acima de uma camada
impermeável de polietileno de alta densidade - PEAD, sobre uma camada de
solo compactado para evitar o vazamento de material líquido para o solo,
evitando assim a contaminação de lençóis freáticos. O chorume deve ser
tratado e/ou recirculado (reinserido ao aterro) causando assim uma menor
poluição ao meio ambiente.
Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a
coleta do biogás, que é constituído por metano, gás carbônico(CO2) e água
(vapor), entre outros, e é formado pela decomposição dos resíduos. Este
efluente deve ser queimado ou beneficiado. Estes gases podem ser
queimados na atmosfera ou aproveitados para geração de energia. No caso de
26
países em desenvolvimento, como o Brasil, a utilização do biogás pode ter
como recompensa financeira a compensação
por créditos de carbono ou CERs do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo,
conforme previsto no Protocolo de Quioto.
Sua cobertura é constituída por um sistema de drenagem de águas pluviais,
que não permita a infiltração de águas de chuva para o interior do aterro. No
Brasil, usa-se normalmente uma camada de argila.
Um aterro sanitário deve também possuir um sistema de monitoramento
ambiental (topográfico e hidrogeológico) e pátio de estocagem de materiais.
Para aterros que recebem resíduos de populações acima de 30 mil habitantes
é desejável também muro ou cerca limítrofe, sistema de controle de entrada de
resíduos (ex. balança rodoviária), guarita de entrada, prédio administrativo,
oficina e borracharia.
Quando atinge o limite de capacidade de armazenagem, o aterro é alvo de um
processo de monitorização especifico, e se reunidas as condições, pode
albergar um espaço verde ou mesmo um parque de lazer, eliminando assim o
efeito estético negativo.
Existem critérios de distância mínima de um aterro sanitário e um curso de
água, uma região populosa e assim por diante. No Brasil, recomenda-se que a
distância mínima de um aterro sanitário para um curso de água deve ser de
400m.
27
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define da seguinte forma
os aterros sanitários:
"aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos,
consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos
no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança, minimizando os impactos ambientais, método este
que utiliza os princípios de engenharia para confinar os
resíduos sólidos ao menor volume permissível, cobrindo-os
com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de
trabalho ou à intervalos menores se for necessário."
No Brasil, um aterro sanitário é definido como um aterro de resíduos sólidos
urbanos, ou seja, adequado para a recepção de resíduos de origem doméstica,
varrição de vias públicas e comércios. Os resíduos industriais devem ser
destinados a aterro de resíduos sólidos industriais (enquadrado como classe II
quando não perigoso e não inerte e classe I quando tratar-se de resíduo
perigoso, de acordo com a norma técnica da ABNT 10.004/04 - "Resíduos
Sólidos - Classificação").
De acordo com o blog da Agência Minas, a produção de lixo aumenta
continuamente e por isso novas soluções são procuradas para desafogar os
aterros. Em Contagem, Minas Gerais, tem sido usado o fosfogesso para
redução de 30 a 50% do volume de resíduo sólido. Antes da implantação, a
alternativa foi testada pelo laboratório do Institute of Phosphate Reserarch
(FIPR),
3.2 - Lixões
28
"Lixão", vazadouro ou descarga de resíduos a céu aberto é uma forma
inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela
simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio
ambiente ou à saúde pública.
No "lixão" não há nenhum controle quanto aos tipos de resíduos depositados.
Resíduos domiciliares e comerciais de baixa periculosidade são depositados
juntamente com os industriais e hospitalares, de alto poder poluidor. A
presença de catadores, que geralmente residem no local, e de animais
(inclusive a criação de porcos), os riscos de incêndios causados pelos gases
gerados pela decomposição dos resíduos constituem riscos associados aos
lixões.
Lixômetro na Praça Sete de Setembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.Fonte:
www.prefeiturabh.mg.gov.br
3.3 - Coprocessamento
Cooprocessamento é o sistema utilizado com o uso de resíduos industriais
e/ou urbanos, no processo de fabricação do cimento, a fim de gerar energia
29
e/ou recuperação de recursos e resultar na diminuição do uso de combustíveis
fósseis e/ou substituição de matéria-prima
3.4 - Incineradores
Incineradores reduzem o lixo a cinzas. São altamente poluidores, gerando
dioxinas e gases de efeito estufa. É o método utilizado para a destruição de
lixo hospitalar, que pode conter agentes causadores de doenças
potencialmente fatais. No século passado até meados dos anos cinqüenta era
prática comum , o resíduo industrial e até a matéria orgânica serem eliminados
com uso de grandes fornos por dissipação atmosférica das chaminés.
Incineração é a queima do lixo em fornos e usinas próprias. Apresenta a
vantagem de reduzir bastante o volume de resíduos. Além disso, destrói os
microrganismos que causam doenças, contidos principalmente no lixo
hospitalar e industrial.
Depois da queima, resta um material que pode ser encaminhado para aterros
sanitários ou mesmo reciclado. É recomendada a reutilização racionalizada
dos materiais queimados para a confecção de borracha, cerâmica e
artesanato. O Obelisco de Ipanema foi realizado com entulho de concreto
incinerado.
Com a incineração é possível uma redução do volume inicial de resíduos até
cerca de 90% através da combustão, a temperaturas que se elevam a mais de
900°C. Por isso tem vindo a ser implementado em zonas de grande produção
de lixo. No entanto, certos resíduos liberam gases tóxicos aos serem
30
queimados. Nesses casos, para evitar a poluição do ar, é necessário instalar
filtros e equipamentos especiais – o que torna o processo mais caro.
Trata-se de um sistema útil na eliminação de resíduos combustíveis, não tendo
vantagens para outros materiais como, por exemplo, vidros e metais. Devido
ao seu elevado teor em água, a matéria orgânica (que constitui cerca de 36%
dos RSU) possui um baixo poder calorífico e como tal não é interessante
incinerar sob o ponto de vista energético.
Incinerador de Viena, Áustria, ligado a uma rede de distribuição de energia térmica
Fonte. http://pt.wikipedia.org/wiki/Incinera%C3%A7%C3%A3o
Deste processo resultam como produtos finais a energia térmica (que é
transformada em energia eléctrica ou vapor), águas residuais, gases, cinzas e
escórias. Os gases resultantes da incineração têm de sofrer um tratamento
31
posterior, uma vez que são compostos por substâncias consideradas tóxicas
(chumbo, cádmio, mercúrio, crómio, arsénio, cobalto e outros metais pesados,
ácido clorídrico, óxidos de azoto e dióxido de enxofre, dioxinas e furanos,
clorobenzenos, clorofenóis e PCBs).
Um incinerador gera também emissões de dióxido de carbono, agente
causador do efeito estufa. Como parte do processo, fazem-se necessários
equipamentos de limpeza de gases, tais como precipitadores ciclônicos de
partículas, precipitadores eletrostáticos e lavadores de gases.
O efluente gerado pelo arrefecimento das escórias e pela lavagem dos gases,
terá de sofrer um tratamento adequado uma vez que, de acordo com a
legislação da União Europeia, é considerado um resíduo perigoso. Apesar do
aproveitamento da energia, uma vez que não há a reciclagem dos materiais, a
incineração de resíduos torna-se assim numa perda no ciclo de renovação dos
recursos naturais. Por estes motivos, tal como o aterro, surge no último lugar
da hierarquia de gestão de resíduos.
3.5 - Co-incineração
A co-incineração é o processo de tratamento de resíduos que consiste na sua
queima em fornos industriais, conjuntamente com os combustíveis tradicionais.
Os resíduos são assim valorizados energeticamente, pois substituem parte do
combustível usado no forno. Os fornos trabalhando a elevadas temperaturas
das indústrias vidreira, siderúrgica e cimenteira podem ser usados para o
tratamento de resíduos.
32
3.5.1 - Co-incineração em cimenteiras
Os fornos de cimento são os mais utilizados por permitirem atingir
temperaturas muito elevadas de 2000°C na chama do queimador principal e
cerca de 1450°C no clínquer.
Quando os resíduos contêm substâncias ambientalmente perigosas, tais como
compostos aromáticos ou metais, a co-incineração em fornos de cimento pode
permitir evitar a contaminação do ambiente de forma segura. No caso dos
compostos orgânicos (contendo átomos de carbono ou azoto), as temperaturas
muito elevadas e o longo tempo de permanência no forno - 5 a 7 segundos nos
grandes fornos de cimento - vão provocar a destruição dessas moléculas,
originado compostos inócuos, como o anidrido carbónico.
Em contacto com os silicatos de cálcio que constituem o clinker - constituinte
maioritário do cimento Portland - a maioria dos metais são incorporados na
estrutura vítrea formada a alta temperatura, ficando assim inibidos de serem
lixiviados pela água. São excepção os metais voláteis mercúrio, cádmio e tálio,
que por não serem fixados não podem apresentar concentrações elevadas nos
resíduos a co-incinerar.
Os aniões enxofre, cloro e flúor combinam-se com o cálcio da pedra formando
compostos estáveis, evitando assim as emissões dos respectivos ácidos.
3.6 - Biogasificação
A biogasificação ou metanização é um tratamento por decomposição
anaeróbica que gera biogás, formado por cerca de 50% de metano e que pode
33
ser utilizado como combustível. O resíduo sólido da biogasificação pode ser
tratado aerobicamente para formar composto orgânico.
Para D´Almeida (2002), a biogasificação ou metanização é um tratamento de
resíduos orgânicos por decomposição ou digestão anaeróbica que gera biogás, que é
formado por cerca de 50%-60% de metano e que pode ser queimado ou utilizado como
combustível. Os resíduos sólido da biogasificação pode ser tratado aerobicamente para
formar composto.Segundo Gunnerson (1986), a digestão anaeróbica é o processo de
decomposição orgânica onde as bactérias anaeróbicas, que apenas sobrevivem na
ausência de oxigênio,conseguem rapidamente decompor os resíduos orgânicos. Quatro
estágios da digestão anaeróbica são reconhecidos:
• Hidrólise: estágio no qual as moléculas orgânicas complexas são
quebradas em açúcares,aminoácidos, e ácidos graxos com a adição de grupos
hidroxila.3
• Acido gênese: continuação de quebra em moléculas menores ocorrendo
formação de ácidos graxos voláteis (ex. acético, propiônico, butírico,
valérico) e produção de amônia,dióxido de carbono e H2S como
subprodutos.4
• Aceto gênese: moléculas simples da acido gênese são digeridas produzindo
dióxido de carbono, hidrogênio e ácido acético.5
• Metano gênese: ocorre formação de metano, dióxido de carbono e água.
3.7 - Reciclagem
De acordo com artigo da METARECICLAGEM(online), reciclagem é o
processo de reaproveitamento de resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos. É
34
considerado o melhor método de destinação do lixo, em relação ao meio
ambiente, uma vez que diminui a quantidade de resíduos enviados a aterros
sanitários, e reduz a necessidade de extração de matéria-prima diretamente da
natureza. Porém, muitos materiais não podem ser reciclados continuadamente
(fibras, em especial). A reciclagem de certos materiais é viável, mas pouco
praticada, pois muitas vezes não é comercialmente interessante. Alguns
materiais, entretanto, em especial o chamado lixo tóxico e o lixo hospitalar, não
podem ser reciclados, devendo ser eliminados ou confinados. Fraldas
descartáveis são recicláveis. No processo de reciclagem, que além de
preservar o meio ambiente também gera riquezas, os materiais mais reciclados
são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a
diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias
estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção.
Um outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem
gerado nas grandes cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho
neste setor e conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas
de catadores de papel e alumínio já são uma boa realidade nos centros
urbanos do Brasil.
3.8 - Vantagens da reciclagem
Para D'Almeida(2000) os resultados da reciclagem são expressivos tanto no
campo ambiental, como nos campos econômico e social.
No meio-ambiente a reciclagem pode reduzir a acumulação progressiva de
resíduos a produção de novos materiais, como por exemplo o papel, que
35
exigiria o corte de mais árvores; as emissões de gases como metano e gás
carbônico; as agressões ao solo, ar e água; entre outros tantos fatores
negativos.
No aspecto econômico a reciclagem contribui para o uso mais racional dos
recursos naturais e a reposição daqueles recursos que são passíveis de
reaproveitamento.
No âmbito social, a reciclagem não só proporciona melhor qualidade de vida
para as pessoas, através das melhorias ambientais, como também tem gerado
muitos postos de trabalho e rendimento para pessoas que vivem nas camadas
mais pobres.
No Brasil existem os carroceiros ou catadores de papel, que vivem da venda
de sucatas, papéis,alumínio e outros materiais recicláveis deixados no lixo.Eles
também trabalham na colecta ou na classificação de materiais para a
reciclagem. Como é um serviço penoso, pesado e sujo, não tem grande poder
atrativo para as fatias mais qualificadas da população.
Assim, para muitas das pessoas que trabalham na reciclagem (em especial os
que têm menos educação formal), a reciclagem é uma das únicas alternativas
de ganhar o seu sustento. O manuseio de resíduos deve ser feito de maneira
cuidadosa, para evitar a exposição a agentes causadores de doenças.
Ainda segundo D'ALMEIDA(2000), no Brasil, existem sete cidades as quais as
prefeituras fornecem serviço de coleta seletiva a 100% das residências. Esses
municípios são: Curitiba (PR), Itabira (MG), Londrina (PR), Santo André (SP),
Santos (SP), Diadema (SP) e Goiânia (GO).
36
Esteira para separação de reciláveis Fonte: www.waig.com, acessado em 18/01/2012
3.8.1 - Tipos de reciclagem
• Reciclagem de aço
• Reciclagem de alumínio
• Reciclagem de baterias
• Reciclagem de borracha
• Reciclagem de computadores
• Reciclagem de embalagens longa vida
• Reciclagem de entulho
• Reciclagem de madeira
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• Reciclagem de metal
• Reciclagem de papel
• Reciclagem de plástico e embalagens
• Reciclagem de vidro
3.8.2 - Reciclagem de aço
A reciclagem de aço é o reaproveitamento do aço utilizado em objetos que já
não estão funcionando para produzir novos objectos. Ele é utilizado em
diversos materiais, desde latas até carros. Sua reciclagem é tão antiga quanto
a própria história de sua utilização. O aço pode ser reciclado infinitas vezes,
com custos menores e menos dispêndio de energia do que na sua criação
inicial.
Ele pode ser separado de outros resíduos por diversos processos químico-
industriais e voltar a ser utilizado sem perder suas características iniciais. A lata
de aço é uma das embalagens mais utilizadas em todo mundo para
acondicionar alimentos e produtos diversos. A embalagem pode ser
biodegradada pelo próprio ambiente, através do processo de ferrugem, num
prazo médio de três anos. Porém o aço, se aproveitado, pode gerar economias
e menos agressão ao meio ambiente.
Estudos dizem que a cada 75 latas de aço recicladas, uma árvore é salva,
pois, do contrário, viraria carvão vegetal.
38
O aço também é muito utilizado na construção civil para sustentar estruturas
de concreto. A reciclagem de entulho da construção civil também é bastante
importante.
Casa feita de aço recilado pelo o arquiteto Michael Jantzen Fonte:www.amazoninterart.com, acessado em 18 de janeiro de 2012
3.8.3 - Reciclagem de embalagens longa vida
Segundo NEVES(1999), a reciclagem de embalagens longa vida é o processo
pelo qual são reintegrados à cadeia produtiva os materiais componentes deste
tipo de embalagem.
O processo de reciclagem consiste de duas etapas independentes e
sucessivas. A primeira delas é a reciclagem do papel e a seguinte a reciclagem
do composto de polietileno e alumínio. O papel reciclado pode ser utilizado por
exemplo para a produção de papelão ondulado, caixas, papel para tubetes. O
composto de polietileno e alumínio pode ser utilizado para a fabricação de
peças plásticas, placas, telhas ou, através da sua separação completa via o
processo a plasma, para a produção de parafina e alumínio metálico.
39
A embalagem longa vida é uma embalagem asséptica para o envase de
alimentos permitindo sua melhor conservação. Esta embalagem é composta
de seis camadas de três materiais: papel, responsável pela estrutura;
polietileno de baixa densidade, responsável pela adesão e impermeabilidade
entre as camadas; e alumínio, barreira contra luz e oxigênio. O papel
representa em média 75%, em massa, o polietileno representa 20% e o
alumínio, 5%.
Oficina de reciclagem de embalagem tettra park Fonte: www.sagran.com.br, acessado em 18/01/2012
3.8.4 - Reciclagem do papel
Ainda segundo NEVES (1999), uma vez que estas embalagens são coletadas
através de iniciativas de coleta seletiva pós-consumo, são enfardadas e
encaminhadas para uma indústria papeleira. Nesta industria as embalagens
longa vida seguem para um equipamento industrial chamado hidrapulper, que
40
se assemelha a um liquidificador de grande porte, onde são misturadas a água
de processo e agitadas mecanicamente durante cerca de 30 minutos. Durante
este tempo as fibras de papel da embalagem são separadas das camadas de
plástico e alumínio ficando misturadas a água. As fibras de papel juntamente
com a água passam por uma peneira no fundo do hidrapulper que retém o
plástico com o alumínio deixando que a polpa siga o processo normal de
fabricação de papel até se transformar em uma bobina de papel reciclado,
enquanto o plástico e o alumínio, ainda unidos, são retirados do equipamento,
enfardados e seguem para outras empresas para continuarem seu processo
de reciclagem.
3.8.5 - Reciclagem do composto de polietileno e alumínio
Para a reciclagem do composto de polietileno e alumínio das embalagens
longa vida existem três processos industriais: a fabricação de peças plásticas,
a fabricação de placas e telhas, e a completa sua separação através da
tecnologia a plasma.
3.8.5.1 - Fabricação de peças plásticas
Os fardos desse composto chegam a um reciclador de plástico e entram em
um processo de lavagem para retirar o pequeno residual de fibras de papel
que ainda existe neste material. Uma vez limpo, este material passa por um
processo de aglutinação que retira boa parte da umidade e faz com que o
material ganhe densidade que será importante no processo seguinte, a
extrusão. Na extrusão o material é transportado por uma rosca aquecida que
faz com que o material derreta e se homogeneíze formando uma massa
uniforme que é pressionada contra uma tela, para a produção dos pellets, que
41
são pequenos fragmentos de plástico que é a forma com que o plástico, seja
ele reciclado ou não, é vendido no mercado. A partir desses pellets é possível
utilizar equipamentos de injeção e rotomoldagem para fabricação dos mais
diversos artefatos de plástico. Os pellets reciclados de plástico e alumínio de
embalagens longa vida tem sua composição aproximada em massa de 80%
polietileno e 20% alumínio.
3.8.5.2 - Fabricação de placas e telhas
De acordo com CERQUEIRA(2004), este é o processo mais simples para a
reciclagem do composto de polietileno e alumínio de embalagens longa vida.
Os fardos desse material são recebidos das indústrias papeleiras e seguem
diretamente para o processo de secagem e trituração. Uma vez triturado este
material é dosado em formas sobre um filme desmoldante e levado para uma
prensa aquecida a cerca de 180°C. Estas prensas são similares às prensas
utilizadas para a fabricação de compensados de madeira. Após algum tempo
nesta temperatura o plástico se funde ao alumínio formando uma placa. Esta
placa é retirada do equipamento e resfriada. Este tipo de placa pode ser usada
para fabricação de móveis, ou em substituição a madeira em algumas
aplicações, como por exemplos divisórias e tapumes para construção civil.
Esta mesma placa, enquanto ainda quente, também pode ser moldada em
formas onduladas para a fabricação de uma telha similar às telhas de
fibrocimento. Esta telha reciclada tem propriedades térmicas interessantes
além de ser mais leve.
Nos dois processos anteriores tanto o polietileno quanto o alumínio das
embalagens longa vida são reciclados em conjunto, ficando unidos após os
42
respectivos processos. Com o desenvolvimento da tecnologia a plasma é
possível fazer esta separação. Neste processo os fardos do composto de
polietileno e alumínio que chegam das papeleiras são abertos e lavados para a
retirada do residual de papel. Na sequência esse material é alimentado em um
forno aquecido por uma tocha de plasma e no qual não há a presença de
oxigênio. Esta tocha de plasma libera muita energia na forma de calor para
este forno fazendo com que as cadeias de carbono do polietileno se quebrem
em cadeias menores que são vaporizadas e extraídas do reator, enquanto o
alumínio se funde. A temperatura do forno é acima de 700°C. Após extraídas
do reator as cadeias de carbono gaseificadas são condensadas formando um
composto parafínico que tem aplicações na indústria petroquímica enquanto o
alumínio fundido é resfriado na forma de lingotes que volta para industria de
alumínio para um novo ciclo de produtos.
3.9 - Reciclagem de entulho
O lixo urbano e a maneira como é depositado hoje em dia destaca-se como um
dos principais problemas da sociedade moderna. É um problema preocupante
que vem aumentando com o passar dos anos, com o crescimento da
construção civil no país aumenta consideravelmente a quantidade de entulho
produzido, principalmente nas grandes cidades. A quantidade de entulho
gerado nas construções que são realizadas nas cidades brasileiras demonstra
um enorme desperdício de material. Os custos deste desperdício são
distribuídos por toda a sociedade, não só pelo aumento do custo final das
construções como também pelos custos de remoção e tratamento do entulho.
Os entulhos provenientes das construções nas cidades brasileiras acarretam
43
sérios desperdícios de materiais, custos de remoção e tratamento. É muito
comum vermos estes resíduos sendo colocados em locais impróprios, como
aterros clandestinos, margens de rios, córregos e terrenos baldios. Com isso
causando e assoreamento das margens dos cursos d’água, entupimento de
bueiros e galerias causando enchentes, e a diminuição da qualidade de vida
nas áreas urbanas. A reciclagem de resíduos ou entulhos da construção civil
gera sub-produtos como tijolos, brita, canos de esgoto, calçamentos, entre
outros essas são importantes alternativas para amenizar vários problemas na
área urbana, tanto nos setores sociais e ambientais, como no econômico.
(artigo estraído do diarioweb(on line)
Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de
materiais de grande utilidade para a construção civil. A reciclagem na área de
construção civil se dá por duas vias:
• uso de resíduos de outras indústrias, como siderúrgica e metalúrgica;
• transformação dos resíduos de obras e demolição em novos materiais
de construção.
Para reciclar entulhos faz-se, primeiramente, uma triagem das frações
inorgânicas e não-metálicas do resíduo, excluindo madeira, plástico e metal,
que são direcionados para outros fins. Em seguida obtém-se o agregado
reciclado, que é o resíduo britado ou quebrado em partes menores. Com este
método aplicado aos resíduos será possível identificar sua composição, os
compostos que podem ser extraídos dele e saber qual a planta industrial mais
44
adequada para a reciclagem e a melhor alternativa de aproveitamento dos
resíduos.
3.10 – Reciclagem de Resíduo eletrônico
De acordo com o artigo da REVISTA ESCOLA(online), a reciclagem de
computadores é um termo genericamente utilizado para designar a reciclagem
de computadores (na íntegra ou partes) como matéria-prima para novos
produtos do ramo ou o reaproveitamento e a reutilização destes.
Segundo dados do Greenpeace, por ano, são produzidos até 50 milhões de
toneladas de resíduos eletrônicos no mundo inteiro.
Existem diversos projetos internacionais (como Solving the E-waste Problem,
StEP, da Universidade das Nações Unidas) tratando questões da reutilização
de equipamentos eléctricos e electrónicos. Um dos projetos locais e caritativas
é a iniciativa linux4afrika da associação alemã Frei OSS que reequipa
computadores doados com a distribuição Linux Edubuntu e organiza o
transporte dos computadores para a África, principalmente para escolas de
Moçambique e Tanzânia.
Em 2007 o Governo do Brasil anunciou um plano de implantação de uma rede
nacional de Centros de Recondicionamento e Reciclagem de Computadores
(CRC). O plano faz parte do projeto Inclusão digital e visa recuperar
computadores descartados anualmente pelos órgãos governamentais e pela
iniciativa privada e destiná-los à telecentros, escolas e bibliotecas.
45
Reciclagem de lixo eletrônico(compoenetes de computadores) Fonte: inovacaotecnologica.com.br, acessado em 14 de dezembro de 2011
O projeto brasileiro MetaReciclagem começou com um grupo que reciclava
computadores, mas atualmente define-se como uma rede aberta que promovia
a desconstrução e apropriação de tecnologias.
Em São Paulo foi instalado o primeiro centro público de reciclagem de lixo
eletrônico em agosto de 2009 por iniciativa da Universidade de São Paulo.
Neste capítulo foi abordado sobre como deve ser a área selecionada para
implantação do sistema de disposição final e as condições e características da
mesma, além de relatar descrever como deve ser constituída a base do aterro
sanitário tendo como ponto principal um sistema de drenagem. Aterros
sanitários são considerados como um solução prática, relativamente barata de
disposição final de resíduos urbanos e industriais. Relata-se ainda os tipos de
aproveitamento do resíduos podenso ser por coprocessamento, incineradores,
biogasificação e a reciclagem e suas diversas formas entre outras.
46
CAPÍTULO IV
MERCADO DA RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL E DEMOLIÇÃO - RCD
Os dados da ABRECON, relata que os empreendimentos de reciclagem de
resíduos da construção civil não atingiram seu ápice. Embora a atividade seja
extremamente necessária para os dias de hoje, a coleta e reciclagem de RCD
está intimamente ligada a demolição. Não é de conhecimento da população,
bem como dos órgãos públicos e seus administradores, na grande maioria
acreditam que o material inerte não tem nenhuma serventia ou condição de
reciclagem. O pensamento sobre a questão é bastante limitado e ainda sofre
com “pré-conceitos”. O desconhecimento dessa atividade é fruto da
incapacidade das empresas em desfrutar da questão ambiental e a
insuficiência de recursos das mesmas para divulgar e expandir suas
instalações. Contudo, a capacidade limitada juntamente com a relação gêmea
com o setor de demolição, gera uma dificuldade no domínio da logística.
Assim, há, como conseqüência, problemas para se integrar com elos da cadeia
produtiva – caçambeiros, prefeituras e grandes obras. A reciclagem dos
resíduos, quase a metade, é feita em loco, no local da demolição ou
construção, pelo simples fato de reduzir drasticamente o custo do processo.
Existem outros fatores que também valem apena comentar: O mercado de
RCD não conta com uma associação ou sindicato de representação com
empresas recicladoras de entulho como associadas. Isso faz com que diversas
associações, tais como de imobiliárias, concreto, construção e de resíduos
sólidos representem o setor sem ouvir os players atuantes no mercado e sem
47
entender a dinâmica da reciclagem deste resíduo. A representação do
segmento por uma associação que congregasse as empresas privadas
atuantes nesse mercado faria com que a relação das organizações com o
setor público fosse eficaz e pragmática.
4.1 - Reciclagem do concreto
De acordo com o artigo da WERBAN (on line), mais de 90% dos resíduos
provenientes de construções civis podem ser reciclados, reutilizados e
transformados em agregados com características bastante semelhantes ao
produto original, a partir de matérias-primas com custoexeccisavemente baixo.
É possível reciclar qualquer concreto, desde que seja escolhido o uso
adequado e se respeitem as limitações técnicas. As centrais de reciclagem
contam com máquinas semelhantes às de mineradoras, como esteiras
rolantes, britadores, peneiras e classificadores de granulometria. Apenas os
concretos com substancias contaminantes, podem trazer prejuízo às
propriedades do concreto no estado fresco e endurecido, e não devem ser
utilizados como matéria-prima. Equipamentos diferentes reciclam o concreto
fresco e o endurecido. Para o concreto fresco são usados lavadores que
separam agregados graúdos dos miúdos. Para o endurecido, britadores de
mandíbula ou de impacto, decompõem estes materiais. O entulho é separado,
britado, lavado, peneirado e classificado. É também facilitada a segregação
entre resíduos cimentícios e cerâmicos. Devido ao menor volume de materiais,
a técnica de reaproveitamento na própria obra exige equipamentos
sofisticados. Nesses casos, devido à menor homogeneidade do material
processado, recomenda-se o reaproveitamento como agregado para
48
revestimento ou argamassa de assentamento. O procedimento é simples: o
material é encaminhado por dutos a uma mini-central de processamento, onde
é triturado para ser normalmente utilizado como agregado. É possível também
utilizar um moinho de rolo para a trituração. Agregados reciclados provenientes
de concretos estruturais apresentam melhor qualidade em relação aos
agregados provenientes de tijolos cerâmicos e argamassas e podem ser
usados em aterros de inertes, obras de pavimentação, agregados para
argamassas e até concretos estruturais. No caso de concreto estrutural, é
preciso maior acuidade para dosar e especificar o material reciclado, a mistura
entre o agregado reciclado e o agregado normal traz bons resultados.
4.1.1 - Produtos obtidos na reciclagem
Grandes pedaços de concreto podem ser aplicados como material de
construção para prevenção de processos erosivos na orla marítima e das
correntes, ou usado em projetos como desenvolvimento de recifes artificiais. O
entulho triturado pode ser utilizado em pavimentação de estradas, enchimento
de fundações de construção e aterro de vias de acesso. É possível produzir
agregados – areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção
de encostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto. Da
mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construção – blocos,
briquetes, tubos para drenagem e placas. Os principais resultados produzidos
pela reciclagem do entulho são benefícios ambientais. Os benefícios são
conseguidos não só por se diminuir a deposição em locais inadequados, como
também por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas.
As experiências indicam que é vantajoso economicamente substituir a
49
deposição irregular do entulho pela reciclagem. Estima-se que o custo da
reciclagem significa 25% desses custos. A produção de agregados com base
no entulho pode gerar economias de mais de 80% em relação aos preços dos
agregados convencionais.
4.1.2 - Reciclagem de tijolos
De acordo com o site da ARQUITETURA AMBIENTAL os tijolos reciclados tem
custo bem menor, até mesmo pelo fato de serem fabricados a partir do lixo
industrial, possuem quase o dobro de resistência que os tijolos comuns. O
aproveitamento dos tijolos vai mais além, se for transformado em pó, o tijolo
substitui parcialmente o cimento, que é considerado um material muito
poluente. Outra forma barata de se produzir material de construção é substituir
o “tijolo cozido”, pelo de “terra crua”. A fabricação dispensa o uso de forno à
lenha e durante o processo de fabricação não há desmatamento e nem
queima de carvão, não lançando resíduos tóxicos no meio ambiente, esses
são os chamados tijolos recicláveis, que são obtidos a partir da mistura de
tipos de solo com cimento e água. Depois de misturados os elementos, a
mistura é compactada em até 12.000 kg de pressão. Finalmente curada e
secada. Os tijolos ecológicos possuem resistência superior à exigida pelas
Normas Técnicas.
50
Tijolo de demolição usados em nova edificação
Fonte: www.arquiteturaambiental.com, acessado em 19/01/2012
Relatado neste capítulo, o preconceito que ainda existem sobre a reutilização
de produtos reciclados por algumas empresas e industrias, deixando assim de
desfrutar melhor de um ambiente mais saudável e que apenas os concretos
com substancias contaminantes, podem trazer prejuízo às propriedades do
concreto no estado fresco e endurecido e os produtos que podem ser obtidos
na reciclagem, como os agregados – areia, brita e bica corrida para uso em
pavimentação, contenção de encostas, podem gerar mais economia, assim
como a resistência de tijolos reciclados em relação aos tijolos comuns.
4.2 - Legislação no Brasil
No Brasil, não há legislação nacional que define critérios para a reciclagem e o
tratamento de resídios eletrônicos. Para o Estado de São Paulo foi publicado
em julho de 2009 a Lei 13.576 que institui normas e procedimentos para a
reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico.
4.3 - União Europeia
Segundo o artigo da EUR-LEX.EUROPA.EU(online), de janeiro de 2003 entrou
em vigor a diretiva 2002/96/CE da União Europeia que regulamenta o
51
tratamento de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE),
obrigando (entre outros) os fabricantes a se responsabilizar por todos os
eletrônicos produzido. Em vigor está também a directiva Directiva 2002/95/CE
(RoHS) que restrita o uso de determinadas substâncias perigosas em
equipamentos eléctricos e electrónicos.
CONCLUSÃO
Com a elaboração do trabalho, pude observar o quanto é importante saber
reutilizarmos os resíduos sólidos que muitas vezes disperdiçamos, achando
que não tem mais serventia alguma. Uma reciclagem feita de forma correta e
sustentável, pode em muito trazer vários benefícios para o ambiente, bem
como trazer lucro para que a pratica seguindo as formas legais e corretas.
Como Gestora Ambiental, poder saber as diversas formas de se reciclar
qualquer que seja o material, torna a profissão um pouco mais satisfatória,
prinicpalmente se puder estar ajudando a reverter o grande nível de poluição
existente em nosso planeta devido aos despejos destes materiasi em áreas
que não deveriam conter lixo algum. Os aterros sanitários, apesar de serem
52
construídos, em alguns casos de forma politicamente incorreta, ainda é a
melhor destinação para alguns tipos de resíduos pela sua composição e tempo
de desgaste.
Os profissionais que reciclam os resíduos, retirados de lixões e os levam para
as cooperativas que sabemos existir, deveriam usar roupas adequads e
materiasi próprios pra a atividade, evitando assim contaminações por bactérias
e virus que existem nos lixões e muitas vezes são invisíveis a olho nu.
Saber reutilizar todos os tipos de resíduos mostra a capacidade que temos de
reaproveitar muitas das coisas que julgamos não ter mais nenhuma serventia
para nós,
BIBLIOGAFIA CITADA:
ABNT– Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004 – Resíduos
Sólidos
ABNT-NBR 8419 / Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de
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BRAGA Maria C. Borba; DIAS Natália Costa: GESTÃO DE RESÍDUOS
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de 2012.
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Polietileno/Alumínio presentes en los embalajes Tetra Pak" , Tecnología y
53
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construcción/IDEC. Facultad de Arquitectura y Urbanismo – Universidad
Central de Venezuela, 2004.
D'ALMEIDA, M.L.O., Vilhena, A.,et al, "Lixo Municipal: Manual de
Gerenciamento Integrado, IPT/CEMPRE, 2a edição, São Paulo, 2000.
EUR-LEX.EUROPA.EU: Directiva 2002/95/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa à restrição do uso de
determinadas substâncias perigosas em equipamentos eléctricos e
electrónicos, acessado em 23 de janeiro de 2012
EUR-LEX.EUROPA.EU: Directiva 2002/96/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa aos resíduos de equipamentos
eléctricos e electrónicos (REEE), acessado em 23 de Janeiro de 2012
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_250715.shtml
http://www.diarioweb.com.br/noticias/corpo_noticia.asp.IdCategoria=IdNoticia=, acessado em 09 de Janeiro de 2012
http://www.goiania.go.gov.br/html/comurg/coletaseletiva/index.html
http://www.verbam.com.br/index.php?p=entulho-reciclagem-de-entulho-
materia-prima-para-construcao, acessado em 18/de Dezembro de 2011
inovacaotecnologica.com.br, 09/03/07: Fabricação de cada computador
consome 1.800 quilos de materiais, acessado em 15 de janeiro de 2012
Lei Nº 13.576, de 6 de julho de 2009 do São Paulo, acessado em 20 de
Janeiro de 2012
54
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Papel fev,1999 ( p.38-45).
NEVES, F.L.," Novos desenvolvimentos para reciclagem de embalagens longa
vida", 37˚ Congresso Internacional de Celulose e Papel,S ão Paulo, Outubro,
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28 de Janeiro de 2012.
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www.revistaescola.abril.com.br, 04/06/09: Como funciona a reciclagem de
computadores?, acessado em 23 de janeiro de 2012
www.saopaulo.sp.gov.br, 19/05/09: SP tem o primeiro centro público de
reciclagem de lixo eletrônico, acessado em 18 de Dezembro de 2012
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/coleta_e_disposicao_do_lixo/
coleta_e_disposicao_final_do_lixo.html, acessado em 03 de Fevereiro
55
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ................................................................................... 2
AGRADECIMENTO ...................................................................................
3
DEDICATÓRIA........................................................................................... 4
RESUMO.................................................................................................... 5
METODOLOGIA......................................................................................... 6
SUMÁRIO.................................................................................................... 7
CAPÍTULO I - Resíduos Sólidos................................................................. 11
1.1- Classificação dos Resíduos...................................................... 12
1.1.1 - Resíduos Classe I – Perigosos ........................................... 13
1.1.2 – Resíduos Classe II A– Não Inertes...................................... 14
1.1.3 – Resíduos Classe II B – Inertes............................................ 15
CAPÍTULO II - O Desenvolviemnto do Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 15
2.1 – Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos..................... 17
56
2.2 – Conceitos Fundamentais........................................................ 18
2.3 – Objeções aos Resíduos Sólidos............................................. 19
2.4 – Critérios Técnicos................................................................... 21
2.5 – Resíduos Sólidos Urbanos...................................................... 22
CAPÍTULO III Disposição Final de Resíduos Sólidos ................................ 23
3.1 – Aterros Sanitários.................................................................... 24
3.1.1- Condições Características..................................................... 25
3.2 – Lixões...................................................................................... 28
3.3 – Cooprocessamento................................................................. 29
3.4 – Incineradores.......................................................................... 29
3.5 – Co – incineração..................................................................... 32
3.5.1- Co – incineração em Cimenteiras.......................................... 32
3.6 – Biogasificação......................................................................... 33
3.7 – Reciclagem............................................................................... 34
3.8 – Vantagens da Reciclagem........................................................ 35
3.8.1 – Tipos de Reciclagem............................................................. 37
3.8.2 – Reciclagem do Aço............................................................... 38
3.8.3 – Reciclagem de Embalagens Longa Vida............................... 39
3.8.4 – Reciclagem do Papel............................................................. 40
3.8.5 - Reciclagem do composto de polietileno e alumínio.............. 41
3.8.5.1 - Fabricação de peças plásticas............................................ 41
3.8.5.2 - Fabricação de placas e telhas............................................. 42
3.9 - Reciclagem de entulho.............................................................. 43
3.10 – Reciclagem de Resíduo eletrônico............................................ 45
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CAPÍTULO IV - Mercado da reciclagem de resíduos da Construção Civil e
Demolição - RCD......................................................................................... 47
4.1 - Reciclagem do concreto...................................................................... 48
4.1.1 - Produtos obtidos na reciclagem....................................................... 49
4.1.2 - Reciclagem de tijolos....................................................................... 50
4.2 - Legislação no Brasil............................................................................ 52
4.3 - União Europeia................................................................................... 52
CONCLUSÃO............................................................................................... 53 BIBLIOGRAFIA CITADA............................................................................ 54
ÍNDICE....................................................................................................... 57